Sie sind auf Seite 1von 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

DISCIPLINA: PROCESSO PENAL IV

PROF.: DAVI

REMIÇÃO DE PENA – JURISPRUDÊNCIA

ALUNO: JEOVÁ SALES

REMIÇÃO DE PENA PELO TRABALHO

A remição inicia-se com a redução da pena pelo trabalho realizado. Qualquer


trabalho pode ser admitido para a obtenção do benefício, desde que reconhecido pelo
estabelecimento prisional.

Assim, a disciplina sempre prevalente era o desconto de 01 dia da pena por 03


dias trabalhados, e o beneficiário perdia todo o tempo remido em caso de
cometimento de falta grave, conforme previsão do artigo 127 da LEP.

Basicamente, estes eram os dois pontos importantes da disciplina do referido


Instituto.

Acerca desses dois temas, merecem citação dois julgados, a saber:

"Qualquer trabalho pode dar remição, mesmo faxineiro, sem remuneração ou previdência social" (TJSP, Ag.
112.124.3, Poá, rel. Sinésio de Souza, 30.03.1992, v u.: Ag. 161.534.3, Bauru, rel. Denser de Sá, 18.08.1994).

"O condenado, que está cumprindo pena privativa de liberdade, perde, ex vi art. 127 da LEP, o direito à
remição do período de trabalho ao cometer falta grave" (STJ, RHC 8.353/SP, 5ª T., rel. Felix Fischer, 13.04.1999, v.
u., DJ 31.05.1999 p. 157).

O STF por diversas vezes decidiu que a remição não constitui direito adquirido
do condenado e que a perda dos dias remidos pela prática de falta grave não ofenderia
e nem afrontaria a coisa julgada.

JURISPRUDÊNCIA

1. AGRAVO EM EXECUÇÃO. REMIÇÃO DA PENA. TRABALHO REALIZADO POR APENADO


DO REGIME ABERTO. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VEDAÇÃO LEGAL. PRINCÍPIO DA
IGUALDADE. A entrada em vigor da Lei 12.433/2011 que modificou a redação do art.
126 da LEP, junto com o seu § 6º, trazendo a possibilidade da remição da pena pelo
estudo nos regimes aberto e semiaberto e na liberdade condicional, não exclui a
possibilidade de remição pelo trabalho no regime aberto. Ao contrário, de acordo com
os princípios da igualdade e proporcionalidade, não pode ser feita qualquer
discriminação entre o estudo e o trabalho, pois...
(TJ-RS - AGV: 70047061387 RS, Relator: Francesco Conti, Data de Julgamento:
12/04/2012, Terceira Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
16/05/2012)

2. AGRAVO EM EXECUÇÃO. PEDIDO DE RETRATAÇÃO. PRAZO RECURSAL. CONVERSÃO DA


PENA RESTRITIVA DE DIREITOS EM PRIVATIVA DE LIBERDADE SEM A PRÉVIA AUDIÊNCIA
DE JUSTIFICAÇÃO. NULIDADE ABSOLUTA. REMIÇÃO DA PENA. TRABALHO REALIZADO
POR APENADO DO REGIME ABERTO. POSSIBILIDADE. LIVRAMENTO CONDICIONAL. 1 -
Pedido de reconsideração não possui o condão de interromper ou suspender o decurso
do prazo recursal. 2 - Prematura a conversão da pena restritiva de direitos - limitação
de final de semana - sem que tenha sido aprazada prévia audiência de justificação.
Com efeito, restam feridos os princípios constitucionais do contraditório, da ampla
defesa e do devido processo legal com a revogação do benefício, sem a prévia oitiva do
apenado em juízo, a fim de que o sentenciado tivesse a oportunidade de justificar o
porquê não se apresentou. Decisão cassada neste ponto. 3 - A entrada em vigor da Lei
12.433/2011 que modificou a redação do art. 126 da LEP, junto com o seu § 6º,
trazendo a possibilidade da remição da pena pelo estudo nos regimes aberto e
semiaberto e na liberdade condicional, não exclui a possibilidade de remição pelo
trabalho no regime aberto. Ao contrário, de acordo com os princípios da igualdade e
proporcionalidade, não pode ser feita qualquer discriminação entre o estudo e o
trabalho, pois tanto um quanto o outro são de suma importância para a ressocialização
dos apenados, devendo ser igualmente incentivados. 4 - Inviável acolher-se neste
momento o pedido de livramento condicional, na medida em que - a par de não ter
sido submetido ao juízo da execução - não há comprovação nestes autos dos requisitos
objetivo e subjetivo para a sua concessão. AGRAVO EM EXECUÇÃO PARCIALMENTE
CONHECIDO E, NESTA PARTE, COM PARCIAL PROVIMENTO. (Agravo Nº 70052492204,
Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Francesco Conti, Julgado
em 30/01/2013)
(TJ-RS - AGV: 70052492204 RS, Relator: Francesco Conti, Data de Julgamento:
30/01/2013, Quinta Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
07/02/2013)

3. Ementa: HABEAS CORPUS. REMIÇÃO DA PENA PELO TRABALHO. RETROATIVIDADE DA


LEI 12.433/2011. ORDEM CONCEDIDA. 1. O instituto da remição é de nítido caráter
penal. Instituto que, para maior respeito à finalidade reeducativa da pena, constitui
superlativo incentivo à aceitação daquilo que, discursivamente, nossa Lei de Execução
Penal chama de “programa individualizador da pena privativa de liberdade” (art. 6º da
Lei 7.210/1984). A remição premia o apenado que se revela capaz de disciplina e,
nessa vertente, valoriza o trabalho. Trabalho que a Constituição Federal promoveu às
categorias de princípio fundamental da República Federativa do Brasil (inciso IV do art.
1º) e de pilar da ordem social brasileira (art. 193). Sendo certo que a ulterior redação
do art. 127 da Lei de Execução Penal desvalorizava aquilo que a Constituição qualifica
sobremaneira. 2. A resposta estatal à indisciplina carcerária é de incorporar um juízo de
graduação da falta, mesmo grave, para, se for o caso, proporcionalizar as
consequências dela advindas. Isso em homenagem à garantia da individualização da
pena, já na fase intramuros penitenciários. 3. O comando que se lê no inciso XL do art.
5º da Constituição Federal faz da retroação da norma penal mais benéfica um direito
que assiste a todo réu ou pessoa já penalmente condenada. Com o que a
retroatividade benigna opera de pronto, por mérito da Constituição mesma.
Constituição que se põe, então, como o único fundamento de validade da retroação
penal da norma de maior teor benfazejo. É como dizer: se a benignidade está na regra
penal, a retroação eficacial está na Constituição mesma. 4. Ordem concedida.

(STF - HC: 110317 MS, Relator: Min. AYRES BRITTO, Data de Julgamento: 07/02/2012,
Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-073 DIVULG 13-04-2012 PUBLIC 16-04-2012)

4. AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL - REMIÇÃO DA PENA PELO TRABALHO EXECUTADO


PELO APENADO - CÁLCULO COM BASE NOS DIAS TRABALHADOS - JORNADA MÍNIMA
DE SEIS E MÁXIMA DE OITO HORAS - INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 126, § 1º, II, E 33 DA
LEI DE EXECUÇÃO PENAL. 1. A remição da pena pelo trabalho executado pelo apenado
deverá ser calculada com base na proporção de 1 (um) dia a cada 3 (três) trabalhados,
independentemente das horas trabalhadas, desde que dentro do intervalo legal de seis
a oito horas, consoante determinação dos artigos 126, § 1º, II, e 33, da Lei de Execução
Penal.
(TJ-MG - AGEPN: 10079130787116001 MG, Relator: Paulo Calmon Nogueira da Gama,
Data de Julgamento: 03/12/2015, Câmaras Criminais / 7ª CÂMARA CRIMINAL, Data de
Publicação: 11/12/2015)

REMIÇÃO DE PENA POR ESTUDO

Depois da disciplina do instituto da remição pelo trabalho, surgiu no país uma


forte tendência de se aproveitar também a remição pelos estudos do preso.

Foram várias as decisões nesse sentido, até que o STJ viesse a pacificar o tema
com a edição da Súmula 341, com a seguinte redação:

SÚMULA N. 341 A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução
de pena sob regime fechado ou semiaberto.

Com o entendimento já consolidado pela permissão da remição pelos estudos


do preso, coube ao legislador incorporar o tema ao ordenamento jurídico brasileiro,
com a edição da lei nº 12.433/2011, que determinou nova redação ao artigo 127 a 130
da Lei de Execução Penal, com grandes inovações ao instituto que, a partir de então,
ganha novas roupagens de cunho garantista.

Em síntese, a partir da nova ordem legal, passou o condenado que cumpre a


pena em regime fechado ou semiaberto a remir, pelo trabalho e agora pelo estudo,
parte do tempo de execução da pena.
A contagem do tempo remido continuou de 1 (um) dia de pena a cada 3 (três)
dias de trabalho, mas a contagem da remição pelo estudo passou a ser de 1 (um) dia
de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de
requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias.

Passou a admitir as atividades de estudo pelo tradicional método presencial


ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades
educacionais competentes dos cursos frequentados.

Permitiu-se, também, a cumulação dos casos de remição, das horas diárias de


trabalho e de estudo definidas de forma a se compatibilizarem.

O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos


estudos continuará a beneficiar-se com a remição.

Outra inovação importante na remição pelos estudos foi a possibilidade de


acréscimos de novo tempo na redução da pena em casos de conclusão dos cursos.

Assim, o tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3
(um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o
cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de
educação.

O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que


usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular
ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de
prova.

JURISPRUDÊNCIA

5. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE. EXECUÇÃO DA PENA. PRÁTICA DO ESTUDO


COMO FORMA DE REMIÇÃO DA PENA EM REGIME ABERTO. CURSOS NÃO
PRESENCIAIS. METODOLOGIA DE ENSINO À DISTÂNCIA. POSSIBILIDADE. RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. O artigo 126 da Lei de Execucoes Penais,
após as alterações da Lei nº. 12.433/2001, passou a admitir a prática do estudo como
forma de remição da pena aos sentenciados que cumprem pena em qualquer regime.
2. Nos termos do artigo 126, § 1º, inciso I e § 2º, da LEP, as formas de estudo podem
ser em ensino fundamental, médio, superior, ou ainda de educação profissional,
podendo ser realizados de forma presencial ou à distância. 3. De acordo com os
dispositivos legais pertinentes à matéria, não há qualquer óbice aos condenados no
regime aberto em remir parte do tempo da pena com o estudo na modalidade à
distância. 4. Embargos infringentes conhecidos e parcialmente providos para autorizar
a realização de cursos não presenciais pelo embargante, por metodologia de ensino à
distância, nos termos do voto vencido, devolvendo-se os autos ao Juízo das Execuções
para avaliar a compatibilidade dos horários dos cursos à distância.

(TJ-DF - EIR: 20150020004600, Relator: ESDRAS NEVES, Data de Julgamento:


01/06/2015, Câmara Criminal, Data de Publicação: Publicado no DJE : 10/06/2015 .
Pág.: 102)

6. AGRAVO EM EXECUÇÃO - REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO - INOBSERVÂNCIA DOS


PARÂMETROS DO ART. 126, § 1º, I, DA LEP - RECURSO PROVIDO. Nas disposições do
art. 126 da LEP, verifica-se a possibilidade da remição da pena pelo estudo na
proporção de 01 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de freqüência escolar,
divididas, no mínimo, em 03 (três) dias.

(TJ-MG - AGEPN: 10223082612647001 MG, Relator: Paulo Cézar Dias, Data de


Julgamento: 29/04/2014, Câmaras Criminais / 3ª CÂMARA CRIMINAL, Data de
Publicação: 08/05/2014)

REMISSÃO PELA LEITURA

Assim, como se percebe, a remição se iniciou pelo trabalho, passando pelos


estudos, e agora, com muita força, os Tribunais Superiores passam a admitir esta
remição pela leitura.

O CNJ, através da Recomendação nº 44/2013, passou a estimular a concessão


do benefício pelo exercício da leitura literária, clássica, científica ou filosófica, dentre
outras. Artigo 1º, inciso V, in verbis:

V - estimular, no âmbito das unidades prisionais estaduais e federais, como forma de atividade
complementar, a remição pela leitura, notadamente para apenados aos quais não sejam assegurados os direitos
ao trabalho, educação e qualificação profissional, nos termos da Lei n. 7.210/84 (LEP - arts. 17, 28, 31, 36 e 41,
incisos II, VI e VII), observando-se os seguintes aspectos:

Destarte, o CNJ recomenda a adoção de critério objetivo, segundo o qual, o


preso terá o prazo de 21 (vinte e um) a 30 (trinta) dias para a leitura da obra,
apresentando ao final do período resenha a respeito do assunto, possibilitando,
segundo critério legal de avaliação, a remição de 4 (quatro) dias de sua pena e, ao final
de até 12 (doze) obras efetivamente lidas e avaliadas, a possibilidade de remir 48
(quarenta e oito) dias, no prazo de 12 (doze) meses, de acordo com a capacidade
gerencial da unidade prisional.

JURISPRUDÊNCIA
7. HABEAS CORPUS Nº 317.678 - SP (2015/0043501-3) RELATOR : MINISTRO NEWTON
TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SC) IMPETRANTE : DEFENSORIA
PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADVOGADO : CAMILA GALVÃO TOURINHO -
DEFENSORA PÚBLICA IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DO ESTADO DE SÃO
PAULO PACIENTE : GILMAR DA CRUZ FURLAN JUNIOR (PRESO) DECISÃO I - RELATÓRIO:
GILMAR DA CRUZ FURLAN JUNIOR cumpre pena privativa de liberdade no Presídio da
Polícia Militar Romão Gomes. O Juízo de Direito da Vara de Execuções Criminais da
Justiça Militar do Estado de São Paulo declarou remidos 04 (quatro) dias de pena "pela
leitura", nos termos da Recomendação n. 44/20013 do Conselho Nacional de Justiça
(fls. 30/43). Pelas razões sintetizadas na ementa do acórdão, a seguir reproduzida, o
Tribunal de Justiça Militar daquela unidade federativa deu provimento ao agravo em
execução interposto pelo Ministério Público: POLÍCIAL MILITAR. Agravo em Execução
Penal. Recurso interposto pelo Ministério Público contra decisão de Primeiro grau que
concedeu remição da pena por leitura ao sentenciado. Recomendação do Conselho
Nacional de Justiça. Ausência de previsão legal. Interpretação extensiva da Lei nº
7.210/84 inaplicável ao caso. Leitura do livro 'A Cabana'. Simples resumo, que
facilmente pode ser conseguido na rede mundial de computadores. Hábito da leitura
deve ser incentivado sempre, não com o intuito de diminuir a pena, mas pelo prazer de
ler e de aprender. Agravo ministerial provido. Não se conformando com o acórdão, a
Defensoria Pública daquela unidade federativa impetrou, nesta Corte, o habeas corpus
em análise, sustentando, em síntese, que: a) "o art. 126 da Lei de Execucoes Penais
prevê que o condenado que cumpre pena em regime fechado ou semiaberto possa
remir parte de sua pena pelo estudo"; b) "não há que se falar em ofensa ao princípio
da legalidade na aplicação da remição pela leitura, já que a leitura é trabalho
intelectual que, para os fins do art. 126 da Lei de Execucoes Penais, equipara-se ao
estudo" (fls. 01/07). Ao final, requereu a concessão da ordem, liminarmente, para que
seja reconhecida "a legalidade da remição pela leitura, declarando a remição de 4
(quatro) dias da pena do paciente, nos termos do art. 126 da LEP e Resolução 44/2013
do Conselho Nacional de Justiça" (fl. 07). II DECISÃO: 01. Na ementa do acórdão
relativo ao Habeas Corpus n. 300.638/MS, julgado em 24/02/2015, assentei:
"Prescreve a Constituição da República que 'conceder-se-á habeas-corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder' (art. 5º, inc. LXVIII). O Código de
Processo Penal impõe aos juízes e aos tribunais que expeçam, 'de ofício, ordem de
habeas corpus, quando, no curso de processo, verificarem que alguém sofre ou está na
iminência de sofrer coação ilegal' (art. 654, § 2º). Desses preceptivos constitucional e
legal se infere que no habeas corpus devem ser conhecidas quaisquer questões de fato
e de direito relacionadas a constrangimento ou ameaça de constrangimento à
liberdade individual de locomoção. Por isso, impõe-se seja processado para aferição da
existência de 'ilegalidade ou abuso de poder' no ato judicial impugnado, ainda que
substitutivo do recurso expressamente previsto para o caso (STF, HC 121.537, Rel.
Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma; HC 111.670, Rel. Ministro Cármen Lúcia,
Segunda Turma; STJ, HC 277.152, Rel. Ministro. Jorge Mussi, Quinta Turma; HC
275.352, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma)." O precedente se
aplica ao caso em exame. Não há como conhecer do habeas corpus, porque
substitutivo de recurso. Porém, deve ser processado "para aferição da existência de
'ilegalidade ou abuso de poder' no ato judicial impugnado". 02. O ordenamento
jurídico não dispõe, expressamente, sobre a concessão de liminar em habeas corpus.
Contudo, implicitamente está ela prevista no § 2º do art. 660 do Código de Processo
Penal: Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da
coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento. A
sua concessão é admitida pela doutrina (v. Eugênio Pacelli de Oliveira, Curso de
processo penal, Lumen Juris, 2009, 11ª ed., p. 807) e pelos tribunais. Porém, como
medida absolutamente excepcional, reservada para casos em que se evidencie, de
modo flagrante, coação ilegal ou derivada de abuso de poder, em detrimento do
direito de liberdade, exigindo demonstração inequívoca dos requisitos autorizadores: o
periculum in mora e o fumus boni iuris"(STF, HC n. 116.638, Rel. Ministro Teori
Zavascki; STJ, AgRgHC n. 22.059, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido). No caso sub
judice, não se encontram presentes as circunstâncias excepcionais que autorizam o
deferimento da tutela de urgência liminar reclamada. Nesta fase processual, para
rejeitá-la, valho-me de excertos dos fundamentos do acórdão impugnado:"Também
nos arts. 126 a 130 da LEP, nos quais está disciplinado o instituto da remição, não há
qualquer referência à hipótese de resgate da pena por meio da leitura, de modo que o
Judiciário não deve tomar tal atividade como causa de concessão do referido benefício,
sob pena de afronta ao princípio da legalidade. Infere-se claramente do texto legal que
o art. 2º acima mencionado consagra expressamente o princípio da legalidade na
execução penal. Ademais, conforme se observa no art. 126, alterado pela Lei
12.433/11, não há previsão da remição pela leitura na LEP. In verbis: Art. 126. O
condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. § 1º A contagem de
tempo referida no caput será feita à razão de: I- 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze)
horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificacão profissional - divididas, no
mínimo, em 3 (três) dias: II- 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. § 2º As
atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão ser desenvolvidas de
forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas
pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados. § 3º Para fins
de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão
definidas de forma a se compatibilizarem. § 4º O preso impossibilitado, por acidente,
de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. §
5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no
caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento
da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. § 6º O
condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui
liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de
educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova,
observado o disposto no inciso Ido §§ Iº deste artigo. § 7º O disposto neste artigo
aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. § 8º A remição será declarada pelo juiz da
execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. (g.n.) Assim, assiste razão ao
membro do Ministério Público quando alega que a benesse concedida ao sentenciado
pelo N. Magistrado a quo vai contra a teleologia da execução penal, uma vez que a
nova redação do art. 126 da Lei de Execução Penal demonstra a preocupação do
legislador Com a capacitação profissional do interno, de modo que a mera leitura de
um livro, com a produção de resenha, não atende a esse objetivo. Nota-se que referida
alteração foi promovida para incentivar que os sentenciados melhor se preparem para
exercer uma atividade econômica quando do regresso à sociedade, haja vista que o
mercado de trabalho está cada vez mais exigente, não só em relação à experiência
profissional, mas também quanto à escolaridade dos trabalhadores. A Recomendação
nº 44/13 do CNJ, por sua vez, em seu art. 1º, inciso V, prevê tal remição nos seguintes
termos: V - estimular, no âmbito das unidades prisionais estaduais e federais, como
forma de atividade complementar, a remição pela leitura, notadamente para apenados
aos quais não sejam assegurados os direitos ao trabalho, educação e qualificação
profissional, nos termos da Lei n. 7.210/84 (LEP - arts. 17, 28, 31, 36 e 41, incisos II, VI e
VII), observando-se os seguintes aspectos: a) necessidade de constituição, por parte da
autoridade penitenciária estadual ou federal, de projeto específico visando à remição
pela leitura, atendendo a pressupostos de ordem objetiva e outros de ordem subjetiva;
b) assegurar que a participação do preso se dê de forma voluntária, disponibilizando-se
ao participante 1 (um) exemplar de obra literária, clássica, científica ou filosófica,
dentre outras, de acordo com o acervo disponível na unidade, adquiridas pelo Poder
Judiciário, pelo DEPEN, Secretarias Estaduais/Superintendências de Administração
Penitenciária dos Estados ou outros órgãos de execução penal e doadas aos
respectivos estabelecimentos prisionais; c) assegurar, o quanto possível, a participação
no projeto de presos nacionais e estrangeiros submetidos à prisão cautelar; d) para
que haja a efetivação dos projetos, garantir que nos acervos das bibliotecas existam, no
mínimo, 20 (vinte) exemplares de cada obra a ser trabalhada no desenvolvimento de
atividades; e) procurar estabelecer, como critério objetivo, que o preso terá o prazo de
21 (vinte e um) a 30 (trinta) dias para a leitura da obra, apresentando ao final do
período resenha a respeito do assunto, possibilitando, segundo critério legal de
avaliação, a remição de 4 (quatro) dias de sua pena e ao final de até 12 (doze) obras
efetivamente lidas e avaliadas, a possibilidade de remir 48 (quarenta e oito) dias, no
prazo de 12 (doze) meses, de acordo com a capacidade gerencial da unidade prisional;
f) assegurar que a comissão organizadora do projeto analise, em prazo razoável, os
trabalhos produzidos, observando aspectos relacionados à compreensão e
compatibilidade do texto com o livro trabalhado. O resultado da avaliação deverá ser
enviado, por ofício, ao Juiz de Execução Penal competente, a fim de que este decida
sobre o aproveitamento da leitura realizada, contabilizando-se 4 (quatro) dias de
remição de pena para os que alcançarem os objetivos propostos; g) cientificar, sempre
que necessário, os integrantes da comissão referida na alínea anterior, nos termos do
art. 130 da Lei n. 7.210/84, acerca da possibilidade de constituir crime a conduta de
atestar falsamente pedido de remição de pena; h) a remição deverá ser aferida e
declarada pelo juízo da execução penal competente, ouvidos o Ministério Público e a
defesa; i) fazer com que o diretor do estabelecimento penal, estadual ou federal,
encaminhe mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os presos
participantes do projeto, com informações sobre o item de leitura de cada um deles,
conforme indicado acima; j) fornecer ao apenado a relação dos dias remidos por meio
da leitura. (g.n) Nessa conformidade, é possível concluir que a Recomendação do CNJ
viola o princípio da legalidade, posto que a Lei de Execução Penal, após a mencionada
alteração, além da remição pelo trabalho, possibilitou a remição pela 'frequência
escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou
superior, ou ainda de requalificação profissional', mas nada mencionou a respeito do
resgate da pena pela leitura de livro. Portanto, ainda que a intenção da remição pela
leitura seja elogiável, impossível compatibilizá-la com a ordem constitucional e
legal."(fls. 47/50) Anoto que, em decisões unipessoais, os Ministros integrantes da
Terceira Seção desta Corte têm afirmado que, quando a"motivação que dá suporte à
pretensão liminar confunde-se com o mérito do writ", deve"o caso concreto ser
analisado mais detalhadamente quando da apreciação e do seu julgamento definitivo"
(HC 306.389/SP, Rel. Ministro Jorge Mussi, DJe de 14.10.2014; HC 306.666/SP, Rel.
Ministro Sebastião Reis Júnior, DJe de 13.01.2014; HC 303.408/RJ, Rel. Ministro Rogerio
Schietti Cruz, DJe de 15.09.2014; HC 296.843/SP, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis
Moura, DJe de 24.06.2014). 03. À vista do exposto, indefiro a liminar postulada.
Solicitem-se informações à autoridade coatora. Posteriormente, remetam-se os autos
ao Ministério Público Federal. Publique-se. Intimem-se. Brasília, 18 de março de 2015.
Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SC) Relator

(STJ - HC: 317678 SP 2015/0043501-3, Relator: Ministro NEWTON TRISOTTO


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SC), Data de Publicação: DJ 26/03/2015)

8. DECISÃO: ACORDAM os Senhores Magistrados integrantes da Quarta Câmara Criminal


do e. Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Desembargador Relator.
EMENTA: RECURSO DE AGRAVO - EXECUÇÃO PENAL - REMIÇÃO DA PENA PELA LEITURA
- INSURGÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - ALEGAÇÃO DE QUE NÃO COMPETE AO
LEGISLATIVO ESTADUAL EDITAR NORMA A RESPEITO DO BENEFÍCIO - DESCABIMENTO -
TESE DE AUSÊNCIA DE DOCUMENTO EXIGIDO POR LEI A EMBASAR O DEFERIMENTO DA
REMIÇÃO - IMPROCEDÊNCIA - RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO - RECURSO NÃO
PROVIDO (TJPR - 4ª C.Criminal - RA - 1194294-8 - Foro Central da Comarca da Região
Metropolitana de Curitiba - Rel.: Renato Naves Barcellos - Unânime - - J. 27.11.2014)
(TJ-PR - EP: 11942948 PR 1194294-8 (Acórdão), Relator: Renato Naves Barcellos, Data
de Julgamento: 27/11/2014, 4ª Câmara Criminal, Data de Publicação: DJ: 1495
28/01/2015)

REMISSÃO COMO PENA CUMPRIDA ART.128

9. AGRAVO EM EXECUÇÃO. REMIÇÃO DA PENA PELOS DIAS DE REPOUSO SEMANAL.


IMPOSSIBILIDADE. - O trabalho do apenado esta regulado pela Lei de Execucoes
Penais, que, além de não prever a remição de pena sobre os dias de repouso semanal,
ainda afasta expressamente a aplicação das regras previstas na Consolidação das Leis
do Trabalho ao exercício laboral dos apenados. É o que prevê o art. 28, § 2º, da LEP.
Agravo desprovido. (Agravo Nº 70057052722, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Dálvio Leite Dias Teixeira, Julgado em 19/02/2014)
(TJ-RS - AGV: 70057052722 RS, Relator: Dálvio Leite Dias Teixeira, Data de Julgamento:
19/02/2014, Oitava Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
07/04/2014)

10. Agravo em execução. Remição de penas. Tempo de desconto abatido do total da pena,
e não considerado como pena efetivamente cumprida. Nova redação do art. 128 da Lei
de Execucoes Penais. Obrigatoriedade de computação do tempo remido como pena
cumprida, para todos os efeitos. Recurso provido.

(TJ-SP - EP: 70144028820148260482 SP 7014402-88.2014.8.26.0482, Relator: Francisco


Bruno, Data de Julgamento: 18/02/2016, 10ª Câmara de Direito Criminal, Data de
Publicação: 18/02/2016)

11. LIVRAMENTO CONDICIONAL - CÔMPUTO DO TEMPO REMIDO PELO TRABALHO -


DESCONTO DO TOTAL DA REPRIMENDA IMPOSTA - ART. 128 DA LEI DE EXECUÇÕES
PENAIS. O tempo remido pelo trabalho, para a contagem do prazo necessário à
concessão do livramento condicional, em atenção ao art. 128 da Lei de Execuções
Penais, deve ser descontado do total da reprimenda imposta. EXECUÇÃO PENAL -
CRIMES HEDIONDOS - ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR - AGRAVO
INTERPOSTO PELO ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO VISANDO À REVOGAÇÃO DE
LIVRAMENTO CONDICIONAL PELO NÃO PREENCHIMENTO DO REQUISITO TEMPORAL -
CUMPRIMENTO DE MAIS DE DOIS TERÇOS DA REPRIMENDA IMPOSTA QUANDO DO
JULGAMENTO DO AGRAVO PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA - PERDA DE OBJETO - RECURSO
PREJUDICADO. Cumpridos mais de dois terços da reprimenda imposta na data do
julgamento de agravo interposto pelo órgão do Ministério Público visando à revogação
de livramento condicional, ao argumento de que não teria sido preenchido o requisito
objetivo para a concessão do benefício, fica prejudicado o recurso, porquanto
manifesta a perda de seu objeto.

(TJ-SC - RECAGRAV: 33252 SC 1999.003325-2, Relator: Paulo Gallotti, Data de


Julgamento: 13/04/1999, Primeira Câmara Criminal, Data de Publicação: Recurso de
agravo n. 99.003325-2, de Chapecó.)

12. RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO - TRÁFICO DE DROGAS - CONDENADO A PENA DE


06 ANOS E 08 MESES DE RECLUSÃO EM REGIME INICIAL FECHADO - PROGRESSÃO DE
REGIME - DIAS REMIDOS SOMADOS AO TEMPO DO CUMPRIMENTO DA PENA PELO
MAGISTRADO “A QUO” - INCONFORMISMO MINISTERIAL - PRETENDIDO DECRÉSCIMO
DO MONTANTE DA PENA IMPOSTA - INVIABILIDADE - REDAÇÃO ATUAL DO ART. 128 DA
LEI DE EXECUCOES PENAIS - RECURSO DESPROVIDO. O art. 128 da Lei de Execucoes
Penais, com a redação a ele conferida com o advento da Lei nº 12.433/11, dirime a
questão relativa ao cômputo dos dias remidos, que incide sobre a pena cumprida e não
pela imposta na sentença exequenda. (AgExPe 19312/2011, DRA. GRACIEMA R. DE
CARAVELLAS, TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 14/03/2012, Publicado no DJE
23/03/2012)
13.
(TJ-MT - EP: 00034364020108110064 19312/2011, Relator: DRA. GRACIEMA R. DE
CARAVELLAS, Data de Julgamento: 14/03/2012, TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL, Data de
Publicação: 23/03/2012)

14. AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL - PRELIMINAR SUSCITADA EM CONTRARRAZÕES


RECURSAIS - INTEMPESTIVIDADE - INOCORRÊNCIA - MÉRITO - PROGRESSÃO DE
REGIME - CRIME HEDIONDO - INEXIGIBILIDADE DA CONFIGURAÇÃO DA REINCIDÊNCIA
ESPECÍFICA PARA APLICAÇÃO DA FRAÇÃO DE 3/5 (TRÊS QUINTOS) - CRIME COMUM -
LAPSO TEMPORAL DE 1/6 (UM SEXTO) - EXEGESE DO ART. 112 DA LEP - RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. - Não há falar em intempestividade do recurso se, entre o
prazo de intimação da Defensoria Pública e a interposição do Agravo em Execução, não
decorreu o prazo de 10 (dez) dias, mormente se considerarmos o fato de que os
membros da Defensoria Pública gozam de prazos contados em dobro. Inteligência do
artigo 197 da Lei nº 7.210/84, súmula 700 do STF e art. 128, I, da Lei Complementar nº
80/94. - A Lei 8.072/90, em seu art. 2º, § 2º, não determina a necessidade de
reincidência específica para a aplicação in concreto do lapso mais gravoso para a
progressão de regime. - Fora as hipóteses de crimes hediondos ou a eles equiparados,
o interstício temporal a ser observado, para fins de aferição do preenchimento do
requisito objetivo para a concessão da progressão de regime, é aquele previsto no art.
112, da Lei de Execução Penal.

(TJ-MG - AGEPN: 10481110106087001 MG, Relator: Edison Feital Leite, Data de


Julgamento: 17/04/2013, Câmaras Criminais / 4ª CÂMARA CRIMINAL, Data de
Publicação: 25/04/2013)

Das könnte Ihnen auch gefallen