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CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO I
I - Evolução Histórica
a. Antigo
b. Medieval
c. Moderno
d. Contemporâneo
a. Antigo
Grécia – Politeia:
A noção de direitos, todavia, não é encontrada na Grécia Antiga. A relação com constituição
nessa sociedade tem a ver com a organização da comunidade. Se sempre houve algum tipo de
sociedade, então sempre houve constituição.
A Politeia era conjunto não declarado de noção de Estado. Ressalte-se que não havia direitos
individuais, ou seja, o cidadão grego não era visto como um detentor de direitos. Não obstante,
havia limitação ao poder.
Nesse sentido, os gregos participavam da vida política nas suas cidades-estados e existiam
normas que permitiam a participação dos cidadãos e responsabilizavam as autoridades que
tomavam decisões em nome da coletividade.
Surgimento do direito privado, com instituições importantes tais quais o direto de família,
direito sucessório e patrimonial.
O governo misto era formado por atribuições de competências, o que leva a noções iniciais de
uma sociedade com separação de poderes. Existiam os magistrados, os cobradores de impostos,
administradores públicos, etc.
Contudo, ainda que sirvam como limitações, não há direitos e garantias individuais oponíveis
às autoridades, ainda que sirvam de limitações entre sujeitos particulares.
Com o início da queda da República Romana, cumpre destacar o pluralismo de fontes. A partir
disso, há diversas autoridades das quais emanam fontes. Não há, por consequência, origem
única de poder e de normas.
b. Medieval
Esta surge de acordo entre nobreza, realeza, burguesia e Igreja. Não é, no entanto, aplicável a
todos. É acordo público entre grupos da sociedade, sendo todos bem favorecidos (note-se que
não inclui as classes mais pobres). Embora seja documento que limita o poder, não possui
caráter universal.
c. Constitucionalismo Moderno
Ascensão da Burguesia
A partir de um pluralismo de fontes existente na Idade Média, não se sabe a origem das normas
e o comércio fica prejudicado, o que interfere nos interesses da burguesia. Sendo assim, esta
classe tem interesse na formação de Estado absolutista. É preciso haver única fonte do direito.
Todavia, quando este Estado começa a impor as normas sem a preocupação com a burguesia,
esta se revolta e busca o fim desta organização de poder.
Reforma Protestante
A partir do questionamento do poder absoluto que impõe sobre a sociedade normas jurídicas
sem sua participação a partir de uma autoridade divina, é preciso atacar a unidade religiosa.
Racionalismo
Este antecedente está diretamente interligado aos ideais científicos trazidos pelo Iluminismo e
dá origem às Teorias contratualistas.
Não estando mais submetido à fonte única e divina de poder, o homem, para não acabar
vivenciando o estado de natureza Hobbesiano, busca racionalizar e promover a organização da
sociedade. Dessa forma, celebra acordo social buscando a organização entre seus membros, a
fim de evitar a desordem.
Apenas a partir do final do século XVIII, essas ideias se uniram formando o movimento do
constitucionalismo, que por sua vez se opõe ao modelo do absolutismo.
Movimento histórico que adota a Constituição como norma fundamental, no entanto, cujos
direitos incluídos são apenas patrimoniais e não sociais. É liberal e, por essa razão, estimula a
não intervenção estatal nas atividades particulares.
Com o passar do tempo, sobretudo com a Revolução Industrial e com os problemas sociais
surgidos no século XIX, aparecem novos movimentos sociais e novas reivindicações, sobretudo
de natureza trabalhista.
Os textos constitucionais, após a primeira guerra mundial, começam a abarcar direitos sociais
com a virada do século XIX para o XX.
Nesse contexto, são as Constituições principais desse contexto histórico: (i) Constituição
Mexicana de 1.917; (ii) Constituição alemã de 1.919 (Weimar); e (iii) Constituição brasileira de
1.934.
O constitucionalismo social tem início após a primeira guerra mundial. No entanto, isso não
preveniu que regimes fascistas ocupassem o poder no século XX.
Constituições comparadas
d. Contemporâneo
Com o término da 2ª Guerra Mundial, a Constituição passou a ser o centro do sistema jurídico.
A constituição, antes, muitas vezes era vista como proclamação política, como manual de
instrução para o poder, diferente dos EUA, onde sempre foi considerada norma.
Princípio da dignidade humana
Não basta a existência de normas constitucionais, sendo necessário que os tribunais judiciais
assegurem a imposição das mesmas.
Antes normas solenes, algumas normas que não eram autoaplicáveis. Eram diretivas ao
legislador e passam a ser aplicadas como normas.
Constitucionalização do direito
As constituições começam a adotar em seus textos temas que eram antes somente tratadas
como legislação infraconstitucional e, por essa razão, poderiam ser modificadas com maior
facilidade pelo legislador. Pode-se citar como exemplo temas de direito de família e tributário,
da ordem social e do direito ambiental.
Filtragem constitucional
A legislação passa a ser lida e interpretada de acordo com os princípios abarcados pela
constituição e pelas normas constitucionais.