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RESUMO
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 08
I CAPÍTULO
1 Desvendando as Medidas Socioeducativas 10
1.1 As Medidas em Meio Fechado 12
1.1.1 Internação 12
1.1.2 Semiliberdade 13
1.2 Medidas Socioeducativa Meio Abertro 14
1.2.1 Liberdade Assistida............................................................................................ 15
1.2.2 Prestação de serviço à Comunidade 19
1.3 A Especificidade da PSC 21
II CAPÍTULO
III CAPÍTULO
3. Constatações e Reflexões 32
CONCLUSÃO 36
REFERÊNCIAS........... 38
4
Introdução
I Capítulo
1. Desvendando as Medidas Socioeducativas
Ministério Aplicação
Delegacia Defensoria Juizado
Público da medida
A prática infracional é, portanto, (ou deveria ser) a exclusiva razão pela qual uma
medida pode ser imposta. A dimensão sancionatória prevista no ECA considera o adolescente
como responsável por suas ações e não mais somente como “vítima”, seja das causas sociais
ou familiares. Assim a medida de internação somente pode ser aplicada conforme prevê o
artigo 122 do ECA: “Adolescentes são aqueles com idade entre os 12 anos e 18 anos
incompletos. Nessa faixa etária o adolescente que cometer um ato infracional será submetidos
a responder pela prática através das medidas dispostas no artigo 112 do ECA. Esclarecemos
que além da medida socioeducativa, os adolescentes também podem receber as citadas
medidas de proteção prevista no artigo 101, cumulativamente.”
1.1.1 Internação
1.1.2 Semiliberdade
estancamento dos dispositivos postos pela metodologia, limitando assim sua atuação
profissional.
familiar. Durante a ligação o técnico já faz uma sensibilização e um convite para que a família
compareça no próximo dia de visita na unidade. É necessário o rompimento com o modelo
padronizado de identificar e de conceituar família, sendo relevante a apreensão das várias
formas de constituições familiares, principalmente as referências familiares mais significantes
para os adolescentes.
Na primeira visita que a família faz ao adolescente na unidade é realizado, pelo
técnico de referência do Serviço Social, um cadastro com os nomes dos familiares que
poderão visitar o adolescente durante o cumprimento da medida socioeducativa. Este cadastro
pode ser alterado ao longo da medida socioeducativa, considerando o interesse do adolescente
ou da família e mediante uma avaliação da equipe técnica.
Durante este atendimento também é informado para a família o propósito da medida
socioeducativa, a rotina e as regras da unidade, a importância do acompanhamento familiar
durante o cumprimento da medida, da participação da família no acompanhamento do Plano
Individual de Atendimento – PIA (Plano Individual de Atendimento (PIA), o PIA se apresenta
como uma importante ferramenta de planejamento, construção e acompanhamento individual
do cumprimento da medida socioeducativa previsto na Lei de Execução nº 12.594 e no
documento guia do SINASE).
Trata-se de um instrumento metodológico que organiza o trabalho institucional, a
partir das considerações técnicas que destacam os aspectos fundamentais que a instituição
deve priorizar na condução do atendimento com cada adolescente. O propósito do PIA é
possibilitar, então, que o acompanhamento da medida socioeducativa aconteça a partir do que
cada adolescente apresenta-nos diversos espaços institucionais, nas atividades externas, no
discurso que traz sobre si mesmo, sobre sua relação com o outro nos espaços de convívio
social) e nos eventos, reuniões familiares e encaminhamentos promovidos pela unidade para a
rede externa. A visita familiar na unidade acontece semanalmente, em dias e horários
previamente definidos pelo centro socioeducativo.
Os adolescentes também têm o direito de fazer ligação telefônica semanalmente para
as famílias, acompanhadas por um profissional da unidade Quanto ao atendimento familiar,
acreditamos ser fundamental que o Assistente Social localize em que momento a família
“permitiu” a atuação infracional do adolescente, ou seja, qual era o momento vivido pela
família, as contingências individuais e familiares entre outros, que permitiram tal ato
inflacionário. A partir do momento em que for localizada a questão deverá ser dado um
tratamento para a superação de tal vulnerabilidade. Outra questão que deve orientar o
13
Os adolescentes participam deste encontro junto com a família pensando juntas ações e
estratégias para superação das fragilidades. Esse encontro é finalizado com um almoço para
todos os adolescentes e familiares, organizado pela equipe socioeducativa.
Os eventos que envolvem a família dos adolescentes geralmente acontecem no
mesmo dia de visita, para evitar deslocamento da família para a unidade mais de uma vez na
semana e possibilitar uma maior participação do grupo familiar. O convite e a sensibilização
para participação nos eventos são feitos com prévia antecedência. É feita uma sensibilização
com a família, orientando e informando importância e necessidade de sua participação que
abrange, inclusive, o conhecimento e o fortalecimento das relações e trocas de experiências
entre as famílias.
No que se refere à articulação de rede para o adolescente e a família é importante
registrar que o Assistente Social, através dos atendimentos realizados com o adolescente e sua
família, é responsável também por identificar o local de moradia, realizar mapeamento dos
equipamentos existentes na comunidade no decorrer da medida do adolescente, como por
exemplo: Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro de Saúde, escolas, ONG’s, programas e
projetos em que a família participa e/ou participaram ou futuramente possa participa, dentre
outros. Outro aspecto relevante das atribuições do Assistente Social no trabalho junto à rede é
tentar identificar os conflitos existentes entre os territórios que possam dificultar a circulação
e/ou convivências para o adolescente e sua família, possíveis ameaças contra a vida do
adolescente em função do envolvimento com a criminalidade, que demandam de acionamento
dos programas específicos de proteção. Isto é, aproximar-se da territorialidade do sujeito para
reconhecer as possibilidades reais de intervenção.
Organizar o apoio estratégico para promover parcerias nos municípios: articular com
o Poder Público local, Ministério Público, Poder Judiciário, Conselhos Municipais de
Direitos da Criança e do Adolescente para a implantação do programa;
Capacitar os Orientadores Sociais, garantindo condições necessárias para formar uma
equipe que tenha a mesma filosofia;
Dar suporte técnico às equipes locais, promovendo acompanhamento e avaliações
periódicas;
Apoiar com a destinação de recursos materiais, conforme a necessidade local e
prevista no Plano de Ação da Superintendência.
Compete ao Poder Público Municipal:
Formar a equipe do Programa de Prestação de Serviços à Comunidade, que pode será
mesma da liberdade assistida, levando em consideração os recursos humanos
existentes no município, respeitando o perfil do orientador e os papéis a serem
desempenhados;
Viabilizar espaço físico para sediar o programa, fazendo um levantamento dentre os
já existentes;
Disponibilizar equipamentos que já existam nos órgãos, tais como: mesas, cadeiras,
armário, máquina de datilografia, linha telefônica e outros;
Adquirir, gradualmente, materiais didáticos, pedagógicos e recursos audiovisuais,
iniciando o programa com os disponíveis;
Estabelecer parcerias com órgãos governamentais e não governamentais para a
execução do programa;
Proporcionar condições para a capacitação da equipe de trabalho.
II Capítulo
Importante salientar que, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente: ECA - Lei
nº 8.069 de 13 de Julho de 1990.
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período
não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,
hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem
como em programas comunitários ou governamentais.
● Disponibilizar equipamentos que já existam nos órgãos, tais como: mesas, cadeiras,
armário, máquina de datilografia, linha telefônica e outros;
● Adquirir, gradualmente, materiais didáticos, pedagógicos e recursos audiovisuais, iniciando
o programa com os disponíveis;
● Estabelecer parcerias com órgãos governamentais e não governamentais para a execução do
programa;
● Proporcionar condições para a capacitação da equipe de trabalho.
2.5 Operacionalização
25
a devida contraprestação. Em definitivo, trata-se de trabalhos que não poderiam ser prestados
de forma remunerada em razão da escassez de recursos econômicos das entidades referidas.
Nota-se que o próprio nome dado a tal pena já demonstra a preocupação em que os
serviços prestados revertam em benefícios à coletividade, sendo assim, não seria certo
permitir que o trabalho dos sentenciados favoreça o interessa particular, qual seja, o lucro.
A lei deixa claro quais instituições poderão ser beneficiadas com o trabalho exercido
em serviços à comunidade, sendo estas, entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e
“estabelecimentos congêneres”, segundo a lei. Desta forma, toda instituição caritativa estará
apta a se credenciar, recebendo sentenciados para então prestar serviços.
2.7 A Pesquisa
8. Sendo uma medida determinada pelo juizado da Infância e Juventude, você acredita que
é possível trabalhar pedagogicamente, surtindo efeito positivo, se o adolescente é
obrigado a prestar serviços comunitários?
9. Como um profissional que atua na Área da criança e do adolescente, que sugestões você
gostaria de deixar como contribuição para que os programas alcancem maior efetividade
nas aches com o adolescente?
10. Em sua opinião o que é trabalhar pedagogicamente nas ações cotidianas com adolescente
autor de ato infracional?
III Capítulo
3. Constatações e Reflexões
2. Sabemos que em muitos municípios, os adolescentes que estão cumprindo PSC, são
submetidos a trabalhos forçados, não respeitando assim sua condição de pessoa em
desenvolvimento. Em sua opinião o que acontece?
30
Resposta: a falta de conscientização entre a rede precisa, entre a rede e a sociedade e faça
com que o adolescente ressocialize, existe certo preconceito, que ele sofre e que deve ser tida
em consideração a conscientização da instituição da rede.
Resposta: Não
10. Em sua opinião o que é trabalhar pedagogicamente nas ações cotidianas com
adolescente autor de ato infracional?
Resposta: Trabalhar em equipe, equipe multidisciplinar, ter uma rede parceira, ter uma rede
parceira de fato com conhecimento na medida.
32
Conclusão
Podemos notar que o (a) Assistente Social deve ter a compreensão das dimensões
técnicas, administrativas e políticas que norteiam a execução da medida. E que o trabalho
desenvolvido junto aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação
envolva a história de vida, a família, a comunidade, os desejos e os valores do adolescente
(Losacco, 2004). Bem como a articulação com as instituições que compõe o Sistema de
Garantia de Direitos para que o trabalho seja realizado em sua totalidade, evitando, assim, a
“divisão do mundo” e a “repartição da vida”, ou seja, que o adolescente não sinta fora de seu
próprio movimento vital e real.
Por outro lado, constatou-se a total falta de estrutura de órgãos de fundamental
importância para a efetivação da democracia participativa e para o envolvimento da
comunidade e da sociedade civil com as políticas públicas para adolescentes autores de atos
infracionais, tais como os Conselhos de Direitos. Como bem afirma o ECA, a convivência
familiar e comunitária é de suma importância para a reintegração social e para o saudável
desenvolvimento de adolescentes autores de atos infracionais. Para tanto, os órgãos que
possam envolver a comunidade e a sociedade civil neste processo devem ser fortalecidos, e
não esvaziados como temos observado.
O apontamento que temos a partir dessas análises é de que a União inaugura
processos deliberativos que são replicados pelos demais entes federativos, tendo inegável
influência no processo de produção normativa dos mesmos. Mas contata-se também que há
inúmeras dificuldades para estados e municípios acompanharem esses movimentos – entre as
quais merece destaque a falta de estrutura de órgãos como os Conselhos de Direitos – e
algumas secretarias municipais, que deveriam ser enfrentadas pela própria União, que se
beneficiaria com isso, pois teria a sua produção normativa replicada em territórios estaduais e
municipais, fortalecendo a política nacional.
Tudo que foi exposto parte-se de uma análise criteriosa apontando que a todo e
qualquer processo deliberativo aberto pela União, são replicados pelos demais entes
federativos, tendo inegável influência no processo de produção normativa dos mesmos.
Vimos ainda à grande dificuldade dos estados e municípios em realizar tais processos, uma
vez que há uma grande falta de estrutura de órgãos. Conselhos de Direitos que são de extrema
importância para resolver e solucionar os casos são escassos. Hoje as secretarias municipais
são morosas, no que diz respeitos aos processos que as próprias beneficiariam e ainda as
fortaleceria uma política nacional.
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Por fim, o trabalho exposto traz a compreensão das Medidas Socioeducativas e ainda
os principais tópicos que podem ser estudados para que se consiga realizar um trabalho de
forma clara, eficiente e eficaz, no que se diz respeito ao Programa de Serviço a Comunidade –
PSC. Eis um grande desafio!
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Referências Bibliográficas
BOSCHI. Antonio Paganella. Das penas e Seus Critérios de Aplicação. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2000 p 400
JESUS, Damásio E. de. Penas Alternativas. São Paulo: ABDR, 2000, p 160
MESSUTI, Ana. O Tempo como Pena. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003 p 43
35
MINAYO, Maria Célia de S.. Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São
Paulo:Humanismo,1994.
NETTO, José Paulo. Transformações socioetárias e Serviço Social: notas para uma análise
prospectiva da profissão no Brasil. In: Serviço Social e Sociedade, nº 50, Ano XVII, abril
1996.
VOLPI, Mário (Org.). O adolescente e o ato infracional. São Paulo: [s.n.], 1997.
Medidas Socioeducativa;
Volpi, Mário (Organizador) - O Adolescente e o Ato Infracional, Cortez Editora, São Paulo,
1997.