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AULA 1 – ALONSO FREIRE – TEORIA DA CONSTITUIÇÃO, CONSTITUCIONALISMO E

CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO I

I - Evolução Histórica

a. Antigo
b. Medieval
c. Moderno
d. Contemporâneo

a. Antigo

Há associação com ideias embrionárias de constitucionalismo, embora não haja constituição.

 Grécia – Politeia:

Direito de participação na vida democrática. Excepcionalmente em relação à mulheres, crianças


e estrangeiros, a participação democrática era permitida e as pessoas detentoras do poder
recebiam influências através da participação pública.

A noção de direitos, todavia, não é encontrada na Grécia Antiga. A relação com constituição
nessa sociedade tem a ver com a organização da comunidade. Se sempre houve algum tipo de
sociedade, então sempre houve constituição.

A Politeia era conjunto não declarado de noção de Estado. Ressalte-se que não havia direitos
individuais, ou seja, o cidadão grego não era visto como um detentor de direitos. Não obstante,
havia limitação ao poder.

Nesse sentido, os gregos participavam da vida política nas suas cidades-estados e existiam
normas que permitiam a participação dos cidadãos e responsabilizavam as autoridades que
tomavam decisões em nome da coletividade.

 República Romana – Governo Misto:

Surgimento do direito privado, com instituições importantes tais quais o direto de família,
direito sucessório e patrimonial.

O governo misto era formado por atribuições de competências, o que leva a noções iniciais de
uma sociedade com separação de poderes. Existiam os magistrados, os cobradores de impostos,
administradores públicos, etc.

Contudo, ainda que sirvam como limitações, não há direitos e garantias individuais oponíveis
às autoridades, ainda que sirvam de limitações entre sujeitos particulares.

Com o início da queda da República Romana, cumpre destacar o pluralismo de fontes. A partir
disso, há diversas autoridades das quais emanam fontes. Não há, por consequência, origem
única de poder e de normas.

b. Medieval

 Idade Média – Pluralismo de Fontes e Magna Carta:


A idade média, que se inicia com a queda da República Romana, tem como principal
característica o pluralismo de fontes, que é caracterizado pela existência de diversas autoridades
das quais as normas emanavam, como as Corporações de Ofício, a Igreja, o Monarca (Estado),
gerando grandes incertezas. Não há, dessa forma, uma fonte única de normas. Nesse período
surge o Direito Canônico, por exemplo.

Ao final da Idade Média, surgem importantes documentos para o constitucionalismo, dentre os


quais destaca-se a Magna Carta, aprovada em 1.215.

Esta surge de acordo entre nobreza, realeza, burguesia e Igreja. Não é, no entanto, aplicável a
todos. É acordo público entre grupos da sociedade, sendo todos bem favorecidos (note-se que
não inclui as classes mais pobres). Embora seja documento que limita o poder, não possui
caráter universal.

c. Constitucionalismo Moderno

O Constitucionalismo surge, de fato, com as Revoluções Liberais do século XVIII (Norte-


Americana e Francesa).

c.1 Antecedentes importantes:

 Ascensão da Burguesia

A partir de um pluralismo de fontes existente na Idade Média, não se sabe a origem das normas
e o comércio fica prejudicado, o que interfere nos interesses da burguesia. Sendo assim, esta
classe tem interesse na formação de Estado absolutista. É preciso haver única fonte do direito.

Todavia, quando este Estado começa a impor as normas sem a preocupação com a burguesia,
esta se revolta e busca o fim desta organização de poder.

 Reforma Protestante

A partir do questionamento do poder absoluto que impõe sobre a sociedade normas jurídicas
sem sua participação a partir de uma autoridade divina, é preciso atacar a unidade religiosa.

 Racionalismo

Este antecedente está diretamente interligado aos ideais científicos trazidos pelo Iluminismo e
dá origem às Teorias contratualistas.

Não estando mais submetido à fonte única e divina de poder, o homem, para não acabar
vivenciando o estado de natureza Hobbesiano, busca racionalizar e promover a organização da
sociedade. Dessa forma, celebra acordo social buscando a organização entre seus membros, a
fim de evitar a desordem.

O conjunto destes antecedentes dá origem ao constitucionalismo moderno e, nas revoluções


liberais do século XVIII, encontra-se o apogeu deste sistema. Isso ocorre a partir de um contrato
baseado em uma autoridade não divina, estabelecendo limitações ao poder.

Nesse contexto, o poder de julgar, de criar e administrar leis é separado e limitado em um


documento racional e escrito – a Constituição – o que foi realizado pelo próprio homem. As
competências foram separadas e o poder limitado por meio do estabelecimento de direitos
individuais. Assim, é possível observar os dois pilares para o Constitucionalismo: i) a limitação
do poder, por meio das garantias de direitos individuais oponíveis ao Estado; e II) a separação
de poderes (organização da sociedade).

Apenas a partir do final do século XVIII, essas ideias se uniram formando o movimento do
constitucionalismo, que por sua vez se opõe ao modelo do absolutismo.

c.2 Constitucionalismo liberal burguês

Movimento histórico que adota a Constituição como norma fundamental, no entanto, cujos
direitos incluídos são apenas patrimoniais e não sociais. É liberal e, por essa razão, estimula a
não intervenção estatal nas atividades particulares.

Nesse sentido, as constituições surgidas neste momento consagram a existência de igualdade


formal – define que todos são iguais perante a lei –, e não material.

c.3 Surgimento das constituições sociais

 Primeira guerra mundial

Com o passar do tempo, sobretudo com a Revolução Industrial e com os problemas sociais
surgidos no século XIX, aparecem novos movimentos sociais e novas reivindicações, sobretudo
de natureza trabalhista.

Os textos constitucionais, após a primeira guerra mundial, começam a abarcar direitos sociais
com a virada do século XIX para o XX.

Nesse contexto, são as Constituições principais desse contexto histórico: (i) Constituição
Mexicana de 1.917; (ii) Constituição alemã de 1.919 (Weimar); e (iii) Constituição brasileira de
1.934.

Neste período, o constitucionalismo social se relaciona com os direitos fundamentais de


segunda geração, que se preocupam com a igualdade material e direitos sociais.

Neste contexto, o Estado deixa de se abster da intervenção, passando a assumir postura


necessária de intervenção. Isso se deu por meio de políticas públicas, normas
infraconstitucionais e demais tipos de ações estatais.

O constitucionalismo social tem início após a primeira guerra mundial. No entanto, isso não
preveniu que regimes fascistas ocupassem o poder no século XX.

Constituições comparadas

Constitucionalismo Francês: o que prevalece é a legislação, ainda que a constituição esteja no


ápice do sistema jurídico. Por essa razão, o Código de Napoleão foi levado a vários pontos da
Europa.

Constitucionalismo americano: normativo. A sua constituição sempre foi considerada norma e,


por essa razão, foi lá que surgiu o controle de constitucionalidade.

d. Contemporâneo

Com o término da 2ª Guerra Mundial, a Constituição passou a ser o centro do sistema jurídico.
A constituição, antes, muitas vezes era vista como proclamação política, como manual de
instrução para o poder, diferente dos EUA, onde sempre foi considerada norma.
 Princípio da dignidade humana

O princípio da dignidade humana se torna norma central em muitas constituições, como a


alemã, portuguesa, espanhola e brasileira.

 Fortalecimento dos tribunais constitucionais

Não basta a existência de normas constitucionais, sendo necessário que os tribunais judiciais
assegurem a imposição das mesmas.

 Normatividade dos princípios

Antes normas solenes, algumas normas que não eram autoaplicáveis. Eram diretivas ao
legislador e passam a ser aplicadas como normas.

 Constitucionalização do direito

As constituições começam a adotar em seus textos temas que eram antes somente tratadas
como legislação infraconstitucional e, por essa razão, poderiam ser modificadas com maior
facilidade pelo legislador. Pode-se citar como exemplo temas de direito de família e tributário,
da ordem social e do direito ambiental.

 Filtragem constitucional

A legislação passa a ser lida e interpretada de acordo com os princípios abarcados pela
constituição e pelas normas constitucionais.

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