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ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO-DIRETOR DO __º OFÍCIO CRIMINAL

DA COMARCA DE ____

Processo nº _____

Q, qualificado a fls., nos autos do processo-crime


que se lhe move o Ministério Público, por seu bastante procurador, vem, mui
respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, inconformado com a decisão de fls, que
não admitiu o processamento de recurso em sentido estrito, interpor a presente

CARTA TESTEMUNHÁVEL

com fulcro no art. 639, I, do Código de Processo Penal, a fim de que seja devidamente
recebida, processa e encaminhada ao Egrégio Tribunal de Justiça. Desde logo, apresenta
as juntas razões e lista das indicas peças para a formação do traslado: Certidão de
intimação tanto do réu quanto do defensor da sentença de pronúncia; a r. sentença que
rejeitou as razões do recurso em sentido estrito.

Comarca, data.

_________________

Advogado

OAB
RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL

__ª Vara do Júri da Comarca da___.

Processo nº__

Pelo testemunhante: Q

Testemunhado: Ministério Público

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,

CONSPÍCUOS SENHORES DESEMBARGADORES,

DOUTA PROCURADORIA DE JUSTIÇA:

1. Fora o réu “Q” pronunciado, como incurso no


art. 121, caput, do Código Penal, com direito de aguardar o julgamento pelo Tribunal
popular em liberdade. Tendo ciência o procurador constituído da decisão que
pronunciou o réu, deixou a sabendas de interpor recurso em sentido estrito, pois que
houve por conveniente expor a tese defensiva quando do julgamento perante o colegiado
popular.

2. Entretanto, o MM. Juiz determinou a


expedição de mandado para que fosse o acusado cientificado da sentença pessoalmente.
Ocasião em que assinou termo de recurso, por julgar conveniente a revisão da decisão
de pronúncia pelo Tribunal de Justiça.

3. Diante de tal situação, possuindo o réu


legitimidade para recorrer das decisões que lhe forem prejudicais ou desfavoráveis,
presentou o defensor razões de recurso, indeferindo-as, contudo, o d. magistrado,
argumentando havia esvaído o prazo, levando, portanto, em consideração apenas a
intimação da defesa técnica.

4. Há mister insurgir-se contra tal decisão, que


não pode prosperar. Não se pode olvidar o princípio constitucional da ampla defesa,
cujo conteúdo não só garante a defesa propriamente técnica, senão que a autodefesa do
acusado. De mais a mais, prova inequívoca desse princípio, é a dupla intimação, sendo
tanto o defensor como réu por igual intimados da decisão. Assim que, razão não há para
que se indefira as razões do recurso, porquanto não há divergência entre a autodefesa e
a defesa técnica, uma vez que esta concordou em oferecer razões, o que efetivamente
levou a efeito.

5. Donde,

Não há subsistir o suposto descompasso entre


defensor e constituinte, pois que, positivamente, a tão só apresentação das razões
recursais já denota avença entre réu e advogado. É que, tirante o debate no plenário do
Tribunal do Júri, há inequívoca prevalência da autodefesa ao longo de todo o iter
processual, em que pese venha sendo mitigado, a ponto de ser possível apelar-se duma
decisão ainda que não queira tal o constituinte, como se nota de jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal:

Com efeito, a jurisprudência desta Suprema Corte está


cristalizada no sentido de que "a renúncia do réu ao direito de apelação,
manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da
apelação por este interposta" (Súmula 705/STF). Na esteira desse
entendimento, destaco precedentes: "Recurso: legitimidade do defensor para
interpô-lo, não prejudicada pela renúncia do réu. 1. No processo penal, o
papel do defensor, constituído ou dativo, não se reduz ao de simples
representante ad judicia do acusado, investido mediante mandato, ou não,
incumbindo-lhe velar pelos interesses da defesa: por isso, a renúncia do réu
à apelação não inibe o defensor de interpô-la. 2. A pretendida eficácia
preclusiva da declaração de renúncia ao recurso pelo acusado reduziria a
exigência legal de subseqüente intimação do defensor técnico - com a qual
jamais se transigiu - a despropositada superfetação processual. 3. Dado que
a jurisprudência do STF já não reclama o trânsito em julgado da condenação
nem para a concessão do indulto, nem para a progressão de regime de
execução, nem para o livramento condicional, o eventual interesse do réu na
obtenção de tais benefícios não se pode opor ao conhecimento do recurso
interposto por seu defensor" (HC nº 76.524/RJ, Tribunal Pleno, Relator o
Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 29/8/03); "(...). O conflito de vontades
entre o acusado e o defensor, quanto a interposição de recurso, resolve-se,
de modo geral, em favor da defesa técnica, seja porque tem melhores
condições de decidir da conveniência ou não de sua apresentação, seja como
forma mais apropriada de garantir o exercício da ampla defesa.
Precedentes. Prescrição da pretensão punitiva a operar em beneficio do réu"
(RE nº 188.703/SC, Segunda Turma, Relator o Ministro Francisco Rezek, DJ
de 13/10/95). O acórdão recorrido divergiu desse entendimento e merece ser
reformado. Ante o exposto, firme na jurisprudência da Corte, conheço do
recurso extraordinário e lhe dou provimento (art. 21, § 2º do RISTF).
[RE 637.628, rel. min. Dias Toffoli, dec. monocrática, j.
8-6-2011, DJE 112 de 13-06-2011.]

6. Assim,

Apresentando a defesa técnica razões, não há que


se falar em divergência, pois que, conforme entendimento da mais alta corte, o conflito
de vontades se resolve, de modo geral, em favor da defesa técnica. Ora, no caso, a defesa
técnica achou conveniente apresentar as razões recursais e assim o fez; logo, não há
conflito de interesses, pois que as vontades convergem, em ordem a interpor as razões
do recurso em sentido estrito, julgando o defensor ser do interesse do acusado recorrer.

7. Portanto,

Havendo dupla intimação, era preciso observar


que o prazo se esvairia se da intimação os prazos ambos corressem in albis, ou seja, se
ambos tivessem permitido que a decisão passasse em julgado.

7. Diante de tudo e por tudo, aguarda o


testemunhante seja dado provimento ao presente recurso, determinando-se o
processamento do recurso em sentido estrito, possibilitando a nova análise da sentença
de pronúncia, pois que tal é a medida que se impõe como mandamento da mais inteira

JUSTIÇA.

Comarca, data.

_______________

Advogado
OAB.

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