Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
3
área central | florianópolis | google earth
6
https://urbanidades.arq.br/2007/06/espacos-publicos/
g1.globo.com/sc/santa-catarina/fotos/2015/03/fotos-florianopolis-comemora-289-anos.ht-
7
rótula com tratamento de praça, esquina da avenida prefeito osmar
cunha com a rua jerônimo coelho, florianópolis.
fonte: acervo pessoal.
8
“A cada dia, o espaço é reduzido em
prol do tráfego e dos estacionamen-
tos e todo tipo de atividade ao ar
livre, no espaço urbano, recebe um
impacto negativo em função do ruí-
do, da poluição e da insegurança.”
(GEHL, 2013, p. 231)
9
escadaria utilizada como local de permanência, rua trajano, florianópolis.
fonte: acervo pessoal.
10
Como reverter o atual padrão de espaços públicos esparsamente distri-
buídos no território e qualificar a oferta de locais de descanso na área central?
Nos últimos anos é crescente o número de reinvindicações por uma maior quali-
dade de vida nos centros urbanos, com as demandas variando desde melhorias
na mobilidade até a requalificação de espaços públicos. Esse comportamento
evidencia a atual insatisfação com o modo de administras as cidades adotado até
então pelas gestões administrativas passadas, e traz à tona um usuário cada vez
mais crítico e consciente das problemáticas urbanas. Apesar do maior número
de políticas públicas voltadas à qualificação de calçadas e espaços para a ca-
minhabilidade ao pedestre, as cidades ainda deixam a desejar pelo alcance das
transformações implementadas, que acontecem de maneira pontual e em pontos
isolados.
antes e de-
pois, pearl
street trian-
gle, brooklyn,
nova iorque.
fonte: dum-
bonyc.com
11
LOCAL DE ESTUDO
ÁREA DE ESTUDO
12
ESC. 1:1000
N
RUA DEODORO
RUA TRAJANO
13
RUPTURAS URBANAS
Reconhecendo a importância do espaço coletivo dentro da área de estu-
do, foram levantadas todas as situações onde o meio edificado e o modo com que
sua conformação se relaciona com a rua representam quebras na dinâmica do es-
paço público, sendo ela de forma extremamente direta (através da conformação
de barreiras físicas) ou indireta (ambiências hostis). As influências observadas
foram agrupadas numa mesma análise por apresentarem algum grau de subutili-
zação em sua configuração, sendo portanto classificadas segundo a tipologia de
ociosidade apresentada.
N
D
B B
A G F
D
B C
H
D B B
A H
G C
G D
C A C
LEGENDA
marquises D
lote ocioso G
escadarias H
15
C Edificações sem uso_ fechadas, isoladas do espaço coletivo;
_ não oferecem oportunidade de interação.
16
E Edificações tombadas sem uso_ edificações degradadas;
_ não oferecem oportunidade de interação.
espaços cercados por vias rápidas. vias para pedestre sem sinalização alguma.
17
G Lotes ociosos_ não oferecem oportunidade de interação.
18
Fachadas não ativas_ barreiras monótonas com o espaço coletivo;
_nenhuma experiência de dentro da edificação
para ser vista;
_não oferecem oportunidades de interação.
19
REIMAGINANDO O CENTRO
20
21
A - ESPAÇOS RESIDUAIS
a ocorrência desses espaços no tecido urbano da área de estudo está indicada no mapa da página 14, pela letra “A”.
22
A reprodução de tais padrões espaciais é percebida como um problema
no que tange a percepção espacial a nível do pedestre, não gerando qualquer
tipo de interação com o mesmo, incentivando uma passagem mais rápida e
desinteressada pela área onde está implantado. A qualidade de ser essencial-
mente um espaço de transição entre o ambiente coletivo urbano e o ambiente
edificado privado destes espaços deveria ser tratada de modo mais sensível,
uma vez que oferece a possibilidade de, caso repensado, tornar-se um novo
destino no percurso pela cidade.
A reformulação de tais espaços tem o potencial de gerar novas dinâmi-
cas de ocupação do ponto específico de intervenção, criando novos habitos no
pedestre, que adapta seus hábitos, seus trajetos para e a partir do trabalho, seu
destino nas horas vagas, uma vez que são oferecidos novos lugares de pausa
qualificados.
23
recendo ótimos lugares para permanência nos mais variados horários do dia.
Adicionalmente, a iluminação deve ser projetada corretamente para estender a
sensação de segurança do espaço aos horários noturnos.
PO
TE
NC
I
A
L
-M
INI
PRA
ÇA
24
- implantação de mobiliário urbano de per manência (ban-
DIRETRIZES cos);
CONDICIONANTES: - posicionamento do mobiliário de modo a não interferir
nos fluxos das calçadas;
- iluminação pública adequada;
- arborização e sombreamento sempre que possível;
- implementação de lixeiras;
- estímulo a configuração de tér reos ativos e atividades
comerciais com áreas exter nas.
CIAL - REFEIÇ
N Õ
TE
ES
PO
ÁR
EA EXTERN
A
25
B - ESTACIONAMENTOS
a ocorrência desses espaços no tecido urbano da área de estudo está indicada no mapa da página 14, pela letra “B”.
26
De modo semelhante aos efeitos dos espaços residuais sobre o espaço
coletivo, os lotes de estacionamentos também reforçam o constante conflito
entre automóvel e pedestre na cidade. Quando um lote é utilizado como área
para estacionamento de veículos, novamente são estimuladas tipologias que
configuram barreiras na escala da rua, sendo comum o tratamento de fachada
de tais lotes se traduzir em grandes muros, para uma maior segurança dos au-
tomóveis estacionados. Esse tipo de relação com a rua novamente aprisiona o
pedestre a calçada, confinando o mesmo entre faixas de estacionamento nas
ruas e grandes extensões muradas, conferindo uma ambiência extremamente
ruim aos passeios.
rua álvaro de carvalho.
fonte: acervo pessoal.
27
a respeitar a legislação urbana vigente, por que os estacionamentos recebem
tratamento diferenciado?
Propõe-se aqui o ensaio para uma eventual reversão dos efeitos negati-
vos que esses espaços produzem sobre a esfera coletiva, cobrando um retorno
por parte dos proprietários para a cidade. Como contrapartida ao uso irregular
de lotes não edificados como estacionamentos particulares, os proprietários
deveriam ceder uma porcentages da área de seus lotes, referentes a taxa de
impermeabilização máxima estipulada pela tabela de limites de ocupação do
Plano Diretor, estando tais espaços situados nas testadas dos lotes, de modo
a criar espaços de permanência que deverão receber o devido tratamento de
modo a constituir uma nova rede de espaços coletivos de qualidade.
separação física do
acesso de automóveis e
área de per manência
elementos de separação
física da rua (proteção)
28
- contrapar tida de doação de áreas iguais as estipuladas
DIRETRIZES pela tabela de usos como área mínima de per meabili-
CONDICIONANTES: dade;
- áreas cedidas deverão obrigatóriamente se situar nas
testadas dos lotes;
- implantação de mobiliário urbano de per manência (ban-
cos);
- posicionamento do mobiliário de modo a não interferir
nos fluxos das calçadas;
- iluminação pública adequada;
- arborização e sombreamento sempre que possível;
- implementação de lixeiras;
- tratamento adequado aos acessos de veículos de modo
a não interferir nas áreas de estar confor madas.
arborização e som-
breamento (confor to
e proteção)
espaços de sociabi-
lidade
iluminação adequada
29
C - EDIFICAÇÕES SEM USO
desvaloriza o entorno
a ocorrência desses espaços no tecido urbano da área de estudo está indicada no mapa da página 14, pela letra “C”.
30
As edificações abandonadas representam o disperdício e o descaso
com gastos de infraestrutura e de construção já feitos, tanto por parte do poder
público como do proprietário, em algum momento. O abandono de espaços no
contexto urbano acaba estimulando a degradação dos mesmos, seja através de
arrombamentos, depredações da sua estrutura ou invasões, comportamentos
que repelem a presença ou o interesse dos pedestres, causando impactos nega-
tivos a imagem do local onde estão inseridas essas tipologias de abandono. Sua
existência está ligada a falha de aplicação de certos instrumentos urbanísticos,
previstos por legislação no Plano Diretor do município, que fundalmentalmente
estipula os usos e limites de ocupação considerados ideais para cada zona da
cidade, deixando bem claro também quais os usos mínimos admitidos em cada
localidade, de modo a não perpetuar espaços vazios e sem uso em meio a
uma cidade tão intensamente ocupada. Faz-se aqui a crítica em relação a falta
de aplicação desses instrumentos, em relação ao não cumprimento da função
social da propriedade urbana. Semelhante a situação dos estacionamentos, o
edificação em estado de abandono é passível de ações por parte da gestão mu-
nicipal cobrando a utilização compulsória e a aplicação do Imposto Territorial
e Predial Urbano progressivo no tempo, cobrando um posicionamento por parte
do proprietário, em relação a um bem extremamente valioso para a vitalidade
urbana. A falta de interesse na aplicação de tais instrumentos se traduz na
ocorrência dessas tipologias pela cidade, que caso ocupadas teriam o potencial
de gerar novas dinâmicas urbanas positivas à área central, independente da sia
modalidade de uso.
rua conselheiro mafra.
De modo a reinvindi-
largo do fagundes. car a destinação de tais lo-
fonte: acervo pessoal. cais subutilizados para novos
usos de caráter mais inclusi-
vo e coletivo, propõe-se uma
efetiva aplicação dos instru-
calçadão joão pinto.
mentos urbanísticos previs-
tos pelo Plano Diretor, acar-
retando numa desapropriação
caso não haja resposta por
parte do proprietário. Uma
vez sob o controle do municí-
pio, considera-se importante
o estímulo de novos usos de
natureza cultural e de ativida-
des voltadas a escala do pe-
destre, resgatando uma inte-
ração a nível da calçada com
as edificações. Se tratando
rua trajano. aos usos qualitativos com co-
fonte: acervo pessoal. municação com a rua, ressal-
31
ta-se também a importância de um tratamento adequado das áreas térreas,
tanto se tratando especificamente das relações que as aberturas com a rua
possibilitarão no espaço edificado, como também a sensibilidade em ampliar
as áreas de calçada, de modo a não criar barreiras físicas nos passeios e ce-
dendo um espaço maior ao pedestre, transformando a área antes degradada e
com ambiência de insegurança em um local qualificado e convidatido a novas
dinâmicas urbanas.
acessos convidativos
32
- aplicação de instrumentos legais previstos no PD de
DIRETRIZES modo a garantir o uso das áreas edificadas inseridas
CONDICIONANTES: na cidade;
- recuperação das edificações degradadas;
- venda/aluguel dos novos espaços;
- estímulo a novos usos;
- obrigatoriedade de fachadas ativas e maior comunica-
ção com o espaço da rua;
- implementação de marquises e elementos de sombrea-
mento sobre os passeios;
- ampliação e refor ma das calçadas de modo a não con-
for mar bar reiras nos passeios;
- tratamento adequado aos acessos de veículos de modo
a não interferir nas áreas de estar confor madas.
33
D - MARQUISES
a ocorrência desses espaços no tecido urbano da área de estudo está indicada no mapa da página 14, pela letra “D”.
34
É interessante ressaltar que, apesar das situações de marquise em Flo-
rianópolis não oferecerem especificamente tratamento adequado para a perma-
nência e serem caracterizadas pela presença de fachadas cegas, são os locais
que mais concentram pessoas na região central. Fica evidente a necessidade
de abrigo das condições climáticas no espaço urbano coletivo, especialmente
tendo-se em conta o clima da cidade, extremamente úmido e marcado por mu-
danças repentinas de temperatura e condições climáticas. Por ter as estações
do ano muito bem demarcadas e não possuir estação seca, a atratividade de
elementos como as marquiases reside na proteção contra as chuvas, que ocor-
rem com frequencia o ano todo, e a incidência solar, principalmente no verão.
35
disposição de mobiliário urbano de
per manência
local de encontros
36
- potencialização da apropriação já existente, for mal-
DIRETRIZES mente reconhecendo tais tipologias como espaços pú-
CONDICIONANTES: blicos;
- implementação de mobiliário urbano de per manência;
- posicionamento do mobiliário de modo a não interferir
nos fluxos das calçadas;
- iluminação pública adequada;
- implementação de lixeiras;
- incor poração de pontos de transpor te coletivos pró-
ximos, de modo a oferecer um local protegido do clima
para aguardar.
37
E - EDIFICAÇÕES TOMBADAS SEM USO
a ocorrência desses espaços no tecido urbano da área de estudo está indicada no mapa da página 14, pela letra “E”.
38
A ausência de uma legislação específica em relação a manutenção de
edificações históricamente significativas à cidade, bem como a impossibilidade
de obrigar todo e qualquer proprietário a arcar com o custoso processo de res-
tauro, acaba abrindo brechas para o abandono de tais imóveis. Imovéis esses
que são a memória viva da cidade, fazem alusão a uma maneira de construir
mais sensível a escala da cidade, com traços arquitetônicos característicos e
que não podem ser recriados - são o que mantém a memória afetiva da cidade
viva até os dias atuais, considerando que as áreas em que estão inseridos já
foram completamente descaracterizadas por incontáveis intervenções e novas
construções. É de extrema importância a valorização de tais edificações, que
representam valores e modos de habitar únicos da nossa história.
Sendo os maiores entraves para uma efetiva manutenção dos bens tom-
bados os altos custos de restauro e os empecilhos burocráticos para qualquer
alteração nas edificações, considera-se necessária uma revisão do processo
burocrático, num primeiro momento, flexibilizando os processos mais simples
de intervenções de pequeno porte. Em um segundo momento, seria necessária
a participação das administrações municipais, com a elaboração de programas
incentivadores das iniciativas de restauro, concedendo benefícios ou até ofere-
39
cendo apoio financeiro no custeio das obras de restauro, tendo em vista o in-
substituível valor afetivo que essas edificações carregam, na tentativa de man-
ter viva a memória coletiva da cidade.
conjuntos históricos preser vados e plenamente utilizados contribuem para o for talecimento da ide
40
- auxílio financeiro para o custeio de obras de restauro;
DIRETRIZES - flexibilização dos processos burocráticos relacionados
CONDICIONANTES: a recuperação dos edifícios;
- implementação de descontos nas taxas de ar recadação
prediais municipais;
- incentivo e flexibilização para usos diversificados nas
edificações restauradas (culturais, educacioanis, de la-
zer);
- campanhas de conscientização acerca da impor tância
de tais edificações, buscando maior apoio da comunida-
de nos processos de revitalização e renovação de usos.
entidade local
41
F - ESPAÇO RESIDUAL DO SISTEMA VIÁRIO
a ocorrência desses espaços no tecido urbano da área de estudo está indicada no mapa da página 14, pela letra “F”.
42
Nas duas modalidades observadas, a principal problemática ainda re-
side no conflito entre o fluxo de carros e pedestres. Na cidade, a presença
do automóvel é tão marcante que o pedestre se limita a ocupar os (poucos)
espaços que lhes são destinados, sendo que estes devem ser devidamente pro-
tegidos fisicamente de modo a consolidar a “posse” do homem. O descaso no
tratamento dos espaços exclusivamente destinados aos pedestres gera situa-
ções ambíguas, onde nenhum dos dois se identifica como protagonista da área,
promovendo o gradativo desuso por ambas as partes, perpetuando os espaços
ociosos na cidade.
As áreas residuais são na maior parte das vezes pequenas demais para
serem parceladas e efetivamente ocupadas, sendo a solução costumeiramente
adotada dar tratamento de rótula ou de “praça” para a área, colocando o pedes-
tre na situação de enfrentar o carro para acessar tais locais. O conflito de flu-
xos presente nas rótulas e praças cercadas por elementos viários se torna uma
barreira física e psicológica para o usuário de tal espaço, contribuindo para a
percepção de local perigoso e desagradável para permanência. A presença de
elementos físicos que promovam uma certa proteção da figura do automóvel
para o usuário é essencial em tais espaços, caso contrário a sensação de in-
segurança desestimula o seu uso enquanto local de descanso e permanência.
A segunda crítica a ser feita é a nominação de tais locais como praças, consti-
tuindo soluções improvisadas e ineficientes para suprir a carência de espaços
públicos na cidade, uma vez que os locais não recebem efetivamente nenhum
tipo de tratamento ou qualificação de espaço público, se restringindo ao título
de tal apenas.
43
tais espaços residuais ilhados, de modo a
reforçar o direito do pedestre a tais áreas,
seja pela remoção de vias ou por um trata-
mento diferenciado da mesma, evidencian-
do um local de diminuição de velocidade e
respeito a escala humana. Juntamente, de-
vem ser estimulados novos usos para tais
áreas, seja através de uma maior conexão
dos térreos, ou pela implementação de mo-
biliários urbanos reforçando a qualidade de
espaço de permanência. A configuração de
novos locais seguros de trocas sociais e
encontros na conversão destas áreas para
o uso qualificado do pestre carrega um po-
tencial de conscientização gigantesco para
a população acerca da inversão de priori-
dades na cidade, sendo um exemplo de in-
tervenção contendo modificações extrema-
mente simples no sistema viário, mas que
são capazes de gerar retornos enormes se
aplicados por todo o território da área cen-
tral.
DIRETRIZES
CONDICIONANTES:
44
incentivo a fachadas ativas
45
G - LOTES OCIOSOS
desvaloriza o entorno
a ocorrência desses espaços no tecido urbano da área de estudo está indicada no mapa da página 14, pela letra “G”.
46
Considerando o lote urbano um bem único, de dimensões e localização
geográfica irreplicável, o valor de mercado da terra na área central costuma ser
elevado em relação as demais áreas da cidade, considerando o privilégio de ser
bem servido de infraestrutura urbana e fácil acesso tanto através do transporte
coletivo quanto do individual. De modo semelhante a ocorrência de edificações
ociosas ou protegidas enquanto patrimônio, os lotes ociosos também são frutos
da retenção especulativa, onde o proprietário aguarda transformações qualita-
tivas e que valorizam o seu imóvel no contexto urbano para então decidir qual
o uso mais rentável pode dar a sua propriedade. No meio tempo, a falta de uso
do lote estimula a degradação visual do mesmo e uma desvalorização de seu
entorno, uma vez que gera uma ambiência negativa e deixa de estimular trocas
a nível do pedestre.
47
Uma vez desaprorpiados tais locais oferecem o potencial de se torna-
rem novas centralidades urbanas, com a oferta de espaços coletivos de reunião
e realização de atividades ao ar livre, atualmente escassos no contexto da área
central de Florianópolis, promovendo um local qualificado para que acontecam
as trocas sociais e uma consequente valorização do seu entorno, uma vez que
mais pessoas passariam a frequentar o local.
elementos de
proteção física
da rua
estimulo a atividades
diversificadas
48
DIRETRIZES - aplicação de instrumentos relacionados
CONDICIONANTES: ao parcelamento, edificação ou utilização
compulsórias;
- descumprimento das situações indica-
das acar reta na desapor priação do lote;
- usos de lazer e valorização do espaço
público a serem implementados pelas mu-
nicipalidades;
- implementação de proteções físicas da
rua (balizadores e canteiros);
- implementação de mobiliário urbano;
- adição de elementos de sombreamento e
proteção ao clima;
- iluminação pública adequada e lixeiras;
- realização de novas atividades de lazer
(exibição de filmes, feiras, exposições).
arborização e sombrea-
mento (proteção climática)
49
H - ESCADARIAS
a ocorrência desses espaços no tecido urbano da área de estudo está indicada no mapa da página 14, pela letra “H”.
50
As escadarias são locais únicos no ambiente urbano, que se desenvol-
vem sobre declives acentuados demais para o automóvel, e acabam oferecendo
vistas privilegiadas aos pedestres passantes sobre pontos históricos e de gran-
de valor afetivo para a cidade, como o mercado público e o largo da alfânde-
ga. É importante ressaltar que apesar de não receberem mobiliário urbano ou
qualquer outra indicação enquanto espaço público qualificado de lazer, as es-
cadarias apresentam um uso intenso nos mais diversos horários do dia, não só
por atividades dinâmicas como a passagem mas também sendo possível avistar
sempre pessoas descansando em seus degraus, mesmo que brevemente. Tal
comportamento evidencia a escassez de locais qualificados como áreas de des-
canso na no centro,região concentradora de comércios e serviços, onde tem-se
um grande número de usuários que necessitam passar o tempo, mas que en-
contram oportunidades de descanso apenas em locais informais como peitoris,
apoiando-se em fachadas cegas e nos degraus das já mencionadas escadarias.
escadaria do rosário, rua trajano. Esse tipo de dinâmica
fonte: acervo pessoal.
poderia ser facilmente potencia-
lizada através de intervenções
simples e de fácil execução,
com a implementação de mobi-
liário urbano e iluminação ade-
quada, garantindo condições de
uso nos diversos horários do
dia. Novamente de modo seme-
lhante às marquises, a simples
colocação de mobiliário já se-
ria o suficiente para legitimar e
identificar efetivamente as es-
cadarias como locais públicos
de lazer e permanência, estimu-
lando de maneira qualificada a
permanência e o descobrimento
das visuais sobre a cidade que
escadaria do rosário, rua trajano. estes locais oferecem.
fonte: acervo pessoal.
É interessante ressaltar
também a possibilidade de tais
locais receberem eventos de
pequeno porte, como apresenta-
ções espontâneas de música e
a organização de pequenas ex-
posições e feiras de comércio,
uma vez que a realização de
tais atividades nesses pontos
não teria impacto algum sobre o
escadaria entre rua deodo-
ro e pres. nereu ramos trânsito da cidade, não sendo-
fonte: acervo pessoal.
51
necessário nenhum tipo de restrição que tais atividades aconteçam. A quali-
ficação do uso para permanência tem a tendência de atrair um número cada
vez maior de indivíduos procurando passar o tempo, que por consequencia irá
gradativamente atrair novos usos das edificações imediatamente nas bordas
das escadarias, estimulando usos que se relacionam com o espaço da rua nos
térreos das edificações.
estímulo a atividades e
fachadas ativas
52
DIRETRIZES - legitimação enquanto espaço público, de modo a
CONDICIONANTES: estimular o potencial de apopriação já existente;
- estímulo a apreciação das visuais privilegiadas;
- implementação de mobiliário urbano de per ma-
nência;
- iluminação pública adequada;
- adição de elementos de sombreamento quando
possível;
- realização de atividades culturais e exposições;
- incentivo às edificações com tér reos ativos.
disposição do mobiliário
de modo a criar áreas de
convívio
implantação de mobiliá-
rio urbano estimlando a
per manêncoa
53
---- - FACHADAS NÃO ATIVAS
a ocorrência desses espaços no tecido urbano da área de estudo está indicada no mapa da página 14, pelas linhas
contínuas vermelhas.
54
A experiência urbana acontece a medida que nos deslocamos no es-
paço da cidade, na figura do pedestre, e percebemos as informações das edi-
ficações e das atividades exercidas em seus interiores através das aberturas
térreas. Quando os vislumbres são interessantes e variados, o ambiente urbano
é percebido como convidativo e enriquecedor, estimulando o pedestre a perce-
ber o seu entorno. Fachadas ativas tendem a estimular um caminhar em ritmo
mais lento, de modo a interpretar as informações, um número maior de pessoas
para ao seu redor, acontecem mais atividades e trocas sociais. Já quando o
contrário acontece, com térreos fechados, sem detalhes e com poucas abertu-
ras, a experiência do pedestre é pobre e impessoal, desestimulando o mesmo a
permanecer naquele local.
rua deodoro
fonte: acervo pessoal.
55
a execução de elementos de sombreamento através da implantação de tendas
ou marquises, oferecendo então não apenas locais de descanso, mas também
espaços protegidos do clima. Tais locais oferecem as condições perfeitas para
resgatar a vitalidade repelida pelas fachadas cegas, estabelecendo novos lo-
cais de trocas e encontros ao longo do território da área central. De modo se-
melhante as modificações propostas na modalidade das edificações sem uso,
como se fala da criação de mobiliário em área externa a edificação, ao lote, tal
medida deve estar acompanhada de uma ampliação do espaço físico da calça-
da, caso essa situação não ocorrra dentro das áreas de calçadão.
implementação de mobiliário
urbano de per manência
56
DIRETRIZES - contrapar tida de criação de áreas de descanso nas
CONDICIONANTES: situações de fachadas cegas de frente para a rua;
- quando não houver a situação de calçadão, prever a
ampliação dos passeios de modo a não criar espaços
de per manência em meio ao fluxo de pedestres;
- implementação de mobiliário urbano de per manên-
cia;
- adição de elementos de sombreamento quando pos-
sível;
- obrigatoriedade de uma porcentagem da área tér-
rea se traduzir em fachada ativa e convidativa para o
caso de novas edificações.
identificação de facha-
das não ativas
57
CONSIDERAÇÕES FINAIS
58