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Isto posto, a primeira opção do credor é proceder à cobrança judicial através da AÇÃO DE
EXECUÇÃO, caso o título extrajudicial esteja dentro do prazo prescricional , ou AÇÃO
MORATÓRIA, caso o titulo esteja vencido, e prescrito.A execução pode ser instaurada caso o
devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Com a fraude contra credores, nasce para o prejudicado um direito potestativo de agir diretamente
na esfera jurídica de outrem (devedor e terceiros contratantes), anulando o negócio jurídico
realizado às astúcias (art. 158, caput, do CC⁄02). A ação falimentar participa do arcabouço de
medidas judiciais assecuratórias ou conservatórias da responsabilidade patrimonial do devedor.
É ação serviente àquele que, titularizando crédito quirografário anterior, encontra-se ameaçado pela
inadimplência do devedor, diante de alienações que lhe diminuam a solvabilidade ou lhe reduzam à
insolvência (art. 158 do CC⁄02). Os dispositivos da lei revogada preveem casos de ineficácia
objetiva, considerada aquela que independe de as partes envolvidas no ato estarem mancomunadas,
e de revogabilidade, cuja aplicação tem sede própria na hipótese de fraude praticada pelos
contratantes, presentes o eventus damni e o consilium fraudis.
O caso fático nos coloca, uma questão incidental, importante, que muda o curso, e a ótica da
questão. No intermezzo, das cobranças amigáveis, ou ditas “extrajudiciais”, e doravante, em todo
caso, inadimplidas, e sem resposta satistatória ao pleiteio obrigacional, o devedor passou a adotar
comportamentos descritos na LRF, como praxe procedimental de devedor insolvente. E logo após,
resquícios e indícios, de condutas e ações que ocultam fraude á credores, e fraude à execução.O
credor prescruta qual a melhor via jurisdicional á tomar, para reaver seu credito. Já que, em uma
subsequente ação executória, no caso de fraude, não haveria bens do réu, passiveis à penhora. Ao
menos, sobre o manto da personalidade jurídica, do devedor inadimplente.
À sua vez, o regime de fraudes, quando analisadas no âmbito falimentar, possui caracteristica
próprias. Os atos praticados pelo devedor em detrimento de credores, se decretada a falência
daquele, podem ser desfeitos nos termos dos arts. 52 e 53 do Decreto-lei n.º 7.661⁄45, parcialmente
correspondentes aos arts. 129 e 130 da Lei n.º 11.101⁄05.São chamados pela doutrina de “atos de
falência”, comportamentos normalmente praticados por sociedade empresária que se enco ntra em
estado de insolvência econômica (patrimônio líquido negativo). A presunção é absoluta, e não
interessa se há patrimônio positivo ou negativo.
Pedro, e Paulo, os devedores inadimplentes, são sócios em uma sociedade limitada que exerce
atividade no setor de oficina mecânica e funilaria. Osvalnidio Perruque, fornecedor de tintas
automotivas tentou receber por todos os meios amigáveis possíveis, mas não teve êxito.Se o credor,
contratou a obrigação, com a pessoa jurídica, é ponto importante, e merece ser discutido. Como o
crédito possui valor baixo, de R$ 3.500,00, devidamente demonstrados e comprovados, através de
titulos de credito vencidos, notas fiscais, cheques, ou documento particular assinado por duas
testemunhas, em que o devedor assume a divida, o pedido de falência, poderia ser medida, deveras,
extrema, para o caso concreto.
No julgamento do recurso especial 920.140, a Quarta Turma do STJ lembrou que a Corte repele o
pedido de falência como substitutivo de ação de cobrança de quantia ínfima, devendo-se prestigiar
a continuidade das atividades comerciais, uma vez não caracterizada situação de insolvência, diante
do princípio da preservação da empresa. No caso, a FICAP S/A recorreu de decisão que julgou
extinta ação de falência proposta por ela contra a Instaladora Elétrica Ltda., sem o julgamento do
mérito, sob o fundamento de que o objetivo da demanda é a rigidez no recebimento do crédito. Para
isso, sustentou que o pedido de falência estava devidamente amparado em duplicatas vencidas e
protestadas, com a prova de recebimento da mercadoria, e baseava-se na impontualidade, sendo
desnecessária a demonstração de insolvência da ré.
São atos, condutas, comportamentos elencados no Art. 94, III, da Lei 11.101. Se o empresário ou
sociedade empresária praticar qualquer desses atos, haverá um presunção de que o empresário ou a
sociedade empresária estará em estado de insolvência4. Ocorre a chamada “ liquidação
precipitada”. A liquidação pr ecipitada é um ato de falência que ocorre quando o empresário se
defaz dos seus bens sem reposição. É a venda de maquinário, equipamento, estoque, o caminhão
que fazia entrega, ou seja, o camarada vai desaparecendo aos poucos. Isso se chama “liquidação
precipitada”. Com base nesse fato, é possível ajuizar o pedido de falência.
No entanto, é possível a propositura da ação de execução por título extrajudicial, a qual também é
arriscada quando não preenchidos seus requisitos, porém, com conseqüências menos gravosas do
que a ação falimentar.. Isto porque, se oferecidos embargos à execução pelo devedor, caso haja
impugnação aos documentos (falta de comprovante de recebimento), poderá se produzir outros
meios de prova a fim de comprovar a validade dos títulos e a veracidade da relação jurídica,
trazendo maiores chances de êxito ao credor.