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Adriano Sanchez Lauri


Andresa Juliana Sartorato

Fluidoterapia e Passes
Estudo Teórico e Prático sobre Fluidos e Passes no Espiritismo
Material Didático do Curso:
INICIAÇÃO AO CONHECIMENTO ESPÍRITA DO NASCE

Apostila Completa
Iniciação ao Conhecimento Espírita: Conhecendo o Espiritismo | Fluidoterapia e Passes |
Mediunidade
5ª edição – 05/2019.
Todos os direitos reservados, não permitida a reprodução total ou parcial sem consentimento escrito
do detentor dos diretos de copyright.
NASCE
Av. Afonso Zupardo, 215 | Jardim Leonor | Itatiba/SP
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doutrina.nasce@gmail.com

“Os fluidos salutares decorrentes da oração e do amor fraterno de todos nós,


anestesiar-lhes-ão os centros psíquicos, de alguma forma atenuando a aflição
que a golpeia continuamente. O Senhor não deseja a punição do infrator,
mas a sua reeducação com vitória sobre a infração”.
- Bezerra de Menezes

“A mediunidade curadora (...) é, por si só, toda uma ciência, por que se liga ao magnetismo e não só
abarca as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades (...) de obsessões. (...) Aí nada
queremos introduzir de pessoal e de hipotético, procedemos por via de experiência e de observação”
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-Allan Kardec
SUMÁRIO
Apresentação .................................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1 .................................................................................................................................................................... 7
Fluidos e Suas Propriedades.................................................................................................................................. 7
Propriedade dos Fluidos ........................................................................................................................................ 7
Ação dos Espíritos Sobre os Fluidos ..................................................................................................................... 8
Qualidade dos Fluidos ........................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2 .................................................................................................................................................................. 11
Noções de Curas Espíritas Através da Fluidoterapia ...................................................................................... 11
Água Fluidificada e Água Magnetizada ............................................................................................................ 12
Passe espírita.......................................................................................................................................................... 12
CAPÍTULO 3 .................................................................................................................................................................. 13
Saúde e Doença sob a Ótica Espírita................................................................................................................... 13
Origem Espiritual das Doenças ........................................................................................................................... 14
Doença como Consequência da Evolução Espiritual ....................................................................................... 14
Fatores de Prevenção das Doenças ..................................................................................................................... 15
CAPÍTULO 4 .................................................................................................................................................................. 17
Cura pela Ação Fluídica ....................................................................................................................................... 17
Efeitos Curadores dos Fluidos ............................................................................................................................ 18
Se Não Somos Curados ........................................................................................................................................ 19
A Cura passa Invariavelmente pelo Merecimento, pela Fé e pela Vontade de Deus .................................. 20
Gratidão à Deus pela Cura................................................................................................................................... 21
Prevenção de Nova Recaída ................................................................................................................................ 22
Cura Definitiva – Cura do Espírito ..................................................................................................................... 23
CAPÍTULO 5 .................................................................................................................................................................. 25
Atendimento aos Doentes na Casa Espírita ...................................................................................................... 25
Atendimento Fraterno .......................................................................................................................................... 25
Explanação Doutrinária ....................................................................................................................................... 26
Expositores do Tema Doutrinário ....................................................................................................................... 27
Atendentes e Auxiliares ....................................................................................................................................... 28
Dirigentes ............................................................................................................................................................... 28
Passistas .................................................................................................................................................................. 29
CAPÍTULO 6 .................................................................................................................................................................. 33
Formas de Fluidoterapia ...................................................................................................................................... 33
Passe ........................................................................................................................................................................ 33
Elementos Necessários para Aplicação do Passe .......................................................................................................... 33
Água Fluidificada.................................................................................................................................................. 34
Fluidificação Magnética ............................................................................................................................................... 35
Fluidificação Espiritual ................................................................................................................................................ 36
Fluidificação Mista ....................................................................................................................................................... 36
Ação da Água Fluidificada no Organismo ................................................................................................................... 36
Magnetização ......................................................................................................................................................... 36
Vibração à Distância ............................................................................................................................................. 37
Vibração Presencial ............................................................................................................................................... 37
CAPÍTULO 7 .................................................................................................................................................................. 39
Qualidades do Passista ......................................................................................................................................... 39
CAPÍTULO 8 .................................................................................................................................................................. 43
Centros de Força.................................................................................................................................................... 43
Coronário ................................................................................................................................................................. 44
Frontal ..................................................................................................................................................................... 45
4

Laríngeo ................................................................................................................................................................... 45
Cardíaco ................................................................................................................................................................... 45
Gástrico .................................................................................................................................................................... 46
Esplênico .................................................................................................................................................................. 46
Genésico ................................................................................................................................................................... 46
Umeral ..................................................................................................................................................................... 47
Influências dos centros vitais.............................................................................. Error! Bookmark not defined.
CAPÍTULO 9 .................................................................................................................................................................. 49
Objetivos do Passe ................................................................................................................................................ 49
Médium Passista, Trabalhador da Casa Espírita .............................................................................................. 50
Resultados Obtidos com a Terapia Fluídica ...................................................................................................... 55
CAPÍTULO 10 ................................................................................................................................................................ 57
Critérios de Aplicação do Passe .......................................................................................................................... 57
Utilização Consciente do Fluidoterapia ............................................................................................................. 58
Controle e limitação na aplicação do passe ....................................................................................................... 58
Como deve estar o Condições do Visitante paciente ....................................................................................... 59
Portadores de Doenças Contagiosas e Não Contagiosas ................................................................................. 59
Passes nas obsessões ............................................................................................................................................. 60
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................................................. 61
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APRESENTAÇÃO

A fluidoterapia, tão empregada nos centros e sociedades espíritas, deriva de uma


faculdade humana, como a própria mediunidade o é, quer pela imposição das mãos, quer
pela própria vontade dos envolvidos, recebedor e doador dos fluidos, quer ainda pela
possibilidade peculiar do perispírito em assimilar o Fluido Cósmico Universal, que é,
indubitavelmente, a terapia mais disponível pelo motivo mesmo de haver facilidade e
acessibilidade em aplicá-la, esteja onde estiver.
O próprio Allan Kardec, antes mesmo das suas pesquisas e estudos sistemáticos
objetivando a então Codificação Espírita, já havia tido contato com os estudos e vivenciado
as experiências do mesmerismo1, incluindo em “O Livro dos Espíritos” ás voltas de
afirmações sobre os fluidos, sobre sua atuação nos Espíritos e mesmo sobre ele,
prenunciando a realidade das interações fluídicas capazes de promover tais curas.
As dúvidas que porventura se insistam, podem ser derrubadas através do estudo
constante e aprofundado de tais técnicas e seus resultados: “Vão e anunciem que o Reino dos
Céus está próximo. Curem os doentes, deem vida aos mortos, purifiquem os leprosos e expulsem os
demônios. Deem de graça aquilo que de graça receberam” – Mateus 10:7-9. Jesus não lhes havia
dado o dom da cura e de proezas com toques milagrosos, mas sim, ensinando-lhes as
técnicas da manipulação fluídica e do magnetismo que era possuidor, que aqui, estudando
e aprofundando juntos no conhecimento de tais técnicas, podemos todos, com nossas
devidas qualidades pessoais “curar os doentes”.
No entanto, esse estudo necessita não somente de letras e palavras escritas, mas
também de um ambiente que permita, junto dos Espíritos que trabalham nesse intuito
(afinal sem eles não se consegue muita coisa), a inundação pacífica e esclarecedora da
palavra explanada, dita verbalmente, que possibilita o arrasto dos detritos mentais de todos
os presentes no ambiente destinado ao estudo, levando-nos a flutuar em direção à
Divindade que proporciona a alegria de partilhar o tesouro do conhecimento.
Permitir a ignorância é renegar a posse de um bem tão divino, que é o conhecimento,
por causa de um mísero punhado de brinquedos terrenos no qual o mundo está vasto.
Crentes inseguros, preocupados com a segurança externa, enquanto seus amargos
pensamentos é que criam cada vez mais cicatrizes e perigos.
O conhecimento providencia, junto da ordem divina, o nosso futuro mais sabiamente
que qualquer agência de seguros, e, que não seja só questão de crença, pois a atitude de
buscar conhecimento que se deve ter em qualquer âmbito é a de saber se é verdade.

Bons Conhecimentos!

Adriano Sanchez Lauri


Andresa Juliana Sartorato

1Franz Anton Mesmer, magnetizador francês e, dentre outros, desenvolvedor do mesmerismo que consiste
num método de aplicação terapêutica magnética com fins de cura.
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CAPÍTULO 1

Fluidos e Suas Propriedades


Há inúmeras definições para Fluido, mesmo dentro da filosofia espírita, e pode ser
entendido por exemplo, conforme cita André Luiz em “Evolução em Dois Mundos”, “O
fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador”.
O fluido penetra todas as coisas, sendo, ele mesmo, a razão ou a possibilidade de
todas as manifestações dos Espíritos em a erraticidade ou no ambiente material.
Fluido ou Fluido Cósmico Universal pode ser definido como a matéria prima, ou,
segundo Kardec em “A Gênese”, “matéria elementar primitiva” que os Espíritos se utilizam
para, em parceria como o Criador, co-criar em plano menor tudo que podemos auferir,
desde o mais intangível como o perispírito e a matéria pensante, quanto, por aglutinação e
reações diversas, todos os materiais simples e compostos da materialidade.
FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL: a base de tudo.

Ilustração artística de Fluido Cósmico Universal permeando o Universo

Propriedade dos Fluidos


Devemos compreender que não existem bons ou maus fluidos, mas sim o efeito que
o Espírito imprimi a este.
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Segundo “A Gênese”, Kardec define dois pontos: de ponderabilidade e de


imponderabilidade conforme citação: “fluido cósmico universal é, como já foi demonstrado, a
matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade
dos corpos da natureza. (cap. X.) Como princípio elementar do universo, ele assume dois estados
distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o
de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto
intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. mas, ainda aí, não há transição brusca,
porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis (os gases são exemplo desse fluido,
invisíveis, embora possam ser detectados e pesados) como termo médio entre os dois estados. (Cap. VI,
itens 10 e seguintes.) Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao
segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados
fenômenos materiais, são da alçada da ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos
espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos espíritos, cabem nas
atribuições do espiritismo”.
No estado intangível é o meio e através do qual todos os fenômenos espirituais e
psíquicos ocorrem, nesse estado é para os Espíritos a matéria prima sendo por eles
elaborado, manipulado e combinado em suas possíveis alterações de forma a produzir os
mais diversos efeitos. Devemos compreender que essas manipulações tomam efeito pela
atuação de Espíritos esclarecidos que, muitas das vezes, utilizam-se em esquema de parceira
inconsciente dos Espíritos ignorantes que não possuem condições, ainda, de manipulá-los e
mesmo agem de forma totalmente alheia ao fenômeno que produzem.
Os fluidos são matéria “quintenssenciada” que, conforme “O Livro dos Espíritos”,
questão n.27: “somente existem dois elementos no universo, o Espíritos imaterial e o fluido cósmico
e suas combinações, matéria.”
Todos os materiais tangíveis, aglomerações e manipulações desse fluido, assim que
tem cessada a atuação dos Espíritos sobre ele, retorna à sua condição inicial que é a
imponderabilidade.

Ação dos Espíritos Sobre os Fluidos


Fluido, portanto, é matéria que os Espíritos se utilizam e mesmo gravitam. É nele
que, por ação direta do pensamento, formam as mais diversas combinações e estados, uma
vez que, sobre a ação direta da mente ou Espírito, atua de forma incessante, compreendendo
ainda que não importa onde esse Espírito esteja, desencarnado ou não, atua no fluido,
podendo criar objetos que serão vistos por médium videntes, ou mesmo aparecerem com
formato de reencarnações passadas, bastando para tal que mentalize determinado momento
de sua história.
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Ilustração artística da ação mental dos Espíritos sobre os Fluidos

Ainda em “A Gênese”: “fluidos, o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o
som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som”, reverberando nele suas
vontades e seus padrões de progresso.

Qualidade dos Fluidos


"Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais” – A Gênese.
E, da mesma forma, os fluidos que envolvem ou são emitidos pelos bons Espíritos,
conforme sua evolução, são puros e salutares.
Os fluidos modificam-se conforme o meio que estejam inseridos adquirindo
propriedades mais ou menos duráveis, conforme o meio também o seja.
O períspirito, nos encarnados, irradia-se ao redor do corpo físico e o envolve em uma
espécie da atmosfera fluídica particular, concernente ao seu padrão vibracional.
“Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no
organismo, pela sua expansão, põe o espírito encarnado em relação mais direta com os espíritos livres
e também com os espíritos encarnados.” – A Gênese.
O contato de Espírito a Espírito via pensamento se dá através do fluido, ainda que
encarnado, durante a projeção ou expansão desse perispírito “trafegando” pelo fluido
cósmico, coloca-se em contato mais direto com os Espíritos à sua volta.
Por envolver e criar essa atmosfera, o Espírito, mesmo encarnado, conserva ao seu
redor os fluidos viciados que lhe caracterizam e que somente deixarão de existir
paulatinamente conforme progrida; por exteriorizar o pensamento do Espírito, imprime no
perispírito imagens e padrões de luminescência e cores que caracterizam seu estado atual,
de forma inalienável e que, por atuarem diretamente sob as células do corpo físico, ano após
ano, acabam por imprimir-lhes doenças físicas e todas as enfermidades conhecidas ou não.
“O pensamento, portanto, produz uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral, fato este
que só o espiritismo podia tornar compreensível. O homem o sente instintivamente, visto que procura
as reuniões homogêneas e simpáticas, onde sabe que pode haurir novas forças morais, podendo-se dizer
que, em tais reuniões, ele recupera as perdas fluídicas que sofre todos os dias pela irradiação do
pensamento, como recupera, por meio dos alimentos, as perdas do corpo material. (...) um pensamento
bondoso traz consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico, tanto quanto sobre o moral.” – A
10

Gênese. E isso reflete no perispírito, as qualidades da alma que, ao melhorá-la, criamos como
uma couraça que afasta as más influenciações.
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CAPÍTULO 2

Noções de Curas Espíritas Através da Fluidoterapia


Perispírito e corpo tem como origem comum o fluido universal, onde o perispírito
pode, segundo Kardec em “A Gênese”, "fornecer princípios reparadores ao corpo" desde que um
Espírito encarnado ou desencarnado, pela sua vontade, inocule "num corpo deteriorado uma
parte da substância do seu envoltório fluídico", envolvendo e alterando os tônus de cada
molécula doente tornando-a saudável.
A cura depende também da intenção e carga da vontade, entendendo por carga, o
foco mais ou menos direcionado, "que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica
provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido" – A Gênese.
E é óbvio que uma fonte impura funciona com antípoda desse princípio, promovendo
alterações desastrosas.
Os efeitos da ação fluídica podem ser lentos ou rápidos. Certas pessoas podem operar
curas instantâneas, por imposição das mãos ou mesmo só por sua própria vontade, o que é
raro em seu máximo grau.
“A ação fluídica depende então da qualidade dos fluidos como também de circunstâncias
especiais.” – Joel Matias, Boletim do GEAE n.435.
A ação magnética pode se dar de três maneiras:
a) Poderá ser produzida exclusivamente pelo próprio magnetizador,
dependendo de sua força e qualidade, ao que chamamos de passe anímico;
b) Poderá ser produzida pelos Espíritos, chamamos de passes espiritual,
produzido diretamente e sem intermediário promovendo, por exemplo: curas, sono
sonambúlico espontâneo, influência física ou moral qualquer;
c) Produzida por fluidos mistos, onde os Espíritos podem também combinar
seus fluidos com os do magnetizador, imprimindo-lhes qualidades especiais, promovendo
assim um magnetismo semi espiritual, servindo o magnetizador de veículo para aplicação
desses fluidos.
Esta última, a forma mais usualmente encontrada nos Centros e Instituições Espíritas.
Devemos compreender que, uma vez exista apenas um tipo de fluido passível de
alterações pela ação dos Espíritos, mesmo o que chamamos fluido magnético, nada mais é
que o fluido cósmico alterado por essa ação.
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Água Fluidificada e Água Magnetizada


A água fluidificada2, é aquela que recebe ação direta dos Espíritos que agregam, junto
com as suas moléculas simples, elementos de ordem espiritual que irão atuar no perispírito
dos adoentados e, consequentemente, em suas curas.
Segundo o Espírito denominado Dr.Fritz: “água fluidificada contém substâncias de Deus.
Falo assim para que entenda de forma simples, ja3?”.
A água magnetizada, é aquela que recebe alterações eletrolíticas4 através da ação
magnética do encarando, seja com ou sem imposição de mãos, uma vez que a magnetização
se dá através da vontade e do pensamento.
Ambas são terapias corrente em muitas casas e instituições espíritas. São também
objeto, enquanto magnetizada, de estudos acadêmicos e mesmo exposições fotográficas.
Seus efeitos já são comprovados desde a época de Mesmer e posteriormente pelos adeptos
do mesmerismo.
Mais sobre água fluidificada, vemos no Capítulo 6.

Passe espírita
O Passe nas casas e instituições espíritas pode vir a ser tanto magnético e anímico,
quanto o semi espiritual ou misto.
Entretanto, tanto um como o outro promove ação direta aos que á ele se submetem
pois sempre haverá a interferência e o concurso dos Espíritos especialistas nessa matéria
quando de suas utilizações.
Muito já se fez para acrescentar outras abordagens e enfoques tanto no estudo quanto
na otimização da aplicação dos passes, ao que diversos estudiosos trouxeram novas formas
de aplicação e de estudos, entretanto devemos saber escolher as que se aplicam ao
espiritismo e as que não.
Muitas dessas outras e novas formas de aplicação de passes provém de estudiosos
que não fazem parte do meio espírita e que inundam o tema de misticismos, de fórmulas e
gesticulações que não coadunam com a simplicidade exigida para o bom desempenho de
tal tarefa.
Não existem rituais muito menos forma especial ou melhor na aplicação da
fluidoterapia.

2 Chamar água fluidificada de água fluídica é pleonasmo.


3 Ja: sim em alemão.
4 Eletrolítico é quando ocorre a decomposição de corpos ionizados a partir da corrente elétrica, transformando

energia elétrica em energia química. Os corpos ionizados são denominados eletrólitos e podem ser ácidos,
bases ou sais.
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CAPÍTULO 3

Saúde e Doença sob a Ótica Espírita


"Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material
com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma
impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios
maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades." Allan Kardec,
Capítulo XIV, A Gênese.
Kardec refere-se aos fluidos sobre o perispírito dos encarnados, e deixa patente que
doença e saúde são efeitos naturais da interação entre o perispírito, suas ligações molécula
a molécula com o corpo físico, e o fluido e suas alterações provocadas pela mente ou
Espírito.

Em “O Livro dos Espíritos” encontramos: “851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da


vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são
predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio? A fatalidade existe unicamente pela
escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu
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para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado.
Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o
livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Ao vê-lo fraquear, um
bom Espírito pode vir-lhe em auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar-lhe a
vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe, exagerando aos seus olhos um perigo físico,
o poderá abalar e amedrontar. Nem por isso, entretanto, a vontade do Espírito encarnado deixa de se
conservar livre de quaisquer peias".
Por essa resposta, onde o Espírito de Verdade esclarece que “...A fatalidade existe
unicamente pela escolha que o Espírito fez (...) Falo das provas físicas...” demonstra que as doenças,
mais ou menos fatalidades, são escolhas do Espírito ao encarnar, e não, como preferem
muitos por “fatalidades” ou “sina”, ou ainda “castigo”, mas simplesmente escolha.
As doenças são efeito, e não uma causa em si, daí a possibilidade, em prazo mais ou
menos longo conforme o comprometimento do Espírito, de debelarem-se tais efeitos agindo
sobre as causas.
A OMS-Organização Mundial de Saúde considera que, saúde é o completo bem estar
físico, mental e social; doença é a falta ou a perturbação desse estado.
Sem desprezar nem contrariar as afirmativas da Ciência quanto aos fatores por ela
conhecidos que asseguram a saúde ou levam à enfermidade, o espiritismo levanta o aspecto
espiritual da questão, trazendo esclarecimentos importantes a este respeito.

Origem Espiritual das Doenças


Toda doença, pelo exposto acima, possui origem espiritual, seja como uma escolha
ou seja como uma condição a que o Espírito esteja atrelado em seus comprometimentos.
“As patologias de saúde clínicas, tanto físicas quanto psicológicas, invariavelmente passam
pelo Espírito e seu corpo sutil.” – Dr.Fritz
Segundo Emmanuel em “Leis de Amor”, “Mágoas, ressentimentos, desesperos, atritos e
irritações entretecem crises do pensamento, estabelecendo lesões mentais que culminam em processos
patológicos, no corpo e na alma, quando não se convertem, de pronto, em pábulo da loucura ou em
sombra da morte.” E, diante desse processo natural, efetivam-se as doenças em consonância
com as condições do Espírito acometido. Sendo assim, sentimentos ou estados de espírito
peculiares induzem, a prazo mais ou menos longo, o s desequilíbrios no corpo físico.
E ainda que aparentemente não seja o componente espiritual detectável de forma
fácil, ele sempre está presente nas alterações fisiológicas deletérias, bem como nas alterações
medicamentosas.

Doença como Consequência da Evolução Espiritual


As doenças são consequência do estágio evolutivo dos Espíritos do Planeta Terra.
Sabemos que a união dos Espíritos gera uma espécie de atmosfera no campo mais
materializado, ou seja, no mundo das formas, onde as doenças são possibilidades
constantes, cabendo a cada um afinar-se às ondas que lhe são peculiares e
consequentemente às cepas de vírus e bactérias que vibrem na mesma faixa de onda,
expondo-se a elas.
15

É claro que isso não é lei, mas consequência de nós mesmo, haja vista que muitos
reencarnam, passam pela vida sem quaisquer acometimentos maiores, e desencarnam
apenas pelo degenerar natural de seu corpo fisiológico.
Mas ainda assim, a grande massa de encarnados relaciona-se com o meio e permite
que esse interpenetre seus pontos de captação fluídicas deteriorando sua saúde.
“As doenças fazem parte das provas e vicissitudes da vida terrena são inerentes à grosseria da
nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e excessos de toda
ordem semeiam em nós gérmens malsãos, às vezes, hereditários.” – Allan Kardec, Capítulo XXVIII
de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Segundo nosso padrão evolutivo natural, nos envolvemos nas emanações fluídicas
que são a nossa atmosfera particular, imprimindo às moléculas do corpo físico nossa
emanação fluídica própria, o que nos aproxima ou afasta das doenças de forma direta.
Todos somos afeitos à influência do meio de forma mais ou menos direta, adoecendo
ou não em função dessa influência e nosso padrão vibracional.
“Espíritos tutelares promovem a inoculação de vírus massivos nas malhas sociais que atingem
grupos de Espíritos específicos, pois que estes respondem a essa determinada emanação mental. (...)
Nós da espiritualidade, enxergamos pontos negros de vibração fluídica no planeta Terra que são os
pensamento de Espíritos manipulando o Fluido Cósmico Universal de forma deletéria, e esses mesmos
Espíritos é que são atingidos por essas novas cepas de vírus. (...) Entretanto, tudo isso acontece, em
primeiro lugar, visando o indivíduo, o Espírito infinito e imortal, porque ele simplesmente vai
desencarnar e perder um corpo, mas Ele, não morre, (...) é necessário viver a experiência de forma
indelével do quanto é importante a reencarnação.” – Dr.Fritz.
Se o Espiritismo nos aponta a certeza de que as doenças trazem em si componentes
espirituais como origem, também nos mostra os caminhos necessários para nos isentarmos,
tanto quanto possível, desses efeitos danosos.

Fatores de Prevenção das Doenças


Para nos prevenir das doenças e enfermidades, além de cuidar do corpo como
preconiza a medicina e a nutrição de forma geral, devemos cultivar os bons pensamentos,
as boas qualidades, pensamentos e sentimentos, compreendendo que a máxima romana
“Mens sana in Corpore sano” refere-se justamente a isso, mente ou Espírito devem andar em
parceria com o corpo, tendendo ao equilíbrio e à harmonização.
A alimentação saudável e a prática de atividades físicas que contribuam para o
equilíbrio da “máquina” humana, além de atitudes de bem-estar geral, são o caminho para
a saúde.
Mas, em consonância com a resposta do Espírito de Verdade à questão n.851 grafada
anteriormente, algumas doenças são escolhas que nós mesmo fazemos diante de
possibilidades de exercício de valores nobres, e, nestes casos, mesmo com todos cuidados,
a doença se instala de forma inapelável. Devemos então nos permitir ceder à lição e encará-
la como um alerta e possibilidade de progresso, em função de desajustes a que nos
expusemos em passado, recente ou não.
16

Ainda que de escolha própria, a Lei de Conservação5 nos empurra à tentativa de sanar
o desarranjo a que fomos levados, e devemos procurar todas as possíveis alternativas da
medicina para melhorar nosso estado geral. E se, ainda assim não conseguirmos debelar a
enfermidade, utilizemos nossas forças para entender onde devemos modificar para melhor
nosso comportamento, apliquemo-nos ao bom emprego de nossas potencialidades e
possibilidades de ação, objetivando manter ainda o equilíbrio e a harmonia nos demais
órgãos ainda não afetados e iniciar o processo natural de progresso que tende à
harmonização.

5 Vide em “O Livro dos Espíritos”, Capítulo V da Parte Terceira.


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CAPÍTULO 4

Cura pela Ação Fluídica


A natureza do perispírito e do corpo físico é a mesma, conforme visto anteriormente,
daí a possibilidade de a cura efetivar-se pela ação dos fluidos.
Toda cura obtida com componente espiritual é efetivada pela ação do fluido, seja
promovida numa casa espírita, seja promovida em qualquer outro local junto a benzedeiras
ou curandeiros etc., pois que só existe nesse meio ao qual nos sujeitamos, o Fluido Cósmico
Universal.
Nas casas espíritas a utilização da água fluidificada, do passe, das mentalizações e
vibrações por via mediúnica, ou mesmo por uma simples oração, processa-se da mesma
forma: Fluido Cósmico Universal
Dessa forma, o agente da cura é sempre um Espírito, seja encarnado ou
desencarnado, pois todos possuímos no perispírito um reservatório de fluidos que, além de
os absorver e manipular do ambiente onde estejamos, podemos emaná-los para outrem, no
qual, quando benfazejos, promovem o bem-estar e muita das vezes a cura, como um agente
terapêutico.
A fluidoterapia pode ser desenvolvida por exercício, e é bem comum que isso ocorra
quando mantendo-se certas prescrições de disciplina, humildade, harmonia e boa vontade
com a mente focada na ação dos fluidos, elevando os próprios sentimentos de amor, no qual
a prece deve ser companheira inseparável durante todo o processo. Maiores detalhes
veremos no Capítulo 7 a seguir em “Qualidades do Passista” que, estando saudável e
equilibrado, qualquer indivíduo poderá beneficiar e aliviar os enfermos utilizando-se
quaisquer das possibilidades da fluidoterapia.
Já a mediunidade de cura, qualidade mediúnica rara e espontânea que pode ser
aprimorada e jamais ensinada, não tem relação direta com a fluidoterapia, exceto que se
processa pelas mesmas vias, onde o médium de cura age pelo simples contato, pela
imposição das mãos, olhar, gesto, mesmo sem o concurso de qualquer medicamento ou
intervenção: “curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau
máximo se deve considerar excepcional” – A Gênese.
O primeiro atributo necessário a que se efetive a cura pelos passes é a Fé daquele que
doa e invariavelmente daquele que recebe. Sem a Fé, nada se obter, motivo pelo qual Jesus
diversas vezes disse “Se tiverdes Fé”, ou ainda “A tua Fé te curou.”
18

O segundo atributo indispensável é a qualidade do fluido no processo da cura, que


deve estar em razão direta ás qualidades morais e da pureza das intenções do passista, da
vontade dele, transformada em foco total de suas atenções sobre o assistido. Tudo isso se
passa pelo pensamento direto do passista que opera os fluidos.

Efeitos Curadores dos Fluidos


Os fluidos atuam pelas suas propriedades, desde o espectro oculto às percepções, até
as percepções encarnadas, ou seja, no ambiente do perispírito até no corpo denso, quando
atinge a sua ponderabilidade, como segue:
a) Fluidos do espectro oculto ou do ambiente do perispírito, utilizados na fluidoterapia
espírita e convencional, demandam tempo e às vezes sessões repetidas apara que se
evidenciem em resultados no corpo somático, uma vez que atua no perispírito que, quando
restabelecido refletirá em cura fisiológica;
b) Fluidos de percepção encarnada ou do corpo denso, por atuarem diretamente no
corpo físico promovidas especificamente nas reuniões de efeitos físicos, ou mesmo nas
reuniões de atendimento para cirurgias espirituais, alteram suas composições
desmaterializando anomalias, ou, materializando elementos regenerativos produzindo
efeitos mais ou menos imediatos.

Ilustração artística - Irradiação fluidica na cura

Segundo a “Revista Espírita” de 1866, Kardec esclarece: “sendo esta faculdade fundada
em Leis Naturais6, tem limites traçados por essas mesmas leis. Compreende-se que a ação fluídica
possa dar sensibilidade a um órgão existente, fazer dissolver e desaparecer um obstáculo ao movimento
e à percepção, cicatrizar uma ferida, porque, então, o fluido se torna um verdadeiro agente terapêutico;
mas é evidente que não pode remediar a ausência ou a destruição de um órgão (...) Há, pois, doenças

6 Vide em “O Livro dos Espíritos”, Capítulo V da Parte Terceira.


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incuráveis por natureza, e seria ilusão crer que a mediunidade curadora fosse livrar a Humanidade
de todas as suas enfermidades.”
Pode ocorrer que um passista ou médium curador, ao magnetizar, não cure todas as
doenças, pois, conforme a “Revista Espírita” de 1865, Kardec afirma que “não há médiuns
curadores universais", uma vez que os fluidos refletem as qualidades do médium, e, os fluidos
de cada médium poderão servir para esta ou aquela afecção orgânica, porém, não para
todas.
Quanto às doenças, existem também aquelas que não podem ser curadas, quer por
serem escolhas do Espírito reencarnante, quer por que não satisfazerem algumas condições
para a cura como as já citadas.
Daqui para baixo eu entendo que caberiam sim no parágrafo do texto, acima....
Ocorre de, às vezes, o bem do enfermo estar em continuar sofrendo aquela dor ou
limitação que o reajusta e o equilibra espiritualmente.
Sendo assim, a maioria acredita que as preces não foram ouvidas, no entanto, a prece
sempre terá produzido algum benefício, seja em alívio, conforto, calma, coragem ou
dignidade.
Toda doença é uma terapêutica da alma dentro do mecanismo da evolução humana.
É a filtragem, no corpo, dos efeitos prejudiciais dos desequilíbrios espirituais.
Funciona, também, como processo que induz à reflexão e disciplina que, enquanto
não produziu seus efeitos benéficos, não deve ser suprimida.
De todos os enfermos que o procuravam, Jesus curou somente aqueles em quem os
efeitos purificadores das enfermidades já haviam atingido seu objetivo reequilibrante, ou,
aqueles que já apresentavam condições para receberem esse auxílio no corpo físico.

Entendo que as observações abaixo não cabem nessa citação, afinal tratamos aqui das
doenças NÃO curáveis pelos meios espirituais, e as citações abaixo referem-se justamente
as passíveis de cura, melhor realocar ou criar novo parágrafo que englobe as afirmativas
abaixo grifadas.

até as a seguir:
a) Fé e afinidade fluídica que consiste em possuir condições de atração e fixação dos
fluidos curadores por parte de quem irá recebê-los;
b) Merecimento ou necessidade espiritual do enfermo;
c) Necessidade do enfermo em continuar com sua existência, onde, suas tarefas a seu
cargo exigem boa saúde, então aí, a cura poderá ocorrer em qualquer tempo e lugar, até
mesmo sem intermediários aparentemente visíveis (nestes casos a ajuda espiritual sempre
terá havido).

Se Não Somos Curados


Cada um recebe da Lei Divina conforme o seu merecimento e a sua fé.
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“Se, porém, malgrado os nossos esforços, não o conseguirmos, devemos suportar com
resignação os nossos passageiros males.” – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo
XXVIII.
“Lembremo-nos, no entanto, de que lesões e chagas, frustrações e defeitos, em nossa forma
externa, são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus.” – Emmanuel em
“Seara dos Médiuns”.

A Cura passa Invariavelmente pelo Merecimento, pela Fé e pela Vontade de


Deus
A frase “A cura passa invariavelmente pelo merecimento, pela fé e pela vontade de Deus” é
cunhada pelo Espírito denominado Dr.Fritz. E ainda ele: “tem que ser compreendida em sua
profundidade do contexto da cura daquele que faz e daquele que recebe.
Merecimento é, através da experiência que cada um possui, no acúmulo de capacidade de
viver, capacidade de suplantar a dificuldade, capacidade de crescimento e progresso em função das
experiências múltiplas que vive no corpo físico. (...). O merecimento não se prende só na vida presente
da forma como ele está vivendo a patologia que o acomete, mas de todo o trabalho feito nas várias
reencarnações que culminaram nessa, como o momento ideal para a absorção do merecimento em favor
próprio. (...) O merecimento não é moeda de troca amealhado em cada momento, são os ganhos de
progresso. O merecimento não são as experiências vividas simplesmente de continuidade, isso são
ferramentas para a geração de progresso. O merecimento é a capacidade individual do ser, de guardar
parte disso para ele como uma espécie de poupança que, se eu guardo para mim, Espírito, dentro das
experiências que eu vivo que, em questões de moralidades, de virtudes, fazem valer para mim mesmo.
Aí, o indivíduo consegue, com um pingo de esforço próprio, afinal poderia ser muito maior que isso,
amealhar, em diversas encarnações, experiências após experiências, numa espécie de “poupança” de
merecimento que possa ajudá-lo num momento de precisão, e se não tiver esse momento de precisão,
que seja guardado para um outro momento maior à frente, porquanto não se perde essa benesse divina
guardada em favor próprio, fica disponível para uso imediato quando necessário. O trabalho de cada
Espírito, seja através do instante da encarnação, onde ele invariavelmente sofre o assédio do meio, e
desde então ele tem que relacionar-se com esse meio, é aí, nesse trabalho de relação que ele ganha
virtudes. Consequentemente, merecimento, que também vale para o Espírito na erraticidade, no
trabalho que ele faz em favor dos outros encarnados, companheiros ou não, criando uma experiência
coadjuvante com o indivíduo encarnado para auxílio dele, para orientação e etc., criando pequenos
lastros de merecimento em menor monta para esses Espíritos. Merecimento ganho não se desgasta
jamais. O merecimento se impõe, e o meio favorece, e não se usa-o como moeda, mas é esse merecimento
que abre o caminho das casas espíritas aos que sofrem, principalmente doenças físicas, mas também
as emocionais. E esses indivíduos só logram êxito em seus tratamentos porque possuem esse
merecimento. Mas apenas o merecimento não resolve tudo, é necessário o quesito da fé.
Fé é a certeza inabalável de que Deus não abandona ninguém. É a certeza inabalável de que
quando eu for procurar um lenitivo para os meus sofrimentos, sejam quais forem, mesmo com a
“poupança” cheia de merecimento, eu chegarei lá e saberei que Deus fará o melhor para mim, seja lá
o que for. Fé é isso. Fé é compreender que todas as experiências que estou vivendo, boas ou não tão
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boas, são imanentes do próprio Criador, e em função disso, agradecer a cada uma delas. Fé é se
locomover à busca da sua cura, não para ter uma vida de longevidade, mas para compreender o
processo em que se está passando, pois é um processo espiritual, embora pareça físico, é um processo
de depuração de virtudes, embora pareça a destruição de órgãos. É um processo de alavanca de
crescimento para você, enquanto Espírito, porque você já se encontra com o merecimento de viver
isso, de enfrentar uma aparente destruição, que é a doença, e conseguir transmutar a experiência em
crescimento, em vida, e não em destruição.
Por isso o merecimento é atrelado à fé para realizar tudo. Mas só os dois elementos
não bastam, porque quando falamos em “a vontade de Deus” estamos colocando todos esses
dois importantes meios de realização do Espírito numa única balança que pode pender para um lado
ou para o outro, por conhecer-nos muito mais do que nós mesmos, as Leis do Criador. Então, todo
aquele conhecimento que tenho, toda a dor que estou vivendo, todo o merecimento de que sou portador,
colocamos na “balança” do Criador, nas Leis Dele. E em confronto com essas Leis, avaliando item a
item dos pré-requisitos carregados de merecimento e fé, se obtém uma equação muito simples que dá
um ou outro resultado: a) ainda não aprendi, preciso viver mais, a cura não vai se efetivar mesmo com
o meu merecimento e mesmo com a minha fé inabalável; b) aprendi o suficiente, e, já que eu tenho o
merecimento para aprender e usufruir desse aprendizado, já que eu tenho a fé necessária para saber
que Deus me faz o melhor, eu vou lograr sim, a partir de agora, a cura. Se não há essa equação, no
instante precípuo do atendimento do Espírito a uma pessoa doente, não se logra êxito nem nada. O
indivíduo que acha que ele fez alguma coisa, o indivíduo que acha que ele, doente, sofreu o suficiente
e por isso tem a fé necessária e será curado, já de antemão se descredenciou na possibilidade da cura,
tanto o paciente quanto aquele que trabalha.”

Gratidão à Deus pela Cura


Procuremos entender que a cura deve-se sempre à intercessão de Deus em nossos
passos que, quando obtida, nada mais natural que não olvidemos de lhe agradecer como
bom filho, através de orações e atos benevolentes, ainda porque, segundo as lições de Jesus
“não peques mais para que não te sobrevenha mal maior” – João 5:14.
"Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove?” – Lucas 17:17. Nesta
passagem do Evangelho de Lucas, Jesus havia curado um grupo de dez leprosos e apenas
um retornou para agradecer. Mas Jesus não fazia questão do agradecimento pessoal, porém
quis ensinar:
a) A cura sempre representa uma concessão da misericórdia divina, que permite recebamos
de outrem, recurso para nos refazer e sair de situação dolorosa e prejudicial a que nos
colocamos;
b) Quem é curado precisa reconhecer isso e ser grato à Deus. através daquele que se fez
intermediário dessa bênção.(isso pode remeter a idolatria, melhor retirar)
Não prestar gratidão pela cura alcançada, revela que o indivíduo não entendeu o
quanto lhe foi concedido e, provavelmente, não saberá valorizar nem conservar a bênção
recebida.
Tal falta de gratidão ante a cura física revela que o indivíduo ainda não alcançou a
cura mais importante e definitiva: a do Espírito.
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Prevenção de Nova Recaída


Segundo Evangelho de João: “(...) havia em Jerusalém, próximo à porta das ovelhas, um
tanque, chamado em hebreu Betesda, com cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos,
cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água. Porquanto um anjo descia em certo
tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, se curava
de qualquer enfermidade que tivesse. E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava
enfermo. E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe:
Queres a cura? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é
agitada, me desça até o tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Jesus disse-lhe:
Levanta-te, toma o teu leito, e anda. Logo aquele homem curou-se; e tomou o seu leito, e andava. (...)
Depois, Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás curado; vá e não peques mais, para
que não te suceda alguma coisa pior.” - Jesus

“Jesus cura os enfermos” - Ilustração de Carl Bloch, pintor dinamarquês, 1834-1890

Restabelecido o equilíbrio fluídico, é preciso que o indivíduo o mantenha pelos bons


pensamentos, sentimentos e atos, que em não sendo assim, poderá ele, gerar novas lesões
orgânicas ou predisposição para enfermidades outras.
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A cura do corpo só se consolidará em caráter mais duradouro se corrigirmos nossas


atuais condições materiais e espirituais, que geraram a enfermidade. Mesmo assim, será
uma cura temporária, porque o corpo não dura para sempre e, um dia, todos iremos
desencarnar.

Cura Definitiva – Cura do Espírito


“Vão e anunciem que o Reino dos Céus está próximo. Curem os doentes, deem vida aos mortos,
purifiquem os leprosos e expulsem os demônios. Deem de graça aquilo que de graça receberam” –
Mateus 10:7-9. Jesus pedia aos seus discípulos “curai os enfermos”, mas antes “anunciem
que o Reino de Deus está próximo”, e que não apenas curassem corpos mas orientassem os
enfermos para o entendimento e cumprimento das Leis de Deus, afinal a verdadeira cura, a
do Espírito, não se dá apenas pela eliminação dos sintomas da doença física, a qual é tão
somente uma consequência. A verdadeira saúde é o equilíbrio e a paz que, em Espírito,
soubermos manter onde, quando, como e com quem estivermos. E só depende de nosso
ajuste espiritual às leis divinas.
Uma das maneiras é a Reforma Íntima, não como espécie de caderneta exigida em
certos grupos religiosos ou não, mas a reforma de se esforçar para o bem, com o cultivo da
fé, do estudo, da oração e da fraternidade. Esse, o maior preventivo de enfermidades e o
melhor fator de segurança para o nosso bem-estar: “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis
na fé; provai-vos a vós mesmos.” - Paulo. (II Coríntios, 13:5.)
Empenhemo-nos em curar males físicos, se possível, mas, lembremos, porém, que o
espiritismo é alavanca para a cura, sobretudo, das moléstias morais. Não queiramos dar
maior importância à cura dos corpos do que ao fim principal do Espiritismo, que é "tornar
melhores aqueles que o compreendem" – Kardec em “Revista Espírita” de 1859.
Com a cura física, talvez o indivíduo se afirme na fé e desperte para o bem.
Às vezes, porém, assim que se vê curado, se atira de novo ao desregramento,
voltando a se prejudicar. Mas quem aprende que precisa se aprimorar espiritualmente e
nisso se empenha, quer alcance ou não a cura do corpo, encontrará o caminho para a cura
verdadeira e duradoura, a manutenção do equilíbrio em seu espírito, o seu "eu" imortal.
"Muitas vezes Jesus aplicou a terapia para diminuir as mazelas humanas, contudo, sempre
dizendo aos recém curados: vai e não voltes a pecar, isto é, não se comprometa moral e
emocionalmente, para que não lhe aconteça algo pior. Só existe doenças porque há doentes. No instante
em que se renove interiormente, o indivíduo não terá mais doenças. Libertamo-nos de uma doença,
sendo acometidos por outra, em virtude dos fenômenos cármicos, por nossas dívidas. O Espiritismo
tem sido mais um consultório para atender corpos do que uma Doutrina de psicoterapia para libertar
almas: não que isso seja negativo, mas não é fundamental. O médium curador é um indivíduo que
possui uma energia típica podendo trabalhar nas células, fazendo com que a pessoa recupere o
equilíbrio momentaneamente perdido. Poderá atuar no campo da degenerescência celular, contribuir
na área psicológica, psiquiátrica, tendo como fundamento essencial trabalhar o ser como indivíduo
integral, para, em se transformando, não ter necessidade de depurar-se através da dor e, ao contrário
de sofrer, amar. As dívidas que tenha, resgatará pelo bem que realize e, não, pelas lágrimas que verta."
- Divaldo P. Franco.
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CAPÍTULO 5

Atendimento aos Doentes na Casa Espírita


“Indiscutivelmente não prescindimos do coração nobre e da mente pura no exercício do amor,
da humildade e da fé viva, para que os raios do poder divino encontrem acesso e passagem por nós, em
benefício dos outros. Para a sustentação de um serviço metódico de cura, isso é indispensável – Áulus”
– André Luiz em “Domínios da Mediunidade.
A assertiva de Áulus, acima, deixa patente a postura e a forma que o trabalho de
atendimento aos doentes, desde a recepção, passes, até o atendimento efetivo, deve ser
conduzido para objetivar-se a cura ou alívio dos que procuram a casa ou instituição espírita.
É a convergência de pensamentos para um determinado fim. E essa convergência
pressupõe a eliminação de todos os pensamentos que não sejam convenientes aos fins
desejados, que consistem em abstração ou esquecimento dos problemas comuns que
perturbam a vida íntima daquele que se propõe a trabalhar em favor de outrem.
A reunião de atendimento depende em muito do ambiente formado por todos os
componentes do grupo.
“Através do exercício dos bons pensamentos e da elevação dos sentimentos, o ambiente se
satura de elementos espirituais que favorecem o intercâmbio. Sem o preparo devido que deve começar
desde a manhã, evitando-se emoções violentas, atritos, desequilíbrios físicos e espirituais; sem o bom
hábito de leituras sadias e o exercício dos bons sentimentos, dificilmente a pessoa, durante a sessão,
terá tranquilidade suficiente para se dedicar tão somente aos fins elevados da sessão.” - “Apostila
de Passes” - GABL disponível em: http://www.atualpa.org.br/dowload
Para obter um resultado edificante e mensurável, o atendimento de cura através da
fluidoterapia ou mediunidade de cura nas casas ou instituições espíritas, certos detalhes
importantes e necessários devem ser atendidos, pois são eles que possibilitarão tomadas de
decisões quanto alterações no processo como um todo.

Atendimento Fraterno
Também encarado ou designado por entrevista, visa que aquele que procure a casa
possa receber orientação quanto aos tratamentos e formas que se efetivem, conforme a
orientação de cada casa. Independente dos tratamentos e formas de abordagem, entretanto,
alguns passos sempre deverão existir no mínimo. Manter, pois em algumas casas espíritas
assume esse nome e essas características
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No NASCE, o atendimento fraterno se inicia desde a recepção do visitante adoentado ou


não, sozinho ou junto de seus familiares ou acompanhantes, sem nenhuma afetação ou
exageros no quesito de cumprimento ou delongas na recepção, ainda que sejam conhecidos
antigos, uma vez que todo atendimento deva ser padronizado não gerando espécie alguma
de diferenciação a quem quer que seja.
Na abordagem do recepcionista, surgindo a necessidade de promover breve
explicação ao visitante referente as atividades promovidas na casa ou instituição espírita
naquele específico dia, deverá ele objetivar essa tarefa da maneira mais sucinta possível não
atrapalhando o andamento da recepção dos demais visitantes e enfermos. Dependendo das
diretrizes de cada casa ou instituição espírita, e, dependendo da atividade promovida em
sua agenda, há necessidade de haver mais de um trabalhador nesse posto de recepção,
justamente para que a “fila” de visitantes não empaque por causa dessa explicação.
Dependendo também das diretrizes de cada casa ou instituição, há a explanação da
finalidade de atendimento promovida naquele dia, logo em seguida da entrada dos
visitantes no recinto sanando porventura dúvidas de maneira mais generalizada.
Toda essa abordagem receptiva já deve ser, por si só, um atendimento fraterno, para,
em seguimento das atividades igualmente fraternas, serem encaminhados para receber sua
fluidoterapia através da explanação doutrinária, dos passes e do atendimento com
abordagem física ou emocional com Espíritos propriamente dito.
Quanto ao passe, foco de nosso estudo, caso questionado de como se processa, deve-
se apenas explicá-lo sucintamente que funciona como um passe de harmonização, sem
deixar a falsa ideia ao visitante de que o passe tem o fim necessariamente da cura.
Em suma, o atendimento fraterno em toda casa ou instituição espírita deve ser
estabelecido desde a entrada no visitante até a saída do mesmo, co-criando junto dos
Espíritos o ambiente acolhedor e harmonioso do qual o visitante busca para que sinta-se
bem.

Explanação Doutrinária
A explanação doutrinária que, dentro das casas ou instituições espíritas pautadas na
égide dos Espíritos trabalhadores da Senda do Progresso, promovem em absolutamente
todas as reuniões públicas de atendimento físicos, emocionais ou de assistência social, essa
terapia utilizada como coadjuvante nos tratamentos de fluidoterapia: Explanação
Doutrinária. É, pois, pela repetição de valores nobres e pelas formulações que indicam à
necessidade da reforma íntima, que suscitam nos frequentadores de forma gradativa e
constante, alterações sobre o foco da vida e mesmo mudanças comportamentais e de
posturas que redundem em possibilidade de cura.
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Ilustração http://luzdoespiritismo.com (projeto conhecer, sentir, viver Kardec)

“Uma assembléia é um foco de irradiação de pensamentos diversos. mas, do mesmo modo que
há radiações sonoras, harmoniosas ou dissonantes, também há pensamentos harmônicos ou
discordantes. se o conjunto é harmonioso, agradável é a impressão; penosa, se aquele é discordante.
ora, para isso, não se faz mister que o pensamento se exteriorize por palavras; quer ele se externe, quer
não, a irradiação existe sempre.” – A Gênese

“As entidades vampirizantes operam contra eles, “A palavra desempenha significativo papel nas
muitas vezes evolvendo-lhes, os ouvintes, em fluidos construções do espírito. Sermões e conferências de
entorpecentes, conduzindo esses últimos ao sono sacerdotes e doutrinadores, em variados setores da fé,
provocado, para que se lhes adie a renovação. – Áulus” sempre que inspirados no Infinito Bem, guardam o
– Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz objetivo da elevação moral. – Áulus” – Nos Domínios
da Mediunidade, André Luiz

Expositores do Tema Doutrinário


Ainda no circuito do Atendimento Fraterno, os trabalhadores que se propõem a
exporem o tema doutrinário, devem promover o bem estar geral através das palavras e
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emanações, que em se utilizando da explanação doutrinária para ressaltar pontos


necessários da reforma íntima de todos, sendo necessários algumas vezes certas abordagens
mais incisivas em função de perguntas com tendência a desestabilizar a reunião, ainda assim
é necessário que o expositor se mantenha em atitude fraterna com a voz em tom calmo,
embora clara e audível e parcimônia na conversação antes e depois da explanação, não
permitindo que nenhuma emanação porventura danosa estremeça sua atitude e postura
fraternal, calando assim qualquer teor de desiquilíbrio da finalidade da reunião e da
fluidoterapia em si.
Ao expositor cabe, em absoluto, evitar ressaltar suas conquistas em função de valores
adquiridos diante de eventuais provas ou expiações que possa ter vivenciado, entendendo
que as experiências são de caráter individual e não valem como padrões de posturas a quem
quer que seja.
É deveras aconselhável que o expositor busque possuir, cada vez mais, técnicas de
oratória e explanações públicas e que objetivem de fato a assimilação das lições abordadas
em cada reunião de atendimento.

Atendentes e Auxiliares
Todos os atendentes e auxiliares, das diversas atividades, e durante toda a reunião
de atendimento público, desde a recepção de cada visitante, ao convite e acolhida ao passe,
e mesmo nos atendimentos diversos de saúde física ou emocional existentes na casa ou
instituição espírita, necessitam manter indispensável oração e silêncio constantes, atitude
reservada e digna, pois que estamos nos utilizando do concurso de Emissários de Deus nas
mais diversas tarefas, e que, justamente por isso, devem receber nosso respeito e diligencia
irrestrita.
Desnecessário barulhos, ruídos em demasia, arrastar cadeiras ou móveis, vozerio
alto, discussões fora do propósito da reunião e dos atendimentos, críticas vazias, e mesmo
que sejam válidas, no momento do trabalho o foco tem que ser apenas ao atendimento. Cada
casa ou instituição espírita, desde que estruturada em organização e disciplina, possuem
reuniões ou momentos específicos para sugestões ou críticas com tendência ao
melhoramento da mesma.
Todos os atendentes e auxiliares necessitam zelar pelo bom andamento da casa ou
instituição espírita e dar o exemplo, principalmente em não manter conversas durante as
explanações doutrinárias, muito menos fofocas, armar grupinhos ou rodas de conversas
alheias á tarefas planejadas para o momento da reunião de atendimento. Que sejam essas
evitadas e mesmo combatidas a todo custo, entendendo que podemos estar sob
influenciação de assédios que tentam, utilizando-se de nós, desestabilizar a harmonia
necessária aos trabalhos em andamento.

Dirigentes
Os Dirigentes de uma casa ou instituição espírita pautadas na organização e
disciplina, devem se comportar como elementos responsáveis pela manutenção da ordem,
sem deixar de preservar também sua faculdade de medianeiro intuitivo dos Espíritos do
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trabalho na casa, compreendendo que o posto de dirigente de uma reunião de atendimento


é intuído para o bom andamento dos trabalhos. Com isso, devem manter-se em silêncio,
focado no desenrolar das atividades e exercendo sua influenciação de forma branda e
pacífica, eximindo-se de qualquer atrito e fazendo-se cumprir de maneira austera e clara,
corrigindo desvios e exortando a todos para que permaneçam de forma positiva em
qualquer dos postos de trabalhos necessários à realização dos atendimentos.
Em suma, o dirigente é o elemento que preenche o posto de “braço direito” do
Espírito trabalhador que lida, através de um médium, em contato direto com cada visitante
que procura o atendimento.

Passistas
Os passistas são os que ocupam o posto de aplicação dos passes, e não
necessariamente necessitam ser médiuns ostensivos. E, embora os passistas sejam tidos no
meio espiritualista, erroneamente como médiuns pelo fato de aplicarem a fluidoterapia
mista, os que assim chamam passistas de médiuns carecem de estudos mais atentos e
interpretação mais apurada da codificação e também as passagens contidas no livro
“Desobsessão” de André Luiz direcionado ao mais amplo dos aspectos para os ambientes
de reuniões de atendimento numa casa ou instituição espírita.
O livro “Desobsessão”, pelo Espírito André Luiz através dos médiuns Waldo Vieira
e Francisco Candido Xavier, conta com algumas passagens indispensáveis, porém um
verdadeiro tratado de postura moralizante aos que pretendam adentrar na prática
mediúnica em todas as suas possibilidades, e principalmente aos passistas: “Para lá das teias
fisiológicas que entretecem o carro orgânico de que se vale o Espírito para o estágio educativo no
mundo, é possível identificar os quadros obscuros de semelhantes desastres, nos quais as forças
magnéticas desajustadas pelo pensamento em desgoverno assimilam forças magnéticas do mesmo teor,
estabelecendo a alienação mental, que vai do tique à loucura, escalando por fobias e moléstias-
fantasmas. Vemo-los instalados em todas as classes, desde aquelas em que se situam as pessoas
providas de elevados recursos da inteligência àquelas outras onde respiram companheiros carecentes
das primeiras noções do alfabeto, desbordando, muita vez, na tragédia passional que ocupa a atenção
da imprensa ou na insânia conduzida ao hospício. Isso tudo, sem relacionarmos os problemas da
depressão, os desvarios sexuais, as síndromes de angústias e as desarmonias domésticas.” – Capítulo
9 – Desobsessão.
Sua introdução apresenta, de maneira inequívoca o quanto as forças magnéticas e
fluídicas atuam para harmonia ou desarmonia da criatura encarnada ou desencarnada. Em
contra ponto, essa mesma ação magnéticas e fluídicas, administrada com sabedoria, amor,
com objetivos harmonizantes, regulam dos diversos sistemas orgânicos no corpo físico ou
corpo perispiritual, e podem atuar como forças balsamizantes e mesmo como medicamentos
preciosos quando compreendido seu funcionamento e aplicação: “A alimentação, durante as
horas que precedem o serviço de intercâmbio espiritual, será leve. Nada de empanturrar-se o
companheiro com viandas desnecessárias. Estômago cheio, cérebro inábil. A digestão laboriosa
consome grande parcela de energia, impedindo a função mais clara e mais ampla do pensamento, que
exige segurança e leveza para exprimir-se nas atividades da desobsessão. Aconselháveis os pratos
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ligeiros e as quantidades mínimas, crendo-nos dispensados de qualquer anotação em torno da


impropriedade do álcool, acrescendo observar que os amigos ainda necessitados do uso do fumo e da
carne, do café e dos temperos excitantes, estão convidados a lhes reduzirem o uso, durante o dia
determinado para a reunião, quando não lhes seja possível a abstenção total, compreendendo-se que a
posição ideal será sempre a do participante dos trabalhos que transpõe a porta do templo sem quaisquer
problemas alusivos à digestão.” – Capítulo 2 – Preparo para a Reunião: Alimentação.
O trecho citado nos faz compreender que a digestão utiliza-se de grande parcela de
nossos recursos sanguíneos, além de promover uma série excitações às mais diversas
glândulas e órgãos para levar a êxito todo o processo, ainda mais se fizermos uma
alimentação faustosa e desmedida, daí a necessidade de, ao menos no dia das reuniões de
atendimento, evitemos excessos e procuremos agir em conformidades com os parâmetros
assinalados no livro.
E ainda: “Pelo menos durante alguns minutos, horas antes dos trabalhos, seja qual for a
posição que ocupe no conjunto7, dedique-se o companheiro de serviço à prece e à meditação em seu
próprio lar. Ligue as tomadas do pensamento para o Alto. Retire-se, em Espírito, das vulgaridades do
terra-a-terra, e ore, buscando a inspiração da Vida Maior. Reflita que, em breve tempo, estará em
contato, embora ligeiro, com os irmãos domiciliados no Mundo Espiritual, para onde irá igualmente,
um dia (...). Dessa forma, estará caminhando para a colaboração digna com os benfeitores
desencarnados que são os legítimos ministradores do bem.” – Capítulo 4 – Preparo para a Reunião:
Prece e Meditação.
O dia inteiro, e ainda desejável, todos os dias, que a prática da prece sincera e
profunda ocorra, ao menos, nas horas que antecedam a reunião de atendimento na casa ou
instituição espírita.
Nos esclarece ainda, quando da chegada ao recinto, que: “Os benfeitores espirituais de
plantão, na obra (...), esperam sempre que os integrantes da equipe alcancem o recinto de
serviço em posição respeitosa. Nada de vozerio, tumulto, gritos, gargalhadas. Lembrem-se
os companheiros encarnados de que se aproximam de enfermos reunidos, como num hospital, credores
de atenção e carinho. A obra de socorro está prestes a começar. Necessário inclinar o sentimento ao
silêncio e à compaixão, à bondade e à elevação de vistas, a fim de que o conjunto possa
funcionar em harmonia na construção do bem.”- Capítulo 11 – Chegada dos Companheiros.
Nos esclarece, por fim que: “(...) terminada a reunião se sintam os integrantes da equipe
inclinados a entrelaçar pensamentos e palavras na conversação construtiva, porquanto, se a alegria
da obrigação cumprida não lhes marca o íntimo, algo existe na equipe a ser necessariamente retificado.
Euforia de confraternização, reconforto do dever nobremente atendido. Não raro, surge a
oportunidade da prosa afetiva em torno de um café ou enquanto se espera condução. Falemos,
cultivando bondade e otimismo. Importante que a palestra não descambe para qualquer expressão
negativa. Se (...) um dos médiuns em ação não conseguiu desincumbir-se corretamente das atribuições
que lhe foram conferidas em serviço, evitem-se com empenho reprovações, criticas, motejos, sarcasmos.
Compreendamos que uma equipe (...) se desenvolve e se aperfeiçoa com serviço e tempo, como qualquer
outra empresa produtiva, e algum comentário desairoso, destacando deficiências e males, constitui

7 Todos os grifos são dos autores da Apostila.


31

prejuízo na obra do progresso e na consolidação do bem.” – Capítulo 58 – Conversação Posterior


à Reunião.
Atentemos ainda mais uma vez na importância da palavra, que, a exemplo do
próprio passe, é uma exteriorização de nossos fluidos em ondas de som, atingindo por alvo
todos que estabeleçam conversação conosco, e que, à saída da reunião cumprida, estejamos
cientes que somos ainda trabalhadores em favor dos demais e, além disso, a Espiritualidade
Maior processa os elementos danosos que eventualmente foram trazidos ao recinto pelos
doentes dos diversos matizes.
32
33

CAPÍTULO 6

Formas de Fluidoterapia
Na casa ou instituição espírita, são utilizadas algumas possibilidades de ministrar a
fluidoterapia aos que a necessitem, que podem ser:
a) o passe;
b) a água fluidificada;
c) a magnetização;
d) a vibração à distância;
e) a vibração presencial.

Passe
Passe, ou passe espírita, é uma terapia fluídica mista, composta dos fluidos
animalizados do passista (encarnado) e dos fluidos sutilizados dos Espíritos
(desencarnados) responsáveis pelo tratamento.
Para que o intento dos que promovem o passe seja obtido como um complemento de
terapias que resultem no reajustamento significativo ou na cura propriamente dita do
atendido, os componentes de todos os encarnados envolvidos na reunião, de todos os postos
de trabalho, atendentes, dirigente, explanadores, auxiliares em geral, e os passistas de forma
particular, têm que compreender suas responsabilidades no processo, que envolvem desde
a disciplina, pensamento focado até a harmonia de maneira geral para atingir o resultado à
contento.
O Passe é a utilização do manancial fluídico no qual estamos envoltos, dirigindo-o
pelo pensamento, mas com foco específico a um indivíduo.
Como sua natureza é mista de fluidos animalizados do corpo do passista, com os
fluidos dos Espíritos responsáveis pela terapêutica, algumas vezes é mal interpretado como
sendo uma manifestação mediúnica. E, portanto, embora não deva existir comunicações de
qualquer natureza na ação dos passes, o ato do passe é mediúnico e o passista um médium.

Elementos Necessários para Aplicação do Passe


Dentro das casas e instituições espíritas, a terapia do passe é utilizada com frequência
e comumente, seja em reuniões públicas ou privativas.
Nas reuniões públicas, a aplicação do passe deve seguir diretrizes estabelecidas pelo
corpo doutrinário que, naturalmente é baseado e regido pela Codificação junto dos Espíritos
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mantenedores da casa ou instituição, necessitando dos seguintes elementos: Médiuns


passistas e local adequado, chamado também de câmara ou sala de passes.
Médium Passista é o indivíduo encarnado que promove a aplicação do passe na casa
ou instituição espírita, equivalente ao magnetizador no mesmerismo, na qual ele apenas une
suas possibilidades com as vontades dos Espíritos que atuam nessa tarefa.
E câmara ou sala de passes, é a sala ou cômodo, geralmente fechado, propiciando a
aplicação dos passes, onde os Espíritos responsáveis pelo mesmo, unidos mentalmente com
os passistas, criam uma atmosfera psíquica apropriada à absorção dos fluidos e eflúvios
magnéticos dos que ali adentrarem na intenção de recebê-los. Nesse recinto deve haver
apenas cadeiras para acomodar os interessados em receber os passes, com espaço suficiente
para que os mesmos transitem na entrada e saída de maneira eficiente, pode eventualmente
haver iluminação tênue, de preferência verde ou vermelha em função da frequência das
ondas que não obstam a atuação de fluidos, jamais luz branca ou fluorescente, jamais
adornos extravagantes ou mobílias que atrapalhem a circulação, eventualmente também
pode haver uma mesa para copos descartáveis de água fluidificada para oferecer aos
assistidos que assim a queiram.

Água Fluidificada
No Espiritismo, entende-se por água fluidificada, aquela em que fluidos
medicamentosos são adicionados à água.
É a água magnetizada por fluidos.
Geralmente são os Espíritos trabalhadores que fluidificam a água. Mas ela pode ser
fluidificada através do magnetismo tanto pelos fluidos espirituais quanto pelos fluidos dos
encarnados, assim como ocorre com o passe misto, sendo necessário direcionar,
normalmente no instante da prece, o pensamento de todos para o recipiente contendo a
água a ser utilizada na reunião de atendimento.

Ilustração de Água Fluidificada

Sua molécula H2O que indica um átomo de oxigênio agrupado com dois átomos de
hidrogênio, torna-a um dos corpos mais simples e receptivos da Terra. É como que a base
pura, em que a medicação espiritual pode ser impressa, e por ser um ótimo condutor de
35

força eletromagnética, a água absorve os fluidos sobre ela projetados e os conserva,


transmitindo ao organismo doente quando ingerida ou utilizada conforme recomendação
dos Espíritos.
Embora simples e singela, a fluidificação através da magnetização da água deve
cercar-se de alguns cuidados, em função das exposições no que já citamos sobre
fluidoterapia: “Colocar a água no recipiente, e se para mais de uma pessoa colocar os nomes; Em
casa mesmo, se tiver, faça a leitura de parte do Evangelho ou de uma Bíblia, em seguida peça a Jesus
e a espiritualidade, ou aos santos, conforme a sua crença, para que eles fluidifiquem aquela água, que
será o remédio para as doenças do corpo e do espírito; Se quiser, durante a prece imponha as mãos
sobre o recipiente, como se estivesse aplicando um passe na água e depois é só beber; Se for tomar a
água por muito tempo, sempre que o recipiente estiver secando, com uma lâmina com cerca de um ou
dois dedos d’água, complete o recipiente e continue bebendo.” – Centro Espírita Adolfo Bezerra de
Menezes, disponível em: http://www.bezerrademenezesnatal.org.br.
Segundo os Espíritos que trabalham na fluidificação da água, suas propriedades
fluídicas terapêuticas duram aproximadamente de duas a três semanas. A partir daí, ela
volta a ser apenas água.
Para fluidificação da água, não há a necessidade de haver a presença de médiuns
curadores, uma vez que os Espíritos podem aplicar os fluidos sem intermediários,
diretamente sobre a água. Além disso, toda e qualquer pessoa de boa intenção pode
fluidificar a água, bastando ter a fé, concentrando-se naquela ação de projetar seus fluidos
para a água, recebendo com isso o auxílio da Espiritualidade amiga, presente por similitude
de intenções.
"A água, em face da sua constituição molecular, é elemento que absorve e conduz a bioenergia
que lhe é ministrada. Quando magnetizada e ingerida, produz efeitos orgânicos compatíveis com o
fluido de que se faz portadora." - Bezerra de Menezes, "Loucura e Obsessão", capítulo "As
Consultas.
“Por ser um excelente condutor de energia, a água, quando fluidificada, transmite a quem a
ingere os recursos magnéticos necessários ao seu equilíbrio psicofísico. Segundo Emmanuel, pode ser
fluidificada para todos ou em benefício de alguém em particular, como um enfermo, por exemplo.
Nessa hipótese, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo.” - "O Consolador", pergunta 103.
“(...) as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir
qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de
veículo, ou, se quiserem, de reservatório.” – A Gênese, Capítulo XV.
A água pode ser fluidificada da seguintes maneiras: Fluidificação Magnética,
Espiritual ou Mista.

Fluidificação Magnética
A fluidificação magnética é quando os fluidos medicamentosos são adicionados na
água por ação magnética do encarnado que projeta seus fluidos através do pensamento para
a água.
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Fluidificação Espiritual
A fluidificação espiritual é quando os Espíritos aplicam seus fluidos diretamente na
água, sem intermediários, através de sua vontade para a água, na qual a água não recebe
fluidos magnéticos do indivíduo encarnado, somente espirituais.
A Fluidificação Espiritual é a mais comumente utilizada nos Centros Espíritas.

Fluidificação Mista
A fluidificação mista é quando os fluidos da vontade e pensamentos do encarnado e
dos Espíritos se misturam projetando-os para a água.

Ação da Água Fluidificada no Organismo


Temos na obra “Fuidos e Passes” de Therezinha Oliveira que nos define: “A água é
uma molécula polar composta e é facilmente absorvida no nosso organismo. Por isso e aproveitando-
se de algumas de suas propriedades (tensão superficial, condutividade elétrica e susceptibilidade
magnética), é usada como agente do tratamento de fluidoterapia.
Todas as reações que acontecem no nosso organismo são em soluções aquosas, e as proteínas,
membranas, enzimas, mitocôndrias e hormônios somente são funcionais na presença desta substância
(água).
A ciência denomina a água de “Líquido Vital”. Uma vez fluidificada e ingerida, a água pode provocar
os seguintes efeitos:
 Inibição da formação de radicais livres, ou seja, diminuição dos processos oxidativos celulares,
diminuição da taxa de produção de gás carbônico, aceleração dos processos de fagocitose,
incremento na produção de linfócitos (células de defesa);
 Observa-se na membrana celular uma maior mobilidade de íons Sódio e Potássio, melhorando
o processo de osmose celular, tendo um efeito rejuvenescedor no organismo. Há uma
distribuição no mecanismo de transporte de vários tipos de cátions, como é o caso do cálcio;
 Efeitos sobre os hormônios receptores, ativação dos linfócitos por antígenos e várias lecitinas.
O processo de polarização magnética induzida (imantação) da água no organismo produz a
captura e precipitação do cálcio em excesso no meio celular;
 Reposição da energia espiritual, renovando a estrutura perispiritual.
A terapêutica com a água fluidificada traz muitos benefícios ao organismo, apesar de não poder parar
ou regredir as doenças geradas por resgates, doenças crônicas e degenerativas, porém facilita a ação
medicamentosa e tem se mostrado eficiente na cura das doenças psicossomáticas.”

Magnetização
Magnetismo é o nome associado à divisão da Física responsável pelo estudo dos
fenômenos magnéticos associado ao conjunto de fenômenos relacionados à atração ou
repulsão, no qual todos os materiais reagem a exposição a um campo magnético que podem
ser muito atraídos, fracamente atraídos, e/ou fracamente repelidos.
Entretanto, encontramos em “Mecanismos da Mediunidade”, segundo André Luiz:
“Sem obstáculo, reconhecemos que a mediunidade ou capacidade de sintonia está em todas as
criaturas, porque todas as criaturas são dotadas de campo magnético particular, campo esse,
37

porém, que é sempre mais pronunciado naquelas que estejam temporariamente em regime de
“descompensação vibratória”, seja de teor purgativo ou de elevada situação, a transparecer no trabalho
expiatório da alma que se rendeu à delinquência ou na ação missionária dos Espíritos de eleição que
se entregam à bem-aventurança do sacrifício por amor, em estágios curtos ou longos na reencarnação
terrestre, com o objetivo de trazerem das Esferas Superiores mais alta contribuição de progresso ao
pensamento da Humanidade.”
E ainda, em “O Livro dos Espíritos”, encontramos: “424. Por meio de cuidados
dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se desfazerem e restituir-se à vida um ser que
definitivamente morreria se não fosse socorrido? Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O
magnetismo, em tais casos, constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o
fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos.” “427. De que natureza é o agente
que se chama fluido magnético? Fluido vital, eletricidade animalizada, que são modificações do fluido
universal.”
Se os resultados variam de pessoa a pessoa em função de sua fé, a magnetização em
si varia apenas da vontade do magnetizador.

Vibração à Distância
Vibração ou Radiação à distância só pode ser promovido mediante apontamento
recomendado pelos Espíritos que trabalham na casa ou instituição espírita, no qual apenas
existe condições de atingir eficácia se remetentes e destinatários estejam comprometidos
com a vibração ou radiação à distância.
Como vimos, o Espírito atua sobre os fluidos do cosmo de forma puramente mental,
ou seja, com o pensamento, na qual essa ação, danosa ou salutar, dependendo da intenção
de quem a promove, pode ser utilizada de maneira eficaz e faculta resultados mensuráveis
em muitos casos.

Vibração Presencial
Há casos em que os Espíritos que trabalham, principalmente na terapia voltada ao
atendimento físico ou de cirurgias espirituais, solicitam a vibração ou radiação presencial,
necessitando que o(s) médium(s) se locomova(m) até o local no qual se encontra o enfermo.
Tais casos são específicos e apenas ocorrem quando da não possibilidade do enfermo ser
trazido até a casa ou instituição espírita. Casos assim ocorrem geralmente para o
desligamento dos liames fluídicos que mantem o enfermos ainda preso na matéria.
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39

CAPÍTULO 7

Qualidades do Passista
Algumas qualidades mínimas o passista deverá ser portador e, mesmo no dia e no
instante do passe, estar imbuído de certos fatores positivos que, de fato, transmitam
melhoria aos que procuram a casa ou instituição espírita para “tomar passe”.
O momento do passe é de harmonizar-se para que essa harmonia cause o equilíbrio,
a paz e a harmonia a outrem.
Essa harmonia juntamente com a humildade, a paciência, a boa vontade, a mente
focada em elevação de sentimentos de amor devem ser os elementos primordiais para a
aplicação do passe, onde a prece deverá ser companheira inseparável durante todo o
processo, uma vez que proporciona e facilita a ligação com as entidades responsáveis na
sala ou câmara de passe.

Ilustração do Passe misto utilizado nas casas e instituições espíritas

O passista não trabalha na aplicação de passes mediunizado, muito menos em estado


de consciência alterada, porém, na casa ou instituição espírita tem o passista a
responsabilidade de um medianeiro que auxilia na transmissão dos fluidos espargidos pelos
40

Espíritos, e em sendo assim, todas as recomendações que se aplicam à prática da


mediunidade aplicam-se também ao passe e ao passista.
Como a base inicial do contato medianímico se opera pelo padrão de sintonia entre
os envolvidos, e a mesma se processa conforme as intenções que esses possuem, é claro que
a harmonia, o sentimento de cooperativismo, o esforço próprio no sentido de aprimorar-se
dia a dia deverá ser uma constante ao passista.

Ao passista cabem os seguintes cuidados a serem adotados:


 Evite orar sussurrando, faça-o em silêncio;
 Evite ruídos e ações barulhentas que, caso ocorra, combata-as de maneira
amenizadora;
 Evite adornos excessivos como colares, brincos, pulseiras e relógios que possam
fazer barulhos durante o passe o que, além de atrapalhar os demais passistas,
transparece orgulho e extravagâncias que não coadunam com a tarefa simples
dentro da casa ou instituição espírita;
 Evite estalar os dedos;
 Evite gestos e movimentos bruscos;
 Evite respirar ofegantemente, resfolegar, fungar, gemer etc.;
 Evite apresentar-se com roupas decotadas, cavadas, curtas, de chinelos ou saltos
altos e barulhentos;
 Evite o uso de perfumes ou qualquer substância que exale odores;
 Evite empregar qualquer tipo de ritual, manias ou símbolos, utilize-se apenas da
simplicidade;
 Evite toda conversação. Se acaso houver algum recebedor do passe necessitando de
alguma informação, encaminhe-o ao dirigente ou responsável pela reunião de
atendimento;
 Evite e coíba qualquer manifestação mediúnica no momento do passe, seja dos
passistas ou do próprio paciente8;
 Evite tocar nas pessoas, use apenas um toque sutil com a ponta dos dedos no ombro
de cada recebedor do passe como forma de apontar o início e o final do passe já
concluído, cabendo ao passista entender que o passe trata-se de transfusão de
energias sutis e não massagem física renovadora;
 Evite delongar-se em demasia durante o passe, que deve durar no máximo, o tempo
de uma oração, ou, a visualização mental da magnetização em cada um dos sete
plexos9.

Todos os participantes da câmara ou sala de passe devem conservar clima de mútuo


auxílio para o bem do trabalho, de assepsia, de educação e de disciplina.
E ainda, cada mente precisa afinar-se com a tarefa, devendo sempre haver confiança
entre os cooperadores em ação. Toda e qualquer crítica entre os servidores enfraquece a

8 Vide no plexo Umeral em “Passes nas Obsessões” – Capítulo 10.


9 Vide Capítulo 8 sobre centros de força.
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eficácia da tarefa. E também, ao sinal de enfado, por parte de qualquer cooperador, suprime
os efeitos benéficos, devendo ser substituído conforme orientações dos dirigentes
Não há necessidade de obrigar ou convidar para “tomar passe” de maneira
constrangedora aos visitantes que vem até a casa ou instituição espírita. Todo e qualquer
cooperador do trabalho de atendimento que contenha a promoção dos passes tem de ser de
maneira convidativa e espontânea por parte dos que queiram se submeter a essa
possibilidade de fluidoterapia, o passe.
A assiduidade é qualidade mínima necessária ao passista que, embora seja um
serviço voluntário e desimpedido, é inevitável que o mesmo contraia responsabilidades e
obrigações com a espiritualidade para a distribuição dos mananciais divinos através do
passe, além das contraídas com os que veem à casa para a terapia fluídica que lhe caiba.
As condições aparentes do passista também colaboram para criar o ambiente da ação
do passe, como sua higiene, sua forma discreta e agradável de se vestir e de se portar na
hora da doação. A boa apresentação passa uma mensagem de harmonia e serenidade.
A mente é o canal por onde fluem as intuições dos Espíritos atuando em favor dos
demais, e, acrescido aos fluidos espirituais são agregados às potencias magnéticas do
passista ressaltando a necessidade de evitarmos, a todo custo:
 Mágoas contra outrem;
 Desequilíbrio nervoso ou inquietações;
 Alimentos inadequados como gordurosos e condimentados, carnes e bebidas
alcoólicas;
 Drogas, incluindo fumo, álcool e medicamentos psicotrópicos;
 Tentar convencer ao outro ou a si mesmo de que o passe e o passista são os
responsáveis pela resolução dos problemas daquele que o procura.
42
43

CAPÍTULO 8

Centros de Força
Os Centros de Força possuem ligação com todo o sistema nervoso central dos
indivíduos. Foram e são citados na história humana justamente por possuírem tão profunda
relação para as intersecções de energias.
Em certas escrituras da antiguidade oriental é chamado de chakra, “palavra sânscrita
que significa roda ou disco, que captam e distribuem essa energia como espirais girando em
velocidade” – M.Laura Garcia Packer em “A Senda do Yoga”. E ainda, B.K.S.Iyengar em
“Luz Sobre o Yoga” classifica chakra, “Literalmente, roda ou círculo; diz-se que a energia (prãna)
flui no corpo humano através de três canais (nãdís) (...) um situado no interior da coluna, as outras
duas partem das narinas direita e esquerda, vão em direção ao topo da cabeça e descem até a base da
coluna vertebral. Essas junções são os chakras ou centros reguladores do mecanismo do corpo.”
Já André Luiz denomina como Plexo conforme citado em “Entre a Terra e o Céu”:
“Como não desconhecem, o nosso corpo de matéria rarefeita está intimamente regido por sete
centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com
os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículo de células
elétricas, que podemos definir como sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em
circuito fechado.”
São nesses centros de força que os Espíritos exercem sua influência sobre o corpo
físico, ligando-se a eles.
Há, portanto, um correspondente físico a cada centro de força no corpo espiritual, o
perispírito, de tal forma que podemos considerar uma rede nervosa física que corresponde
a outra rede nervosa etérea.
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Ilustração de Centros de Força

Coronário
O centro de força coronário é considerado mais importante pelo seu alto potencial de
radiações, pois nele se assenta a ligação com a mente.
Relaciona-se materialmente com a epífise ou glândula pineal, ligando os planos
espiritual e material.
E centro coronário recebe, em primeiro lugar, os estímulos do Espírito comandando
os demais, porém, vibrando com eles em regime de interdependência, isto é, são ligados
entre si, obedecendo ao comando do coronário, mas cada um tem a sua função própria. É
como se todos formassem uma orquestra e o coronário fosse o regente.
Dele emanam as energias de sustentação de todo o sistema nervoso. Esse centro de
força desenvolve-se na proporção da evolução espiritual por ligar-se à glândula pineal,
exercendo influência direta sobre os demais plexos físicos.
Nos anos de 1950, cientistas descobriram que a glândula pineal, que achavam ser
vestigial, tem uma função de percepção. Ela percebe a luz através dos estímulos dos nervos
osculares e produz a melatonina, então, em ambientes com luz ela se produz, e interrompe
a sua produção em ambientes escuros.
Alguns consideram que a pineal seja o centro de controle do cérebro e que processa
informação externa e controla os ritmos importantes do corpo, mas assim como em muitas
outras partes do corpo humano, o conhecimento sobre a glândula pineal é muito pequeno.
45

Frontal
O centro de força frontal tem grande influência sobre os demais.
Relaciona-se materialmente com o córtex cerebral, trabalhando em movimentos
sincrônicos e de sintonia com o centro coronário, do qual recolhe os estímulos mentais,
transmitindo impulsos e anseios, ordens e sugestões aos órgãos e tecidos, células e
implementos do corpo por qual se expressa.
É responsável pelo funcionamento dos centros da inteligência e comanda os 5
sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Também comanda, através da hipófise, todo
o sistema glandular interno, com exceção do timo, tireoide e paratireoides.
Administra todo o sistema nervoso no qual é o coronário quem fornece as energias
para que este administre.
É por este centro de força que podemos, segundo a nossa vontade, irradiar calma,
alívio, equilíbrio, conforto a quem esteja necessitando, bastando usar a força do pensamento.
É responsável pelos poderes mentais e localiza-se entre os olhos.
Por exercer influência direta na hipófise, chamada também de pituitária, atuando
sobre essa, estimula a produção de diversos hormônios, entre eles os Tireotrópicos que
estimulam a tireoide em suas produções, atua sobre o crescimento, agindo sobre as
cartilagens dos ossos, atua sobre a produção e a morfologia do útero nas mulheres e das
glândulas seminais e seus apêndices anatômicos nos homens, regula a produção e liberação
de estrogênio, progesterona e testosterona, entre outras atuações.

Laríngeo
O centro de força laríngeo controla os órgãos da respiração, da fala e as atividades do
timo, da tireoide e paratireoides.
Relaciona-se com a região da coluna cervical e é um centro de força muito
desenvolvido nos grandes cantores e oradores.
Atuando sobre o Timo promove a maturação dos órgãos linfoides, o baço e os
linfonodos; atua na produção da timina, hormônio que exerce função sobre as placas mio
neural, ou seja, as ligações entre os músculos e os nervos, facilitando os estímulos neurais e
periféricos.
O laríngeo age sobre a tireoide e a paratireoide, é responsável pelo equilíbrio na
oxigenação celular, estímulo no metabolismo de carboidratos e lipídios sendo responsável
pela retenção ou liberação das gorduras no sangue, e no organismo como um todo.
Na paratireoide atua de forma incisiva no aumento da concentração de cálcio e
fosfato nos líquidos intracelulares, além do mesmo equilíbrio nos ossos, além do que
promove a absorção da Vitamina D.

Cardíaco
O centro de força cardíaco controla e regula as emoções e comanda os sentimentos. É
responsável pelo funcionamento do coração e do aparelho circulatório.
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Relaciona-se materialmente com o coração, onde reflete diretamente sobre suas ações
autônomas, promovendo os batimentos e possui ligações independentes com os ventrículos
direito e esquerdo.
Sua atuação estende-se também aos pulmões, regulando, ainda aí, os movimentos de
excitação que promovem a respiração, a frequência cardíaco-pulmonar e a absorção de
oxigênio durante o processo respiratório.

Gástrico
O centro de força gástrico é responsável pelos aparelhos digestivos.
Relaciona-se com o tronco celíaco na cavidade abdominal, região do diafragma e
estômago.
É responsável pela absorção dos alimentos, corresponde-se com as glândulas
adrenais e o pâncreas, que com essa atuação nas glândulas adrenais, estimula e promove a
secreção de diversos hormônios, dentre eles, os responsáveis pela liberação de proteína aos
músculos.
O gástrico mantém as características sexuais secundárias, pelos púbico e axilares,
interfere na libido e em outros tantos hormônios que atuam na manutenção da vida e nas
sínteses necessárias aos metabolismos em geral.
Possui ligações profundas com os plexos frontal e coronário.

Esplênico
O centro de força esplênico é responsável pelo funcionamento do baço, pela formação
e reposição das defesas orgânicas através do sangue.
Relaciona-se materialmente com o mesentério e baço.
Atua sobre o pâncreas, promovendo a secreção de hormônio que regula o nível de
glicose sanguínea, entre eles a insulina, localizada no extremo final do pâncreas numa área
chamada de ilhotas Langerhans.

Genésico
O centro de força genésico relaciona-se com a região da coluna sacral e lombar.
É responsável pelos órgãos reprodutores e das emoções daí advindas.
“(...) em que se localiza o santuário do sexo, como templo modelador de formas e estímulos” –
André Luiz em “Entre a Terra e o Céu”.
O genésico é responsável não só pela modelagem de novos corpos físicos, como pelos
estímulos criadores com vistas ao trabalho, à associação e a realização entre as almas. São
essas energias sexuais, quando equilibradas, que levam os homens a pesquisar, no campo
da Ciência e da tecnologia com o fim de descobrir remédios, vacinas, inventar aparelhos,
máquinas que visem a melhorar a qualidade de vida dos homens, como também no ramo
das Artes, da Literatura ou em qualquer outro ramo cultural ou educacional.
Quando equilibradas, levam as pessoas a se dedicarem a obras beneméritas, a se
associarem para promover os homens socialmente, para estabelecerem a paz e a concórdia
entre a humanidade, na defesa da natureza e etc.
47

Quanto mais focadas em canalizar suas energias sexuais para atividades


beneméritas, mais essa energia de força produtiva é ativada através desse centro de força,
deixando de ser canalizadas somente para o erotismo, como acontece nas pessoas menos
evoluídas.

Umeral
O centro de força umeral, embora pouco conhecido, é um campo fluídico classificado
de centro vital secundário.
Localiza-se entre a nuca e as omoplatas (escápulas).
Tem influência acentuada nos fenômenos de psicofonia (incorporação).
Relaciona-se com a medula espinhal e exerce influência sobre as tensões musculares
e estrutura óssea.
48
49

CAPÍTULO 9

Objetivos do Passe
O Passe propicia uma série de benefícios aos que deles se utilizam, seja na forma de
harmonização preventiva, seja na aplicação terapêutica em diversas problemas físicos ou
espirituais.
O objetivo inicial da aplicação fluídica consciente é harmonizar o outro com seus
próprios fluidos através da sua vontade.
“Pelo passe magnético, no entanto, notadamente aquele que se baseia no divino manancial da
prece, a vontade fortalecida no bem pode soerguer a vontade enfraquecida de outrem, para que essa
vontade, novamente ajustada à confiança, magnetize naturalmente os milhões de agentes
microscópicos a seu serviço, a fim de que o Estado Orgânico, nessa ou naquela contingência, se
recomponha para o equilíbrio indispensável.” – André Luiz em “Evolução em Dois Mundos”.
Por manipular manancial divino, o objetivo do passe, nas casas e instituições espíritas
é sempre o da promoção do equilíbrio e da saúde, mas poderemos utilizá-lo também em
aplicações especificas, quais sejam propiciar a emancipação da Alma de forma a permitir-
lhe o contato com a Espiritualidade Maior.
Há ainda a atuação da fluidoterapia, através dos passes, nas reuniões diversas de
atendimento junto aos Espíritos sofredores, nas suas mais diversas formas, seja em reuniões
de desobsessão, seja em reuniões mediúnica corriqueiras.
Também é a ação do passe que, através da vontade e do pensamento dos Espíritos na
casa ou instituição espírita, encarnados e desencarnados, atuando sobre a água
magnetizam-na de forma a aplicar-lhe propriedades diferentes da que possui e com isso,
agregando elementos sutis, modificar os tônus dos que dela precisarem.
O Passe normalmente aufere relaxamento pela harmonização e liberação de
eventuais empecilhos fluídicos nos diversos plexos sutis existentes, capaz de promover até
mesmo a cura completa de alguém, desde que a doença ainda esteja na sua fase inicial, ou
seja, apenas uma manifestação psicossomática, a qual não tenha danificado ainda os
correspondentes órgãos físicos, que, uma vez caracterizado, poderá o passe atuar como
coadjuvante em tratamentos de outra espécie, por auxiliar na complementação das forças
fluídicas necessárias à reconstrução das células.
É importante ter em mente que o passe não isenta nenhuma criatura de contrair
doenças ou circunstâncias da vida geradas pelas suas posturas, presentes ou pretéritas, nem
garante alterações do seu planejamento reencarnatório, o qual, muitas das vezes
50

compreende a superação dessa ou daquela espécie de compromisso gerado pelo seu livre
arbítrio.
O passe é uma terapia que promove o restabelecimento a um enfermo físico ou
emocional que, independente do grau da enfermidade, consegue angariar lenitivo para suas
dores e sofrimentos através da sua fé, merecimento e vontade de Deus.

Médium Passista, Trabalhador da Casa Espírita


A priori, qualquer pessoa com boa vontade e índole pode aplicar o passe para
obtenção dos resultados diversos a que se destina.
O médium passista, embora seja chamado de médium, não trabalha na aplicação de
passes mediunizado, muito menos em estado de consciência alterada, mas invariavelmente
ele deve carregar a responsabilidade de um medianeiro que auxilia na transmissão dos
fluidos espargidos pelos Espíritos, e em sendo assim, todas as recomendações de âmbito
fisiológico, moral e pessoal que se aplicam à prática da mediunidade aplicam-se também
ao passe e ao passista.
“6ª Nesse caso, há também ação magnética, ou apenas influência dos Espíritos? Uma e outra
coisa. Essas pessoas são verdadeiros médiuns, pois que atuam sob a influência dos Espíritos;
isso, porém, não quer dizer que sejam quais médiuns curadores, conforme o entendes. 7ª Pode
transmitir-se esse poder? O poder, não; mas o conhecimento de que necessita, para exercê-lo, quem o
possua. Não falta quem não suspeite sequer de que tem esse poder, se não acreditar que lhe foi
transmitido.” - O Livro dos Médiuns, Capítulo XIV
Na casa ou instituição espírita, e mesmo fora dela, não faltará o concurso desmedido
da Espiritualidade Maior a secundar a todos que tenham objetivos nobres e interesse na
busca do conhecimento, e no caso do passe, se a pessoa possuir boa saúde e vontade lhe
bastará.
No entanto, para que possamos ampliar as possiblidades terapêuticas na casa
espírita, algumas condições são imprescindíveis no quesito da alimentação, da higiene, da
disciplina:
No âmbito fisiológico, é necessário ter boa saúde e disposição: “É indispensável que o
passista cuide do físico, porque no passe há contribuição magnética pessoal, e do seu estado de saúde
dependerão: a quantidade e a qualidade dos fluidos que doará. Devem abster-se de dar passes as
pessoas com doenças graves, infecciosas, debilitantes, pois não estão em condições de doar
fluidos e os que estão enfermiços. Mas não são impedidos de aplicar passes os que tenham
indisposições ligeiras ou estados crônicos não debilitantes nem contagiosos (ex.: dor de cabeça,
bronquite, asma, alergia).” – Therezinha Oliveira, “Fluidos e Passes.
Há que se compreender que o trabalhador do passe deverá ter sempre consigo certos
cuidados, objetivando a melhora e o bem-estar dos pacientes que procuram a casa ou
instituição espírita, principalmente nos seguintes quesitos de âmbito moral:
a) A Alimentação deverá ser sem excessos, ao menos no dia dedicado aos passes: “A
fiscalização dos elementos destinados aos armazéns celulares é indispensável, por parte do próprio
interessado em atender as tarefas do bem. O excesso de alimentação produz odores fétidos, através dos
poros, bem como das saídas dos pulmões e do estomago, prejudicando as faculdades radiantes,
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porquanto provoca dejeções anormais e desarmonias de vulto no aparelho gastrintestinal,


interessando a intimidade das células. O álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos
centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na
transmissão de elementos regeneradores e salutares”- André Luiz em “Missionários da Luz”.
b) A Higiene pessoal que, além de manter sua própria saúde e dos pacientes, ainda evita
situações desagradáveis, uma vez que nos mantém sem estímulos olfativos ou visuais na
hora do passe.
c) Abolir os vícios o qual, não há níveis aceitáveis. Aquele que fuma um maço ou um
cigarro partilham da mesma deficiência de decisão e força de vontade. Tanto um quanto o
outro sofrem o arrasto do vício a que se filiaram. Álcool, fumo 10, tóxicos, etc., deverão ser
extirpados totalmente para estarem aptos ao trabalho de passe, uma vez que os mesmos
prejudicam o rendimento do passista, impregnam danosamente os fluidos e servem de
atração aos Espíritos ainda retrógrados na marcha evolutiva. Quanto aos vícios psicológicos,
deve- se manter a recomendação promovendo assim o aumento dos níveis de fluidos
salutares.
d) Estar Desfadigado, evitando atividades esgotantes e excessos desnecessários nas
atividades físicas do dia no trabalho ou nas relações sexuais, entendendo que com isso
mantemos nossa reserva de energia vital a níveis possíveis de servir.
André Luiz em “Missionários da Luz” nos elucida de maneira bastante esclarecedora
para esses trabalhos específicos na casa ou instituição espírita: “– Aqueles nossos amigos são
técnicos em auxílio magnético que comparecem aqui para a dispensação de passes de socorro. Trata-
se dum departamento delicado de nossas tarefas, que exige muito critério e responsabilidade. – Esses
trabalhadores – interroguei – apresentam requisitos especiais? – Sim – explicou o mentor amigo –,
na execução da tarefa que lhes está subordinada, não basta a boa vontade, como acontece em outros
setores de nossa atuação. Precisam revelar determinadas qualidades de ordem superior e certos
conhecimentos especializados. O servidor do bem, mesmo desencarnado, não pode satisfazer em
semelhante serviço, se ainda não conseguiu manter um padrão superior de elevação mental contínua,
condição indispensável à exteriorização das faculdades radiantes. O missionário do auxílio
magnético, na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo,
espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida,
fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino.”, deixando patente a necessidade do mesmo
para o passista encarnado, como segue: “– Os amigos encarnados – perguntei –, de modo geral,
poderiam colaborar em semelhantes atividades de auxílio magnético? – Todos, com maior ou menor
intensidade, poderão prestar concurso fraterno, nesse sentido respondeu o orientador –, porquanto,
revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador, as

10O fumo foi durante muito tempo um “companheiro” das pessoas. Sabe-se hoje das mais de quatro
substâncias danosas que ele possui, e se entendemos em definitivo que a ligação perispiritual faz-se
molécula a molécula, e que o perispírito ainda é um corpo composto de matéria, suscetível de sofrer
influência através do corpo de atos e intenções que temos, imagine-se o dano pessoal que
promovemos a nós mesmos, enquanto suicídio lento. Alguns elementos do cigarro somente serão
excretados de trinta a quarenta horas após a última utilização, ativa ou passiva.
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autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam, indiretamente, o
neófito, utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor. São muito raros, porém,
os companheiros que demonstram a vocação de servir espontaneamente. Muitos, não
obstante bondosos e sinceros nas suas convicções, aguardam a mediunidade curadora,
como se ela fosse um acontecimento miraculoso em suas vidas e não um serviço do bem, que
pede do candidato o esforço laborioso do começo.”
Já em “Nos Domínios da Mediunidade” André ainda nos traz, “Os orientadores da
Espiritualidade procuram companheiros, não escravos. O médium digno da missão do auxílio
não é um animal subjugado à canga, mas sim um irmão da Humanidade e um aspirante à Sabedoria.
Deve trabalhar e estudar por amor... É por isso que muitos começam a jornada e recuam. Livres para
decidir quanto ao próprio destino, muitas vezes preferem estagiar com indesejáveis companhias,
caindo em temíveis fascinações. Iniciam-se com entusiasmo na obra do bem, entretanto, em muitas
circunstâncias dão ouvidos a elementos corruptores que os visitam pelas brechas da invigilância. E,
assim, tropeçam e se estiram na cupidez, na preguiça, no personalismo destruidor ou na sexualidade
delinquente, transformando-se em joguetes dos adversários da luz, que lhes vampirizam as forças,
aniquilando-lhes as melhores possibilidades. Isso é da experiência de todos os tempos e de todos os
dias...(...). — Entretanto, para o esforço desse tipo precisaremos de pessoas escolhidas, com a obrigação
de efetuarem estudos especiais? — Importa ponderar — disse Áulus, convicto — que em qualquer
setor de trabalho a ausência de estudo significa estagnação. Esse ou aquele cooperador que
desistam de aprender, incorporando novos conhecimentos, condenam-se fatalmente às atividades de
subnível, todavia, em se tratando do socorro magnético, tal qual é administrado aqui, convém lembrar
que a tarefa é de solidariedade pura, com ardente desejo de ajudar, sob a invocação da prece. E toda
oração, filha da sinceridade e do dever bem cumprido, com respeitabilidade moral e limpeza de
sentimentos, permanece tocada de incomensurável poder. Analisada a questão nestes termos, todas as
pessoas dignas e fervorosas, com o auxílio da prece, podem conquistar a simpatia de veneráveis
magnetizadores do Plano Espiritual, que passam, assim, a mobilizá-las na extensão do bem. Não nos
achamos à frente do hipnotismo espetacular, mas sim num gabinete de cura, em que os médiuns
transmitem os benefícios que recolhem, sem a presunção de doá-los de si mesmos. É
importante não esquecer essa verdade para deixarmos bem claro que, onde surjam a humildade e o
amor, o amparo divino é seguro e imediato.”
O trabalhador do passe espírita deve cultivar atitudes nobres promovendo a
facilitação em si mesmo da produção fluídica própria e na não adulteração dos fluidos
administrados pelos Espíritos trabalhadores.
Há ainda no quesito de âmbito pessoal, as seguintes premissas para o trabalho de
médium passista: Fé, Sentimento Fraterno, Reforma Intima, Noções de Anatomia e
Fisiologia, Disciplina e Estudo Constante.
FÉ tem de ser o sentimento em si mesmo e na capacidade de auxiliar no benefício dos
pacientes através do passe; SENTIMENTO FRATERNO tem de exprimir-se pelo desejo
sincero e contínuo de ajudar ao próximo, não somente no ato do passe; REFORMA ÍNTIMA
tem de ser a busca de sempre se transformar e se melhorar, compreendendo com isso o
aperfeiçoamento constante e progresso moral; NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA
necessários para não haver confusão nesses conceitos básicos, pois vimos através do estudo
dos Centros de Força (plexo ou chakra) a inter-relação que existe entre os órgãos físicos e
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seus correspondentes no campo fluídico, e, se quisermos atingir objetivos mais e mais


próximos da cura ou alívio real dos que nos procuram, deveremos conhecer essas relações;
DISCIPLINA de forma a deixar patente para os Espíritos as suas reais intenções no trabalho
sério e constante, nos trazendo, além de tudo a possibilidade de sermos contados para essas
tarefas vindas do Mais Alto; e o ESTUDO CONSTANTE o qual não se consegue transmitir
a possibilidade de cura, ao que é importante deixar sempre bem claro que o aprimoramento
constante é necessário para que sejamos intermediários mais e mais fiéis às vontades e
intuições dos Espíritos Amigos: “Assim como a ciência propriamente dita tem por objeto o estudo
das leis do princípio material, o objeto especial do espiritismo é o conhecimento das leis do
princípio espiritual. Ora, como este último princípio é uma das forças da natureza, a reagir
incessantemente sobre o princípio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não
pode estar completo sem o conhecimento do outro. O Espiritismo e a Ciência se completam
reciprocamente; a ciência, sem o espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos
só pelas leis da matéria; ao espiritismo, sem a ciência, faltariam apoio e comprovação. O estudo das
leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é que primeiro fere os
sentidos. Se o espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria abortado, como tudo
quanto surge antes do tempo.” – A Gênese, Capítulo I.
“Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento, exerce,
todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral. (...) A alma exerce sobre o Espírito livre uma
espécie de atração, ou de repulsão, conforme o grau da semelhança existente entre eles. (...) As
qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a
simplicidade do coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que
os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as
paixões que escravizam o homem a matéria. Todas as imperfeições morais são outras tantas
portas abertas ao acesso dos maus Espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade
é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma. O orgulho tem perdido muitos
médiuns dotados das mais belas faculdades e que, se não fora essa imperfeição, teriam podido tornar-
se instrumentos notáveis e muito úteis, ao passo que, presas de Espíritos mentirosos, suas faculdades,
depois de se haverem pervertido, aniquilaram-se e mais de um se viu humilhado por amaríssimas
decepções”. - O Livro dos Médiuns, Capítulo XX – Da Influência Moral do Médium.
“(...) Conforme o estado de vossa alma e as aptidões do vosso organismo, podeis, se Deus vo-
lo permitir, tanto curar as dores físicas quanto os sofrimentos morais, ou ambos. Duvidais de ser
capaz de fazer uma ou outra coisa, porque conheceis as vossas imperfeições. Mas Deus não pede a
perfeição, a pureza absoluta dos homens da terra. A esse título, ninguém entre vós seria digno
de ser médium curador. Deus pede que vos melhoreis, que façais esforços constantes para vos purificar
e vos leva em conta a vossa boa vontade. (...) Melhorai-vos pela prece, pelo amor do Senhor, de vossos
irmãos e não duvideis que o Todo-Poderoso não vos dê as ocasiões frequentes de exercer vossa
faculdade mediúnica. (...) Até lá orai, progredi pela caridade moral, pela influência do exemplo (...)”
– Allan Kardec na Revista Espírita de 1867 através da mensagem do Abade Príncipe de
Hohenlohe.
E ainda sobre o assunto na Revista Espírita de 1859, ao Espírito Annonay , sonâmbula
de uma “lucidez notável”: “27 - O poder magnético do magnetizador depende de sua constituição
física? - Sim; mas muito de seu caráter. Numa palavra: depende de si próprio. 30. - Quais as
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qualidades mais essenciais para o magnetizador? - O coração; as boas intenções sempre firmes; o
desinteresse. 31. - Quais os defeitos que mais o prejudicam? “- As más inclinações, ou melhor, o desejo
de prejudicar”.
Concluindo na Revista Espírita de 1865: “O fluido espiritual será tanto mais depurado e
benfazejo quanto mais o Espírito que o fornece for puro e desprendido da matéria. Compreende-se que
o dos Espíritos inferiores deva aproximar-se do homem e possa ter propriedades maléficas, se o Espírito
for impuro e animado de más intenções. Pela mesma razão, as qualidades do fluido humano
apresentam nuanças infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo. É evidente que o
fluido emanado de um corpo malsão pode inocular princípios mórbidos ao magnetizado. As qualidades
morais do magnetizador, isto é, a pureza de intenção e de sentimento, o desejo ardente e desinteressado
de aliviar o seu semelhante, aliados a saúde do corpo, dão ao fluido um poder reparador que pode, em
certos indivíduos, aproximar-se das qualidades do fluido espiritual”

“Perante o Passe – André Luiz na obra “Conduta Espírita”.


Quando aplicar passes e demais métodos da terapêutica espiritual, fugir à indagação sobre
resultados e jamais temer a exaustão das forças magnéticas.
O bem ajuda sem perguntar.
Lembrar-se de que na aplicação de passes não se faz precisa a gesticulação violenta, a respiração
ofegante ou bocejo de contínuo, e de que nem sempre há necessidade de toque direto no paciente.
A transmissão do passe dispensa qualquer recurso espetacular.
Esclarecer os companheiros quanto à inconveniência da petição de passes todos os dias, sem
necessidade real, para que esse gênero de auxílio não se transforme em mania.
É falta de caridade abusar da bondade alheia.
Proibir ruídos quaisquer, baforadas de fumo, vapores alcoólicos, tanto quanto ajuntamento de
gente ou a presença de pessoas irreverentes e sarcásticas nos recintos para assistência e tratamento
espiritual.
De ambiente poluído, nada de bom se pode esperar.
Interromper as manifestações mediúnicas no horário de transmissões do passe curativo.
Disciplina é alma da eficiência.
Interditar, sempre que necessário, a presença de enfermos portadores de moléstias contagiosas
nas sessões de assistência em grupo, situando-os em regime de separação para o socorro previsto.
A fé não exclui a previdência.
Quando oportuno, adicionar o sopro curativo aos serviços do passe magnético, bem como o
uso da água fluidificada, do autopasse, ou da emissão de força socorrista, a distância, através da
oração.
O Bem Eterno é bênção de Deus à disposição de todos.”
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Resultados Obtidos com a Terapia Fluídica


A ciência já conseguiu mensurar uma série de efeitos promovidos pela magnetização
através de médiuns, quer espíritas, quer não, acerca dos efeitos biológicos da cura psíquica.
Richard Gerber, autor da obra “Medicina Vibracional – Uma Medicina para o Futuro”
publicou dentre seus vastos esclarecimentos acerca do quanto somos organismos humanos
constituídos por sistemas de energia sutil que se influenciam mutuamente que, num
desequilíbrio desses sistemas são produzidos patologias que se manifestam no plano físico,
emocional, mental e espiritual, e, investigando várias experiências de cura psíquicas, dentre
elas da Drª Dolores Krieger, autora do livro “Toque Terapêutico – Novos Caminhos da
Cura Transpessoal” que na época dos experimentos era professora de Enfermagem na
Universidade de Nova Iorque, Gerber menciona em seu livro o capítulo “A Drª Krieger
Estuda os Curandeiros e a Hemoglobina: A Evolução do Toque Terapêutico”, onde ela estudou e
confirmou os efeitos de curandeiros através de um método analítico que deveria isolar a
influência da fé. A pesquisa iniciou-se em 1971 conduzida pela médica Dr.ª Otelia Bengssten
e pela clarividente Sra. Dora Kunz que solicitaram ao Sr. Oscar Estebany, já tendo reputação
de capacidades magnéticas de cura pelo toque das mãos em experimentos anteriores
utilizando em primeira instância animais e plantas e posteriormente humanos, cuja saúde
melhorava, inclusive casos dados como perdidos pela medicina. Drª Krieger se associou a
pesquisa acompanhando dois grupos, um experimental e um de controle. O grupo
experimental recebeu tratamento direto por imposição das mãos. Drª Krieger, medindo os
níveis de hemoglobina, antes e depois do passe magnético do Sr.Estebany, constatou a
ocorrência de aumentos significativos nos níveis de hemoglobina dos pacientes do grupo
experimental em comparação ao grupo de controle. Drª Krieger repetiu o estudo em 1973
com grupos maiores, controles e planejamentos mais rigorosos, e obteve resultados
semelhantes: “A tendência para a energia curativa elevar os níveis de hemoglobina era tão forte, que
pacientes cancerosos submetidos à cura, por imposição das mãos, apresentaram ocasionalmente
elevações nos níveis de hemoglobina, apesar de estarem sendo tratados com substancias químicas
prejudiciais a medula óssea e que previsivelmente produzem anemias .”
A pesquisadora americana Drª Thelma Moss que inicialmente foi atriz e depois
Psicóloga e Parapsicóloga, famosa por promover e pesquisar fotografia Kirlian11 e a aura
humana,

11Fotografia Kirlian é o método de fotograma acidentalmente descoberto em 1939 por Semyon Kirlian. No
processo, aparece uma luminescência felpuda ao redor dos contornos dos objetos fotografados, resultantes
da ionização dos gases que ali se encontram, onde fótons são produzidos e ali ficam registrados.
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Ilustração de Fotografia Kirlian de mãos humanas

certa vez promoveu uma fotografia Kirlian da mão da Srª Olga Worral, magnetizadora
exímia, em estado normal e outra fotografia Kirlian dela em estado de transe promovendo
a transmissão de energias para uma pessoa necessitada. Nessa fotografia aparece
nitidamente algo que sai da ponta dos dedos da Srª Worral, evidenciando assim o fenômeno
da terapia fluídica através da emanação pelas mãos ocorrendo.
Ainda a Drª Thelma Moss, fez experiências com Uri Geller12 demonstrando
igualmente a saída de uma energia dos seus dedos.
O engenheiro e parapsicólogo Hernani Guimarães Andrade, presidente do IBPP-
Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, relata conforme Artigos publicados no
jornal “Folha Espírita”, nº 233, de Agosto de 1993, em São Paulo, Brasil: “O Dr. Edward G.
Brame, doutor em espectroscopia, da “Dupont Corporation, em Wilmington, Delaware, EUA, fez
extensas pesquisas espectroscópicas com amostras de água destilada submetida a médiuns curadores,
durante dois anos. Com a máxima cautela científica, o Dr. Brame concluiu que a água destilada,
submetida à influência do magnetizador humano, apresenta mudanças moleculares. A duração dessas
mudanças moleculares observadas após a influência do médium curador é surpreendentemente longa:
cerca de 120 dias, ou seja, 4 meses! O Dr. Brame colocou frascos com água pura, no meio de um grupo
de pessoas que se dispuseram a fazer uma concentração, visando magnetizar a água neles contida.
Não foi feita imposição das mãos; nem os frascos e nem a água foram tocados pelas mãos das pessoas
componentes do grupo. Houve apenas a concentração, nada mais. Os resultados mostraram-se os
mesmos: houve alterações moleculares na água assim tratada.”

12Uri Geller se tornou famoso nos anos 1970 ao se clamar paranormal em programas de televisão em que
realizava demonstrações de seus supostos poderes paranormais - telecinesia, rabdomancia e telepatia.
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CAPÍTULO 10

Critérios de Aplicação do Passe


Embora não possua contraindicação, o passe deve obedecer a alguns critérios no
tocante à sua aplicação, evitando-se o uso indiscriminado.
A pessoa que busca recebê-lo necessariamente precisará de certas condições a
permitir que atinja o objetivo a que se propõem, e muitas dessas condições são auferidas nas
explanações e palestras doutrinárias promovidas nas reuniões de atendimentos públicos
nas casas e instituições espíritas, além da devida explicação didática e simples de como age
o passe e a fluidoterapia, extirpando o misticismo e as ilusões que muitos têm sobre o
assunto e, principalmente, do espiritismo como um todo.
Com isso estaremos a caminho da conscientização das pessoas que trata-se de terapia
destinada à melhoria de manutenção dos fluidos espirituais e animalizados.

A casa ou instituição espírita deve adotar maneiras de orientar aos visitantes


buscadores ou não da terapia de passes, para eu os mesmos busquem estudar ou no mínimo
conhecerem a doutrina espírita, e mesmo, procure o serviço de auxílio ao próximo
entendendo que a laborterapia e a caridade são auxiliares prestimosos diante de problema
de foro íntimo, principalmente os morais. E que àqueles que se servem do passe como de
seus vícios ou gostos, devemos orientá-los que o passe é medicação e deve ser usado apenas
quando necessário, pois a exemplo dos medicamentos alopáticos, o uso como hábito reduz
sua eficácia.
André Luiz nos elucida em “Missionários da Luz”, o quanto é imprudente jogarmos
a responsabilidade de nossa busca para saúde e cura apenas nas mãos a espiritualidade
através das terapias fluídicas, porquanto cada ser é individual e necessita dar seus próprios
passos em direção ao progresso: “(...) apenas poderemos aliviá-lo. Agora, após dez vezes de
socorro completo, é preciso deixá-lo entregue a si mesmo, até que adote nova resolução. E,
dirigindo-se ao auxiliar, acentuou: – Poderá oferecer-lhe melhoras, mas não deve alijar a carga de
forças destruidoras que o nosso rebelde amigo acumulou para si mesmo. Nossa missão é de
amparar os que erraram, e não de fortalecer os erros. Percebendo-me o espanto, Anacleto
explicou: – Nosso esforço é também educativo e não podemos desconsiderar a dor que instrui e ajuda
a transformar o homem para o bem. Nas normas do serviço que devemos atender, nesta casa, é
imprescindível ajuizar das causas na extirpação dos males alheios. Há pessoas que procuram o
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sofrimento, a perturbação, o desequilíbrio, e é razoável que sejam punidas pelas consequências de seus
próprios atos. Quando encontramos enfermos dessa condição, salvamo-los dos fluidos
deletérios em que se envolvem por deliberação própria, por dez vezes consecutivas, a título
de benemerência espiritual. Todavia, se as dez oportunidades voam sem proveito para os
interessados, temos instruções superiores para entregá-los à sua própria obra, a fim de que
aprendam consigo mesmos. Poderemos aliviá-los, mas nunca libertá-los. (...) – Este homem, não
obstante simpatizar com as nossas atividades espiritualizantes, é portador dum temperamento menos
simpático, por extremamente caprichoso. Estima as rixas frequentes, as discussões apaixonadas, o
império de seus pontos de vista. Não se acautela contra o ato de encolerizar-se e desperta
incessantemente a cólera e a mágoa dos que lhe desfrutam a companhia. Tornou-se, por isso mesmo,
o centro de convergência de intensas vibrações destruidoras. Veio ao nosso grupo em busca de
melhoras, e, desde há muitas semanas, buscamos orientá-lo no serviço do amor cristão, chamando-lhe
a consciência à prática de obrigações necessárias ao seu próprio bem-estar. O infeliz, porém, não nos
ouve. Adquire ódios com facilidade temível e não percebe a perigosa posição em que se confina.
Frequenta-nos há pouco mais de três meses e, durante esse tempo, já lhe fizemos as dez operações de
socorro magnético integral, alijando-lhe as cargas malignas, não só dos pensamentos de angústia e
represália que ele provoca nos outros, mas também dos pensamentos cruéis que fabrica para si. Agora,
temos de interromper o serviço de libertação, por algum tempo. A sós com a sua experiência forte,
aprenderá lições novas e ganhará muitos valores. Mais tarde, receberá, de novo, o socorro completo.”

Utilização Consciente do Fluidoterapia


Devemos compreender que, embora os visitantes e os atendidos das casas ou
instituições espíritas estejam à busca de diversos possíveis auxílios, nem sempre o passe, a
fluidoterapia, ou o atendimento mediúnico funcionam em separado. No mais das vezes,
precisam agir em conjunto.
Sabendo disso, e das considerações já formuladas até aqui, alguns critérios devem ser
estabelecidos visando melhor utilização do manancial fluídico, escasso em sua maioria, pela
imprecaução dos próprios cooperadores da casa espírita diante das tarefas que abraçam.
Em geral nas casas e instituições espíritas, implanta-se o passe de harmonização, num
primeiro momento, pela inexperiência e desconhecimento de todos os envolvidos, Mas que
num debruçar mais aprofundado no estudo da doutrina espírita, na disciplina reformadora
que se acerca dos conhecimentos das posturas do mediunato, acabam adotando alguns
parâmetros necessários que resultam em fluidoterapia de resultado a contento.

Controle e limitação na aplicação do passe


Uma vez entendendo a seriedade dos fluidos sutis e materiais utilizados no
passe, nada mais lógico que o utilizemos com critérios, e um dos mais importantes é a
preservação dos médiuns passistas no quesito de desgaste.
Por isso o atendimento que o passista deve promover na ação do passe se limita a, no
máximo, dez pessoas por sessão, por passista, havendo necessidade da troca de passista
quando atingido esse número.
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Embora os Espíritos amigos supram as necessidades espirituais dos trabalhadores,


há, conforme já citamos, parte dos fluidos animalizados, ou seja, do próprio médium
passista que não representa cansaço ao corpo sutil energético, mas sim físico.

Condições do Visitante paciente


Não há como avaliar cada visitante que busca o passe, nem tampouco saber quais são
seus conhecimentos sobre a fluidoterapia ou as expectativas que nutre diante das
possibilidades reais que o passe proporciona, nem mesmo sua orientação religiosa ou suas
intenções verdadeiras. Portanto, a postura receptiva deve ser sempre a do servidor focado
no trabalho ao próximo.
A primeira abordagem ocorre na recepção do visitante seguida da explanação
doutrinária, e mesmo nas orientações a que foi alocado, mas ainda assim, a postura do
passista deverá ser a mais neutra possível, isenta de conversas fúteis na câmara ou sala de
passes, e principalmente isenta de curiosidades por parte do aplicador.
Emmanuel já nos adverte na obra “Segue-me”: “O passe exprime também gastos de forças
e não deves provocar o dispêndio de energias do Alto, com infantilidades e ninharias.”
Todo necessitado físico ou emocional pode beneficiar-se dos fluidos utilizados e
manipulados no passe. Nas casas e instituições espíritas que possuem tratamento espiritual
específico, os próprios Espíritos coordenadores encaminham e incentivam, aos que
necessitam, à fluidoterapia como meio complementar de tais tratamentos.

Portadores de Doenças Contagiosas e Não Contagiosas


“Interditar, sempre que necessário a presença de enfermos portadores de moléstias contagiosas
nas sessões de assistência em grupo, situando-os em regime de separação para o socorro previsto. A fé
não exclui a previdência” – André Luiz em “Conduta Espírita”
A premissa de André não deve nunca ser feita nunca de maneira discriminatória,
porém com caráter preventivo, assim como as demais prevenções devem ser tomadas, na
utilização de luvas e máscaras cirúrgicas descartadas, após seu uso, em lixo infectante,
propiciando tranquilidade ao aplicador e mesmo ao próprio paciente.
Nunca, a pretexto da interferência dos Espíritos, relegar à indisciplina e à
imprevidência qualquer relação com pacientes desse matiz.
“Se o doente está fazendo uso de medi- cação receitada por médico da Terra, esta não deverá
ser suspensa. Nem sob o pretexto de atrapalhar o tratamento espiritual. Uma atitude dessas traz
graves implicações, cujos resultados poderão comprometer seriamente aquele que a recomendou.
Afinal, sabemos à saciedade que existem casos de caráter misto, em que se conjugam o mal espiritual
e o físico, exigindo por isso uma terapêutica igualmente mista”. - Suely Caldas Schubert em
“Obsessão / Desobsessão”.
Já, em não havendo o risco de contágio, qualquer patologia poderá se beneficiar do
passe sem necessidade de apetrechos específicos.
E, lembrando todavia que, em muitos casos, as doenças ou anomalias podem ocorrer
pela perseverança em atitudes e posturas negativas, orgulhos, vaidades, portanto: “Vai e não
peques mais, para que não te suceda mal pior.” – Jesus em João 5:14.
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Passes nas obsessões


Somente o passe não resolve os intrincados processo a que cada Alma por si mesma
se enveredou, cabendo a ela somente, por esforço próprio, desvencilhar-se das tramas que
gerou. Entretanto, a aplicação sistemática do passe nos obsessos promove, de forma
experimental já testada, o alívio da tensão entre verdugo e vítima da atual circunstância,
permitindo ao encarnado a possibilidade de reequilibrar-se, e, eventualmente, conforme
suas escolhas e profundidade dos comprometimentos, desvencilhar-se mesmo da
influenciação perversa.
O procedimento deve ser o passe aplicado de forma enérgica na região do Umeral,
com a imposição das mãos, sem tocar, permitindo o afrouxar dos laços obsessivos em favor
de encarnado e desencarnado.
Nesse, como em todos os casos, o passe não pode substituir o esclarecimento fraterno
doutrinário através de explanações nas reuniões específicas a esse tratamento.
“Fator relevante é que os passes nos pacientes com problemas obsessivos atingem igualmente os
obsessores. E como eles são também saturados de bons fluidos, se renovam, se houver predisposição
para tal, ou se controlam, como se dominados por uma força estranha, ou, ainda, nalgumas situações,
fogem espavoridos, largando “a presa” por momentos, os quais serão valiosíssimos se bem
aproveitados pelos doutrinadores, passistas e pacientes – Jacob Melo em “O Passe – Seu Estudo,
Suas Técnicas, Sua Prática”.
Segundo Therezinha de Oliveira em “Fluidos e Passes”: “Nos doentes pré-agônicos,
quando a desencarnação é inevitável, o passe pode, ainda, produzir efeitos benéficos: suavizando os
sofrimentos do enfermo; favorecendo o processo desencarnatório que esteja dificultado.”
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BIBLIOGRAFIA
A Bíblia Sagrada.
Acervo de mensagens psicofonadas sob a tutela do Conselho de Doutrina do NASCE.
ANDRADE, Hernani G. – Folha Espírita – 1993.
EMMANUEL – Francisco Cândido Xavier – Encontro Marcado
EMMANUEL – Francisco Candido Xavier – Seara dos Médiuns – FEB.
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