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Conhecimento e Percepção no
Debate Filosófico Contemporâneo
Cristiano Junta
Aviso
JUNTA, C. M. . Nas Fronteiras do Sentido:
conhecimento e percepção no debate
filosófico contemporâneo. 2012.
Dados
Objetos Relação dos Sujeito
Físicos Causal Sentidos
Vimos que, se tomarmos um objeto comum
qualquer, desses que supomos conhecer por
meio dos sentidos, aquilo que os
sentidos imediatamente nos mostram não é a
verdade acerca do objeto, tal como ele é
independentemente de nós, mas somente a
verdade sobre certos dados dos sentidos que,
tanto quanto podemos ver, dependem da
relação entre nós e o objeto.
The Problems of Philosophy, cap. 2
Conseqüentemente, o que vemos e tocamos
de maneira direta não passa de mera
“aparência”, sinal, supomos nós, de uma
“realidade” que está por trás dela. Mas se a
realidade não é o que aparece, temos algum
meio de saber se de fato existe uma
realidade? E, em caso afirmativo, temos algum
meio de descobrir em que consiste?
The Problems of Philosophy, cap. 2
Esquete do argumento idealista contra
a existência da matéria
Tudo o que pode ser pensado é uma idéia na
mente da pessoa que pensa; portanto, só as
idéias nas mentes podem ser pensadas;
qualquer outra coisa é inconcebível, e o que é
inconcebível não pode existir.
The Problems of Philosophy, cap. 2
NOTA: O argumento de Berkeley contra as
concepções representativas da percepção
Imagem apresentada
por Berkeley em
“Ensaio para uma Nova
Teoria da Visão”
Conclusão de Berkeley : O olho ou a mente
não pode saber por uma inferência de tipo
geométrica a distância de um objeto pelo
ângulo de incidência dos raios de luz na retina.
O problema da relação entre objeto físico e
dado sensorial – segundo Russell
O problema que temos que considerar é este:
admitindo que estamos certos dos nossos
dados dos sentidos, temos alguma razão para
considerá-los como sinais da existência de
alguma outra coisa diferente, que podemos
denominar de objeto físico?
Continuação:
Quando tivermos enumerado todos os dados
dos sentidos que podemos naturalmente
considerar em conexão com a mesa, teremos
dito tudo o que se pode dizer sobre a mesa,
ou existe ainda algo a mais – algo que não é
um dado dos sentidos e que persiste quando
saímos do aposento? O senso comum, sem
hesitação, responde de modo afirmativo.
The Problems of Philosophy, cap. 3
Primeira parte da solução de Russell: a
crença instintiva.
É claro que originariamente não chegamos à
crença em um mundo exterior, independente,
por meio de argumentos. Percebemos em nós
mesmos esta crença formada assim que
começamos a refletir: é o que se poderia
denominar de crença instintiva.
The Problems of Philosophy, cap. 3
Segunda parte da solução de Russell:
objetos como construções lógicas
Descrições de
objetos
Dados Sensoriais
Ayer sobre a terminologia da
informação sensorial
Segundo Alfred J. Ayer a terminologia da
informação-sensorial é designada para
distingui-se do modo ordinário de expressão
sobre os objetos físicos.
Pois, é um aspecto importante a determinação
de uma oposição entre o modo “filosófico” de
se referir as experiências perceptivas e o
modo “ordinário” de fazê-lo.
O modo ordinário e o modo filosófico de se
referir as percepções
Modo Ordinário: Aqui está uma cadeira
Modo Filosófico: Isto me parece-me uma
cadeira.
A diferença entre o modo “ordinário” e modo
“filosófico” é que no primeiro não hesita em
afirmar a existência de um objeto, quando na
verdade poderia afirmar com certeza apenas
a existência de dados sensoriais de tal ou qual
tipo.
O “Argumento da Ilusão”
Um mesmo objeto pode
parecer possuir diferentes
propriedades em diferentes
condições ambientais (de
luz, imerso na água, à
distancia, etc.) que são
contraditórias uma com a
outra. Há casos em que
somos “enganados por
nossos sentidos”.
A crítica de Austin, parte 1
A linha de ataque de Austin nesse contexto
concentra-se sob a artificialidade, por assim
dizer, própria do par de expressões “objeto
material” e “dados sensoriais”. Se observamos
que não podemos encontrar nenhum
emprego ordinária para a expressão “objetos
materiais” , pois, não poderia ter ocorrido
jamais a ninguém “tentar representar com um
único tipo de coisas a coisa que as pessoas
comuns dizem “perceber”.
Continuação
Logo, Austin conclui que “O problema é que a
expressão “objeto material” funciona já desde
o princípio como um condutor para “dados
sensoriais”.
Sense and Sensibilia, Sec. II
Crítica ao “Argumento da Ilusão”
Há diversos casos de ilusão e nem todos
podem ser caracterizados como a co-
existência de propriedades contraditórias em
um mesmo objeto.
Cabeça pato-coelho
Pontos Inexistentes
Cubo impossível
Crítica de Austin: Segunda Parte
Um ponto fundamental de Austin a esse
respeito é compreender a natureza da
expressão “enganados por nossos sentidos”.
Enquanto tal ela não pode passar de uma
mera metáfora.
Continuação
Para Austin a questão é que não podemos considerar
os sentidos, per se, como evidências para
proposições empíricas, ou de qualquer outro tipo. De
fato, os sentidos ou afirmações sobre as nossas
experiências sensoriais não poderiam desempenhar
um papel especial em nossa linguagem como
“testemunho”, ou mesmo como “evidência” para
quais quer afirmações.
Exemplo: As diferentes funções de
“aparecer”
• Me parece que há aqui uma cadeira.
• Este homem parece com raiva.
• Pedro apareceu em casa tarde da noite.
• Essa mulher parece elegante.
As três faces da mesma teoria
Teoria da Informação
Sensorial da
Percepção