MENDONÇA, Marina Gusmão de. A grande ilusão (1959-1961). In:____.
O demolidor de presidentes. 2ª ed. São Paulo: Códex, 2002. p. 219-261.
NACIONALISMO X LIBERALISMO: O PÊNDULO IDEOLÓGICO
(p. 219-228):
- O governo JK se caracterizou como o período de maior estabilidade
política entre 1945 e 1964. Atitude conciliatória de JK e grande expansão econômica; - Dois fatores contribuíram para o desenvolvimento nesse período: 1 – aumentos dos investimentos do Estado; 2 – entrada maciça de capital externo. Isso permitiu a continuidade do processo de substituição de importação, que de um lado levaria a aceleração do desenvolvimento e por outro agravaria as pressões inflacionárias e os desequilíbrios regionais, que estariam no centro da crise do início dos anos 1960; - Os investimentos em infraestrutura para a ampliação do parque industrial se deram a partir do capital estrangeiro, o que gerou o aumento da dívida externa, em um momento de baixa nas exportações; - “(...) as várias classes sociais vitoriosas em 1930 haviam identificado no nacionalismo a solução para os problemas do país. Porém, durante o governo Juscelino, em que pese o ufanismo, teria início uma transição da sociedade que levaria, na primeira metade da década de 1960, ao choque final entre dois projetos antagônicos para o desenvolvimento brasileiro: de uma lado, o modelo de substituição de importações e, de outro, o de desenvolvimento associado e dependência (...).” (p. 220); - Fragilidade do pacto populista estabelecido a partir de 1930 (Estado de Compromisso): “(...) a partir de determinado momento, à burguesia industrial não mais interessaria a manutenção daquele compromisso, cuja contrapartida era a mobilização das massas populares.” (p. 220); - A burguesia industrial via no nacionalismo a expressão do atraso das massas populares, associando-se cada vez mais ao capital externo; - “Na verdade, a questão do nacionalismo se evidenciaria como uma decorrência das transformações econômicas e sociais, permeando, a partir de então, toda luta ideológica existente na sociedade.” (p. 221); - “A luta ideológica em torno do nacionalismo também se refletiria em torno do nacionalismo também se refletiria no sistema partidário, que assistiu, nesse período, ao desencadeamento de um processo de rearticulação, culminando, em princípio da década de 1960, na sua total desagregação. (...) Demonstravam uma clara tendência de crescimento do PTB e, em menor amplitude, da UDN, enquanto ocorria uma lenta queda na representação do PSD.” (p. 221); - Consequências do desenvolvimentismo associado: “De todo modo, ao final do período, o governo JK havia atingido os principais objetivos preconizados no Plano de Metas. Porém, e como reflexo da maior participação do Estado na economia, verificava-se, em contrapartida, o crescimento da máquina burocrática, a expansão do movimento sindical, a mobilização dos trabalhadores do campo (por meio das Ligas Camponeses e da sindicalização rural), o aumento da penetração do capital estrangeiro, o maior endividamento externo e o recrudescimento do processo inflacionário. (...) com a implantação de outro padrão de acumulação, também acirravam, e de maneira cada vez mais aguda, as contradições da sociedade. Estas estariam expostas por meio de inúmeros conflitos entre os grupos nacionalistas e os setores que preconizavam uma maior abertura da economia ao capital estrangeiro, exigindo, então soluções que o pacto populista não mais seria capaz de oferecer.” (p. 222); - Postura nacionalista e estatizante de Lacerda diante dos acordos de exploração do petróleo boliviano, de forma a criticar o governo e se manter em evidência; - Discussões sobre a questão educacional;
UMA NOVA TRAIÇÃO (p. 228-238):
- Participação de Lacerda no episódio do acordo de Roboré, da campanha
pela adoção de uma lei liberalizante para o ensino e das investidas contra a criação de Brasília. Além disso participou das articulações para a indicação da candidatura de Jânio Quadros à Presidência; - O candidato natural da UDN seria Juracy Magalhães, presidente nacional do partido e recém-eleito governador da Bahia, além de principal ideólogo da orientação pragmática adotada pela legenda; - Em fevereiro de 1959, Lacerda iniciou por meio do Tribuna da Imprensa, uma campanha em prol da candidatura do governador de SP, Jânio Quadros; - “Portanto, a opção de Lacerda por Jânio Quadros, além de se configurar como uma manobra política para liquidar as pretensões de Juscelino, estava, na verdade, condicionada a dois fatores: primeiramente, conduzir, enfim, a UDN ao poder, o que, no seu entendimento, só seria possível mediante o lançamento de um nome aparentemente imbatível nas urnas; em segundo lugar, encontrar formas de viabilizar seu projeto pessoal de vir a ser o candidato udenista às eleições presidenciais de 1965.” (p.230); - Jânio jamais se conformaria com o papel de coadjuvante no palco montado por Lacerda para alcançar suas aspirações pessoais. “Ne tinha motivos para isso: vitorioso em todas as eleições que disputara, naquele momento eram uma das figuras de maior proeminência política do país, com enorme penetração popular e possuidor de um eleitorado cativo, extremamente sensível a seus irados apelos pela moralidade administrativa e pelo trabalho árduo como única forma digna de ascensão social. (...) Contudo, as características política de Jânio, com seus apelos de cunho demagógico e seu desprezo pelas organizações partidárias que, em última análise, desembocavam num extremo personalismo, não eram aceitas pelo próceres realistas.” (p. 231); - Movimento Popular Jânio Quadros (p. 231); - “A Convenção a UDN acabaria por sacramentar a solução propugnada por Lacerda: Jânio obteve 205, contra 83 dados a Juracy.” (p. 232); - “A candidatura de Jânio representara um alento para esses grupos, que se consideraram, então, próximos da realização de seu maior sonho, isto é, “varrer” definitivamente, os usurpadores do poder da cena política brasileira.” (p. 233); - Rebelião de Aragarças; - Dissabores de Lacerda com as forças armadas que passaram a vê-lo com desconfiança e como sendo um traidor; A UDN NO PODER: UMA VITÓRIA INCOMPLETA (p. 238-247):
- Alto custo de vida de Lacerda e dívidas acumuladas;
- Acusações contra Lacerda de corrupção; - “(...) Leandro Maciel, cuja campanha não encontrava a menor receptividade popular, renunciou à candidatura. (...) Procurando uma solução contemporizadora, o diretório decidiu manter Magalhães Pinto no cargo, ao mesmo tempo em que acatou a permanência de Lacerda na condução da campanha de Jânio.” (p. 241); - Lacerda apoiava o nome de Milton Campos em detrimento de Magalhães Pinto, com o objetivo de criar uma cortina de fumaça no partido, a fim de que tivesse seu nome viabilizado; - “(...) a eleição de Jânio o elevaria à condição de principal responsável pela primeira vitória nacional da UDN, possibilitando-lhe adquirir projeção de que necessitava para vir a ser escolhido candidato presidencial do partido no pleito de 1965.” (p. 243); - Indicação do nome de Lacerda para compor a chapa como candidato à vice; - Candidatura ao Governo do Estado da Guanabara; - “O candidato do PST, com sua capacidade de penetração nas camadas mais baixas do eleitorado do eleitorado, conseguira, realmente, dividir os votos dos setores populares, dando a vitória a Lacerda.” (p.245); - Jânio obteve 48% dos votos, cerca de 5.636.623 de sufrágios, conseguindo a vitória; - “A candidatura de Adhemar parece ter cumprido, no plano nacional, o mesmo papel desempenhado por Tenório Cavalcanti na eleição carioca, isto é, dividir os votos das camadas mais baixas da população.” (p. 246); - “Todavia, o pleito presidencial deixaria a nu todas as contradições da democracia populista. Na verdade, a campanha de Jânio, conduzida com base numa plataforma ambígua, dirigira-se, preferencialmente, à parcela do eleitorado que se considerava prejudicada pela política econômica do governo JK, e era, portanto, sensível a apelos demagógicos de caráter moralista. O combate à corrupção administrativa e à inflação tornaram-se, assim, as principais bandeiras do candidato, que não deixaria de contemplar, de alguma forma, os interesses dos setores nacionalistas, prometendo a adoção de uma política externa independente.” (p. 246); - A vitória de João Goulart à vice-presidência demonstra que “(...) o sucesso de Jânio significava muito mais ums vitória pessoal do candidato do que a tão almejada conquista do poder pela UDN. A instabilidade emocional e o personalismo do novo presidente, aliados ao seu profundo desprezo pelos partidos políticos e pelo compromissos assumidos, logo deixariam claro que, na verdade, mais uma vez o partido fora derrotado.” (p. 247);
A ILUSÃO PERDIDA (p. 247-261):
- “A passagem de Jânio Quadros pela Presidência da República seria
marcada por conflitos que, em grande medida, refletiam todas as contradições econômicas e sociais do Brasil da época. De um lado, salientava-se a figura carismática, porém autoritária e personalista de Jânio. De outro, as ambiguidades de uma política externa independente preconizada por Afonso Arinos de Melo Franco, Ministro das Relações Exteriores.” (p. 247); - Jânio assumiu o governo em um espectro de crise: ritmo de crescimento econômico dava sinais de retração; a inflação galopante corroía o salário da massa trabalhadora e da classe média; os investimentos se reduziam; denúncias de corrupção eram cada vez maiores; - “Do ponto de vista da conjuntura internacional, o recrudescimento da guerra fria, a partir dos rumos tomados pela Revolução Cubana, exasperava o conflito ideológico entre os setores que defendiam projetos antagônicos para o desenvolvimento nacional, além de provocar o aumento das pressões externa sobre o governo brasileiro.” (p. 247); - Sistema partidário em desagregação; - Plataforma janista conservadora e moralista, discurso paternalista de viés autoritário, ascético e personalista. Os sete meses de governo Jânio se traduziram nessas contradições; - Jânio tentou conter os efeitos da crise, sentidos por grande parte de seu eleitorado, adotando medidas econômicas de base ortodoxa a partir de uma política de modernização conservadora; - Foram constituídas diversas comissões de inquérito e sindicâncias afim de apurar possíveis irregularidades na esfera administrativa; - “Seguindo a política preconizada pelo FMI, o Ministro da Fazenda Clemente Mariani, anunciou, desde logo, por meio da Instrução 204 da Sumoc, a instituição daquilo que se convencionou chamar de “verdade cambial”. Promovia-se, desse forma, uma desvalorização de 50% da moeda, liquidando-se também as taxas múltiplas de câmbio, que haviam sido, desse o segundo governo Vargas, o alicerce da política de industrialização.” (p. 248); - Reduziu-se também, como forma de combater a inflação, os subsídios para alguns produtos, aumento o custo de vida, especialmente na camada mais pobre da população, visto que o preço do pão e do transporte público dobrou de preço; - “Para reduzir o crônico déficit no balanço de pagamentos, foram concedidos incentivos ao setor exportador, eliminando-se, portanto, o “confisco cambial”. Com tais medidas Jânio pretendia obter do FMI aprovação para conseguir renegociar a dívida externa. Os esforços foram bem-sucedidos, pois alguns meses depois foi anunciada a concessão de um empréstimo de 2 bilhoes de dólares, assim como a extensão do prazo para pagamento das dívidas. A contrapartida, entretanto, foi uma séria restrição financeira interna, queprovocou o agravamento das condições de vida das massa populares.” (p.249); - “No que diz respeito à corrupção e à ineficiência da administração pública, o governo Jânio Quadros se caracterizou por uma política punitiva, com permanente fiscalização e perseguição a funcionários considerados relapsos.” (p. 249); - Medidas moralizantes: proibiu o consumo de lança-perfume durante o carnaval, o uso de biquínis nas praias do Rio de Janeiro e de maiôs cavados nos desfiles de beleza, as corridas de cavalo durante a semana e as brigas de galo; - As medidas moralizantes e de eficiência administrativa esbarraram no velho clientelismo e apadrinhamento, que se institucionalizara desde a República Velha; - “Dessa maneira, se de um lado a promessa de realização de uma política moralizante da administração pública havia sido um instrumento da vitória eleitoral de Jânio, carreando-lhe os votos da pequeno-burguesia, sensível a esse discurso, no poder ela se tornava inconveniente, pois atingia frontalmente interesses partidários, corporativos e de classe.” (p. 250); - “(...) o personalismo de Jânio e sua desconsideração pelos partidos políticos logo acarretaram insatisfações na UDN. A despeito de ter indicado vários nomes que compunham o Ministério, o partido não participava, efetivamente, da maioria das decisões governamentais, o que gerava uma sensação permanente de alijamento e frustração. Como bem assinalou Maria Victoria Benevides, “através da política dos ‘bilhetinhos’ Jânio convertera seus ministros em meros executores de determinações presidenciais”. Por outro lado, anulou “qualquer mediação entre o presidente e o poder regional e local”, revelando, “pelo tratamento dispensado aos parlamentares e empresários”, um profundo desprezo “por tudo aquilo que não fosse emanação direta de sua própria autoridade, supervalorizada por uma voluntarismo quase místico na crença absoluta no mandato independente”.” (p. 250); - O resultado da política interna de Jânio foi a perda completa de sua base de apoio, passando a ser alvo da indiferença, quando não da hostilidade dos grupos que o haviam alçado ao poder. Para compensar essa perda, ele se voltaria aos setores intelectuais, nacionalistas e de esquerda, que, não obstante, discordassem de sua política econômica e moralizante, buscavam dissuadi-lo a voltar atrás nas medidas recessivas e o apoiavam nas questões diplomáticas; - “Portanto, se internamente a político do governo Jânio Quadros era marcada pelo conservadorismo e pelo moralismo demagógico, as diretrizes foram completamente inversas quanto à política externa, tornando-se, aparentemente, uma marca da ambiguidade do presidente, pois lhe carreava certo apoio dos setores nacionalistas e de esquerda.” (p. 250-251); - Afonso Arinos, Ministro das Relações Exteriores e ligado a ala liberal da UDN, buscava implementar uma política externa de viés independente, o que significava ignorar o alinhamento incondicional ao bloco ocidental capitalista, liderado pelos EUA; - Essa nova diretriz da política externa, buscava ampliar o leque do comércio exterior brasileiro, buscando novos mercados, de modo que isso refletisse em superávit no balaço de pagamentos, bem como impulsionasse o desenvolvimento econômico interno. “Assim, na busca de novos mercados e visando objetivos comerciais, iniciaram-se entendimentos diplomáticos com países asiáticos, africanos e do Leste Europeu. Além do apoio à autodeterminação de Cuba e aos movimentos emancipacionistas da África Colonial.” (p. 251); - “A política externa independente provocou suspeitas de segmentos católicos e enfureceu alguns setores militares e o grupo lacerdista, que tinham no anticomunismo uma de suas principais bandeiras, defendendo o alinhamento incondicional aos Estados Unidos. (...) Os conflitos em relação à política externa do governo começaram a tomar vulto em abril de 1961, após a frustrada tentativa de invasão de Cuba por parte de tropas enviadas aos Estados Unidos.” (p. 251); - Os grupos conservadores e anticomunistas reagiram a invasão da Baía dos Porcos com entusiasmo. Lacerda saudou o episódio como sendo o início da liberdade do povo cubano, que havia sido traído pelo revolucionário que se transformou em tirano; - “A frustrada manobra militar marcava, assim, o início de divergências irreconciliáveis entre Jânio e o governador, e dava a este o pretexto de que precisava para deflagrar uma campanha implacável contra a política externa brasileira: a urgência da retomada da luta contra o comunismo.” (p. 252); - A ala denominada de Bossa Nova da UDN, apoiava a política externa de Jânio, enquanto Lacerda desferia ácidos ataques ao projeto diplomático do governo Quadros, associando-o ao projeto nacionalismo, que por sua vez estava ligado ao comunismo, que deveria, segundo ele, ser ferrenhamente combatido; - “(...) o anticomunismo – com toda sua carga emocional mobilizadora – se afigurava, naquele momento, como uma bandeira importuníssima para carrear-lhe simpatias perante a classe média e os grupos militares. Assumindo, mais uma vez, a postura de missionário que luta contra todas as forças do mal, foi com esse objetivo que Lacerda procurou explorar ao máximo os temores a respeito de um possível avanço comunista no Brasil.” (p. 254-255); - O combate ao governo cubano se tornaria a marca de sua cruzada contra o comunismo; - “Sob a batuta de Carlos Lacerda, a política externa tornou-se, pois, o alvo privilegiado dos ataques desfechados pelos setores mais conservadores da sociedade. (...) Na verdade, a política externa independente era apenas o pretexto, pois o foco de insatisfação estavam relacionados às medidas de caráter econômico do governo, notadamente as propostas de elaboração das leis antitrustes e de regulamentação da remessa de lucros para o exterior, bem como a reforma agrária e a revisão dos Códigos Civil, Penal e Comercial. A questão se agravou em julho, quando Jânio deliberou que se iniciassem entendimentos com vistas ao reatamento de relações diplomáticas com a União Soviética. E, no final do mês, o vice-presidente João Goulart embarcou com sua comitiva para uma visita oficial à China.” (p. 255); - “A situação se tornaria insustentável em 19 de agosto, quando o presidente recebeu a visita de Ernesto “Che” Guevara, ministro da Indústria e Comércio de Cuba, que voltava de uma Conferência em Punta Del Este, no Uruguai. Independentemente das razões que o moveram, naquele dia, ao decidir condecorar o líder revolucionário com a Grã Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, Jânio forneceu o pretexto para que, enfim, se desencadeasse uma ofensiva irresistível contra seu governo, atraindo a fúria de militares anticolonialistas e da imprensa conservadora, sob a liderança de Carlos Lacerda.” (p. 256); - Acusações lacerdistas de que o presidente preparava um autogolpe; - Ida de Lacerda a Brasília e encontro com Pedroso Horta; - Condecoração por Lacerda ao líder contrarrevolucionário cubano Manuel Antonio Varona; - “Finalmente, no dia 24 de agosto, em cadeia de rádio e televisão, fez inflamado pronunciamento em que narrava a tentativa de aliciamento de que havia sido vítima, advertindo contra o perigo de um golpe iminente. No discurso, a pretexto de questionar os rumos da política externa do governo, retomou, com vigor, a pregação anticomunista.” (p. 258); - “As verdadeiras razões que levaram Jânio Quadros a renunciar ao cargo permanecem, até hoje, obscuras. No entanto, ao que tudo indica, ciente do fato de alguns setores das Forças Armadas oporiam enorme resistência à ascensão de Jango, o presidente provavelmente pretendia, com sua atitude, provocar uma crise institucional cuja única solução seria a recondução ao posto, imaginando também angariar apoio para exigir que lhe fossem conferidos os poderes especiais que vinha reclamando.” – tese do autogolpe (p. 259); - “(...) como se perceberia mais tarde, a renúncia de Jânio constituiu, na realidade, o estopim do processo de corrosão final da democracia populista, que culminou na implantação de uma ditadura.” (p. 261).