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PP.70-85
CAPÍTULO VII
DOS EMBARGOS DE TERCEIRO (CPC/2015)
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que
possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu
desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o
disposto no art. 843;
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação
realizada em fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica,
de cujo incidente não fez parte;
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia,
caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não
transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5
(cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre
antes da assinatura da respectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz
mandará intimá-lo pessoalmente.
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados
em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no
juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da
qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas.
§ 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal.
§ 4o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu
adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção
ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido.
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se seguirá o
procedimento comum.
Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá alegar que:
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o
reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do direito
ao embargante.
Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa
móvel ou imóvel.
§ 2o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento.
§ 3o Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento
de obrigação de fazer ou de não fazer.
Art. 625. O inventariante removido entregará imediatamente ao substituto os bens do espólio e, caso deixe
de fazê-lo, será compelido mediante mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se
tratar de bem móvel ou imóvel, sem prejuízo da multa a ser fixada pelo juiz em montante não superior a
três por cento do valor dos bens inventariados.
Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial,
será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.
§ 1o Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação,
ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo.
§ 2o Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se
tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a
obrigação no prazo que lhe foi designado.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho,
e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou
restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre
a coisa.
“No desforço possessório, a expressão ‘contanto que o faça logo’ deve ser entendida
restritivamente, apenas como a reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação,
cabendo ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas demais hipóteses.” (ENUNCIADO
495/ V JORNADA DE DIREITO CIVIL)
“A título de exemplo e obviamente, uma defesa praticada após um ano e um dia não é
imediata, não cabendo a utilização dos institutos de proteção própria.”
“A própria jurisprudência admite a derrubada de uma cerca como ato de desforço
imediato tolerável.”
“Deve, assim, agir nos limites do exercício regular desse direito, servindo como
parâmetro o art. 187/CC, que consagra o abuso de direito como ato ilícito. Os parâmetros,
portanto, são aqueles previstos no dispositivo da codificação: fim social, fim econômico,
boa-fé objetiva e bons costumes.” (p.76)
“O possuidor que não vem cumprindo a função social da posse ou da propriedade pode
fazer uso das defesas de autotutela? A resposta parece ser negativa para esses casos.”
(p.76)
“Por fim, conforme a unanimidade da doutrina, a lei está a autorizar que o possuidor que
faz uso da autotutela utilize o apoio de empregados ou preopostos. Isso porque o
art.1210/CC faz menção à força própria, que inclui o auxílio de terceiros, com quem
mantém vínculos.” (p.77)
3. FORMAS DE AQUISIÇÃO, TRANSMISSÃO E PERDA DA POSSE
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome
próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
“A posse das coisas móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo constituto
possessório.” (Enunciado n.º 77 CJF/STJ)
“Em havendo a aquisição ou transmissão da posse pelo constituto possessório, não restam
dúvidas de que o novo possuidor poderá defender-se por meio das ações possessórias,
como entendeu o STJ.” (p.79)
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
“Desde que não haja exclusão do direito alheio, qualquer um dos possuidores poderá fazer
uso das ações possessórias, no caso de atentado praticado por terceiro.” (p.81)
“Em relação a terceiros, como se fossem um único sujeito, qualquer dos possuidores
poderá usar os remédios possessórios que se fizerem necessários, tal como acontece no
condomínio. Como ficou claro, há composse de bens entre cônjuges, de acordo com as
correspondentes regras de regime de bens; e também entre conviventes ou companheiros,
havendo união estável (art.1723/CC).”
CLASSIFICAÇÃO DA COMPOSSE:
Composse pro indiviso ou indivisível: é a situação em que os compossuidores têm
fração ideal da posse.
Composse pro diviso ou divisível: