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Por este trabalho, o autor concluirá que as ações do Estado, entre os anos 70 e
80, sobre as cidades não pode ser considerado aquilo que se chama de planejamento
urbano, pois o mesmo consiste na organização do espaço urbano ao plano de uma
cidade, individualmente, limitando o objeto de estudo a uma abordagem histórica
descritiva das
Não são aceitos sem crítica – embora se parta deles – os conceitos de plano
diretor e planejamento urbano tal como são apresentados pelo discurso
convencional, ou seja, através de suas características ou prioridades (que
veremos logo adiante). Estas são entendidas como a aparência a partir da
qual se procura chegar aos planos e ao planejamento urbano como realidade
concreta. (VILLAÇA, p. 181. Grifo do autor)
Será possível dividir em três momentos: (1) até 1930, com os planos de
melhoramento e embelezamento; (2) de 1930 a 1990, com os planos que enfatizam a
base técnica científica, inerentes a solução dos problemas urbanos; e (3) de 1990 em
diante, que é marcado pelas reações do seu antecessor. Dá-se destaque ao segundo,
pois o desenvolvimento desenfreado da urbanização traz problemas, principalmente
no que diz respeito a habitação, saneamento básico e transporte, que são justificados
por diversas interpretações, sem haver solução efetiva por parte do Estado e das
classes dominantes, facilitando a dominação.
Urbanismo pode ter três sentidos: (1) conjunto de técnicas e/ou discursos
relacionados às ações reais do Estado sobre a cidade, que inserem-se no campo das
políticas públicas urbanas e retoricamente no campo da ideologia; (2) um estilo de
vida; e (3) conjunto de ciências que estudam o urbano. Estes dois últimos são mais
visíveis em livros, artigos e planos diretores, mas nem sempre correspondem com as
políticas públicas.
Seu declínio será manifestado em 1912-13 com Duprat, quando põe como
insustentável um plano que visa embelezamento e a necessidade de modelos
harmônicos, ou seja, funcionais e eficientes, sendo talvez a primeira menção de
planejamento a longo prazo
(...) usado não mais para justificar obras que eram executadas, mas para
tentar ocultá-las, pelo menos evitando seu maior anúncio antecipado, e para
tentar justificar a falta de propostas para a solução dos problemas que se
agravavam em nossas cidades. (VILLAÇA, p. 198-199)
Nessa concepção de planejamento a cidade não deve ser mais encarada apenas
pelos seus aspectos físicos, mas deve integrar as propriedades interdisciplinares, o
ponto de vista espacial e a região, a globalidade e a tecnicidade, alegando que o
fracasso e os problemas urbanos acumulados até então eram frutos de planos
baseados no determinismo físico de modelação da cidade. Contudo, isso não passa
de uma movimentação ideológica do discurso dominante de tentar lidar com os
problemas e mudar o nome e o tipo de plano, além de realizar a manutenção da
hegemonia dominante, que já não tinha tanta estabilidade e abertura para expor suas
propostas quanto no século XIX.
Conhecer a cidade
Os anos de 1990