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5.

1 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DESCONCENTRAÇÃO E


DESCENETRALIZAÇÃO

A organização administrativa do Estado envolve o estudo da Administração Publica, sua


desconcentração e descentralização. Trata-se de assunto relevante para a compreensão da
estrutura burocrática e a reflexão de seu tamanho, regime jurídico, conformação normativa e
mecanismos de planejamento, articulação e controle.

A estruturação racional da Administração Publica brasileira passou pelas seguintes


etapas de destaque: a reforma que resultou na edição do Decreto Lei 6.016/43; que deu ensejo
a edição do Decreto Lei 200/67, ainda aplicável a alguns aspectos da Administração, que mais
bem disciplinou aspectos da Administração, que mais bem disciplinou a Administração Indireta;
houve também a iniciativa do Ministério do Planejamento em constituir comissão juristas da
área para elaborar um Anteprojeto da Lei Organica da Administração Publica Federal, na época
engavetado.

O anteprojeto não logrou êxito, mas procurou resolver alguns problemas identificados
na aplicação do Decreto Lei 200/67, estabelecendo normais gerais sobre a Administração
Pública Direta e Indireta, as entidades paraestatais e as de colaboração. Ressalte-se também a
criação da Lei das Estatais, Lei 13.303/2016, que disciplinou o regime jurídico próprio das
estatais.

Segundo a clássica definição de Hely Lopes Meirelles, desconcentração é a repartição


de funções entre vários órgãos (despersonalizados) de uma mesma Administração, sem quebra
de Hierarquia.

Na desconcentração, não há a criação de outras pessoas jurídicas, mas a atribuição de


determinadas competências a serem distribuídas dentro de uma única pessoa jurídica – ou seja,
com ela se objetiva descongestionar, desconcentrar, ou seja, tirar do centro um volume grande
de atribuições, para permitir um desempenho mais adequado e racional.

São critérios utilizados para a desconcentração, de acordo com a exposição de Celso


Antonio Bandeira de Mello:

 Em razão da matéria em que há a criação de órgãos para tratar de assuntos


determinados, como ocorre, no âmbito federal, nos Ministérios da Justiça, Saúde, da
Educação, Etc...
 Em razão do grau em que a divisão é feita em função do nível de responsabilidade
decisória nos distintos escalões correspondentes aos diversos patamares de autoridade,
havendo o diretor de departamento, o diretor de divisão, os chefes de seção, os
encarregados de setor e etc.
 Pelo critério territorial cuja base é a divisão de atividades pela localização da repartição,
como é o caso das administrações regionais de Prefeitura, da Delegacia Regional da
Saúde etc.

As repartições publicas especializadas ou espalhadas por critério territorial são órgãos que
compõem a hierarquia da Administração Direta, e como tais, não tem personalidade jurídica
própria. São centros especializados de competência que, via de regra, não podem figurar no
polo passivo de ações. Assim os atos que que praticam são imputados ao ente estatal ao
qual pertencem, e este deve figurar nas ações em geral.

Descentralização, por outro lado, é conceito que envolve a distribuição de competências de


uma para a outra pessoa, física ou jurídica, caso em que não se mantem entre elas relação
de hierarquia. Nela pressupõe-se a existência de pelo menos duas pessoas, entre as quais
as atribuições são divididas.

Há duas categorias básicas de descentralizações:

1. As Políticas, estudadas em mais profundidade no Direito constitucional, pois abrangem


Entes Federativos (no caso do Brasil: União, estados, DF, e municípios) com
personalidade jurídica de Direito publico interno e competências próprias para realizar
com autonomia atribuições que decorrem diretamente da Constituição.

2. As Administrativas, em que um ente central empresta atribuições a órgãos periféricos


ou locais dotados de personalidade jurídica. Estas ultimas atribuições não decorrem
diretamente da Constituição, mas do poder central, que as defere por outorga (lei) ou
por delegação (contrato)

As descentralizações administrativas, estudadas no Direito Administrativo, classificam-se em:

 Descentralização territorial ou geográfica


 Descentralização por serviços, funcional ou técnica
 Descentralização por colaboração

A descentralização territorial ou geográfica é própria dos países que adotam


forma unitária de Estado, como França, Portugal, Belgica, os quais se dividem em
departamentos, regiões, províncias, comunas, etc. Nela, há a existência de uma
entidade local, geograficamente delimitada, com personalidade própria de Direito
publico e capacidade genérica. O ente descentralizado tem autoadministração, o que
lhe permite exercer a maior parte dos encargos públicos de interesse da coletividade,
mas se sujeita ao controle e ingerência de poder central.

No Brasil, são descentralizações geográficas os territórios federais. A CF 1988


extinguiu os territórios federais existentes: Roraima, Amapá e Fernando de Noronha.
Conforme regras contidas nos Art 14 e 15 do ADCT, enquanto Roraima e Amapá foram
transformados em Estados Federados, Fernando de Noronha teve sua área
reincorporada ao estado de Pernambuco.
Apesar de inexistirem territórios federais, nada obsta que sejam criados
novamente desde que haja disciplina estabelecida em lei complementar, aprovação da
população diretamente interessada, através de plebiscito e do Congresso Nacional, por
lei complementar (art. 18 da CF).
Ao contrário da disciplina constitucional anterior, a CF de 88 não considera o
território federal um Ente Federativo, apenas uma descentralização territorial que
integra a União.
Na descentralização por serviços segundo expõe Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o Poder
Publico cria ou autoriza a criação por meio de lei de pessoa jurídica de Direito publico
ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço publico.
Compreendem os entes da Administração Indireta, isto é, Autarquias, fundações
publicas, sociedades de economia mista e empresas publicas. Di Pietro constata que a
Lei 11.107/05 criou também uma nova espécie de descentralização por serviços: o
consorcio publico, que pode ser constituído como associação publica ou pessoa jurídica
de Direito Privado para a gestão associada de serviços públicos conforme determina o
art. 241 da Constituição.
Este tipo de descentralização envolve: reconhecimento da personalidade
jurídica do ente descentralizado, existência de órgãos próprios, com certa capacidade
de autoadministração, patrimônio próprio, capacidade especifica em relação ao serviço
publico que lhe foi transferido, o que o impede de se desviar dos fins que determinaram
sua criação, e sujeição a controle ou tutela exercido pelo ente instituidor, nos limites da
lei.
Descentralização por colaboração compreende a transferência da execução de
determinado serviço por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, a pessoa
jurídica de Direito privado previamente existente. Nesse tipo de descentralização, o
Poder Público conserva a titularidade do serviço. São exemplos de descentralização por
colaboração a concessão e a permissão de serviços públicos, feitas sempre através de
licitação, conforme impõe o art. 175 da CF.

5.2 ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA

Compreende as pessoas jurídicas políticas, isto é, a União, Estados, DF e


municípios e órgãos que integram tais pessoas por desconcentração, sem personalidade
jurídica própria, aos quais a lei confere o exercício de funções administrativas.
Segundo a explicação da comissão de especialistas que sugeriu uma reforma da
organização administrativa brasileira, a Administração Direta é organizada com base na
hierarquia e na desconcentração, e composta por órgãos, sem personalidade jurídica.
A criação e a extinção de órgãos da Administração Direta dependem de lei de
iniciativa de Chefe do Executivo. Já a organização e o funcionamento da Administração
Direta serão regulados por decreto, que, nos termos e limites da Constituição, e
respeitadas as áreas de competência previstas em lei, poderá.
 Estabelecer a estrutura interna dos órgãos do Poder Executivo, observada a estrutura
básica prevista em lei;
 Desmembrar, concentrar ou deslocar ou realocar atribuições de órgãos
 Fazer remanejamento e alterar a denominação de órgãos e
 Redistribuir cargos, empregos e funções entre órgãos.

A administração Direta por meio de seus Ministérios, exerce supervisão da


Administração Indireta, que, conforme possui sua personalidade jurídica e estrutura
hierárquica própria.
5.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

Administração Pública Indireta envolve o conjunto de pessoas jurídicas, de Direito


publico ou privado, criadas por lei, para desempenhar atividades assumidas pelo Estado, seja
como serviço publico, seja a titulo de intervenção no domínio econômico.

Envolve, o fenômeno da descentralização por serviços das atividades estatais, pois a pessoa
politica faz nascer, por lei, outro ente com personalidade jurídica própria.

A administração Publica Indireta compreende:

 Autarquias (exemplo: DL 200-67 – INSS, DNIT)


Autarquia na administração pública (ou em direito administrativo) é uma entidade
autônoma, auxiliar e descentralizada da administração pública, porém fiscalizada e
tutelada pelo Estado, com patrimônio formado com recursos próprios, cuja finalidade é
executar serviços que interessam a coletividade ou de natureza estatal.

 Fundações publicas (FUNAI, IBGE)


As fundações são pessoas jurídicas de direito privado (ainda quando sejam
estabelecidas pelo governo). As fundações públicas, assim como as privadas, visam
objetivos não-econômicos. Elas não visam lucro. São constituídas visando algo diferente
do mero retorno financeiro direto, como a educação, a saúde, o amparo ao trabalhador
etc.

 Sociedades de economia mista (Petrobras, Banco do Brasil)


Uma sociedade de economia mista é uma empresa que resulta da união entre o Estado
e entes privados. Normalmente, mas não obrigatoriamente, o capital da companhia é
aberto, com ações negociadas em bolsa, e repartido entre acionistas individuais e/ou
pessoas jurídicas. É importante destacar que, nas empresas de economia mista, pela lei
brasileira, o Estado sempre tem a maior parte das ações. Essas empresas são
configuradas como sociedades anônimas e seus funcionários são regidos normalmente
pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

 Empresas publicas e (BNDES)


A entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio
e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica
que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

 Consórcios públicos (Consórcio público é uma pessoa jurídica criada por lei com a
finalidade de executar a gestão associada de serviços públicos, onde os entes
consorciados, que podem ser a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no
todo em parte, destinarão pessoal e bens essenciais à execução dos serviços
transferidos. Um exemplo de Consórcio Público foi a criação da Autoridade Pública
Olímpica (APO) que teve por objetivo coordenar a participação da União, do Estado do
Rio de Janeiro e do Município do Rio de Janeiro na preparação e realização dos Jogos de
2016.
São características da AUTARQUIA
 Criação por lei
 Personalidade e natureza jurídica publicas
 Capacidade de autoadministração
 Especialização dos fins ou das atividades e
 Sujeição ao controle de tutela

Quanto aos objetivos da AUTARQUIA


 Assistenciais ou de fomento
 Previdenciárias
 Culturais ou de ensino
 Profissionais ou corporativas
 Ambientais
 De controle
 Administrativas

A FUNDAÇÃO somente poderá constituir-se para fins de:


 Assistência social, cultura defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico
 Educação, saúde, segurança alimentar e nutricional
 Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável
 Pesquisa cientifica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de
sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos
 Promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos
 Atividades religiosas

A lei das S/A não define a SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, mas menciona em seus
artigos – 236 a 240.
 Necessidade de previa autorização legislativa para criação e extinção
 Participação majoritária do Poder Publico no capital
 Obrigatoriedade de existência de Conselho de Administração, sendo assegurado a
minoria das ações o direito de eleger ao menos um conselheiro – se maior numero não
couber – e de Conselho Fiscal, com o mesmo direito, e
 Obediência ao principio da especialidade, pelo qual as atividades são desenvolvidas em
função do objetivo que orienta sua criação

SÃO BASICAMENTE DOIS ASPECTOS QUE DIFERENCIAM A EMPRESA PUBLICA DA


SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA;
1. O capital; que na empresa publica é integralmente publico e na sociedade de
economia mista é misto, isto é, integralizado por dinheiro que vem da iniciativa
privada e do Poder Publico, e
2. A forma societária: enquanto a empresa publica pode adotar qualquer configuração
societária admitida direito, a sociedade de economia mista só pode adotar a forma
de sociedade anônima, submetendo-se a Lei 6.404/76
EMPRESA PÚBLICA:

Entidade dotada de personalidade jurídica de Direito privado, com criação autorizada


por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela Uniao, pelos
Estados e pelo DF ou Municipios.

Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do DF


ou do Municipio, será admitida, no capital da empresa publica, a participação de outras pessoas
jurídicas de Direito publico interno, bem como de entidades da Administração Indireta da União,
dos Estados, do DF e dos municípios.

 O capital da empresa publica é INTEGRALMENTE público


 A empresa pública pode revestir-se de QUALQUER DAS FORMAS admitidas pelo Direito,
o que inclui, por exemplo, sociedade civis, sociedades comerciais, sociedade limitadas,
anônimas e até sociedade unipessoal.

5.4 CONSÓRCIOS

I - consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação,


na forma da Lei no 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa,
inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação
pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como
pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;

NÃO PODE HAVER A CRIAÇAO DE CONSORCIO PUBLICO ENTRE ESTADO E MUNICIPIO DE


OUTRO ESTADO, NO ENTANTO, É POSSIVEL POR EXEMPLO, A CONSTITUIÇÃO DE
CONSORCIO ENTRE:

1. Diversos municípios
2. Estados e municípios com territórios nele contidos
3. Diversos estados
4. Estado e DF
5. DF e municípios
6. Uniao e Estados em cujos territórios estejam situados os municípios

OBJETIVOS:

 gestão associada de serviços públicos: exercício das atividades de planejamento,


regulação ou fiscalização de serviços públicos por meio de consórcio público ou de
convênio de cooperação entre entes federados, acompanhadas ou não da prestação de
serviços públicos ou da transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e
bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos;
 a prestação de serviços, inclusive de assistência técnica, a execução de obras e o
fornecimento de bens à administração direta ou indireta dos entes consorciados;
 o compartilhamento ou o uso em comum de instrumentos e equipamentos, inclusive de
gestão, de manutenção, de informática, de pessoal técnico e de procedimentos de
licitação e de admissão de pessoal;
 produção de informações ou de estudos técnicos
 a instituição e o funcionamento de escolas de governo ou de estabelecimentos
congêneres
 promoção do uso racional dos recursos naturais e proteção do meio ambiente
 exercício de funções no sistema de gerenciamento de recursos hídricos que lhe tenham
sido delegadas ou autorizadas
 apoio e fomento ao intercambio de experiências e informações entre os entes
consorciados
 gestão e proteção ao patrimônio urbano, paisagístico e turístico comum
 planejamento, gestão e administração dos serviços e recursos da previdência social dos
servidores
 fornecimento de assistência técnica, extensão, treinamento, pesquisa e
desenvolvimento urbano, rural e agrário
 ações e politicas de desenvolvimento urbano, socieoeconomico local e regional e
 exercício de competências pertencentes aos Entes da Federação nos termos de
autorização ou delegação.

6.0 REFORMAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

REFORMA DA DÉCADA DE 1930, 1967 e 1995

6.3 REFORMA DA DÉCADA DE 1930

É um movimento da ERA VARGAS, que se estendeu até o final dos anos 40. Teve como objetivo
o fortalecimento das estruturas do governo e da função publica, envolvendo profissionalização,
capacitação, ingresso no serviço publico por mérito, perspectivas de carreira e remuneração do
funcionário.

6.3.1 – Ações da REFORMA

 Criação de dois novos ministérios (Educação e Saude Publica e Trabalho, Industria e


Comércio)
 Criação de órgãos da Administração Publica (como a escola de aperfeiçoamento dos
Correios e Telégrafos, o Instituo Nacional de Estatistica e institutos de previdência
social)
 Redistribuição de atribuições e redefinição de responsabilidades
 Criação da OAB
 Regulamentação de profissões
 Descentralização administrativa na forma de autarquias, sociedades de economia mista
e empresas publicas
 Definição de padrões para as compras governamentais
 Em 1934, foi implementada a Reforma Oswaldo Aranha, que focalizou o Ministerio da
Fazenda
 Em 1939, o governo federal estabeleceu a obrigatoriedade de as industrias com mais de
quinhentos operários instalarem cursos de aperfeiçoamento profissional para seus
trabalhadores. Por sugestão dos empresários, para implementar essa formação, em
1942 foi criado o SENAI e em 46 o SENAC

6.3.2 Administração de Pessoal e criação do DASP

A reforma da administração de pessoal foi a contribuição mais significativa


da época, estabelecendo, entre outras medidas:
 Igualdade de oportunidade para ingresso no Serviço Publico
(sistema de mérito)
 Ênfase nos aspectos éticos e jurídicos das questões de pessoal
(coibição de privilégios e impessoalidade)
 Planos gerais e uniformes de classificação de cargos e fixação de
salários (padronização classificatória e salarial)

A mais importante iniciativa para modernizar o serviço publico foi a criação do citado Dasp,
previsto na CF de 37 e criado pelo Decreto de 579. O DASP foi extinto em 86 e substituido pela
Secretaria de Administração Pública – SEDAP, esvaziada e também extinta.

6.4 Reforma de 1967

Dá inicio a 21 anos de regime militar (iniciado em 64)

A reforma de 67 foi basicamente um esforço de governo, num momento de regime


autoritário. Esse esforço foi movido pela intenção de imprimir dinamismo e eficiência a maquina
da Administração Pub, orientando-a para as necessidades de coletividade e para a missão básica
de desenvolver o país.

Entre suas inúmeras contribuições estão a definição da estrutura da Administração


Publica, o aprimoramento da gestão dos recursos humanos (classificação de cargos, capacitação,
admissão por concurso) e das compras governamentais e alguns poucos aspectos de explicitação
do processo administrativo para fazer funcionar a mesma estrutura.

6.6 A Reforma de 1995

A reforma de 95 inspirou-se nos princípios da REIVENÇÃO DO GOVERNO e da NOVA


GESTÃO PÚBLICA, segundo seu principal protagonista, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Ministro da
Adm Federal e Reforma do Estado de 95 a 98.

A NOVA GESTÃO PÚBLICA motivou muitos estudos sobre suas bases conceituais e suas
características. Uma das propostas de analisar essas características faz uma síntese com sete
pontos principais:

1. Envolvimento ativo dos funcionários públicos em posições gerenciais;


autonomia para gerenciar
2. Padrões e métricas explicitas de desempenho
3. Maior ênfase nos controles de resultados, em lugar dos controles de
procedimentos.
4. Desdobramentos das unidades do setor publico, substituição da forma U
(funcional) pela divisionalização em torno de produtos.
5. Mudança para maior competição no setor publico, adoção de licitações
publicas e contratos por tempo determinado.
6. Adoção de estilos de gerenciamento próprios do setor privado; substituição e
administração de recompensas
7. Adoção de maior disciplina e parcimônia no suo de recursos; corte de custos,
resistência as demandas dos sindicatos

Cada um dos 10 capitulos do livro indica um principio para reinventar o governo:

1. Governo catalisador (ou acelerador)


2. Poder da comunidade sobre o governo
3. Governo competitivo
4. Governo orientado por missões
5. Governo orientado por resultados
6. Governo orientado pelo consumidor
7. Governo empreendedor
8. Governo antecipatório
9. Governo descentralizado
10. Governo orientado para o mercado

Houve fases diferentes pelas quais o governo atravessou, sintetizadas em:


O gerencialismo puro, consumerismo e orientação para o serviço publico.

7.0 ORGANIZAÇÃO POLITICO ADMINISTRATIVA

Segundo Dalmo de Abreu Dallari, são características do federalismo:

 A constituição como base jurídica


 O surgimento de um novo Estado, quando um Estado resolve integrar a Federação
 A proibição de secessão, pois, uma vez que os entes a Federação, não é possível sair da
Federação
 A soberania do t odo e a autonomia dos Entes Federativos, fixada pela Constituição
 Renda própria para cada esfera de competência
 Desconcentração do poder politico
 Nascimento de uma nova cidadania, pois há um novo Estado

Em suma, no Brasil, o federalismo surgiu por SEGREGAÇÃO, pois a CF de 91,


inspirada no modelo norte americano, transformou oficialmente as antigas províncias
em estados-membros, sem que estes fossem soberanos para que, depois, decidissem
integrar uma federação.
AUTONOMIA DOS ENTES FEDERATIVOS: AUTOGOVERNO, AUTOADMINISTRAÇÃO,
AUTOLEGISLAÇÃO E AUTO-ORGANIZAÇÃO.

9.0 PROCESSO ADMINISTRATIVO NA GESTÃO PÚBLICA

CONCEITO: Serviço público é atividade prestacional, que incumbe ao Poder Público, com ou
sem caráter privativo, sendo por ele desenvolvido diretamente ou por conta de concessão ou
permissão, com regime de exorbitância ou tendo em vista restrições especiais estabelecidades
para a satisfação de necessidades coletivas a que o ordenamento jurídico confere especial
proteção.

Serviços Publicos nas atividades do Estado

O Estado desempenha as seguintes atividades: intervém na economia, exercita o poder de


policia, presta serviços públicos e fomenta atividades de interesse público não privativas. Tal
classificação é de Maria Sylvia Zenlla Di Pietro, que desdobra atividades estatais em quatro:

1. Intervenção
2. Poder de polícia
3. Serviços públicos e
4. Fomento

Ao Estado incumbe a titularidade dos serviços públicos, mas o exercício pode ser:

 Direto, por meio de seus entes; ou


 Indireto, sob o regime de concessão ou permissão no qual há a delegação do serviço
público cuja titularidade é estatal, a pessoas privadas que vençam a licitação

São finalidades que fazem que determinadas atividades sejam consideradas serviços
públicos:
 Proteger setores delicados ou estratégicos da especulação privada
 Propiciar o benefício do serviço ao menos favorecidos pela justiça social
 Suprir carências da iniciativa privada
 Favorecer o progresso técnico ou o desenvolvimento nacional
 Ordenar o aproveitamento de recursos finitos, como os hidroelétricos
 Manter a unidade do país

CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Existem três critérios: 1. Critério subjetivo ou orgânico: segundo o qual serviço publico seria o
prestado pelo Estado ou por órgão publico;

2 Critério material; a partir do qual se compreende que o serviço público é atividade


cuja finalidade é a satisfação de necessidades coletivas e;
3 Critério formal: de acordo com o qual o serviço público seria o exercido em regime
jurídico de Direito público, com disposições exorbitantes
PRÍNCIPIOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

O desenvolvimento dos serviços públicos, campo de atividades do Estado exercidas por ele ou
mediante delegação a particulares, obedece a princípios próprios: o da generalidade ou
igualdade dos usuários, o da modalidade das tarifas, o da mutabilidade do regime jurídico e
o da continuidade.

CLASSIFCAÇÃO

SERVIÇOS PÚBLICOS PROPRIAMENTE DITOS / SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA

SERVIÇOS PRÓPRIOS / SERVIÇOS PÚBLICOS IMPRÓPRIOS

SERVIÇOS ADMINISRATIVOS / SERVIÇOS COMERCIAIS OU INDUSTRIAIS

SERVIÇOS PÚBLICOS SOCIAIS / SERVIÇOS GERAIS / SERVIÇOS INDIVIDUAIS

9.6 DELEGAÇÃO: CONCESSÃO E PERMISSÃO

Considera-se concessão de serviço público, de acordo com a definição encontrada no


art.2 II, 9.987-95

 A delegação de sua prestação


 Feita pelo poder concedente
 Mediante licitação, na modalidade de concorrência
 A pessoa jurídica ou consorcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por conta e risco; e
 Por prazo determinado

Atualmente, permissão no serviço público é, em definição contida no art. 2 IV Lei 8.987-


95:

 A delegação, à titulo precário


 Mediante licitação
 Da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente e;
 À pessoa jurídica ou física que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco

SEGUINTES DIFERENÇAS ENTRE CONCESSÃO E PERMISSÃO

 A concessão é feita à pessoa jurídica ou consórcio de empresas, enquanto a


permissão é feita à pessoa física ou jurídica, assim, não há concessão para pessoa
física, nem permissão para consórcio de empresas e;
 Enquanto a concessão é feita modalidade de licitação concorrência, a permissão
admite outras modalidades de licitação.
9.7 PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS: INFRAESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO

PPP (É CONTRATO ADMINISTRATIVO DE CONCESSÃO, NA MODALIDADE PATROCINADA OU


ADMINISTRATIVA.

 A concessão patrocinada; é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de


que trata a Lei 8.987-95 quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos
usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
 Concessão administrativa; é o contrato de prestação de serviços de que a
Administração seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra
ou fornecimento e instalação de bens.

São traços comuns tanto à concessão patrocinada quanto à administrativa:


 A presença de contraprestação pecuniária do parceiro publico ao parceiro privado.
 Presença de técnicas para garantir o equilíbrio econômico-financeiro, por exemplo, a
repartição de riscos entre as partes e demais formas de revisão contratual;
 Compartilhamento dos ganhos econômicos também com o poder público
 Financiamento por terceiros
 Presença de três tipos de garantias
 Constituição de sociedade de propósitos específicos
 Previsão de multa ressarcitoria
 Limites de prazo
 Normas específicas para licitação de parceria publico-privada
 Observância da Lei de Responsabilidade Fiscal
 Imposição de limite de despesa

São 3 vedaçoes previstas à celebração de parceria publico-privada:

1. Quanto ao valor: não se admite PPP de valor menor do que 20 milhoes de reais
2. Quanto ao prazo: é proibida por lei a contratação de PPP com período de
prestação de serviço menor do que CINCO ANOS, sendo os limites de prazos
previstos para a celebração do contrato de PPP de cinco a 35 anos
3. Quanto à matéria: a lei veda PPPs que tenham por OBJETIVO ÚNICO o
fornecimento de MAO DE OBRA, o fornecimento e a instalação de equipamento
ou a execução de OBRA PÚBLICA.

10 CICLO DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL

Um plano é guia para a ação no futuro, que contem pelo menos os seguintes
componentes: objetivos, meios de realização e meios de controle e avaliação.

Incerteza e estratégia
No espectro das modalidades de planejamento, a estratégia lida com a incerteza.
Incerteza é a “diferença entre a quantidade de informação de que se necessita e a
quantidade de informação de que se dispõe?” Quanto mais incerteza ou
imprevisibilidade mais complexa a situação e maior a necessidade de estratégia.
 Estratégia é um processo, uma adaptação constante e condições e circunstancia
cambiantes em um mundo dominado pelo acaso, pela incerteza e pela
ambiguidade.
 Estratégia é uma política imaginada para reduzir e controlar incertezas (falta de
informação e comportamento dos adversários)
 A definição de uma política orientadora e de planos de ação, com base no
diagnostico de uma situação desafiadora.

Estratégia
Modos e figuras de antecipação (adaptado de Boutinet, 2007)

Administração Estratégica no Serviço Público Brasileiro

PPA (Plano Plurianual), LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e Lei do Orçamento Anual (LOA)
são os elementos normativos que se articulam no processo de planejamento governamental.

 O PPA é o instrumento de planejamento das ações governamentais, que define as


diretrizes, objetivos e metas de longo prazo. A vigência do PPA começa junto com o
segundo ano do mandato e vai até o final do primeiro ano do mandato do governo
subsequente.
 A partir do PPA, a LDO elege as prioridades e estabelece os limites de receita e despesa
a cada ano
 A Loa dewfine os programas, detalhados nas ações que geram projetos e ou atividades,
explicitando as prioridades, as fontes de receitas e os montantes de despesas
PPA – É uma lei que abrange os respectivos poderes na Uniao, nos Estados, no DF e nos
municípios. O PPA é elaborado no primeiro ano do mandato do Executivo e tem vigência
de quatro anos.

DIMENSÕES E DEFINIÇÕES
Dimensão: OPERACIONAL, TÁTICA E ESTRATÉGICA

LDO – A lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


Administração Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributaria e estabelecerá a política de aplicação das
agencias financeiras oficiais de fomento.

Com a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO dispõe também sobre:


 Equilibrio entre receitas e despesas
 Critérios e forma de limitação de empenho
 Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas
financiados com recursos dos orçamentos
 Demais condições e exigências para transferência de recursos a entidades publicas e
privadas.

LOA – compreendendo a programação dos gastos do governo em cada uma de suas


áreas e a previsão de receitas para custeá-los. É lei de iniciativa do Poder Executivo e se
baseia no PPA e na LDO. É o orçamento propriamente dito no Poder Público. O conteúdo
da LOA está especificado no paragrafo 5 do art.165 da CF.

PLANEJAMENTO DE PROJETOS

Projeto: empreendimento organizado orientado para realizar uma tarefa especifica,


não rotineira ou de baixo volume.

Um projeto, é portanto, caracterizado por:


Especificação de uma necessidade especifica e particular
Objetivo autônomo, no sentido de que tem começo e fim
Em geral, uma novidade, ao menos parcial (técnica, dimensional, geográfica. Etc)

Em todas as definições, os elementos comuns são: empreendimento temporário e


resultados singular. O orçamento representa uma circunstancia ou restrição a que todo
projeto está sujeito.

Programa: é um grupo, família ou conjunto de projetos administrados de forma


coordenada, ou subordinados a uma linha de ação ou politica. Os programas abrangem,
além de projetos, atividades funcionais ou continuadas. São exemplos de programas:
 Programa de pós graduação e  Programa de desenvolvimento de
pesquisa uma família de motores
 Programa de exploração  Programa de testes e operação
 Programa de educação continuada experimental de novos produtos
 Programa de desenvolvimento de
fornecedores

Portfólio: é o conjunto dos projetos, programas e outas atividades ou iniciativas de uma


organização.

Ciclo de vida do projeto: não é o mesmo que processo gerencial. Processo gerencial é
conjunto de funções; ciclo de vida é sequencia de fases.
Um ciclo de vida genérico tem as seguintes fases principais:
1. Inspiração: descoberta ou surgimento da ideia do produto
2. Concepção: representação do produto que deverá ser fornecido no final do projeto
3. Desenho: o modelo mental transforma-se em um desenho detalhado do produto
Eventualmente, é feito um protótipo ou maquete do produto.
4. Desenvolvimento: elaboração do produto
5. Entrega: entregue ao usuário, cliente ou patrocinador.

Administração de Projetos
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Controle da Administração Pública significa o conjunto de mecanismos que permitem


a VIGILANCIA, a ORIENTAÇÃO e a CORREÇÃO da atuação administrativa para que ela não se
distancie das regras e princípios do ordenamento jurídico e dos interesses públicos que
legitimam sua existência.

Recurso Administrativo

... designa o questionamento feito em âmbito administrativo. Ele tramita pelo


escalonamento organizacional da Administração em obediência à exigência de duplo grau em
âmbito administrativo.

São exemplos de recursos administrativos: a representação, a reclamação


administrativa, o pedido de reconsideração, os recursos hierárquicos próprio e improprio e a
revisão.

Improbidade Administrativa

Os atos de Improbidade são os que ferem os princípios constitucionais e legais da


Administração Pública. De acordo com o paragrafo 4 do art.37 da CF, os atos de improbidade
administrativa importarão nas seguintes sanções:

 Suspensão dos direitos políticos


 Perda de função pública
 Indisponibilidade dos bens
 Ressarcimento ao Erário

Há 3 modalidades tradicionais de atos de improbidade administrativa:

1. Os que importam enriquecimento ilícito


2. Os que causam prejuízos ao Erario
3. Os que atentam contra os princípios da Adm. Pub.

Controle pela Lei Anticorrupção

Surgiu da percepção de que, para controlar a corrupção, seria necessário


conjugar esforços não apenas do governo, mas também das empresas, promovendo um
ambiente de integridade que abarcasse o relacionamento da esfera pública com a esfera
particular.
Há a responsabilidade objetiva administrativa da empresa configurada
independentemente da responsabilização individual das pessoas naturais envolvidas,
mas os dirigentes e administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos
na medida de sua culpabilidade (subjetivamente).
Trata-se portanto, de um controle feito em âmbito tanto administrativo como
judicial, e que se volta a responsabilizar objetivamente a empresa que pratica atos
contra à Administração.
Ato lesivo à Administração Pública

Constituem atos lesivos à Adm. Púb. Todos os praticados pelas pessoas jurídicas que
atentem contra o patrimônio publico, nacional ou estrangeiro, contra princípios da
Administração ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, definidos
como:

 Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente


público, ou a terceira pessoa a ele relacionada
 Comprovadamente financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a
prática de atos ilícitos previstos na lei
 Comprovadamente utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou
dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados
 Diversas medidas que objetivam fraudar licitações e contratos
 Dificultar atividade de investigação ou fiscalização em órgãos, entidades ou agentes
públicos, ou intervir em sua atuação.

Controle Social da Administração Pública

O controle popular ou social é decorrência do primado da democracia. Segundo


expõe Eneida Desiree Salgado, a noção de democracia como fundamento do poder é
um dos pilares do Estado contemporâneo, ao lado da ideia de limitação do poder pelo
Direito e da força normativa da Constituição como parâmetro de aferição para as demais
regras jurídicas e para o agir do Poder Público.
Além do efetivo controle da opinião pública, que acaba exercendo pressão no
governo, há órgãos que possuem atribuições especificas para receber reclamações,
como as ouvidoras, mecanismos de participação ou influência do povo na condução dos
assuntos políticos, por exemplo:
o A ação popular
o As consultas públicas
o As audiências públicas
o O plebiscito
o O referendo

Responsabilidade Civil do Estado

Charles Eisenmann expõe que a noção de responsabilidade civil abrange um DANO


sofrido e a OBRIGAÇÃO DE REPARAR mediante uma compensação pecuniária dele
representativa.
A responsabilidade do Estado é EXTRACONTRATUAL, ou seja, decorrente de ação ou
omissão estatal, licita ou ílicita, que cause dano a alguém.

Requisitos da responsabilização do Estado


 O das pessoas, que responderão objetivamente
 Atividades estatais e serviços públicos prestados por pessoas privadas
 A presença de dano
 Causado, ou seja, nexo de causalidade
 A terceiros
 Por agentes
 Que atuam nessa qualidade
 Direito de regresso contra responsável, que agiu com dolo ou culpa

O dispositivo é claro no sentido de que responderão objetivamente as pessoas


jurídicas de Direito público e as de Direito privado prestadoras de serviços
públicos.

Submetem-se, inequivocadamente, ao regime objetivo de responsabilização:

 Entes da Administração Direta: União, Estados, DF e Municipios


 Autarquias e fundações públicas, que são as pessoas jurídicas de Direito público
 Fundação governamental de natureza privada que preste serviços públicos
 Empresas públicas e sociedades de economia mista, como entes privados, apenas
respondem objetivamente, nos termos do artigo, se forem prestadoras de serviços
públicos.
 Delegatárias de serviços públicos na forma do art.175 da Constituição, isto é,
concessionarias e permissionárias de serviços públicos, ou formas diversas de
delegação de serviços públicos, como àquelas referentes às atividades de tabelionato e
cartórios de notas e registros.

Causas excludentes e atenuantes da responsabilização

Causas excludentes da responsabilização são circunstancias ocorridas que afastam a


responsabilidade do Estado pela insubsistência do nexo de causalidade, diante das quais
se constata que ele não provocou o dano ocorrido, são elas:
 Culpa exclusiva da vitima
 Culpa exclusiva de terceiros
 Força maior ou caso fortuito

LICITAÇÃO PÚBLICA

Conceitos

O Estado criou mecanismos que possibilitaram ao gestor o desprendimento


mais eficiente do dinheiro público, através do instituto das licitações. Vista como um
procedimento preliminar de natureza administrativa, realizada toda vez que a Administração
Pública deseja adquirir bens e serviços, realizar obras, fazer alienações e locações, coloca-se
como uma medida preliminar ao contrato, senão, condição para sua assinatura.

Sua finalidade primaz é selecionar a proposta de contratação mais vantajosa


para a Administração Pública conforme os parâmetros fixados no instrumento convocatório de
licitação, ou seja, no edital. Por esse motivo a licitação além de possibilitar uma igualdade de
oportunidades entre aqueles que desejam contratar com a Administração, também permite que
seja feita a melhor escolha dentre o universo de fornecedores, possibilitando a realização da
melhor contratação possível para a Administração Pública, evitando-se assim apadrinhamentos,
favorecimentos e perseguições.
Pelo princípio da isonomia, é assegurado a igualdade no tratamento a todos
quantos venham participar do certame licitatório.

O princípio da competitividade garante a livre participação a todos, porém,


essa liberdade de participação é relativa, não significando que qualquer empresa será admitida
no processo licitatório.

A Administração Pública se balizará no princípio da impessoalidade para evitar


a preferência por alguma empresa especificamente, cuja não observação implicaria prejuízo
para a lisura do processo licitatório, e como conseqüência a decretação da nulidade do processo.

Como a licitação busca atender ao interesse público, à coletividade, a escolha


e julgamento da melhor proposta obedecerão ao princípio da publicidade, que visa tornar a
futura licitação conhecida dos interessados e dar conhecimento aos licitantes bem como à
sociedade em geral, sobre seus atos. Outra função desse princípio é garantir aos cidadãos o
acesso à documentação referente à licitação, bem como sua participação em audiências
públicas, nas hipóteses previstas no art. 39, da Lei nº 8.666/93.

A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais barata. Como dizem alguns,
às vezes o barato sai caro. A Administração Pública deve saber definir quando, quanto, o que e
por que vai comprar, a exemplo da situação onde há opção de compra ou locação. É nessa
análise que o princípio da economicidade se revela, auxiliando a aplicação dos recursos públicos
com zelo e eficiência.

Contratação Direta: o art. 37, XXI, da CF estabelece que obras, serviços, compras e alienações
são contratados mediante licitação, “ressalvados os casos especificados na legislação”. O
constituinte permitiu, com esse trecho, que o legislador estabeleça casos de contratação direta,
ou seja, sem licitação. As situações em que a licitação não é obrigatória são, em regras,
classificadas em DUAS hipóteses:

1. DISPENSA, disciplinada no art.24 da Lei 8.666-93


2. INEXIGIBILIDADE, contida no art.25 da Lei.

INEXIGIBILIDADE: A licitação pública, além das hipóteses em que é dispensável, pode também
ser inexigível. A licitação será inexigível:

a) para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca,
devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de
registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

b) para a contratação de serviços técnicos, de natureza singular, com profissionais ou empresas


de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

c) referente à contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou por meio


de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública
São serviços técnicos profissionais especializados, de acordo com o rol taxativo previsto no art.
13 da Lei 8.666-93, os trabalhistas relativos a:

 Estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos


 Pareceres, pericias e avaliações em geral
 Assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras tributárias
 Fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços
 Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas
 Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal
 Restauração de obras de arte e bens de valor histórico

DISPENSA: A licitação pública é dispensável para:

Obras e serviços: para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do
limite previsto na modalidade convite (até 150mil reais, sendo portanto, 15mil reais), desde
que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da
mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.

Outros serviços e compras: valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na modalidade
convite e para alienações na lei de licitações (até 80mil reais, sendo portanto 8mil reais, desde
que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que
possa ser realizada de uma só vez.

Os percentuais para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade
de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei,
como Agências Executivas, serão de 20% (vinte por cento).

Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem.

Nos casos de emergência ou de calamidade pública: quando caracterizada urgência de


atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas,
obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens
necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras
e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a
prorrogação dos respectivos contratos.

Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas.

Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o
abastecimento.

Aquisição de bens produzidos e serviços prestados: aquisição, por pessoa jurídica de direito
público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à
vigência da Lei 8.666/1993, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado.
Comprometimento da segurança nacional: quando houver possibilidade de comprometimento
da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido
o Conselho de Defesa Nacional.

Compra e locação de imóvel: para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento


das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
avaliação prévia.

Contratação de remanescente de obra, serviço e fornecimento: contratação de remanescente


de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida
à ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido.

Compras de hortifrutigranjeiros: nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros


perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes,
realizadas diretamente com base no preço do dia.

Contratação de instituição brasileira: na contratação de instituição brasileira incumbida


regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou
de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha
inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos.

Aquisição de bens e serviços em acordo internacional: para a aquisição de bens ou serviços nos
termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as
condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público.

Aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos: para a aquisição ou restauração


de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou
inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

Impressão dos diários oficiais: para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados
de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços
de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que
integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico.

Aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira: para aquisição de


componentes ou peças de origem nacional e estrangeira necessários à manutenção de
equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da
garantia.

Compras ou contratações de serviços marítimos: nas compras ou contratações de serviços para


o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de
deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou
localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de
adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os
propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na modalidade
de licitação convite.

Compras de material de uso militar: para as compras de material de uso pelas Forças Armadas,
com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de
manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto.

Contratação de Associação de Portadores de Necessidades Especiais- na contratação de


associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade,
por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento
de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

Aquisição de bens e insumos: para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à


pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Ensino Superior, pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), pelo
CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) ou por outras
instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.

Contratação de fornecimento e suprimento de energia elétrica: contratação de fornecimento


ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
autorizado, segundo as normas da legislação específica.

Contratação realizada por Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista: na contratação


realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde
que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

Celebração de contratos de prestação de serviços: para a celebração de contratos de prestação


de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de
governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

Contratação por instituição científica: contratação realizada por Instituição Científica e


Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o
licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

Contrato de programa com ente da Federação: na celebração de contrato de programa com


ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços
públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em
convênio de cooperação.

Contratação e Coleta de Resíduos Sólidos: a contratação da coleta, processamento e


comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema
de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente
por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais
recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de
saúde pública.

Fornecimento de bens e serviços: para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou


prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa
nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do
órgão.

Aquisição de bens e serviços de contingentes militares: na aquisição de bens e contratação de


serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas
em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do
fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.
Contratação de instituição com ou sem fins lucrativos: na contratação de instituição ou
organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de
assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.

Contratação ao incentivo a Pesquisa e a Inovação: nas contratações visando ao incentivo à


inovação e a pesquisa tecnológica e científica no ambiente produtivo. Os órgãos e entidades da
administração pública, em matéria de interesse público, poderão contratar empresa, consórcio
de empresas e entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos voltadas para
atividades de pesquisa, de reconhecida capacitação tecnológica no setor, visando à realização
de atividades de pesquisa e desenvolvimento, que envolvam risco tecnológico, para solução de
problema técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador. observados os
princípios gerais de contratação dela constantes.

Contratação em relação à transferência de tecnologia de produtos estratégicos: na contratação


em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de
Saúde - SUS, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da
aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica.

PREÇOS SUPERIORES AO DE MERCADO

Quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos


praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas
forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para
a apresentação de nova documentação, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo
para três dias úteis e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou
serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços.

Base: art. 24 da Lei 8.666/93 – Licitações e Contratos Administrativos.

PROCEDIMENTOS E SUAS FASES

Antes mesmo da chamada fase externa, que inicia com a publicação do edital ou envio dos
convites, há uma fase interna, na qual a Administração deve tomar as seguintes providencias
previstas no art. 7 – Lei 8.666-93

I – ter um projeto básico

II – formular orçamento pormenorizado

III – realizar previsão de recursos

IV – se for o caso, contemplar o produto da obra nas metas do Plano Plurianual

MODALIDADES DE LICITAÇÃO

O artigo 22 da Lei 8.666 aponta-nos cinco modalidades licitatórias que obedecem limites de
valor de enquadramento sendo elas:
I. Concorrência II.Tomada de Preço III. Convite IV. Concursos
V. Leilão

I. A Concorrência destina-se às licitações de maior valor, contudo, pode ser


aplicada em licitações de qualquer valor, diferenciando-se ainda das demais espécies de
licitação por exigir que sua publicidade seja mais ampla, devido ao alto valor a ser
contratado. Tratada no parágrafo 1º do artigo 22, a concorrência permite participação à
qualquer interessado, desde que cadastrado. É composta de duas fases distintas qual seja,
a fase de Habilitação, ou classificatória, onde serão analisados os documentos do
participante e sua idoneidade, e a fase de Julgamento cujo objetivo é a análise das propostas
e a adjudicação ao vencedor; é procedimento que se abre totalmente à todos os
interessados.

II. A Tomada de Preços, prevista no parágrafo 2º do mesmo artigo, é


modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços cujo valor seja maior que o
valor estipulado para Carta Convite, tendo como teto o valor de R$ 650.000,00 para a
aquisição de bens e serviços diversos e de R$ 1.500.000,00 para aquisição de obras e serviços
de engenharia.

III. Convite constitui a modalidade de licitação mais simples, em que o agente


se obriga a convidar no mínimo três fornecedores para apresentarem propostas de preços. É
modalidade que permite a efetivação de contratos no valor de até R$ 150.000,00 para aquisição
de obras e serviços de engenharia e R$ 80.000,00 para aquisição de bens e serviços de outra
natureza. A Carta Convite constitui modalidade de compra menos complexa, pressupondo a
ausência de necessidade de especificações detalhadas ou de complexidades no objeto a ser
contratado. Então, quando o objeto a ser contratado for simples, a modalidade adequada é o
Convite, instituído no parágrafo 3º do artigo 22 da Lei 8.666.

IV. O Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


escolha de trabalho técnico, artístico ou científico, para fins de incentivo ao desenvolvimento
cultural, ao qual cabe premiação. O Concurso deve ter divulgação mais ampla possível,
estabelecida na lei como sendo de quarenta e cinco dias, porém, a Administração estará
obrigada a adotar prazos mais longos, se for necessário.

V. O Leilão é modalidade de licitação que consiste em venda pública, entre


quaisquer interessados em adquirir bens móveis que já não servem para a Administração, ou de
produtos apreendidos ou penhorados pela mesma, ou ainda para alienação de bens imóveis, a
quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor de avaliação do bem. O Leilão se
diferencia das demais modalidades de licitação por apresentar propostas formuladas
verbalmente, por meios de lances, podendo haver restrição de participação de algumas pessoas,
como por exemplo, num Leilão destinado à pessoas carentes.

VI. Pregão: Em 2002 foi promulgado a lei 10.520 onde foi definido o pregão
como também uma modalidade para as licitações publicas, trazendo ao processo licitatório
maior celeridade e transparência, desburocratizando etapas da licitação, propiciando
economicidade e praticidade às aquisições públicas. Pode ser utilizado para a aquisição de
materiais de uso comum, bens permanentes e serviços, qualquer que seja o valor estimado da
contratação. O Pregão pode ser presencial, onde os licitantes, após apresentarem suas
propostas em envelope lacrado, podem, após abertas as mesmas, ofertar novos lances ao objeto
licitado; ou por meio eletrônico, realizado em sessão pública, através de sistema de
comunicação pela Internet.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Contrato administrativo é uma espécie de contrato. Há várias definições de contrato


administrativo, e a maior parte delas ressalta os seguintes elementos:

 A presença da Administração Pública


 O atendimento de finalidade pública
 A submissão a regime jurídico administrativo, o que assegura a indisponibilidade e a
supremacia do interesse público

Características: são características genéricas do contrato administrativo, presentes portanto,


nos contratos em geral:

 Consensualidade: deriva de acordo de vontades


 Formalidade: deve ser, via de regra, escrito e obedecer a diversos requisitos formais,
expostos no próximo item
 Onerosidade: é geralmente remunerado
 Comutatividade: assegura vantagens reciprocras
 Firmado intuitu personae: obriga o contratado a realizar contrato, não se permitindo,
salvo nos limites fixados, a subcontratação
 Natureza de contrato de adesão: em que as cláusulas são preestabelecidas pela
Administração e normalmente constam em forma de minuta do próprio instrumento

Além destas, há características ESPECÍFICAS, encontráveis nos contratos


administrativos:
 Participação do Poder Público ou a Administração Pública como parte contratante
 Finalidade de atendimento ao interesse público, que gera a mutabilidade do contrato
 Obediência ao procedimento prévio de licitação, à exceção dos casos de contratação
direta permitida nas hipóteses legais
 Presença de cláusulas exorbitantes, baseada na supremacia do interesse público,
veiculado pela Administração

O contrato pode ser materializado, por exemplo em:


 Instrumento de contrato, obrigatório para concorrência, tomada de preços e nas
contratações diretas com preços elevados ou médios
 Carta-contrato
 Nota de empenho de defesa
 Autorização de compra
 Ordem de execução de serviço

Cláusulas Exorbitantes
Os contratos administrativos possuem cláusulas exorbitantes, que conferem
prerrogativas à Administração Pública. Elas são, instrumentais ao cumprimento das
finalidades de interesse público. São cláusulas exorbitantes, explicitadas no art.58 da Lei
de Licitações e Contratos aquelas que possibilitam à Administração:
 Modificar o contrato, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de
interesse público, respeitados os direitos do contratado
 Rescindir o contrato, unilateralmente, nos casos especificados em lei
 Fiscalizar a execução do contrato
 Aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste
 No caso de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal
e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese
de rescisão do contrato administrativo

Extinção do Contrato Administrativo


Pode haver a rescisão do contrato unilateral da Administração, ocorrendo por ato
escrito pelos seguintes motivos: 1. Por motivos associados ao particular 2. Por caso
fortuito ou força maior e; 3. Pela Administração

GESTÃO DE PESSOAS: SERVIDORES PÚBLICOS E GESTÃO POR COMPETENCIAS

SERVIDORES PÚBLICOS

Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da
Administração Indireta.

Funcionário Público é expressão que caiu em desuso.

Sevidores Públicos são as “pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da
Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres
públicos. Existindo 3 categorias > Servidor estatutário é aquele que adquire estabilidade após
três anos de efetivo exercício. Seus direitos e deveres são previstos em lei municipal, estadual
ou federal. Entre outras vantagens estão: aposentadoria com valor integral do salário (mediante
complementação de aposentadoria), férias, gratificações, licenças e adicionais variáveis de
acordo com a legislação específica. empregados públicos (contratados) e os servidores
temporários.

Empregados públicos > No regime celetista, o empregado público é regido pela CLT
(Consolidação das Leis Trabalhistas). Assim como um empregado da iniciativa privada, tem
carteira de trabalho e direito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Esta
modalidade de contratação não contempla a estabilidade no cargo, mas as demissões são raras
e devem ser justificadas. O regime celetista é obrigatório em algumas empresas públicas como
bancos e Correios.

Servidores temporários > são contratados para exercer funções de caráter temporário,
mediante regime jurídico especial, disciplinado em Lei de cada Unidade da Federação.

Histórico da profissionalização do funcionalismo no Brasil

 A partir da década de 1930, com a criação do DASP, em 38 por G. Vargas


 No final da década de 60, com o Decreto-Lei 200-67
 A partir de meados da década de 90, culminando na Emenda 19-98
Cargo, Emprego e Função

CARGO -> criado por lei -> disciplinado em estatuto próprio


Formas de provimento
Efetivo > confere estabilidade – 3 anos
Em comissão > de livre provimento e exoneração (sem estabilidade)

EMPREGO -> Vínculo contratual


CLT + exigências de direito público
. Concurso Público
. Vedação de acumulação
. Equiparação para fins criminais

FUNÇÃO -> função de confiança -> função por tempo determinado para atender à
necessidade temporária de excepcional interesse público

PROVIMENTO: é o ato de preenchimento de cargo público, editado pela autoridade


competente de cada Poder, é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas
na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. O provimento
classifica-se em derivado e originário.
Provimento originário > dá inicio a uma carreira ou cargo isolado. É forma de
provimento originário a nomeação.
Provimento derivado > é o preenchimento de cargo público por alguém que já tinha
vínculo estatutário anterior. São 6 formas de provimento derivado:

Promoção -> progressão na carreira


Aproveitamento -> servidor posto em disponibilidade
Reintegração -> ato ou sentença que anula a demissão
Recondução -> do atual por reintegração do anterior ocupante ou por inabilidade em
estágio probatório
Reversão -> insubsistência por invalidez (aposentadoria) ou no interesse da
administração
Readaptação -> limitação de capacidade (física ou mental)

Determina o art.41 da CF que o servidor público estável apenas perderá o cargo:


1. Em virtude de sentença judicial transitada em julgado
2. Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurado ampla defesa
3. Por procedimento de avaliação periódica de desempenho

O Direito de Greve, conforme a norma do art.37, VII da CF, será exercido nos
termos e nos limites definidos em lei específica. A administração pública deve
proceder desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de
greve pelos servidores públicos em virtude da suspensão do vínculo funcional que
dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será,
contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta
ilícita do Poder Público.
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

No campo da moderna gestão de pessoas, a ideia de competência desempenha


papel central. É central porque todos os processos da moderna gestão de pessoas
são orientados pelas competências. Descrições de cargos, planejamento,
recrutamento, seleção, desenvolvimento – tudo é feito com base em competências
que a organização valoriza.
 Planejamento de recursos humanos
 Projeto de cargos
 Recrutamento e seleção
 Treinamento e desenvolvimento
 Administração do desempenho
 Gestão do capital humano

Competência é o conjunto de habilidades, comportamentos, atitudes e


conhecimentos inter-relacionados de que uma pessoa precisa para ser eficaz
na maioria das ocupações profissionais e gerenciais.

Domínios de aprendizagem:
O grupo liderado por Bloom identificou três domínios de atividades
educacionais ou domínios de aprendizagem:
1. Domínio cognitivo: habilidades mentais (conhecimento)
2. Domínio afetivo: sentimentos ou área emocionais (atitudes)
3. Domínio psicomotor: habilidades manuais ou físicas

Espiral do conhecimento:
Socialização > externalização > combinação > internalização

Ética na Administração Pública

DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja


titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando
prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de
qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas
atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo
sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos
e serviços da coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e
contato c/ o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na
adequada prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as


limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de
preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e
posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros


que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da


segurança coletiva;

l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho
ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao


interesse público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados
à sua organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas
funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

q) manter-se atualizado c/ as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao


órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu


cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo
sempre em boa ordem;

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público
e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade
estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo
qualquer violação expressa à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de
Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO

XV- É vedado ao servidor público:

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter
qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles


dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade conivente com erro ou infração a este Código
de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer
pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento p/


atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem


pessoal interfiram no trato c/ o público, c/ os jurisdicionados administrativos ou c/ colegas
hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,
prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer
pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo
fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

XV - É vedado ao servidor público:

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou
bem pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em


benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a
dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho


duvidoso.

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