Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Juazeiro-Ba
2018
BRUNA MARIANNE FERREIRA SOLON
Juazeiro-Ba
2018
Solon, Bruna M. F.
S689a
Aproveitamento do resíduo da Pedra Cariri na confecção de tijolos prensados
/ Bruna Marianne Ferreira Solon. -- Juazeiro, 2018.
xiv, 92 f. : il. ; 29 cm.
CDD 622.7
Agradeço aos meus familiares pelo apoio ao longo dos anos e que apesar da distância
sempre estiveram presentes com palavras de conforto e incentivo para que eu
pudesse alcançar meus objetivos, sou grata pela contribuição de cada um no
encerramento desse ciclo.
Por fim, ao meu orientador José Getúlio Gomes de Sousa pelo direcionamento e
prestatividade ao longo do aperfeiçoamento deste trabalho.
RESUMO
The brazilian mining industry has been growing in the last years, the cities of Nova
Olinda and Santana do Cariri are considered the main producers of ornamental stones
and coating that come from the extraction of laminated limestone popularly known as
Cariri Stone. The processes of extraction and beneficiation generate a loss about 70
% of the material coming to a total of approximately 2,4 million of tons of waste laying
at rivers margins and the extraction places. This study aims to reuse the waste from
the extraction of the Cariri Stone to produce pressed bricks, with the application of
different granulometry and cement percentages evaluating the best combinations and
also the technical viability, their physical and mechanical properties. Four combinations
were evaluated changing their granulometry and cement percentages – two different
granulometries were used, the first one had the material passing the sieve #16 (1,18
mm). The second one had the material passing the sieve #8 (2,36 mm). The cement
proportions relating to the mass of waste were 1:7 and 1:10. The cement used was the
Portland CPV – ARI. The combinations used were: 40% of waste passing the sieve
1,18 mm e 60% passing the sieve 2,36 mm with a cement proportion of 1:7; 30% of
waste passing the sieve 1,18 mm e 70% passing the sieve 2,36 mm with a cement
proportion of 1:7; 40% of waste passing the sieve 1,18 mm e 60% passing the sieve
2,36 mm with a cement proportion of 1:10 and 30% of waste passing the sieve 1,18
mm e 70% passing the sieve 2,36 mm with a cement proportion of 1:10. 10 bricks were
molded for each combination being 5 of them selected for their strength compression
at 7 days and 5 of them for their water absorption at 7 days, the bricks used at the
water absorption were evaluated at their strength compression at 28 days. The bricks
produced were put at a hydration process for 7 days and were evaluated at their
resistance to compression and water absorption as recommended by the NBR
8491(2012). Three combinations showed medium compression strengths above 2, 0
MPa at the minimum age of 7 days: 40% of waste passing the sieve 1,18 mm e 60%
passing the sieve 2,36 mm with both cement proportions (1:7 and 1:10) and 30% of
waste passing the sieve 1,18 mm e 70% passing the sieve 2,36 mm with a cement
proportion of 1:7 thus, they are in accordance with the norm requirements. The same
combinations were acceptable for the bricks at the age of 28 days. The values for the
water absorption at the age of 7 days also presented conformity to all the combinations
according to the norm. The results obtained confirm the technical viability of use of the
Cariri Stone waste to the production of pressed bricks.
Símbolo Significado
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 17
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 77
1 INTRODUÇÃO
Segundo Vidal e Padilha (2003), o estado do Ceará tem os municípios de Nova Olinda
e Santana do Cariri como os principais produtores de rochas ornamentais e de
revestimento provindas da mineração do calcário laminado que é comumente
nomeado de “Pedra Cariri” devido à região na qual é encontrado. Segundo os mesmos
autores os processos produtivos que envolvem desde a extração ao beneficiamento
da Pedra Cariri geram uma perda aproximada de 70% do material.
O presente trabalho propõe o uso do rejeito oriundo da extração da Pedra Cariri para
a produção de tijolos prensados, similar ao processo usado na produção de tijolos de
solo-cimento. Busca-se investigar os efeitos provocados, nas propriedades dos tijolos,
após variações nos teores granulométricos e de cimento. O uso do rejeito combinado
ao carácter ecológico do tijolo prensado são favoráveis ao desenvolvimento
sustentável necessário à região do Cariri.
1.1 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Norte, Crato, Barbalha, Caririaçu, Farias Brito, Missão Velha, Nova Olinda, Jardim e
Santana do Cariri (Figura 2). Os períodos chuvosos nessa região geralmente ocorrem
entre os meses de janeiro e abril permanecendo mais seca no resto do ano sendo
agosto o mês com menores índices de precipitação. A média anual de temperatura
entre os municípios foi de 24,85 º C, variando entre 21,4 º C e 27,5 º C (VIEIRA, 2017).
2.1.2 Geologia
É constituída pelas formações Brejo Santo e Missão Velha. A formação Brejo Santo é
composta folhelhos, siltitos vermelhos friáveis intercalando arenitos finos e argilosos.
Já a formação Missão Velha está acima da anterior, apresenta arenitos
predominantemente grossos de coloração branca ou amarelada. (DO CARMO et al.
2004).
2.1.3 O calcário
Vidal e Padilha (2003) informam que de acordo com dados do DNPM as reservas de
calcário laminado nos municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri são em torno
0,97 milhão de metros cúbicos correspondentes a 2,41 milhões de toneladas. Vidal,
Fernandes e Pequeno (2007) apontam que a produção é de aproximadamente 80 mil
toneladas por ano de forma que a região possui cerca de 60 microempresas que
geram em torno de 3000 empregos.
Para Chiodi Filho e Chiodi (2014) a cadeia produtiva no ramo de rochas ornamentais
é normalmente composta por três estágios, são eles: lavra, beneficiamento e
acabamento. De acordo com Vidal, Fernandes e Pequeno (2007) cerca de 300 frentes
de lavra e 40 serrarias estão localizadas nos municípios de Nova Olinda e Santana do
Cariri.
2.2.1 Lavra
Vidal, Azevedo e Castro (2014) definem lavra como a atividade produtiva da extração
de matéria útil dos maciços rochosos ou dos matacões que são conformados em
blocos de arestas retangulares podendo ter diferentes dimensões tendo em vista que
se busca aproveitar ao máximo o material como também o uso dos equipamentos
utilizados no processo.
2.2.2 Beneficiamento
2.2.3 Comercialização
Vidal e Padilha (2003) relatam que a Pedra Cariri pode ser comercializada em
diferentes formatos, tais como: a laje com tamanho e espessura variada, a laje
rachada (variadas espessuras e tamanhos), laje almofada sem esquadrejamento, o
ladrilho bruto esquadrejado nos tamanhos 50x50 cm, 40x40 cm, 30x30 cm, 20x20 cm,
15x30 cm. O ladrilho de 50x50 cm é o que possui maior demanda. Os produtos são
vendidos desde a esfera local até cidades do Ceará (Crato, Juazeiro do Norte,
Barbalha e Fortaleza) como também são exportados para os Estados de Pernambuco,
Piauí, Maranhão, Bahia e Minas Gerais. A Pedra Cariri pode apresentar diferentes
configurações podendo ser utilizada em revestimentos de pisos e paredes, bancadas,
mesas, rochas ornamentais para decoração etc. As Figuras 10 e 11 exibem a Pedra
Cariri constituindo revestimento de paredes e acabamento de piscinas.
27
Fonte:
http://www.pedreirassaotome.com.br/produtodetalhado.php?idprod=915&tituloproduto=LIME
STONE%20CARIRI%203
Fonte: http://www.diegocavalcante.com.br/2012/08/casa-espetacular-no-jardim-
eldorado.html
2.3 O REJEITO
resíduos finos e ultrafinos são encontrados nas serrarias, visto que são formados em
decorrência dos cortes no material.
Campos et al. (2014) citam a Lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, definindo resíduos sólidos como todos os materiais que resultam
de atividades humanas e seu destino final não seja o lançamento em rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, exigindo, alternativas e soluções para uma destinação
final apropriada. Os rejeitos são todos os resíduos sólidos que esgotaram a viabilidade
de tratamento e recuperação, de modo que a única alternativa é o seu descarte. Silva
(2007) define rejeito como rochas ou minerais que não podem ser aproveitados e são
separados do minério, total ou parcialmente.
Segundo Vidal et al. (2011) a cadeia produtiva da Pedra Cariri gera cerca de 70% de
rejeitos e chegou até mesmo a 90% nas atividades que não eram semimecanizadas
e faziam uso de técnicas rudimentares tanto nas etapas de lavra e beneficiamento.
Oliveira (2006 apud SILVA, 2008) menciona estatísticas nas quais 70,81% do material
é inutilizado, porém somente 3,93% desse volume não pode ser recuperado devido a
dissolução cárstica de forma que o restante pode ter outras finalidades ao invés do
descarte.
Castro (2009) aponta o reuso do rejeito na produção de cimento feito pela empresa
ITAPUÍ, localizada em Barbalha. A empresa tem a incumbência de remover o rejeito
acumulado como também a recuperação ambiental de áreas. O consumo de rejeito
da empresa chega a 10 000 toneladas por mês. Vidal et al. (2011) menciona a
empresa FORTECAL que comercializa calcário moído para fins industriais. Empresas
locais que fabricam borracha e EVA estão realizando testes do uso do rejeito na
composição dos seus produtos.
Viana e Neumann (2007 apud SILVA, 2008) apontam que a cadeia produtiva da Pedra
Cariri nos municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri vem causando impactos
ambientais como destruição do patrimônio fossilífero, assoreamento de riachos,
aumento de zonas de erosão. Cartaxo et al. (2015) também citam problemas como o
desmatamento, alteração do curso dos rios, instabilidade de taludes, produção de
barulho e poeira, alterações do nível freático e modificação do relevo.
30
Ferreira (2008) ressalta que os tijolos de solo-cimento não são queimados como os
tijolos cerâmicos consequentemente não há consumo de combustíveis no processo
produtivo diminuindo assim, o impacto ambiental. Netto (2009) argumenta que por
possuírem uma diminuição da poluição ambiental e baixo custo os tijolos de solo-
cimento também podem ser denominados tijolos ecológicos.
(ABCP) instituiu seu uso. Uns dos exemplos de primeiras aplicações do uso de solo-
cimento são a pavimentação de um aeroporto em Petrolina (1941) e casas feitas com
técnicas de paredes monolíticas (eram compactadas no próprio local, sem juntas
horizontais), no Vale Florido, em Petrópolis (1950).
a) b)
.
Fonte: Adaptado de https://ecomaquinas.com.br/index.php/bra/tijolo-ecologico-modelos-de-
blocos-e-tijolos
Um outro formato é o meio tijolo disposto na Figura 16 que é geralmente utilizado para
a finalização de paredes internas, janelas, portas e outros. É prático pois não há
necessidade de corte ou quebra de blocos no acabamento das paredes, evitando
assim, o desperdício.
33
Figura 16 – Meio tijolo modular padrão a) utilização do meio tijolo na finalização de paredes
b) meio tijolo no acabamento de parede em espaços menores
a) b)
Figura 17 – Tijolo canaleta modular padrão a) tijolo canaleta sem ser preenchido b)
execução da contra verga embutida nos tijolos canaleta c) proteção dos furos na execução
dos tijolos caneta.
a) b) c)
Por fim, o modelo tijolo maciço modular padrão dispõe de um considerável isolamento
térmico e elevada resistência (Figura 18). Geralmente são aplicados até a terceira
fiada, após esta são utilizados os tijolos com furos por apresentarem disponibilidade
da passagem dos dutos elétricos e hidráulicos.
34
Figura 18 – Tijolo maciço modular padrão a) parede executada com tijolo maciço b) tijolo
maçico modular padrão aparente em balcão.
a) b)
(continuação)
Tipo Dimensões Características
7,5 x 15 x 15 cm
Canaletas 5 x 10 x 20 cm Elemento empregado para
6,25 x 12,5 x 25 cm execução de vergas, reforços
7,5 x 15 x 30 cm estruturais, cintas de amarração e
passagens de tubulações
horizontais.
Fonte: Adaptado de Pisani (2005)
Fonte: https://pt.aliexpress.com/item/hot-selling-Germany-Technology-SY2-40-eco-
maquinas-soil-lego-interlocking-brick-making-machine-in-Russia/32444458658.html
Da Silva 2005 argumenta que um ponto positivo relacionado aos tijolos de solo-
cimento é a abundância do elemento principal, no caso o solo. Motta et al. (2014)
acentuam que o fato de não necessitar da queima de madeira e combustíveis faz do
tijolo de solo-cimento um produto resultante de processos que não requerem o corte
de árvores e emissão de monóxido de carbono na atmosfera.
36
Para Silva (2005) a tecnologia usada com tijolos de solo-cimento é simples, de fácil
assimilação dessa forma, a mão de obra não precisa ser especializada. Silva (2015)
frisa que em função de não ser necessária a execução de vigas e pilares o processo
se torna mais rápido. A economia oriunda do uso de tijolos ecológicos pode chegar a
ser em torno de 30% a 50% no valor final da obra. Dos Santos (2013 apud CHAVES
E JONES et al. 2014) destaca que o baixo custo pode influenciar na potencialidade
de aplicação na construção de habitações populares.
Motta (2014) aponta como uma desvantagem o fato do possível uso indiscriminado
no solo que pode causar processos erosivos ao meio ambiente, e também cita erros
de dosagem dos tijolos que podem gerar o aparecimento de patologias na construção.
Outro obstáculo é a resistência dos consumidores a novos produtos, sendo
necessários maiores investimentos em divulgações que visam a aceitação do público.
38
Já a ABCP (1986) e a NBR 10833 (ABNT, 2013) estabelecem que os solos que
possuem maior aptidão à estabilização com cimento apresentam:
100% de material passante na peneira n° 4 (ABNT 4,8 mm);
De 10 a 50% de material passante na peneira n° 200 (ABNT 0,075mm);
Limite de liquidez igual ou inferior a 45%;
Índice de plasticidade igual ou inferior a 18%.
De acordo com Taveira et al. (2016) o cimento age como estabilizante visando
modificar as características do solo com o intuito de melhorar suas propriedades.
Segundo Grande (2003) a adição do cimento resulta em um material com absorção e
perda de umidade sem variações volumétricas significativas, o material não sofre
deterioração quando submerso na água, além disso ocorre aumento da resistência à
compressão, e o material torna-se menos permeável. Ferraz (2004) menciona que os
teores de cimento na composição dos tijolos podem variar, a ABCP (1999) recomenda
que esses índices variem de 5% a 13%.
Para CEBRACE (1981) e ABCP (1985) apud SILVA (2015) a fração de cimento ideal
está entre 5 e 10% de cimento em relação à massa de solo.
Pinto (2015) informa que em seguida é adicionada água à mistura do solo e cimento
até atingir a umidade adequada. Prompt (2008) relata que a verificação do ponto de
umidade do solo pode ser feita através de um teste simples em que se pega um
punhado da mistura com água e aperta-se com força entre os dedos e a palma da
39
mão. Ao abrir a mão, o ponto ideal é obtido se o “bolo” possuir uma marca deixada
pelos dedos como indicado na Figura 23. Segundo Kormann (1997) outra forma de
obtenção da umidade ótima é através do ensaio de compactação que determina a
umidade ótima do solo dada uma energia de compactação. Silva (2005) ressalta que
algumas prensas apresentam diferentes pressões se comparadas ao ensaio de
compactação de modo que os resultados não são equivalentes aos descritos na
norma de forma que em alguns casos são necessários ajustes na umidade.
Pinto (2015) acentua que após serem realizadas as correções de umidade à mistura
solo-cimento, a próxima etapa é a confecção dos tijolos prensados que podem ser
fabricados em prensas manuais (Figura 24) ou hidráulicas. Neves et al. (2001 apud
PINTO 2015) afirma que as prensas manuais têm baixo custo tanto na aquisição como
na manutenção, porém a compactação pode não ser tão eficaz em alguns tipos de
solo visto que a energia é menor por ser uma execução manual. A mistura é colocada
dentro dos moldes e em seguida é prensada e retirada com cuidado para não danificar
os tijolos. Silva (2005) baseado em um manual fornecido pela SUPERTOR (fabricante
de máquinas e tecnologia em solo-cimento) salienta que a força de compactação é
um fator importante na confecção dos tijolos, quanto maior a força empregada na
compactação, menor a quantidade de cimento necessário para elevar a resistência
dos tijolos.
40
Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-650175891-projeto-prensa-triturador-tijolo-
ecologico-solo-cimento-_JM
A NBR 8491 (2012) estabelece dimensões nominais que os tijolos devem atender, tais
dimensões estão indicadas na Tabela 2.
Caso os tijolos possuam furos, a NBR 8491(2012) determina que espessura mínima
da parede deve ser de 25 mm como indicado na Figura 25. A distância mínima entre
dois furos deve ser de 50 mm como mostra a Figura 26.
A amostra ensaiada de acordo com a NBR 8492 deve apresentar a média dos valores
de resistência maior ou igual a 2,0 MPa (20 kgf/cm2) e valores individuais maiores ou
iguais a 1,7 MPa (17 kgf/cm2) com idade mínima de sete dias.
42
Também de acordo com a NBR 8492 a amostra ensaiada não deve apresentar a
média dos valores de absorção de água maior do que 20%, nem valores individuais
superiores a 22%.
3 PROGRAMA EXPERIMENTAL
A moldagem dos tijolos será realizada tomando por base parâmetros de trabalhos
anteriores, tais como traço, correções granulométricas e umidade. As dimensões são
equivalentes às da prensa manual que foi utilizada para a confecção dos tijolos
disposta na Figura 27. Em seguida, serão analisadas as propriedades de resistência
à compressão e índice de absorção de água tendo por referência as normas regentes
de padrões dos tijolos prensados.
3.2 MATERIAIS
Neste item serão apontados os materiais utilizados para a confecção e avaliação dos
tijolos propostos neste trabalho.
45
3.2.1 Resíduo
3.2.2 Cimento
Para este trabalho foi empregado o cimento Portland do tipo CP V - ARI, de alta
resistência inicial por ser o mais indicado na produção de tijolos prensados visto que
a NBR 8491 (2012) estabelece que a análise deve ser feita em um período de no
mínimo 7 dias.
46
3.2.3 Água
A água utilizada foi obtida através da concessionária local já que esta atende a
parâmetros que possibilitam seu uso na confecção dos tijolos.
a) b)
Posteriormente à secagem, o resíduo foi peneirado nas peneiras #8 (2,36 mm) e #16
(1,18 mm), armazenando-se separadamente o material passante de ambas as frações
como indica a Figura 31.
49
a) b)
2,36 1,18
Balança;
Recipiente cilíndrico de material metálico com volume de 10,18 litros;
com material passante na peneira #8 (2,36 mm) e a segunda com material passante
na peneira #16 (1,18 mm).
CIMENTO RESÍDUO
2,36 mm
ÁGUA RESÍDUO
1,18 mm
Nesta etapa foram realizadas as moldagens dos tijolos utilizando a prensa manual. As
prescrições descritas pela NBR 8491 (2012) foram seguidas para a confecção dos
tijolos prensados.
Após a mistura dos materiais na betoneira, o conjunto foi peneirado com o intuito de
homogeneizar a mistura antes de colocá-la na prensa como indicado na Figura 39.
Em seguida, a mistura foi colocada na prensa onde foi efetuada a prensagem manual.
Os tijolos prontos foram retirados cuidadosamente da prensa e foram inicialmente
alocados próximo à prensagem. A Figura 40 mostra o tijolo recém produzido.
57
Para cada composição foram produzidos 10 tijolos, sendo 5 utilizados para o ensaio
de compressão simples (7 dias) e 5 para o ensaio de absorção de água (7 dias) que
posteriormente foram utilizados para o ensaio de compressão simples a 28 dias.
58
Foram moldados 10 tijolos para cada combinação sendo 5 deles selecionados para o
ensaio de resistência à compressão aos 7 dias e 5 para o ensaio de absorção de água
aos 7 dias, posteriormente os tijolos utilizados na absorção de água foram submetidos
ao ensaio de resistência à compressão aos 28 dias. Uma combinação foi feita com 4
tijolos para o ensaio de absorção de água (7 dias) e compressão simples aos 28 dias
devido à insuficiência de material logo 39 tijolos foram produzidos no total.
59
𝐹
𝑓𝑡 = (1)
𝑆
Onde:
ft: resistência à compressão simples, em megapascals (MPa);
F: carga de ruptura do corpo de prova, em newtons (N);
61
𝑚2 − 𝑚1
𝐴= × 100 (2)
𝑚1
Onde:
A: absorção de água em porcentagem (%);
m1: massa do corpo de prova seco em estufa, em gramas (g);
m2: massa do corpo de prova saturado, em gramas (g).
64
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a NBR 8491 (2012), para a resistência à compressão, a amostra não
poderá apresentar a média dos valores de resistência à compressão menor do que
2,0 MPa nem valor individual inferior a 1,7 MPa, com idade mínima de sete dias.
peneira 2,36 mm com traço de 1:10 pois o valor médio da resistência é menor do que
2,0 MPa e três valores individuais foram inferiores à 1,7 MPa. A combinação composta
por 40% passante na peneira de 1,18 mm e 60% passante na peneira 2,36 mm com
traço de 1:10 apresentou valor médio dentro dos padrões normativos, porém um dos
valores individuais foi inferior a 1,7 MPa, tal fato pode ter sido relacionado a uma
possível falha no processo de moldagem visto que todos os outros valores obtidos
foram acima de 2,0 MPa.
2,90
3
2,5
2,13 40/60 1:7
2 30/70 1:7
1,52
1,5 40/60 1:10
30/70 1:10
1
0,5
2,5
2,100
2 1,77 40/60 1:7
30/70 1:7
1,5
40/60 1:10
1 30/70 1:10
0,5
2,5
2,13 2,100
2
1,77
1,52
1,5
0,5
0
40/60 1:7 30/70 1:7 40/60 1:10 30/70 1:10
A NBR 8491 (2012) estabelece que para o ensaio de absorção de água, a amostra
não poderá apresentar a média dos valores de absorção de água maior do que 20%
nem valores individuais superiores a 22%, com idade mínima de sete dias.
A Tabela 10 exibe os valores de absorção de água dos tijolos na idade de 7 dias como
também os valores de desvio padrão e coeficiente de variação de cada combinação.
Todas as combinações atendem às exigências normativas. Observa-se que os valores
não variam consideravelmente independente da combinação.
73
40/60 1:7
Absorção (%)
15
30/70 1:7
40/60 1:10
10
30/70 1:10
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
______ NBR 7181: Versão Corrigida: Solo - análise granulométrica. Rio de Janeiro,
1984.
DE SOUZA, D. A. et al. Tijolo ecológico: visão geral e situação dos projetos em minas
gerais. Revista Ágora, [S.l.], v. 6, n. V, p. 10, jun. 2017.
79
CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO
Amostra: Resíduo passante na peneira 1,18 mm
Operador: Silvio, Bruna
Data: 06/06/2018
UMIDADE HIGROSCÓPICA
Cápsula 16 17 18
Peso da cápsula 15,08 15,28 14,94
Peso da cápsula + Solo úmido
50,91 53,52 58,14
(g)
Peso da cápsula + Solo seco
50,79 53,39 58,00
(g)
Umidade (%) 0,34 0,34 0,33
MASSA ESPECÍFICA
MASSA UNITÁRIA
Recipiente Vol Recipiente(l) Massa Amostra(kg) Massa recipiente Munitária(g/cm3)
1 10,18 12,15 1,54 1,19
2 10,18 12,28 1,54 1,21
3 10,18 12,34 1,54 1,21
Média 1,20
84
CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO
Amostra: Resíduo passante na peneira 2,36 mm
Operador: Silvio, Bruna
Data: 06/06/2018
UMIDADE HIGROSCÓPICA
Cápsula 1 2 3
Peso da cápsula 13,82 14,50 15,46
Peso da cápsula + Solo
69,43 56,49 61,68
úmido (g)
MASSA ESPECÍFICA
MASSA UNITÁRIA
Recipiente Vol Recipiente(l) Massa Amostra(kg) Massa recipiente Munitária(g/cm3)
1 10,18 12,58 1,54 1,23
2 10,18 12,63 1,54 1,24
3 10,18 12,47 1,54 1,22
Média 1,23
85
PENEIRAMENTO FINO
Resíduo retido Material que
Peneira Abertura(mm) Resíduo retido(g)
acumulado.(g) passa (%)
16 1,19 0,465 0,47 99,6%
30 0,59 23,162 23,63 80,2%
40 0,42 10,619 34,25 71,4%
80 0,177 12,035 46,28 61,3%
100 0,149 2,184 48,47 59,5%
200 0,074 4,807 53,27 55,5%
SEDIMENTAÇÃO
Temperatura Leitura Corrigida Altura da Diâmetro dos
Tempo Hora Leitura(g/cm3) % Que passa
(°C) (g/cm3) queda (cm) grãos (mm)
30 seg 08:10 25,0 1,0460 0,99710 8,51 67,27% 0,0556
1 min 08:11 25,0 1,0450 0,99710 8,72 65,88% 0,0398
2 min 08:12 25,0 1,0430 0,99710 9,15 63,10% 0,0288
4 min 08:14 25,0 1,0420 0,99710 8,40 61,71% 0,0195
8 min 08:18 25,0 1,0410 0,99710 8,61 60,32% 0,0140
15 min 08:25 25,0 1,0360 0,99710 9,69 53,37% 0,0108
30 min 08:40 25,0 1,0300 0,99710 10,98 45,03% 0,0081
1h 09:10 25,0 1,0220 0,99710 12,69 33,91% 0,0062
2h 10:10 25,0 1,0160 0,99710 13,98 25,57% 0,0046
4h 12:10 25,0 1,0130 0,99710 14,63 21,40% 0,0033
8h 16:10 25,0 1,0100 0,99710 15,27 17,23% 0,0024
24 h 08:10 25,0 1,0070 0,99710 15,92 13,06% 0,0014
86
PENEIRAMENTO FINO
Resíduo Resíduo retido Material que
Peneira Abertura(mm)
retido(g) acumulado.(g) passa (%)
16 1,19 0,203 0,20 99,8%
30 0,59 23,141 23,34 80,5%
40 0,42 8,011 31,36 73,8%
80 0,177 14,604 45,96 61,6%
100 0,149 2,223 48,18 59,7%
200 0,074 4,844 53,03 55,7%
SEDIMENTAÇÃO
Leitura Corrigida Altura da Diâmetro dos
Tempo Hora Temperatura (°C) Leitura(g/cm3) % Que passa
(g/cm3) queda (cm) grãos (mm)
30 seg 08:19 25,0 1,0420 0,99710 9,37 61,71% 0,0583
1 min 08:20 25,0 1,0410 0,99710 9,58 60,32% 0,0417
2 min 08:21 25,0 1,0390 0,99710 10,01 57,54% 0,0301
4 min 08:23 25,0 1,0370 0,99710 9,47 54,76% 0,0207
8 min 08:27 25,0 1,0250 0,99710 12,05 38,08% 0,0165
15 min 08:34 25,0 1,0050 0,99710 16,35 10,28% 0,0141
30 min 08:49 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,34% 0,0103
1h 09:19 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,34% 0,0073
2h 10:19 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,34% 0,0051
4h 12:19 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,34% 0,0036
8h 16:19 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,34% 0,0026
24 h 08:19 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,34% 0,0015
88
PENEIRAMENTO FINO
Resíduo Resíduo retido Material que
Peneira Abertura(mm)
retido(g) acumulado.(g) passa (%)
16 1,19 17,644 17,64 85,2%
30 0,59 24,713 42,36 64,6%
40 0,42 9,478 51,84 56,6%
80 0,177 11,053 62,89 47,4%
100 0,149 2,373 65,26 45,4%
200 0,074 6,153 71,41 40,3%
SEDIMENTAÇÃO
Leitura Corrigida Altura da Diâmetro dos
Tempo Hora Temperatura (°C) Leitura(g/cm3) % Que passa
(g/cm3) queda (cm) grãos (mm)
30 seg 07:47 25,0 1,0340 0,99710 11,09 51,44% 0,0647
1 min 07:48 25,0 1,0330 0,99710 11,30 50,02% 0,0462
2 min 07:49 25,0 1,0310 0,99710 11,73 47,20% 0,0333
4 min 07:51 25,0 1,0300 0,99710 10,98 45,78% 0,0228
8 min 07:55 25,0 1,0290 0,99710 11,19 44,37% 0,0163
15 min 08:02 25,0 1,0250 0,99710 12,05 38,72% 0,0123
30 min 08:17 25,0 1,0200 0,99710 13,12 31,65% 0,0091
1h 08:47 25,0 1,0140 0,99710 14,41 23,17% 0,0067
2h 09:47 25,0 1,0100 0,99710 15,27 17,52% 0,0049
4h 11:47 25,0 1,0080 0,99710 15,70 14,70% 0,0035
8h 15:47 25,0 1,0070 0,99710 15,92 13,28% 0,0025
24 h 07:47 25,0 1,0060 0,99710 16,13 11,87% 0,0015
90
PENEIRAMENTO FINO
Resíduo Resíduo retido Material que
Peneira Abertura(mm)
retido(g) acumulado.(g) passa (%)
16 1,19 13,579 13,58 88,6%
30 0,59 23,645 37,22 68,9%
40 0,42 6,621 43,85 63,3%
80 0,177 13,310 57,16 52,2%
100 0,149 2,426 59,58 50,2%
200 0,074 6,133 65,71 45,0%
SEDIMENTAÇÃO
Leitura Corrigida Altura da Diâmetro dos
Tempo Hora Temperatura (°C) Leitura(g/cm3) % Que passa
(g/cm3) queda (cm) grãos (mm)
30 seg 07:56 25,0 1,0340 0,99710 11,09 51,44% 0,0647
1 min 07:57 25,0 1,0330 0,99710 11,30 50,02% 0,0462
2 min 07:58 25,0 1,0300 0,99710 11,95 45,78% 0,0336
4 min 08:00 25,0 1,0240 0,99710 12,26 37,31% 0,0241
8 min 08:04 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,39% 0,0203
15 min 08:11 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,39% 0,0148
30 min 08:26 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,39% 0,0105
1h 08:56 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,39% 0,0074
2h 09:56 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,39% 0,0052
4h 11:56 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,39% 0,0037
8h 15:56 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,39% 0,0026
24 h 07:56 25,0 1,0000 0,99710 17,42 3,39% 0,0015
92