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Aula 06

Questões Comentadas de Português - CESPE - p/ TRE-MT (todos os cargos)

Professor: Ludimila Lamounier


Português para o TRE/MT Analista e Técnico
Profª Ludimila Lamounier

AULA 06 – LÍNGUA PORTUGUESA

SUMÁRIO PÁGINA
Lista de Questões 02 - 32
Gabarito 33 -34
Questões Comentadas 35 - 126
Redação Oficial: um pouco de teoria 127 - 146
Particularidades Léxicas e Gramaticais: um pouco de 147 – 156
teoria
Estrutura e formação das palavras: um pouco de teoria 157 – 161
Funções da linguagem: um pouco de teoria 162
Variação Linguística: um pouco de teoria 163 - 165

Olá, amigos do Estratégia Concursos!

Preparado para a nossa Aula 06 de Língua Portuguesa para o


concurso do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso –
Analista e Técnico Judiciário?

Nesta aula, veremos alguns tópicos relativos à Redação oficial e


adequação de linguagem e formato textual documental. Quero
ressaltar que, para além das regras e conhecimentos específicos do
assunto, a reunião de todos os conhecimentos vistos até aqui é
fundamental para o domínio completo do tema. Muitas provas de
concurso, ao avaliar o conhecimento do candidato em relação à
Redação Oficial, exigem o correto emprego das regras gramaticais em
sua totalidade. Dessa maneira, não hesite em revisar os principais
conceitos de ortografia, acentuação, sintaxe, emprego da crase e dos
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pronomes, entre outros.


A outra parte da aula será dedicada a determinadas
particularidades léxicas que são fundamentais, como o uso das
palavras “que”, “se” e “como”. Além disso, achei interessante incluir
outros assuntos que caem em concursos, são eles: estrutura e
formação de palavras; funções da linguagem e variação
linguística. Apesar desses temas não aparecerem explicitamente no
edital, julgo fundamental para uma compreensão melhor da Língua
Portuguesa e realização do concurso.
Vamos lá?

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LISTA DE QUESTÕES

Questão 01 – (CESPE) Técnico Judiciário – TJ-SE/2014

Com relação às características gerais da redação oficial, julgue o item que se segue.

A redação oficial consiste na comunicação tanto do poder público quanto do


particular, com o objetivo de transmitir mensagem de interesse público
relevante.

Questão 02 – (CESPE) Todos os Cargos – TJ-SE/2014

À luz das orientações presentes no Manual de Redação da Presidência da


República, julgue o próximo item.

Nas comunicações oficiais dirigidas a ministros de tribunais superiores, deve-se


empregar a forma de tratamento Vossa Excelência. Caso possua o título de
doutor, o ministro destinatário pode, ainda, ser designado como doutor.

Questão 03 – (CESPE) Conhecimentos Básicos – TJ–SE/2014

À luz das orientações presentes no Manual de Redação da Presidência da


República, julgue o próximo item.

Embora aviso e ofício sigam o mesmo padrão formal — o padrão ofício —, as


funções desses documentos são distintas.

Questão 04 – (CESPE) Auditor Governamental – CGE-PI/2015


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(Texto para as questões 04, 05, 06 e 07)

Mem. 15/2014-CGE/PI

Teresina, 10 de outubro de 2014.

Ao Sr. José Alves André

Assunto: Reunião sobre Gestão de Convênios

1. Informo que, no próximo dia 25, às 9 horas, na sala de treinamento, será


promovida reunião em que se tratará dos convênios celebrados por este órgão.

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2. Solicito o comparecimento dos servidores dessa unidade, munidos dos


relatórios anuais a serem discutidos com o diretor financeiro e o coordenador do
setor, de forma a sanar possíveis questionamentos e dúvidas.
3. Esclarecimentos adicionais podem ser obtidos pelo ramal 678.

Atenciosamente,

[espaço para a assinatura]


[Nome]
Controlador-Geral do Estado

Considerando as disposições do Manual de Redação da Presidência da


República, julgue o item que se segue, a respeito da adequação, do
formato e da linguagem da comunicação oficial hipotética Mem. 15/2014-
CGE/PI.

Seriam mantidas a correção e a adequação da linguagem se fosse inserido o


complemento a Vossa Senhoria imediatamente após a forma verbal “Informo”.

Questão 05 – (CESPE) Auditor Governamental – CGE-PI/2015

Considerando as disposições do Manual de Redação da Presidência da


República, julgue o item que se segue, a respeito da adequação, do
formato e da linguagem da comunicação oficial hipotética Mem. 15/2014-
CGE/PI.

Para se adequar ao padrão exigido para memorando, a referência ao destinatário


deveria ter sido feita pelo cargo ocupado por José Alves André.

Questão 06 – (CESPE) Auditor Governamental – CGE-PI/2015


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Considerando as disposições do Manual de Redação da Presidência da


República, julgue o item que se segue, a respeito da adequação, do
formato e da linguagem da comunicação oficial hipotética Mem. 15/2014-
CGE/PI.

No parágrafo introdutório, exige-se, além da apresentação do assunto que motivou


a comunicação oficial, a inserção de formas indiretas como recurso de polidez —
“Cumpre-me informar que”, por exemplo —, expressão essa que poderia substituir
o trecho “Informo que”.

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Questão 07 – (CESPE) Auditor Governamental – CGE-PI/2015

Considerando as disposições do Manual de Redação da Presidência da


República, julgue o item que se segue, a respeito da adequação, do
formato e da linguagem da comunicação oficial hipotética Mem. 15/2014-
CGE/PI.

Como o memorando é uma forma de comunicação interna, o emprego da sigla do


órgão expedidor ao lado do tipo e número do expediente é facultativo.

Questão 08 – (CESPE) Analista Judiciário – TRE-GO/2014


(Texto para as questões 08 e 09)

Xxx. 1032/SeTec
Goiânia, 15 de janeiro de 2015.
Ao Senhor Chefe do Setor de Documentação
Assunto: Oficinas de apresentação do novo sistema operacional
1. Como é sabido, recentemente adquirimos um novo sistema operacional. Como
se trata de um sistema muito diferente do anterior, informo a Vossa Senhoria que
o Setor de Tecnologia (SeTec) oferecerá, entre os dias 26 e 30 de janeiro deste
ano, uma série de oficinas práticas para apresentação desse novo sistema aos
funcionários.
2. Por essa razão, solicito que, no período acima indicado, Vossa Senhoria libere
todos os funcionários do seu setor duas horas antes do fim do expediente para que
eles possam frequentar as oficinas.
3. Devo mencionar, por fim, que a participação dos funcionários nas oficinas é
obrigatória, pois o novo sistema já entrará em funcionamento no dia 20 de julho do
corrente ano. Nessa data, todos já deverão conhecê-lo e saber como operá-lo.

Atenciosamente, 62456350391

(espaço para assinatura)


[nome do signatário]
Chefe do Setor de Tecnologia

Com base no disposto no Manual de Redação da Presidência da República,


julgue o item que se seguem, a respeito da correspondência oficial
hipotética Xxx. 1032/SeTec, anteriormente apresentada, na qual o
remetente e o destinatário são funcionários de igual nível hierárquico de
um mesmo órgão da administração pública.

De acordo com as informações apresentadas, é correto afirmar que essa


comunicação é um memorando. Por esse motivo, em lugar de “Xxx.", no início do
expediente, deveria constar a abreviação Mem.

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Questão 09 – (CESPE) Analista Judiciário – TRE-GO/2014

Com base no disposto no Manual de Redação da Presidência da República,


julgue o item que se segue, a respeito da correspondência oficial
hipotética Xxx. 1032/SeTec, anteriormente apresentada, na qual o
remetente e o destinatário são funcionários de igual nível hierárquico de
um mesmo órgão da administração pública.

A numeração dos três parágrafos que compõem o texto é opcional.

Questão 10 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – Polícia Federal/2014

Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da redação oficial.

Quando se utiliza o memorando, os despachos devem ser dados no próprio


documento. Nesse caso, se o espaço disponível for insuficiente para todos os
despachos, devem-se usar folhas de continuação.

Questão 11 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – Polícia Federal/2014

Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da redação oficial.

As comunicações oficiais podem ser remetidas em nome do serviço público ou da


pessoa que ocupa determinado cargo dentro do serviço público.

Questão 12 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – Polícia Federal/2014

Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da redação oficial.

Os expedientes que seguem o padrão ofício são documentos que compartilham as


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mesmas partes e a mesma diagramação, como, por exemplo, o aviso, o


memorando e a mensagem.

Questão 13 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – Polícia Federal/2014

Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da redação oficial.

A identificação do signatário em expediente não remetido pelo presidente da


República deve ser feita pelo nome e pelo cargo da autoridade expedidora do
documento.

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Questão 14 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das correspondências


oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redação
da Presidência da República.

Procedimentos rotineiros incorporados ao longo do tempo, como as formas de


tratamento e de cortesia, o emprego de jargões técnicos específicos, a estrutura
dos expedientes e a fixação dos fechos, definem um padrão oficial para a
linguagem a ser empregada na redação das comunicações oficiais.

Questão 15 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das correspondências


oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redação
da Presidência da República.

Uma mensagem de correio eletrônico só tem valor documental se houver


confirmação de recebimento ou de leitura da mensagem pelo destinatário e se
existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma
estabelecida em lei.

Questão 16 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das correspondências


oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redação
da Presidência da República.

A concisão é uma qualidade dos textos oficiais intimamente relacionada ao princípio


da economia linguística, que visa eliminar do texto redundâncias e passagens que
nada acrescentem ao que já tenha sido dito.

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Questão 17 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das correspondências


oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redação
da Presidência da República.

O tratamento Digníssimo deve ser empregado para todas as autoridades do poder


público, uma vez que a dignidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
cargos públicos.

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Questão 18 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das correspondências


oficiais, julgue o item que se segue, de acordo com o Manual de Redação da
Presidência da República.

A estrutura da exposição de motivos varia conforme sua finalidade: há uma


estrutura própria para exposição de motivos cuja finalidade seja unicamente
informar e outra estrutura própria para a exposição de motivos cujo objetivo seja
propor alguma medida ou submeter projeto de ato normativo.

Questão 19 – (CESPE) – Nível Superior - MEC/2014

Nenhuma ação educativa pode prescindir de uma reflexão sobre o homem e de uma
análise sobre suas condições culturais. Não há educação fora das sociedades
humanas e não há homens isolados. O homem é um ser de raízes espaçotemporais.
De forma que ele é, na expressão feliz de Marcel, um ser “situado e temporalizado”.
A instrumentação da educação — algo mais que a simples preparação de quadros
técnicos para responder às necessidades de desenvolvimento de uma área —
depende da harmonia que se consiga entre a vocação ontológica desse “ser situado
e temporalizado” e as condições especiais dessa temporalidade e dessa
situacionalidade.

Se a vocação ontológica do homem é a de ser sujeito e não objeto, ele só poderá


desenvolvê-la se, refletindo sobre suas condições espaçotemporais, introduzir-se
nelas de maneira crítica. Quanto mais for levado a refletir sobre sua
situacionalidade, sobre seu enraizamento espaçotemporal, mais “emergirá” dela
conscientemente “carregado” de compromisso com sua realidade, da qual, porque é
sujeito, não deve ser simples espectador, mas na qual deve intervir cada vez mais.

Paulo Freire. Educação e mudança. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 61
(com adaptações).

Julgue o item seguinte, referente às ideias e a aspectos linguísticos do


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texto acima.

O termo “porque” (sublinhado no texto) poderia, sem prejuízo para a correção


gramatical e o sentido do texto, ser substituído por por que.

Questão 20 – (CESPE) – Médico do Trabalho - CAIXA/2014

Campos achava grande prazer na viagem que íamos fazendo em trem de ferro. Eu
confessava-lhe que tivera maior gosto quando ali ia em caleças tiradas a burros,
umas atrás das outras, não pelo veículo em si, mas porque ia vendo, ao longe, cá
embaixo, aparecer a pouco e pouco o mar e a cidade com tantos aspectos
pinturescos. O trem leva a gente de corrida, de afogadilho, desesperado, até a
própria estação de Petrópolis. E mais lembrava as paradas, aqui para beber café, ali

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para beber água na fonte célebre, e finalmente a vista do alto da serra, onde os
elegantes de Petrópolis aguardavam a gente e a acompanhavam nos seus carros e
cavalos até a cidade; alguns dos passageiros de baixo passavam ali mesmo para os
carros onde as famílias esperavam por eles.

Campos continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro, como prazer e
como vantagem. Só o tempo que a gente poupa! Eu, se retorquisse dizendo-lhe
bem do tempo que se perde, iniciaria uma espécie de debate que faria a viagem
ainda mais sufocada e curta. Preferi trocar de assunto e agarrei-me aos derradeiros
minutos, falei do progresso, ele também, e chegamos satisfeitos à cidade da serra.

Machado de Assis, Memorial de Aires. RJ. Ed. Nova Aguilar. 1994 (com adaptações).

Acerca dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o


seguinte item.

No trecho “Eu, se retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se perde” (sublinhado


no texto), a partícula “se” recebe classificação distinta em cada ocorrência.

Questão 21 – (CESPE) – Analista Judiciário – MJ/2013

Com base no Manual de Redação da Presidência da República (MRPR), julgue o


item seguinte, acerca do tipo de linguagem e das características das comunicações
oficiais.

Telegrama e correio eletrônico têm em comum a flexibilidade em sua forma


estrutural, a celeridade da transmissão de informação e o baixo custo. Esses meios
diferenciam-se, principalmente, pelo fato de que o correio eletrônico prescinde de
certificação digital que ateste a identidade do remetente, conforme determina a lei.

Questão 22 – (CESPE) – Diplomata – Instituto Rio Branco/2011


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(Adaptada)

Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de


Oscar Niemeyer sobre sua experiência em Brasília. Para quem conhece apenas o
arquiteto, o artigo poderá passar por uma defesa em causa própria — o revide
normal de um pai que sai de sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho
em quem querem bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume
proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o avesso do causídico, como um dos
seres mais antiautopromocionais que já conheci em minha vida.

Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade. Ela não tem
nada a ver com o conhecimento realista — que Oscar tem — de seu valor
profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos criadores verdadeiramente
integrados com a vida, dos que sabem que não há tempo a perder, é preciso
construir a beleza e a felicidade no mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é
tudo tão frágil e precário.

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Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias
angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a
felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no
exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e rurais,
em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o
homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado para viver.

Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio refletido num
depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido amigo, como não me
emocionar?

Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor.


Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações)

Julgue (C ou E) o item a seguir, relativo às estruturas linguísticas do texto.

No texto, a linguagem foi empregada predominantemente em suas funções emotiva


e poética.

Questão 23 – (CESPE) – Analista de Correios – Correios/2011

(Adaptada)

Com o extraordinário desenvolvimento científico e tecnológico experimentado na


segunda metade do século XX, estabeleceram-se as condições e o cenário para a
convergência entre a informática, a eletrônica e a comunicação. Esse fato leva o
computador a centralizar funções que antes eram apresentadas por diversos meios
de comunicação. As tecnologias digitais, segundo Pierre Lévy, “surgiram com a
infraestrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de
organização e de transação, mas também novo mercado da informação e do
conhecimento”. O ciberespaço abre caminhos para a cibercultura, pela qual a
produção e a disseminação de informações são pautadas pelo dispositivo de
comunicação todos-todos. Assim, não há apenas um emissor, mas milhares. De
acordo com Lévy, a sociedade passou por três etapas: as sociedades fechadas,
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voltadas à cultura oral; as sociedades civilizadas, imperialistas, com uso da escrita;


e, por último, a cibercultura, relativa à globalização das sociedades. A cibercultura
“corresponde ao momento em que nossa espécie, pela globalização econômica, pelo
adensamento das redes de comunicação e de transporte, tende a formar uma única
comunidade mundial, ainda que essa comunidade seja e quanto! desigual e
conflitante”, diz Lévy.

Jorge K. Ijuim e Taís M. Tellaroli. Comunicação no mundo globalizado: tendências no século


XXI. In: Revista Ciberlegenda. UFF, ano 10, n.º 20, jun./2008. Internet: <www.uff.br> (com
adaptações).

Com relação à organização das ideias do texto, julgue o item a seguir.

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A exclamação “e quanto!” (em negrito no texto) constitui uma manifestação


informal de linguagem, associada ao discurso falado.

Questão 24 – (CESPE) – Psicólogo – SEDUC-AM/2011

(Adaptada)

Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é quem vai comer. Se
a criança se recusa a comer, pode haver duas explicações. Primeira: a criança está
doente. A doença lhe tira a fome. Quando se obriga a criança a comer quando ela
está sem fome, há sempre o perigo de que ela vomite o que comeu e acabe por
odiar o ato de comer. É assim que muitas crianças acabam por odiar as escolas. O
vômito está para o ato de comer como o esquecimento está para o ato de aprender.
Esquecimento é uma recusa inteligente da inteligência. Segunda: a comida não é a
comida que a criança deseja comer: nabo ralado, jiló cozido, salada de espinafre...
O corpo é um sábio: não come tudo o que jogam para ele, mas opera com um
delicado senso de discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas,
ele come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí eu
pergunto: “O que se deve fazer para que as crianças tenham vontade de tomar
sorvete?”. Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse com vontade de
tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma mágica que seja capaz de fazer que
uma criança seja motivada a comer salada de jiló com nabo. Nabo e jiló não
provocam sua fome.

(...)

As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo. Os olhinhos delas


ficam deslumbrados com tudo o que veem. Devoram tudo. Lembro-me da minha
neta de um ano, agachada no gramado encharcado, encantada com uma minhoca
que se mexia. Que coisa fascinante é uma minhoca aos olhos de uma criança que a
vê pela primeira vez! Tudo é motivo de espanto. Nunca esteve no mundo. Tudo é
novidade, surpresa, provocação à curiosidade. Quando visitei uma reserva florestal
no Espírito Santo, a bióloga encarregada de educação ambiental me contou que era
um prazer trabalhar com as crianças. Não era necessário nenhum artifício de
motivação. As crianças queriam comer tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos
seus olhos: insetos, pássaros, ninhos, cogumelos, cascas de árvores, folhas, bichos,
pedras. (...) Os olhos das crianças têm fome de coisas que estão perto. (...) São
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brinquedos para elas. Estão naturalmente motivadas por eles. Querem comê-los.
Querem conhecê-los.

Rubem Alves. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com
adaptações).

A respeito das ideias veiculadas no texto acima e de suas estruturas


linguísticas, julgue o item seguinte.

Ao utilizar formas típicas da linguagem oral e coloquial, produzindo um texto com


tom predominantemente informal, o autor aproxima-se do leitor.

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Questão 25 – (CESPE) Analista de Correios - Letras – Correios/2011

(Adaptada)

Sr. Leitor

Não fui, e não sou, um escrevedor de cartas. Acredito que, no momento em que
você estiver lendo esta mensagem, meus sentimentos a respeito dela e, muitas
vezes, em relação a você podem ter mudado e isto me obrigaria a escrever outra
mensagem para explicar a mudança e assim sucessivamente, em uma troca de
correspondência absurda.

Com o telefone, a comunicação ficou mais fácil, mais direta. Não gosto de falar ao
telefone, mas, em minha juventude, contaminado por uma timidez excessiva que
me impedia as investidas ao vivo, confesso um pouco envergonhado, já o utilizei
para conquistas, cantadas, declarações de amor.

O tempo passou e, agora me dou conta, passo dias sem pegar no telefone e, na
maioria das vezes, nem o atendo quando toca. Ele é coisa do passado. Em
compensação surgiu o email, isto é, a volta às cartas. São cartas virtuais, mas,
como nas de antigamente, sempre podemos escrever um parágrafo, parar, tomar
um café, recordar um fato, uma conversa, uma declaração de amor. Tudo isto com
a vantagem de deixar o texto descansando até que a emoção acabe, ou diminua; e
podemos corrigir os erros de português e de ansiedades. Estará voltando a
epistolografia?

O maior epistológrafo (que palavra horrível!) de todos os tempos foi, sem dúvida,
São Paulo. Há quem diga que suas epístolas deram origem à Educação a
Distância, já que ele difundia o cristianismo por meio de cartas para seus
discípulos que moravam em cidades distantes como Éfeso, Corinto, Roma etc.

No passado, a carta era tema de obras literárias, músicas etc., etc. Temos vários e
belos contos e romances que são epistolares. Dostoievski e Goethe usaram este
método que já foi dado como acabado e agora volta com força total — via Internet.
E aqui abro um parêntese para dizer que é epistolar um dos mais belos, vigorosos e
cruéis romances que li ultimamente, A Caixa Preta, do escritor israelense Amoz Oz.

Na música, em minha adolescência, me comovia com a voz de Dalva de Oliveira


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cantando “Quando o carteiro chegou/e meu nome gritou/com uma carta na


mão/ante surpresa tão rude/não sei como pude/chegar ao portão...”.

Braz Chediak. Internet: <www.conexaomaringa.com> (com adaptações).

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da linguagem na


expressão e na comunicação humanas, conforme o realce particular que cada um
dos componentes do processo de comunicação recebe no enunciado. Por isso
mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem apenas uma dessas funções, ou
todas reunidas em um mesmo texto. O mais frequente é elas se superporem,
apresentando-se uma ou outra como predominante. No que se refere à presença
das funções da linguagem no texto acima apresentado, julgue o item
seguinte.

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A função fática se manifesta, no texto, nos versos transcritos nas linhas


sublinhadas, nos quais se evidencia um trabalho de construção da linguagem para
produzir sonoridades, ritmo e rimas, recursos característicos da produção de letras
de composições musicais.

Questão 26 – (CESPE) Analista de Correios - Letras – Correios/2011

(Adaptada)

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da linguagem na


expressão e na comunicação humanas, conforme o realce particular que cada um
dos componentes do processo de comunicação recebe no enunciado. Por isso
mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem apenas uma dessas funções, ou
todas reunidas em um mesmo texto. O mais frequente é elas se superporem,
apresentando-se uma ou outra como predominante. No que se refere à presença
das funções da linguagem no texto acima apresentado, julgue o item
seguinte.

A função emotiva, centrada no destinador ou emissor da mensagem, está presente


no texto, o que se comprova pelo emprego de verbos na primeira pessoa, de
segmentos com julgamentos subjetivos e de pronomes de primeira pessoa.

Questão 27 – (CESPE) Analista de Correios - Letras – Correios/2011

(Adaptada)

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da linguagem na


expressão e na comunicação humanas, conforme o realce particular que cada um
dos componentes do processo de comunicação recebe no enunciado. Por isso
mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem apenas uma dessas funções, ou
todas reunidas em um mesmo texto. O mais frequente é elas se superporem,
apresentando-se uma ou outra como predominante. No que se refere à presença
das funções da linguagem no texto acima apresentado, julgue o item
seguinte. 62456350391

Presente no ato de falar sobre a linguagem, a função metalinguística manifesta-se


nos enunciados “(que palavra horrível!)” (em negrito no texto) e “Há quem diga que
suas epístolas deram origem à Educação a Distância, já que ele difundia o
cristianismo por meio de cartas para seus discípulos” (em negrito no texto), nos
quais o autor tomou o próprio código de comunicação como assunto da mensagem.

Questão 28 – (CESPE) Oficial da Polícia Militar – PM-CE/2013

Quem diria? A velha e dilapidada NASA, que nem possui mais meios próprios de
mandar pessoas para o espaço, acaba de mostrar que ainda tem espírito épico.

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A prova é o pouso perfeito do jipe-robô Curiosity em uma cratera de Marte


recentemente. A saga de verdade começa agora, contudo. O Curiosity é, disparado,
o artefato mais complexo que terráqueos já conseguiram botar no chão de outro
planeta. Com dezessete câmeras, é a primeira sonda interplanetária capaz de fazer
imagens em alta definição. Pode percorrer até dois quilômetros por dia.

Trata-se de um laboratório sobre rodas, equipado, entre outras coisas, com canhão
laser para pulverizar pedaços de rocha e sistemas que medem parâmetros do clima
marciano, como velocidade do vento, temperatura e umidade... A lista é grande.
Tudo para tentar determinar se, afinal de contas, Marte já foi hospitaleiro para
formas de vida – ou quem sabe até ainda o seja.

Hoje se sabe que o subsolo marciano, em especial nas calotas polares, abriga
enorme quantidade de água congelada. E há pistas de que água salgada pode
escorrer pela superfície do planeta durante o verão marciano, quando, em certos
lugares, a temperatura fica entre –25 oC e 25 oC.

Mesmo na melhor das hipóteses, são condições não muito amigáveis para a vida
como a conhecemos. Mas os cientistas têm dois motivos para não serem tão
pessimistas, ambos baseados no que se conhece a respeito dos seres vivos na
própria Terra.

O primeiro é que a vida parece ser um fenômeno tão teimoso, ao menos na sua
forma microscópica, que aguenta todo tipo de ambiente inóspito, das pressões
esmagadoras do leito marinho ao calor e às substâncias tóxicas dos gêiseres. Além
disso, se o nosso planeta for um exemplo representativo da evolução da vida
Cosmos afora, isso significa que a vida aparece relativamente rápido quando um
planeta se forma — no caso da Terra, mais ou menos meio bilhão de anos depois
que ela surgiu (hoje o planeta tem 4,5 bilhões de anos).

Ou seja, teria havido tempo, na fase “molhada” do passado de Marte, para que ao
menos alguns micróbios aparecessem antes de serem destruídos pela deterioração
do ambiente marciano. Será que algum deles não deu um jeito de se esconder no
subsolo e ainda está lá, segurando as pontas?

Reinaldo José Lopes. In: Revista Serafina,


26/8/2012. Internet: <folha.com> (com adaptações).

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Julgue o item a seguir, considerando a estrutura e os aspectos gramaticais


do texto apresentado, bem como as ideias nele veiculadas.

A expressão coloquial que encerra o texto — “segurando as pontas” — pode ser


substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, pela palavra subsistindo.

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Questão 29 – (CESPE) Analista Judiciário – STM/2011

Poeminha Dodói

Quando os caras tão doente,


Vêm a mim; Eu olho eles, espeto eles,
Corto eles.
Eles curam ou não curam,
Vivem ou vão pro além.
Qué queu acho?
Eu cobro,
E tudo bem.

Millôr Fernandes. Poemas. Porto Alegre: L&PM, 2001, p. 166

Com relação aos sentidos do poema acima e ao nível de


formalidade da linguagem nele empregada, julgue o item a seguir.

O termo “Dodói”, no título do poema, pertence à linguagem oral infantil, por isso
configura-se como vocábulo coloquial e informal, sendo um recurso para conferir
humor ao texto.

Questão 30 – (CESPE) Nível Superior – TRE-BA/2009

A pluralidade étnica dos brasileiros impressionava vivamente os estrangeiros que,


desde 1808, se avolumavam como viajantes, naturalistas ou comerciantes no país.
Apesar disso, para além do espanto dos viajantes, são raros os registros dessa
convivência interétnica do século passado fora da clássica relação senhor-escravo.

Em um processo-crime de 1850, ocorrido no município fluminense de Rio Claro,


encontramos um raro flagrante de tal convivência e das tensões do dia a dia dos
brasileiros oitocentistas.

Antônio Ramos foi processado pelo assassinato do negociante Feliciano Lisboa e de


62456350391

sua “caseira” (amásia), Isabel Leme. Todas as testemunhas que depuseram contra
ele no processo acreditavam que o motivo do crime fora uma vingança pelo fato de
Isabel tê-lo chamado de negro após um jantar na casa das vítimas.

O que verdadeiramente interessa no caso é que, no processo, a indignação de


Ramos, apesar de ele ter sido considerado um homem violento, pareceu
compreensível aos depoentes. Ainda que ele não tivesse justificado seu ato
extremo, nenhuma das testemunhas negou-lhe razão por ter raiva de Isabel, que,
afinal, o recebera em casa. É rara, na documentação, referência tão explícita à
convivência interétnica no nível privado bem como às normas de comportamento e
tensões que implicava, consubstanciadas no sentido pejorativo que a qualificação
negro, dada por Isabel ao seu convidado, tinha para os que conviviam com eles, ou
seja, não foi o convite de Lisboa e Isabel para que Ramos jantasse em sua casa —
um homem livre, ao que tudo indica, descendente de africanos — que causou
estranheza às testemunhas, mas o fato de que, nessa situação, a anfitriã o tivesse
chamado de negro, desqualificando-o, desse modo, como hóspede à mesa do casal.

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Como regra geral, o que se depreende da leitura desse processo bem como da de
outros documentos similares é que a palavra negro foi utilizada na linguagem
coloquial, por quase todo o século XIX, como uma espécie de sinônimo de escravo
ou ex-escravo, com variantes que definiam os diversos tipos de cativos, como o
africano — comumente chamado de preto até meados do século — ou o cativo
nascido no Brasil — conhecido como crioulo —, entre outras variações locais ou
regionais. Apesar disso, 41% da população livre do Império, recenseada em 1872,
era formada por descendentes de africanos.

Hebe M. Mattos de Castro. Laços de família e direitos no final da escravidão. In: História da
vida privada no Brasil: Império. Coordenador-geral Fernando A. Novais; organizador do
volume Luiz Felipe de Alencastro. vol. 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 341-3
(com adaptações)

Julgue o item que se segue, relativo a aspectos gramaticais do texto.

Na convivência diária no decorrer do século XIX, a linguagem coloquial admitia


variantes da palavra “negro” para designar os diversos tipos de cativos que viviam
no Brasil, conforme atestam documentos como o processo-crime citado no texto.

Questão 31 – (CESPE) Técnico de tecnologia da informação – FUB/2008

Da utilidade dos animais

Terceiro dia de aula. A professora é um amor. Na sala, estampas coloridas mostram


animais de todos os feitios. “É preciso querer bem a eles”, diz a professora, com um
sorriso que envolve toda a fauna, protegendo-a. “Eles têm direito à vida, como nós,
além disso são muito úteis. Quem não sabe que o cachorro é o maior amigo da
gente? Cachorro faz muita falta. Mas 4 não é só ele não. A galinha, o peixe, a
vaca... Todos ajudam.”

— Aquele cabeludo ali, professora, também ajuda?

— Aquele? É o iaque, um boi da Ásia Central. Aquele serve de montaria e de burro


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de carga. Do pêlo se fazem perucas 7 bacaninhas. E a carne, dizem que é gostosa.

— Mas se serve de montaria, como é que a gente vai comer ele?

— Bem, primeiro serve para uma coisa, depois para outra. Vamos adiante. Este é o
texugo. Se vocês quiserem pintar a parede do quarto, escolham pincel de texugo.
Parece que é ótimo.

— Ele faz pincel, professora?

— Quem, o texugo? Não, só fornece o pêlo. Para pincel de barba também, que o
Arturzinho vai usar quando crescer. Arturzinho afirmou que pretende usar
barbeador elétrico. Além do mais, não gostaria de pelar o texugo, uma vez que
devemos gostar dele, mas a professora já explicava a utilidade do canguru:

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— Bolsas, malas, maletas, tudo isso o couro do canguru dá pra gente. Não falando
na carne. Canguru é utilíssimo.

— Vivo, fessora?

— A vicunha, que vocês estão vendo aí, produz... produz é maneira de dizer, ela
fornece, ou por outra, com o pêlo dela nós preparamos ponchos, mantas,
cobertores etc.

— Depois a gente come a vicunha, né, fessora?

— Daniel, não é preciso comer todos os animais. Basta retirar a lã da vicunha, que
torna a crescer...

— E a gente torna a cortar? Ela não tem sossego, tadinha.

— Vejam agora como a zebra é camarada. Trabalha no circo, e seu couro listrado
serve para forro de cadeira, de almofada e para tapete. Também se aproveita a
carne, sabem?

— A carne também é listrada? — pergunta que desencadeia riso geral.

— Não riam da Betty, ela é uma garota que quer saber direito as coisas. Querida,
eu nunca vi carne de zebra no açougue, mas posso garantir que não é listrada. Se
fosse, não deixaria de ser comestível por causa disto. Ah, o pingüim? Este vocês já
conhecem da praia do Leblon, onde costuma aparecer, trazido pela correnteza.
Pensam que só serve para brincar? Estão 28 enganados. Vocês devem respeitar o
bichinho. O excremento — não sabem o que é? O cocô do pingüim é um adubo
maravilhoso: guano, rico em nitrato. O óleo feito com a gordura do pingüim...

— A senhora disse que a gente deve respeitar. — Claro. Mas o óleo é bom.

— Do javali, professora, duvido que a gente lucre alguma coisa.

— Pois lucra. O pêlo dá escovas de ótima qualidade.

— E o castor? — Pois quando voltar a moda do chapéu para homens, o castor vai
prestar muito serviço. Aliás, já presta, com a pele usada para agasalhos. É o que se
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pode chamar um bom exemplo.

— Eu, hem?

— Dos chifres do rinoceronte, Belá, você pode encomendar um vaso raro para o
living de sua casa. Do couro da girafa, Luís Gabriel pode tirar um escudo de
verdade, deixando os pêlos da cauda para Teresa fazer um bracelete genial. A
tartarugamarinha, meu Deus, é de uma utilidade que vocês não calculam. Comem-
se os ovos e toma-se a sopa: uma de-lí-cia. O casco serve para fabricar pentes,
cigarreiras, tanta coisa... O biguá é engraçado.

— Engraçado, como? Apanha peixe pra gente.

— Apanha e entrega, professora?

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— Não é bem assim. Você bota um anel no pescoço dele, e o biguá pega o peixe
mas não pode engolir. Então você tira o peixe da goela do biguá.

— Bobo que ele é.

— Não. É útil. Ai de nós se não fossem os animais que nos ajudam de todas as
maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais, e não maltratá-los de
jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?

— Entendi. A gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e aproveitar


bem o pêlo, o couro e os ossos.

Carlos Drummond de Andrade. De notícias & não-notícias faz-se a crônica. Rio de Janeiro:
Record, 1993, p. 113-5 (com adaptações).

A respeito das ideias e da tipologia do texto, julgue o item a seguir.

Devido à presença de construções como “fessora” (em negrito no texto) e “tadinha”


(em negrito no texto), percebe-se que o autor reproduz pela escrita a forma como
as personagens falam.

Questão 32 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2010

A poesia ao meu alcance só podia ser a humilde nota individual; mas, como eu
disse, não encontrei em mim a tecla do verso, cuja ressonância interior não se
confunde com a de nenhum timbre artificial. Quando mesmo, porém, eu tivesse
recebido o dom do verso, teria naufragado, porque não nasci artista. Acredito ter
recebido como escritor, tudo é relativo, um pouco de sentimento, um pouco de
pensamento, um pouco de poesia, o que tudo junto pode dar, em quem não teve o
verso, uma certa medida de prosa rítmica; mas da arte não recebi senão a
aspiração por ela, a sensação do órgão incompleto e não formado, o pesar de que a
natureza me esquecesse no seu coro, o vácuo da inspiração que me falta... Ustedes
me entienden. “O artista — disse Novalis — deve querer e poder representar tudo”.
Dessa faculdade de representar, de criar a menor representação das coisas —
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quanto mais uma realidade mais alta do que a realidade, como queria Goethe — fui
inteiramente privado. Nem todos os que têm o dom do verso são por natureza
artistas, e nem todos os artistas têm o dom do verso; a prosa os possui como a
poesia; a mim, porém, não coube em partilha nem o verso nem a arte.

É singular como, entre nós, se distribui o título de artista. Muitas vezes, tenho lido e
ouvido falar de Rui Barbosa como de um artista, pelo modo por que escreve a
prosa. No mesmo sentido, poder-se-ia chamar a Krupp artista: a fundição é, de
alguma forma, uma arte, uma arte ciclópica, e de Rui Barbosa não é exagerado
dizer, pelos blocos de ideias uns sobre os outros e pelos raios que funde, que é
verdadeiramente um ciclope intelectual. Mas o artista? Existirá nele a camada da
arte? Se existe, e é bem natural, ainda jaz desconhecida dele mesmo por baixo das
superposições da erudição e das leituras. Eu mesmo já insinuei uma vez: ninguém
sabe o diamante que ele nos revelaria, se tivesse a coragem de cortar, sem
piedade, a montanha de luz, cuja grandeza tem ofuscado a República, e de reduzi-la
a uma pedra.

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Joaquim Nabuco. Minha formação. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1981, p. 64-65.

Assinale a opção que apresenta o trecho do texto em que foi empregada


apenas linguagem denotativa.

a) "não encontrei em mim a tecla do verso, cuja ressonância interior não se


confunde com a de nenhum timbre artificial" (sublinhado no texto).

b) "Quando mesmo, porém, eu tivesse recebido o dom do verso, teria naufragado,


porque não nasci artista" (sublinhado no texto).

c) "mas da arte não recebi senão a aspiração por ela, a sensação do órgão
incompleto e não formado" (sublinhado no texto).

d) "Nem todos os que têm o dom do verso são por natureza artistas, e nem todos
os artistas têm o dom do verso" (sublinhado no texto).

e) "ninguém sabe o diamante que ele nos revelaria, se tivesse a coragem de cortar,
sem piedade, a montanha de luz" (sublinhado no texto).

Questão 33 – (CESPE) Professor – SAEB-BA/2011

HISTÓRIA MANJADA

GALÃ CANASTRÃO

TIROS E PERSEGUIÇÕES

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FINAL PREVISÍVEL
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Conheça outro jeito de fazer cinema.

Cine Conhecimento.

No canal PLUS.

Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz


análises, comentários, curiosidades e detalhes da produção.

Não perca! Tem sempre um bom filme para você!

Revista Monet. n.o 91, out./2010, contracapa (com adaptações).

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Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir


que o emprego de “Conheça” (em negrito no texto) e “Não perca” (em
negrito no texto) indica que a função da linguagem predominante no texto
éa

a) metalinguística.

b) poética.

c) conativa.

d) expressiva.

Questão 34 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2009

(Texto para as questões 34 e 35)

Texto 5

Em sucessivos relatórios do ministro da Fazenda em meados da década de 1880,


aludia-se ao fato de várias assembleias provinciais estabelecerem impostos sobre a
exportação, uma parte da receita dos quais podiam reter, e também sobre a
importação, o que era expressamente vedado pela Constituição. Sob pressão de
associações comerciais e dos delegados regionais da Fazenda, diversas assembleias
foram forçadas a votar a supressão desses impostos. O Visconde Paranaguá, em
seu relatório para 1883, informava que apenas Pernambuco, Bahia e Maranhão
ainda resistiam. A questão da repartição dos impostos e das competências de cada
ente federativo parece, portanto, mais antiga que a própria República.

Gustavo H. B. Franco (organização, introdução e comentários). A economia em Machado de


Assis: o olhar oblíquo do acionista. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 59 (com adaptações).

Texto 6
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Impostos inconstitucionais...

Ontem, ao voltar uma esquina, dei com os impostos inconstitucionais de


Pernambuco. Conheceram-me logo, eu é que, ou por falta de vista, ou porque
realmente eles estejam mais gordos, não os conheci imediatamente. Conheci-os
pela voz, vox clamantis in deserto. Disseram-me que tinham chegado no último
paquete. O mais velho acrescentou até que agora hão de repetir com regularidade
estas viagens à corte.

— A gente, por mais inconstitucional que seja, concluiu ele, não há de morrer de
aborrecimento na cela das probabilidades. Uma chegadinha à corte, de quando em
quando, não faz mal a ninguém, exceto...

— Exceto...?

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— Isso agora é querer perscrutar os nossos pensamentos íntimos. Exceto o diabo


que o carregue, está satisfeito? Não há coisa nenhuma que não possa fazer mal a
alguém, seja quem for. Falei de um modo geral e abstrato. (...)

— São todos inconstitucionais?

— Todos.

— Vamos aqui para calçada. E agora, que tencionam fazer?

— Agora temos de ir ao imperador, mas confesso, meu amigo, receamos perder


tempo. Você conhece a velha máxima que diz que a história não se repete?

— Creio que sim.

— Ora bem, é o nosso caso. Receamos que o imperador, ao dar conosco, fique
aborrecido de ver as mesmas caras e, por outro lado, como a história não se
repete... Você, se fosse imperador, que é que faria?

— Eu, se fosse imperador? Isso agora é mais complicado. Eu, se fosse imperador, a
primeira coisa que faria era ser o primeiro cético do meu tempo. Quanto ao caso de
que se trata, faria uma coisa singular, mas útil: suprimiria os adjetivos.

— Os adjetivos?

— Vocês não calculam como os adjetivos corrompem tudo, ou quase tudo; e,


quando não corrompem, aborrecem a gente, pela repetição que fazemos da mais
ínfima galanteria. Adjetivo que nos agrada está na boca do mundo.

— Mas que temos nós outros com isso?

— Tudo; vocês como simples impostos são excelentes, gorduchos e corados, cheios
de vida. O que os corrompe e faz definhar é o epíteto de inconstitucionais. Eu,
abolindo por um decreto todos os adjetivos de Estado, resolvia de golpe esta velha
questão, e cumpria esta máxima que é tudo o que tenho colhido da história e da
política, que aí dou por dois vinténs a todos os que governam o mundo: os adjetivos
passam, e os substantivos ficam.
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Machado de Assis. In: Gazeta de notícias (1881–1900). Balas de Estalo. Rio de Janeiro,
16/5/1885.

Acerca das ideias e dos sentidos do texto 6, assim como de suas estruturas
linguísticas e organização textual, julgue (C ou E) o item subsequente.

O narrador recorreu à função metalinguística da linguagem para formular, ao final


da crônica, sua máxima, carregada de arbitrariedade.

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Questão 35 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2009

Com relação ao texto 5 e ao texto 6, julgue (C ou E) o item a seguir.

No texto 5, narrativa de cunho histórico acerca de tema da economia brasileira, o


autor emprega predominantemente linguagem referencial e objetiva.

Questão 36 – (CESPE) Técnico de Atividade Judiciária – TJ-RJ/2008

O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em


situações de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a
primeira Constituição, de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império.
A figura do decreto-lei, sempre à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no
regime militar, quando a caneta dos generais foi acionada a torto e a direito, ao
largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados pela ditadura. Com a
redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-se o decreto-
lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória.

Não se discute a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais


que permitam ao governo baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que
preencham os requisitos da “relevância e urgência”. O problema está na dosagem,
que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca o Poder Legislativo.

O Globo, 19/3/2008 (com adaptações)

A função da linguagem predominante no texto é

a) metalinguística.

b) poética.

c) expressiva.
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d) apelativa.

e) referencial.

Questão 37 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2003

Mistura linguística

Muita gente, em vários países, fala um pouco de inglês todo dia sem perceber. Sem
contar o “informatiquês”, cujos verbetes — como megabyte, browser, hard disk,
software — são expressões do mais puro inglês, muitas outras palavras do dia-a-dia
de brasileiros, franceses, alemães e, principalmente, japoneses têm origem no
idioma bretão. Futebol (football), sanduíche (sandwich) e deletar (verbo criado a
partir de to delete, suprimir) são exemplos conhecidos de anglicismo (uso de

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expressões em inglês ou originadas dele) no português. Os alemães apertam o


resetknopf (reset button ou botão de reset) para iniciar o computador. E os
franceses, conhecidos por sua ojeriza a estrangeirismos, despedem-se dos colegas
de trabalho na sexta-feira dizendo bon weekend.

A situação do japonês é particularmente curiosa. Estima-se que cerca de vinte mil


palavras do vocabulário moderno tenham origem no inglês. Sorvete é aisukurimu,
de ice cream. Ar condicionado é eacon, de air conditioner. E banheiro deixou de ser
obenjyo para se tornar toiré, de toillet.

A história dessa imposição linguística certamente desperta animosidades. Na Índia,


por exemplo, onde o inglês é uma das línguas oficiais, ele não é muito ouvido nas
ruas. Falar inglês ainda lembra um passado de opressão.

Galileu, fev./2002, p. 37 (com adaptações).

Julgue o item a seguir, que se refere às ideias e às estruturas do texto


acima.

A seleção de argumentos e do vocabulário mostra o grau de engajamento do autor


em face do assunto: paralelamente às funções referencial e metalinguística, que
veiculam informações objetivas, há marcadores linguísticos que deixam entrever
elementos subjetivos.

Questão 38 – (CESPE) Policial Rodoviário Federal – PRF/2008

No tempo de andarilho

Prospera pouco no Pantanal o andarilho. Seis meses, durante a seca, anda. Remói
caminhos e descaminhos. Abastece de perna as distâncias. E, quando as estradas
somem, cobertas por águas, arrancha.

O andarilho é um antipiqueteiro por vocação. Ninguém o embuçala. Não tem nome


nem relógio. Vagabundear é virtude atuante para ele. Nem é um idiota programado,
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como nós. O próprio esmo é que o erra.

Chega em geral com escuro. Não salva os moradores do lugar. Menos por
deseducado. Senão por alheamento e fastio. Abeira-se do galpão, mais dois
cachorros, magros, pede comida, e se recolhe em sua vasilha de dormir armada no
tempo. Cedo, pela magrez dos cachorros que estão medindo o pátio, toda a fazenda
sabe que Bernardão chegou. “Venho do oco do mundo. Vou para o oco do mundo.”
É a única coisa que ele adianta. O que não adianta.

(...)

Enquanto as águas não descem e as estradas não se mostram, Bernardo trabalha


pela bóia. Claro que resmunga. Está com raiva de quem inventou a enxada. E vai
assustando o mato como um feiticeiro.

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Os hippies o imitam por todo o mundo. Não faz entretanto brasão de seu
pioneirismo. Isso de entortar pente no cabelo intratável ele pratica de velho. A
adesão pura à natureza e a inocência nasceram com ele. Sabe plantas e peixes mais
que os santos. Não sei se os jovens de hoje, adeptos da natureza, conseguirão
restaurar dentro deles essa inocência. Não sei se conseguirão matar dentro deles a
centopéia do consumismo. Porque, já desde nada, o grande luxo de Bernardo é ser
ninguém. Por fora é galalau. Por dentro não arredou de criança. É ser que não
conhece ter. Tanto que inveja não se acopla nele.

Manoel de Barros. Livro de pré-coisas: roteiro para uma excursão poética no Pantanal. 2.a
ed. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 47-8.

Utilizando a função poética da linguagem, o autor do texto

a) faz apologia do modo de vida do andarilho e, conseqüentemente, de todos


aqueles que desprezam o trabalho.

b) critica os valores de indivíduos que compõem a sociedade atual ao contrapor-


lhes a beleza que percebe na figura do andarilho.

c) apresenta a figura idealizada do andarilho, buscando convencer o leitor a se


solidarizar com pessoas à margem da sociedade e a lhes oferecer emprego.

d) descreve um andarilho cujo objetivo "é ser ninguém", para ressaltar a influência
desse tipo social no movimento tanto de jovens que romperam com os valores
sociais estabelecidos quanto dos jovens consumistas.

e) desaprova o modo de vida do andarilho, como comprova o trecho "Vagabundear


é virtude atuante para ele".

Questão 39 – (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

(O “Texto V” é válido para as questões 39, 40, 41 e 42)


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(Adaptada)

Texto V

As turmas povoadoras que para lá [Acre] seguiam deparavam com um estado social
que ainda mais lhes engravecia a instabilidade e a fraqueza. Aguardava-as, e ainda
as aguarda, a mais imperfeita organização do trabalho que ainda engenhou o
egoísmo humano.

Repitamos: o sertanejo emigrante realiza, ali, uma anomalia sobre a qual nunca é
demasiado insistir: é o homem que trabalha para escravizar-se. Ele efetua, à sua
custa e de todo em todo desamparado, uma viagem difícil, em que os
adiantamentos feitos pelos contratadores insaciáveis, inçados de parcelas
fantásticas e de preços inauditos, o transformam as mais das vezes em devedor
para sempre insolvente.

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A sua atividade, desde o primeiro golpe de machadinha, constringe-se para logo


num círculo vicioso inaturável: o debater-se exaustivo para saldar uma dívida que
se avoluma, ameaçadoramente, acompanhando-lhe os esforços e as fadigas para
saldá-la. E vê-se completamente só na faina dolorosa. A exploração da seringa,
neste ponto pior que a do caucho, impõe o isolamento. Há um laivo siberiano
naquele trabalho. Dostoiévski sombrearia as suas páginas mais lúgubres com esta
tortura: a do homem constrangido a calcar durante a vida inteira a mesma
“estrada”, de que ele é o único transeunte, trilha obscurecida, estreitíssima e
circulante, ao mesmo ponto de partida. Nesta empresa de Sísifo a rolar em vez de
um bloco o seu próprio corpo — partindo, chegando e partindo — nas voltas
constritoras de um círculo demoníaco, no seu eterno giro de encarcerado numa
prisão sem muros, agravada por um ofício rudimentar que ele aprende em uma
hora para exercê-lo toda a vida, automaticamente, por simples movimentos reflexos
— se não o enrija uma sólida estrutura moral, vão-se-lhe, com a inteligência
atrofiada, todas as esperanças, e as ilusões ingênuas, e a tonificante alacridade que
o arrebataram àquele lance, à ventura, em busca da fortuna.

Euclides da Cunha, 1866-1909. Um clima caluniado (fragmento). In: Um paraíso perdido:


reunião de ensaios amazônicos. Seleção e coordenação de Hildon Rocha. Petrópolis: Vozes,
Brasília, INL (coleção Dimensões do Brasil, v.1), 1976, p. 131-2 (com adaptações).

Texto VI

Sobretudo naturalista e positivista, Euclides foi rejeitado pelo Modernismo. A


retórica do excesso, o registro grandíloquo, o tom altíssono só poderiam ser avessos
ao espírito modernista. Acrescente-se a isso sua preocupação com o uso de uma
língua portuguesa castiça e até arcaizante, ao tempo em que Mário de Andrade
ameaçava todo mundo com seu projeto de escrever uma Gramatiquinha da fala
brasileira.

No entanto, mal sabiam os modernistas que, em Euclides, contavam com um


abridor de caminhos. As numerosas emendas a que submeteu as sucessivas edições
de Os Sertões, enquanto viveu, apontam para um progressivo abrasileiramento do
discurso. No longo processo de emendar seu próprio texto, a prosódia ia, aos
poucos, sobrepujando a ortoepia, esta, sim, portuguesa, mostrando que o ouvido do
autor ia desautorizando sua sintaxe e, principalmente, sua colocação de pronomes
anterior. Ainda mais, o Modernismo daria continuidade a algumas das preocupações
62456350391

de Euclides com os interiores do país e com a repulsa à macaqueação europeia nos


focos populacionais litorâneos. Partilharia igualmente com ele a reflexão sobre a
especificidade das condições históricas do país, na medida em que, já em Os
Sertões, Euclides realizara um mapeamento de temas que se tornariam centrais na
produção intelectual e artística do século XX, ao analisar o negro, o índio, os pobres,
os sertanejos, a condição colonizada, a religiosidade popular, as insurreições, o
subdesenvolvimento e a dependência. Aí fincaram suas raízes não só o Modernismo,
mas também o romance regionalista de 1930 e o nascimento das ciências sociais no
país na década de 40 do século passado. Muitas dessas preocupações não eram,
evidentemente, exclusivas de Euclides, mas comuns às elites ilustradas nas quais
ele se integrava e das quais se destacou ao escrever Os Sertões.

Walnice Nogueira Galvão. Polifonia e paixão (fragmento). In: Euclidiana: ensaios sobre
Euclides da Cunha. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 28-9 (com adaptações).

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Com base nos textos V e VI, julgue o item subsequente.

Por serem trechos de ensaios, os textos V e VI apresentam-se em linguagem


desprovida de informalidade, predominando, no texto V, a função poética da
linguagem e, no texto VI, a função conativa.

Questão 40 – (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

Acerca de aspectos morfológicos e semânticos de vocábulos do


texto V, julgue C ou E.

Os vocábulos "instabilidade" (sublinhado no texto), "imperfeita" (sublinhado no


texto), "inçados" (sublinhado no texto) e "impõe" (sublinhado no texto) são
formados por prefixo cujo valor semântico denota privação ou negação.

Questão 41 – (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

Acerca de aspectos morfológicos e semânticos de vocábulos do


texto V, julgue C ou E.

O vocábulo "inaturável" (em negrito no texto) é formado por derivação e tem o


mesmo radical do vocábulo desnaturado.

Questão 42 – (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

Acerca de aspectos morfológicos e semânticos de vocábulos do


texto V, julgue C ou E.

Denomina-se prefixação o processo de formação dos seguintes vocábulos:


"anomalia" (sublinhado no texto), "alacridade" (sublinhado no texto) e
"arrebataram" (sublinhado no texto). 62456350391

Questão 43 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2007

Frente à tradição hindu que há 2.500 anos divide a sociedade indiana em mais de
2.000 castas, os 60 anos dos ideais liberais de Gandhi e os 10 anos da legalização
do casamento entre castas revelam-se impotentes para transformar a organização
hierárquica da sociedade. Em confronto direto com o costume milenar, o governo da
Índia oferece uma recompensa de R$ 2.400 para homens e mulheres de diferentes
grupos sociais que formalizem sua união.

O dinheiro equivale ao dobro da renda per capita anual do país. O governo justifica
que a medida é um passo para a reacomodação das desigualdades. Para grande
parte da sociedade, é um passo no escuro.

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O governo — que já enfrenta protesto contra cotas em universidades — vê-se,


agora, diante de um desafio maior. O esquema está sob ataque de todos os lados.
Os conservadores alegam que a medida é gatilho para o caos social. Os liberais
sustentam que poucos vão receber a oferta porque o dinheiro vai desaparecer no
bolso de autoridades corruptas.

Indianos de castas mais baixas dizem que rejeitariam a recompensa, pois perderiam
o acesso preferencial às universidades, garantido pelas já controversas cotas. Hoje,
o governo oferece 22,5% das vagas aos intocáveis, os últimos na hierarquia hindu,
mas pretende aumentá-las para 50%.

“Sei que esta não é a única maneira de pôr um fim à discriminação, mas é preciso
começar de algum lugar”, defende a ministra da Justiça Social. Para a socióloga
Radhika Chopra, a oferta é uma forma de sinalizar que esses casamentos não
devem ser condenados. “Com a medida, o governo apóia os indivíduos que
transgrediram barreiras sociais e mostra que podem funcionar como exemplos”,
acrescenta a socióloga.

Jornal do Brasil, 17/12/2006 (com adaptações).

No que se refere a funções da linguagem, predomina, no texto, a função

a) fática, visto que o autor do texto busca, de forma sutil, convencer os leitores dos
benefícios do projeto que visa incentivar o casamento entre pessoas pertencentes a
castas diferentes.

b) referencial, dado que a ênfase recai nas informações a respeito de determinado


assunto.

c) emotiva, dado que são as falas das autoridades entrevistadas que direcionam a
forma como as informações são apresentadas.

d) conativa, visto que as opiniões expressas estão devidamente referenciadas, não


havendo, portanto, perda de objetividade na transmissão das informações.

e) metalinguística, haja vista o foco em aspectos intertextuais, como demonstram


62456350391

as diversas vozes que acompanham a informação divulgada.

Questão 44 – (CESPE) Analista Judiciário – STM/2010

Entre os crimes propriamente militares — aqueles tipificados no Código Penal Militar


(CPM) e que somente podem ser cometidos por militares no exercício de suas
atribuições funcionais —, tem aqui destaque aquele de maior repercussão na tropa e
de sérias consequências para a manutenção da disciplina e da operacionalidade das
Forças Armadas: a deserção. Esse delito é definido no CPM como o ato de
“ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que
deve permanecer, por mais de oito dias” (CPM, art. 187).

No que se refere à gravidade do delito em questão, alguns estudiosos entendem


haver excessivo rigor no tratamento dispensado ao desertor, como, por exemplo, a

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prisão imediata, após sua captura ou apresentação voluntária, por período de até
sessenta dias, conforme previsto no Código de Processo Penal Militar (CPPM).
Entretanto, para o militar responsável pela manutenção da operacionalidade do
efetivo que lhe é confiado como comandante de fração, subunidade ou unidade, a
deserção apresenta elevado grau de potencial ofensivo. O militar é treinado para
cumprir missões por vezes arriscadas e que podem trazer em seu âmago perigo
também para os outros integrantes do grupo que comanda. A nação nele investe e
dele espera a retribuição de sua missão constitucional. Sua ausência representará
um vácuo no organismo a que pertence.

Assim, a deserção é um crime gravíssimo para as instituições militares, porquanto


atinge diretamente um de seus 28 pilares básico: a disciplina. Tanto é verdadeira
essa afirmação que a própria lei substantiva castrense estabelece para esse tipo de
delito criminal, em tempo de guerra e em presença de 31 inimigo, sanções que
podem ir de um mínimo de vinte anos de reclusão à pena capital.

Max Hoertel. Crimes propriamente militares: a deserção. In: STM em Revista, ano 3, n.o 4,
jul./dez./ 2006. P. 16-7. Internet: (com adaptações)

Com relação às ideias e estruturas morfossintáticas do texto acima, julgue


o próximo item.

As palavras “desertor” (sublinhado no texto) e “integrantes” (sublinhado no texto)


são ambas formadas por processo de derivação sufixal em que os respectivos
sufixos evidenciam o sentido de agente.

Questão 45 – (CESPE) Diplomacia – Instituto Rio Branco/2010

A questão de uma identidade latino-americana tornou-se não apenas atual, mas


premente, sobretudo ao longo do século XX. Sua origem está em uma experiência
marcante de contraste e de contradição com a memória do regime colonial, com os
projetos nacionais e liberais decorrentes dos processos de autonomia política, com
os mecanismos de dependência econômica e financeira e, principalmente, com a
pluralidade da composição social de suas populações.
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Uma das características do esforço de autodefinição das sociedades latino-


americanas desenvolve-se mais particularmente na segunda metade do século, com
a grande variedade de ensaios de cunho literário e com os resultados das ciências
sociais obtidos por latino-americanos, que passam a desempenhar papel relevante
no cenário mundial. A América que vinha sendo dita latina por terceiros quer
proclamar-se América e latina por si própria. A simples contraposição com a Europa
(em especial com as antigas metrópoles coloniais) ou com a América de língua
inglesa tem grandes lacunas. O sentimento generalizado de pertencimento à história
da expansão da cultura europeia é necessário, mas não suficiente para consolidar a
legitimidade social e cultural da composição e da pluralidade social na América de
fala espanhola e portuguesa. E isso mesmo se essas Américas receberam
significativa contribuição de correntes migratórias renovadas. Os caminhos
percorridos nos Estados Unidos da América (EUA) e no Canadá foram — e são —
bem distintos dos que percorrem as Américas latinas.

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Assim, são os próprios latino-americanos ou brasileiros que procuram ser latino-


americanistas ou brasilianistas, não apenas por sorte de ousadia política, mas por
força de abordagem científica da constituição eventual de uma latino-americanidade
alçada dos traços de formação social e cultural de suas sociedades. O objetivo de
conceber e redigir uma história em que o tom fosse dado por latinoamericanos, não
em uma espécie de etnocentrismo que substitua outros etnocentrismos, como o
europeu ou o norte-americano, mas que sirva de substrato a uma síntese da
pluralidade real das Américas Latinas, é uma contribuição relevante para a
concepção, a construção e a consolidação de uma identidade macrorregional latino-
americana.

E. C. R. Martins. América Latina: cultura histórica e identidade. In: C. B. Carmona e H.


Sewierski (Orgs.). Heranças e desafios da América Latina: Brasil e Chile. Brasília:
Universidade de Brasília, Oficina Editorial do Instituto de Letras: Plano Editora, 2003. p. 29-
30 (com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se


segue.

As palavras “premente” (sublinhada no texto), “decorrentes” (sublinhada no texto),


“correntes” (sublinhada no texto) e “relevante” (sublinhada no texto) são formadas
pela adição de um sufixo a uma forma verbal e são usadas, no texto, como
adjetivos.

Questão 46 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2008

Receita de casa

Ciro dos Anjos escreveu, faz pouco tempo, uma de suas páginas mais belas sobre as
antigas fazendas mineiras. Ele dá os requisitos essenciais a uma fazenda bastante
lírica, incluindo, mesmo, uma certa menina de vestido branco. Nada sei dessas
coisas, mas juro que entendo alguma coisa de arquitetura urbana, embora Caloca,
Aldari, Jorge Moreira e Ernâni, pobres arquitetos profissionais, achem que não.
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Assim vos direi que a primeira coisa a respeito de uma casa é que ela deve ter um
porão, um bom porão com entrada pela frente e saída pelos fundos. Esse porão
deve ser habitável porém inabitado; e ter alguns quartos sem iluminação alguma,
onde se devem amontoar móveis antigos, quebrados, objetos desprezados e baús
esquecidos. Deve ser o cemitério das coisas. Ali, sob os pés da família, como se
fosse no subconsciente dos vivos, jazerão os leques, as cadeiras, as fantasias do
carnaval do ano de 1920, as gravatas manchadas, os sapatos que outrora andaram
em caminhos longe.

Quando acaso descerem ao porão, as crianças hão de ficar um pouco intrigadas; e


como crianças são animais levianos, é preciso que se intriguem um pouco, tenham
uma certa perspectiva histórica, meditem que, por mais incrível e extraordinário que
pareça, as pessoas grandes também já foram crianças, a sua avó já foi a bailes, e
outras coisas instrutivas que são um pouco tristes mas hão de restaurar, a seus
olhos, a dignidade corrompida das pessoas adultas.

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Convém que as crianças sintam um certo medo do porão; e embora pensem que é
medo do escuro, ou de aranhas-caranguejeiras, será o grande medo do Tempo,
esse bicho que tudo come, esse monstro que irá tragando em suas fauces negras os
sapatos da criança, sua roupinha, sua atiradeira, seu canivete, as bolas de vidro, e
afinal a própria criança. O único perigo é que o porão faça da criança, no futuro, um
romancista introvertido, o que se pode evitar desmoralizando periodicamente o
porão com uma limpeza parcial para nele armazenar gêneros ou utensílios ou mais
facilmente tijolo, por exemplo; ou percorrendo-o com uma lanterna elétrica bem
possante que transformará hienas em ratos e cadafalsos em guarda-louças.

Ao construir o porão deve o arquiteto obter um certo grau de umidade, mas


providenciar para que a porta de uma das entradas seja bem fácil de arrombar,
porque um porão não tem a menor utilidade se não supomos que dentro dele possa
estar escondido um ladrão assassino, ou um cachorro raivoso, ou ainda anarquistas
búlgaros de passagem por esta cidade.

Um porão supõe um alçapão aberto na sala de jantar. Sobre a tampa desse alçapão
deve estar um móvel pesado, que fique exposto ao sol ao menos duas horas por
dia, de tal modo que à noite estale com tanto gosto que do quarto das crianças dê a
impressão exata de que o alçapão está sendo aberto, ou o terrível meliante já
esteja no interior da casa.

Rubem Braga. Um pé de milho. 4.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1982, p. 129-31 (com
adaptações).

Julgue o item a seguir.

O recurso a processos de formação de palavras derivadas pode ser exemplificado


em "habitável porém inabitado" (sublinhado no texto).

Questão 47 – (CESPE) Oficial Bombeiro – CBM-ES/2011

Antes da criação do Corpo de Bombeiros, o serviço de extinção de incêndio do Rio


de Janeiro era realizado por seções dos Arsenais de Guerra da Marinha, da Casa de
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Correção e da Repartição de Obras Públicas. Quando havia um incêndio na cidade,


os bombeiros eram avisados por três disparos de canhão, partidos do Morro do
Castelo, e por toques de sinos da igreja de São Francisco de Paula, correspondendo
o número de badaladas ao número da freguesia onde se verificava o sinistro. Esses
toques eram, então, reproduzidos pela igreja matriz da freguesia.

Em 2 de julho de 1856, pelo decreto imperial n.º 1.775, foi criado o Corpo de
Bombeiros Provisório da Corte. Quando recebiam aviso de incêndio, os praças saíam
puxando o corrico, que tinha de seis a oito mangueiras, pela via pública e
procuravam debelar o fogo, solicitando os reforços necessários conforme a extensão
do sinistro. Os condutores de veículos passantes eram obrigados a prestar os
serviços que deles fossem exigidos, bem como entregar seus animais. Em 1856, foi
fornecida à instituição a primeira bomba de incêndio a vapor e, 19 em 1880, o
grupo passou a ter organização militar.

Internet: (com adaptações).

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Com base no texto acima, julgue o próximo item.

Os vocábulos “Repartição” (sublinhado no texto), “reproduzidos” (sublinhado no


texto) e “recebiam” (sublinhado no texto) são formados por prefixação.

Questão 48 – (CESPE) Diplomacia – Instituto Rio Branco/2008

A Organização dos Estados Americanos (OEA) naufraga em um mar de alternativas


regionais, cujo acento maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma
nova organização de países da América Latina e Caribe, que se junta a outras
iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do Rio e a UNASUL. O poder de
Washington já fora avisado por instituições acadêmicas norte-americanas de que a
OEA corre o risco de perder vigência. Seria a quebra do mais importante elo da
cadeia de ações coletivas envolvendo América Latina e EUA, com a predominância
histórica dos norte-americanos.

O primeiro golpe foi dado com o Grupo do Rio, inspirado no fracassado Grupo de
Contadora. Em 1984, países latino-americanos se reuniram na ilha panamenha de
Contadora com o objetivo de encontrar soluções para a guerra na América Central,
que se tornara sangrenta, com aberta intervenção norte-americana. Contadora
chegou a concluir um texto de proposta de paz. Mas sofreu operação de bloqueio,
conduzido por Constantine Menge, o encarregado da América Latina no Conselho de
Segurança Nacional dos EUA na época. A revista Current History divulgou
documentos que estabeleciam como “estratégia do governo Reagan” impedir
negociações de paz na América Central. A única coisa que importava era derrubar
os sandinistas na Nicarágua e, com isso, na visão reaganiana, traçar uma “linha de
contenção do comunismo em território norte-americano”.

Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo ao texto acima.

As palavras “panamenha” (sublinhado no texto) e “reaganiana” (sublinhado no


texto) são palavras estrangeiras adaptadas à língua portuguesa por derivação com o
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acréscimo de sufixos.

Questão 49 – (FGV) Analista Judiciário – TJ-RJ/2014

TEXTO 1 – BEM TRATADA, FAZ BEM

Sérgio Magalhães, O Globo

O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória: “O carro é o cigarro do


futuro.” Quem poderia imaginar a reversão cultural que se deu no consumo do
tabaco?

Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. Este jornal, em uma
série de reportagens, nestes dias, mostrou o privilégio que os governos dão ao

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uso do carro e o desprezo ao transporte coletivo. Surpreendentemente, houve


entrevistado que opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles – um caso
típico de cidade rodoviária e dispersa.

Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta geração com o futuro
da humanidade e contra o aquecimento global – para o qual a emissão de CO2
do rodoviarismo é agente básico. (A USP acaba de divulgar estudo advertindo
que a poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.)

O transporte também esteve no centro dos protestos de junho de 2013.


Lembremos: ele está interrelacionado com a moradia, o emprego, o lazer.

Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.

“A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a poluição em São Paulo mata o
dobro do que o trânsito”; nesse trecho do texto 1, o segmento “acaba de
divulgar estudo” poderia ser substituído por um termo menos extenso, com a
ajuda de um prefixo ou sufixo: “estudo recém-divulgado”. A frase abaixo em
que esse mesmo processo foi feito de forma INADEQUADA é:

a) Os estudos estão sendo lidos de novo / relidos;

b) A passeata carregava uma faixa contrária ao transporte público / antitransporte


público;

c) Os automóveis foram valorizados acima do normal / hipervalorizados;

d) As autoridades precisam fazer análises de si mesmas / retroanálises;

e) O Congresso votou um projeto a favor de carros elétricos / pró-carros elétricos.

Questão 50 – (FGV) Fiscal de Serviços Públicos – Prefeitura de


Florianópolis/2014
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TEXTO 4 – POR QUE SÃO ASSIM?

Mariana Sgarioni

Daniel Blair tem 4 aninhos e achou que seu cachorrinho de apenas uma semana de
vida estava muito sujo. O melhor jeito encontrado para um banho rápido foi atirar o
animal na água do vaso sanitário – e dar descarga. Por sorte, a mãe descobriu a
tempo, e bombeiros resgataram o animalzinho ainda vivo no esgoto. O caso
aconteceu no início de junho, na Inglaterra, e chamou a atenção das câmeras do
mundo inteiro. Muitos perguntaram: será que Daniel seria um psicopata divertindo-
se com o sofrimento do bicho?

Provavelmente não. Nesses casos, o que pode existir é o transtorno de conduta –


comportamento que viola regras sociais importantes.

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A palavra do texto 4 que apresenta um processo de formação diferente


dos demais é:

a) cachorrinho;

b) descarga;

c) bombeiro;

d) sofrimento;

e) sanitário.

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1. E
2. C
3. C
4. C
5. C
6. E
7. E
8. C
9. E
10. C
11. E
12. E
13. C
14. E
15. E
16. C
17. E
18. C
19. E
20. C
21. E
22. C
23. C
24. 62456350391

C
25. E
26. C
27. E
28. C
29. C
30. C
31. C
32. D
33. C
34. C
35. C
36. E

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37. C
38. B
39. E
40. E
41. E
42. E
43. B
44. C
45. E
46. C
47. E
48. E
49. D
50. B

62456350391

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QUESTÕES COMENTADAS

Questão 01 – (CESPE) Técnico Judiciário – TJ-SE/2014

Com relação às características gerais da redação oficial, julgue o item


que se segue.

A redação oficial consiste na comunicação tanto do poder


público quanto do particular, com o objetivo de transmitir
mensagem de interesse público relevante.

Comentários

Esta questão do CESPE exige o conhecimento literal do texto


do Manual de Redação da Presidência da República, que
conceitua a redação oficial como “a maneira pela qual o Poder Público
redige atos normativos e comunicações”.

Desse modo, o item, ao conceituar a redação oficial como a


comunicação também do particular, torna-se incorreto. Apenas o
Poder Público vale-se da comunicação oficial para transmitir as suas
mensagens; o particular é mero destinatário, que não figurará no polo
emissor da mensagem. É a Administração Pública quem expede o
documento oficial, o qual pode ter como destinatário tanto o Poder
Público quanto o particular.

Gabarito: ERRADO

Questão 02 – (CESPE) Todos os Cargos – TJ-SE/2014


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À luz das orientações presentes no Manual de Redação da


Presidência da República, julgue o próximo item.

Nas comunicações oficiais dirigidas a ministros de tribunais


superiores, deve-se empregar a forma de tratamento Vossa
Excelência. Caso possua o título de doutor, o ministro destinatário
pode, ainda, ser designado como doutor.

Comentários

Vamos iniciar a resolução da questão pela análise da primeira parte


da assertiva: “Nas comunicações oficiais dirigidas a ministros de

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tribunais superiores, deve-se empregar a forma de tratamento Vossa


Excelência”.

O pronome de tratamento Vossa Excelência tem o seu uso


consagrado para o trato com autoridades dos três poderes,
veja:

- autoridades do Poder Executivo: Presidente da República; Vice-


Presidente da República; Ministros de Estado; Secretários-Executivos
de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Oficiais-Generais das
Forças Armadas; Prefeitos Municipais; Embaixadores.

- autoridades do Poder Legislativo: Deputados Estaduais,


Distritais e Federais; Senadores; Ministros do Tribunal de Contas da
União; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes
das Câmaras Legislativas Municipais.

- autoridades do Poder Judiciário: Juízes; Auditores da Justiça


Militar; Membros de Tribunais; Ministros dos Tribunais Superiores.

Desse modo, podemos perceber que está correta a afirmação da


questão acima. Cabe-nos, agora, analisar o segundo aspecto: “Caso
possua o título de doutor, o ministro destinatário pode, ainda, ser
designado como doutor”. Vamos ver o que preceitua o Manual de
Redação da Presidência da República sobre o assunto?

“Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título


acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral,
empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal
grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume
designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e
em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada
62456350391

formalidade às comunicações”.

Assim, podemos inferir que não há proibição, no caso concreto


apresentado na questão, em tratar o ministro destinatário como
doutor, se ele possuir o título.

Gabarito: CERTO

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Questão 03 – (CESPE) Conhecimentos Básicos – TJ–SE/2014

À luz das orientações presentes no Manual de Redação da


Presidência da República, julgue o próximo item.

Embora aviso e ofício sigam o mesmo padrão formal — o padrão ofício


—, as funções desses documentos são distintas.

Comentários

Esta questão exige que o candidato domine o assunto “tipos de


documentos”, do Manual de Redação da Presidência da República.
Primeiro, é importante lembrar que o Padrão Oficial engloba os
seguintes tipos documentais: aviso, ofício e memorando. Para analisar
a razão pela qual o item está correto, vamos destacar um trecho do
Manual que trata do tema: “Embora sejam modalidades de
comunicação oficial praticamente idênticas, ofício e aviso
diferenciam-se pelo fato de que o aviso é expedido
exclusivamente por ministros de Estado, para autoridades de
mesma hierarquia, enquanto o ofício é expedido pelas demais
autoridades. Ambos destinam-se ao tratamento de assuntos oficiais
pelos órgãos da administração pública entre si e, no caso do ofício,
também com particulares”.

Gabarito: CERTO

Questão 04 – (CESPE) Auditor Governamental – CGE-PI/2015


(Texto para as questões 04, 05, 06 e 07)

Mem. 15/2014-CGE/PI 62456350391

Teresina, 10 de outubro de 2014.

Ao Sr. José Alves André

Assunto: Reunião sobre Gestão de Convênios

1. Informo que, no próximo dia 25, às 9 horas, na sala de


treinamento, será promovida reunião em que se tratará dos
convênios celebrados por este órgão.
2. Solicito o comparecimento dos servidores dessa unidade,

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munidos dos relatórios anuais a serem discutidos com o diretor


financeiro e o coordenador do setor, de forma a sanar possíveis
questionamentos e dúvidas.
3. Esclarecimentos adicionais podem ser obtidos pelo ramal 678.

Atenciosamente,

[espaço para a assinatura]


[Nome]
Controlador-Geral do Estado

Considerando as disposições do Manual de Redação da


Presidência da República, julgue o item que se segue, a
respeito da adequação, do formato e da linguagem da
comunicação oficial hipotética Mem. 15/2014-CGE/PI.

Seriam mantidas a correção e a adequação da linguagem se fosse


inserido o complemento a Vossa Senhoria imediatamente após a
forma verbal “Informo”.

Comentários

Esta questão é uma boa oportunidade para estudarmos os


pronomes de tratamento.

Os pronomes de tratamento referem-se à 2ª pessoa do


discurso, ou seja, são utilizados quando se estiver falando com a
pessoa reverenciada. Apesar disso, exigem a concordância do
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verbo e dos demais elementos complementares na 3ª pessoa.

Exemplos:
Vossa Excelência poderia, por obséquio, disponibilizar o seu recurso?
Vossas Majestades fizeram excelentes discursos, parabéns!

Emprega-se “SUA”, no lugar de “VOSSA”, quando se fizer


referência à pessoa, ou seja, ao se falar da pessoa, e não com a
pessoa.

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Exemplo:
Avise-me quando Sua Excelência chegar.

Observação:
Os termos acima, se desprovidos dos elementos “VOSSA” ou “SUA”,
deixam de ser considerados pronomes de tratamento.

Atenção!
Os adjetivos que se referem aos pronomes de tratamento realizarão
sua concordância com base no gênero da pessoa a quem se refere.

Exemplos:
Vossa Excelência está ocupado? (se homem)
Vossa Excelência está ocupada? (se mulher)

Os pronomes de tratamento são aqueles pronomes pessoais


usados em reverência a autoridades ou em contextos
comunicativos cuja formalidade os exige.
Abaixo, temos um quadro-resumo com os principais pronomes de
tratamento, bem como seus respectivos usos.

Pronome de tratamento Abreviatura Emprego


você, vocês v. 62456350391

tratamento informal
senhor, senhora Sr. Sra. tratamento respeitoso
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques e
arquiduques
Vossa Eminência ou Vossa V. Ema. ou cardeais
a ma
Eminência Reverendíssima V. Em . Rev .
Vossa Excelência* V. Exa. altas autoridades
(presidentes, juízes,
deputados, senadores,
governadores etc.)
Vossa Magnificência V. Maga. reitores de
universidades
Vossa Majestade V.M. reis e rainhas,
imperadores

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Vossa Excelência V. Exa. Revma. bispos e arcebispos


Reverendíssima
Vossa Reverendíssima ou V. Revma. monsenhores, cônegos
Vossa Senhora e superiores religiosos
Reverendíssima
Vossa Reverência V.Reva. sacerdotes em geral,
clérigos e demais
religiosos
Vossa Santidade V.S. papa
Vossa Senhoria** V.Sa. pessoas que exercem
cargos importantes

Observação:
Os pronomes de tratamento para religiosos, vistos acima, são
empregados de acordo com a hierarquia eclesiástica.

*O pronome de tratamento Vossa Excelência tem o seu uso


consagrado para o trato com autoridades dos três poderes.
Veja:
- autoridades do Poder Executivo: Presidente da República; Vice-
Presidente da República; Ministros de Estado; Secretários-Executivos
de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Oficiais-Generais das
Forças Armadas; Prefeitos Municipais; Embaixadores.
- autoridades do Poder Legislativo: Deputados Estaduais,
Distritais e Federais; Senadores; Ministros do Tribunal de Contas da
União; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes
das Câmaras Legislativas Municipais.
- autoridades do Poder Judiciário: Juízes; Auditores da Justiça
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Militar; Membros de Tribunais; Ministros dos Tribunais Superiores.

**O pronome de tratamento Vossa Senhoria é empregado para as


demais autoridades e particulares.

ENDEREÇAMENTO:
Veja como deve ficar o envelope de correspondências oficiais, a
depender da autoridade destinatária:

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- Correspondências endereçadas a autoridades superiores tratadas


por Vossa Excelência (chefes de poder e outras autoridades):

Ao Excelentíssimo Senhor (se Chefe de Poder)


Nome
Cargo
Endereço

A Sua Excelência o Senhor (demais autoridades)


Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Senhoria (demais autoridades e particulares):

Ao Senhor
Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Alteza (príncipes, duques e arqueduques):

A Sua Alteza Real


Nome
62456350391

Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Majestade (reis e imperadores):

A Sua Majestade
Nome
Endereço

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- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Santidade (papa):

Ao Santíssimo Padre ou A Sua Santidade o Papa


Nome
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima (cardeais):

Ao Senhor Cardeal ou A Sua Eminência Reverendíssima


Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Excelência Reverendíssima (arcebispos e bispos):

Ao Senhor Bispo/Arcebispo ou A Sua Excelência


Reverendíssima
Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
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(monsenhores, cônegos e superiores religiosos):

Ao Senhor Monsenhor/Cônego
Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Reverência (sacerdotes, clérigos e demais religiosos):

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Ao Senhor Sacerdote ou Ao Reverendíssimo


Sacerdote/Padre/Pastor
Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Magnificência (reitores de universidades):

Ao Magnífico Reitor ou Excelentíssimo Senhor Reitor


Nome
Endereço

Atenção!
Não se utiliza mais o tratamento digníssimo em comunicações
oficiais para se referir a autoridades. A dignidade é um
pressuposto para o exercício de qualquer cargo público, tornando
desnecessária sua evocação.
Também não se utiliza mais o tratamento ilustríssimo para
autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria ou
particulares. O emprego do pronome de tratamento Senhor é
suficiente.
Não use Doutor como pronome de tratamento, uma vez que se
trata de título acadêmico. Restrinja seu uso a correspondências
oficiais dirigidas àqueles que possuem o título por ter concluído curso
universitário de doutorado. Nos demais casos, prefira o uso do
pronome Senhor, suficiente para conferir
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formalidade às
correspondências.
Ao endereçar correspondências aos Chefes de Poder, deve-se
empregar o vocativo Excelentíssimo Senhor, seguido do
respectivo cargo.

Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República.
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional.
Excelentíssimo Senhor Presidente do Superior Tribunal Federal.

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- Para as demais autoridades, deve-se utilizar o vocativo


Senhor, seguido do respectivo cargo ou nome (em caso de
particulares).

Exemplos:
Senhor Senador.
Senhor Embaixador.
Senhor Prefeito.

- No caso de reitores de universidades em que o pronome de


tratamento Vossa Magnificência é empregado, utilize o
vocativo Magnífico Reitor.
- No caso de duques, príncipes e arquiduques tratados por
Vossa Alteza, utilize o vocativo Sereníssimo
Duque/Arquiduque/Príncipe.
- No caso de reis e imperadores tratados por Vossa Majestade,
utilize o vocativo Majestade.
- No caso das comunicações destinadas às autoridades
religiosas, veja os vocativos empregados:
- Vossa Santidade (papa). Vocativo: Santíssimo Padre
- Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima
(cardeais). Vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal.
- Vossa Excelência Reverendíssima (bispos e arcebispos).
Vocativo: Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor
Bispo/Arcebispo.
- Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
(monsenhores, cônegos e superiores religiosos). Vocativo:
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Reverendíssimo Monsenhor/Cônego ou Reverendíssimo


Senhor Cônego.
- Vossa Reverência (sacerdotes, clérigos e demais
religiosos). Vocativo: Reverendíssimo Senhor Sacerdote.

Voltando à questão, observe que o destinatário é o


Controlador-Geral do Estado.

Assim, seriam mantidas a correção e a adequação da linguagem se


fosse inserido o complemento a Vossa Senhoria imediatamente após
a forma verbal “Informo”, pois esse pronome de tratamento é
empregado para as demais autoridades e particulares.

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Dessa forma, o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 05 – (CESPE) Auditor Governamental – CGE-PI/2015

Considerando as disposições do Manual de Redação da


Presidência da República, julgue o item que se segue, a
respeito da adequação, do formato e da linguagem da
comunicação oficial hipotética Mem. 15/2014-CGE/PI.

Para se adequar ao padrão exigido para memorando, a referência ao


destinatário deveria ter sido feita pelo cargo ocupado por José Alves
André.

Comentários

Sim, isso é o correto. Para as demais autoridades, deve-se utilizar


o vocativo Senhor, seguido do respectivo cargo.

Portanto, o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 06 – (CESPE) Auditor Governamental – CGE-PI/2015

Considerando as disposições do Manual de Redação da


Presidência da República, julgue o item que se segue, a
respeito da adequação, do formato e da linguagem da
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comunicação oficial hipotética Mem. 15/2014-CGE/PI.

No parágrafo introdutório, exige-se, além da apresentação do


assunto que motivou a comunicação oficial, a inserção de formas
indiretas como recurso de polidez — “Cumpre-me informar que”, por
exemplo —, expressão essa que poderia substituir o trecho “Informo
que”.

Comentários

Atualmente, a linguagem adequada para a comunicação oficial


é aquela mais objetiva, sem muitos rodeios. Portanto, está errado
afirmar que se exige, além da apresentação do assunto que motivou
a comunicação oficial, a inserção de formas indiretas como recurso

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de polidez — “Cumpre-me informar que”, por exemplo —, expressão


essa que poderia substituir o trecho “Informo que”.

Dessa maneira, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

Questão 07 – (CESPE) Auditor Governamental – CGE-PI/2015

Considerando as disposições do Manual de Redação da


Presidência da República, julgue o item que se segue, a
respeito da adequação, do formato e da linguagem da
comunicação oficial hipotética Mem. 15/2014-CGE/PI.

Como o memorando é uma forma de comunicação interna, o


emprego da sigla do órgão expedidor ao lado do tipo e número do
expediente é facultativo.

Comentários

O memorando é uma forma de comunicação interna, utilizada


entre unidades administrativas de um mesmo órgão, não
importa se de mesma hierarquia ou de hierarquia diferentes.
Entretanto, o emprego da sigla do órgão expedidor ao lado do tipo e
número do expediente não é facultativo.
Dessa maneira, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

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Questão 08 – (CESPE) Analista Judiciário – TRE-GO/2014


(Texto para as questões 08 e 09)

Xxx. 1032/SeTec
Goiânia, 15 de janeiro de 2015.
Ao Senhor Chefe do Setor de Documentação
Assunto: Oficinas de apresentação do novo sistema operacional
1. Como é sabido, recentemente adquirimos um novo sistema
operacional. Como se trata de um sistema muito diferente do
anterior, informo a Vossa Senhoria que o Setor de Tecnologia
(SeTec) oferecerá, entre os dias 26 e 30 de janeiro deste ano, uma

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série de oficinas práticas para apresentação desse novo sistema aos


funcionários.
2. Por essa razão, solicito que, no período acima indicado, Vossa
Senhoria libere todos os funcionários do seu setor duas horas antes
do fim do expediente para que eles possam frequentar as oficinas.
3. Devo mencionar, por fim, que a participação dos funcionários nas
oficinas é obrigatória, pois o novo sistema já entrará em
funcionamento no dia 20 de julho do corrente ano. Nessa data, todos
já deverão conhecê-lo e saber como operá-lo.

Atenciosamente,
(espaço para assinatura)
[nome do signatário]
Chefe do Setor de Tecnologia

Com base no disposto no Manual de Redação da Presidência


da República, julgue o item que se seguem, a respeito
da correspondência oficial hipotética Xxx. 1032/SeTec,
anteriormente apresentada, na qual o remetente e o
destinatário são funcionários de igual nível hierárquico de um
mesmo órgão da administração pública.

De acordo com as informações apresentadas, é correto afirmar que


essa comunicação é um memorando. Por esse motivo, em lugar de
“Xxx.", no início do expediente, deveria constar a abreviação Mem.

Comentários

O memorando é uma forma de comunicação interna, utilizada


62456350391

entre unidades administrativas de um mesmo órgão, não


importa se de mesma hierarquia ou de hierarquia diferentes.
Seu principal atributo é a agilidade. Desse modo, a tramitação de
um memorando, dentro de um órgão, deve ser rápida e livre de
entraves burocráticos (sem detrimento da clareza e da norma culta).
Essa eficiência pode ser conquistada por meio de despachos (em
resposta ao memorando) fornecidos dentro do próprio documento e,
em caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse método
garante um processo enxuto e simplificado, pautado por maior
transparência nas decisões, além de constituir um histórico do
andamento da matéria relativa ao memorando.

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Observação:
Por ser de caráter meramente administrativo, o memorando deve ser
adotado por determinado setor do órgão público para fins de
exposição de projetos, ideias e diretrizes, etc.

FORMA E ESTRUTURA
A forma do memorando segue a mesma lógica apresentada no
Padrão Ofício, com a observação de que o destinatário deve ser
mencionado pelo cargo que ocupa.

Exemplos:
À Senhora Chefe do Departamento de Obras
Ao Senhor Diretor de Relações Públicas

62456350391

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Exemplo de Memorando

62456350391

Dessa maneira, vemos que o item está correto.

Gabarito: CERTO

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Questão 09 – (CESPE) Analista Judiciário – TRE-GO/2014

Com base no disposto no Manual de Redação da Presidência


da República, julgue o item que se segue, a respeito
da correspondência oficial hipotética Xxx. 1032/SeTec,
anteriormente apresentada, na qual o remetente e o
destinatário são funcionários de igual nível hierárquico de um
mesmo órgão da administração pública.

A numeração dos três parágrafos que compõem o texto é opcional.

Comentários

Todos os parágrafos do texto devem ser numerados, com exceção dos


casos em que estejam organizados em títulos e subtítulos ou itens.

Assim, não é opcional. Portanto, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

Questão 10 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – Polícia


Federal/2014

Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da


redação oficial.

Quando se utiliza o memorando, os despachos devem ser dados no


próprio documento. Nesse caso, se o espaço disponível for
insuficiente para todos os despachos, devem-se usar folhas de
continuação.
62456350391

Comentários

O memorando é uma forma de comunicação interna, utilizada


entre unidades administrativas de um mesmo órgão, não
importa se de mesma hierarquia ou de hierarquia diferentes.
Seu principal atributo é a agilidade. Desse modo, a tramitação de
um memorando, dentro de um órgão, deve ser rápida e livre de
entraves burocráticos (sem detrimento da clareza e da norma culta).
Essa eficiência pode ser conquistada por meio de despachos
(em resposta ao memorando) fornecidos dentro do próprio
documento e, em caso de falta de espaço, em folha de
continuação. Esse método garante um processo enxuto e
simplificado, pautado por maior transparência nas decisões, além de

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constituir um histórico do andamento da matéria relativa ao


memorando.

Dessa maneira, o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 11 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – Polícia


Federal/2014

Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da


redação oficial.

As comunicações oficiais podem ser remetidas em nome do serviço


público ou da pessoa que ocupa determinado cargo dentro do serviço
público.

Comentários

De acordo com a explicação abaixo, vemos que o item está


errado.
Com exceção das correspondências assinadas pelo Presidente
da República, todas as demais comunicações oficiais devem
trazer o nome e o cargo da autoridade superior que as
expediu, logo abaixo do local de assinatura, por meio da seguinte
estrutura:

(espaço para assinatura)


Nome 62456350391

Cargo

Exemplo:
(espaço para assinatura)
Fulano de Tal
Chefe da Casa Civil

Atenção!
Recomenda-se que as assinaturas nas comunicações oficiais não
fiquem em uma página separada do texto, de modo isolado. Assim,

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para evitar equívocos, sugere-se que a última frase da página anterior


seja transferida para a página da assinatura.

Gabarito: ERRADO

Questão 12 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – Polícia


Federal/2014

Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da


redação oficial.

Os expedientes que seguem o padrão ofício são documentos que


compartilham as mesmas partes e a mesma diagramação, como, por
exemplo, o aviso, o memorando e a mensagem.

Comentários

Os documentos que seguem o padrão ofício são o aviso, o ofício e o


memorando.

Portanto, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

Questão 13 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – Polícia


Federal/2014

Julgue o item que segue, relativo a aspectos gerais da


redação oficial. 62456350391

A identificação do signatário em expediente não remetido pelo


presidente da República deve ser feita pelo nome e pelo cargo da
autoridade expedidora do documento.

Comentários

Com exceção das correspondências assinadas pelo Presidente


da República, todas as demais comunicações oficiais devem
trazer o nome e o cargo da autoridade superior que as
expediu, logo abaixo do local de assinatura, por meio da seguinte
estrutura:

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(espaço para assinatura)


Nome
Cargo

Exemplo:
(espaço para assinatura)
Fulano de Tal
Chefe da Casa Civil

Atenção!
Recomenda-se que as assinaturas nas comunicações oficiais não
fiquem em uma página separada do texto, de modo isolado. Assim,
para evitar equívocos, sugere-se que a última frase da página anterior
seja transferida para a página da assinatura.

Dessa maneira, o item está certo.

Gabarito: CERTO

Questão 14 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das


correspondências oficiais, julgue o item que se segue, de
acordo com o Manual de Redação da Presidência da República.

Procedimentos rotineiros incorporados ao longo do tempo, como as


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formas de tratamento e de cortesia, o emprego de jargões técnicos


específicos, a estrutura dos expedientes e a fixação dos fechos,
definem um padrão oficial para a linguagem a ser empregada na
redação das comunicações oficiais.

Comentários

Esta questão está errada, porque o uso de correspondências


oficiais tem como objetivo principal a comunicação clara e
impessoal. Essas exigências fazem com o que texto empregado na
comunicação oficial seja único e distinto daqueles utilizados em
matérias jornalísticas, na literatura, nas correspondências
particulares.

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Isso não significa que a linguagem empregada pelo Poder Público


deva ser hermética e rebuscada; assim, devem-se evitar jargões
burocráticos e usos retrógrados da língua. A redação oficial, ao
primar pela clareza, mantém-se atenta ao bom uso e evolução do
idioma.

Assim, não existe padrão oficial de linguagem, e sim um padrão culto


de linguagem. Além disso, utilizar jargões torna a compreensão da
comunicação oficial dificultada e limitada a um grupo de pessoas.

Gabarito: ERRADO

Questão 15 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das


correspondências oficiais, julgue o item que se segue, de
acordo com o Manual de Redação da Presidência da República.

Uma mensagem de correio eletrônico só tem valor documental se


houver confirmação de recebimento ou de leitura da mensagem pelo
destinatário e se existir certificação digital que ateste a identidade do
remetente, na forma estabelecida em lei.

Comentários

O correio eletrônico (e-mail) é conhecido por seu custo reduzido e


celeridade. Ele se transformou, na contemporaneidade, na principal
forma de comunicação para transmissão de documentos.

FORMA E ESTRUTURA
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O correio eletrônico não tem uma forma rígida para a sua


estrutura, pois um atributo valioso dos e-mails é a sua
flexibilidade.

Atenção!
A informalidade permanece afastada, uma vez que o uso da
linguagem deve ser compatível com as exigências da comunicação
oficial.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser
preenchido de modo a facilitar a organização documental, tanto do
destinatário quanto do remetente. Para os arquivos anexados à

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mensagem, deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich


Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer
informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre que disponível,
deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja
disponível, deve constar pedido de confirmação de recebimento na
mensagem.

VALOR DOCUMENTAL
Com base na legislação em vigor, para que a mensagem de correio
eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceita
como documento original, é necessário existir certificação digital
que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em
lei. Entretanto, não é necessário confirmação de recebimento ou
de leitura da mensagem pelo destinatário para que tenha valor
documental.

Assim, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

Questão 16 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das


correspondências oficiais, julgue o item que se segue, de
acordo com o Manual de Redação da Presidência da República.

A concisão é uma qualidade dos textos oficiais intimamente


relacionada ao princípio da economia linguística, que visa eliminar do
texto redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já
tenha sido dito. 62456350391

Comentários

A concisão faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que


nada lhe acrescentam. Exigir de um texto que ele seja conciso é
impedir que o rebuscamento e a prolixidade dominem a sua
estrutura. Desse modo, a redação oficial determina que as
informações sejam passadas da maneira mais clara, direta e
objetiva possível. Obviamente, nenhuma parte substancial do texto
deve ser suprimida; o texto conciso não necessariamente é curto
em extensão, mas deve esgotar todo o assunto da maneira
mais sintética e enxuta. Assim, os trechos repetitivos, redundantes,
retóricos ou supérfluos devem ser eliminados.

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Português para o TRE/MT Analista e Técnico
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É importante reler e revisar as correspondências oficiais para eliminar


tudo que é acessório ou desnecessário. Pense que existem, em uma
composição textual, ideias principais e secundárias; por vezes, as
ideias secundárias são fundamentais para conformar e dar sentido às
ideias nucleares; em outras situações, contudo, essas ideias
secundárias nada acrescentam e, por essa razão, devem ser
suprimidas.
Atenção!
- evite o emprego de preciosismos (palavras arcaicas, raras e em
desuso) e neologismos.
- evite o uso de expressões como “venho por meio desta”, “tenho a
honra de”, “cumpre-me comunicar que”.

Assim, o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 17 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das


correspondências oficiais, julgue o item que se segue, de
acordo com o Manual de Redação da Presidência da República.

O tratamento Digníssimo deve ser empregado para todas as


autoridades do poder público, uma vez que a dignidade é tida como
qualidade inerente aos ocupantes de cargos públicos.

Comentários

Não se utiliza mais o tratamento digníssimo em comunicações


62456350391

oficiais para se referir a autoridades. A dignidade é um


pressuposto para o exercício de qualquer cargo público, tornando
desnecessária sua evocação.

Também não se utiliza mais o tratamento ilustríssimo para


autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria ou
particulares. O emprego do pronome de tratamento Senhor é
suficiente.

Não use Doutor como pronome de tratamento, uma vez que se


trata de título acadêmico. Restrinja seu uso a correspondências
oficiais dirigidas àqueles que possuem o título por ter concluído curso
universitário de doutorado. Nos demais casos, prefira o uso do

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pronome Senhor, suficiente para conferir formalidade às


correspondências.

Assim, o item está errado.

Gabarito: ERRRADO

Questão 18 – (CESPE) – Nível Superior - ANTAQ/2014

Considerando aspectos estruturais e linguísticos das


correspondências oficiais, julgue o item que se segue, de
acordo com o Manual de Redação da Presidência da República.

A estrutura da exposição de motivos varia conforme sua finalidade:


há uma estrutura própria para exposição de motivos cuja finalidade
seja unicamente informar e outra estrutura própria para a exposição
de motivos cujo objetivo seja propor alguma medida ou submeter
projeto de ato normativo.

Comentários

O item acima está correto, veja a explicação adiante.

A exposição de motivos é documento dirigido exclusivamente ao


Presidente ou Vice-Presidente da República, em regra por um
Ministro de Estado, com o intuito de:
- submeter a sua consideração projeto de ato normativo;
- propor alguma medida; ou
- informá-lo de determinado assunto.
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Chama-se de Exposição de Motivos Interministerial aquela que


envolve um assunto de mais de um ministério e, por essa razão, é
assinada por todos os ministros envolvidos.

FORMA E ESTRUTURA
Formalmente, a apresentação da Exposição de Motivos segue a do
Padrão Ofício. De acordo com a sua finalidade, a Exposição de
Motivos poderá apresentar duas formas básicas estruturais:

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1) uma para aquela que tenha caráter meramente informativo,


ou seja, busca-se apenas levar algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República. A estrutura é a mesma do Padrão Ofício.

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2) outra para aquela que proponha alguma medida a ser


providenciada ou submeta algum projeto normativo. Nesse
caso, a estrutura deve ser assim:
Introdução: o problema que está a reclamar a adoção da
medida ou ato normativo proposto.

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Desenvolvimento: motivo pelo qual é aquela medida ou


aquele ato normativo o ideal para resolver a questão, assim
como possíveis soluções alternativas para equacionar o
problema.
Conclusão: de novo, qual a medida deve ser adotada ou qual
ato normativo deve ser editado para solucionar a questão.

Essa Exposição de Motivos deve contar com um formulário


em anexo preenchido e ambos devem-se complementar em
um todo coeso. Observe o modelo apresentado no Manual de
Redação da Presidência da República:

Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do


Ministério ou órgão equivalente) nº , de DIA de MÊS de
ANO.

1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências;

2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida


proposta;

3. Alternativas existentes às medidas propostas;

Mencionar: 62456350391

- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;


- se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
- outras possibilidades de resolução do problema.

4. Custos;

Mencionar:
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária
anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, especial ou
suplementar;
- valor a ser despendido em moeda corrente.

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5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o ato


proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva tramitar em
regime de urgência);

Mencionar:
- se o problema configura calamidade pública;
- por que é indispensável a vigência imediata;
- se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham sido
previstos;
- se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já prevista.

6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medida proposta


possa vir a tê-lo);

7. Alterações propostas;

Texto atual Texto proposto

8. Síntese do parecer do órgão jurídico.

Observação:
Ainda sobre esse tipo de Exposição de Motivos, observe o que aborda
o Manual de Redação da Presidência da República:
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“A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a critério


da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto
de ato normativo para que se complete o exame ou se reformule a proposta.
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que
proponham a adoção de alguma medida ou a edição de ato normativo tem
como finalidade:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e
dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição do ato, em
consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração
de proposições normativas no âmbito do Poder Executivo;
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.

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Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na


elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo, o texto da
exposição de motivos e seu anexo complementam-se e formam um todo
coeso: no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de toda a
situação que está a reclamar a adoção de certa providência ou a edição de
um ato normativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a solução
que se propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O
texto da exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstração da
necessidade da providência proposta: por que deve ser adotada e como
resolverá o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação,
promoção, ascensão, transferência, readaptação, reversão, aproveitamento,
reintegração, recondução, remoção, exoneração, demissão, dispensa,
disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do
formulário de anexo à exposição de motivos.
Ressalte-se que:
– a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa o
encaminhamento do parecer completo;
– o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser
alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos comentários a
serem ali incluídos.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos
requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão, impessoalidade,
formalidade, padronização e uso do padrão culto de linguagem) deve ser
redobrada. A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação
dirigida ao Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em
certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder
Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em
parte.”

Gabarito: CERTO

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Questão 19 – (CESPE) – Nível Superior - MEC/2014

Nenhuma ação educativa pode prescindir de uma reflexão sobre o


homem e de uma análise sobre suas condições culturais. Não há
educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados. O
homem é um ser de raízes espaçotemporais. De forma que ele é, na
expressão feliz de Marcel, um ser “situado e temporalizado”. A
instrumentação da educação — algo mais que a simples preparação
de quadros técnicos para responder às necessidades de
desenvolvimento de uma área — depende da harmonia que se
consiga entre a vocação ontológica desse “ser situado e
temporalizado” e as condições especiais dessa temporalidade e dessa
situacionalidade.

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Se a vocação ontológica do homem é a de ser sujeito e não objeto,


ele só poderá desenvolvê-la se, refletindo sobre suas condições
espaçotemporais, introduzir-se nelas de maneira crítica. Quanto mais
for levado a refletir sobre sua situacionalidade, sobre seu
enraizamento espaçotemporal, mais “emergirá” dela conscientemente
“carregado” de compromisso com sua realidade, da qual, porque é
sujeito, não deve ser simples espectador, mas na qual deve intervir
cada vez mais.

Paulo Freire. Educação e mudança. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 61
(com adaptações).

Julgue o item seguinte, referente às ideias e a aspectos


linguísticos do texto acima.

O termo “porque” (sublinhado no texto) poderia, sem prejuízo para a


correção gramatical e o sentido do texto, ser substituído por por que.

Comentários

Esta questão aborda o emprego do “porque”.

Vamos ver isso?

O emprego do “porquê” é bastante cobrado pelas bancas, pois


o candidato facilmente confunde se escreve-se junto,
separado ou com acento circunflexo.

“Por que” separado


Quando podemos substituir o “por que” por “pelo qual” e
variações. Isso acontece por causa do seguinte: o “por” é uma
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preposição e o “que” é um pronome relativo.


Exemplos:
A mala por que esperávamos chegou arrebentada. (= ”pela qual”)
As joias por que fui atraída eram feitas de ouro branco. (= ”pelas quais”)

Quando podemos substituir o “por que” por uma das


expressões: “por qual motivo” ou “por qual razão”. Isso
acontece por causa do seguinte: o “por” é uma preposição e o “que”
é um pronome interrogativo.
Exemplos:
Por que falou daquela maneira tão rude? (= por qual motivo)

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Amanhã o diretor deve explicar por que demitiu a secretária. (= por qual
motivo)

Quando temos orações subordinadas substantivas objetivas


indiretas e o verbo transitivo indireto exige a preposição
“por”.
Exemplos:
Marina anseia pela chegada de seu marido. (“pela chegada de seu marido =
objeto direto)
Marina anseia por que seu marido chegue. (“por que seu marido chegue” =
oração subordinada substantiva objetiva direta”)

“Porque” junto
Quando o “porque” possui a função de conjunção explicativa
(= “pois”), causal (= “já que”) ou final (= ”para que”).
Exemplos:
Vá embora agora, porque não gosto de gritaria. (= ”pois”)
Porque não concluiu o trabalho, ficará sem parte do pagamento. (= ”já
que”)
Trabalhe muito, porque consiga logo um aumento. (= “para que”)

Usamos o “porquê” junto e com acento circunflexo quando ele


possui valor de “motivo”, “razão”. Observe que o “porquê” é,
nesse caso, uma palavra substantivada e vem sempre precedido de
algum determinante.
Exemplo:
Eu não consegui entender o porquê de sua briga com José. (= “o motivo” e
“o” = “determinante”)
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Uso do acento circunflexo


Você deve saber que sempre acentuamos a palavra “que” se esta
estiver em final de frases ou se estiver acompanhada de algum
determinante. Neste segundo caso, a palavra funciona como um
substantivo. Essas regras valem então para “porquê” e “por quê”.
Exemplos:
Não concluiu o trabalho até agora por quê? (= “por qual motivo”)
Deve existir um porquê para ela ter abandonado a escola. (= “um motivo”
e “um” = “determinante”)

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Vamos ver o trecho da questão?

Quanto mais for levado a refletir sobre sua situacionalidade, sobre seu
enraizamento espaçotemporal, mais “emergirá” dela conscientemente
“carregado” de compromisso com sua realidade, da qual, porque é sujeito,
não deve ser simples espectador, mas na qual deve intervir cada vez mais.

Observe que, no trecho acima, o “porque” possui a função de


conjunção causal (= “já que”).

De acordo com o exposto, percebemos que não é possível substituir


“porque” por “por que”, não é mesmo?

Assim, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

Questão 20 – (CESPE) – Médico do Trabalho - CAIXA/2014

Campos achava grande prazer na viagem que íamos fazendo em trem


de ferro. Eu confessava-lhe que tivera maior gosto quando ali ia em
caleças tiradas a burros, umas atrás das outras, não pelo veículo em
si, mas porque ia vendo, ao longe, cá embaixo, aparecer a pouco e
pouco o mar e a cidade com tantos aspectos pinturescos. O trem leva
a gente de corrida, de afogadilho, desesperado, até a própria estação
de Petrópolis. E mais lembrava as paradas, aqui para beber café, ali
para beber água na fonte célebre, e finalmente a vista do alto da
serra, onde os elegantes de Petrópolis aguardavam a gente e a
acompanhavam nos seus carros e cavalos até a cidade; alguns dos
passageiros de baixo passavam ali mesmo para os carros onde as
famílias esperavam por eles. 62456350391

Campos continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro,


como prazer e como vantagem. Só o tempo que a gente poupa! Eu,
se retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se perde, iniciaria uma
espécie de debate que faria a viagem ainda mais sufocada e curta.
Preferi trocar de assunto e agarrei-me aos derradeiros minutos, falei
do progresso, ele também, e chegamos satisfeitos à cidade da serra.

Machado de Assis, Memorial de Aires. RJ. Ed. Nova Aguilar. 1994 (com adaptações).

Acerca dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto


acima, julgue o seguinte item.

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No trecho “Eu, se retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se


perde” (sublinhado no texto), a partícula “se” recebe classificação
distinta em cada ocorrência.

Comentários

A palavra “se” admite vários empregos, pois possui diferentes


funções morfológicas e sintáticas. Dessa forma, vamos ver cada um
deles separadamente.

Pronome apassivador ou partícula apassivadora


O pronome apassivador “se” é empregado na formação da voz passiva
sintética ou pronominal, com verbos transitivos diretos ou transitivos
diretos e indiretos.
Exemplos:
Venderam-se as três casas.
Entregou-se a encomenda a João.

Índice de indeterminação do sujeito


O índice de indeterminação “se” é empregado com verbos
intransitivos, de ligação ou transitivos indiretos.
Exemplos:
Vive-se bem em Brasília.
Precisa-se de vendedores.

Pronome reflexivo
O pronome reflexivo “se” é empregado para expressar que a ação
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praticada pelo sujeito recai sobre ele próprio (voz reflexiva).


Exemplo:
Marisa machucou-se com a tesoura nova.

Pronome reflexivo recíproco


O pronome reflexivo “se” equivale a “um ao outro, uns aos outros”.
Exemplo:
Marisa e João abraçaram-se longamente.

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Parte integrante de verbos essencialmente pronominais


A partícula “se” integra os verbos pronominais e não exerce função
sintática.
Exemplo:
Marisa se arrependeu de não ter estudado o suficiente para fazer uma boa
prova.

Partícula expletiva ou de realce


A partícula expletiva “se” tem valor expressivo, enfático. Você se
lembra de que a retirada da partícula expressiva não traz qualquer
prejuízo à estrutura sintática da oração?
Exemplo:
Já se passaram tantos meses, e João ainda não voltou.

Sujeito acusativo ou de infinitivo


O sujeito de infinitivo aparece nas estruturas formadas pelos verbos
causativos (exemplos: “deixar”, “mandar”, “fazer”) e sensitivos
(exemplos: “ver”, “ouvir”, “sentir”), se seguidos de uma oração
reduzida.
Exemplo:
Deixou-se ficar à janela a manhã inteira.

Conjunção subordinativa condicional


Introduz oração subordinada adverbial condicional.
Exemplo:
Se Joana comesse frutas e verduras, eu ficaria mais tranquila.
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Conjunção subordinativa causal


Introduz oração subordinada adverbial causal. Possui valor
semelhante ao das expressões “já que”, “visto que”.
Exemplo:
Se você sabia que eu não gostava do Manuel, por que o convidou para a
minha festa?

Conjunção subordinativa integrante


Introduz orações substantivas que indicam noção de hipótese, dúvida,
incerteza.

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Exemplo:
Até agora João não sabe se Marina será sua hóspede.

Nesta questão, temos que verificar se, no trecho “Eu, se


retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se perde”, a
partícula “se” recebe classificação distinta em cada ocorrência.

Observe que o “se”, na primeira ocorrência, é uma conjunção


adverbial condicional. Por sua vez, na segunda ocorrência, é pronome
apassivador.

Então, as classificações são distintas. Por isso, o item está


certo.

Gabarito: CERTO

Questão 21 – (CESPE) – Analista Judiciário – MJ/2013

Com base no Manual de Redação da Presidência da


República (MRPR), julgue o item seguinte, acerca do tipo de
linguagem e das características das comunicações oficiais.

Telegrama e correio eletrônico têm em comum a flexibilidade em sua


forma estrutural, a celeridade da transmissão de informação e o baixo
custo. Esses meios diferenciam-se, principalmente, pelo fato de que o
correio eletrônico prescinde de certificação digital que ateste a
identidade do remetente, conforme determina a lei.

Comentários 62456350391

Vamos ver alguns comentários sobre o correio eletrônico?

CORREIO ELETRÔNICO
O correio eletrônico (e-mail) é conhecido por seu custo reduzido e
celeridade. Ele se transformou, na contemporaneidade, na principal
forma de comunicação para transmissão de documentos.

Forma e Estrutura

O correio eletrônico não tem uma forma rígida para a sua


estrutura, pois um atributo valioso dos e-mails é a sua
flexibilidade.

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A informalidade permanece afastada, uma vez que o uso da


linguagem deve ser compatível com as exigências da comunicação
oficial.

O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser


preenchido de modo a facilitar a organização documental, tanto do
destinatário quanto do remetente. Para os arquivos anexados à
mensagem, deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich
Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer
informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre que disponível,
deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja
disponível, deve constar pedido de confirmação de recebimento na
mensagem.

VALOR DOCUMENTAL

Com base na legislação em vigor, para que a mensagem de correio


eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceita
como documento original, é necessário existir certificação digital
que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em
lei.

Assim, com base no parágrafo acima, verificamos que o item


está errado.

Gabarito: ERRADO
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Questão 22 – (CESPE) – Diplomata – Instituto Rio


Branco/2011

(Adaptada)

Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-


reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua experiência em Brasília.
Para quem conhece apenas o arquiteto, o artigo poderá passar por
uma defesa em causa própria — o revide normal de um pai que sai de
sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho em quem querem
bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume
proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o avesso do causídico,

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como um dos seres mais antiautopromocionais que já conheci em


minha vida.

Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade.


Ela não tem nada a ver com o conhecimento realista — que Oscar tem
— de seu valor profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos
criadores verdadeiramente integrados com a vida, dos que sabem que
não há tempo a perder, é preciso construir a beleza e a felicidade no
mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é tudo tão frágil e
precário.

Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia


construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe
ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no
aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no exemplo do
trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e
rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este
nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado
para viver.

Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio


refletido num depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido
amigo, como não me emocionar?

Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor.


Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações)

Julgue (C ou E) o item a seguir, relativo às estruturas


linguísticas do texto.

No texto, a linguagem foi empregada predominantemente em suas


funções emotiva e poética. 62456350391

Comentários

Esta questão trata das funções da linguagem. O enunciado solicita


que o candidato julgue se, no texto, a linguagem foi empregada
predominantemente em suas funções emotiva e poética.

Aprendemos que a função expressiva ou emotiva é aquela que


transmite os sentimentos e as emoções do emissor. Por sua
vez, a função poética revela uma preocupação com o modo
como a mensagem será transmitida e não com a informação
em si. Para tanto, há uma atenção com a sonoridade das
palavras, com o ritmo, com a beleza do texto.

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Após uma leitura cuidadosa, percebemos que o item constante do


comando da questão está correto. Note o uso acentuado da primeira
pessoa do singular. Observe também o uso de figuras de linguagem e
a combinação e a disposição das palavras.

Gabarito: CERTO

Questão 23 – (CESPE) – Analista de Correios – Correios/2011

(Adaptada)

Com o extraordinário desenvolvimento científico e tecnológico


experimentado na segunda metade do século XX, estabeleceram-se
as condições e o cenário para a convergência entre a informática, a
eletrônica e a comunicação. Esse fato leva o computador a centralizar
funções que antes eram apresentadas por diversos meios de
comunicação. As tecnologias digitais, segundo Pierre Lévy, “surgiram
com a infraestrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de
sociabilidade, de organização e de transação, mas também novo
mercado da informação e do conhecimento”. O ciberespaço abre
caminhos para a cibercultura, pela qual a produção e a disseminação
de informações são pautadas pelo dispositivo de comunicação todos-
todos. Assim, não há apenas um emissor, mas milhares. De acordo
com Lévy, a sociedade passou por três etapas: as sociedades
fechadas, voltadas à cultura oral; as sociedades civilizadas,
imperialistas, com uso da escrita; e, por último, a cibercultura,
relativa à globalização das sociedades. A cibercultura “corresponde ao
momento em que nossa espécie, pela globalização econômica, pelo
adensamento das redes de comunicação e de transporte, tende a
formar uma única comunidade mundial, ainda que essa comunidade
seja e quanto! desigual e conflitante”, diz Lévy.
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Jorge K. Ijuim e Taís M. Tellaroli. Comunicação no mundo globalizado: tendências


no século XXI. In: Revista Ciberlegenda. UFF, ano 10, n.º 20, jun./2008. Internet:
<www.uff.br> (com adaptações).

Com relação à organização das ideias do texto, julgue o item a


seguir.

A exclamação “e quanto!” (em negrito no texto) constitui uma


manifestação informal de linguagem, associada ao discurso falado.

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Comentários

Observe que a afirmativa apresentada no enunciado está


correta. O autor coloca no texto, por meio da expressão “e quanto!”,
uma impressão pessoal e informal, típica da linguagem oral.

Gabarito: CERTO

Questão 24 – (CESPE) – Psicólogo – SEDUC-AM/2011

(Adaptada)

Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é quem


vai comer. Se a criança se recusa a comer, pode haver duas
explicações. Primeira: a criança está doente. A doença lhe tira a fome.
Quando se obriga a criança a comer quando ela está sem fome, há
sempre o perigo de que ela vomite o que comeu e acabe por odiar o
ato de comer. É assim que muitas crianças acabam por odiar as
escolas. O vômito está para o ato de comer como o esquecimento
está para o ato de aprender. Esquecimento é uma recusa inteligente
da inteligência. Segunda: a comida não é a comida que a criança
deseja comer: nabo ralado, jiló cozido, salada de espinafre... O corpo
é um sábio: não come tudo o que jogam para ele, mas opera com um
delicado senso de discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se
são gostosas, ele come com prazer e quer repetir. Outras não lhe
agradam, e ele recusa. Aí eu pergunto: “O que se deve fazer para que
as crianças tenham vontade de tomar sorvete?”. Pergunta boba.
Nunca vi criança que não estivesse com vontade de tomar sorvete.
Mas eu não conheço nenhuma mágica que seja capaz de fazer que
uma criança seja motivada a comer salada de jiló com nabo. Nabo e
jiló não provocam sua fome. 62456350391

(...)

As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo. Os


olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que veem. Devoram
tudo. Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado
encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia. Que coisa
fascinante é uma minhoca aos olhos de uma criança que a vê pela
primeira vez! Tudo é motivo de espanto. Nunca esteve no mundo.
Tudo é novidade, surpresa, provocação à curiosidade. Quando visitei
uma reserva florestal no Espírito Santo, a bióloga encarregada de
educação ambiental me contou que era um prazer trabalhar com as
crianças. Não era necessário nenhum artifício de motivação. As
crianças queriam comer tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos

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seus olhos: insetos, pássaros, ninhos, cogumelos, cascas de árvores,


folhas, bichos, pedras. (...) Os olhos das crianças têm fome de coisas
que estão perto. (...) São brinquedos para elas. Estão naturalmente
motivadas por eles. Querem comê-los. Querem conhecê-los.

Rubem Alves. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com
adaptações).

A respeito das ideias veiculadas no texto acima e de suas


estruturas linguísticas, julgue o item seguinte.

Ao utilizar formas típicas da linguagem oral e coloquial, produzindo


um texto com tom predominantemente informal, o autor aproxima-se
do leitor.

Comentários

Observe que a afirmativa apresentada no enunciado está


correta. O autor realmente usa uma linguagem informal,
caracterizada pelo uso de termos coloquiais e estruturas típicas da
linguagem falada. Para atingir o tom informal, perceba que o autor
também utiliza imagens do mundo real e exemplos pessoais, como o
caso de sua neta. Observe, ainda, que Rubem Alves escreveu o texto
como se “estivesse conversando” com o leitor. Dessa forma, há uma
aproximação autor – leitor.

Gabarito: CERTO

Questão 25 – (CESPE) Analista de Correios - Letras –


Correios/2011
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(Adaptada)

Sr. Leitor

Não fui, e não sou, um escrevedor de cartas. Acredito que, no


momento em que você estiver lendo esta mensagem, meus
sentimentos a respeito dela e, muitas vezes, em relação a você
podem ter mudado e isto me obrigaria a escrever outra mensagem
para explicar a mudança e assim sucessivamente, em uma troca de
correspondência absurda.

Com o telefone, a comunicação ficou mais fácil, mais direta. Não


gosto de falar ao telefone, mas, em minha juventude, contaminado

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por uma timidez excessiva que me impedia as investidas ao vivo,


confesso um pouco envergonhado, já o utilizei para conquistas,
cantadas, declarações de amor.

O tempo passou e, agora me dou conta, passo dias sem pegar no


telefone e, na maioria das vezes, nem o atendo quando toca. Ele é
coisa do passado. Em compensação surgiu o email, isto é, a volta às
cartas. São cartas virtuais, mas, como nas de antigamente, sempre
podemos escrever um parágrafo, parar, tomar um café, recordar um
fato, uma conversa, uma declaração de amor. Tudo isto com a
vantagem de deixar o texto descansando até que a emoção acabe, ou
diminua; e podemos corrigir os erros de português e de ansiedades.
Estará voltando a epistolografia?

O maior epistológrafo (que palavra horrível!) de todos os tempos


foi, sem dúvida, São Paulo. Há quem diga que suas epístolas
deram origem à Educação a Distância, já que ele difundia o
cristianismo por meio de cartas para seus discípulos que
moravam em cidades distantes como Éfeso, Corinto, Roma etc.

No passado, a carta era tema de obras literárias, músicas etc., etc.


Temos vários e belos contos e romances que são epistolares.
Dostoievski e Goethe usaram este método que já foi dado como
acabado e agora volta com força total — via Internet. E aqui abro um
parêntese para dizer que é epistolar um dos mais belos, vigorosos e
cruéis romances que li ultimamente, A Caixa Preta, do escritor
israelense Amoz Oz.

Na música, em minha adolescência, me comovia com a voz de Dalva


de Oliveira cantando “Quando o carteiro chegou/e meu nome
gritou/com uma carta na mão/ante surpresa tão rude/não sei como
pude/chegar ao portão...”.
62456350391

Braz Chediak. Internet: <www.conexaomaringa.com> (com adaptações).

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da


linguagem na expressão e na comunicação humanas, conforme o
realce particular que cada um dos componentes do processo de
comunicação recebe no enunciado. Por isso mesmo, é raro encontrar
em uma única mensagem apenas uma dessas funções, ou todas
reunidas em um mesmo texto. O mais frequente é elas se
superporem, apresentando-se uma ou outra como predominante. No
que se refere à presença das funções da linguagem no texto
acima apresentado, julgue o item seguinte.

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A função fática se manifesta, no texto, nos versos transcritos nas


linhas sublinhadas, nos quais se evidencia um trabalho de construção
da linguagem para produzir sonoridades, ritmo e rimas, recursos
característicos da produção de letras de composições musicais.

Comentários

Esta questão trata do assunto “funções da linguagem”. O comando


solicita que o aluno analise um trecho do texto e identifique se há nele
um trabalho de construção da linguagem para produzir sonoridades,
ritmo e rimas, recursos característicos da produção de letras de
composições musicais.

Sabemos que a função fática revela uma preocupação com o


contato entre o emissor e o receptor, ou seja, com o canal de
comunicação. É usada com o objetivo de confirmar se o emissor está
sendo ouvido ou, então, de estabelecer, prolongar ou interromper a
comunicação. Essa linguagem é bastante empregada nas
comunicações telefônicas e saudações. Perceba que o importante aqui
é o canal.

Dessa forma, verificamos que não se manifesta a função fática


no trecho em análise. A resposta é a função poética.

Gabarito: ERRADO

Questão 26 – (CESPE) Analista de Correios - Letras –


Correios/2011

(Adaptada)
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Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da


linguagem na expressão e na comunicação humanas, conforme o
realce particular que cada um dos componentes do processo de
comunicação recebe no enunciado. Por isso mesmo, é raro encontrar
em uma única mensagem apenas uma dessas funções, ou todas
reunidas em um mesmo texto. O mais frequente é elas se
superporem, apresentando-se uma ou outra como predominante. No
que se refere à presença das funções da linguagem no texto
acima apresentado, julgue o item seguinte.

A função emotiva, centrada no destinador ou emissor da mensagem,


está presente no texto, o que se comprova pelo emprego de verbos
na primeira pessoa, de segmentos com julgamentos subjetivos e de
pronomes de primeira pessoa.

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Comentários

Esta questão trata do assunto “funções da linguagem”.

O comentário feito no enunciado está correto, pois define a


função emotiva.

Gabarito: CERTO

Questão 27 – (CESPE) Analista de Correios - Letras –


Correios/2011

(Adaptada)

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da


linguagem na expressão e na comunicação humanas, conforme o
realce particular que cada um dos componentes do processo de
comunicação recebe no enunciado. Por isso mesmo, é raro encontrar
em uma única mensagem apenas uma dessas funções, ou todas
reunidas em um mesmo texto. O mais frequente é elas se
superporem, apresentando-se uma ou outra como predominante. No
que se refere à presença das funções da linguagem no texto
acima apresentado, julgue o item seguinte.

Presente no ato de falar sobre a linguagem, a função metalinguística


manifesta-se nos enunciados “(que palavra horrível!)” (em negrito no
texto) e “Há quem diga que suas epístolas deram origem à Educação
a Distância, já que ele difundia o cristianismo por meio de cartas para
seus discípulos” (em negrito no texto), nos quais o autor tomou o
próprio código de comunicação como assunto da mensagem.
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Comentários

Esta questão trata do assunto “funções da linguagem”. O comando


solicita que o aluno analise dois trechos do texto e identifique se há
neles manifestação da função metalinguística.

A função metalinguística é aquela que transmite a mensagem


de um código por meio do próprio código, ou seja, a linguagem
fala dela própria. Perceba que o importante aqui é o código.

Dessa maneira, observamos que não se manifesta a função


metalinguística nos trechos em análise.

Gabarito: ERRADO

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Questão 28 – (CESPE) Oficial da Polícia Militar – PM-CE/2013

Quem diria? A velha e dilapidada NASA, que nem possui mais meios
próprios de mandar pessoas para o espaço, acaba de mostrar que
ainda tem espírito épico.

A prova é o pouso perfeito do jipe-robô Curiosity em uma cratera de


Marte recentemente. A saga de verdade começa agora, contudo. O
Curiosity é, disparado, o artefato mais complexo que terráqueos já
conseguiram botar no chão de outro planeta. Com dezessete câmeras,
é a primeira sonda interplanetária capaz de fazer imagens em alta
definição. Pode percorrer até dois quilômetros por dia.

Trata-se de um laboratório sobre rodas, equipado, entre outras


coisas, com canhão laser para pulverizar pedaços de rocha e sistemas
que medem parâmetros do clima marciano, como velocidade do
vento, temperatura e umidade... A lista é grande. Tudo para tentar
determinar se, afinal de contas, Marte já foi hospitaleiro para formas
de vida – ou quem sabe até ainda o seja.

Hoje se sabe que o subsolo marciano, em especial nas calotas


polares, abriga enorme quantidade de água congelada. E há pistas de
que água salgada pode escorrer pela superfície do planeta durante o
verão marciano, quando, em certos lugares, a temperatura fica entre
–25 oC e 25 oC.

Mesmo na melhor das hipóteses, são condições não muito amigáveis


para a vida como a conhecemos. Mas os cientistas têm dois motivos
para não serem tão pessimistas, ambos baseados no que se conhece
a respeito dos seres vivos na própria Terra.

O primeiro é que a vida parece ser um fenômeno tão teimoso, ao


menos na sua forma microscópica, que aguenta todo tipo de ambiente
62456350391

inóspito, das pressões esmagadoras do leito marinho ao calor e às


substâncias tóxicas dos gêiseres. Além disso, se o nosso planeta for
um exemplo representativo da evolução da vida Cosmos afora, isso
significa que a vida aparece relativamente rápido quando um planeta
se forma — no caso da Terra, mais ou menos meio bilhão de anos
depois que ela surgiu (hoje o planeta tem 4,5 bilhões de anos).

Ou seja, teria havido tempo, na fase “molhada” do passado de Marte,


para que ao menos alguns micróbios aparecessem antes de serem
destruídos pela deterioração do ambiente marciano. Será que algum
deles não deu um jeito de se esconder no subsolo e ainda está lá,
segurando as pontas?

Reinaldo José Lopes. In: Revista Serafina,

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26/8/2012. Internet: <folha.com> (com adaptações).

Julgue o item a seguir, considerando a estrutura e os aspectos


gramaticais do texto apresentado, bem como as ideias nele
veiculadas.

A expressão coloquial que encerra o texto — “segurando as pontas” —


pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, pela
palavra subsistindo.

Comentários

Para resolver esta questão, é importante que saibamos o


significado de expressão coloquial.

A informalidade é usada na linguagem falada, como conversas com


amigos, familiares e pessoas mais próximas. É também utilizada em
textos de redes sociais e comunicações via internet. Alguns
classificam a informalidade como “linguagem coloquial”.

Assim, uma expressão coloquial é típica da linguagem informal. Para


verificar a substituição proposta no enunciado, temos que saber qual
o significado do verbo “subsistir”, que pode ser “manter, persistir”.

Dessa maneira, vemos que os sentidos transmitidos pela expressão e


pelo verbo são sinônimos. Por isso, a substituição está correta.

O item, então, está certo.

Gabarito: CERTO
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Questão 29 – (CESPE) Analista Judiciário – STM/2011

Poeminha Dodói

Quando os caras tão doente,


Vêm a mim; Eu olho eles, espeto eles,
Corto eles.
Eles curam ou não curam,
Vivem ou vão pro além.
Qué queu acho?
Eu cobro,
E tudo bem.

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Millôr Fernandes. Poemas. Porto Alegre: L&PM, 2001, p. 166

Com relação aos sentidos do poema acima e ao nível de


formalidade da linguagem nele empregada, julgue o item a
seguir.

O termo “Dodói”, no título do poema, pertence à linguagem oral


infantil, por isso configura-se como vocábulo coloquial e informal,
sendo um recurso para conferir humor ao texto.

Comentários

Ao analisarmos o poema, encontramos um exemplo típico da


linguagem informal, coloquial. “Dodói” é uma palavra usada pelas
crianças, quando estão aprendendo a falar, não é mesmo?

Millôr Fernandes usou a linguagem coloquial para conferir


humor ao seu texto, coisa que sabia fazer como ninguém.

Dessa maneira, o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 30 – (CESPE) Nível Superior – TRE-BA/2009

A pluralidade étnica dos brasileiros impressionava vivamente os


estrangeiros que, desde 1808, se avolumavam como viajantes,
naturalistas ou comerciantes no país. Apesar disso, para além do
espanto dos viajantes, são raros os registros dessa convivência
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interétnica do século passado fora da clássica relação senhor-escravo.

Em um processo-crime de 1850, ocorrido no município fluminense de


Rio Claro, encontramos um raro flagrante de tal convivência e das
tensões do dia a dia dos brasileiros oitocentistas.

Antônio Ramos foi processado pelo assassinato do negociante


Feliciano Lisboa e de sua “caseira” (amásia), Isabel Leme. Todas as
testemunhas que depuseram contra ele no processo acreditavam que
o motivo do crime fora uma vingança pelo fato de Isabel tê-lo
chamado de negro após um jantar na casa das vítimas.

O que verdadeiramente interessa no caso é que, no processo, a


indignação de Ramos, apesar de ele ter sido considerado um homem

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violento, pareceu compreensível aos depoentes. Ainda que ele não


tivesse justificado seu ato extremo, nenhuma das testemunhas
negou-lhe razão por ter raiva de Isabel, que, afinal, o recebera em
casa. É rara, na documentação, referência tão explícita à convivência
interétnica no nível privado bem como às normas de comportamento
e tensões que implicava, consubstanciadas no sentido pejorativo que
a qualificação negro, dada por Isabel ao seu convidado, tinha para os
que conviviam com eles, ou seja, não foi o convite de Lisboa e Isabel
para que Ramos jantasse em sua casa — um homem livre, ao que
tudo indica, descendente de africanos — que causou estranheza às
testemunhas, mas o fato de que, nessa situação, a anfitriã o tivesse
chamado de negro, desqualificando-o, desse modo, como hóspede à
mesa do casal.

Como regra geral, o que se depreende da leitura desse processo bem


como da de outros documentos similares é que a palavra negro foi
utilizada na linguagem coloquial, por quase todo o século XIX, como
uma espécie de sinônimo de escravo ou ex-escravo, com variantes
que definiam os diversos tipos de cativos, como o africano —
comumente chamado de preto até meados do século — ou o cativo
nascido no Brasil — conhecido como crioulo —, entre outras variações
locais ou regionais. Apesar disso, 41% da população livre do Império,
recenseada em 1872, era formada por descendentes de africanos.

Hebe M. Mattos de Castro. Laços de família e direitos no final da escravidão. In:


História da vida privada no Brasil: Império. Coordenador-geral Fernando A. Novais;
organizador do volume Luiz Felipe de Alencastro. vol. 2. São Paulo: Companhia das
Letras, 1997, p. 341-3 (com adaptações)

Julgue o item que se segue, relativo a aspectos gramaticais do


texto.
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Na convivência diária no decorrer do século XIX, a linguagem


coloquial admitia variantes da palavra “negro” para designar os
diversos tipos de cativos que viviam no Brasil, conforme atestam
documentos como o processo-crime citado no texto.

Comentários

Para responder a esta questão, basta termos atenção em


relação ao último parágrafo do texto, como segue:

Como regra geral, o que se depreende da leitura desse processo bem como
da de outros documentos similares é que a palavra negro foi utilizada na
linguagem coloquial, por quase todo o século XIX, como uma espécie de
sinônimo de escravo ou ex-escravo, com variantes que definiam os diversos

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tipos de cativos, como o africano — comumente chamado de preto até


meados do século — ou o cativo nascido no Brasil — conhecido como crioulo
—, entre outras variações locais ou regionais. Apesar disso, 41% da
população livre do Império, recenseada em 1872, era formada por
descendentes de africanos.

Dessa maneira, verificamos que o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 31 – (CESPE) Técnico de tecnologia da informação –


FUB/2008

Da utilidade dos animais

Terceiro dia de aula. A professora é um amor. Na sala, estampas


coloridas mostram animais de todos os feitios. “É preciso querer bem
a eles”, diz a professora, com um sorriso que envolve toda a fauna,
protegendo-a. “Eles têm direito à vida, como nós, além disso são
muito úteis. Quem não sabe que o cachorro é o maior amigo da
gente? Cachorro faz muita falta. Mas 4 não é só ele não. A galinha, o
peixe, a vaca... Todos ajudam.”

— Aquele cabeludo ali, professora, também ajuda?

— Aquele? É o iaque, um boi da Ásia Central. Aquele serve de


montaria e de burro de carga. Do pêlo se fazem perucas 7
bacaninhas. E a carne, dizem que é gostosa.

— Mas se serve de montaria, como é que a gente vai comer ele?

— Bem, primeiro serve para uma coisa, depois para outra. Vamos
62456350391

adiante. Este é o texugo. Se vocês quiserem pintar a parede do


quarto, escolham pincel de texugo. Parece que é ótimo.

— Ele faz pincel, professora?

— Quem, o texugo? Não, só fornece o pêlo. Para pincel de barba


também, que o Arturzinho vai usar quando crescer. Arturzinho
afirmou que pretende usar barbeador elétrico. Além do mais, não
gostaria de pelar o texugo, uma vez que devemos gostar dele, mas a
professora já explicava a utilidade do canguru:

— Bolsas, malas, maletas, tudo isso o couro do canguru dá pra gente.


Não falando na carne. Canguru é utilíssimo.

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— Vivo, fessora?

— A vicunha, que vocês estão vendo aí, produz... produz é maneira


de dizer, ela fornece, ou por outra, com o pêlo dela nós preparamos
ponchos, mantas, cobertores etc.

— Depois a gente come a vicunha, né, fessora?

— Daniel, não é preciso comer todos os animais. Basta retirar a lã da


vicunha, que torna a crescer...

— E a gente torna a cortar? Ela não tem sossego, tadinha.

— Vejam agora como a zebra é camarada. Trabalha no circo, e seu


couro listrado serve para forro de cadeira, de almofada e para tapete.
Também se aproveita a carne, sabem?

— A carne também é listrada? — pergunta que desencadeia riso geral.

— Não riam da Betty, ela é uma garota que quer saber direito as
coisas. Querida, eu nunca vi carne de zebra no açougue, mas posso
garantir que não é listrada. Se fosse, não deixaria de ser comestível
por causa disto. Ah, o pingüim? Este vocês já conhecem da praia do
Leblon, onde costuma aparecer, trazido pela correnteza. Pensam que
só serve para brincar? Estão 28 enganados. Vocês devem respeitar o
bichinho. O excremento — não sabem o que é? O cocô do pingüim é
um adubo maravilhoso: guano, rico em nitrato. O óleo feito com a
gordura do pingüim...

— A senhora disse que a gente deve respeitar. — Claro. Mas o óleo é


bom.

— Do javali, professora, duvido que a gente lucre alguma coisa.


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— Pois lucra. O pêlo dá escovas de ótima qualidade.

— E o castor? — Pois quando voltar a moda do chapéu para homens,


o castor vai prestar muito serviço. Aliás, já presta, com a pele usada
para agasalhos. É o que se pode chamar um bom exemplo.

— Eu, hem?

— Dos chifres do rinoceronte, Belá, você pode encomendar um vaso


raro para o living de sua casa. Do couro da girafa, Luís Gabriel pode
tirar um escudo de verdade, deixando os pêlos da cauda para Teresa
fazer um bracelete genial. A tartarugamarinha, meu Deus, é de uma
utilidade que vocês não calculam. Comem-se os ovos e toma-se a

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sopa: uma de-lí-cia. O casco serve para fabricar pentes, cigarreiras,


tanta coisa... O biguá é engraçado.

— Engraçado, como? Apanha peixe pra gente.

— Apanha e entrega, professora?

— Não é bem assim. Você bota um anel no pescoço dele, e o biguá


pega o peixe mas não pode engolir. Então você tira o peixe da goela
do biguá.

— Bobo que ele é.

— Não. É útil. Ai de nós se não fossem os animais que nos ajudam de


todas as maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais, e
não maltratá-los de jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?

— Entendi. A gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e


aproveitar bem o pêlo, o couro e os ossos.

Carlos Drummond de Andrade. De notícias & não-notícias faz-se a crônica. Rio de


Janeiro: Record, 1993, p. 113-5 (com adaptações).

A respeito das ideias e da tipologia do texto, julgue o item a


seguir.

Devido à presença de construções como “fessora” (em negrito no


texto) e “tadinha” (em negrito no texto), percebe-se que o autor
reproduz pela escrita a forma como as personagens falam.

Comentários
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Verificamos que os termos “fessora” e “tadinha”, são diminutivos


informais e coloquiais das palavras “professora” e “coitada”, não é
mesmo? São vocábulos típicos da linguagem falada, a qual admite o
uso de palavras que não são registradas na nossa língua culta.

Por isso, o autor usa esse recurso para reproduzir, em seu


texto, a forma como os personagens falam.

Dessa maneira, o item está correto.

Gabarito: CERTO

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Questão 32 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2010

A poesia ao meu alcance só podia ser a humilde nota individual; mas,


como eu disse, não encontrei em mim a tecla do verso, cuja
ressonância interior não se confunde com a de nenhum timbre
artificial. Quando mesmo, porém, eu tivesse recebido o dom do verso,
teria naufragado, porque não nasci artista. Acredito ter recebido como
escritor, tudo é relativo, um pouco de sentimento, um pouco de
pensamento, um pouco de poesia, o que tudo junto pode dar, em
quem não teve o verso, uma certa medida de prosa rítmica; mas da
arte não recebi senão a aspiração por ela, a sensação do órgão
incompleto e não formado, o pesar de que a natureza me esquecesse
no seu coro, o vácuo da inspiração que me falta... Ustedes me
entienden. “O artista — disse Novalis — deve querer e poder
representar tudo”. Dessa faculdade de representar, de criar a menor
representação das coisas — quanto mais uma realidade mais alta do
que a realidade, como queria Goethe — fui inteiramente privado. Nem
todos os que têm o dom do verso são por natureza artistas, e nem
todos os artistas têm o dom do verso; a prosa os possui como a
poesia; a mim, porém, não coube em partilha nem o verso nem a
arte.

É singular como, entre nós, se distribui o título de artista. Muitas


vezes, tenho lido e ouvido falar de Rui Barbosa como de um artista,
pelo modo por que escreve a prosa. No mesmo sentido, poder-se-ia
chamar a Krupp artista: a fundição é, de alguma forma, uma arte,
uma arte ciclópica, e de Rui Barbosa não é exagerado dizer, pelos
blocos de ideias uns sobre os outros e pelos raios que funde, que é
verdadeiramente um ciclope intelectual. Mas o artista? Existirá nele a
camada da arte? Se existe, e é bem natural, ainda jaz desconhecida
dele mesmo por baixo das superposições da erudição e das leituras.
Eu mesmo já insinuei uma vez: ninguém sabe o diamante que ele nos
revelaria, se tivesse a coragem de cortar, sem piedade, a montanha
62456350391

de luz, cuja grandeza tem ofuscado a República, e de reduzi-la a uma


pedra.

Joaquim Nabuco. Minha formação. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1981,


p. 64-65.

Assinale a opção que apresenta o trecho do texto em que foi


empregada apenas linguagem denotativa.

a) "não encontrei em mim a tecla do verso, cuja ressonância interior


não se confunde com a de nenhum timbre artificial" (sublinhado no
texto).

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b) "Quando mesmo, porém, eu tivesse recebido o dom do verso, teria


naufragado, porque não nasci artista" (sublinhado no texto).

c) "mas da arte não recebi senão a aspiração por ela, a sensação do


órgão incompleto e não formado" (sublinhado no texto).

d) "Nem todos os que têm o dom do verso são por natureza artistas,
e nem todos os artistas têm o dom do verso" (sublinhado no texto).

e) "ninguém sabe o diamante que ele nos revelaria, se tivesse a


coragem de cortar, sem piedade, a montanha de luz" (sublinhado no
texto).

Comentários

Esta questão aborda o assunto linguagem conotativa e


denotativa.

Um ponto que quero destacar é o conceito de sentido conotativo e


sentido denotativo, usual em questões de provas. Quando uma
palavra é empregada em seu sentido denotativo, ela é usada em seu
sentido próprio, comum, habitual, preciso. Por sua vez, o sentido
conotativo é o emprego de uma palavra em um sentido incomum,
figurado, circunstancial, que depende sempre do contexto. Para te
auxiliar a guardar, faça uma relação entre “denotativo” e “dicionário”.

Vamos ver as alternativas? Irei destacar as palavras que estão em


sentido conotativo.

a) "não encontrei em mim a tecla do verso, cuja ressonância interior


não se confunde com a de nenhum timbre artificial".

b) "Quando mesmo, porém, eu tivesse recebido o dom do verso, teria


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naufragado, porque não nasci artista".

c) "mas da arte não recebi senão a aspiração por ela, a sensação do


órgão incompleto e não formado".

d) "Nem todos os que têm o dom do verso são por natureza artistas,
e nem todos os artistas têm o dom do verso".

e) "ninguém sabe o diamante que ele nos revelaria, se tivesse a


coragem de cortar, sem piedade, a montanha de luz".

Dessa forma, verificamos que a resposta é a alternativa D.

Gabarito: D

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Questão 33 – (CESPE) Professor – SAEB-BA/2011

HISTÓRIA MANJADA

GALÃ CANASTRÃO

TIROS E PERSEGUIÇÕES

EFEITOS GRATUITOS

MAIS TIROS E PERSEGUIÇÕES

FINAL PREVISÍVEL

Conheça outro jeito de fazer cinema.

Cine Conhecimento.

No canal PLUS.

Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz


análises, comentários, curiosidades e detalhes da produção.

Não perca! Tem sempre um bom filme para você!

Revista Monet. n.o 91, out./2010, contracapa (com adaptações).

Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é


correto concluir que o emprego de “Conheça” (em negrito no
texto) e “Não perca” (em negrito no texto) indica que a função
da linguagem predominante no texto é a
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a) metalinguística.

b) poética.

c) conativa.

d) expressiva.

Comentários

Vamos fazer uma revisão sobre as Funções da Linguagem?

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Português para o TRE/MT Analista e Técnico
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Todos nós sabemos que a linguagem é uma das formas que temos
para nos comunicarmos. Como seres humanos que somos,
precisamos de códigos diversos para transmitirmos o que pensamos,
queremos, fazemos, sentimos, etc.

Para tanto, temos a linguagem, que é uma das formas por meio
da qual nos expressamos, nos comunicamos e transmitimos as
mensagens que queremos. Devemos ter em mente que essa
comunicação necessita de um emissor, um receptor, um contexto, um
código e um canal entre o emissor e o receptor. Assim, estudamos as
funções da linguagem que veremos a seguir.

CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Função referencial ou denotativa

A função referencial ou denotativa é aquela que transmite uma


informação objetiva sobre o contexto real. Nela, são apresentados
dados concretos, fatos e circunstâncias, ou seja, essa linguagem
possui um caráter informativo. Por isso, é a linguagem mais usada
em jornais, periódicos, matérias científicas, livros didáticos, etc.
Perceba que o importante aqui é a informação.

Exemplo:

As fortes chuvas ocorridas no último sábado danificaram as instalações da


empresa de minha irmã.

Função apelativa ou conativa

A função apelativa ou conativa é usada quando o emissor quer


influenciar o receptor ou dar-lhe alguma ordem. Para tanto, são
muito usados os vocativos e o imperativo. A linguagem apelativa é
bastante empregada nos sermões, discursos e propagandas. Perceba
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que o importante aqui é o receptor.

Exemplo:

Venha fazer compras na nova feira do bairro!

Função expressiva ou emotiva

A função expressiva ou emotiva transmite os sentimentos e as


emoções do emissor. Para tanto, são muito usadas as interjeições e
certos sinais de pontuação como as reticências e o ponto de
exclamação. Perceba que o importante aqui é o emissor.

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Profª Ludimila Lamounier

Exemplo:

Ah, não acredito! Que notícia ótima!

Função poética

A função poética revela uma preocupação com o modo como a


mensagem será transmitida e não com a informação em si.
Para tanto, há uma atenção com a sonoridade das palavras, com o
ritmo, com a beleza do texto. Muito empregada nas poesias, na
literatura e na publicidade. Perceba que o importante aqui é a
mensagem.

Exemplo:

“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de
beijar.” (Carlos Drummond de Andrade)

Função fática

A função fática revela uma preocupação com o contato entre o


emissor e o receptor, ou seja, com o canal de comunicação. É
usada com o objetivo de confirmar se o emissor está sendo ouvido ou,
então, de estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. Essa
linguagem é bastante empregada nas comunicações telefônicas e
saudações. Perceba que o importante aqui é o canal.

Exemplo:

Olá! Você está escutando?

Função metalinguística
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A função metalinguística é aquela que transmite a mensagem de


um código por meio do próprio código, ou seja, a linguagem fala
dela própria. Perceba que o importante aqui é o código.

Exemplo:

Oração é um conjunto de palavras ordenadas segundo normas gramaticais,


com sentido completo.

No exemplo acima, perceba que explicamos o que é oração por meio


de uma.

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Em um mesmo texto, podem conviver diferentes tipos de linguagem.


É importante você identificar qual é a função predominante para
responder às questões.

Outro ponto que quero destacar é o conceito de sentido conotativo


e sentido denotativo, usual em questões de provas. Quando uma
palavra é empregada em seu sentido denotativo, ela é usada em seu
sentido próprio, comum, habitual, preciso. Por sua vez, o sentido
conotativo é o emprego de uma palavra em um sentido incomum,
figurado, circunstancial, que depende sempre do contexto. Para te
auxiliar a guardar, faça uma relação entre “denotativo” e “dicionário”.

Dessa maneira, percebemos que foi usada a função conativa.

Gabarito: C

Questão 34 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2009

(Texto para as questões 34 e 35)

Texto 5

Em sucessivos relatórios do ministro da Fazenda em meados da


década de 1880, aludia-se ao fato de várias assembleias provinciais
estabelecerem impostos sobre a exportação, uma parte da receita dos
quais podiam reter, e também sobre a importação, o que era
expressamente vedado pela Constituição. Sob pressão de associações
62456350391

comerciais e dos delegados regionais da Fazenda, diversas


assembleias foram forçadas a votar a supressão desses impostos. O
Visconde Paranaguá, em seu relatório para 1883, informava que
apenas Pernambuco, Bahia e Maranhão ainda resistiam. A questão da
repartição dos impostos e das competências de cada ente federativo
parece, portanto, mais antiga que a própria República.

Gustavo H. B. Franco (organização, introdução e comentários). A economia em


Machado de Assis: o olhar oblíquo do acionista. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 59
(com adaptações).

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Texto 6

Impostos inconstitucionais...

Ontem, ao voltar uma esquina, dei com os impostos inconstitucionais


de Pernambuco. Conheceram-me logo, eu é que, ou por falta de vista,
ou porque realmente eles estejam mais gordos, não os conheci
imediatamente. Conheci-os pela voz, vox clamantis in deserto.
Disseram-me que tinham chegado no último paquete. O mais velho
acrescentou até que agora hão de repetir com regularidade estas
viagens à corte.

— A gente, por mais inconstitucional que seja, concluiu ele, não há de


morrer de aborrecimento na cela das probabilidades. Uma chegadinha
à corte, de quando em quando, não faz mal a ninguém, exceto...

— Exceto...?

— Isso agora é querer perscrutar os nossos pensamentos íntimos.


Exceto o diabo que o carregue, está satisfeito? Não há coisa nenhuma
que não possa fazer mal a alguém, seja quem for. Falei de um modo
geral e abstrato. (...)

— São todos inconstitucionais?

— Todos.

— Vamos aqui para calçada. E agora, que tencionam fazer?

— Agora temos de ir ao imperador, mas confesso, meu amigo,


receamos perder tempo. Você conhece a velha máxima que diz que a
história não se repete?

— Creio que sim.


62456350391

— Ora bem, é o nosso caso. Receamos que o imperador, ao dar


conosco, fique aborrecido de ver as mesmas caras e, por outro lado,
como a história não se repete... Você, se fosse imperador, que é que
faria?

— Eu, se fosse imperador? Isso agora é mais complicado. Eu, se fosse


imperador, a primeira coisa que faria era ser o primeiro cético do meu
tempo. Quanto ao caso de que se trata, faria uma coisa singular, mas
útil: suprimiria os adjetivos.

— Os adjetivos?

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— Vocês não calculam como os adjetivos corrompem tudo, ou quase


tudo; e, quando não corrompem, aborrecem a gente, pela repetição
que fazemos da mais ínfima galanteria. Adjetivo que nos agrada está
na boca do mundo.

— Mas que temos nós outros com isso?

— Tudo; vocês como simples impostos são excelentes, gorduchos e


corados, cheios de vida. O que os corrompe e faz definhar é o epíteto
de inconstitucionais. Eu, abolindo por um decreto todos os adjetivos
de Estado, resolvia de golpe esta velha questão, e cumpria esta
máxima que é tudo o que tenho colhido da história e da política, que
aí dou por dois vinténs a todos os que governam o mundo: os
adjetivos passam, e os substantivos ficam.

Machado de Assis. In: Gazeta de notícias (1881–1900). Balas de Estalo. Rio de


Janeiro, 16/5/1885.

Acerca das ideias e dos sentidos do texto 6, assim como de


suas estruturas linguísticas e organização textual, julgue (C ou
E) o item subsequente.

O narrador recorreu à função metalinguística da linguagem para


formular, ao final da crônica, sua máxima, carregada de
arbitrariedade.

Comentários

Você se lembra da função metalinguística?

Função metalinguística
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A função metalinguística é aquela que transmite a mensagem de


um código por meio do próprio código, ou seja, a linguagem fala
dela própria. Perceba que o importante aqui é o código.

Perceba como Machado de Assis, de forma arbitrária, usa a função


metalinguística para formular sua opinião.

Dessa maneira, o item está correto.

Gabarito: CERTO

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Questão 35 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2009

Com relação ao texto 5 e ao texto 6, julgue (C ou E) o item a


seguir.

No texto 5, narrativa de cunho histórico acerca de tema da economia


brasileira, o autor emprega predominantemente linguagem referencial
e objetiva.

Comentários

Você se lembra da função referencial?

Função referencial ou denotativa

A função referencial ou denotativa é aquela que transmite uma


informação objetiva sobre o contexto real. Nela, são apresentados
dados concretos, fatos e circunstâncias, ou seja, essa linguagem
possui um caráter informativo. Por isso, é a linguagem mais usada
em jornais, periódicos, matérias científicas, livros didáticos, etc.
Perceba que o importante aqui é a informação.

Observe como o autor foi bastante objetivo em seu texto.

Dessa maneira, o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 36 – (CESPE) Técnico de Atividade Judiciária – TJ-


RJ/2008
62456350391

O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com


rapidez em situações de emergência está inscrito no arcabouço
jurídico brasileiro desde a primeira Constituição, de 1824, dois anos
após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei,
sempre à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime
militar, quando a caneta dos generais foi acionada a torto e a direito,
ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados pela ditadura.
Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988,
sepultou-se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na
medida provisória.

Não se discute a importância de o Poder Executivo contar com


dispositivos legais que permitam ao governo baixar normas, sem o
crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da

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“relevância e urgência”. O problema está na dosagem, que, se


exagerada, como ocorre atualmente, sufoca o Poder Legislativo.

O Globo, 19/3/2008 (com adaptações)

A função da linguagem predominante no texto é

a) metalinguística.

b) poética.

c) expressiva.

d) apelativa.

e) referencial.

Comentários

Vamos fazer uma revisão sobre as Funções da Linguagem?

Todos nós sabemos que a linguagem é uma das formas que temos
para nos comunicarmos. Como seres humanos que somos,
precisamos de códigos diversos para transmitirmos o que pensamos,
queremos, fazemos, sentimos, etc.

Para tanto, temos a linguagem, que é uma das formas por meio
da qual nos expressamos, nos comunicamos e transmitimos as
mensagens que queremos. Devemos ter em mente que essa
comunicação necessita de um emissor, um receptor, um contexto, um
código e um canal entre o emissor e o receptor. Assim, estudamos as
funções da linguagem que veremos a seguir.
62456350391

CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Função referencial ou denotativa

A função referencial ou denotativa é aquela que transmite uma


informação objetiva sobre o contexto real. Nela, são apresentados
dados concretos, fatos e circunstâncias, ou seja, essa linguagem
possui um caráter informativo. Por isso, é a linguagem mais usada
em jornais, periódicos, matérias científicas, livros didáticos, etc.
Perceba que o importante aqui é a informação.

Exemplo:

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As fortes chuvas ocorridas no último sábado danificaram as instalações da


empresa de minha irmã.

Função apelativa ou conativa

A função apelativa ou conativa é usada quando o emissor quer


influenciar o receptor ou dar-lhe alguma ordem. Para tanto, são
muito usados os vocativos e o imperativo. A linguagem apelativa é
bastante empregada nos sermões, discursos e propagandas. Perceba
que o importante aqui é o receptor.

Exemplo:

Venha fazer compras na nova feira do bairro!

Função expressiva ou emotiva

A função expressiva ou emotiva transmite os sentimentos e as


emoções do emissor. Para tanto, são muito usadas as interjeições e
certos sinais de pontuação como as reticências e o ponto de
exclamação. Perceba que o importante aqui é o emissor.

Exemplo:

Ah, não acredito! Que notícia ótima!

Função poética

A função poética revela uma preocupação com o modo como a


mensagem será transmitida e não com a informação em si.
Para tanto, há uma atenção com a sonoridade das palavras, com o
ritmo, com a beleza do texto. Muito empregada nas poesias, na
literatura e na publicidade. Perceba que o importante aqui é a
mensagem. 62456350391

Exemplo:

“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de
beijar.” (Carlos Drummond de Andrade)

Função fática

A função fática revela uma preocupação com o contato entre o


emissor e o receptor, ou seja, com o canal de comunicação. É
usada com o objetivo de confirmar se o emissor está sendo ouvido ou,
então, de estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. Essa

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linguagem é bastante empregada nas comunicações telefônicas e


saudações. Perceba que o importante aqui é o canal.

Exemplo:

Olá! Você está escutando?

Função metalinguística

A função metalinguística é aquela que transmite a mensagem de


um código por meio do próprio código, ou seja, a linguagem fala
dela própria. Perceba que o importante aqui é o código.

Exemplo:

Oração é um conjunto de palavras ordenadas segundo normas gramaticais,


com sentido completo.

No exemplo acima, perceba que explicamos o que é oração por meio


de uma.

Em um mesmo texto, podem conviver diferentes tipos de linguagem.


É importante você identificar qual é a função predominante para
responder às questões.

Outro ponto que quero destacar é o conceito de sentido conotativo


e sentido denotativo, usual em questões de provas. Quando uma
palavra é empregada em seu sentido denotativo, ela é usada em seu
sentido próprio, comum, habitual, preciso. Por sua vez, o sentido
62456350391

conotativo é o emprego de uma palavra em um sentido incomum,


figurado, circunstancial, que depende sempre do contexto. Para te
auxiliar a guardar, faça uma relação entre “denotativo” e “dicionário”.

Dessa maneira, percebemos que predomina a função


referencial.

Gabarito: E

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Questão 37 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2003

Mistura linguística

Muita gente, em vários países, fala um pouco de inglês todo dia sem
perceber. Sem contar o “informatiquês”, cujos verbetes — como
megabyte, browser, hard disk, software — são expressões do mais
puro inglês, muitas outras palavras do dia-a-dia de brasileiros,
franceses, alemães e, principalmente, japoneses têm origem no
idioma bretão. Futebol (football), sanduíche (sandwich) e deletar
(verbo criado a partir de to delete, suprimir) são exemplos conhecidos
de anglicismo (uso de expressões em inglês ou originadas dele) no
português. Os alemães apertam o resetknopf (reset button ou botão
de reset) para iniciar o computador. E os franceses, conhecidos por
sua ojeriza a estrangeirismos, despedem-se dos colegas de trabalho
na sexta-feira dizendo bon weekend.

A situação do japonês é particularmente curiosa. Estima-se que cerca


de vinte mil palavras do vocabulário moderno tenham origem no
inglês. Sorvete é aisukurimu, de ice cream. Ar condicionado é eacon,
de air conditioner. E banheiro deixou de ser obenjyo para se tornar
toiré, de toillet.

A história dessa imposição linguística certamente desperta


animosidades. Na Índia, por exemplo, onde o inglês é uma das
línguas oficiais, ele não é muito ouvido nas ruas. Falar inglês ainda
lembra um passado de opressão.

Galileu, fev./2002, p. 37 (com adaptações).

Julgue o item a seguir, que se refere às ideias e às estruturas


62456350391

do texto acima.

A seleção de argumentos e do vocabulário mostra o grau de


engajamento do autor em face do assunto: paralelamente às funções
referencial e metalinguística, que veiculam informações objetivas, há
marcadores linguísticos que deixam entrever elementos subjetivos.

Comentários

Veja que as funções metalinguística e referencial possuem


como característica a objetividade. Mas, apesar de
predominarem no texto, conseguimos enxergar traços
subjetivos.

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Observe que o autor coloca sua opinião sobre o assunto de forma


bastante enfática, ele não se mantém imparcial.

Dessa maneira, o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 38 – (CESPE) Policial Rodoviário Federal – PRF/2008

No tempo de andarilho

Prospera pouco no Pantanal o andarilho. Seis meses, durante a seca,


anda. Remói caminhos e descaminhos. Abastece de perna as
distâncias. E, quando as estradas somem, cobertas por águas,
arrancha.

O andarilho é um antipiqueteiro por vocação. Ninguém o embuçala.


Não tem nome nem relógio. Vagabundear é virtude atuante para ele.
Nem é um idiota programado, como nós. O próprio esmo é que o
erra.

Chega em geral com escuro. Não salva os moradores do lugar. Menos


por deseducado. Senão por alheamento e fastio. Abeira-se do galpão,
mais dois cachorros, magros, pede comida, e se recolhe em sua
vasilha de dormir armada no tempo. Cedo, pela magrez dos cachorros
que estão medindo o pátio, toda a fazenda sabe que Bernardão
chegou. “Venho do oco do mundo. Vou para o oco do mundo.” É a
única coisa que ele adianta. O que não adianta.

(...)
62456350391

Enquanto as águas não descem e as estradas não se mostram,


Bernardo trabalha pela bóia. Claro que resmunga. Está com raiva de
quem inventou a enxada. E vai assustando o mato como um feiticeiro.

Os hippies o imitam por todo o mundo. Não faz entretanto brasão de


seu pioneirismo. Isso de entortar pente no cabelo intratável ele
pratica de velho. A adesão pura à natureza e a inocência nasceram
com ele. Sabe plantas e peixes mais que os santos. Não sei se os
jovens de hoje, adeptos da natureza, conseguirão restaurar dentro
deles essa inocência. Não sei se conseguirão matar dentro deles a
centopéia do consumismo. Porque, já desde nada, o grande luxo de
Bernardo é ser ninguém. Por fora é galalau. Por dentro não arredou
de criança. É ser que não conhece ter. Tanto que inveja não se acopla
nele.

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Manoel de Barros. Livro de pré-coisas: roteiro para uma excursão poética no


Pantanal. 2.a ed. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 47-8.

Utilizando a função poética da linguagem, o autor do texto

a) faz apologia do modo de vida do andarilho e, conseqüentemente,


de todos aqueles que desprezam o trabalho.

b) critica os valores de indivíduos que compõem a sociedade atual ao


contrapor-lhes a beleza que percebe na figura do andarilho.

c) apresenta a figura idealizada do andarilho, buscando convencer o


leitor a se solidarizar com pessoas à margem da sociedade e a lhes
oferecer emprego.

d) descreve um andarilho cujo objetivo "é ser ninguém", para


ressaltar a influência desse tipo social no movimento tanto de jovens
que romperam com os valores sociais estabelecidos quanto dos
jovens consumistas.

e) desaprova o modo de vida do andarilho, como comprova o trecho


"Vagabundear é virtude atuante para ele".

Comentários

Vamos revisar a função poética?

Função poética

A função poética revela uma preocupação com o modo como a


mensagem será transmitida e não com a informação em si.
Para tanto, há uma atenção com a sonoridade das palavras, com o
62456350391

ritmo, com a beleza do texto. Muito empregada nas poesias, na


literatura e na publicidade. Perceba que o importante aqui é a
mensagem.

Observe o trecho abaixo, veja como ele justifica a alternativa B


como resposta correta:

O andarilho é um antipiqueteiro por vocação. Ninguém o embuçala. Não tem


nome nem relógio. Vagabundear é virtude atuante para ele. Nem é um
idiota programado, como nós. O próprio esmo é que o erra.

Gabarito: B

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Questão 39 – (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

(O “Texto V” é válido para as questões 39, 40, 41 e 42)

(Adaptada)

Texto V

As turmas povoadoras que para lá [Acre] seguiam deparavam com


um estado social que ainda mais lhes engravecia a instabilidade e a
fraqueza. Aguardava-as, e ainda as aguarda, a mais imperfeita
organização do trabalho que ainda engenhou o egoísmo humano.

Repitamos: o sertanejo emigrante realiza, ali, uma anomalia sobre a


qual nunca é demasiado insistir: é o homem que trabalha para
escravizar-se. Ele efetua, à sua custa e de todo em todo
desamparado, uma viagem difícil, em que os adiantamentos feitos
pelos contratadores insaciáveis, inçados de parcelas fantásticas e de
preços inauditos, o transformam as mais das vezes em devedor para
sempre insolvente.

A sua atividade, desde o primeiro golpe de machadinha, constringe-se


para logo num círculo vicioso inaturável: o debater-se exaustivo
para saldar uma dívida que se avoluma, ameaçadoramente,
acompanhando-lhe os esforços e as fadigas para saldá-la. E vê-se
completamente só na faina dolorosa. A exploração da seringa, neste
ponto pior que a do caucho, impõe o isolamento. Há um laivo
siberiano naquele trabalho. Dostoiévski sombrearia as suas páginas
mais lúgubres com esta tortura: a do homem constrangido a calcar
durante a vida inteira a mesma “estrada”, de que ele é o único
transeunte, trilha obscurecida, estreitíssima e circulante, ao mesmo
ponto de partida. Nesta empresa de Sísifo a rolar em vez de um bloco
o seu próprio corpo — partindo, chegando e partindo — nas voltas
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constritoras de um círculo demoníaco, no seu eterno giro de


encarcerado numa prisão sem muros, agravada por um ofício
rudimentar que ele aprende em uma hora para exercê-lo toda a vida,
automaticamente, por simples movimentos reflexos — se não o enrija
uma sólida estrutura moral, vão-se-lhe, com a inteligência atrofiada,
todas as esperanças, e as ilusões ingênuas, e a tonificante alacridade
que o arrebataram àquele lance, à ventura, em busca da fortuna.

Euclides da Cunha, 1866-1909. Um clima caluniado (fragmento). In: Um paraíso


perdido: reunião de ensaios amazônicos. Seleção e coordenação de Hildon Rocha.
Petrópolis: Vozes, Brasília, INL (coleção Dimensões do Brasil, v.1), 1976, p. 131-2
(com adaptações).

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Texto VI

Sobretudo naturalista e positivista, Euclides foi rejeitado pelo


Modernismo. A retórica do excesso, o registro grandíloquo, o tom
altíssono só poderiam ser avessos ao espírito modernista. Acrescente-
se a isso sua preocupação com o uso de uma língua portuguesa
castiça e até arcaizante, ao tempo em que Mário de Andrade
ameaçava todo mundo com seu projeto de escrever uma
Gramatiquinha da fala brasileira.

No entanto, mal sabiam os modernistas que, em Euclides, contavam


com um abridor de caminhos. As numerosas emendas a que
submeteu as sucessivas edições de Os Sertões, enquanto viveu,
apontam para um progressivo abrasileiramento do discurso. No longo
processo de emendar seu próprio texto, a prosódia ia, aos poucos,
sobrepujando a ortoepia, esta, sim, portuguesa, mostrando que o
ouvido do autor ia desautorizando sua sintaxe e, principalmente, sua
colocação de pronomes anterior. Ainda mais, o Modernismo daria
continuidade a algumas das preocupações de Euclides com os
interiores do país e com a repulsa à macaqueação europeia nos focos
populacionais litorâneos. Partilharia igualmente com ele a reflexão
sobre a especificidade das condições históricas do país, na medida em
que, já em Os Sertões, Euclides realizara um mapeamento de temas
que se tornariam centrais na produção intelectual e artística do século
XX, ao analisar o negro, o índio, os pobres, os sertanejos, a condição
colonizada, a religiosidade popular, as insurreições, o
subdesenvolvimento e a dependência. Aí fincaram suas raízes não só
o Modernismo, mas também o romance regionalista de 1930 e o
nascimento das ciências sociais no país na década de 40 do século
passado. Muitas dessas preocupações não eram, evidentemente,
exclusivas de Euclides, mas comuns às elites ilustradas nas quais ele
se integrava e das quais se destacou ao escrever Os Sertões.
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Walnice Nogueira Galvão. Polifonia e paixão (fragmento). In: Euclidiana: ensaios


sobre Euclides da Cunha. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 28-9 (com
adaptações).

Com base nos textos V e VI, julgue o item subsequente.

Por serem trechos de ensaios, os textos V e VI apresentam-se em


linguagem desprovida de informalidade, predominando, no texto V, a
função poética da linguagem e, no texto VI, a função conativa.

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Comentários

Vamos fazer uma rápida revisão?

Função apelativa ou conativa

A função apelativa ou conativa é usada quando o emissor quer


influenciar o receptor ou dar-lhe alguma ordem. Para tanto, são
muito usados os vocativos e o imperativo. A linguagem apelativa é
bastante empregada nos sermões, discursos e propagandas. Perceba
que o importante aqui é o receptor.

Exemplo:

Venha fazer compras na nova feira do bairro!

Função poética

A função poética revela uma preocupação com o modo como a


mensagem será transmitida e não com a informação em si.
Para tanto, há uma atenção com a sonoridade das palavras, com o
ritmo, com a beleza do texto. Muito empregada nas poesias, na
literatura e na publicidade. Perceba que o importante aqui é a
mensagem.

Exemplo:

“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de
beijar.” (Carlos Drummond de Andrade)

Função referencial ou denotativa

A função referencial ou denotativa é aquela que transmite uma


62456350391

informação objetiva sobre o contexto real. Nela, são apresentados


dados concretos, fatos e circunstâncias, ou seja, essa linguagem
possui um caráter informativo. Por isso, é a linguagem mais usada
em jornais, periódicos, matérias científicas, livros didáticos, etc.
Perceba que o importante aqui é a informação.

Exemplo:

As fortes chuvas ocorridas no último sábado danificaram as instalações da


empresa de minha irmã.

De volta à questão, percebemos que os textos possuem linguagem


desprovida de informalidade e que o texto V possui linguagem

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predominantemente poética. Entretanto, percebe-se que, no texto VI,


predomina a função referencial.

Dessa maneira, o item está incorreto.

Gabarito: ERRADO

Questão 40 – (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

Acerca de aspectos morfológicos e semânticos de vocábulos do


texto V, julgue C ou E.

Os vocábulos "instabilidade" (sublinhado no texto), "imperfeita"


(sublinhado no texto), "inçados" (sublinhado no texto) e "impõe"
(sublinhado no texto) são formados por prefixo cujo valor semântico
denota privação ou negação.

Comentários

De fato, os prefixos das palavras “instabilidade” e “imperfeita”


transmitem a noção de negação – sem estabilidade, sem perfeição.

Entretanto, “inçados” e “impõe” não possuem prefixos com essa


característica.

Dessa forma, o item está incorreto.

Gabarito: ERRADO

Questão 41 – (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010


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Acerca de aspectos morfológicos e semânticos de vocábulos do


texto V, julgue C ou E.

O vocábulo "inaturável" (em negrito no texto) é formado por


derivação e tem o mesmo radical do vocábulo desnaturado.

Comentários

Vamos aproveitar esta questão para fazer uma revisão no


processo de formação das palavras.

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FORMAÇÃO DE PALAVRAS

A formação das palavras consiste em procedimentos


morfossintáticos que levam à criação de novas unidades. Para
tanto, são utilizados os processos de derivação e de
composição. Mas, antes de vermos esses processos, estudaremos
algumas definições úteis para entendermos o assunto em questão.

Cabe salientar que os processos de derivação e composição não são


os únicos processos de formação de palavras, mas são os principais.
Também é interessante ter conhecimento de que o estudo da
formação e da evolução das palavras faz parte da etimologia.

Palavras primitivas

As palavras primitivas são as que não se formam de nenhuma outra.


Na verdade, são as responsáveis pela formação de novas palavras
que delas se originam.

Exemplos:

Fumo, mar, terra, pedra, janela, novo.

Palavras derivadas

As palavras derivadas são as que se formam de outras palavras


preexistentes da língua. Essa formação é feita por meio de afixos que
se agregam aos radicais das “palavras originais”.

Exemplos:

Defumar, marinha, terroso, pedreiro, janelaço, novamente.

Palavras simples
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As palavras simples são as que possuem somente um único radical.


Observe que elas podem ser primitivas ou derivadas.

Exemplos:

Fumo, defumado, pedra, pedreiro.

Palavras compostas

As palavras compostas são as que possuem mais de um radical.

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Exemplos:

Aguardente, guarda-chuva, planalto, pedra-sabão.

Famílias de palavras

Uma família de palavras é um conjunto de todas as palavras que são


formadas com base em um mesmo radical. Para tanto, são usados os
processos de derivação e composição, que serão nosso próximo
assunto de estudo.

Derivação

No processo de derivação, uma nova palavra é formada com


base em uma palavra primitiva existente. Esse tipo de processo é
feito por meio da agregação de afixos.

Derivação prefixal

A derivação prefixal ou prefixação consiste na inclusão de prefixos à


palavra existente.

Exemplos:

Desfazer, ilegal, decrescer, antebraço.

Derivação sufixal

A derivação sufixal ou sufixação consiste na inclusão de sufixos à


palavra existente.

Exemplos:

Geralmente, barbeiro, cafezal, crueldade.


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Derivação parassintética

A derivação parassintética ou parassíntese consiste na inclusão


simultânea de um sufixo e um prefixo à palavra existente.

Exemplos:

Entristecer, desalmado, amanhecer, ensurdecer.

Derivação sufixal e prefixal

A derivação sufixal e prefixal consiste na inclusão não simultânea de


um sufixo e um prefixo à palavra existente.

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Exemplos:

Infelizmente, deslealdade.

Atenção!

É muito importante que você não faça confusão entre a derivação


prefixal e sufixal e a derivação parassintética. Na primeira,
podemos retirar um dos afixos sem prejuízo para a existência da
palavra. Por sua vez, o segundo tipo não permite que se faça isso.
Nesse último caso, quando retiramos um dos afixos, o que sobra não
tem significação.

Derivação regressiva

A derivação regressiva consiste na redução da palavra derivante.


Geralmente, ela é usada na criação dos substantivos deverbais ou
pós-verbais. Assim, acrescentamos uma das vogais “a”, “e” ou “o” ao
radical do verbo. Note que os substantivos formados por esse
processo são indicativos de ação.

Exemplos:

Abalar – abalo; jogar – jogo, sustentar – sustento, chorar – choro.

Atenção!

É importante que você perceba que o processo comum de


formação é a criação de verbos com base em substantivos e
adjetivos. A derivação regressiva é, na verdade, o processo inverso.

Derivação imprópria

A derivação imprópria ou conversão consiste na mudança da classe


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gramatical de uma palavra sem haver alteração na sua forma. Como


exemplo, cito o fenômeno de se antepor um artigo a qualquer palavra
e ela se tornar um substantivo.

Dessa forma, temos as seguintes passagens:

 de substantivos próprios a comuns: damasco;


 de substantivos comuns a próprios: Coelho;
 de adjetivos a substantivos: capital;
 de substantivos a adjetivos: burro;
 de substantivos, adjetivos e verbos a interjeições: viva!
 de verbos a substantivos: jantar;
 de verbos e advérbios a conjunções: quer... quer;

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 de particípios a preposições: salvo;


 de particípios a substantivos e adjetivos: resoluto.

Composição

O processo de formação de palavras por composição consiste


em conseguirmos uma nova palavra por meio da união de dois
ou mais radicais ou duas ou mais palavras. Note que a nova
palavra representa uma ideia muitas vezes diferente dos significados
indicados por suas palavras componentes.

Exemplo:

Criado-mudo é um móvel.

Temos dois tipos de composição, que vamos ver a seguir.

Aglutinação

Com a aglutinação, temos a perda de elementos fonéticos entre as


palavras que se agrupam.

Exemplos:

Plano + alto = planalto, boca + aberta = boquiaberta.

Justaposição

Com a justaposição, as palavras que se unem mantêm sua


integridade. 62456350391

Exemplos:

Beija-flor, segunda-feira, passatempo, girassol, guarda-chuva.

Outros processos

Redução ou abreviação vocabular

A abreviação vocabular consiste na redução de palavras até os limites


que não prejudiquem a compreensão.

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Exemplos:

Auto – automóvel, moto – motocicleta, pneu – pneumático, quilo –


quilograma.

Siglas

As siglas são as abreviaturas formadas com as letras iniciais das


palavras que compõem um título ou um nome. É interessante
observar que, muitas vezes, conhecemos mais o “objeto” pela sigla do
que pelo seu nome.

Exemplos:

ONU – Organização das Nações Unidas, FGTS – Fundo de Garantia do


Tempo de Serviço, PP – Partido Progressista, CEP – Código de
Endereçamento Postal.

Onomatopeia

As onomatopeias são aquelas palavras que buscam reproduzir


determinados ruídos ou sons. Geralmente, os verbos e os
substantivos indicadores de vozes de animais são onomatopeias.

Exemplos:

Miau!, coaxar, rosnar, piar.

Hibridismo

As palavras híbridas são aquelas que se formam de elementos


procedentes de línguas diferentes.

Exemplos: 62456350391

Automóvel (auto – grego + móvel – latim), goiabeira (goiá – tupi + beira –


português.

Neologismo

O neologismo consiste na criação de novas palavras ou expressões,


ou na atribuição de um diferente significado a uma palavra já
existente. É importante observar que surgem novos vocábulos a todo
tempo e, por isso, muitos ainda não estão registrados.

Exemplos:

Deletar, pistolagem, abobado, internetês.

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De volta à questão, temos:

Veja que a palavra “inaturável” é formada por derivação por meio do


prefixo “in” + “aturar” + “vel”. Nesse caso, o prefixo quer dizer
negação.

Por sua vez, “desnaturado” é o particípio de “desnaturar”, verbo


formado por derivação por meio do prefixo “des” + “natura” + “ar”.

Assim, vemos que os radicais “aturar” e “natura” são diferentes.

Dessa maneira, o item está incorreto.

Gabarito: ERRADO

Questão 42 – (CESPE) Diplomata - Instituto Rio Branco/2010

Acerca de aspectos morfológicos e semânticos de vocábulos do


texto V, julgue C ou E.

Denomina-se prefixação o processo de formação dos seguintes


vocábulos: "anomalia" (sublinhado no texto), "alacridade" (sublinhado
no texto) e "arrebataram" (sublinhado no texto).

Comentários

Vamos ver as palavras propostas?

“Anomalia” – palavra de origem grega. Não é formada por derivação


prefixal.

“Alacridade” – palavra de origem latina. Não é formada por derivação


62456350391

prefixal.

“Arrebataram” – Possui o prefixo “a”.

Assim, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

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Questão 43 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2007

Frente à tradição hindu que há 2.500 anos divide a sociedade indiana


em mais de 2.000 castas, os 60 anos dos ideais liberais de Gandhi e
os 10 anos da legalização do casamento entre castas revelam-se
impotentes para transformar a organização hierárquica da sociedade.
Em confronto direto com o costume milenar, o governo da Índia
oferece uma recompensa de R$ 2.400 para homens e mulheres de
diferentes grupos sociais que formalizem sua união.

O dinheiro equivale ao dobro da renda per capita anual do país. O


governo justifica que a medida é um passo para a reacomodação das
desigualdades. Para grande parte da sociedade, é um passo no
escuro.

O governo — que já enfrenta protesto contra cotas em universidades


— vê-se, agora, diante de um desafio maior. O esquema está sob
ataque de todos os lados. Os conservadores alegam que a medida é
gatilho para o caos social. Os liberais sustentam que poucos vão
receber a oferta porque o dinheiro vai desaparecer no bolso de
autoridades corruptas.

Indianos de castas mais baixas dizem que rejeitariam a recompensa,


pois perderiam o acesso preferencial às universidades, garantido pelas
já controversas cotas. Hoje, o governo oferece 22,5% das vagas aos
intocáveis, os últimos na hierarquia hindu, mas pretende aumentá-las
para 50%.

“Sei que esta não é a única maneira de pôr um fim à discriminação,


mas é preciso começar de algum lugar”, defende a ministra da Justiça
Social. Para a socióloga Radhika Chopra, a oferta é uma forma de
sinalizar que esses casamentos não devem ser condenados. “Com a
medida, o governo apóia os indivíduos que transgrediram barreiras
62456350391

sociais e mostra que podem funcionar como exemplos”, acrescenta a


socióloga.

Jornal do Brasil, 17/12/2006 (com adaptações).

No que se refere a funções da linguagem, predomina, no texto,


a função

a) fática, visto que o autor do texto busca, de forma sutil, convencer


os leitores dos benefícios do projeto que visa incentivar o casamento
entre pessoas pertencentes a castas diferentes.

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b) referencial, dado que a ênfase recai nas informações a respeito de


determinado assunto.

c) emotiva, dado que são as falas das autoridades entrevistadas que


direcionam a forma como as informações são apresentadas.

d) conativa, visto que as opiniões expressas estão devidamente


referenciadas, não havendo, portanto, perda de objetividade na
transmissão das informações.

e) metalinguística, haja vista o foco em aspectos intertextuais, como


demonstram as diversas vozes que acompanham a informação
divulgada.

Comentários

Vamos fazer uma revisão sobre as Funções da Linguagem?

Todos nós sabemos que a linguagem é uma das formas que temos
para nos comunicarmos. Como seres humanos que somos,
precisamos de códigos diversos para transmitirmos o que pensamos,
queremos, fazemos, sentimos, etc.

Para tanto, temos a linguagem, que é uma das formas por meio
da qual nos expressamos, nos comunicamos e transmitimos as
mensagens que queremos. Devemos ter em mente que essa
comunicação necessita de um emissor, um receptor, um contexto, um
código e um canal entre o emissor e o receptor. Assim, estudamos as
funções da linguagem que veremos a seguir.

CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Função referencial ou denotativa 62456350391

A função referencial ou denotativa é aquela que transmite uma


informação objetiva sobre o contexto real. Nela, são apresentados
dados concretos, fatos e circunstâncias, ou seja, essa linguagem
possui um caráter informativo. Por isso, é a linguagem mais usada
em jornais, periódicos, matérias científicas, livros didáticos, etc.
Perceba que o importante aqui é a informação.

Exemplo:

As fortes chuvas ocorridas no último sábado danificaram as instalações da


empresa de minha irmã.

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Função apelativa ou conativa

A função apelativa ou conativa é usada quando o emissor quer


influenciar o receptor ou dar-lhe alguma ordem. Para tanto, são
muito usados os vocativos e o imperativo. A linguagem apelativa é
bastante empregada nos sermões, discursos e propagandas. Perceba
que o importante aqui é o receptor.

Exemplo:

Venha fazer compras na nova feira do bairro!

Função expressiva ou emotiva

A função expressiva ou emotiva transmite os sentimentos e as


emoções do emissor. Para tanto, são muito usadas as interjeições e
certos sinais de pontuação como as reticências e o ponto de
exclamação. Perceba que o importante aqui é o emissor.

Exemplo:

Ah, não acredito! Que notícia ótima!

Função poética

A função poética revela uma preocupação com o modo como a


mensagem será transmitida e não com a informação em si.
Para tanto, há uma atenção com a sonoridade das palavras, com o
ritmo, com a beleza do texto. Muito empregada nas poesias, na
literatura e na publicidade. Perceba que o importante aqui é a
mensagem.

Exemplo:
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“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de
beijar.” (Carlos Drummond de Andrade)

Função fática

A função fática revela uma preocupação com o contato entre o


emissor e o receptor, ou seja, com o canal de comunicação. É
usada com o objetivo de confirmar se o emissor está sendo ouvido ou,
então, de estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. Essa
linguagem é bastante empregada nas comunicações telefônicas e
saudações. Perceba que o importante aqui é o canal.

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Exemplo:

Olá! Você está escutando?

Função metalinguística

A função metalinguística é aquela que transmite a mensagem de


um código por meio do próprio código, ou seja, a linguagem fala
dela própria. Perceba que o importante aqui é o código.

Exemplo:

Oração é um conjunto de palavras ordenadas segundo normas gramaticais,


com sentido completo.

No exemplo acima, perceba que explicamos o que é oração por meio


de uma.

Em um mesmo texto, podem conviver diferentes tipos de linguagem.


É importante você identificar qual é a função predominante para
responder às questões.

Outro ponto que quero destacar é o conceito de sentido conotativo


e sentido denotativo, usual em questões de provas. Quando uma
palavra é empregada em seu sentido denotativo, ela é usada em seu
sentido próprio, comum, habitual, preciso. Por sua vez, o sentido
conotativo é o emprego de uma palavra em um sentido incomum,
figurado, circunstancial, que depende sempre do contexto. Para te
auxiliar a guardar, faça uma relação entre “denotativo” e “dicionário”.
62456350391

Dessa maneira, percebemos que predomina a função


referencial, dado que a ênfase recai nas informações a respeito de
um determinado assunto, que é o casamento entre castas.

Gabarito: B

Questão 44 – (CESPE) Analista Judiciário – STM/2010

Entre os crimes propriamente militares — aqueles tipificados no


Código Penal Militar (CPM) e que somente podem ser cometidos por
militares no exercício de suas atribuições funcionais —, tem aqui

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destaque aquele de maior repercussão na tropa e de sérias


consequências para a manutenção da disciplina e da operacionalidade
das Forças Armadas: a deserção. Esse delito é definido no CPM como
o ato de “ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que
serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias”
(CPM, art. 187).

No que se refere à gravidade do delito em questão, alguns estudiosos


entendem haver excessivo rigor no tratamento dispensado ao
desertor, como, por exemplo, a prisão imediata, após sua captura ou
apresentação voluntária, por período de até sessenta dias, conforme
previsto no Código de Processo Penal Militar (CPPM). Entretanto, para
o militar responsável pela manutenção da operacionalidade do efetivo
que lhe é confiado como comandante de fração, subunidade ou
unidade, a deserção apresenta elevado grau de potencial ofensivo. O
militar é treinado para cumprir missões por vezes arriscadas e que
podem trazer em seu âmago perigo também para os outros
integrantes do grupo que comanda. A nação nele investe e dele
espera a retribuição de sua missão constitucional. Sua ausência
representará um vácuo no organismo a que pertence.

Assim, a deserção é um crime gravíssimo para as instituições


militares, porquanto atinge diretamente um de seus 28 pilares básico:
a disciplina. Tanto é verdadeira essa afirmação que a própria lei
substantiva castrense estabelece para esse tipo de delito criminal, em
tempo de guerra e em presença de 31 inimigo, sanções que podem ir
de um mínimo de vinte anos de reclusão à pena capital.

Max Hoertel. Crimes propriamente militares: a deserção. In: STM em Revista, ano
3, n.o 4, jul./dez./ 2006. P. 16-7. Internet: (com adaptações)

Com relação às ideias e estruturas morfossintáticas do texto


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acima, julgue o próximo item.

As palavras “desertor” (sublinhado no texto) e “integrantes”


(sublinhado no texto) são ambas formadas por processo de derivação
sufixal em que os respectivos sufixos evidenciam o sentido de agente.

Comentários

Vamos aproveitar esta questão para fazer uma revisão no


processo de formação das palavras.

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FORMAÇÃO DE PALAVRAS

A formação das palavras consiste em procedimentos


morfossintáticos que levam à criação de novas unidades. Para
tanto, são utilizados os processos de derivação e de
composição. Mas, antes de vermos esses processos, estudaremos
algumas definições úteis para entendermos o assunto em questão.

Cabe salientar que os processos de derivação e composição não são


os únicos processos de formação de palavras, mas são os principais.
Também é interessante ter conhecimento de que o estudo da
formação e da evolução das palavras faz parte da etimologia.

Palavras primitivas

As palavras primitivas são as que não se formam de nenhuma outra.


Na verdade, são as responsáveis pela formação de novas palavras
que delas se originam.

Exemplos:

Fumo, mar, terra, pedra, janela, novo.

Palavras derivadas

As palavras derivadas são as que se formam de outras palavras


preexistentes da língua. Essa formação é feita por meio de afixos que
se agregam aos radicais das “palavras originais”.

Exemplos:

Defumar, marinha, terroso, pedreiro, janelaço, novamente.

Palavras simples
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As palavras simples são as que possuem somente um único radical.


Observe que elas podem ser primitivas ou derivadas.

Exemplos:

Fumo, defumado, pedra, pedreiro.

Palavras compostas

As palavras compostas são as que possuem mais de um radical.

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Exemplos:

Aguardente, guarda-chuva, planalto, pedra-sabão.

Famílias de palavras

Uma família de palavras é um conjunto de todas as palavras que são


formadas com base em um mesmo radical. Para tanto, são usados os
processos de derivação e composição, que serão nosso próximo
assunto de estudo.

Derivação

No processo de derivação, uma nova palavra é formada com


base em uma palavra primitiva existente. Esse tipo de processo é
feito por meio da agregação de afixos.

Derivação prefixal

A derivação prefixal ou prefixação consiste na inclusão de prefixos à


palavra existente.

Exemplos:

Desfazer, ilegal, decrescer, antebraço.

Derivação sufixal

A derivação sufixal ou sufixação consiste na inclusão de sufixos à


palavra existente.

Exemplos: 62456350391

Geralmente, barbeiro, cafezal, crueldade.

Derivação parassintética

A derivação parassintética ou parassíntese consiste na inclusão


simultânea de um sufixo e um prefixo à palavra existente.

Exemplos:

Entristecer, desalmado, amanhecer, ensurdecer.

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Derivação sufixal e prefixal

A derivação sufixal e prefixal consiste na inclusão não simultânea de


um sufixo e um prefixo à palavra existente.

Exemplos:

Infelizmente, deslealdade.

Atenção!

É muito importante que você não faça confusão entre a derivação


prefixal e sufixal e a derivação parassintética. Na primeira,
podemos retirar um dos afixos sem prejuízo para a existência da
palavra. Por sua vez, o segundo tipo não permite que se faça isso.
Nesse último caso, quando retiramos um dos afixos, o que sobra não
tem significação.

Derivação regressiva

A derivação regressiva consiste na redução da palavra derivante.


Geralmente, ela é usada na criação dos substantivos deverbais ou
pós-verbais. Assim, acrescentamos uma das vogais “a”, “e” ou “o” ao
radical do verbo. Note que os substantivos formados por esse
processo são indicativos de ação.

Exemplos:

Abalar – abalo; jogar – jogo, sustentar – sustento, chorar – choro.

Atenção!

É importante que você perceba que o processo comum de


formação é a criação de verbos com base em substantivos e
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adjetivos. A derivação regressiva é, na verdade, o processo inverso.

Derivação imprópria

A derivação imprópria ou conversão consiste na mudança da classe


gramatical de uma palavra sem haver alteração na sua forma. Como
exemplo, cito o fenômeno de se antepor um artigo a qualquer palavra
e ela se tornar um substantivo.

Dessa forma, temos as seguintes passagens:

 de substantivos próprios a comuns: damasco;


 de substantivos comuns a próprios: Coelho;

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 de adjetivos a substantivos: capital;


 de substantivos a adjetivos: burro;
 de substantivos, adjetivos e verbos a interjeições: viva!
 de verbos a substantivos: jantar;
 de verbos e advérbios a conjunções: quer... quer;
 de particípios a preposições: salvo;
 de particípios a substantivos e adjetivos: resoluto.

Composição

O processo de formação de palavras por composição consiste


em conseguirmos uma nova palavra por meio da união de dois
ou mais radicais ou duas ou mais palavras. Note que a nova
palavra representa uma ideia muitas vezes diferente dos significados
indicados por suas palavras componentes.

Exemplo:

Criado-mudo é um móvel.

Temos dois tipos de composição, que vamos ver a seguir.

Aglutinação

Com a aglutinação, temos a perda de elementos fonéticos entre as


palavras que se agrupam.

Exemplos:

Plano + alto = planalto, boca + aberta = boquiaberta.

Justaposição
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Com a justaposição, as palavras que se unem mantêm sua


integridade.

Exemplos:

Beija-flor, segunda-feira, passatempo, girassol, guarda-chuva.

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Outros processos

Redução ou abreviação vocabular

A abreviação vocabular consiste na redução de palavras até os limites


que não prejudiquem a compreensão.

Exemplos:

Auto – automóvel, moto – motocicleta, pneu – pneumático, quilo –


quilograma.

Siglas

As siglas são as abreviaturas formadas com as letras iniciais das


palavras que compõem um título ou um nome. É interessante
observar que, muitas vezes, conhecemos mais o “objeto” pela sigla do
que pelo seu nome.

Exemplos:

ONU – Organização das Nações Unidas, FGTS – Fundo de Garantia do


Tempo de Serviço, PP – Partido Progressista, CEP – Código de
Endereçamento Postal.

Onomatopeia

As onomatopeias são aquelas palavras que buscam reproduzir


determinados ruídos ou sons. Geralmente, os verbos e os
substantivos indicadores de vozes de animais são onomatopeias.

Exemplos:

Miau!, coaxar, rosnar, piar. 62456350391

Hibridismo

As palavras híbridas são aquelas que se formam de elementos


procedentes de línguas diferentes.

Exemplos:

Automóvel (auto – grego + móvel – latim), goiabeira (goiá – tupi + beira –


português.

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Neologismo

O neologismo consiste na criação de novas palavras ou expressões,


ou na atribuição de um diferente significado a uma palavra já
existente. É importante observar que surgem novos vocábulos a todo
tempo e, por isso, muitos ainda não estão registrados.

Exemplos:

Deletar, pistolagem, abobado, internetês.

De volta à questão, temos:

De acordo com o estudado acima, note que as palavras “desertor” e


“integrantes” são ambas formadas por processo de derivação sufixal
em que os respectivos sufixos evidenciam o sentido de agente.

Assim, o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 45 – (CESPE) Diplomacia – Instituto Rio Branco/2010

A questão de uma identidade latino-americana tornou-se não apenas


atual, mas premente, sobretudo ao longo do século XX. Sua origem
está em uma experiência marcante de contraste e de contradição com
a memória do regime colonial, com os projetos nacionais e liberais
decorrentes dos processos de autonomia política, com os mecanismos
de dependência econômica e financeira e, principalmente, com a
pluralidade da composição social de suas populações.
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Uma das características do esforço de autodefinição das sociedades


latino-americanas desenvolve-se mais particularmente na segunda
metade do século, com a grande variedade de ensaios de cunho
literário e com os resultados das ciências sociais obtidos por latino-
americanos, que passam a desempenhar papel relevante no cenário
mundial. A América que vinha sendo dita latina por terceiros quer
proclamar-se América e latina por si própria. A simples contraposição
com a Europa (em especial com as antigas metrópoles coloniais) ou
com a América de língua inglesa tem grandes lacunas. O sentimento
generalizado de pertencimento à história da expansão da cultura
europeia é necessário, mas não suficiente para consolidar a
legitimidade social e cultural da composição e da pluralidade social na
América de fala espanhola e portuguesa. E isso mesmo se essas
Américas receberam significativa contribuição de correntes

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migratórias renovadas. Os caminhos percorridos nos Estados Unidos


da América (EUA) e no Canadá foram — e são — bem distintos dos
que percorrem as Américas latinas.

Assim, são os próprios latino-americanos ou brasileiros que procuram


ser latino-americanistas ou brasilianistas, não apenas por sorte de
ousadia política, mas por força de abordagem científica da
constituição eventual de uma latino-americanidade alçada dos traços
de formação social e cultural de suas sociedades. O objetivo de
conceber e redigir uma história em que o tom fosse dado por
latinoamericanos, não em uma espécie de etnocentrismo que
substitua outros etnocentrismos, como o europeu ou o norte-
americano, mas que sirva de substrato a uma síntese da pluralidade
real das Américas Latinas, é uma contribuição relevante para a
concepção, a construção e a consolidação de uma identidade
macrorregional latino-americana.

E. C. R. Martins. América Latina: cultura histórica e identidade. In: C. B. Carmona e


H. Sewierski (Orgs.). Heranças e desafios da América Latina: Brasil e Chile. Brasília:
Universidade de Brasília, Oficina Editorial do Instituto de Letras: Plano Editora,
2003. p. 29-30 (com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos do texto, julgue o


item que se segue.

As palavras “premente” (sublinhada no texto), “decorrentes”


(sublinhada no texto), “correntes” (sublinhada no texto) e “relevante”
(sublinhada no texto) são formadas pela adição de um sufixo a uma
forma verbal e são usadas, no texto, como adjetivos.

Comentário
62456350391

Vamos ver as palavras separadamente?

“Premente” – palavra de origem latina, não é formada por derivação


sufixal. No texto, é um adjetivo.

“Decorrente” – palavra de origem latina, não é formada por derivação


sufixal. No texto, é um adjetivo.

“Corrente” – palavra de origem latina, não é formada por derivação


sufixal. No texto, é um substantivo.

“Relevante” – palavra de origem latina, não é formada por derivação


sufixal. No texto, é um adjetivo.

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Assim, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

Questão 46 – (CESPE) Diplomata – Instituto Rio Branco/2008

Receita de casa

Ciro dos Anjos escreveu, faz pouco tempo, uma de suas páginas mais
belas sobre as antigas fazendas mineiras. Ele dá os requisitos
essenciais a uma fazenda bastante lírica, incluindo, mesmo, uma certa
menina de vestido branco. Nada sei dessas coisas, mas juro que
entendo alguma coisa de arquitetura urbana, embora Caloca, Aldari,
Jorge Moreira e Ernâni, pobres arquitetos profissionais, achem que
não.

Assim vos direi que a primeira coisa a respeito de uma casa é que ela
deve ter um porão, um bom porão com entrada pela frente e saída
pelos fundos. Esse porão deve ser habitável porém inabitado; e ter
alguns quartos sem iluminação alguma, onde se devem amontoar
móveis antigos, quebrados, objetos desprezados e baús esquecidos.
Deve ser o cemitério das coisas. Ali, sob os pés da família, como se
fosse no subconsciente dos vivos, jazerão os leques, as cadeiras, as
fantasias do carnaval do ano de 1920, as gravatas manchadas, os
sapatos que outrora andaram em caminhos longe.

Quando acaso descerem ao porão, as crianças hão de ficar um pouco


intrigadas; e como crianças são animais levianos, é preciso que se
intriguem um pouco, tenham uma certa perspectiva histórica,
meditem que, por mais incrível e extraordinário que pareça, as
pessoas grandes também já foram crianças, a sua avó já foi a bailes,
62456350391

e outras coisas instrutivas que são um pouco tristes mas hão de


restaurar, a seus olhos, a dignidade corrompida das pessoas adultas.

Convém que as crianças sintam um certo medo do porão; e embora


pensem que é medo do escuro, ou de aranhas-caranguejeiras, será o
grande medo do Tempo, esse bicho que tudo come, esse monstro que
irá tragando em suas fauces negras os sapatos da criança, sua
roupinha, sua atiradeira, seu canivete, as bolas de vidro, e afinal a
própria criança. O único perigo é que o porão faça da criança, no
futuro, um romancista introvertido, o que se pode evitar
desmoralizando periodicamente o porão com uma limpeza parcial para
nele armazenar gêneros ou utensílios ou mais facilmente tijolo, por
exemplo; ou percorrendo-o com uma lanterna elétrica bem possante
que transformará hienas em ratos e cadafalsos em guarda-louças.

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Ao construir o porão deve o arquiteto obter um certo grau de


umidade, mas providenciar para que a porta de uma das entradas
seja bem fácil de arrombar, porque um porão não tem a menor
utilidade se não supomos que dentro dele possa estar escondido um
ladrão assassino, ou um cachorro raivoso, ou ainda anarquistas
búlgaros de passagem por esta cidade.

Um porão supõe um alçapão aberto na sala de jantar. Sobre a tampa


desse alçapão deve estar um móvel pesado, que fique exposto ao sol
ao menos duas horas por dia, de tal modo que à noite estale com
tanto gosto que do quarto das crianças dê a impressão exata de que o
alçapão está sendo aberto, ou o terrível meliante já esteja no interior
da casa.

Rubem Braga. Um pé de milho. 4.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1982, p. 129-31
(com adaptações).

Julgue o item a seguir.

O recurso a processos de formação de palavras derivadas pode ser


exemplificado em "habitável porém inabitado" (sublinhado no texto).

Comentários

Aqui, temos exemplo do processo de formação de palavras


conhecido como derivação.

Observe o sufixo “vel” em “habitável” e o prefixo “in” em “inabitado”.

Dessa forma, o item está correto.

Gabarito: CERTO
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Questão 47 – (CESPE) Oficial Bombeiro – CBM-ES/2011

Antes da criação do Corpo de Bombeiros, o serviço de extinção de


incêndio do Rio de Janeiro era realizado por seções dos Arsenais de
Guerra da Marinha, da Casa de Correção e da Repartição de Obras
Públicas. Quando havia um incêndio na cidade, os bombeiros eram
avisados por três disparos de canhão, partidos do Morro do Castelo, e
por toques de sinos da igreja de São Francisco de Paula,
correspondendo o número de badaladas ao número da freguesia onde
se verificava o sinistro. Esses toques eram, então, reproduzidos pela
igreja matriz da freguesia.

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Em 2 de julho de 1856, pelo decreto imperial n.º 1.775, foi criado o


Corpo de Bombeiros Provisório da Corte. Quando recebiam aviso de
incêndio, os praças saíam puxando o corrico, que tinha de seis a oito
mangueiras, pela via pública e procuravam debelar o fogo, solicitando
os reforços necessários conforme a extensão do sinistro. Os
condutores de veículos passantes eram obrigados a prestar os
serviços que deles fossem exigidos, bem como entregar seus animais.
Em 1856, foi fornecida à instituição a primeira bomba de incêndio a
vapor e, 19 em 1880, o grupo passou a ter organização militar.

Internet: (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue o próximo item.

Os vocábulos “Repartição” (sublinhado no texto), “reproduzidos”


(sublinhado no texto) e “recebiam” (sublinhado no texto) são
formados por prefixação.

Comentários

Nesta questão, a banca colocou palavras que possuem “re” no início


delas, para confundir o candidato.

Observem que “re” pode ser um prefixo que significa repetição, mas
não no caso das três palavras constantes do enunciado.

Dessa maneira, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

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Questão 48 – (CESPE) Diplomacia – Instituto Rio Branco/2008

A Organização dos Estados Americanos (OEA) naufraga em um mar


de alternativas regionais, cujo acento maior é a exclusão dos EUA. É o
caso da proposta de uma nova organização de países da América
Latina e Caribe, que se junta a outras iniciativas do mesmo teor,
como o Grupo do Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora
avisado por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA
corre o risco de perder vigência. Seria a quebra do mais importante
elo da cadeia de ações coletivas envolvendo América Latina e EUA,
com a predominância histórica dos norte-americanos.

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O primeiro golpe foi dado com o Grupo do Rio, inspirado no


fracassado Grupo de Contadora. Em 1984, países latino-americanos
se reuniram na ilha panamenha de Contadora com o objetivo de
encontrar soluções para a guerra na América Central, que se tornara
sangrenta, com aberta intervenção norte-americana. Contadora
chegou a concluir um texto de proposta de paz. Mas sofreu operação
de bloqueio, conduzido por Constantine Menge, o encarregado da
América Latina no Conselho de Segurança Nacional dos EUA na época.
A revista Current History divulgou documentos que estabeleciam
como “estratégia do governo Reagan” impedir negociações de paz na
América Central. A única coisa que importava era derrubar os
sandinistas na Nicarágua e, com isso, na visão reaganiana, traçar
uma “linha de contenção do comunismo em território norte-
americano”.

Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo ao texto acima.

As palavras “panamenha” (sublinhado no texto) e “reaganiana”


(sublinhado no texto) são palavras estrangeiras adaptadas à língua
portuguesa por derivação com o acréscimo de sufixos.

Comentários

Observe que a palavra “panamenha” é formada por derivação da


palavra “Panamá”, mas não é uma palavra originária de idioma
estrangeiro.

Por sua vez, a palavra “reaganiana” tem origem estrangeira, pois vem
do termo “Reagan”, nome de um político americano.

Dessa maneira, o item está errado. 62456350391

Gabarito: ERRADO

Questão 49 – (FGV) Analista Judiciário – TJ-RJ/2014

TEXTO 1 – BEM TRATADA, FAZ BEM

Sérgio Magalhães, O Globo

O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória: “O carro


é o cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a reversão cultural
que se deu no consumo do tabaco?

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Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. Este jornal,


em uma série de reportagens, nestes dias, mostrou o privilégio que
os governos dão ao uso do carro e o desprezo ao transporte
coletivo. Surpreendentemente, houve entrevistado que opinou
favoravelmente, valorizando Los Angeles – um caso típico de cidade
rodoviária e dispersa.

Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta geração


com o futuro da humanidade e contra o aquecimento global – para
o qual a emissão de CO2 do rodoviarismo é agente básico. (A USP
acaba de divulgar estudo advertindo que a poluição em São Paulo
mata o dobro do que o trânsito.)

O transporte também esteve no centro dos protestos de junho de


2013. Lembremos: ele está interrelacionado com a moradia, o
emprego, o lazer.

Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.

“A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a poluição em São


Paulo mata o dobro do que o trânsito”; nesse trecho do texto 1, o
segmento “acaba de divulgar estudo” poderia ser substituído por
um termo menos extenso, com a ajuda de um prefixo ou sufixo:
“estudo recém-divulgado”. A frase abaixo em que esse mesmo
processo foi feito de forma INADEQUADA é:

a) Os estudos estão sendo lidos de novo / relidos;

b) A passeata carregava uma faixa contrária ao transporte público /


antitransporte público;

c) Os automóveis foram valorizados acima do normal /


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hipervalorizados;

d) As autoridades precisam fazer análises de si mesmas /


retroanálises;

e) O Congresso votou um projeto a favor de carros elétricos / pró-


carros elétricos.

Comentários

Vamos analisar as alternativas separadamente para resolver


esta questão.

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a) Os estudos estão sendo lidos de novo / relidos;

Processo correto – “re” é um prefixo que indica “repetição”.

b) A passeata carregava uma faixa contrária ao transporte público /


antitransporte público;

Processo correto – “anti” é um prefixo que indica “oposição”.

c) Os automóveis foram valorizados acima do normal /


hipervalorizados;

Processo correto – “hiper” é um prefixo que indica “excesso”.

d) As autoridades precisam fazer análises de si mesmas /


retroanálises;

Processo incorreto – “retro” é um prefixo que indica “movimento para


trás”.

Esta é a resposta da questão.

e) O Congresso votou um projeto a favor de carros elétricos / pró-


carros elétricos.

Processo correto – “pró” é um prefixo que indica “a favor de”.

Gabarito: D

Questão 50 – (FGV) Fiscal de Serviços Públicos – Prefeitura de


Florianópolis/2014 62456350391

TEXTO 4 – POR QUE SÃO ASSIM?

Mariana Sgarioni

Daniel Blair tem 4 aninhos e achou que seu cachorrinho de apenas


uma semana de vida estava muito sujo. O melhor jeito encontrado
para um banho rápido foi atirar o animal na água do vaso sanitário –
e dar descarga. Por sorte, a mãe descobriu a tempo, e bombeiros
resgataram o animalzinho ainda vivo no esgoto. O caso aconteceu no
início de junho, na Inglaterra, e chamou a atenção das câmeras do
mundo inteiro. Muitos perguntaram: será que Daniel seria um
psicopata divertindo-se com o sofrimento do bicho?

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Provavelmente não. Nesses casos, o que pode existir é o transtorno


de conduta – comportamento que viola regras sociais importantes.

A palavra do texto 4 que apresenta um processo de formação


diferente dos demais é:

a) cachorrinho;

b) descarga;

c) bombeiro;

d) sofrimento;

e) sanitário.

Comentários

Vamos ver as palavras separadamente?

“Cachorrinho” – presença do sufixo “inho” – derivação sufixal.

“Descarga” – presença do prefixo “des” – derivação prefixal.

“Bombeiro” – presença do sufixo “eiro” – derivação sufixal.

“Sofrimento” – presença do sufixo “mento” – derivação sufixal.

“Sanitário” – presença do sufixo “ário” – derivação sufixal.

Observe que a palavra “descarga” possui processo de formação


diferente das demais. 62456350391

Assim, a resposta é a alternativa B.

Gabarito: B

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REDAÇÃO OFICIAL: um pouco de teoria

O Manual de Redação da Presidência da República, fonte oficial


para referenciar os principais conceitos e apontamentos sobre a
temática. No Manual, o candidato vai encontrar o que é preciso para
responder às questões de concursos relativas à Redação Oficial.
Obviamente, é importante observar se algum concurso trará, em seu
edital, referência a manual de redação diverso (de algum órgão ou
ente federativo específico).

O Manual de Redação da Presidência da República é extenso, de modo


que, aqui, vamos explanar e destacar os principais pontos. Mas não se
engane: ler o Manual é importante para ter um conhecimento
completo do assunto e deixá-lo mais seguro na hora da prova.
Esse, inclusive, pode ser o seu diferencial, pois sabemos que muitos
candidatos, diante de um conteúdo vasto, optam por ler versões
resumidas do tema.

Vale observar que o Manual de Redação da Presidência da


República é divido em duas partes: Parte 1 (As Comunicações
Oficiais) e Parte 2 (Os Atos Normativos). Em geral, apenas a
Parte 1 é cobrada nas provas de concurso e encontra-se dividida em
três capítulos: Capítulo 1 (Aspectos Gerais da Redação Oficial),
Capítulo 2 (As Comunicações Oficiais) e Capítulo 3 (Elementos de
Ortografia e Gramática). Assim, note que os capítulos 1 e 2 são
conteúdos propriamente de Redação Oficial e o terceiro capítulo é de
cunho gramatical, ou seja, os conteúdos ali explanados encontram-se
abrangidos pelo nosso Curso de Português. Ainda assim, você pode ler
o terceiro capítulo, como uma maneira de revisar e fixar os assuntos.

Sobre a Parte 2, é importante observar que o edital do concurso não


cobra esse o conteúdo. Assim, vamos focar na Parte 1.
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Separe um tempo do seu estudo para debruçar-se sobre o


Manual de Redação da Presidência da República, que pode ser
facilmente encontrado na internet, de forma gratuita, no site
do Planalto: www.planalto.gov.br.

Observação: sempre que for mencionado “Manual de Redação” ou


“Manual”, saiba que faço referência ao Manual de Redação da
Presidência da República.

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O uso de correspondências oficiais por parte do Poder Público


é prática antiga e tem como objetivo principal a comunicação
clara e impessoal.

De todo modo, não se pode ignorar que algumas práticas da


Administração Pública são herança de usos passados, o que acaba por
consagrar alguns clichês, em especial nas formas de tratamento das
autoridades.

Feita essa introdução, vamos ver o conceito de redação oficial


apresentado no Manual de Redação: “maneira pela qual o
Poder Público redige atos normativos e comunicações”. Perceba
que o processo de comunicação é uniforme, pois há sempre o
Serviço Público como emissor da mensagem e o próprio
Serviço Público ou os administrados como receptor.

CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO OFICIAL

A Constituição Federal, em seu artigo 37, dispõe que: “A


administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência (...)”. É sabido que os princípios da
publicidade e da impessoalidade são fundamentais para a vida
do Estado; são esses os valores axiológicos que norteiam a
redação oficial.

A transparência dos atos oficiais e a clareza na comunicação são


requisitos para o Estado Democrático de Direito, no sentido de
garantir aos cidadãos a compreensão desses atos, bem como evitar
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ambiguidades. Para isso, exige-se o uso de uma linguagem


formal e obediente aos padrões da norma culta.

Dessa forma, os atos e comunicações governamentais são


caracterizados pela impessoalidade, uso do padrão culto de
linguagem, clareza, concisão, formalidade, padronização e
uniformidade. Vamos ver, agora, cada um desses elementos.

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IMPESSOALIDADE

A redação oficial tem como emissor do processo comunicacional o


Poder Público (Ministério, Departamento, Superintendência, etc.) e
como receptor o próprio Serviço Público ou o cidadão ou conjunto de
cidadãos. Assim, a importância de um tratamento impessoal
para as comunicações oficiais decorre, segundo o Manual de
Redação Oficial da Presidência da República, de:

“a) ausência de impressões individuais de quem comunica:


embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe
de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é
feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização,
que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da
Administração guardem entre si certa uniformidade;

b) impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas


possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido
como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um
destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;

c) caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo


temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem
respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom
particular ou pessoal.”

Pode-se perceber que, de modo oposto ao que ocorre nas


correspondências particulares, a impressão pessoal e a subjetividade
de quem escreve não são bem-vindas aqui.

Por fim, é importante entender que a concisão, a objetividade, a


clareza e a formalidade dotarão o texto de impessoalidade.
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USO DO PADRÃO CULTO DE LINGUAGEM

A linguagem a ser empregada nas correspondências oficiais


deve ser compreendida integralmente por todos os
destinatários, seja o Poder Público ou o cidadão. Essa finalidade
pode ser alcançada ao evitar-se o uso de linguagem restrita a certos
grupos, ou seja, linguagem marcada por jargões técnicos, gírias e
regionalismos.

Assim, pode-se concluir que a linguagem formal precisa ser


empregada pelo seu caráter universal. Esse nível de linguagem é

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consequência do caráter público dos atos oficiais, bem como da


sua finalidade.

Observação:

Na redação oficial, existem os atos de caráter normativo, que são


aqueles que estabelecem padrões de conduta e regras para os
indivíduos ou que regulam o funcionamento do serviço público e seus
órgãos. Também existem aqueles atos de expediente. Ambos devem
valer-se de uma linguagem adequada, rica em clareza e objetividade.

 Língua Falada x Língua Escrita

A língua falada é mais espontânea e dinâmica e pode


comportar as alterações da linguagem e dos costumes de
modo mais imediato. A oralidade conta com outros elementos que a
enriquecem, como entonação, gestos, fisionomias, entre outros. Por
outro lado, a linguagem escrita pode ser considerada um estágio
ulterior da língua: é marcada pela permanência e por
transformações mais lentas. A escrita, desse modo, é
caracterizada por maior rigidez e, sem todos os elementos da
linguagem oral, precisa comunicar valendo-se apenas de si própria.
Veja o que diz o Manual de Redação da Presidência da República
sobre o tema:

“A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de


acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um
amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que
incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um
parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário
técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem
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que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a


empregamos”.

 Padrão culto da língua

O padrão culto da língua deve respeitar a regra gramatical


formal e empregar um vocabulário que seja comum aos que
usam o idioma.

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Atenção!

O uso de uma linguagem rebuscada, hermética, repleta de figuras de


linguagem comuns à literatura ou de “contorcionismos” sintáticos não
é sinônimo de padrão culto. A linguagem simples e direta é sempre
desejada; deve-se evitar, somente, a pobreza linguística.

Apesar de certas expressões e usos sintáticos encontrarem-se


consagrados na práxis administrativa, não é correto dizer que há
um “padrão oficial de linguagem” marcado pela “linguagem
burocrática”, mas sim o uso do padrão culto na redação oficial.
Assim, o uso do “jargão burocrático”, bem como de todo e qualquer
jargão, deve ser evitado, pois restringe a compreensão ao grupo
específico que os domina.

Obviamente que certas situações exigirão o uso de uma linguagem


técnica, que deve ser feito sem exagero, em especial quando o
Serviço Público estabelecer uma comunicação com setor/órgão
distinto ou com o cidadão. Caso contrário, esses destinatários
encontrarão dificuldade em apreender o vocabulário específico.

Fica claro, então, que o padrão culto da língua é a maneira de


obter-se a compreensão de todos indistintamente e distanciar-
se de modismos vocabulares, idiossincrasias linguísticas e diferenças
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais.

CLAREZA

Todo e qualquer texto oficial deve ter como característica fundamental


a clareza. Segundo o próprio Manual de Redação Oficial, “a clareza
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente
62456350391

das demais características da redação oficial. Para ela


concorrem:

a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que


poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;

b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de


entendimento geral e, por definição, avesso a vocábulos de circulação
restrita, como a gíria e o jargão;

c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a


imprescindível uniformidade dos textos;

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d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos


que nada lhe acrescentam.”

Pelo exposto acima, fica evidente que um bom texto deve unir os
elementos supracitados e ser revisado para evitar equívocos
gramaticais. Aquele que redige a comunicação oficial deve colocar-
se no contexto do destinatário e avaliar se o seu texto reúne
condições de ser bem decodificado e compreendido. O texto oficial
deve ser inteligível; assim, os conceitos técnicos e específicos devem
ser explicados, siglas e abreviações devem ser identificadas, tudo isso
para permitir a total apreensão da mensagem pelo seu receptor. Mais
uma vez, deve-se observar o papel de uma boa revisão, realizada
sem pressa, com extrema atenção e cuidado.

CONCISÃO

Exigir de um texto que ele seja conciso é impedir que o


rebuscamento e a prolixidade dominem a sua estrutura. Desse
modo, a redação oficial determina que as informações sejam
passadas da maneira mais clara, direta e objetiva possível.
Obviamente, nenhuma parte substancial do texto deve ser suprimida;
o texto conciso não necessariamente é curto em extensão, mas
deve esgotar todo o assunto da maneira mais sintética e
enxuta. Assim, os trechos repetitivos, redundantes, retóricos ou
supérfluos devem ser eliminados.

É importante reler e revisar as correspondências oficiais para eliminar


tudo que é acessório ou desnecessário. Pense que existem, em uma
composição textual, ideias principais e secundárias; por vezes, as
ideias secundárias são fundamentais para conformar e dar sentido às
ideias nucleares; em outras situações, contudo, essas ideias
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secundárias nada acrescentam e, por essa razão, devem ser


suprimidas.

Atenção!

- evite o emprego de preciosismos (palavras arcaicas, raras e em


desuso) e neologismos.

- evite o uso de expressões como “venho por meio desta”, “tenho a


honra de”, “cumpre-me comunicar que”.

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FORMALIDADE

Não há exceções, a correspondência oficial sempre será formal e


obedecerá a algumas regras de forma. Essa formalidade não só
será manifestada por meio do uso correto dos pronomes de
tratamento, mas também pela aplicação de certa etiqueta ou
protocolo na abordagem do assunto em questão. A polidez e a
civilidade devem ser respeitadas.

Note que as regras de forma só serão devidamente empregadas com


a correta harmonia dos outros elementos da redação oficial, como a
impessoalidade, padrão culto da língua, padronização e uniformidade.

PADRONIZAÇÃO E UNIFORMIDADE

A formalidade vista acima liga-se sobremaneira à necessidade de


padronização das comunicações oficiais, aqui entendidas como
uma das principais metas do Manual de Redação. Essa
uniformidade é alcançada por meio do atendimento a regras
específicas de cada tipo de expediente e pela correta
diagramação do texto, clareza datilográfica e uso de papéis uniformes
para o texto definitivo.

PRONOMES DE TRATAMENTO

O conhecimento acerca dos Pronomes de Tratamento é valioso


para o completo domínio dos assuntos de redação oficial.

Veja o resgate histórico do tema, trazido pelo Manual de Redação da


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Presidência da República:

“O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga


tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem
incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, ‘como tratamento
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra’, passou-se a
empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segunda
pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior.
Prossegue o autor:

‘Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a


palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria
superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei
com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o
tratamento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia

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eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa


santidade.’

A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já estava


em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê
evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com
o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de
pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às
autoridades civis, militares e eclesiásticas.”

FECHO PARA COMUNICAÇÕES

As comunicações oficiais valem-se do fecho para arrematar o texto


ao final, bem como para saudar o destinatário. O Manual de
Redação da Presidência da República simplificou o assunto, valendo-
se de apenas dois fechos.

Respeitosamente: utilizado no fecho de comunicações endereçadas


às autoridades superiores, inclusive o Presidente da República.

Atenciosamente: utilizado no fecho de comunicações endereçadas


às autoridades de mesma hierarquia do emissor ou de hierarquia
inferior.

Observação 1:

É incorreto abreviar de qualquer maneira os fechos acima (ex: Att.),


que devem sempre ser escritos por extenso.

Observação 2:

As comunicações oficiais dirigidas a autoridades estrangeiras não


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seguem as regras vistas acima, uma vez que possuem seus próprios
ritos, estabelecidos no Manual de Redação do Ministério das Relações
Exteriores.

Não se utiliza Cordialmente ou Graciosamente para realizar o fecho de


correspondência oficial.

TIPOS DE DOCUMENTOS

O Manual de Redação Oficial da Presidência da República apresenta os


seguintes tipos de documentos: aviso, ofício, memorando,

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exposição de motivos, mensagem, telegrama, fax e correio


eletrônico.

PADRÃO OFÍCIO

O Padrão Ofício surgiu para ditar regras de diagramação e


padronização de certos documentos que são muito
assemelhados na forma, mas diferem nas suas finalidades: o
ofício, o aviso e o memorando. Cada um será tratado em momento
específico, mas é importante destacar quais os pontos comuns entre
eles, ou seja, o que deve conter o Padrão Ofício.

Partes do Padrão Ofício

Vamos analisar as partes que os documentos que seguem o Padrão


Ofício (ofício, aviso e memorando), segundo o Manual de Redação,
devem conter:

- tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o


expede.

Exemplos:
Mem. 97/2014-CD Aviso 97/2014-MPU Ofício 97/2014-AGU

- local e data em que foi assinado, por extenso, com


alinhamento à direita.
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Exemplo:
Belém, 12 de agosto de 2014.

- destinatário (nome e cargo da pessoa a quem é dirigida a


comunicação). No ofício é importante incluir o endereço, por
tratar-se de documentação externa, como será visto posteriormente.

Exemplo:

Fulano de Tal
Diretor de Relações Públicas
Endereço (no caso de ofício)

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- assunto (resumo do teor do documento): como parte do


cabeçalho.

Exemplos:
Assunto: Relatório de Prestação de Contas 2014.1
Assunto: Ratificação de certidão

- texto: nas situações que extrapolem o mero encaminhamento


de documentos, o texto do expediente deve obedecer a
seguinte estrutura:

Introdução: contém o parágrafo de abertura, que vai expor a razão


da comunicação. Expressões como “Venho por meio deste”, “Tenho o
prazer de“, entre outras, devem ser evitadas para dar lugar à forma
direta e objetiva.

Desenvolvimento: o assunto introduzido é pormenorizado. Para


dotar o texto de maior clareza, distribua ideais distintas em
parágrafos separados.

Conclusão: a posição sobre o assunto é reafirmada ou


reapresentada.

Observação 1:

Todos os parágrafos do texto devem ser numerados, com exceção dos


casos em que estejam organizados em títulos e subtítulos ou itens.

Para as situações que configurarem mero encaminhamento de


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documentos, o texto deve ter outra estrutura. Veja:

Introdução: deve trazer logo a referência do expediente que solicitou


o encaminhamento dos documentos em questão. Caso o
encaminhamento não tenha sido solicitado, a introdução deve
informar o motivo da comunição, que será ENCAMINHAR, detalhando
os dados completos do documento encaminhado: tipo, data, origem
ou signatário, assunto tratado e razão do encaminhamento.

Exemplo 1:
Em resposta ao Ofício nº 123, de 12 de agosto de 2014, encaminho,
anexa, cópia do parecer técnico emitido pelo Departamento de
Obras, que trata da construção da rodovia.

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Exemplo 2:
Encaminho, para exame, o laudo técnico emitido por este
Departamento, a respeito do projeto de modernização das rodovias.

Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum


comentário a respeito do documento que encaminha, poderá
acrescentar parágrafos de desenvolvimento; caso contrário, não há
parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
encaminhamento.

- fecho (assunto tratado nesta aula)

- assinatura do autor da comunicação

- identificação do signatário (assunto tratado nesta aula)

Forma de Diagramação

A forma de apresentação exposta neste item deve ser seguida


pelos documentos do Padrão Ofício (ofício, aviso e
memorando) e, também, pelos tipos “Exposição de Motivos” e
“Mensagem”. Vamos ver?

- a fonte utilizada deve ser a Times New Roman de corpo


(tamanho) 12 no texto em geral, 11 nas citações e 10 nas notas de
rodapé.

- as fontes Symbol e Wingdings podem ser utilizadas para


símbolos não existentes na fonte Times New Roman.
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- o número da página é obrigatório a partir da segunda página.

- ofícios e memorandos, bem como seus anexos, podem ser


impressos em ambas as faces do papel. Nessas situações, as margens
esquerda e direita devem apresentar as distâncias invertidas nas
páginas pares (margem espelho).

- o começo de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância


da margem esquerda.

- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5cm.

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- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo,


3,0 cm.

- entre as linhas deve ser utilizado espaçamento simples.

- após cada parágrafo, deve ser utilizado o espaçamento de 6


pontos, ou, se o editor de texto não tiver essa funcionalidade, o
espaçamento após o parágrafo deve ser de uma linha em branco.

- não devem ser usados em excesso certos recursos como


negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra,
relevo, bordas ou outros recursos de formatação que afetem a
sobriedade e elegância do documento.

- o documento deve ser impresso em tinta de cor preta e em


papel branco. Apenas gráficos e ilustrações justificam a
impressão colorida.

- o papel utilizado para a impressão de documentos do tipo Padrão


Ofício deve ser de tamanho A-4 (29,7 x 21,0 cm). Atenção: não
existe tamanho ofício, o tamanho do papel denominado “ofício” é A-4.

- nos documentos de texto, o formato de arquivo utilizado deve ser,


preferencialmente, o Rich Text.

- sempre que possível, os documentos elaborados devem ter o


arquivo de texto preservado (salvo) para consultas futuras ou
aproveitamento de trechos para casos semelhantes.

- no intuito de facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem


seguir a seguinte estrutura: tipo do documento + número do
documento + palavras-chaves do conteúdo.
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Exemplo:
Mem. 324 – balanço do ano 2013

AVISO E OFÍCIO

Forma e Estrutura

A forma do ofício e do aviso segue as diretrizes estabelecidas para o


Padrão Ofício, que foram vistas acima. O único acréscimo é o uso
do vocativo (sempre seguido de vírgula), que serve para invocar o
destinatário.

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Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente da República
Senhora Chefe da Casa Civil

No cabeçalho ou no rodapé do ofício e do aviso, devem constar


as seguintes informações acerca do remetente:

- nome do órgão ou setor;

- endereço postal;

- telefone e endereço de correio eletrônico.

Veja, abaixo, modelos de ambos os tipos documentais, segundo o


Manual de Redação da Presidência da República.

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Exemplo de Ofício

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Exemplo de Ofício (continuação)

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Exemplo de Aviso

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MENSAGEM

Não confunda a mensagem com o correio eletrônico/e-mail. A


mensagem é o meio de comunicação oficial entre os Chefes dos
Poderes Públicos (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Neste ponto, devem ser destacadas as mensagens enviadas pelo


Chefe do Poder Executivo ao Chefe do Poder Legislativo com o intuito
de:

- informar sobre um fato da Administração Pública;

- expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão


legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem
da deliberação de suas Casas (Câmara dos Deputados e Senado
Federal);

- apresentar veto;

- fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de interesse


dos poderes públicos e da Nação.

Observação:

Minuta de mensagem poderá ser encaminhada pelos Ministérios à


Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação final.

Forma e Estrutura

As mensagens devem conter:

- indicação do tipo de expediente e de seu número,


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horizontalmente, no início da margem esquerda:

Mensagem nº

- vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do


destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

- o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;

- o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e


horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.

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Atenção!

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da


República, não traz identificação de seu signatário.

Exemplo de mensagem

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TELEGRAMA

Com o intuito de uniformizar a terminologia e simplificar os


procedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama
toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia,
telex, entre outros.

Contudo, além de ser um recurso tecnológico superado, a emissão de


telegramas é onerosa aos cofres públicos (por isso a necessidade de
concisão do texto), de modo que seu uso deve ser restrito às
situações que a urgência justifique a sua utilização, bem como
quando não for possível o uso do fax ou do correio eletrônico.

Forma e Estrutura

Não há padrão rígido e definido para o telegrama; a sua estrutura


segue a forma dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e
em seu site na Internet.

FAX

O fax (forma abreviada de fac-simile) é uma forma de comunicação


que está cada vez mais em desuso em virtude do desenvolvimento e
das vantagens da Internet. Seu uso justifica-se para a
transmissão de assuntos urgentes quando o envio antecipado
do documento faz-se necessário e não há condições de envio
do documento por meio eletrônico.

Se, em momento posterior, for necessário o envio do documento


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original, este segue pela via e na maneira de praxe. Se necessário o


arquivamento do documento recebido por fax, deve-se fazê-lo com
cópia (xerox) do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
modelos, deteriora-se rapidamente.

Forma e Estrutura

Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que


lhes são inerentes. Contudo, é conveniente o envio de uma folha
de rosto (pequeno formulário com os dados de identificação da
mensagem a ser enviada) junto ao documento principal.

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Observe:

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PARTICULARIDADES LÉXICAS E GRAMATICAIS: um


pouco de teoria

USO DA PALAVRA “QUE”

A palavra “que” admite vários empregos, dessa forma veremos cada


um deles separadamente.

Substantivo

O substantivo “quê” tem o valor de “qualquer coisa” ou “alguma


coisa”. Grafa-se sempre com acento circunflexo na letra “e”.

Exemplo:

Maria Rosa tem um encantador quê de mistério.

Advérbio de intensidade

O advérbio “que” intensifica adjetivos e advérbios; perceba que ele


funciona sintaticamente como adjunto adverbial de intensidade.
Possui valor semelhante ao das palavras “quão” e “quanto”.

Exemplo:

Que longe está minha viagem de férias!

Interjeição
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A interjeição “quê” indica um sentimento, um estado interior, uma


emoção. Observe que tem valor equivalente a uma frase e não possui
função sintática. Grafa-se sempre com acento circunflexo na letra “e”.
Note que também usamos sempre o ponto de exclamação.

Exemplo:

Quê! Você já chegou?

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Preposição

A preposição “que” tem valor equivalente às preposições “de” ou


“para”. Muito usada para ligar uma locução verbal com os verbos “ter”
e “haver”.

Exemplos:

Tem que fazer o bolo de aniversário agora? (“que” = “de”)

Há pouco que fazer para terminar o jantar. (“que” = “para”)

Partícula expletiva ou de realce

A partícula expletiva “que” tem valor expressivo, enfático. A retirada


da partícula expressiva não traz qualquer prejuízo à estrutura
sintática da oração.

Exemplos:

Eu é que mereço ganhar na loteria.

Que bonita que Maria está hoje.

Pronome relativo

O pronome relativo “que” pode ser substituído por “qual” e variações.


Possui várias funções sintáticas e é sempre elemento coesivo
anafórico.
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Exemplo:

O homem que comprou a casa é italiano. (“que” = “o qual” – função


sintática = sujeito – o pronome “que” se refere anaforicamente ao
substantivo “homem”)

Pronome interrogativo

O pronome interrogativo “que” equivale a “que coisa”. Ocorre em


orações interrogativas.

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Exemplos:

Que você fez naquele dia triste?

Pronome indefinido

O pronome indefinido adjetivo “que” acompanha um substantivo e


tem função de adjunto adnominal. Observe que ele equivale a
“quanto, quanta, quantos, quantas”.

Exemplo:

Que alegria imensa poder viajar!

Conjunção coordenativa

A conjunção coordenativa “que” inicia orações coordenativas


sindéticas em um período composto.

Conjunção coordenativa aditiva

Possui valor semelhante ao da conjunção aditiva “e”.

Exemplo:

Dormia que dormia, mas continuava cansado.

Conjunção coordenativa adversativa 62456350391

Possui valor semelhante ao da conjunção adversativa “mas”. Vem


sempre seguida pela palavra “não”.

Exemplo:

Outro, que não aquele deputado, teria que relatar o projeto de lei.

Conjunção coordenativa explicativa

Possui valor semelhante ao da conjunção explicativa “pois”.

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Exemplo:

Não vá embora, que ficarei chateado.

Conjunção subordinativa

A conjunção subordinativa “que” faz a conexão entre uma oração


principal e uma oração subordinada.

Conjunção subordinativa integrante

Introduz oração subordinada substantiva.

Exemplo:

É necessário que Maria venha trabalhar. (“que Maria venha trabalhar” =


oração subordinada substantiva subjetiva)

Conjunção subordinativa concessiva

Introduz oração subordinada adverbial concessiva. Possui valor


equivalente ao da conjunção “embora”.

Exemplo:

Que nos tirem o salário, continuaremos em greve.

Conjunção subordinativa causal

Introduz oração subordinada adverbial causal. Possui valor


equivalente ao dos conectivos “porque”, “porquanto”, “já que”.
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Exemplo:

Entramos todos, que estava frio no quintal.

Conjunção subordinativa final

Introduz oração subordinada adverbial final. Possui valor equivalente


ao dos conectivos “para que”, “a fim de que”.

Exemplo:

Marina lhe fez sinal que se levantasse.

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Conjunção subordinativa consecutiva

Introduz oração subordinada adverbial consecutiva. Possui valor


equivalente ao dos conectivos “sem que”, “tal que”, “tanto que”, “de
tal modo que”, etc.

Exemplo:

Marina não faz uma viagem que não coma todos os pratos típicos.

Conjunção subordinativa temporal

Introduz oração subordinada adverbial temporal. Possui valor


equivalente ao dos conectivos “logo que”, “desde que”, “assim que”,
“depois que”, etc.

Exemplo:

Convocada que foi, Ana dirigiu-se à sala do Presidente.

Conjunção subordinativa comparativa

Introduz oração subordinada adverbial comparativa. O “que” pode vir


ou não acompanhado do vocábulo “nem”.

Exemplo:

Marina cozinha melhor que sua mãe.

Ana come que nem um passarinho.

Verbo “tratar-se” 62456350391

O verbo “tratar-se” possui algumas particularidades, pois apresenta


três valores semânticos diferentes. Vamos ver?

O verbo “tratar-se” pode indicar “referência”. Quando é usado


assim, o verbo é impessoal, possui o “se” como parte integrante do
verbo (verbo transitivo indireto pronominal – sempre estará
acompanhado pelo “se”) e fica sempre no singular.

Exemplo:

Observe que se trata de irregularidades.

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O verbo “tratar-se” pode indicar “abordagem”, “discussão”,


“debate”. Quando é usado assim, o “se” é índice de indeterminação
do sujeito e fica sempre no singular. Observe que, se tiramos o “se”,
cabe sujeito.

Exemplos:

Tratou-se de questões importantes para a empresa.

O diretor tratou de questões importantes para a empresa. (“o diretor” =


sujeito)

O verbo “tratar-se” pode indicar “dar tratamento”. Quando é


usado assim, o “se” é partícula apassivadora.

Exemplos:

Tratou-se a questão financeira com inteligência. (“a questão financeira” =


sujeito)

Trataram-se as questões financeiras com inteligência. (“as questões


financeiras” = sujeito)

USO DA PALAVRA “COMO”

Neste tópico, estudaremos a palavra “como”.

Conjunção subordinativa causal 62456350391

Introduz oração subordinada adverbial causal. Possui valor


semelhante ao de “porque”, “já que”, “visto que”.

Exemplo:

Como João estava doente, não foi trabalhar.

Conjunção subordinativa comparativa

Introduz oração subordinada adverbial comparativa. Possui valor


semelhante ao de “assim como”, “tal como”.

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Exemplo:

Marina era linda como uma princesa.

Conjunção subordinativa conformativa

Introduz oração subordinada adverbial conformativa. Possui valor


semelhante ao da conjunção “conforme”.

Exemplo:

Fiz o projeto como o cliente me solicitou.

Verbo

Exemplo:

Eu como pão no jantar.

Interjeição

Exemplo:

Como! Já acabou o chocolate?

Preposição 62456350391

A preposição “como” introduz apostos e predicativos e possui valor


equivalente ao dos termos “por”, “para”, “de”, “na qualidade de”.

Exemplo:

Marisa sempre teve Ana como filha predileta.

A preposição “como” também introduz termos explicativos e possui


valor equivalente ao das expressões “por exemplo”, “a saber”.

Exemplo:

As frutas, como abacaxi e manga, são ótimas para sucos.

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Pronome relativo

O pronome relativo “como” possui valor equivalente ao das


expressões “pelo qual”, “segundo o qual”. Normalmente, seu
antecedente é um destes substantivos: “modo”, “forma”, “maneira”.

Exemplo:

A maneira como Ana chorava deixou sua mãe preocupada.

Advérbio interrogativo de modo

O pronome interrogativo “como” possui valor equivalente ao das


expressões “de que modo?”, “de que maneira?”.

Exemplo:

Como solucionar as questões?

USO DO PRONOME “LHE”

Objeto indireto

Exemplo:

Esse é um dever que lhe compete.

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Complemento nominal

Exemplo:

Isto lhe parece gostoso. (complementa o adjetivo “gostoso”)

Adjunto adnominal

Exemplo:

Admiro-lhe a beleza. (indica noção de “posse”)

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USO DE “ONDE” E “AONDE”

Eu acredito que a troca de forma incorreta de “aonde” por “onde” é


um dos mais frequentes erros que as pessoas cometem. Tenha muito
cuidado!

O pronome relativo “onde” só pode ser empregado quando ele


se referir a “lugar”.

Exemplo:

Em Paris, há uma torre muito famosa onde passei momentos alegres.

Por sua vez, “aonde” é empregado quando houver um verbo ou


um nome que exija a preposição “a”. Na maioria das vezes,
“aonde” possui valor equivalente a “para onde”.

Exemplos:

Eu irei aonde eu possa conseguir os documentos necessários. (o verbo “ir”


exige a preposição “a”)

Eu chegarei aonde eu tenho vontade. (o verbo “chegar” exige a preposição


“a”)

Você sabe aonde posso dirigir-me para entregar o documento? (o verbo


“dirigir” exige a preposição “a”)

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USO DO GERÚNDIO

Quanto ao emprego da forma nominal gerúndio, é preciso bastante


atenção. É comum as pessoas o usarem de forma incorreta, em
estruturas que não o comportam.

Usamos o gerúndio quando temos uma ação que está


transcorrendo, pois o gerúndio tem um caráter progressivo.

Exemplos:

As mulheres estão conquistando melhores salários em grandes empresas.

O órgão emitiu um documento contendo as informações. (errado)

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Houve um acidente envolvendo quatro carros. (errado)

Observe, no segundo e terceiro exemplos, que a ação não está


transcorrendo. Assim, vamos corrigi-los:

O órgão emitiu um documento com as informações.

Houve um acidente entre quatro carros.

O gerúndio também pode ter valor aditivo ou consecutivo. Nesses


casos, o seu uso está correto. Observe que a colocação de vírgula
antes desse gerúndio é obrigatória.

Exemplo:

O diretor refez a estrutura do gabinete, equilibrando as funções.

Veja, no exemplo acima, que poderíamos escrever de outra forma,


como segue:

O diretor refez a estrutura do gabinete e, com isso, equilibrou as funções.

De fato, é melhor usarmos a segunda estrutura para não corrermos o


risco de errar em uma prova discursiva.

Outro uso correto é o gerúndio restritivo. Observe que a colocação


de vírgula antes desse gerúndio é proibida, pois estruturas restritivas
não são separadas por qualquer sinal de pontuação.

Exemplo: 62456350391

O diretor observou seu funcionário fumando na sala.

Veja, no exemplo acima, que poderíamos escrever de outra forma,


como segue:

O diretor observou seu funcionário que fumava na sala.

De fato, é melhor usarmos a segunda estrutura para não corrermos o


risco de errar em uma prova discursiva.

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ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS: um pouco de


teoria

PALAVRA E MORFEMA

Dizemos que as frases podem ser divididas em componentes sonoros


e de significado, que são as palavras. Podem também ser divididas
em componentes menores que contêm somente o significado, que são
os fonemas. Dessa forma, concluímos que as palavras são unidades
maiores que os fonemas, entretanto menores que as frases.

Exemplo:
Marina achou novos motivos para ir ao parque.

Observe, no exemplo acima, a existência de oito palavras. Se


analisarmos a palavra “Marina”, verificamos que ela possui seis
fonemas.

No entanto, além de palavras e fonemas, ainda temos unidades


sonoras e significantes menores que as palavras, que são os
morfemas.

Exemplo:
“novos” – note a existência de dois componentes significativos: “novo” e “-
s”. O componente “novo” é usado como palavra autônoma ou para formar
outras palavras isoladas, como “novamente”. Por sua vez, a unidade “-s” é
uma forma plural que vai se juntar a uma infinidade de palavras (motivos,
anos, parques, mesas, etc.), mas jamais será uma palavra autônoma.

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Para estudar a estrutura das palavras, vamos decompô-las nos


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elementos mórficos que a compõem.

Radical

O radical é o componente primitivo e a base significante


principal da palavra. Ao radical se agregam as desinências, os
afixos e as vogais temáticas, de forma a termos outras palavras de
mesma base de significação.

A língua portuguesa apresenta radicais provenientes da língua grega e


da língua latina. Existem listas enormes disso, sugiro que você
consulte uma boa gramática quando tiver dúvidas.

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Exemplos:
Radicais gregos: aero- (aeronave), mito- (mitologia), -fagia (antropofagia),
-dromo (autódromo).
Radicais latinos: pluri- (pluriforme), -voro (carnívoro), -pedi (pediforme),
pisc- (piscicultor).

Desinência

A desinência é o componente que indica o gênero e o número


dos substantivos, dos adjetivos e determinados pronomes.
Também indica o número e a pessoa dos verbos. Dessa forma,
temos desinências nominais e verbais.

Afixo

O afixo é o componente que altera, normalmente, de modo


preciso, o significado do radical ao qual se juntou. Os afixos se
dividem em prefixos (antepostos ao radical) e sufixos (pospostos ao
radical).

A língua portuguesa apresenta prefixos provenientes da língua grega


e da língua latina. Existem listas enormes disso, sugiro que você
consulte uma boa gramática quando tiver dúvidas.

Exemplos:
Prefixos de origem grega: apo- (apogeu), hipo- (hipotensão), hiper-
(hipertensão), anti- (antípoda), etc.
Prefixos de origem latina: ante- (antebraço), ultra- (ultrapassar), extra-
(extraviar), de- (decrescer), etc. 62456350391

Sobre os sufixos, vale a mesma observação sobre as listas feita


acima. O sufixo se classifica em nominal, verbal e adverbial. O sufixo
nominal se junta a um radical para formar um substantivo ou
adjetivo. O sufixo verbal se aglutina a um radical para dar origem a
um verbo. Por sua vez, o sufixo adverbial (“-mente” – único existente
em nossa língua) se junta à forma feminina de um adjetivo para
originar um advérbio.

Lembre-se de que os sufixos aumentativos e diminutivos possuem um


valor mais afetivo do que lógico, por vezes, pejorativo.

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Sufixos nominais

Sufixos nominais - noção coletiva

Exemplos:
“-aria” (pedraria), “-eria” (loteria), “-ada” (boiada), “-edo” (arvoredo), “-
ume” (cardume), “-ama” (dinheirama), “-ena” (novena), etc.

Sufixos nominais aumentativos


Exemplos:
“-ão” (narigão), “-arra” (bocarra), “-alho” (ramalho), “-astro”
(medicastro), “-aço” (poetaço), “-aréu” (fogaréu), “-alha” (muralha), etc.

Sufixos nominais diminutivos


Exemplos:
“-inho” (menininho), “-inha” (menininha), “-zinho” (cãozinho), “-zinha”
(florzinha), “-isco” (pedrisco), “-ico” (burrico), “-acho” (riacho), “-ota”
(velhota), “-ejo” (lugarejo), etc.
Sufixos nominais - ocupação
Exemplos:
“-ário” (bibliotecário), “-nte” (estudante), “-dor” (mergulhador), “-eiro”
(pedreiro), etc.

Sufixos nominais - ação ou resultado de ação


Exemplos:
“-ção” (arguição), “-ada” (facada), “-mento” (ferimento), etc.
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Sufixos nominais - estado


Exemplos:
“-ura” (brancura), “-ez” (viuvez), “-dura” (ditadura), “-ência” (assistência),
“-ice” (velhice), “-dade” (facilidade), etc.

Sufixos nominais – origem, título


Exemplos:
“-ês” (português), “-isa” (poetisa), “-esa” (condessa), “-ino” (argentino),
“-ão” (alemão), “-ano” (italiano), “-eno” (chileno), “-ico” (aristocrático), “-
estre” (campestre), “-al” (estadual), etc.
Sufixos nominais – superlatividade

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Exemplos:
“-simo” (justíssimo), “-udo” (cabeçudo), etc.

Sufixos nominais – posse


Exemplos:
“-oso” (maldoso), “-onho” (tristonho), etc.

Sufixos nominais – lugar


Exemplos:
“-douro” (bebedouro), “-doura” (manjedoura), “-ário” (santuário), “-eira”
(fruteira), “-ério” (batistério), etc.

Sufixos verbais

Juntamos os sufixos verbais ao radical de substantivos e adjetivos


para formar os verbos.

Exemplos:
“-ejar” (pestanejar), “-ear” (golpear), “-ar” (jogar), “-ficar” (edificar), “-
izar” (finalizar), “-entar” (amamentar), “-ecer” (envelhecer), “-ilhar”
(pontilhar), “-icar (adocicar), “-iscar” (beliscar), “-inhar” (escrevinhar), etc.

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Um caso que exige um pouco de cuidado é o emprego dos sufixos


“-aria” e “-eria”. Ambos estão certos em várias situações, mas
vemos que a forma “-aria” tem caído em desuso.

Assim, estão certos os exemplos: bijuteria ou bijutaria, doceria ou


doçaria, lavanderia ou lavandaria, sorveteria ou sorvetaria, etc.

Tenha cuidado para não confundir “-izar” com “-isar”. Usamos o


“-is” quando já temos o “-is” no tema do qual o verbo se origina; de
forma contrária, se a palavra não possui o “s” em seu tema, usamos o
sufixo “-izar”.

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Exemplos:
Análise – analisar, revisão – revisar, imune – imunizar, valor – valorizar.

Você também deve ter atenção com o uso correto de “-idade” e “-


iedade”. Empregamos o primeiro se o adjetivo terminar em “-ar” ou
“-neo” e o segundo se o adjetivo terminar em “-ário” ou “-ório”. No
caso de palavras terminadas em “-neo”, precisamos retirar a vogal
final “o”.

Exemplos:
Singular – singularidade, exemplar – exemplaridade, espontâneo –
espontaneidade, temporâneo – temporaneidade, obrigatório –
obrigatoriedade, arbitrário – arbitrariedade.

Vogal temática

A vogal temática é o componente que se junta ao radical para


que este ganhe uma terminação (sufixos ou desinências). A
união do radical com a vogal temática se chama “tema”. As vogais
temáticas são: “a” (verbos da 1ª conjugação), “e” (verbos da 2ª
conjugação) e “i” (verbos da 3ª conjugação).

Destaca-se que a vogal temática, na maior parte das vezes, ocorre


nos verbos. Mas, ela aparece nos nomes também. Isso acontece
quando a vogal final da palavra não é colocada para fazer
diferenciação de gênero, como na palavra “mesa”.

Vogal e consoante de ligação 62456350391

A vogal e a consoante de ligação são desprovidas de


significação e servem apenas para evitar desarmonias na
estrutura da palavra, como no vocábulo “gasômetro”. Observe que
existem dois radicais “gás” e “metro”. Veja que a vogal “o” foi aí
colocada para que a pronúncia da palavra “gasômetro” ficasse mais
fácil ou eufônica.

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM: um pouco de teoria

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

Todos nós sabemos que a linguagem é uma das formas que temos
para nos comunicarmos.

Como seres humanos que somos, precisamos de códigos diversos


para transmitirmos o que pensamos, queremos, fazemos, sentimos,
etc.

Para tanto, temos a linguagem, que é uma das formas por meio
da qual nos expressamos, nos comunicamos e transmitimos as
mensagens que queremos. Devemos ter em mente que essa
comunicação necessita de um emissor, um receptor, um contexto, um
código e um canal entre o emissor e o receptor. Assim, estudamos as
funções da linguagem que veremos a seguir.

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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: um pouco de teoria

CONCEITOS

A linguagem é todo sistema de sinais que pode ser empregado como


forma de comunicação entre as pessoas. Por isso, podemos dizer que
ela difere os indivíduos dos seres irracionais. Dessa forma, ela torna
possível a expressão de sentimentos, conhecimentos, opiniões,
culturas e promove, assim, a vida em sociedade.

Para compreender melhor a “linguagem” vamos estudar os níveis da


fala: nível de formalidade e nível de informalidade.

A formalidade (nível culto) é o nível que está mais conectado à


linguagem escrita. Nele, precisam ser observadas as regras
gramaticais com bastante rigor. Está presente, principalmente, em
situações que necessitam desse tipo de posicionamento, como
discursos, reuniões, apresentação de trabalhos científicos e
acadêmicos.

Nós classificamos, dentro do nível informal, variações linguísticas


conforme condições sociais, culturais, regionais e históricas. Vamos
ver?

Variações históricas

Observe que a língua é um elemento dinâmico que apresenta


alterações e transformações ao longo de um determinado período de
tempo. É importante destacar que o processo de transformação é
gradual, ou seja, não aparece de uma hora para outra. Em primeiro
lugar, surge uma “variante”, que passa a ser usada por um grupo de
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indivíduos. Após um período, outros grupos também passam a adotá-


la. Assim, há um espaço de tempo em que são válidas as duas
variantes. Com o decorrer do tempo, a nova variante torna-se mais
comum na fala e, então, tem seu uso aceito na modalidade escrita. As
variações podem ser de grafia ou significado.

Exemplo:
Pharmácia – farmácia.

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Variações regionais (ou geográficas)

As variações regionais são aquelas referentes às diferentes formas de


vocabulário, pronúncia e estrutura sintática existentes nas regiões do
país. Elas também são conhecidas como “dialetos”. Aqui ainda
podemos encaixar os “sotaques”, que são variações da linguagem
oral.

Exemplos:
Macaxeira – aipim - mandioca.
Tangerina – mexerica – bergamota.

Variações sociais (ou culturais)

As variações sociais são aquelas relacionadas aos grupos sociais e ao


grau econômico, de educação e de instrução e também à idade e ao
sexo de uma determinada pessoa. Assim, temos as gírias, os jargões
e os termos usados por pessoas que moram no interior, longe dos
grandes centros. Observe que os jargões são característicos do
linguajar profissional.

Vamos estudar mais um pouco sobre isso e fazer algumas


questões?

Você, então, percebe que a linguagem não é algo uniforme, pois


possui variações em relação a assunto, interlocutor, ambiente e
intencionalidade? Note que esses itens citados se referem à
adequação linguística.

Os níveis de linguagem se relacionam com o emprego da fala e da


escrita em certa situação de comunicação. O emissor e o receptor
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devem estar em um mesmo nível de concordância para que exista


entendimento. Veja que, dessa forma, temos um nível de linguagem
adequado para cada situação linguística.

Tenha em mente que o nível de linguagem empregado é ditado pelo


meio social no qual o indivíduo se encontra. Dessa maneira, o
vocabulário, a entonação e a maneira de expressão têm de se
adequar ao meio social e cultural em que determinado grupo de
pessoas vive.

É claro, portanto, que você sabe que não deve conversar com seu
chefe da mesma maneira que conversa com sua mãe.

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É isso aí! Mais uma aula vista.


Eu espero por você na nossa próxima etapa.
Bons estudos!

Professora Ludimila

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