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Jurisdição Constitucional

Qual é a legitimidade do juiz na jurisdição constitucional?

O juiz de primeiro grau possui legitimidade para afastar a incidência de uma lei que
ele julga ser inconstitucional em virtude da supremacia da norma constitucional.

Hobbes rompe com o a justificativa de que o monarca governava porque Deus quis.
Com a teoria contratualista ele justificou o poder do monarca com base no contrato
social, ele governa porque o povo assim quer. Locke foi outro autor do absolutismo
monárquico.

A constituição organiza o estado e delimita o poder político. No absolutismo


monárquico não há constituição porque não há limite para o poder do monarca, os
dois são, portanto, incompatíveis.

Locke, diferente de Hobbes, diz que o homem é sujeito de direitos pela sua condição
de ser humano, são direitos naturais (vida, liberdade, integridade física, dignidade,
propriedade). O estado de natureza em Locke é um estado de incerteza, porque você
não tem como garantir esses direitos. Se alguém viola o seu direito natural não há
um poder a quem recorrer para resguardar os seus direitos, por isso há a
necessidade de criar o Estado. O Estado em Locke tem a função de garantir os
direitos sociais dos súditos, isso seria uma limitação do poder do Estado, ainda que
pequena. Locke também garantia o direito à resistência, quando o soberano
estivesse descumprindo o contrato social. Hobbes não admitia que houvesse
desobediência ao soberano, pois para ele isso seria descumprir o pacto.

As ideias de Locke na Inglaterra acaba ecoando nos EUA, estando suas ideias
presentes na Declaração de Independência dos EUA. As 13 colônias se uniram em
guerra e se transformaram em 13 estados soberanos e independentes, se tornando
uma confederação. Na confederação os estados são soberanos e há órgãos em
comum, porém, em 1787 a confederação foi revista. A ideia da unanimidade estava
atrapalhando a formação dos EUA. Na Convenção de Filadélfia eles acabaram com a
confederação e uniram os 13 estados. Para criar o novo país eles fizeram uma
Constituição. Portanto, a primeira função da constituição é organizar o Estado, dizer
como o Estado vai funcionar. A ideia era organizar o Estado delimitando o poder
político, para que não houvesse outro monarca tirano como na época em que eles
eram comandados pela Inglaterra. Ficou acordado que o povo escolheria o
governante para que ele governasse dentro de um prazo limitado. Criaram um
esquema de freios e contrapesos para que o governante tivesse muito poder porém
não pudesse fazer tudo que quisesse, precisando do congresso para muita coisa.
Poder ilimitado não dá liberdade, poder ilimitado é absolutismo, período anterior ao
constitucionalismo. Não há liberdade e democracia onde o governante faz o que bem
entender, governa sem nenhuma limitação. Só há liberdade e democracia quando o
poder é limitado, por isso é necessário organizar o poder para delimitá-lo. Não basta
inserir isso na Constituição, é necessário pensar a CF como lei suprema da nação. É
preciso colocar a CF acima das leis para impedir que o governo altere a Constituição
por meio de leis. Para que a CF seja alterada é necessário que os representantes do
povo aprovem a alteração. O presidente pode propor um projeto de emenda
constitucional, mas ela deverá passar pelo crivo dos representantes do povo.

Como a CF é o documento que se encarrega de delimitar o poder do Estado, ela deve


estar acima de todas as outras leis. O constitucionalismo nasce da luta contra o
absolutismo para garantir a liberdade através da limitação do poder do Estado e
para isso ela deve ser superior ao resto do ordenamento jurídico, para impedir que
uma lei altere a Constituição. Quando o juiz afasta a incidência de uma lei
inconstitucional, ele busca obedecer a CF, cumprir o que está na constituição. A CF é
norma suprema pois ela limita o poder, garantindo a democracia.

Os pressupostos do controle de constitucionalidade é ter uma constituição escrita e


rígida. A constituição só é suprema quando ela é rígida, quando ela é de difícil
modificação. Porque se a CF foi flexível, ela poderá ser alterada por qualquer lei.

O controle de constitucionalidade tem por finalidade garantir a supremacia da


Constituição. Não há democracia sem respeito à CF. Portanto, garantir a supremacia
da CF é garantir a democracia.

Modalidades de Controle:

 Quanto ao momento:
- Prévio: Controle feito sobre o processo legislativo, feito antes da norma
ingressar no ordenamento jurídico.
- Repressivo: Controle feito sobre uma lei.

 Quanto ao órgão controlador:


- Político: Feito pelo poder executivo e legislativo.
- Judicial: Feito pelo poder judiciário.

Em alguns países o Tribunal Constitucional é separado do poder judiciário,


sendo um órgão político. Tem mandato e tem a atribuição exclusiva de
jurisdição constitucional. É comum que o tribunal constitucional tenha
membros indicados pelo poder legislativo, executivo e judiciário. E dentro do
tribunal constitucional poderá ter julgamentos de conflitos entre poderes,
tendo função moderadora.
O STF além de fazer controle de constitucionalidade, também é corte de
justiça que julga recurso extraordinário, por exemplo. Além de ser o foro
privilegiado em alguns casos, como de políticos. O STF não é, portanto, um
tribunal constitucional.

 Quanto à forma:
- Material: analisa se o conteúdo da lei está de acordo com a CF.
- Formal: analisa se a forma como a norma foi criada seguiu o processo
legislativo, se todos os requisitos formais para a criação da lei foram
seguidos.

 Sistema de Controle:
- Difuso: exercido por todos os órgãos do poder judiciário, desde o juiz de
primeiro grau até o STF. O controle difuso é sempre controle concreto.
- Concentrado: controle feito pelos órgãos de cúpula do poder judiciário
(STF e TJ). Existem ações de controle de constitucionalidade em defesa da
Constituição Estadual que serão julgadas pelo TJ, o nome dessa ação é
representação de inconstitucionalidade.

 Vias de Controle:
- Abstrato (via de ação): quando a inconstitucionalidade é alegada em uma
ação própria. No controle abstrato a questão constitucional é o pedido e
no controle concreto é causa de pedir. Todo controle abstrato é um
controle necessariamente concentrado. Aqui a eficácia da decisão é erga
omnes.
- Concreto (via de exceção): feito no julgamento de casos concretos, no
julgamento de demandas. Aqui a questão principal não é a
inconstitucionalidade, ela é o fundamento do pedido. Exceção é uma
defesa indireta de mérito. Pode ser alegado pelo autor também. É matéria
de ordem pública, pode ser alegada em qualquer fase do processo e em
qualquer grau de jurisdição e poder ser alegada de ofício pelo juiz, não é
necessária provocação das partes. A inconstitucionalidade não pode ser
alegada em recurso extraordinário sem que tivesse sido alegado antes,
por ausência de pré-questionamento. No entanto, se duas matérias são
alegadas no recurso extraordinário, uma foi pré-questionada e a questão
da inconstitucionalidade não, o STF poderá admitir o recurso e a partir de
então poderá analisar não só as matérias que foram pré-questionadas
mas também toda e qualquer matéria de ordem pública ainda que não
ventiladas nas instâncias anteriores, porque matéria de ordem pública
pode ser conhecida de ofício. Ainda que a inconstitucionalidade não
tivesse sido alegada, o STF poderia conhece-la de ofício. O que não pode é
admitir o recurso da matéria de ordem pública quando ela não tiver sido
pré-questionada.
Controle Prévio de Constitucionalidade

Feita por órgão político. No Brasil: Poder legislativo (CCJ) e pelo Presidente da
República (veto jurídico). Exceção: poder haver controle prévio feito pelo Poder
Judiciário.

Controle político feito pelo poder executivo e pelo poder legislativo. No poder
legislativo é no campo da comissão de justiça, que tem o dever de verificar se o
projeto de lei está de acordo com a Constituição. Haverá uma comissão de justiça em
cada casa legislativa do país. A comissão será composta por membros de sua
respectiva casa legislativa. Não precisa que o deputado ou senador seja formado em
direito para que ele seja membro da comissão de justiça, não precisa nem ser
formado.

O veto é um juízo discricionário do presidente da república, não tem nada a ver com
o projeto estar de acordo com a CF ou não. O presidente pode vetar por achar que
contraria o interesse público. Há um controle político sobre o veto, feito pelo
congresso.

Art. 66, § 4º, CF: O veto é apreciado em sessão conjunta, e só poderá ser derrubado
pela maioria absoluta dos deputados e senadores. A votação é secreta.

Diferença entre sessão conjunta e sessão unicameral: Sessão unicameral é aquela


em que reúne deputados e senadores como se fosse uma única casa legislativa. Se
você precisa da maioria absoluta, você vai somar o numero de deputados e o
numero de senadores e vai dividir por dois, pois maioria absoluta é a maioria de
todos os membros. A sessão conjunta é aquela que acontece simultaneamente na
câmara dos deputados e no senado, tem que ter maioria absoluta na câmara e
maioria absoluta no senado. Portanto, se só atingir maioria absoluta em uma das
casas o veto não será derrubado.

Veto jurídico é quando o presidente veta um projeto de lei por


inconstitucionalidade. Aqui é feito um controle de constitucionalidade. No veto
político não há controle prévio de constitucionalidade.

O veto poder ser derrubado pelo poder legislativo, independente do veto ser político
ou jurídico. O veto deve ser motivo, são as razões de veto. O presidente tem que
justificar porque vetou.

Art. 58, CF: É possível que projeto de lei ordinária nem vá ao plenário, sendo
deliberado e votado apenas nas comissões.
Um parlamentar poderia impetrar mandado de segurança para derrubar o veto. A
Prof. Mariana Montebello diz que o parlamentar teve um direito violado e que ele
poder ajuizar mandado de segurança.

Tem um leading case que analisa uma ADPF que foi proposta em face de um veto do
prefeito do RJ a um projeto de lei. Só que projeto de lei não pode ser objeto de
descumprimento de preceito fundamental, porque não inova na ordem jurídica e
ademais, judicializar o veto seria violar a separação de poderes. A apreciação do
veto é matéria do poder legislativo.

Se o chefe do poder executivo vetar sem justificar? Se o veto não for


derrubado pelo poder legislativo, não caberá controle judicial do veto.

Controle judicial prévio: Se dá quando o STF julga mandado de segurança


impetrado por parlamentar que visa garantir seu direito líquido e certo de
participar de regular processo legislativo constitucionalmente estabelecido.

O controle prévio feito pelo poder judiciário só ocorrerá se o parlamentar suscitar,


pois ele é quem tem direito de participar do processo legislativo. O STF só julga esse
MS porque está havendo uma violação à CF.

Alterações feitas no projeto pelo Senado não devem ser analisadas necessariamente
pela Câmara dos Deputados. Só serão analisadas se modificarem substancialmente o
texto. Se a alteração for substancial e não for analisada pelos deputados, caberia MS
porque o deputado tem direito líquido e certo de analisar as alterações feitas pelo
senado. O judiciário nesse caso deve analisar o projeto de lei apenas quanto à forma
e não quanto à constitucionalidade material do projeto de lei.

Obs.: Art. 60, § 4º, CF – Não será objeto de deliberação projeto tendente a
abolir qualquer cláusula pétrea. O parlamentar pode usar o MS nessa
hipótese. Nesse caso, o STF analisará o conteúdo da PEC.

Para caber MS a CF deve ser violada. Se for violação de regra regimental (de
regimento interno), não há nada que o judiciário possa fazer pois o regimento é
criado pelo poder legislativo.

O controle judicial prévio é exceção.

Controle Repressivo de Constitucionalidade

Em regra se dá de forma judicial. Controle político repressivo é virtualmente


inexistente (modelo das constituições socialistas). Exceção: pode haver controle
repressivo deito por órgão político.

 Controle Político Repressivo:


- Art. 62, § 5º: Trata da medida provisória. Os pressupostos
constitucionais de uma medida provisória são relevância e urgência. A
presidente edita uma MP, ela tem que ser convertida em lei no prazo de
30 dias, podendo ser prorrogado apenas por mais 30 dias. O poder
legislativo em cada uma das casas irá analisar os pressupostos
constitucionais da medida provisória. Se entender que falta um dos
pressupostos ele recusa a MP e deixa de apreciá-la. É um controle político
e repressivo porque é feito pelo poder legislativo e porque MP tem força
de lei. A MP é inconstitucional pois foi editada faltando um de seus
pressupostos constitucionais.

- Art. 49, V: É da competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os


atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Com relação aos
limites de delegação legislativa trata da lei delegada, art. 68 da CF. Na lei
delegada o presidente pede ao congresso nacional para poder legislar
sobre determinada matéria, ele pede delegação. As matérias que são
vedadas a medida provisória também são vedadas à lei delegada. O
congresso pode decidir que após a edição da lei delegada, ela vá para
apreciação do congresso. O Congresso pode sustar a lei caso o poder
executivo edite lei que exorbita o poder que lhe foi delegado, de modo a
sustar a parte da lei que exorbitou a delegação. O controle é político pois
feito pelo congresso nacional e repressivo pois a lei delegada já está
produzindo seus efeitos.

Os atos do Poder Executivo que exorbitarem de seu poder regulamentar


também poderão ser sustados. O decreto não pode inovar na ordem
jurídica, só pode servir para regulamentar lei. Decreto é ato secundário
que regulamenta ato primário (lei).

Controle repressivo feito pelo poder executivo: Durante muito tempo foi aceito
que o chefe do poder executivo deve editar um decreto determinando que sua
administração publica se abstenha de aplicar uma lei que seja considerada
inconstitucional. Isto é restrito ao chefe do poder executivo. Já o funcionário publico
tem que aplicar a lei ainda que entenda que ela seja inconstitucional, a não ser que o
chefe do executivo edite o decreto. Esse decreto surgiu antes da ação direta de
inconstitucionalidade e só quem podia mover essa ação era o procurador geral da
republica. Isso era excepcional, quando a lei era manifestamente inconstitucional. Se
fosse decidido que ela era constitucional o chefe do executivo poderia responder por
crime de responsabilidade. Gilmar Mendes diz que hoje em dia isso não existe mais,
pois o controle abstrato se pulverizou e agora possui um rol maior de legitimados. A
professora Mariana Montebello entende que esse decreto pode continuar sendo
feito sim, que é um ato político de um agente político em defesa da constituição. O
que ela recomenda é que pode ser que se edite decreto e o judiciário reconheça a
constitucionalidade da lei, por isso, ela recomenda que além do decreto se mova
uma ação de inconstitucionalidade no TJ com pedido de liminar. Se a liminar for
denegada, deveria revogar o decreto, demonstrando sua boa-fé e evitando uma ação
de responsabilidade.

Controle repressivo feito pelos tribunais de contas: Súmula 347 do STF – Os


tribunais de contas podem fazer controle de constitucionalidade. Essa sumula é
antiga. Art. 71, CF: competências do TCU, ele preenche os requisitos para se tornar
um órgão independente, pois extrai sua legitimidade da constituição. Gilmar Mendes
considera a Súmula 347 superada, ou seja, o tribunal de contas não pode realizar o
controle de normas. Essa matéria ainda não é pacificada no supremo. Hoje em dia,
com a pulverização de legitimados para propor ADIN não faz sentido que o TCU
tenha essa competência. O Supremo em decisões monocráticas vem considerando
que tal súmula está superada. O TCU não é um dos legitimados para entrar com ação
de constitucionalidade, por isso a professora Mariana Montebello defende a sumula.
No julgamento do caso do decreto da Petrobrás (que simplificava licitações), o STF
entendeu que a sumula estaria superada, mas não houve um cancelamento desta
sumula.

Quando o STF reconhece a constitucionalidade de uma lei, o legislativo pode


rever a tese acolhida pelo STF?

Conrado Mendes chama isso de diálogo entre os poderes. É possível que o


legislativo force a alteração do entendimento do poder judiciário. O parâmetro para
a declaração de inconstitucionalidade é a Constituição. As emendas constitucionais
são uma forma de forçar o judiciário a mudar seu entendimento, pois para que uma
lei seja declarada inconstitucional ela deve estar em desacordo com a constituição.
Para isso, seguir o procedimento previsto para edição de Emenda Constitucional.

Quando o supremo declara a inconstitucionalidade de uma lei, ele manda um ofício


pro Senado para ele decidir se suspende os efeitos da lei, para dar eficácia erga
omnes à decisão. (Ex.: cobrança de taxa de iluminação publica na conta de luz – 149
ou 139? - A da CF)

O projeto de lei do estatuto da família viola a constituição, pois estabelece que


o núcleo familiar é formado por homem e mulher. A lei será inconstitucional.
A lei está interpretando a constituição de forma inconstitucional, sendo que
pela mutação constitucional pode haver união entre pessoas do mesmo sexo.

A mutação constitucional é legítima? O supremo pode forçar seu


entendimento em oposição ao legislativo? É democrático? Apesar de ir contra a
opinião da maioria e do legislativo, é uma forma de proteger os direitos das
minorias e dar solução à morosidade do legislativo.

Tem uma discussão também sobre o judiciário invadir o poder do legislativo.


É constitucional uma EC que altere a menoridade penal de 18 para 16? Tem que
analisar se afronta alguma clausula pétrea. Sim, ofende a proteção às garantias e
direitos fundamentais.

CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE

É o controle realizado por todos os órgãos do Poder Judiciário. Se dá de forma


concreta, no julgamento de uma lide, de um processo. A questão constitucional
jamais será o pedido (próprio do controle abstrato), mas a causa de pedir da ação.
Controle difuso sempre é controle concreto, só há essa maneira de realizar o
controle difuso. Não há como qualquer órgão realizar controle abstrato, em que a
constitucionalidade é pedido, com eficácia erga omnes.

Ex.: Imagine que se entenda que o novo CPC é inconstitucional e o sujeito quer
declará-lo inconstitucional. Deve-se recomendar ADIN se ele for legitimado para
tanto. Porque se entrar com uma petição inicial com esse pedido o juiz de primeiro
grau não pode declará-la inconstitucional. O que ele pode é julgar uma lide e para
resolver uma controvérsia da lide ele tem que afastar a aplicabilidade da lei por
entender que ela é inconstitucional. No controle difuso você não está declarando a
inconstitucionalidade.

A constitucionalidade no controle difuso nunca é o pedido, é a causa de pedir, o


fundamento do pedido. No controle abstrato é que você pede a declaração de
inconstitucionalidade da lei.

Caso Marbury x Madison: John Marshall, que julgou o caso, era secretario de estado
do presidente John Adams. Secretário de Estado é como se fosse um ministro, de
livre nomeação e livre exoneração. O secretario de estado tem a incumbência de
executar as decisões políticas do presidente, pela implementação das políticas
internas e externas.

Adams perdeu as eleições para Thomas Jefferson. Com isso, Adams nomeou
Marshall presidente da Suprema Corte. Outra nomeação de Adams foi Marbury para
o cargo de juiz de paz no condado de Wahington. Como a nomeação não foi
entregue, Jefferson nomeou que seu Secretário de Estado (Madison) não entregasse
mais nenhuma nomeação. Isso gerou o caso Marbury x Madison.

Jefferson disse que não iria cumprir a decisão da Suprema Corte no caso. A tensão
entre o executivo e o judiciário se tornou extrema. Marshall avocou o caso para que
fosse julgado por ele. Marshall julga o caso e inverte a ordem de julgamento,
analisando primeiro o mérito e depois as preliminares. No mérito afirma que o
Poder Executivo não pode desobedecer a Constituição, ou esta será uma absurda
tentativa de se limitar um poder de fato ilimitável. Marshall diz que a nomeação já
havia sido nomeada e deliberada pelo presidente e em virtude disso, o secretario de
estado não poderia se recusar a colocar o selo e entregar a nomeação. Diz que cabe
ao judiciário invalidar decisões legislativas ou administrativas que violem a
constituição. O juiz é o agente do Estado que se depara com a questão: o que aplicar,
a lei ou a constituição? O juiz deve sempre preferir a Constituição pela sua função de
limitar o poder e garantir a liberdade. Se você permitir que o presidente viole a
constituição, o poder dele será ilimitado. Ao julgar as preliminares declarou
Marbury carecedor de ação, tornando a decisão impossível de ser descumprida. No
final da história Marbury não foi nomeado e não tentou entrar com a ação no juízo
competente.

Até 65 só tinha controle difuso. O controle abstrato pela ADI foi criado em 1965, mas
só havia um legitimado (Procurador Geral da republica, e só se o palácio do planalto
concordasse). Em 65 criou-se então o modelo abstrato de controle de
constitucionalidade com a EC 16/1965. Nessa época nosso controle era então misto
com prevalência do difuso. A partir de 88 nosso modelo de controle passou a ser
misto, prevalecendo o abstrato. O rol de legitimados da ADI de hoje é grande.
Houve uma pulverização de legitimados da ação direta.

O controle difuso está caminhando para uma objetivização. Seja no controle


concreto ou controle difuso, você terá eficácia erga omnes. Está ocorrendo a
valorização dos precedentes.

Controle difuso: É aquele realizado por todos os órgãos do Poder Judiciário, desde a
1ª instância até o STF. Utilizado durante o julgamento de um caso concreto. Ou seja,
só admite a modalidade concreta. Produz efeitos entre as partes envolvidas naquele
processo (inter partes). Não esquecer que o STF também faz controle incidental no
caso concreto, em casos de recursos ou ações em que ele tenha competência
originária.

Art. 503, CPC/15: A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei
nos limites da questão principal expressamente decidida.

Art. 506, CPC/15: A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada não
prejudicando a terceiros. Mas pode beneficiar a terceiros.

Todos os órgãos do poder judiciário participam do controle difuso.

STF
STJ TST TSE STM
TJ TRF TRT TRE TM
JD JF JT JE JM
Qualquer juiz pode deixar de aplicar a lei alegando sua inconstitucionalidade. A não
aplicação de uma lei pela sua inconstitucionalidade pode se dar:
 A pedido do autor
 A pedido do réu
 De ofício pelo próprio magistrado, independentemente de requerimento das
partes por ser matéria de ordem pública.

Pode ser alegado em qualquer fase do processo e em qualquer grau de jurisdição.


Em controle difuso, o pedido não é a declaração de inconstitucionalidade. O juiz é
chamado para resolver a lide. No entanto, não é possível julgar sem avaliar se a
norma a ser aplicada é ou não constitucional. É, portanto, uma questão prejudicial.
Por isso o controle é incidental, feito no curso de um caso concreto. A
inconstitucionalidade é causa de pedir, é fundamento do pedido.

A sentença é dividida em três partes: relatório, fundamentação e dispositivo. O


relatório é parte essencial da sentença, pode ser dispensado em algumas espécies de
sentença, mas geralmente é parte essencial porque prova que o juiz leu o processo,
que ele conhece o processo. O relatório conterá os nomes das partes, a identificação
do caso, a suma do pedido e da contestação, bem como o registro das principais
ocorrências havidas no andamento do processo. Os fundamentos é o local onde o
juiz analisará as questões de fato e de direito. O dispositivo é onde o juiz resolverá
as questões que as partes lhe submeteram. O dispositivo é onde ele julga o caso.

A análise da questão prejudicial (constitucional no controle difuso) se faz na


fundamentação.

O que faz coisa julgada? Toda a sentença ou apenas uma de suas partes?

Apenas o dispositivo faz coisa julgada, a fundamentação não faz coisa julgada. (Art.
469, CPC).

Art. 469, CPC – Não fazem coisa julgada:


I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva
da sentença;
II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;
III – a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.

Ação Declaratória Incidental: Serve para dar força de coisa julgada à questão
prejudicial decidida incidentemente no processo. Deve ser proposta no curso da
ação. (Art. 470, CPC)

Esta ação é cabível quando a questão incidental é a inconstitucionalidade de lei?


Não, porque essa analise é feita só no controle abstrato. O juiz não teria competência
para isso. Só quem tem competência para produzir coisa julgada em questão
constitucional é o STF no controle abstrato. O juiz não tem competência para
declarar a inconstitucionalidade de uma lei com eficácia erga omnes.

Art. 470, CPC: Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a
parte o requerer, o juiz for competente em razão da matéria e constituir
pressuposto necessário para o julgamento da lide.

No novo CPC não é mais necessário que a parte requeira que se faça coisa julgada
também da questão incidental.

 Controle difuso nos tribunais

STF
STJ TST TSE STM
TJ TRF TRT TRE TM
JD JF JT JE JM

Os tribunais são compostos por órgãos fracionários (Turmas, para tribunais da


União ou Câmaras, para tribunais dos Estados).

Ao ingressar no Tribunal o processo irá a um de seus órgãos fracionários, onde será


distribuído a um Relator, que solicitará um parecer do Ministério Público (MP).

Participam do julgamento no órgão fracionário o Relator, o Revisor e um Vogal.

Cada câmara é composta por 5 desembargadores, mas só 3 se debruçam sobre o


processo (relator, revisor e vogal).

A CF facultou aos tribunais grandes que criassem um órgão que representasse o


pleno, com as competências do pleno, que é o órgão especial (art. 93, XI, CF).
Tribunais com mais de 25 membros podem criar órgão especial. O órgão especial
deve ter no mínimo 11 e no máximo 25 membros. As atribuições do pleno são
transferidas para o órgão especial.

Art. 480, CPC – Arguida a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder


público, o relator, ouvido o MP, submeterá a questão à turma ou câmara, a que tocar
o conhecimento do processo.

Só será enviado ao órgão especial se entenderem pela inconstitucionalidade da lei.


Sobre a alegação de inconstitucionalidade a Turma ou Câmara pode ter 3 posições:

 Rejeitar a alegação
 Acolher a alegação
 Reconhecer que a alegação não é nova

Quando a alegação é rejeitada, o processo permanece no órgão fracionário para


julgamento do mérito do recurso. (Art. 481, CPC)

Quando a alegação é acolhida, será lavrado o acórdão a fim de ser submetida a


questão ao tribunal pleno (ou órgão especial) (481, CPC)

Cláusula de Reserva de Plenário ou Cisão Funcional de Competência: Somente


pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público. (Art. 97, CRFB) Isso se deve à presunção de
constitucionalidade da lei.

O órgão fracionário tem competência para analisar recurso, mas quanto à questão
da inconstitucionalidade, é competência do pleno.

O plenário ou órgão especial resolvem apenas a alegação de inconstitucionalidade


feita no processo.

São feitos três acórdãos, um do órgão fracionário que acolhe a alegação de


inconstitucionalidade, um do órgão especial julgando a questão inconstitucional e
outro julgando o mérito com base na decisão do órgão especial. Só pode recorrer do
último acórdão, pois ele é o único em que há sucumbência.

Pode ser chamado amicus curiae para auxiliar no julgamento do órgão especial em
alegação de inconstitucionalidade.

Efeitos da decisão do Supremo em Recurso Extraordinário:

Há quem diga que as decisões do Supremo em matéria constitucional, ainda que


tomadas no controle difuso, terão eficácia erga omnes.

Mutação constitucional do artigo 52, X – tese defendida por Gilmar Mendes. A


decisão do STF por si só reconhece a inconstitucionalidade da norma e tem eficácia
erga omnes. O senado só irá tornar pública a decisão. Gilmar Mendes defende a
transcendência dos motivos determinantes, pois para julgar o STF faz uma análise
em abstrato da norma. Transcendem os motivos da causa os argumentos que
levaram o STF a reconhecer a inconstitucionalidade da lei. Ele praticamente diz que
qualquer decisão do STF em controle de constitucionalidade terá eficácia erga
omnes.
A mutação constitucional tem um limite que é o próprio texto da Constituição.

Essa tese pode ser criticada, mas na prática ela está ganhando força.

 No julgamento do HC 82.959 foi reconhecida a inconstitucionalidade da Lei


11.464/07.

art. 102, I, “l”- Reclamação Constitucional (é uma ação para que o STF preserve sua
competência ou a autoridade de suas decisões).

 Ler a Reclamação 4335 (voto do Gilmar Mendes ou Zavaski).

CONTROLE CONCENTRADO

O controle concentrado traz uma série de ações de controle: ADI, ADC, ADIO,
Representação de Inconstitucionalidade, Ação de Representação Interventiva e
ADPF.

Ação Direta de Inconstitucionalidade

 Art. 102, I, “a”, CRFB.


 Competência: STF
 Objeto: lei ou ato normativo federal ou estadual.

Atenção: Não cabe ADI contra lei ou ato normativo municipal (não há previsão
legal). No entanto, o controle abstrato de lei municipal se dá de duas maneiras:
Representação de Inconstitucionalidade (TJ) e ADPF (STF).

Lei ou ato normativo deve ser entendido como norma genérica e abstrata emanada
pelo Poder Legislativo. O ato normativo primário é aquele capaz de inovar na ordem
jurídica, gerando direitos e obrigações. O ato normativo secundário não pode inovar
na ordem jurídica, não pode criar alteração no ordenamento jurídico, ele existe para
regulamentar o ato primário, garantir a aplicabilidade e eficácia do ato normativo
primário. Ex.: decretos, decreto-regulamentador do chefe do executivo.

O decreto é objeto de ADI porque a norma parâmetro não é a Constituição e sim a


lei. Não é um problema de constitucionalidade e sim de legalidade.

É possível o ajuizamento de ADI contra norma originária da Constituição? Não, em


razão do princípio da unidade da constituição. Não existem normas
hierarquicamente superiores que as normas originárias constitucionais. A
constituição é parâmetro de controle, não objeto.

Otto Bachof entende que sim.


Entretanto, cabe ADI contra EC (norma constitucional derivada). A ADI não pode ser
proposta contra a EC por violar a constituição. A EC tem a função de alterar a
constituição.

A EC é inconstitucional quando ela violar qualquer limitação imposta ao poder


reformador.

Limitações formais (art. 60):


- Iniciativa (60, caput)
- Circunstancial (art. 60, §1º)
- Procedimental (art. 60, § 2º)
- Temporal

O povo não tem iniciativa para apresentar PEC (posição da OAB). Tem posição
divergente, José Afonso da Silva sempre defendeu PEC popular por analogia do 61, §
1º já que o povo é titular do poder constituinte originário, ele pode estabelecer uma
nova constituição em um momento revolucionário, ele poderia apresentar PEC.

Algumas constituições estaduais permitem projeto de emenda à constituição


estadual apresentada pelo povo. Aqui não cabe o princípio da simetria, pois se trata
da autonomia do Estado para se auto organizar.

Quando a proposta é apresentada por um terço de deputados federias, a casa


iniciadora é a câmara e a casa revisora é o senado. Se a proposta é apresentada por
um terço dos senadores, a casa iniciadora é o senado e a casa revisora é a câmara.
Quando apresentada pelo Presidente da República, a casa iniciadora é a câmara dos
deputados e a casa revisora é o senado. Quando a proposta é apresentada por mais
da metade das assembleias legislativas, a casa iniciadora é o senado federal e a casa
revisora é a câmara dos deputados.

A PEC deve ser aprovada por 3/5 no primeiro turno e 3/5 no segundo turno em
cada casa. Ou seja, em cada casa, a PEC deve ser aprovada por 3/5 em cada um dos
turnos. 3/5 equivale a 60%.

Qual é o intervalo entre o primeiro e o segundo turno? É possível que os dois turnos
sejam realizados no mesmo dia? No regimento interno do CN vem definindo que o
intervalo entre os dois turnos deve ser de 5 sessões ordinárias. Já houve PEC em que
as duas sessões ocorreram no mesmo dia e foi validada pelo supremo porque não
houve descumprimento da CF, apenas do regimento interno.

Projeto de lei alterado pela casa revisora só volta a casa iniciadora se houver
alteração substancial.

Não tem sanção ou veto de PEC.


É possível que uma EC não seja aplicada? Já aconteceu. A EC 73/2013 que criou
novos TRF’s não saiu do papel. Joaquim Barbosa reclamou.

Limitações Materiais:

a) Explícitas (60, § 4º - clausulas pétreas)

b) Implícitas

- Relativas ao titular do poder constituinte originário (povo): Só o povo


pode fazer uma nova constituição. O CN não pode se autoproclamar
assembleia nacional constituinte e elaborar uma nova constituição. O CN
é poder constituído.

- Relativas ao titular do poder reformador (Congresso Nacional)

- Relativas ao processo de emenda: Não pode haver uma EC que facilite o


processo de emenda.

Há direito individual de ser inimputável penal até certa idade. No entanto, a idade
que limita a inimputabilidade penal não é direito individual.

É possível que uma EC determine uma assembleia constituinte para realizar


exclusivamente a reforma política? Não. O poder derivado não pode se tornar
originário. O poder derivado não pode violar a vontade do poder constituinte
originário.

É possível ajuizar ADI contra tratado ou convenção internacional que afrontem o


texto da Constituição? Não, apenas contra o decreto que incorporou o tratado à
ordem interna (art. 5º, § 3º, CRFB).

Existem tratados comuns e existem os tratados de direitos humanos aprovados na


forma do artigo 5º, § 3º e os tratados de direitos humanos aprovados pelo
procedimento comum. Com relação aos tratados comuns, como os de comércio, uma
vez internalizados estão sujeitos à ADI. Com relação aos tratados internacionais de
direitos humanos aprovados na forma do art. 5º, § 3º equivalem à emenda
constitucional. As emendas são ao mesmo tempo parâmetro e objeto de controle de
constitucionalidade, ela é objeto de controle quando viola clausula pétrea ou o
procedimento do art. 5º, § 3º. O mesmo será aplicado para os tratados de direitos
humanos aprovados na forma do art. 5º, § 3º. Os tratados de direitos humanos que
não foram aprovados na forma do 5º, § 3º (Pacto de San José da Costa Rica) tem
status de norma supra legal, está abaixo da CRFB mas acima das demais normas do
ordenamento jurídico, as leis não podem violar o tratado, ainda que a lei seja mais
recente.
Cabe ADI contra medida provisória editada pelo presidente da república? Sim, é ato
normativo primário, cria direitos e obrigações.

Cabe ADI contra lei distrital? Depende, o DF tem atribuições de Estado e de


Município (art. 32, § 1º). O DF não pode ser dividido em municípios. O chefe do
executivo do DF é o governador. O poder legislativo é a câmara distrital com
deputados distritais que tem competência de vereador e deputado estadual ao
mesmo tempo. Se a lei for de competência estadual cabe ADI, se a lei for de
competência municipal não cabe ADI. No caso de lei distrital que misture as duas
competências, caberá ADI apenas contra a parte da lei que seja de competência
estadual.

ADI contra Decretos, Portarias? Cabível se o ato normativo secundário conter


preceitos de generalidade e abstração. Precedente: ADIn 962. Cabe ADI contra
decreto autônomo e não contra decreto regulamentador. O Decreto autônomo está
no art. 84, inc. VI, CRFB.

Pertinência temática

Há um debate se pertinência temática é interesse de agir. Moreira Alves diz que não,
pois interesse de agir é um requisito de processo subjetivo, das partes do processo.
Em ações de controle de constitucionalidade não há partes, são ações objetivas,
então não haveria interesse de agir. Moreira Alves foi um dos criadores do requisito
da pertinência temática de forma a limitar o acesso ao STF e ele diz que não é
interesse de agir. Seria uma especial condição do agente que demonstra uma
correlação entre ele e a norma que se deseja declarar inconstitucional.

Pertinência temática do Governador e da Mesa da Assembleia: Nem sempre


eles terão relação com a norma federal, tem que afetar o interesse do Estado.

É possível que o governador de um Estado ajuíze ADI contra norma estadual de


outro Estado? Sim, mas terá que demonstrar pertinência temática, tem que
demonstrar que afeta interesse de seu Estado.

Pertinência temática das Confederações Sindicais e Entidades de Classe:


Devem demonstrar que há uma relação entre a norma objeto da ADI e seus fins
estatutários, as finalidades para as quais foram criadas.

CONAMP (Associação Nacional de membros do MP): é uma entidade de classe.

EC 52 alterou o art. 17, § 1º da CRFB.


O papel do advogado-geral da União

- Art. 103, § 3º, CRFB/88


É o curador de constitucionalidade da norma, ele deve defender a norma.

- Art. 128: O MP abrange o MP da União e o MP dos Estados. O MP da


União compreende o MP Federal, MP do Trabalho, MP Militar e MP do DF
e Territórios. Quem está no MP Federal é o denominado Procurador da
República, vai atuar basicamente na justiça federal. O chefe do MP da
União é o procurador geral da republica.

No MP dos Estados há o promotor de justiça. Na segunda instância, há o


procurador de justiça. O chefe do MP dos Estados é o procurador geral de
justiça.

Advogado público é advogado de ente público (União, Estados e Municípios). Nos


Estados será o procurador do Estado. Nos municípios será o procurador do
município.

O advogado-geral da União é quem representa a União judicial e extrajudicialmente,


é quem defende os interesses da União. Representa a Administração direta.

O procurador federal representa a Administração Publica indireta (autárquica e


fundacional), Ex.: INSS, Jardim Botânico, UFRJ, Fio Cruz. Sociedades de economia
mista e empresas públicas tem seu quadro próprio de advogados.

O procurador da Fazenda Nacional representa a Fazenda Pública. É vinculado à AGU


e ao Ministério da Fazenda.

O procurador do Banco Central também é vinculado à AGU e ao Banco Central.

Ninguém da AGU pode advogar, todas as carreiras da AGU exigem exclusividade.

Defensoria Pública é advogado de hipossuficiente.

O papel do AGU no controle abstrato: Se o AGU é o curador da norma questionada


ele pode deixar de fazer a defesa da norma se assim desejar seu superior
(Presidente da Republica)?

E nos casos em que a petição da ADI é assinada pelo Presidente e pelo AGU, estará
este dispensado de fazer a defesa da norma?
Atos normativos de efeitos concretos não podem ser objeto de ação de
inconstitucionalidade porque não são dotados de generalidade e abstração. São
muito assemelhados à atos administrativos.

Normas orçamentárias não eram objeto de ADI. O STF mudou seu entendimento e
hoje normas orçamentárias podem ser objeto de ADI apesar de ser norma de efeitos
concretos.

Não necessariamente quem vai apresentar informações vai defender o ato. As vezes
quem é encarregado de prestar informações por ser o ente do qual emanou o ato
impugnado, é também o legitimado ativo.

Art. 103, § 3º: O AGU será citado para defender o ato normativo impugnado.

Antes de 88 não existia AGU, quem defendia a União era o PGR. Só que o PGR é
imparcial. Em 88 foi criada a AGU para defender a União, sendo, portanto, um órgão
parcial.

Via de regra o AGU defende os interesses da União, mas na ADI ele deveria defender
a constitucionalidade da lei ainda que fosse contrária aos interesses da União.

Na doutrina, a partir de 95/96, passa-se a defender que o AGU não estaria obrigado
a defender uma lei inconstitucional. O STF firmou um entendimento na AI 1616 de
que se o STF já tivesse se manifestado em um caso concreto sobre a
inconstitucionalidade de uma lei, o AGU estaria desobrigado de defender a
inconstitucionalidade da lei. Se o STF já declarou entendimento de que a lei é
inconstitucional, já relativizaria a presunção de constitucionalidade daquela lei.
Nesse caso o AGU é dispensado de defender a constitucionalidade de uma lei.

O que passou a acontecer após isso é que o AGU abusou dessa exceção. Quando uma
lei estadual fosse semelhante a outra lei estadual de outro Estado que já fora
declarada inconstitucional pelo STF no caso concreto, o AGU se sentia dispensado de
defender a primeira lei.

Depois disso, qualquer semelhança entre uma lei e outra já permitira o AGU a se
manifestar pela inconstitucionalidade.

Essa questão chegou na ADI 3916, o STF entendeu que o AGU tinha direito de se
manifestar como quisesse, fosse pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade
da lei. Fábio Leite disse que assim não haveria diferença nenhuma entre a
manifestação do AGU e o parecer da PGR.

Fábio Leite acha que a solução era ou revogar o dispositivo ou voltar ao


entendimento da ADI 1616.
Depois da manifestação do AGU, haverá a manifestação do PGR. Aqui efetivamente
há um parecer, ele atua como custus legis.

A petição inicial da ADI deve apontar o dispositivo da lei ou ato impugnado e os


fundamentos jurídicos do pedido com relação a cada uma das impugnações; o
pedido com suas especificações e cópia da lei ou ato normativo impugnado.

Conhecida a ação, o STF está vinculado ao pedido e à causa de pedir? Ele está
vinculado ao pedido, ele só pode declarar a inconstitucionalidade do dispositivo
impugnado. A análise da ADI se restringe àquilo que foi pedido, o pedido é fechado.
Entretanto, o STF não está vinculado à causa de pedir, a causa de pedir é aberta.
Tem que haver a fundamentação da inconstitucionalidade na petição inicial mas o
STF pode decidir com base em fundamento diferente. O proponente tem o dever de
fundamentar o pedido mas o STF pode declarar a inconstitucionalidade com base
em fundamento diverso. Na ADPF a causa petente é aberta mas apenas em relação
aos preceitos fundamentais, pois o parâmetro da ADPF é o preceito fundamental.

Cabe agravo contra a decisão que indefere a ADI liminarmente por ser inepta.

A ADI não aceita desistência.

Transcendência dos motivos determinantes: a fundamentação da ADI vincula.


Cabe reclamação pelo descumprimento da fundamentação. Não apenas o dispositivo
do acórdão, mas também seus fundamentos vinculam e dariam ensejo ao
ajuizamento de reclamação pelo seu descumprimento.

A cautelar tem efeito ex nunc, salvo se o tribunal entender que deve conceder
eficácia retroativa.

Quando uma lei é declarada inconstitucional, a lei anterior volta a vigorar pois em
tese ela nunca teria sido revogada pois ela não poderia ser revogada por uma lei
inconstitucional. Se a lei anterior é pior, caberá modulação dos efeitos.

Inconstitucionalidade por arrastamento: exceção ao princípio da congruência, ao


princípio de que o pedido em ADI é fechado. Ao declarar um dispositivo
inconstitucional, poderá ser declarada a inconstitucionalidade de outro dispositivo
da mesma lei ou outro ato normativo que seja afetado ou que tenha dependência da
norma declarada inconstitucional. Ex.: uma lei é declarada inconstitucional, isso
afeta o decreto regulamentar, então ele também será inconstitucional.

PGE e PGM dependendo do lugar poderá advogar. AGU não pode advogar.

Art. 7º - Não é admitida a intervenção de terceiros em ADI. Porém o § 2º admite


amicus curiae, dependendo da relevância da matéria e da representatividade dos
postulantes. Há quem entenda que amicus curiae não é intervenção de terceiros, e
sim uma manifestação de interessados no processo.
O amicus curiae se manifesta para auxiliar a corte, defendendo a procedência ou
improcedência da ação. Ele tem interesse no resultado daquela ação. Não é
necessário ser legitimado para ser amicus curiae.

O prazo para requerer o ingresso do amicus curiae no feito é até o relator requerer
que o processo seja incluído em pauta.

Art. 9º, § 1º - é admitida perícia e audiência publica em ADI.

Denegação de cautelar

Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC)

A ADC só é cabível quando á controvérsia JUDICIAL a respeito da


constitucionalidade de uma lei. Para haver controvérsia judicial é necessário que
haja várias decisões em sentidos diferentes, ou seja, decisões que entendam que a lei
é inconstitucional e decisões que entendam que a lei é constitucional. Se houver
decisões em um único sentido, ainda que for pela inconstitucionalidade, não há
controvérsia judicial.

O objeto da cautelar é suspender os processos em curso em que esteja sendo


discutida a constitucionalidade da lei objeto de controvérsia. (art. 21 da lei) Quando
é deferida a cautelar, o juiz não pode afastar a aplicação da lei por outro fundamento
que não seja o da inconstitucionalidade pois o processo estará suspenso. A
finalidade disso é evitar decisões judiciais que declarem a inconstitucionalidade da
lei objeto da ADC.

A cautelar tem prazo de 180 dias. O STF já prorrogou o prazo de 180 dias da
cautelar.

Ambivalência da ADI e da ADC

A improcedência de uma acarretaria a procedência da outra, necessariamente. A


improcedência de uma gera os efeitos da outra.

É necessário 8 ministros (2/3) para que seja julgada uma ADI/ADC. Proclama-se a
constitucionalidade pela procedência da ADC ou pela improcedência da ADI.
Proclama-se a inconstitucionalidade pela procedência da ADI ou pela improcedência
da ADC.

O que fazer quando fica 5x5? Poderia ser dado o voto de minerva ao presidente. Ou
então não é declarada a inconstitucionalidade, caso o ministro presidente não
queira dar o voto de minerva, porque a inconstitucionalidade só pode ser declarada
pelo voto da maioria dos membros do tribunal.
Art. 24, Lei 9868 -> um dos mais importantes para a ambivalência. ADI e ADC são
ações idênticas quanto ao resultado, mas com sinal trocado. A constitucionalidade
pode ser proclamada pela procedência da ADC ou improcedência da ADI. A
inconstitucionalidade pode ser proclamada pela procedência da ADI ou pela
improcedência da ADC.

A primeira diferença entre ADI e ADC é o objeto. Enquanto o objeto de ADI são leis
federais e estaduais, o objeto da ADC são apenas leis federais. Portanto, a
improcedência de uma ADI contra lei estadual não geraria os efeitos de uma ADC
porque não cabe ADC contra lei estadual.

Na ADI tem necessariamente a manifestação do AGU, na ADC não. A improcedência


de uma ADC não poderia gerar os efeitos de uma ADI porque em ADC o AGU não é
ouvido para fazer a defesa da norma, e a manifestação do AGU é obrigatória na ADI.
Esse requisito do AGU foi superado pelo Fábio Leite porque o AGU não é obrigado a
fazer a defesa da norma porque ele é parcial.

Na ADC é necessário haver controvérsia judicial relevante, na ADI não. Então a


improcedência de uma ADI de uma lei que acabou de ser editada, ou seja, onde ainda
não existe controvérsia judicial relevante, não poderia gerar os efeitos da ADC.

Então não pode pensar em ambivalência de ADI e ADC, porque a improcedência da


ADI não poderia gerar necessariamente os efeitos da ADC. Já a improcedência da
ADC em qualquer hipótese poderia gerar os efeitos da ADI.

Em concursos públicos adotar a posição do Gilmar Mendes de que ADI e ADC são
ações de sinais trocados, ou seja, existe a ambivalência.

ADI foi movida contra lei estadual do RJ, o STF julgou improcedente. Significa que o
MP declarou a lei constitucional? Não deixar de citar o Fábio aqui. Citar Gilmar
Mendes e Fábio.

(Ler o texto sobre ambivalência)

Art. 26, Lei 9868 -> A decisão em ADI/ADC é irrecorrível, só pode opor ED.

Art. 27, Lei 9868 -> Modulação dos efeitos em ADI.

Via de regra, os efeitos da declaração de inconstitucionalidade retroagem (“ex tunc”)


porque a lei inconstitucional é nula. A decisão de inconstitucionalidade não é
constitutiva, é declaratória. Norma inconstitucional não produz efeitos pelo
princípio da supremacia da norma constitucional.
O modelo abstrato europeu trabalha com a ideia de decisões constitutivas. O ato
inconstitucional não é nulo, é anulável. A partir da decisão é que a norma passa a ser
inconstitucional.

Efeitos repristinatórios: A lei A foi revogada pela lei B. A lei B é julgada


inconstitucional. A lei A volta a produzir efeitos porque é como se ela nunca tivesse
sido revogada. Para o Varella só teria efeito repristinatório na concessão de cautelar
em ADI, porque nos efeitos ex tunc é como se a lei nunca tivesse sido revogada. Há
quem entenda que na declaração de inconstitucionalidade com efeito pró futuro
geraria efeitos repristinatórios.

Modulação dos efeitos: Dar efeitos “ex nunc” ou pró futuro para a declaração de
inconstitucionalidade. Os efeitos não retroagem. Isso só pode ser feito em razão de
segurança jurídica ou de excepcional interesse público. É cabível em casos em que
os efeitos retroativos seriam prejudiciais à sociedade. São cabíveis também efeitos
pró futuro, ou seja, que produza efeitos em algum momento após a decisão. Pode
produzir efeitos também em algum momento antes da decisão, desde que após a
edição da lei inconstitucional. Ex.: uma determinada lei tributária. Se a lei fosse
declarada inconstitucional, a Receita teria que devolver tudo o que foi arrecadado
com aquele tributo.

Na declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade, a lei é declarada


inconstitucional mas não é fixado um momento para que a decisão de
inconstitucionalidade produza efeitos.

É possível a modulação dos efeitos em decisão de Recurso Extraordinário (controle


difuso)? Via de regra não cabe, porque a Lei 9868 regula processo de julgamento de
ADI e ADC, mas o STF já fez isso no caso Mira Estrela. A cidade tinha mais
vereadores do que podia. É feito em casos de excepcional interesse publico e
segurança jurídica.

Art. 28, Lei 9868 -> Efeito vinculante. O efeito vinculante é introduzido no Brasil
exclusivamente para ADC pela EC nº 03. O art. 28, P.U. deu efeito vinculante para
ADI e ADC. A lei poderia dar efeito vinculante para ADI? Não, só emenda. A questão
foi pacificada com a EC 45. Fazer remissão para o 102, I, “l”, da CRFB/88.

ADI POR OMISSÃO

Art. 103, § 2º, CRFB: A CF pode ser violada por uma ação ou por uma omissão, por
um fazer ou não fazer. Não é qualquer omissão que possibilita ADIO, é uma omissão
de medida para tornar efetiva norma constitucional. É para garantir efetiva
aplicabilidade de norma constitucional.
Classificação de normas constitucionais de José Afonso da Silva:

a) Normas de eficácia plena: A lei é autoaplicável. Não precisa de


regulamentação e não admite que nenhuma outra lei restrinja o seu alcance.
Não cabe ADIO em face destas normas. Ex.: igualdade entre homem e mulher
na constância da sociedade conjugal.

b) Normas de eficácia contida: Não precisam ser regulamentadas mas podem


ser restringidas. É autoaplicável assim como a norma de eficácia plena. Ela
está apta a produzir todos os seus efeitos. Entretanto, ela tolera que uma
norma infraconstitucional venha a restringir o seu alcance. Não cabe ADIO
em face destas normas. Ex.: 5º, XIII, CRFB – livre exercício da profissão. Só
que certas profissões exigem requisitos para o seu exercício. Como para
exercer a advocacia é necessário passar na OAB.

c) Normas de eficácia limitada: Precisa de regulamentação para produzir


efeitos. Não é autoaplicável. Cabe ADIO em face destas normas. Podem ser:

 Institutivas: Criam institutos, mas deixam sua regulação para o


legislador ordinário. O constituinte cria o instituto, mas a sua
regulação, sua forma de funcionamento, ficam a cargo do legislador
ordinário. Podem ser impositivas (a criação da norma
regulamentadora é obrigatória) ou facultativas (a criação da norma é
uma faculdade do poder público).

Greve do servidor publico: a CRFB instituiu no art. 37, inc. VII da


CRFB. Não há lei regulamentando.

Pode ser:
o Impositiva: Cabe ADIO.
o Facultativa: Não cabe ADIO.

 Programáticas: estabelecem uma meta a ser buscada pelo Estado.


Refletem a finalidade do Estado na busca do bem comum. Tem
conteúdo genérico e extremamente abstrato, necessitam de normas
para concretizá-las. Varella diz que não precisa se preocupar com esse
tipo de norma em ADIO porque existem leis regulando, a efetividade
não ocorre por um problema de gestão publica e a ADIO ataca a
ausência de lei apenas.

Art. 12-F e 12-G (cautelar na ADIO): O STF nunca concedeu cautelar em ADIO. Pode
haver suspensão na aplicação da lei quando a omissão for parcial. Cabe cautelar
para suspender a lei que regula parcialmente o dispositivo constitucional. O objeto
pode ser a suspensão da lei, suspensão dos processos ou qualquer outra medida que
o tribunal entender adequada.
ADIO e Mandado de Injunção

-> Art. 103, § 2º, CRFB

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