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HISTÓRIA DO BRASIL

República Literal – Dutra e Vargas


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REPÚBLICA LITERAL – DUTRA E VARGAS

O período da República Liberal é um dos períodos mais interessantes da his-


tória brasileira, em que surgem forças políticas que marcarão profundamente os
anos que vão de 1945 a 1964.
Três grandes partidos políticos se estruturaram na transição do Estado Novo
para o período constitucional, a UDN, o PTB e o PSD, e esses partidos criaram
uma grande identidade com a sociedade e, já nos anos 50, era muito fácil saber
o que significava ser udenista, trabalhista ou pessedista.
Essas três grandes forças políticas, de certo modo, se refletem até nos dias
de hoje, em que temos, também, três grandes partidos com os mesmos valores
e princípios que regeram os três partidos do período da República Liberal. Claro
que atualmente a situação é bastante diferente, o país mudou bastante nos últi-
mos 50 e 60 anos, porém, essas linhas gerais merecem certa atenção, porque
essas forças políticas podem ter refletido os verdadeiros interesses que estavam
em jogo na sociedade brasileira dessa época.
Nesse sentido, cobra uma atenção especial o finalzinho do Estado Novo, o
momento em que a Segunda Guerra Mundial chegava ao fim e Getúlio Vargas já
enfrentava muitas dificuldades para continuar no poder.

O colapso do Estado Novo

• O declínio do Estado Novo:


–– “Manifesto dos Mineiros” (1943);
–– Marcação das eleições;
• Anistia para prisioneiros políticos (DL 7.474, abr. 1945);
• “Lei Agamenon”: voto secreto, eleições diretas;
• Prestes: “Constituinte com Getúlio” (jul. 1945);
• “Meu candidato é Eurico; mas se houver oportunidade, eu mudo uma letra:
Eufico, Vargas”;
• Movimento sindical: “Queremos Getúlio”;
• Benjamin Vargas como chefe de polícia do Rio;
• Dutra e Góis Monteiro: deposição de Vargas (29/10/1945).
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Os novos partidos: UDN [Lucília Delgado]

• Liberalismo, antigetulismo, intervencionismo;


• Atuação no Manifesto dos Mineiros, no Congresso de Escritores, na entre-
vista de José Américo de Almeida;
• Crítica contumaz de Getúlio e do getulismo, uma negação que, ao negar,
reconhecia;
• Objetivava a eliminação do getulismo da vida política nacional;
• Os liberais da UDN: oligarquias derrotadas em 1930, antigos aliados de
Getúlio, os que se afastaram do Estado Novo, grupos liberais regionais, as
esquerdas.

Partido Social-Democrático (PSD)

• Pragmatismo, habilidade, conservadorismo;


• Setores: interventores do Estado Novo, segmentos da classe média urbana,
oligarquias estaduais;
• Vínculos com o PTB: “o PTB era o PSD de macacão e o PSD era o PTB
de casaca”;
• Bases: máquina administrativa e interventorias;
• Flexibilidade: diálogo com diversos setores;
• O político pessedista: bom de voto, gosto pela negociação, pela construção
do consenso;
• Aliança PSD/PTB: da coesão e abrangência ao afastamento;
• Oposição à Reforma Agrária.

Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)

• Getulismo, trabalhismo, reformismo e nacionalismo;


• Base inicial: sindicatos urbanos e burocracia do Ministério do Trabalho;
• Inserção regional: forte no RS, RJ e AM, fraco em SP;
• Objetivos principais: defesa da legislação trabalhista; anteparo à presença
do PCB;
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• Programa:
–– Legislação para o trabalhador rural;
–– Autonomia sindical;
–– Planificação econômica;
–– Distribuição de renda;
–– Participação nos lucros;
–– Reforma Agrária.
• Crescimento paulatino;
• Críticas da UDN: república sindicalista.

As eleições de 1946

• Deposição de Vargas: José Linhares (STF) convoca eleições (2.12.1945),


revoga decreto antitruste e persegue o PCB;
• Dutra: campanha sofrível, apoio final de Getúlio;
• UDN: campanha moderna, com recursos midiáticos;
• Eleições (12 partidos):
–– Eurico Dutra (PSD) 44%;
–– Eduardo Gomes (UDN): 35%;
–– Iedo Fiúza (PCB): 10%;
–– Apoio do PTB a Dutra.
• Vargas eleito senador: de sua fazenda no RS acompanhou política nacional.

Dutra: política e economia

• Impacto da Guerra Fria:


–– Restrição do direito de greve;
–– Repressão ao PCB;
–– Intervenções em sindicatos;
–– Alinhamento incondicional aos EUA;
–– Rompimento com a URSS.
• Política Econômica:
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–– Livre-cambismo (1945), “queima de divisas”;


–– Nova política (1947) controle das importações, cruzeiro forte, declínio
das exportações, compressão salarial;
–– Plano SALTE.

A força de uma herança

• As eleições de 1950:
–– Getúlio Vargas (PTB): 48,7%;
–– Eduardo Gomes (UDN): 29,7%;
–– Cristiano Machado (PSD): 21,5%;
• Fatores: getulismo, traição do PSD, apoio velado a Vargas
• Oposição da UDN à posse, exigindo maioria absoluta, o que não estava
previsto.

Lacerda, o adversário:

• “O senhor Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência.


Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado,
devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar.”
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O Governo Vargas (1951-1954)

• Política Econômica:
–– Desenvolvimentismo;
–– Empresários, políticos, tecnocratas, militares;
–– Capital privado nacional: comércio e finanças;
–– Estatal: mineração, indústria de base;
–– Privado estrangeiro: bens de consumo.
• A política de massas:
–– Indústrias = progresso;
–– Instrumentos: comícios, rádio;
–– Apoio sindical, pelegos;
–– “O petróleo é nosso”;
–– Radicalização política: nacionalistas x “entreguistas”.

A crise do governo Vargas

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• Economia: importações de máquinas + crise do café = déficit comercial;


• Livre entrada e saída de capitais;
• Inflação + salários congelados = aumento de 100% do salário;
• Forças Armadas: Memorial dos Coronéis;
• Atentado contra Lacerda;
• República do Galeão;
• Ultimado dos militares;
• Suicídio: Carta Testamento;
• Comoção no país;
• Recuo da UDN;
• Posse de Café Filho.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Eduardo Vidigal.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.
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