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4º ANO / TURMA 2019 – HISTÓRIA DA IGREJA

BRASILEIRA
Ultramontanismo, do latim ultramontanus, que significa "além das montanhas",
especificamente, para além dos Alpes de quem está em França ou na Alemanha, refere-se à
doutrina política católica que busca em Roma a sua principal referência. Este movimento surgiu
precisamente do lado francês na primeira metade do século XIX. Reforça e defende o poder e
as prerrogativas do papa em matéria de disciplina e fé.

Destacaram-se como líderes deste pensamento Joseph de Maistre, Louis Veuillot, Lamennais,
Emmanuel d'Alzon, dentre outros. Este movimento católico pretendia contrariar o fenómeno
galicanista de que “na França, como em outras partes do mundo católico, a Igreja estava se
tornando inexoravelmente um departamento do Estado.” (Eamon Duffy) ou o Josefinismo na
Áustria e o Febronianismo na Alemanha, ou o Conciliarismo que subordinava a autoridade do
papado ao de um conselho de bispos. No entanto, foi na Alemanha que o movimento se tornou
político e, eventualmente, tocou fora do Kulturkampf, entre o papado e o governo alemão
liderado pela chanceler Otto von Bismarck.

No fim representou, na História da Igreja Católica, a maior de todas as reações contra


todas as transformações que o mundo ocidental vivenciava desde a Reforma e do
Renascimento, passando pelo Iluminismo, pela Revolução Francesa, para a consolidação dos
fundamentos do liberalismo e do laicismo do século XIX. Para um melhor entendimento da
reforma ultramontana no Brasil aborda-se primeiramente uma visão geral na situação europeia,
visto que essa forjou as condições necessárias para que os bispos reformadores brasileiros a
introduzissem no país, já que “somos como o rebanho, que não vai para onde deve ir, senão
para onde o levam: e assim entramos nas escolas mais com a semelhança que com o raciocínio.”

Operação de cunho francamente bélico-espiritual e hierarquicamente verticalizada,


onde o concurso do povo não se fez notar senão como elemento coadjuvante a quem cumpria
obedecer, o ultramontanismo representou, em essência, a reação de uma Igreja que não mais
encontrava em meados do século XIX uma saída para a torrente de acontecimentos políticos,
sociais e econômicos que questionavam sua hegemonia desde a Revolução Francesa.

A exposição detalhada do espírito ultramontano se faz portanto presente considerando-


se que a tentativa de analisar o comportamento dos padres da Congregação do Santíssimo
Redentor em Aparecida e sua convivência com a religiosidade popular dos habitantes desta
cidade passa, necessariamente, pelo entendimento desta auto compreensão da Igreja. Senão
vejamos:

Roma Locuta, Causa finita: a Reforma Ultramontana no Brasil


Seja em virtude das próprias características de sua colonização, seja em virtude dos
empecilhos provocados pelo Padroado, as determinações do Concílio Ecumênico de Trento não
foram impostas com vigor no Brasil. Somente três séculos após eclode aqui a reforma
ultramontana ou, como também é conhecido, o Movimento Brasileiro de Reforma Católica do
século XIX. Terá como alvo a conquista de alguns objetivos, tais como a “expulsão dos leigos” do
comando das irmandades e confrarias, visando com isso torná-las mais submissas à Igreja;
“purificação” das práticas religiosas dos fiéis tidas como supersticiosas; maior enquadramento
à disciplina por parte do clero e das ordens religiosas; maior, senão total, sujeição à Roma e ao
papa, mostrando com isso que “éramos ‘católicos romanos’ e não ‘católicos do Conselho de
Estado’.” Para isso era desejada uma maior independência da Igreja em relação ao governo, mas
não a ponto de uma separação, há que notar-se bem. Era necessário pois corrigir um catolicismo
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eivado de concepções iluministas, cujo primado da ciência subjugava a teologia e a filosofia. Era
preciso, enfim, reformar “o humanismo cético ensinado em Coimbra sob o patrocínio de
Pombal, o liberalismo dos filósofos que se infiltra mesmo nos conventos e nas fileiras
eclesiásticas, o racionalismo e o deísmo cultivado secretamente nos areópagos maçônicos.” O
Movimento Brasileiro de Reforma Católica do século XIX também foi, no plano interno, uma
resposta eficaz às tentativas de reforma da Igreja por parte de Feijó, tendo D. Romualdo Seixas,
arcebispo da Bahia (1827-1860) e D. Antônio Ferreira Viçoso, bispo de Mariana, como os
pioneiros na implantação do ultramontanismo no Brasil, secundados por D. Antônio Joaquim de
Melo em São Paulo. O objetivo era pois atingir uma reforma contrária da visão propugnada pelo
grupo paulista, procurando-se em paralelo à centralização papal de Pio IX uma centralização
episcopal na Igreja brasileira. Dava-se a esta uma conformidade menos nacional e mais
romanizada, aqui entendido como um fortalecimento de laços com o poder pontifício até então
dificultado pelo Padroado. Não obstante essas metas só serem plenamente atingidas com a
República, que decretou a liberdade religiosa e a extinção do Padroado, começaram a ser postas
em prática, ainda que moderadamente, algumas atitudes reformistas por parte dos bispos com
a conivência do poder público. Ainda que possa parecer paradoxal e até mesmo incongruente,
dadas as intrincadas relações dos dois poderes, o que levou entretanto D. Pedro II, segundo
Joaquim Nabuco um “católico limitado,” e destinado na visão de Villaça a “conciliar o deísmo de
fonte católica e as ideias evolucionistas, da ciência de seu tempo, eis a sua estranha síntese,” a
transigir com o poder espiritual em seus objetivos reformadores?

Augustin Wernet lançará luzes neste questionamento para justificar o crescimento do


ultramontanismo no Brasil ainda sob o manto do Altar unido ao Trono. Não obstante sua
manutenção pelo Império, a tentativa de moralização da sociedade por parte dos bispos
reformadores era mais útil ao governo de D. Pedro II que o catolicismo iluminista. A reflexão de
Wernet, portanto, estabelece um elo entre o pensamento religioso conservador da época com
as conveniências políticas também conservadoras, elo esse fundamental para o entendimento
do avanço ultramontano no Brasil: “O princípio monárquico e a centralização seriam mais
adequados do que as ideias republicanas e federalistas. O catolicismo ultramontano, portanto,
não apenas correspondeu à orientação da Igreja Católica, oficialmente apresentada no centro
da cristandade, mas também aos interessados na manutenção do status quo no país.”

No Brasil, as vinculações com Roma foram praticamente nulas no decorrer do período


colonial. Já no período imperial, “especialmente por influência do novo espírito trazido pelos
lazaristas,” parte a Igreja do Brasil para uma real aproximação da Santa Sé, simultaneamente
tentando afastar-se das malhas do Padroado imperial. A fidelidade ao papa desta nova plêiade
de bispos ultramontanos fará com que as ações pastorais da Igreja no Brasil sejam definidas
conjuntamente com Roma. Nada mais consequente, pois essa aproximação era uma das metas
desejadas por Pio IX.

Fonte de Pesquisa: 1) Ultramontanismo, BELIEVE Religious Information Source (em português)

2) Ultramontanismo, Ana Cristina P. Lage, HISTEDBR

3) O Ultramontanismo em Minas Gerais e em outras regiões do Brasil, por


Luciano Conrado Oliveira e Karla Denise Martins, Revista de C. Humanas, Viçosa, v. 11, n. 2, p.
259-269, jul./dez. 2011
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PROPOSTA DE ATIVIDADE EM GRUPO:

Após uma leitura atenta do texto:

1) Destaque quatro (4) principais ações do Movimento Ultramontano no Brasil, comentando


resumidamente cada uma delas.

2) Com as suas palavras discorra sobre a importância para o catolicismo romano do sucesso da
implantação deste movimento no Brasil.

FOLHA DE RESPOSTAS

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SEMINARISTAS COMPONENTES DO GRUPO:

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