Sie sind auf Seite 1von 10

Observação e Dissecação de Oligochaeta

Petterson Batista Pereira da Silva


Gilberto Coloni Junior

Departamento de Ecologia e Zoologia


ECZ7012 – Zoologia de Invertebrados II
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis - SC, Brasil
petterson0028@gmail.com
10/04/2019

Resumo

A aula prática proposta teve como objetivo analisar um indivíduo do clado


Oligochaeta, seu comportamento e morfologia. Após a análise foi proposta a
dissecação do animal, já sacrificado, para que fosse possível visualizar também a
anatomia interna do animal. Com isso, foi possível perceber algumas estruturas do
animal com certa facilidade, porém, outros órgãos foram mais difíceis de observar,
com alguns sequer sendo identificados.

Palavras-chave: Oligoqueta. Dissecação. Estruturas internas.

Introdução

Oligoquetas são vermes segmentados da classe Clitellata (portanto,


apresentam clitelo, uma série de segmentos que formam uma cintura glandular
responsável pela reprodução) popularmente conhecidos como minhocas, contendo
também algumas espécies marinhas e de água doce. Podem variar de 2mm até 3m
de comprimento. Apresentam prostômio, peristômio e pigídio; são hermafroditas; seu
corpo é geralmente homônomo (segmentos muito parecidos) - podendo haver
especializações regionais. Como o próprio nome diz, possuem poucas cerdas que
variam em tamanho.
A parede do corpo dos Oligoquetas é constituída de uma fina cutícula que
cobre a epiderme. A presença de septos intersegmentares bem desenvolvidos
também é uma característica desse grupo.

Na região anterior localiza-se o prostômio, uma região pré-segmentada, onde


se encontra o cérebro e as estruturas sensoriais, se localiza também o peristômio,
que envolve a boca. O pigídio encontra-se na extremidade posterior do corpo e é onde
está o ânus.

O sistema digestivo é um tubo reto, a boca leva a uma faringe e logo após há
o esôfago. A parte posterior do esôfago tem regiões dilatadas formando um papo
onde o alimento é armazenado e uma ou mais moelas musculares que são revestidas
por cutícula na trituração do material ingerido.

O sistema circulatório de oligoquetas é fechado e possui três vasos sanguíneos


principais: o vaso dorsal, o vaso ventral longitudinal e o vaso subneural.

A excreção é realizada por nefrídios, que estão dispostos em todos os


segmentos, exceto os das extremidades anterior e posterior. O sistema circulatório
leva os resíduos através dos nefrídeos.

Objetivo

A presente prática teve como objetivo observar a morfologia externa e


locomoção de um indivíduo do clado Oligochaeta e após a dissecação, localizar e
identificar suas estruturas internas.

Materiais e métodos

Para a realização desta aula prática foram utilizados os seguintes materiais:

 Microscópio estéreo
 Alfinetes
 Placa de Petri
 Álcool
 Bisturi
 Recipiente com parafina
 Oligoqueta

A aula prática foi dividida em duas partes: observação e dissecação.

Parte 1: Observação

Inicialmente, o anelídeo foi colocado vivo em uma placa de Petri para a


observação no microscópio, analisando sua morfologia externa e sua locomoção.

Parte 2: Dissecação

Após a observação, uma minhoca, já sacrificada, foi posicionada em um


recipiente com parafina para a fixação na hora da dissecação, sendo que este
recipiente foi colocado na mesa do microscópio. Para o início do procedimento, foram
colocados um alfinete na parte anterior e um alfinete na parte posterior da oligoqueta,
em seguida, um bisturi foi utilizado para realizar o corte na cutícula e epiderme. Após
realizada a fissura, foram colocados alfinetes de cada lado do corte, de maneira que
os órgãos internos ficassem amostra. Posteriormente, foi colocado álcool no fim do
procedimento para que o material não ressecasse.

Resultados e Discussão

Com as amostras de minhocas vivas foram observados e localizados o


prostômio e peristômio, formando a cabeça, e também o pigídio, localizado no
segmento anal, na extremidade posterior.

Ainda com os exemplares vivos, foi localizado o clitelo, de cor amarronzada,


como o resto do corpo, porém em tons mais claros. Possui a forma de um anel, como
se recobrisse parte dos segmentos do corpo. Os segmentos que formam o clitelo
podem ser variáveis. Na amostra observada a formação aparenta ter seis segmentos
que formam o clitelo. No exemplar estudado, a observação do clitelo foi difícil,
provavelmente pelo periodo reprodutivo. A identificação se deu mais pela espessura
do clitelo se diferenciando dos segmentos do que pela sua cor, como observado na
Figura 1.
Figura 1: Comparação dos órgãos prostômio, peristômio, clitelo e pigídio entre figura
e exemplar vivo.

As aberturas ou poros genitais feminino e masculino estão ambos presentes


na porção ventral e anterior indivíduos, os quais são hermafroditas. O poro feminino
situa-se na porção mais próxima a boca, sendo um pouco menor que o masculino. O
poro masculino está logo abaixo da abertura feminina e apresenta uma estrutura um
pouco mais robusta e circular.

Figura 2: Demonstração das aberturas/poros masculinos e femininos.


As cerdas foram localizadas na parede lateral do corpo, ocorrendo em
praticamente todos os segmentos do corpo, com exceção do prostômio,
peristômio e pigídio.

Figura 3: cerdas localizadas na lateral do corpo.

A região anterior é identificada principalmente pelo movimento do indivíduo. A


região da boca (prostômio e peristômio) é a parte que se locomove para frente, e o
resto do corpo acompanha este movimento. A parte anterior é também a parte mais
próxima do clitelo (quando aparente). A região posterior é a que acompanha o
movimento da anterior, e envolve o pigídio.

Com relação as regiões dorsal e ventral, o dorso internamente possui vasos


sanguíneos com calibre maior, assim pela presença mais significativa de sangue, a
região do dorso é levemente mais escura do que a ventral.

Na segunda parte da aula, foi feita a dissecação de exemplares sem vida, onde
foram observados, os septos, tubo digestivo, sistema circulatório, sistema nervoso,
nefrídios e aparelho reprodutor.
Os septos podem ser identificados entre os segmentos por todo o corpo.

Internamente, observando o tubo digestivo, nota-se a boca, seguida do


esôfago que forma um papo(uma câmara de armazenagem de alimento com poucos
músculos), junto a moela(com músculos resistentes para triturar o alimento) e logo
após, a faringe, seguindo para o intestino, o qual se estende por todo o resto do
comprimento corporal, fácil de se notar na Figura 5.

Figura 4: Comparação do sistema digestório entre representação e exemplar


dissecado.

Figura 5: Intestino de Oligochaeta após dissecação.


No sistema circulatório, principalmente no dorso, há vasos musculares de
grosso calibre, que se comunicam com vasos no ventre, e podem ser chamados
também de corações laterais na porção anterior. O vaso ventral não pôde ser bem
observado, pois a dissecação foi feita na posição dorsal.

Figura 6: Sistema circulatório de Oligochaeta na porção anterior.

No sistema nervoso, foram estudados, o gânglio cerebral, anel circunfaríngeo


e cordão nervoso ventral.

O gânglio cerebral é o principal centro de controle motor e de reflexos vitais, e


domina os gânglios sucessores da cadeia. O gânglio ou cérebro localiza-se na parte
anterior, próximo a boca, logo atrás do prostômio, após o terceiro segmento. Na figura
pode-se ter noção da localização do gânglio, porém com difícil identificação devido
ao alfinete utilizado para a dissecação.

Seguido do gânglio está o anel circunfaríngeo, do qual se originam nervos


motores e sensoriais que percorrem inervados na parede do corpo e nos órgãos dos
segmentos. Os nervos que se originam do anel, formam o cordão nervoso central que
percorre o corpo inteiro e é de fácil identificação após a dissecação.
Figura 7: Comparação do sistema nervoso entre amostra dissecada e desenho
esquemático.

Os nefrídios são pequenas estruturas localizadas em pares na parede do


corpo, uma de cada lado. Estas estruturas formam uma cobertura esbranquiçada que
reveste toda a parede do corpo e auxiliam na captação da água junto com produtos
da excreção, fazendo com que todas as excretas pelo corpo sejam eliminadas pelas
fezes. Na observação é difícil a identificação dos nefrídios devido ao seu tamanho
reduzido e pelo tipo de dissecação feita, porém a formação do revestimento
esbranquiçado é evidente por todo o corpo do animal.

Quanto ao aparelho reprodutor, sua observação foi dificultada pela presença


do intestino, porém ainda foi possível a identificação de alguns órgãos.

No aparelho reprodutor masculino é bem visível a presença dos sacos


testiculares, de cor esbranquiçada, de onde saem os pequenos dutos e que são de
difícil observação. Anterior e próximo a esses órgãos localizam-se as próstatas, em
pares e próximas as paredes laterais do corpo. Estes órgãos são responsáveis pela
produção do fluido seminal.

Figura 8: Comparação entre imagem e desenho dos órgãos reprodutores


internos.

Conclusão
A prática de observação e dissecação de Oligochaeta foi de suma importância para o
aprendizado e fixação da fundamentação teórica. A observação com lupas permite o
entendimento dos desenhos esquemáticos. A dissecação esclarece a interpretação dos
órgãos, assim como do o compartimento interno do animal e suas camadas, além de servir
como prática para próximas oportunidades de dissecação.
A técnica da dissecação utilizando alfinetes, cera/parafina e bisturi apresentou
resultados satisfatórios para a observação da anatomia e morfologia dos Oligochaeta.
Referências
BRUSCA, R. C. & BRUSCA G. J. Invertebrados, 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara,
2007.
FRANSOZO, A. FRANSOZO, Maria L. N. Zoologia dos Invertebrados. Guanabara Koogan.
Rio de Janeiro, 2017.
SONEGHET, Gabriel et al (Comp.). Annelida: SUBCLASSE OLIGOCHAETA. 2013.
Disponível em: <https://zoologia-ii-ufes-turma-ii.webnode.com/news/annelida1/>. Acesso
em: 05 abr. 2019.
AKEMI, Marcela et al (Comp.). Annelida: Oligochaeta. 2013. Disponível em:
<https://zoologia-ii-ufes-turma-ii.webnode.com/news/annelida2/>. Acesso em: 05 abr. 2019.

Das könnte Ihnen auch gefallen