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gazetadopovo.com.br/republica/como-sera-a-nova-versao-do-mais-medicos-de-bolsonaro/
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Avaliado como alternativa ao Mais Médicos, a criação de um novo programa para levar
profissionais ao interior do país deverá ter valores diferentes de remuneração em cidades
mais distantes dos grandes centros.
A informação foi dada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo pelo ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, que trabalha agora na construção do novo modelo. A ideia é
apresentar a proposta à Câmara dos Deputados ainda neste semestre.
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"Nesse modelo, teríamos cidades classificadas que vão ter um valor maior de remuneração
do que eventualmente uma cidade interiorana, que não é de área remota, o que o
programa atual não diferencia", diz.
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Segundo ele, o ministério analisa a possibilidade do novo programa envolver entre 13 mil e
14 mil vagas, número similar ao total de postos ocupados hoje no Mais Médicos. Por outro
lado, a quantidade é entre 23% e 29% menor do que o total de vagas autorizadas no
passado -18.240.
Reportagem da Folha de S.Paulo mostra que o Ministério da Saúde decidiu não renovar
mais as vagas de contratos encerrados no Mais Médicos de profissionais que atuavam em
cidades de perfis 1 a 3, padrão tido como de menor vulnerabilidade em relação às demais
cidades.
Com isso, o programa já vive um enxugamento de parte das vagas, o que tem gerado
críticas de secretários de saúde e relatos de desassistência em alguns locais.
Mandetta, porém, alega que essas cidades teriam condições de custear os médicos.
Segundo ele, o foco das vagas do programa que substituirá o Mais Médicos devem ser as
cidades do "Brasil profundo" e outras onde houver dificuldade de provimento de
profissionais.
Já cidades maiores, como capitais, tendem a sair de cena -com algumas exceções. "Porto
Velho, por exemplo, é uma cidade enorme e que tem distrito em área critica. Vamos
conseguir identificar essas áreas", diz ele, que fala em corrigir "distorções" no Mais Médicos.
"Vamos colocar indicadores de necessidade nesses locais. Nas outras [que faziam parte do
Mais Médicos e não forem contempladas], vamos dando condições para que se
autorregulem", afirma o ministro, segundo quem algumas cidades devem ter aumento de
vagas.
O mérito do profissional deve ser outro pilar, afirma. "Vamos usar o período probatório do
concurso público de maneira muito intensa, para que a pessoa manifeste o desejo de ser
efetivado e o governo reconheça que tem mérito."
Ainda de acordo com Mandetta, até que as discussões sobre a mudança de modelo sejam
finalizadas, novos editais de renovação no Mais Médicos ainda podem ser realizados -mas
ainda apenas nas cidades de perfis 4 a 8. Ele afirma que o governo estuda uma transição
"gradual" entre os modelos.
"Vamos conviver por um tempo com esse chamamento até que as pessoas sejam
gradativamente selecionadas por concurso", afirma.
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"Também vamos cumprir os contratos que já fizemos no Mais Médicos. E os prefeitos vão se
preparando para gradativamente saberem que tem compromissos de financiar esses
médicos", completa, em referência às cidades que poderão sair do processo.
A gestão do novo programa também terá mudanças. Hoje, o Mais Médicos fica sob
coordenação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Já o novo
programa deverá ficar a cargo da nova Secretaria de Atenção Primária, criada na última
semana.
Erno Harzheim, secretário-executivo substituto do ministério que deve ser titular da nova
área, diz que a iniciativa usará um modelo de classificação dos municípios "de acordo com
sua distância e afastamento dos núcleos [urbanos]". "Por algum tempo, teremos uma
coexistência de programas."
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