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Curso de Direito
Disciplina: Criminologia – Turma Vespertina 2018.2
Professora: Dra. SHIRLEY SILVEIRA ANDRADE
Discente: FERNANDO SANTOS BEZERRA
Tema: Justiça Restaurativa
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especialmente no que se refere: à necessidade de penas que subjuguem o
infrator; ao papel da vítima nesse sistema e; ao que o direito define como
crime. São exemplos: a Teoria Abolicionista, da Vitimologia e a Teoria do
Etiquetamento (Labeling Approach Theory).
Com a mesma origem, surge a concepção de Justiça Restaurativa. Inspirado
no pensamento de Albert Eglash, concebeu-se um modelo de justiça pelo qual
todos os interessados na solução de uma determinada violação (a vítima, a
comunidade e o infrator) devem concorrer para restauração e reparação das
consequências.
Ressalte, todavia, que, mesmo possuindo diversos sítios de confluências com
as aludidas teorias criminológicas, a justiça restaurativa não se confunde com
estas.
Enquanto para Justiça Restaurativa o crime deve ser encarado como uma
violação de pessoas e relacionamentos. Na perspectiva da Teoria do
Etiquetamento, o crime consubstancia-se apenas no desvio de conduta frente a
um determinado regramento social. Destarte, para a Labeling Approach
Theory, o nascedouro do crime não estaria na conduta, mas no ordenamento
legal que definiu o desvio como crime. Conforme evidencia BECKER (2008,
p.21-22) “... grupos sociais criam desvio ao fazer regras cuja infração constitui
desvio, e ao aplicar essas regras a pessoas particulares e rotulá-las como
outsiders”.
Ainda que a Justiça Restaurativa esteja atenta a estigmatização social
evidenciada em grande medida pela Teoria do Etiquetamento. Seu cerne não é
discutir o que se define crime ou violação, nem como ocorre sua definição. Seu
foco é achar soluções reparadoras para este.
John Braithwaite, relevante expoente do renascimento da Justiça Restaurativa
na década de 90, compreende inclusive que a vergonha oriunda da
estigmatização social do infrator é um importante instrumento de controle do
crime. Assim, teria falhado a Teoria do Labeling Approach na medida em que
somente percebeu a face negativa do etiquetamento.
Segundo BRAITHWAITE (2006, p. 4)
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disintegrative rather than reintegrative. Shaming is
counterproductive when it pushes offenders into the clutches of
criminal subcultures; shaming controls crime when it is at the same
time powerful and bounded by ceremonies to reintegrate the
offender back into the community of responsible citizens”1
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REFERÊNCIAS
BRAITHWAITE, John. Crime, shame and reintegration. 16ª Ed. Nova Iorque
(EUA): Imprensa da Universidade de Cambridge, 2006. Disponível em:
http://johnbraithwaite.com/wp-content/uploads/2016/06/Crime-Shame-and-
Reintegration.pdf. Acesso em 26 jan, 2019.