Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
O juiz de primeiro grau possui legitimidade para afastar a incidência de uma lei que
ele julga ser inconstitucional em virtude da supremacia da norma constitucional.
Hobbes rompe com o a justificativa de que o monarca governava porque Deus quis.
Com a teoria contratualista ele justificou o poder do monarca com base no contrato
social, ele governa porque o povo assim quer. Locke foi outro autor do absolutismo
monárquico.
Locke, diferente de Hobbes, diz que o homem é sujeito de direitos pela sua condição
de ser humano, são direitos naturais (vida, liberdade, integridade física, dignidade,
propriedade). O estado de natureza em Locke é um estado de incerteza, porque você
não tem como garantir esses direitos. Se alguém viola o seu direito natural não há
um poder a quem recorrer para resguardar os seus direitos, por isso há a
necessidade de criar o Estado. O Estado em Locke tem a função de garantir os
direitos sociais dos súditos, isso seria uma limitação do poder do Estado, ainda que
pequena. Locke também garantia o direito à resistência, quando o soberano
estivesse descumprindo o contrato social. Hobbes não admitia que houvesse
desobediência ao soberano, pois para ele isso seria descumprir o pacto.
As ideias de Locke na Inglaterra acaba ecoando nos EUA, estando suas ideias
presentes na Declaração de Independência dos EUA. As 13 colônias se uniram em
guerra e se transformaram em 13 estados soberanos e independentes, se tornando
uma confederação. Na confederação os estados são soberanos e há órgãos em
comum, porém, em 1787 a confederação foi revista. A ideia da unanimidade estava
atrapalhando a formação dos EUA. Na Convenção de Filadélfia eles acabaram com a
confederação e uniram os 13 estados. Para criar o novo país eles fizeram uma
Constituição. Portanto, a primeira função da constituição é organizar o Estado, dizer
como o Estado vai funcionar. A ideia era organizar o Estado delimitando o poder
político, para que não houvesse outro monarca tirano como na época em que eles
eram comandados pela Inglaterra. Ficou acordado que o povo escolheria o
governante para que ele governasse dentro de um prazo limitado. Criaram um
esquema de freios e contrapesos para que o governante tivesse muito poder porém
não pudesse fazer tudo que quisesse, precisando do congresso para muita coisa.
Poder ilimitado não dá liberdade, poder ilimitado é absolutismo, período anterior ao
constitucionalismo. Não há liberdade e democracia onde o governante faz o que bem
entender, governa sem nenhuma limitação. Só há liberdade e democracia quando o
poder é limitado, por isso é necessário organizar o poder para delimitá-lo. Não basta
inserir isso na Constituição, é necessário pensar a CF como lei suprema da nação. É
preciso colocar a CF acima das leis para impedir que o governo altere a Constituição
por meio de leis. Para que a CF seja alterada é necessário que os representantes do
povo aprovem a alteração. O presidente pode propor um projeto de emenda
constitucional, mas ela deverá passar pelo crivo dos representantes do povo.
Modalidades de Controle:
Quanto ao momento:
- Prévio: Controle feito sobre o processo legislativo, feito antes da norma
ingressar no ordenamento jurídico.
- Repressivo: Controle feito sobre uma lei.
Quanto à forma:
- Material: analisa se o conteúdo da lei está de acordo com a CF.
- Formal: analisa se a forma como a norma foi criada seguiu o processo
legislativo, se todos os requisitos formais para a criação da lei foram
seguidos.
Sistema de Controle:
- Difuso: exercido por todos os órgãos do poder judiciário, desde o juiz de
primeiro grau até o STF. O controle difuso é sempre controle concreto.
- Concentrado: controle feito pelos órgãos de cúpula do poder judiciário
(STF e TJ). Existem ações de controle de constitucionalidade em defesa da
Constituição Estadual que serão julgadas pelo TJ, o nome dessa ação é
representação de inconstitucionalidade.
Vias de Controle:
- Abstrato (via de ação): quando a inconstitucionalidade é alegada em uma
ação própria. No controle abstrato a questão constitucional é o pedido e
no controle concreto é causa de pedir. Todo controle abstrato é um
controle necessariamente concentrado. Aqui a eficácia da decisão é erga
omnes.
- Concreto (via de exceção): feito no julgamento de casos concretos, no
julgamento de demandas. Aqui a questão principal não é a
inconstitucionalidade, ela é o fundamento do pedido. Exceção é uma
defesa indireta de mérito. Pode ser alegado pelo autor também. É matéria
de ordem pública, pode ser alegada em qualquer fase do processo e em
qualquer grau de jurisdição e poder ser alegada de ofício pelo juiz, não é
necessária provocação das partes. A inconstitucionalidade não pode ser
alegada em recurso extraordinário sem que tivesse sido alegado antes,
por ausência de pré-questionamento. No entanto, se duas matérias são
alegadas no recurso extraordinário, uma foi pré-questionada e a questão
da inconstitucionalidade não, o STF poderá admitir o recurso e a partir de
então poderá analisar não só as matérias que foram pré-questionadas
mas também toda e qualquer matéria de ordem pública ainda que não
ventiladas nas instâncias anteriores, porque matéria de ordem pública
pode ser conhecida de ofício. Ainda que a inconstitucionalidade não
tivesse sido alegada, o STF poderia conhece-la de ofício. O que não pode é
admitir o recurso da matéria de ordem pública quando ela não tiver sido
pré-questionada.
Controle Prévio de Constitucionalidade
Feita por órgão político. No Brasil: Poder legislativo (CCJ) e pelo Presidente da
República (veto jurídico). Exceção: poder haver controle prévio feito pelo Poder
Judiciário.
Controle político feito pelo poder executivo e pelo poder legislativo. No poder
legislativo é no campo da comissão de justiça, que tem o dever de verificar se o
projeto de lei está de acordo com a Constituição. Haverá uma comissão de justiça em
cada casa legislativa do país. A comissão será composta por membros de sua
respectiva casa legislativa. Não precisa que o deputado ou senador seja formado em
direito para que ele seja membro da comissão de justiça, não precisa nem ser
formado.
O veto é um juízo discricionário do presidente da república, não tem nada a ver com
o projeto estar de acordo com a CF ou não. O presidente pode vetar por achar que
contraria o interesse público. Há um controle político sobre o veto, feito pelo
congresso.
Art. 66, § 4º, CF: O veto é apreciado em sessão conjunta, e só poderá ser derrubado
pela maioria absoluta dos deputados e senadores. A votação é secreta.
O veto poder ser derrubado pelo poder legislativo, independente do veto ser político
ou jurídico. O veto deve ser motivo, são as razões de veto. O presidente tem que
justificar porque vetou.
Art. 58, CF: É possível que projeto de lei ordinária nem vá ao plenário, sendo
deliberado e votado apenas nas comissões.
Um parlamentar poderia impetrar mandado de segurança para derrubar o veto. A
Prof. Mariana Montebello diz que o parlamentar teve um direito violado e que ele
poder ajuizar mandado de segurança.
Tem um leading case que analisa uma ADPF que foi proposta em face de um veto do
prefeito do RJ a um projeto de lei. Só que projeto de lei não pode ser objeto de
descumprimento de preceito fundamental, porque não inova na ordem jurídica e
ademais, judicializar o veto seria violar a separação de poderes. A apreciação do
veto é matéria do poder legislativo.
Alterações feitas no projeto pelo Senado não devem ser analisadas necessariamente
pela Câmara dos Deputados. Só serão analisadas se modificarem substancialmente o
texto. Se a alteração for substancial e não for analisada pelos deputados, caberia MS
porque o deputado tem direito líquido e certo de analisar as alterações feitas pelo
senado. O judiciário nesse caso deve analisar o projeto de lei apenas quanto à forma
e não quanto à constitucionalidade material do projeto de lei.
Obs.: Art. 60, § 4º, CF – Não será objeto de deliberação projeto tendente a
abolir qualquer cláusula pétrea. O parlamentar pode usar o MS nessa
hipótese. Nesse caso, o STF analisará o conteúdo da PEC.
Para caber MS a CF deve ser violada. Se for violação de regra regimental (de
regimento interno), não há nada que o judiciário possa fazer pois o regimento é
criado pelo poder legislativo.
Controle repressivo feito pelo poder executivo: Durante muito tempo foi aceito
que o chefe do poder executivo deve editar um decreto determinando que sua
administração publica se abstenha de aplicar uma lei que seja considerada
inconstitucional. Isto é restrito ao chefe do poder executivo. Já o funcionário publico
tem que aplicar a lei ainda que entenda que ela seja inconstitucional, a não ser que o
chefe do executivo edite o decreto. Esse decreto surgiu antes da ação direta de
inconstitucionalidade e só quem podia mover essa ação era o procurador geral da
republica. Isso era excepcional, quando a lei era manifestamente inconstitucional. Se
fosse decidido que ela era constitucional o chefe do executivo poderia responder por
crime de responsabilidade. Gilmar Mendes diz que hoje em dia isso não existe mais,
pois o controle abstrato se pulverizou e agora possui um rol maior de legitimados. A
professora Mariana Montebello entende que esse decreto pode continuar sendo
feito sim, que é um ato político de um agente político em defesa da constituição. O
que ela recomenda é que pode ser que se edite decreto e o judiciário reconheça a
constitucionalidade da lei, por isso, ela recomenda que além do decreto se mova
uma ação de inconstitucionalidade no TJ com pedido de liminar. Se a liminar for
denegada, deveria revogar o decreto, demonstrando sua boa-fé e evitando uma ação
de responsabilidade.
Ex.: Imagine que se entenda que o novo CPC é inconstitucional e o sujeito quer
declará-lo inconstitucional. Deve-se recomendar ADIN se ele for legitimado para
tanto. Porque se entrar com uma petição inicial com esse pedido o juiz de primeiro
grau não pode declará-la inconstitucional. O que ele pode é julgar uma lide e para
resolver uma controvérsia da lide ele tem que afastar a aplicabilidade da lei por
entender que ela é inconstitucional. No controle difuso você não está declarando a
inconstitucionalidade.
Caso Marbury x Madison: John Marshall, que julgou o caso, era secretario de estado
do presidente John Adams. Secretário de Estado é como se fosse um ministro, de
livre nomeação e livre exoneração. O secretario de estado tem a incumbência de
executar as decisões políticas do presidente, pela implementação das políticas
internas e externas.
Adams perdeu as eleições para Thomas Jefferson. Com isso, Adams nomeou
Marshall presidente da Suprema Corte. Outra nomeação de Adams foi Marbury para
o cargo de juiz de paz no condado de Wahington. Como a nomeação não foi
entregue, Jefferson nomeou que seu Secretário de Estado (Madison) não entregasse
mais nenhuma nomeação. Isso gerou o caso Marbury x Madison.
Jefferson disse que não iria cumprir a decisão da Suprema Corte no caso. A tensão
entre o executivo e o judiciário se tornou extrema. Marshall avocou o caso para que
fosse julgado por ele. Marshall julga o caso e inverte a ordem de julgamento,
analisando primeiro o mérito e depois as preliminares. No mérito afirma que o
Poder Executivo não pode desobedecer a Constituição, ou esta será uma absurda
tentativa de se limitar um poder de fato ilimitável. Marshall diz que a nomeação já
havia sido nomeada e deliberada pelo presidente e em virtude disso, o secretario de
estado não poderia se recusar a colocar o selo e entregar a nomeação. Diz que cabe
ao judiciário invalidar decisões legislativas ou administrativas que violem a
constituição. O juiz é o agente do Estado que se depara com a questão: o que aplicar,
a lei ou a constituição? O juiz deve sempre preferir a Constituição pela sua função de
limitar o poder e garantir a liberdade. Se você permitir que o presidente viole a
constituição, o poder dele será ilimitado. Ao julgar as preliminares declarou
Marbury carecedor de ação, tornando a decisão impossível de ser descumprida. No
final da história Marbury não foi nomeado e não tentou entrar com a ação no juízo
competente.
Até 65 só tinha controle difuso. O controle abstrato pela ADI foi criado em 1965, mas
só havia um legitimado (Procurador Geral da republica, e só se o palácio do planalto
concordasse). Em 65 criou-se então o modelo abstrato de controle de
constitucionalidade com a EC 16/1965. Nessa época nosso controle era então misto
com prevalência do difuso. A partir de 88 nosso modelo de controle passou a ser
misto, prevalecendo o abstrato. O rol de legitimados da ADI de hoje é grande.
Houve uma pulverização de legitimados da ação direta.
Controle difuso: É aquele realizado por todos os órgãos do Poder Judiciário, desde a
1ª instância até o STF. Utilizado durante o julgamento de um caso concreto. Ou seja,
só admite a modalidade concreta. Produz efeitos entre as partes envolvidas naquele
processo (inter partes). Não esquecer que o STF também faz controle incidental no
caso concreto, em casos de recursos ou ações em que ele tenha competência
originária.
Art. 503, CPC/15: A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei
nos limites da questão principal expressamente decidida.
Art. 506, CPC/15: A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada não
prejudicando a terceiros. Mas pode beneficiar a terceiros.
STF
STJ TST TSE STM
TJ TRF TRT TRE TM
JD JF JT JE JM
Qualquer juiz pode deixar de aplicar a lei alegando sua inconstitucionalidade. A não
aplicação de uma lei pela sua inconstitucionalidade pode se dar:
A pedido do autor
A pedido do réu
De ofício pelo próprio magistrado, independentemente de requerimento das
partes por ser matéria de ordem pública.
O que faz coisa julgada? Toda a sentença ou apenas uma de suas partes?
Apenas o dispositivo faz coisa julgada, a fundamentação não faz coisa julgada. (Art.
469, CPC).
Ação Declaratória Incidental: Serve para dar força de coisa julgada à questão
prejudicial decidida incidentemente no processo. Deve ser proposta no curso da
ação. (Art. 470, CPC)
Art. 470, CPC: Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a
parte o requerer, o juiz for competente em razão da matéria e constituir
pressuposto necessário para o julgamento da lide.
No novo CPC não é mais necessário que a parte requeira que se faça coisa julgada
também da questão incidental.
STF
STJ TST TSE STM
TJ TRF TRT TRE TM
JD JF JT JE JM
Rejeitar a alegação
Acolher a alegação
Reconhecer que a alegação não é nova
O órgão fracionário tem competência para analisar recurso, mas quanto à questão
da inconstitucionalidade, é competência do pleno.
Pode ser chamado amicus curiae para auxiliar no julgamento do órgão especial em
alegação de inconstitucionalidade.
Essa tese pode ser criticada, mas na prática ela está ganhando força.
art. 102, I, “l”- Reclamação Constitucional (é uma ação para que o STF preserve sua
competência ou a autoridade de suas decisões).
CONTROLE CONCENTRADO
O controle concentrado traz uma série de ações de controle: ADI, ADC, ADIO,
Representação de Inconstitucionalidade, Ação de Representação Interventiva e
ADPF.
Atenção: Não cabe ADI contra lei ou ato normativo municipal (não há previsão
legal). No entanto, o controle abstrato de lei municipal se dá de duas maneiras:
Representação de Inconstitucionalidade (TJ) e ADPF (STF).
Lei ou ato normativo deve ser entendido como norma genérica e abstrata emanada
pelo Poder Legislativo. O ato normativo primário é aquele capaz de inovar na ordem
jurídica, gerando direitos e obrigações. O ato normativo secundário não pode inovar
na ordem jurídica, não pode criar alteração no ordenamento jurídico, ele existe para
regulamentar o ato primário, garantir a aplicabilidade e eficácia do ato normativo
primário. Ex.: decretos, decreto-regulamentador do chefe do executivo.
O povo não tem iniciativa para apresentar PEC (posição da OAB). Tem posição
divergente, José Afonso da Silva sempre defendeu PEC popular por analogia do 61, §
1º já que o povo é titular do poder constituinte originário, ele pode estabelecer uma
nova constituição em um momento revolucionário, ele poderia apresentar PEC.
A PEC deve ser aprovada por 3/5 no primeiro turno e 3/5 no segundo turno em
cada casa. Ou seja, em cada casa, a PEC deve ser aprovada por 3/5 em cada um dos
turnos. 3/5 equivale a 60%.
Qual é o intervalo entre o primeiro e o segundo turno? É possível que os dois turnos
sejam realizados no mesmo dia? No regimento interno do CN vem definindo que o
intervalo entre os dois turnos deve ser de 5 sessões ordinárias. Já houve PEC em que
as duas sessões ocorreram no mesmo dia e foi validada pelo supremo porque não
houve descumprimento da CF, apenas do regimento interno.
Projeto de lei alterado pela casa revisora só volta a casa iniciadora se houver
alteração substancial.
Limitações Materiais:
b) Implícitas
Há direito individual de ser inimputável penal até certa idade. No entanto, a idade
que limita a inimputabilidade penal não é direito individual.
Pertinência temática
Há um debate se pertinência temática é interesse de agir. Moreira Alves diz que não,
pois interesse de agir é um requisito de processo subjetivo, das partes do processo.
Em ações de controle de constitucionalidade não há partes, são ações objetivas,
então não haveria interesse de agir. Moreira Alves foi um dos criadores do requisito
da pertinência temática de forma a limitar o acesso ao STF e ele diz que não é
interesse de agir. Seria uma especial condição do agente que demonstra uma
correlação entre ele e a norma que se deseja declarar inconstitucional.
E nos casos em que a petição da ADI é assinada pelo Presidente e pelo AGU, estará
este dispensado de fazer a defesa da norma?
Atos normativos de efeitos concretos não podem ser objeto de ação de
inconstitucionalidade porque não são dotados de generalidade e abstração. São
muito assemelhados à atos administrativos.
Normas orçamentárias não eram objeto de ADI. O STF mudou seu entendimento e
hoje normas orçamentárias podem ser objeto de ADI apesar de ser norma de efeitos
concretos.
Não necessariamente quem vai apresentar informações vai defender o ato. As vezes
quem é encarregado de prestar informações por ser o ente do qual emanou o ato
impugnado, é também o legitimado ativo.
Art. 103, § 3º: O AGU será citado para defender o ato normativo impugnado.
Antes de 88 não existia AGU, quem defendia a União era o PGR. Só que o PGR é
imparcial. Em 88 foi criada a AGU para defender a União, sendo, portanto, um órgão
parcial.
Via de regra o AGU defende os interesses da União, mas na ADI ele deveria defender
a constitucionalidade da lei ainda que fosse contrária aos interesses da União.
Na doutrina, a partir de 95/96, passa-se a defender que o AGU não estaria obrigado
a defender uma lei inconstitucional. O STF firmou um entendimento na AI 1616 de
que se o STF já tivesse se manifestado em um caso concreto sobre a
inconstitucionalidade de uma lei, o AGU estaria desobrigado de defender a
inconstitucionalidade da lei. Se o STF já declarou entendimento de que a lei é
inconstitucional, já relativizaria a presunção de constitucionalidade daquela lei.
Nesse caso o AGU é dispensado de defender a constitucionalidade de uma lei.
O que passou a acontecer após isso é que o AGU abusou dessa exceção. Quando uma
lei estadual fosse semelhante a outra lei estadual de outro Estado que já fora
declarada inconstitucional pelo STF no caso concreto, o AGU se sentia dispensado de
defender a primeira lei.
Depois disso, qualquer semelhança entre uma lei e outra já permitira o AGU a se
manifestar pela inconstitucionalidade.
Essa questão chegou na ADI 3916, o STF entendeu que o AGU tinha direito de se
manifestar como quisesse, fosse pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade
da lei. Fábio Leite disse que assim não haveria diferença nenhuma entre a
manifestação do AGU e o parecer da PGR.
Conhecida a ação, o STF está vinculado ao pedido e à causa de pedir? Ele está
vinculado ao pedido, ele só pode declarar a inconstitucionalidade do dispositivo
impugnado. A análise da ADI se restringe àquilo que foi pedido, o pedido é fechado.
Entretanto, o STF não está vinculado à causa de pedir, a causa de pedir é aberta.
Tem que haver a fundamentação da inconstitucionalidade na petição inicial mas o
STF pode decidir com base em fundamento diferente. O proponente tem o dever de
fundamentar o pedido mas o STF pode declarar a inconstitucionalidade com base
em fundamento diverso. Na ADPF a causa petente é aberta mas apenas em relação
aos preceitos fundamentais, pois o parâmetro da ADPF é o preceito fundamental.
Cabe agravo contra a decisão que indefere a ADI liminarmente por ser inepta.
A cautelar tem efeito ex nunc, salvo se o tribunal entender que deve conceder
eficácia retroativa.
Quando uma lei é declarada inconstitucional, a lei anterior volta a vigorar pois em
tese ela nunca teria sido revogada pois ela não poderia ser revogada por uma lei
inconstitucional. Se a lei anterior é pior, caberá modulação dos efeitos.
PGE e PGM dependendo do lugar poderá advogar. AGU não pode advogar.
O prazo para requerer o ingresso do amicus curiae no feito é até o relator requerer
que o processo seja incluído em pauta.
Denegação de cautelar
A cautelar tem prazo de 180 dias. O STF já prorrogou o prazo de 180 dias da
cautelar.
É necessário 8 ministros (2/3) para que seja julgada uma ADI/ADC. Proclama-se a
constitucionalidade pela procedência da ADC ou pela improcedência da ADI.
Proclama-se a inconstitucionalidade pela procedência da ADI ou pela improcedência
da ADC.
O que fazer quando fica 5x5? Poderia ser dado o voto de minerva ao presidente. Ou
então não é declarada a inconstitucionalidade, caso o ministro presidente não
queira dar o voto de minerva, porque a inconstitucionalidade só pode ser declarada
pelo voto da maioria dos membros do tribunal.
Art. 24, Lei 9868 -> um dos mais importantes para a ambivalência. ADI e ADC são
ações idênticas quanto ao resultado, mas com sinal trocado. A constitucionalidade
pode ser proclamada pela procedência da ADC ou improcedência da ADI. A
inconstitucionalidade pode ser proclamada pela procedência da ADI ou pela
improcedência da ADC.
A primeira diferença entre ADI e ADC é o objeto. Enquanto o objeto de ADI são leis
federais e estaduais, o objeto da ADC são apenas leis federais. Portanto, a
improcedência de uma ADI contra lei estadual não geraria os efeitos de uma ADC
porque não cabe ADC contra lei estadual.
Em concursos públicos adotar a posição do Gilmar Mendes de que ADI e ADC são
ações de sinais trocados, ou seja, existe a ambivalência.
ADI foi movida contra lei estadual do RJ, o STF julgou improcedente. Significa que o
MP declarou a lei constitucional? Não deixar de citar o Fábio aqui. Citar Gilmar
Mendes e Fábio.
Art. 26, Lei 9868 -> A decisão em ADI/ADC é irrecorrível, só pode opor ED.
Modulação dos efeitos: Dar efeitos “ex nunc” ou pró futuro para a declaração de
inconstitucionalidade. Os efeitos não retroagem. Isso só pode ser feito em razão de
segurança jurídica ou de excepcional interesse público. É cabível em casos em que
os efeitos retroativos seriam prejudiciais à sociedade. São cabíveis também efeitos
pró futuro, ou seja, que produza efeitos em algum momento após a decisão. Pode
produzir efeitos também em algum momento antes da decisão, desde que após a
edição da lei inconstitucional. Ex.: uma determinada lei tributária. Se a lei fosse
declarada inconstitucional, a Receita teria que devolver tudo o que foi arrecadado
com aquele tributo.
Art. 28, Lei 9868 -> Efeito vinculante. O efeito vinculante é introduzido no Brasil
exclusivamente para ADC pela EC nº 03. O art. 28, P.U. deu efeito vinculante para
ADI e ADC. A lei poderia dar efeito vinculante para ADI? Não, só emenda. A questão
foi pacificada com a EC 45. Fazer remissão para o 102, I, “l”, da CRFB/88.
Art. 103, § 2º, CRFB: A CF pode ser violada por uma ação ou por uma omissão, por
um fazer ou não fazer. Não é qualquer omissão que possibilita ADIO, é uma omissão
de medida para tornar efetiva norma constitucional. É para garantir efetiva
aplicabilidade de norma constitucional.
Classificação de normas constitucionais de José Afonso da Silva:
Pode ser:
o Impositiva: Cabe ADIO.
o Facultativa: Não cabe ADIO.
Art. 12-F e 12-G (cautelar na ADIO): O STF nunca concedeu cautelar em ADIO. Pode
haver suspensão na aplicação da lei quando a omissão for parcial. Cabe cautelar
para suspender a lei que regula parcialmente o dispositivo constitucional. O objeto
pode ser a suspensão da lei, suspensão dos processos ou qualquer outra medida que
o tribunal entender adequada.
ADIO e Mandado de Injunção