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disserta a respeito dos guetos judeus em Veneza, fazendo um paralelo direto com a obra de
Shakespeare “O mercador de Veneza”. Na obra de ficção, um cristão não consegue abater
uma dívida com um banqueiro judeu e se vê na obrigação de cumprir com sua palavra.
Veneza, a Pérola do Adriático era uma cidade de extrema importância comercial e de rotas,
pela sua localização geográfica estratégica tanto para as Cruzadas quanto para a exploração
de mercadoras vindas do oriente, mais especificamente especiarias. Após a destruição
causada pela guerra da Liga de cambrai, diversos judeus de diferentes partes da Europa
migraram para a “cidade imã”, que lhes parecia segura.
Na Itália forte e completamente cristã, esse povo era completamente segregado, sempre
culpados por todas as desgraças que atingiam Veneza, sendo símbolos de doenças
contagiosas, pestes e ate mesmo culpados pelo declínio da cidade. Por esse motivo
inclusive, se da o nome do capítulo, O medo do contato dos cristãos com os judeus. Eles
eram considerados intocáveis, em um sentido pejorativo.
Na obra de Shakespeare, o banqueiro acaba sendo derrotado e, além de tudo sua filha foge
de casa apaixonada por um cristão. Esse trecho é uma espécie de crítica a forma com que ao
longo do tempo a tradição judaica se tornou apenas usar uma marca amarela pela cidade,
sem um sentimento forte judaico.
No capítulo 4 de “História da Teoria da arquitetura” Hanno-Walter Kruft discorre a respeito
dos teóricos logo após o Tratado de Alberti, em que tentam dar a ele um ar mais atual e
acessível.
Francesco de Giorgio faz uma síntese sobre as ideias de Filarete e Alberti. Sua obra não é
simétrica e tem inicio com a construção das fortalezas e sustenta a ideia de Alberti dizendo
que todas as proporções e cálculos tem origem na perfeição do corpo humano. Ele cita
inclusive que este afirma que todas as medidas e proporções da arquitetura proveem do
corpo humano. Ele desenvolve sua teoria a partir da máxima de que “o homem é um animal
social”. Através da teoria habitacional de Filarete distingue cinco variedades de casa em que
a distribuição interna segue a função: casa para camponeses, para nobres, para artesãos,
para comerciantes e eruditos.
Leonardo da Vinci tem um caráter mais pratico do que teórico em seus escritos. Ele
apresenta uma forma urbana radical, em que a planta da cidade seria quadrada,
atravessada por canais e em que as vias seriam distinguidas para transporte de mercadorias
e vias de passagem.
O renascimento nos faz pensar o corpo humano e sua relação com a arquitetura e a cidade
na medida em que as proporções, as formas e a escala humana são minimalistamente
pensadas e valorizadas, o que reflete diretamente nas construções, na moradia onde vai
abrigar esse ser perfeito humano e é nele que aprendemos tudo para construí-la e faze-la de
forma a melhor atender suas necessidades e funções.