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VI DOMINGO de Páscoa – 26 de maio de 2019

O ESPÍRITO SANTO, ELE VOS RECORDARÁ TUDO O QUE EU VOS TENHO DITO – Comentário de
Pe. Alberto Maggi OSM ao evangelho

Jo 14,23-29

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos
nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que
escutais não é minha, mas do Pai que me enviou.
25 Isso
é o que vos disse enquanto estava convosco. 26 Mas o defensor, o Espírito Santo, que o
Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho
dito.
27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem
se intimide o vosso coração.
28 Ouvistesque eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres
porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Disse-vos isto, agora, antes que
aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis”.

Há três perguntas feitas por três discípulos de Jesus - sabemos que o número três indica o que é
completo - por isso, não são só três discípulos que perguntam, mas é toda a comunidade que se
expressa através deles. E estas três perguntas são objeções. Tomé lhe pergunta “Senhor, para
onde vais?”, e Jesus lhe responde que ele é “o caminho...” (14, 5-6). Filipe diz: “Mostra-nos o
Pai e isso nos basta”, e Jesus responde: “Quem me vê, vê o Pai” (14, 8-10). Judas (não Judas
Iscariotes, mas o outro discípulo) lhe pergunta: “Senhor, por que vais manifestar-te a nós e
não ao mundo?” (14, 22). Essa última pergunta é uma tentação! Judas quer que Jesus se
manifeste ao mundo como o Messias esperado.

A resposta a essas três perguntas está no trecho litúrgico deste domingo. Resposta que contém
um dos pontos mais altos do Evangelho de João. Afirmação que, se compreendida
corretamente, muda radicalmente a relação com Deus e, portanto, com os outros.

Vamos ouvir o relato de João evangelista.

Jesus responde: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra...”. Guardar a palavra de Jesus
significa fazer como Ele, isto é, fazer de nossas próprias vidas um dom de amor a serviço dos
outros. Pois bem, se for assim, eis a resposta de Deus-Pai: “...e o meu Pai o amará, e nós
viremos e faremos nele a nossa morada”. Essa de Jesus não é uma promessa para a vida além
da morte, mas a resposta do Pai para todos aqueles que aderem a Jesus!
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No início do seu evangelho, no Prólogo, o evangelista tinha escrito (1,14) sobre Jesus, “Essa
Palavra, tinha acampado - ou armado sua tenda - entre nós e em nós”. Agora é o próprio Jesus
que está dizendo algo extraordinário: quem O ama, portanto quem, como Ele, programa a sua
vida para o bem dos outros, torna-se objeto do amor do Pai, e Ele e o Pai virão nessa pessoa e
farão nela a própria morada!

Jesus pede a cada pessoa para ser acolhido em sua vida para se fundir com ela, dilatando assim
a sua capacidade de amar e transformar cada pessoa e cada comunidade num único e
verdadeiro santuário do qual se irradia o amor misericordioso de Deus-Pai.
Portanto, não há mais um templo onde o Senhor reside, mas cada criatura é o templo onde
Deus se manifesta. Essa afirmação de Jesus tem uma importância muito grande. Na nossa vida
Deus não é algo exterior, Deus não é uma entidade distante, pelo contrário, é íntimo ao ser
humano, e esse Deus, íntimo ao ser humano, que reside no profundo da natureza humana,
manifesta-se todas as vezes que o ser humano é mais humano!

Quanto mais o ser humano é humano tanto mais manifesta o divino que está dentro dele. Mas
essa afirmação de Jesus não diz algo apenas sobre a vida do indivíduo, mas também sobre a
passagem através da morte. É costume dizer que quando uma pessoa morre ‘vai para o céu’, ou
‘que volta para a casa do Pai’! Não, não vai para o céu porque o céu está em nós, não volta
para a casa do Pai, porque nós somos essa casa.

Portanto, essa é a afirmação extraordinária de Jesus.

Ele continua: “Quem não me ama, não guarda a minha palavra”. Quem não faz da sua vida
um serviço de amor para o bem dos outros, não tem nada a ver com Jesus. “E a palavra que
escutais não é minha, mas do Pai que me enviou”.

As autoridades religiosas da época tendiam a dividir Jesus do Pai! Jesus, pelo contrário, diz aqui
que existe uma unidade perfeita, uma perfeita sintonia, porque juntos continuam a ação
criativa para comunicar vida, restaurar a vida, enriquecendo a vida de todos!

E Jesus continua: “Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. Mas o defensor...”. Quem
é esse “defensor?”. O termo grego usado aqui é “Paráclito” que podemos traduzir assim
“aquele que vem em nosso socorro” ou “protetor” ou “defensor”.

Portanto, essa é a ação do Espírito. Não é uma ação que chega num momento de emergência,
mas uma ação que precede a emergência! Assim, Jesus convida sua comunidade à plena
serenidade e confirma que “o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará
tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.

Essa é a garantia para a comunidade cristã e para a igreja. Tendo no próprio interior o Espírito
Santo - esse protetor, defensor e socorredor - será sempre capaz de fornecer novas respostas
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às novas necessidades que emergirão na sociedade! É esse é o significado das palavras de
Jesus: “Ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”, isto é, entender,
tornar-se plenamente conscientes da mensagem de Jesus e sabê-la reformular em formas
completamente novas, face às novas situações que surgem na comunidade.

Depois Jesus afirma: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”. Não é um desejo. Jesus não diz:
“A paz esteja convosco”, mas é um dom, onde a paz é tudo o que contribui para a plenitude da
vida. E então Jesus conclui: “mas não a dou como o mundo”.

A paz era a saudação que se fazia no momento da despedida. Para Jesus não é uma despedida,
mas uma presença ainda mais intensa. Eis porque ele diz: “mas não a dou como o mundo”.
“Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”. Jesus não quer que nos seus seguidores
esteja o medo, e sim, o amor.

“Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque
vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu”. Jesus aqui não está pensando em seus
sofrimentos, mas apenas no bem dos seus! Por que Ele diz: “Se me amásseis, ficaríeis alegres
porque vou para o Pai?”. Porque, na plena dimensão divina com o Pai, a ação de Jesus vai ser
ainda mais eficaz com os seus. Indo para o Pai, Jesus não só não se separa dos seus, mas torna
essa sua presença mais intensa!

No começo desse comentário ouvimos essa afirmação de Jesus: “Eu e meu Pai viremos e
faremos nele a nossa morada”. Portanto, ir para o Pai não significa que Jesus se afasta dos
seus, mas a sua evidente presença emergirá através das ações da vida dos seus.

“Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis”.

Aqui Jesus propõe um desafio!

Ele será condenado como um amaldiçoado por Deus. Jesus, então, pede aos discípulos para
decidirem em quem acreditar, ou no sumo sacerdote, ou Nele. Se acreditarem Nele não
acreditarão mais no sumo sacerdote. Se acreditarem em Jesus eles não acreditarão mais nas
instituições religiosas que condenaram a morte o filho de Deus.

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