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Metodologia Científica
Cuiabá (MT)
Junho de 2018
A relação entre produção científica e sociedade tem sido, sob perspectiva
histórica, ambivalente, no sentido de que diferentes épocas valoram a ciência em graus
distintos e, no seio de um mesmo período diferentes abordagens, partindo de distintas e
muitas vezes antagônicas premissas filosóficas e interpretações fatuais, a qualificam de
modos diametralmente opostos. Soma-se a estas distinções a conceituação de ciência e
do que pode ou não ser considerado como tal, discussão sempre presente no ocidente, a
despeito de ter sido consideravelmente acentuada nas últimas quatro décadas como
consequência de interpretações ditas “pós-modernas”. Neste sentido, faz-se necessária
uma consideração histórica não apenas de como os cientistas pensam sobre sua atividade
e seus impactos sociais, mas, sobretudo, qual a importância que a sociedade tem atribuído
à prática científica. Para tanto, deve-se partir do pressuposto que a finalidade última da
ciência, mais do que satisfazer ambições e caprichos dos sábios, é possibilitar melhorias
na qualidade de vida e no bem-estar de todos.
Durante a Idade Média foi tônica a reação à inocuidade dos grandes progressos
técnicos da civilização romana, desprovidos de finalidade social e apropriados por uma
restrita classe de burocratas, comerciantes e exploradores fundiários, que, para manterem
permanentemente sua riqueza, necessitavam de continuada expansão territorial e
subjugação de povos “bárbaros” à custa da harmonia interna, ilusoriamente sustentada
pela política do “pão e circo”, a qual acabou por internalizar a barbárie na forma de
superstições e confrontos que terminaram por dissolver o Império.