Sie sind auf Seite 1von 56

Expediente / Índice

imprensa@sieeesp.com.br

DIRETORIA

Presidente Matéria de Capa


Benjamin Ribeiro da Silva
Colégio Albert Einstein

1º Vice-presidente
4 Celebrada a Convenção Coletiva de Trabalho de 2014
José Augusto de Mattos Lourenço
Colégio São João Gualberto

2º Vice-presidente
Waldman Biolcati
Curso Cidade de Araçatuba
Entrevista Educação Sexual
1º Tesoureiro
José Antonio Figueiredo Antiório
Colégio Padre Anchieta 8 José Antonio 40 Inclusão escolar
2º Tesoureiro
Antonio Batista Grosso
Figueiredo Antiório e a sexualidade
Colégio Átomo nos alunos com
1º Secretário deficiência intelectual
Itamar Heráclio Góes Silva Viagem
Educ Empreendimentos Educacionais

2º Secretário
Antonio Francisco dos Santos
12 Viagem do Sieeesp
Social
Colégio Novo Acadêmico

DIRETORES DE REGIONAIS
à Finlândia, Rússia e
Croácia 32 Combate à pedofilia:
ABCDMR uma responsabilidade
Oswana M. F. Fameli - (11) 4437-1008
social
Drogas
14
Araçatuba
Waldman Biolcati - (18) 3623-1168

Bauru O cérebro do
Gerson Trevizani - (14) 3227-8503 Cidadania
estudante e as drogas
Campinas
Antonio F. dos Santos - (19) 3236-6333 38 Você é brasileiro?
Guarulhos Comportamento De verdade?
16
Wilson José Lourenço Júnior - (11) 4963-6842

Marília E, de novo, o velho


Luiz Carlos Lopes - (14) 3413-2437
conflito de gerações Intercâmbio
Ribeirão Preto
João A. A. Velloso - (16) 3610-0217 42 Convênio Brasil-China
Osasco
Motivação Sieeesp / CEAIE
20
José Antonio F. Antiório - (11) 3681-4327

Presidente Prudente
Antonio Batista Grosso - (18) 3223-2510 O ano escolar e a
Copa do Mundo Opinião
46
Santos
Ermenegildo P. Miranda - (13) 3234-4349

São José dos Campos O planejamento


Maria Helena Baeza - (12) 3931-0086
Educação Digital educacional
São José do Rio Preto
Cenira Blanco Fernandes Lujan - (17) 3222-6545

Sorocaba
22 Tendências
tecnológicas para a Nutrição
48
Edgar Delbem - (15) 3231-8459
Educação: Verde, rosa ou
MAIO DE 2014
Editor
É possível prever? amarelo
Adhemar Oricchio - MTB 8.171
Repórteres
Gisele Carmona Sociedade
Ygor Jegorow (estagiário)
Assessoria de Imprensa e
Produção Editorial
26 Sobrevida 50
Oficina
Arte de Celelê
Editor-chefe: Adhemar Oricchio
Editor gráfico: Balduino Ferreira Leite comemorada
Site: Gisele Carmona
Redes Sociais: Ygor Jegorow
Impressão: Companygraf
Colaboradores
• Ana Paula Saab • Antonio Higa
• Carlos Alberto Nonino 28
Reflexão
52 Obrigações
• Clemente de Sousa Lemes
• Ivaci de Oliveira • Jocelin de Oliveira
Problemas do não
• José Maria Tomazela • José Rodrigues
• Ulisses de Souza
aprender
www.sieeesp.org.br
Av. das Carinás, 525 - São Paulo - SP
CEP 04086-011 - (11) 5583-5500 54 Cursos

2 Escola Particular
Editorial

Benjamin

Sieeesp oficializa Ribeiro da Silva


Presidente do Sieeesp

o Departamento
Sindicato dos Estabelacimentos de
Ensino no Estado de São Paulo
benjamin@einstein24h.com.br

Internacional
Queremos estimular
A diretoria do Sieeesp decidiu estrangeiras pelo telefone o intercâmbio
criar o Departamento de Relações (11) 5583-5518 ou pelo e-mail
Internacionais, com o objetivo internacional@sieeesp.com.br de experiências
de melhor potencializar as ações 2. VIAGENS EDUCACIONAIS:
que vêm sendo desenvolvidas estaremos participando e projetos
no exterior, e com isso prestar
importante serviço a nossos
efetivamente da realização
dessas viagens, desde sua educacionais, com a
associados, procurando estimular
o intercâmbio de experiências
concepção (locais e formato),
até o acompanhamento de seus
efetiva participação
e projetos educacionais, com a
efetiva participação de nossas
resultados, com um trabalho
de Relações Públicas junto a
de nossas escolas
escolas. organismos, autoridades e
De fato, por um lado, o Sindicato educadores contatados; celebração
vem desenvolvendo há muitos de convênios; criação de projetos
anos relações internacionais, seja envolvendo nossas escolas.
na organização de viagens de Como primeira ação concreta,
estudo realizadas anualmente, estamos firmando acordo com o 5. BANCO DE DADOS: o
seja convidando professores ou Governo da China, que inclui diversos Departamento iniciou a criação
palestrantes para nossos projetos e projetos, como intercâmbio de de uma pequena central de
eventos, notadamente para o Saber. professores, estudantes e trabalhos informações internacionais, a
De outro, como efeito multiplicador, interescolares. Nosso próximo passo serviço de nossos associados.
instituições do exterior têm será estreitar relações com Finlândia Evidentemente, trata-se de um
procurado sistematicamente o e Rússia. passo inicial, e o Departamento
Sieeesp, com o intuito de melhor 3. COORDENAÇÃO DE VISITAS trabalhará de forma integrada
conhecer o mercado brasileiro de INTERNACIONAIS: autoridades com as áreas de Comunicação,
educação e de estabelecer contatos e profissionais de educação Pedagógica, Cursos, Diretorias
com escolas ou fornecedores de têm procurado o Sieeesp para Regionais e outras para viabilização
produtos e serviços do setor. contatos e apresentação de de suas ações e prestando
Até a presente data, inexistia escolas em São Paulo e no Brasil. cooperação a elas. Pretendemos
internamente um setor que Precisaremos do interesse e desenvolver o projeto ESCOLAS
coordenasse esse trabalho , e apoio de nossos associados e dos IRMÃS, objetivando aproximar
perderam-se muitas chances de Sinepes para proporcionar a esses nossas escolas de instituições
fazer chegar ao mercado inovações, visitantes estrangeiros a mesma congêneres no exterior e
oportunidades e benefícios, hospitalidade que temos recebido gostaríamos de receber sugestões,
tanto para o Sieeesp como para no exterior. Estamos iniciando novas ideias e apoio para esta
seus associados. Evidentemente, um trabalho de aproximação importante iniciativa.
o Departamento estará sendo com o Itamaraty, embaixadas e Em um mundo globalizado,
progressivamente estruturado para consulados, com o objetivo de a área de educação precisa
prestar um número diversificado melhor coordenar essas ações. estar antenada com tudo que
de serviços, mas desde já, sob 4. PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS: ocorre no exterior, como em
a direção de Oswaldo Tavares e temos dado apoio e participado qualquer atividade produtiva.
a assessoria de Daniela Rocha, de diversos eventos internacionais Especificamente, pela distância de
já estará à disposição para no Brasil. O Departamento terá países de melhor performance ou
desenvolver contatos ou viabilizar presença mais efetiva e comunicará de vanguarda na área de ensino,
ideias que venham a ser propostas. novidades e ideias de interesse queremos contribuir para uma
De forma mais concreta: para nossas escolas, convidando-as aproximação maior e para uma
1. ESTRUTURA: a Daniela estará inclusive a se juntarem ao Sieeesp valiosa troca de experiências que
atendendo associados e instituições nas ocasiões de maior interesse. venham beneficiar nossas escolas.

Escola Particular 3
Matéria de Capa

M ais uma vez conseguimos celebrar


a Convenção Coletiva de Trabalho
para os anos de 2014 a 2016, sem ter de
Assim, merece destaque o trabalho
realizado pelo professor José Antônio
Figueiredo Antiório, presidente da Feeeesp
Importante enaltecer o seu árduo traba-
lho na negociação das cláusulas sociais e
econômicas, sempre buscando meios de
recorrer ao Poder Judiciário. Tal façanha – Federação dos Estabelecimentos de desonerar os custos que os estabeleci-
confirma o amadurecimento e a excelên- Ensino no Estado de São Paulo, diretor do mentos de ensino têm de suportar, face à
cia dos representantes dos sindicatos das Sieeesp – Sindicato dos Estabelecimentos enorme e insuportável carga trabalhista e
categorias profissional e econômica, na de Ensino no Estado de São Paulo e presi- tributária das escolas.
boa condução dos trabalhos, sempre com dente da Comissão de Tratativas Salariais, Como nos anos anteriores, esta Con-
o intuito de se chegar a um acordo, sem que não poupou esforços e que, semanal- venção tem o prazo de validade de 1º de
deixar de lado o esforço de cada um, na mente, participou das difíceis e cansativas março de 2014 a 29 de fevereiro de 2016 e
defesa dos direitos dos seus representados. reuniões com os sindicatos profissionais. veio com algumas alterações que são resul-

4 Escola Particular
office.microsoft.com
tado tanto da pauta de reivindicações das Reajuste salarial em 2014 Reajuste salarial em 2015
categorias profissionais, como da Feeesp, Em 1º de março de 2014, as esco- Em 1º de março de 2015, as es-
Sieeesp e Sinepes, os quais são signatários las deverão reajustar os salários colas deverão aplicar sobre os
da mesma. dos professores e dos auxiliares da ad- salários devidos em 1º de março de 2014
Com as mudanças que sempre ocorrem ministração escolar em 6,37% sobre os o porcentual definido pela média aritmé-
na legislação, jurisprudências e até mesmo salários devidos em 1º de março de 2013, tica dos índices inflacionários do período
nas relações cotidianas do trabalho, é o que representa 1% (um por cento) de compreendido entre 1º de março de 2014
importante a correspondente adequação. aumento real, adicionado à média aritmé- e 28 de fevereiro de 2015, apurados pelo
É certo, também, que, por mais que as tica dos índices inflacionários do período IBGE (INPC), FIPE (IPC) e Dieese (ICV),
partes tentem prever na norma coletiva compreendido entre março de 2013 e acrescido de 2,0% (dois por cento), a título
os seus direitos e suas obrigações, no de- fevereiro de 2014, apurados pelo IBGE de aumento real.
senrolar das relações entre empregados (INPC), Dieese (ICV) e FIPE (IPC). As escolas que deixarem de conceder
e empregadores, situações novas podem As escolas que deixarem de conceder a a PLR deverão acrescentar 2,5% ao reajuste
ocorrer. E esse é um dos objetivos da Con- Participação nos Lucros ou Resultados de- acima.
venção Coletiva de Trabalho: estabelecer verão reajustar os salários dos professores,
normas para que a relação jurídica traba- a partir de 1º de março de 2014 e deverão Pisos salariais
lhista se desenvolva dentro dos padrões acrescentar 2% (dois por cento) ao reajuste a) salário mensal de R$ 927,71,
legais, éticos e morais, sem prejuízos aos definido acima, totalizando 8,37%. neste valor já incluído o DSR, por
empregados e nem aos empregadores. As diferenças salariais resultantes da jornada de 22 horas semanais, para profes-
Assim, algumas cláusulas das Conven- não aplicação do reajuste acima referido sores que lecionam em escola que só tenha
ções Coletivas de Trabalho dos Professores nos meses de março e abril de 2014 poderão cursos de Educação Infantil.
e dos Auxiliares foram alteradas e outras ser pagas até o 5º dia útil de junho, junta- b) salário mensal de R$ 1.036,66, neste
inovadas da seguinte forma: mente com os salários de maio de 2014. valor já incluído o DSR, por jornada de 22

Escola Particular 5
Matéria de Capa

office.microsoft.com
horas semanais, para professores de Edu- mento de 30% de PLR ou Abono Especial do IBGE, no período compreendido entre 1º
cação Infantil e de Ensino Fundamental, até para o ano de 2015, não poderá ter mais de março de 2014 e 28 de fevereiro de 2015.
o 5º ano, que lecionam nas demais escolas. que 6 faltas entre o 1º dia letivo e o último O valor da cesta básica substituída deverá
c) salário hora-aula de R$ 12,26, para dia do mês imediatamente anterior ao do ser comprovado pela escola às entidades
professores que lecionam no Ensino Fun- pagamento da PLR ou abono especial. sindicais signatárias da Convenção Cole-
damental, do 6º ao 9º ano, ou no período tiva, quando solicitado.
noturno, nos níveis Fundamental e Médio. A escola também poderá substituir a
d) salário hora-aula de R$ 13,65, para cesta básica por qualquer outro benefício,
professores que lecionam no Ensino Médio.
e) salário hora-aula de R$ 12,98, para
Caso o professor ainda não concedido e de valor unitário
superior ao da cesta básica acima referida,
professores que lecionam em cursos de lecione em duas obedecendo ao mesmo critério de reajuste
formação inicial e continuada de trabalha- anual. A substituição da cesta básica por
dores e em cursos de educação profissional ou mais escolas, a outro benefício deverá ser formalizada em
técnica de nível médio. Acordo Coletivo firmado pela escola, que
f) salário hora-aula de R$ 19,05 para complementação poderá ser assistida pela entidade sindical
professores que lecionam em cursos pré-
vestibulares. será paga pelos dois patronal e com o sindicato profissional.

Aos valores acima definidos deverá ser


acrescido o porcentual de hora-atividade e estabelecimentos na Complementação de benefício
previdenciário
as escolas que remunerarem os seus pro-
fessores pelo piso salarial também estão mesma proporção A escola, quando conceder ao
professor afastado do serviço, por motivo
obrigadas a conceder a PLR ou o Abono
Especial.
dos salários de saúde, a complementação do benefício
previdenciário deverá efetuar o respectivo

Participação nos lucros ou resul-


recebidos em cada pagamento a partir da data em que o
benefício previdenciário tiver início, junto
tados ou abono especial condi-
cionada à assiduidade do Profes-
um deles com o pagamento dos salários dos demais
funcionários. E caso o professor lecione em
sor e do Auxiliar duas ou mais escolas, a complementação
Será devida a PLR ou Abono Especial será paga pelos dois estabelecimentos na
nos porcentuais abaixo definidos: Cesta Básica mesma proporção dos salários recebidos
• até 15 de outubro de 2014, parcela A escola poderá substituir a cesta em cada um deles.
correspondente a 24% (vinte e quatro por básica por Cartão Alimentação
cento) da sua remuneração mensal bruta; ou Vale Alimentação, cujo valor de face, Garantia Semestral de Salários
• até 15 de outubro de 2015, parcela de no mínimo R$ 70,00 (setenta reais), Somente terá direito à Garantia
correspondente a 24% (vinte e quatro por não poderá ser inferior ao da cesta básica Semestral de Salários, o professor
cento) da sua remuneração mensal bruta. substituída e deverá ser reajustado anual- que tiver 18 meses de serviço prestado à es-
Fica estabelecido nesta Convenção mente, no mês de março, pelo porcentual cola, na data da comunicação da dispensa.
que, para o empregado fazer jus ao paga- do índice inflacionário apurado pelo INPC Para o Professor contratado a partir de 1º

6 Escola Particular
de agosto de 2014, o período de trabalho

office.microsoft.com
mínimo para usufruir do direito à Garantia
Semestral de Salários será o de 22 (vinte e
dois) meses, na data da comunicação da
dispensa.

Demissão ou redução de aulas por


supressão de turmas
O professor de um determinado
curso que tiver diminuição do número de
alunos matriculados e que vier a carac-
terizar a supressão de turmas, poderá ser
dispensado sem pagamento da garantia
semestral, porém, deverá ser comunicado,
por escrito, da redução parcial ou total de
sua carga horária no período compreen- sores de Educação Infantil e Ensino Funda- caso, começará a contar a partir do término
dido entre o 1º dia de aulas e o final da 2ª mental de 1º ao 5º ano, que trabalham em do período de estabilidade.
semana de aulas do período letivo. cursos oferecidos em tempo integral pelas
escolas. Essas escolas deverão formalizar Atestados médicos e abonos de
Férias solicitação de divisão de férias ao Sieeesp faltas
Importante mudança ocorreu ou ao Sinepe até 31 de agosto de 2014. Outro pedido da categor ia
na cláusula referente às férias econômica foi a previsão de prazo para
dos professores, que serão coletivas, com Licença por adoção ou guarda a entrega dos atestados médicos. Assim,
duração de trinta dias corridos, e gozadas, A previsão contida nesta cláusula os atestados médicos ou odontológicos
preferencialmente, nos meses de julho de refere-se à alteração ocorrida na deverão ser entregues à escola, no prazo
2014 e julho de 2015. Lei 12.873/2013, que prevê a licença de 120 de 48 horas a contar do retorno do profes-
Em razão dos cursos de períodos inte- dias ao professor e não somente à profes- sor, ou auxiliar, ao trabalho.
gral, foi necessária a previsão de férias de sora que vier a adotar ou obtiver guarda Eventuais dúvidas poderão ser sanadas
maneira diferenciada. Assim, a Comissão judicial de criança. no Departamento Jurídico do Sieeesp, que
Permanente de Negociação reunir-se-á, a Será garantida, também, a estabilidade está à disposição das escolas. Informamos
partir de setembro de 2014, para discutir no emprego ao docente adotante, durante que as Convenções Coletivas de Trabalho
este assunto e estabelecer a possibilidade a licença e até sessenta dias após o término estão à disposição das escolas no site:
de divisão do período de férias dos profes- do afastamento legal. O aviso prévio, nesse www.sieeesp.com.br. •

Escola Particular 7
Entrevista

Entrevista com
José Antonio Figueiredo Antiório
Gisele Carmona

A proveitando a conclusão da con-


venção coletiva, entrevistamos
o professor José Antonio Figueiredo
cadas. Além disso, da mesma forma como
o nosso lado apresenta preocupações,
elas também existem do lado dos traba-
cia, onde os dois lados procuram tirar o
que há de melhor para suas categorias.
Antiório – Todos os anos a negociação
Antiório, presidente da Federação dos lhadores. O importante em uma negocia- segue o mesmo ciclo. Como eu disse ante-
Estabelecimentos de Ensino no Estado ção é sempre chegar a um consenso para riormente, tudo depende da quantidade
de São Paulo – Feeesp, diretor-tesoureiro todos os envolvidos, de forma que exista de modificações que ocorreram nesse
e coordenador do departamento jurídico uma convenção equilibrada e que atenda período. Agora, quanto à negociação
do Sieeesp e presidente da Comissão de às partes, sem prejudicar ninguém. salarial ser um jogo de paciência, isso é
Tratativas Salariais, para entender um verdade. Temos que garantir segurança
pouco mais sobre o andamento da nego- EP – Com sua vasta experiência à fren- naquilo que está sendo decidido, tanto
ciação e sua finalização. te dessas negociações, gostaríamos de de um lado quanto do outro. A paciência
saber como elas se desenvolvem? Quais depende do que as categorias reivindi-
Escola Particular – Diante das ne- as diferenças das anteriores para as deste cam e suportam. Nós apresentamos as
gociações apresentadas, o que mais ano. Ao que parece, é um jogo de paciên- nossas propostas, eles as deles, e tudo
dificultou para que todos chegassem a
um acordo?
José Antonio Figueiredo Antiório –
Todas as negociações são muito difíceis,
principalmente porque elas acontecem
de dois em dois anos. Durante esse
período, muitas coisas mudam em re-
lação à legislação, à jurisprudência e ao
nascimento de novas sumulas do tribunal.
Inclusive, nesse período também encon-
tramos mudanças constantes no cenário
econômico do país. Esses são detalhes
que tornam as negociações mais compli-

Durante esse
período, muitas
coisas mudam
em relação à
legislação, à
jurisprudência e
ao nascimento de
novas sumulas
do tribunal

8 Escola Particular
Escola Particular 9
Entrevista

Nós tratamos
muito o caso do
período integral
e firmamos um
compromisso de
estudar férias
parceladas
a partir do
próximo ano

isso é levado às categorias até que se que a média, é diferente do que acon-
obtenha um consenso. Nem sempre em tece em uma escola grande. Uma escola
um primeiro momento o que você coloca pequena tem uma tributação diferente,
para os trabalhadores é recebido com muitas vezes feita pelo sistema SIMPLES.
tranquilidade. Vagarosamente, e obser- Quando você trabalha com uma escola
vando o que está se passando dentro do maior, uma escola que tem todos os ciclos
nosso país, as ideias vão se aprimorando envolvidos – infantil, fundamental e o
e a situação vai ficando mais confortável médio –, ela com certeza terá muito mais
para todos. E aí chega uma hora que você funcionários e suas reivindicações serão
tem que resolver, afinal, todos precisam maiores também. Às vezes eu falo em um
da solução. aumento “x” que para a capital é interes-
sante, no entanto, ela não é interessante
EP – Qual a responsabilidade de uma para o interior. Ao mesmo tempo eu falo
entidade como o Sieeesp em elaborar e de um número para o interior, que não é
discutir uma convenção coletiva? compatível para as escolas de periferia
Antiório – A nossa responsabilidade da capital. Então, é muito complexo esse
é com as escolas. Temos uma quantidade trabalho junto a diversas instituições
de associados muito grande, uma média e trabalhadores com perfis completa-
de 10.000 escolas no Estado de São mente diferentes.
Paulo e representamos todas elas. Em
contrapartida, o sindicato dos profes- EP – O que ficou de bom para os man-
sores representa uma média de 600 mil tenedores de escolas particulares depois
professores e mais ou menos essa mesma da assinatura da convenção?
quantidade em termos de administra- Antiório – Essa foi uma das melhores
dores escolares. Do meu ponto de vista, convenções que nós conseguimos cele-
eu preciso ter o meu trabalhador ao meu brar. Houve um fator de compreensão por
lado, feliz, para que ele possa trabalhar parte dos trabalhadores no aspecto da
com excelência. Do outro lado, a catego- dinâmica das mudanças que tem aconte-
ria profissional precisa ter o seu associado cido no Brasil. Nós tratamos muito o caso
feliz com a sua representatividade. Essas do período integral e firmamos um com-
são as questões fundamentais que geram promisso de estudar férias parceladas
algumas das principais dificuldades na a partir do próximo ano. Conversamos
solução final. também a respeito da mudança da cesta
básica para outro tipo de benefício que
EP – Os resultados de uma conven- poderá ser acordado entre as partes. E,
ção como essa podem colocar em risco além disso, tratamos um aspecto funda-
a saúde financeira das instituições de mental hoje, que é a questão das faltas.
ensino, correto? Nós temos tido uma quantidade de faltas
Antiório – As escolas como um todo dentro dos estabelecimentos de ensino
não são de pensamento administrativo que é considerável e tivemos consenso
homogêneo, ou seja, nós representamos por parte da classe trabalhadora nesse
as grandes, médias e pequenas escolas. ponto. Nós estamos vivendo em um país
Então, aquilo que acontece em uma com um momento de transição. Temos
escola de número de alunos menor do um grande evento internacional – que

10 Escola Particular
não sabemos como vai funcionar diante colégios privados. Depois eu iniciei uma convenção. É um desafio muito impor-
das manifestações que estão acontecen- pequena escola que se tornou hoje uma tante que estou assumindo e quero estar
do – e temos o processo eleitoral que vai das maiores escolas da região. Graças à altura dos anseios de todos aqueles que
acontecer entre outubro e novembro, a um trabalho direcionado para quali- irão participar.
que pode mudar substancialmente o dade do ensino e boa estrutura física,
rumo do desenvolvimento do país, da nós temos tido sucesso. Aprendi muito EP – Qual a mensagem que o senhor
economia e da parte financeira de to- na minha vida, não só trabalhando em pode passar para os mantenedores de
dos, inclusive do próprio trabalhador educação, mas também em empresa escolas particulares.
brasileiro. E, para completar, temos um privada e pública. Com isso aprendi a ter Antiório – Procuramos desenvolver
aspecto mundial em diversas partes do bom senso, paciência e agir com justiça, tudo aquilo que eles realmente precisam
mundo, onde conflitos constantes estão o que, aliás, me gerou reconhecimento baseados na nossa experiência de admi-
causando o pensamento de uma possível por áreas do terceiro setor. Esse é o caso nistração. Eu tenho uma escola que não
guerra mundial. Esses são todos fatores da ACM (Associação Cristã de Moços), é pequena, graças a Deus, e eu participo
externos que podem influenciar e desen- que eu dirigi no Brasil e hoje sou parte da também do Colégio Rio Branco como
cadear um novo processo dentro das administração em nível latino americano, vice-presidente do conselho na unidade
negociações, tanto na parte econômica sendo ela das maiores organizações exis- Granja Viana. Então, são as dificuldades
quanto social. tentes no mundo. E, dentro do Rotary, que vemos nas escolas que procuramos
consegui galgar um excelente patamar levar para a mesa de negociação e acre-
EP – Gostaríamos de ter um perfil de nessa escalada. Atualmente eu sou dire- ditamos que fizemos o melhor para a
sua atuação à frente de uma entidade tor do Rotary Internacional. Para ter uma educação de São Paulo. Estamos sempre
sindical com o Sieeesp. São muitos anos ideia da responsabilidade, precisamos pensando que nossos alunos devem sair
de luta em prol de uma categoria tão administrar uma receita financeira de das instituições de ensino com capa-
importante para a vida do país. um bilhão de dólares, por ano. E recente- cidade intelectual e de qualidade para
Fale também um pouco de sua vida mente, fui premiado com uma grande enfrentar não só os desafios dos exames
como educador. Aliás, não só como edu- notícia. Fomos escolhidos para coordenar vestibulares, mas também os desafios da
cador, mas de uma atuação destacada um dos maiores eventos que acontece no vida. E com isso eu creio que o sindicato
em outros ramos de atividade, como o mundo: a convenção mundial do Rotary. das escolas, da qual nós fazemos parte,
Rotary, por exemplo. No Brasil, será realizada no próximo ano, e a federação dos estabelecimentos de
Antiório – Eu sou educador desde de 6 a 10 de junho, em São Paulo. Estamos ensino, que aglutina a toda parte de São
1966. Comecei dando aula antes de aguardando cerca de 40.000 pessoas do Paulo e interior, estão fazendo jus àquilo
ingressar na universidade. Posterior- Brasil e de várias partes do mundo. Eu fui que os mantenedores colocaram sob a
mente, dei aulas em cursinhos e em indicado para ser o coordenador dessa nossa responsabilidade. •

Escola Particular 11
Viagem

VIAGEM DO SIEEESP À

O interesse pela viagem educacional promovida pelo Sieeesp a esses países


foi acima da expectativa e as inscrições foram encerradas com 30 dias
de antecedência.
Na Rússia, o programa elaborado pelo Ministério da Educação e Ciências
e pelo Instituto Pedagógico de Moscou apresenta os seguintes destaques:
• apresentação das recentes reformas, que objetivam equiparar a educa-
ção do país à dos centros europeus de melhor performance. Em Seminário, o
laureado Professor Semenov, reitor do Instituto, exporá a reforma tecnológica,
de matemática e ciências, e a professora Elena Sokolova, responsável pela
reforma do ensino básico, irá apresentar objetivos e resultados;
• dentre as melhores escolas públicas e privadas selecionadas, cabe men-
cionar a Escola do Futuro, a escola experimental “primária do Século XXI” e a
escola do Teatro Bolshoi.

Na Finlândia, o programa foi coordenado


pela Professora Eeva Penttila, ex diretora de
Educação de Helsinki e diretora da Associação
de Principals da OCDE. Além de dois importantes
seminários, com foco na estratégia que tornou
esse país n° 1 e referência mundial em educação,
visitaremos escolas selecionadas em Helsinki,
Provoo e Vantaa (na região metropolitana), o
que possibilitará um conhecimento de grande
valia sobre o sistema de ensino local. •

12 Escola Particular
Escola Particular 13
Drogas

freeimages.com
O cérebro do estudante
e as drogas
P ara dar início a leitura dessa nova série
à REVISTA ESCOLA PARTICULAR, gos-
taria de convidá-los a entender um pouco
mais sobre aspectos neurocientíficos que
envolve o problema das drogas, como
definições e conceitos que serão encontra-
dos no decorrer da leitura.
Drogas: Quando falo em drogas, estou
me referindo às substâncias que exercem
Abuso de
ações no cérebro humano capazes de drogas: é
provocar alterações comportamentais e
químicas no nosso organismo. o consumo
Abuso de drogas: é o consumo de qual-
quer substância que cause consequências de qualquer
adversas ao organismo.
Adicção: é o padrão de comportamen- substância
to de abuso da droga caracterizado pelo en-
volvimento irresistível pelo seu consumo, que cause
em que a pessoa não consegue resistir ao
impulso de utilizá-la repetidamente. consequências
Tolerância: é um fenômeno em que
após repetidas utilizações da droga, o
adversas ao
usuário necessita de doses maiores para
obter as sensações prazerosas que sentia
organismo
inicialmente com uma dosagem inferior.
Exemplo disso são as pessoas que anos
atrás necessitavam de apenas um copo
de cerveja para se sentirem embriagadas
e hoje necessitam de beber mais de uma
garrafa para sentir os efeitos do álcool.

14 Escola Particular
Dependência de drogas: consiste em
alterações comportamentais e químicas
no cérebro do usuário que causam desejo
e o levam à busca incessante pela utilização
da droga.
Síndrome de abstinência: está presente
nesses dependentes químicos e é caracte-
rizada pela experimentação de sintomas
e sensações de desconforto psicológico e
fisiológico, devido à ausência da substância
no organismo.
Fissura ou craving: compreende as criados nessa região a partir do uso da exemplo, praticar esportes, sair com ami-
sensações de forte desejo pela busca e uso droga de abuso e esses estímulos atingirão gos, namorar, comer em um restaurante,
da droga, normalmente acompanhado de o núcleo accumbens e, posteriormente, o ir ao cinema, assistir a um bom programa
sintomas ansiosos e presentes na síndrome córtex pré-frontal, região responsável pelo de televisão, a um show de rock ou na ex-
de abstinência. comportamento emocional. perimentação de um sorvete, por exemplo.
Os neurônios presentes nessa via são Diferentemente de quando a pessoa
Como as drogas agem no cérebro? chamados dopaminérgicos e o que basi- estimula naturalmente a liberação de
Diversos estudos se propõem a investi- camente ocorre é que as drogas de abuso dopamina, provocando um “alto natural”,
gar como as drogas agem no cérebro. Uma atuam no sistema de recompensa cerebral o uso de drogas provocará um “vício”
das hipóteses mais aceitas até hoje propõe estimulando a produção, a liberação de dos receptores de dopamina no cérebro,
que a droga ativa o chamado sistema de dopamina – substância relacionada com o fazendo com que o cérebro necessite de
recompensa cerebral. prazer – aumentando assim sua quantidade mais dopamina, forçando assim o jovem a
Esse sistema compreende algumas no cérebro e proporcionando as sensações buscar mais droga. •
regiões do cérebro, localizadas dentro do prazerosas da droga.
sistema límbico, que são responsáveis pelas Muito importante salientar que da
emoções, sensações de prazer e relaciona- mesma maneira que a droga é capaz de es- Dr. Gustavo Teixeira
Médico psiquiatra da
das também ao problema do uso de drogas. timular o sistema de recompensa cerebral, infância e adolescência.
Professor visitante
O sistema de recompensa cerebral, ou cir- aumentando a liberação de dopamina nas da Bridgewater State
cuito do prazer, começa na área tegumen- regiões cerebrais e provocar sensações de University. Mestre em
Educação, Framingham
tar ventral, localizada na região cinzenta prazer, outras atividades são também ca- State University.
comportamentoinfantil.com
do tronco cerebral. Impulsos elétricos são pazes de estimular esse sistema, como, por

Escola Particular 15
Comportamento

E, DE NOVO, O VELHO CONFLITO


DE GERAÇÕES...

freeimages.com
As empresas vêm enfrentando proble-
As empresas não transformações, a começar pelo debate
mas específicos e reincidentes com seus
funcionários, ou melhor, com seus colabo-
sabem o que fazer do papel da mulher, e a quebra de barreiras
políticas. Eles foram a juventude que saiu
radores entre 18 e 30 anos. Além de não
saberem mais o que fazer para que che-
para que respeitem de casa para morar sozinha, pregando a
paz, o amor e o sexo livre. Essa geração foi
guem na hora, igualmente não sabem o
que fazer para que respeitem a hierarquia,
a hierarquia e muito contestadora e isso catalisou uma
série de mudanças, muitas das quais se
preocupem-se quando erram, entendam
que é preciso fazer as mesmas coisas du-
preocupem-se vive até hoje. Embora libertários, os baby
boomers valorizam a família e as relações
rante um tempo e, o mais terrível para as quando erram afetivas. Defendem a paz acima de tudo e
empresas: não peçam demissão de três em não lidam bem com conflitos.
três meses! Estamos diante de alguns dos Consideramos como membros da
principais comportamentos da chamada geração X, aqueles nascidos entre a se-
Geração Y que estão deixando seus geren- lores, atitudes e crenças. Hoje, já temos, gunda metade da década de 60 e o início
tes, que geralmente são da geração X, de interagindo nas empresas, 3 gerações: os da década de 80. Estão hoje com idades
cabelos brancos antes da hora. É claro baby boomers, nascidos após a Segunda entre 30 e 45 anos e são uma geração que
que há muitas características positivas na Guerra Mundial, no final da década de 40 viveu as últimas grandes transformações
geração Y que precisam ser apresentadas, e na década de 50, a Geração X, nascida da sociedade, dentre elas, o fim do Socia-
sob pena de parecermos parciais. Eles são nas décadas de 60 e 70 e a recém chegada lismo e o fim da Ditadura Militar. Assistiram
altamente inovadores, encaram (e até Geração Y, nascida nas décadas de 80 e ao surgimento da AIDS, viveram as Diretas
pedem) desafios, são rápidos, quando 90. Podemos dizer que com o aumento Já, a hiperinflação e a mudança de moedas,
compram a ideia, são obsessivos com re- da expectativa de vida, em breve, teremos além da ascensão da tecnologia. Em razão
sultados. A questão é que para que essas convivendo no Mercado de Trabalho, 4 dessa trajetória, a geração X é uma geração
características se destaquem, os jovens gerações, com a maioridade da Geração caracterizada pela busca da segurança,
dessa geração precisam ser “atendidos” Z, que hoje está na faixa de 5 a 15 anos de principalmente através do trabalho, onde
em seu estilo peculiar de ser. As empresas idade. Sem tom de premonição, pergunta- valorizam ganhar mais e sentir-se seguros.
que conseguem compreender e superar mos: será que vem por aí uma guerra? A Geração X busca ser promovida no tra-
essa questão estão usufruindo do enorme Parece-nos óbvio que esse assunto diga balho através do esforço e da formação.
potencial produtivo e inovador dessa gera- respeito à Educação, à Escola e aos edu- São fiéis às empresas que lhe oferecem
ção. As que não conseguem, estão optando cadores. Vamos às descrições necessárias. oportunidades e sabem lidar com a hierar-
por colocar nas exigências do cargo, idade A expressão Baby boomers vem do quia (em nome disso, aprenderam a “engolir
superior a 30 anos. advento da explosão de nascimentos sapos”). Acredita-se que 60 a 70 por cento
É importante dizer que o conflito que ocorreu logo após o fim da Segunda dos professores brasileiros que atuam em
de gerações sempre existiu ao longo da Guerra Mundial, com a volta dos soldados sala de aula façam parte da geração X e,
história, porém nunca teve como carac- para casa. Essa geração que está hoje, em como tais, carregam os valores inerentes
terística, diferenças tão gritantes de va- média, acima dos 50, promoveu grandes a essa trajetória.

16 Escola Particular
Escola Particular 17
Comportamento

Os YZ gostam de desafios
e quebram paradigmas
com facilidade

A chamada geração Y está hoje, aproxi- negativos de atitudes que podem originar
madamente, na faixa entre 16 e 29 anos. conflitos relacionais. Para isso, precisamos
Essa geração nasceu e cresceu na De- ver o mundo através dos olhos dessas
mocracia, junto com a internet. É voltada novas gerações. As gerações Y e Z pos-
para si mesma e para o prazer. É a geração suem crenças e atitudes que precisam
videogame e por isso desenvolveu atitudes ser trabalhadas. A primeira delas é serem
como: estar no comando, poder ser quem conectados. Nós professores precisamos
quiser, trabalhar com metas e objetivos, vencer as resistências e nos conectar de
buscar soluções, ser adepta da tentativa vez. Os YZ gostam de desafios e quebram
e erro, encarar o erro como parte do jogo paradigmas com facilidade. É preciso que,
(acham que sempre podem tentar outra ao entender isso, intensifiquemos o uso
vez), necessitar de feedback constante e de técnicas de ensino que potencializem
rápido, acreditar mais nos pares do que nos a inovação e a criatividade. A necessidade
mais velhos, analisar rapidamente as situa- de receberem feedbacks rápidos é outra
ções e imediatamente tirar conclusões. A marca registrada dessas gerações. Isso nos
maioria dos alunos do Ensino Médio são leva a rever nosso processo de avaliação,
membros representativos dessa geração. no sentido de tornar os resultados os mais
Gosto, particularmente, da analogia entre o imediatos possíveis. Programas que viabili-
comportamento da Geração Y e o contexto zam avaliação via computador se adequam
dos videogames. Sua concepção de erro, bastante a essa necessidade. Desenvolver
por exemplo, é claramente influenciada rotineiramente técnicas de concentração e
pela concepção de erro nos videojogos. foco vai ajudá-los a não perder o foco com
Errar não é o fim, é uma oportunidade para tanta facilidade e, por fim, atividades que
aprender uma nova jogada, sem contar que exijam grande poder de análise e decisão
quase sempre temos uma “vida” guardada prestam-se a “amansar” o elevado padrão
que nos permite jogar de novo. Por um lado de impulsividade que os caracterizam.
isso é bom porque retirou deles o peso que A essência do processo educacional é
tem o ato de errar para nós (geração X e a transformação do outro no melhor ser
baby boomers) humano possível. Ajuda-nos a avaliar se
A geração Z encontra-se na faixa entre estamos sendo bem sucedidos na tarefa,
5 e 15 anos e se caracteriza por alguns uma rápida análise das atitudes gerais de
comportamentos da geração Y levados nossas crianças, adolescentes e jovens
ao exagero, como por exemplo o uso da com relação ao mundo, às pessoas e aos
tecnologia. As características específicas desafios que se apresentam ao longo do
dessa geração são “zapear” através do caminho. Precisamos superar de vez o
controle remoto (vem daí o “Z”). Fazer milenar conflito de gerações. •
várias tarefas ao mesmo tempo. Já nasce-
ram num mundo tecnológico, por isso, são
menos deslumbrados que os da Geração Y
com chips e joysticks. Pensam tecnologica- Júlio Furtado é educador e
palestrante
mente desde o berço. Esses são os alunos juliofurtado.com.br
do Ensino Fundamental.
Alguns caminhos podem ser segui-
dos para que cumpramos nossa função
educadora e minimizemos os impactos

18 Escola Particular
Escola Particular 19
Motivação
freeimages.com

O ANO ESCOLAR E A
COPA DO MUNDO
C omo a escola pode tornar um grande
evento esportivo em um grande mo- É necessário E, se não existe futebol sem chute, qual
professor de Biologia não ficaria honrado
tivador da aprendizagem?
Desde o início do ano passado, as
pensar a Copa do por poder explicar os músculos em ação da
perna do Neymar, comentando aquele gol
escolas por todo o Brasil têm discutido o
calendário escolar em virtude da Copa do
Mundo como uma espetacular que, mesmo sem fazer um exer-
cício de futurologia, acreditamos que virá
Mundo. Entretanto, passada essa fase, uma
vez que os calendários de 2014 de cada colé-
oportunidade de para a alegria geral da nação verde-amarela?
A distante, e de nome estranho, Bósnia-
gio já estão prontos e divulgados, e o ano
letivo já corre a pleno vapor, é necessário
aprendizado Herzegovina, cuja seleção tem presença
confirmada nos estádios brasileiros, com
pensar a Copa do Mundo, no Brasil, como A Brazuca, a bola oficial do torneio, por certeza tem muito a ensinar aos nossos
uma oportunidade de aprendizado para exemplo, poderá sair rolando do gramado alunos sobre a região dos Bálcãs. Os pro-
os nossos alunos. Como? As possibilidades diretamente para uma aula de Química. fessores de Geografia finalmente poderão
são inúmeras. Qual o material utilizado em sua fabricação? aproximar as fronteiras longínquas e
Mais que um tema transversal que Como se chegou a esse material? Por que muitas vezes geladas de tantos países ao
pode abarcar várias disciplinas escolares, 437 gramas, nem mais nem menos? Ao ensolarado Brasil.
a Copa aproxima o cotidiano que estará que os nossos professores de física podem A temida Matemática ficará muito mais
em todos os meios de comunicação ao colaborar ajudando os alunos a pensar e cal- simpática aos olhares escolares se fizer
estudo teórico tantas vezes distante do cular trajetórias da Brazuca, força do chute o cálculo da probabilidade do Brasil ser
alunado. Com a proximidade do torneio as dos jogadores e tantos outros aspectos campeão, ou vice, pelo menos. O cálculo
discussões ganham as casas, os escritórios, físicos que uma atividade como o futebol do custo da construção de um estádio e
e, por que não, as escolas? proporciona. da renda que cada jogo proporcionará

20 Escola Particular
ajudará nossos jovens a entender o tempo
Que Brasil é esse

freeimages.com
que será necessário para se pagar uma
construção desse porte. Por que também
não se ensinar juros, tomando por base
que gasta milhões
o salário astronômico de um jogador de
futebol em qualquer aplicação financeira?
em uma Copa do
As oportunidades de ensinar Matemática
a partir da Copa do Mundo são quase tão
Mundo de Futebol,
infinitas quanto são os próprios números. mas tem deficiências
Enfim, não há componente curricular
que não possa ganhar outro brilho com algo gravíssimas na saúde
que é tão caro ao brasileiro como o futebol,
sempre nossa paixão nacional. e na educação?
Consciência crítica e valores conteúdos que não se renovam. Os compo- gigantescas. O que resta, principalmente
Se acontecem tantas manifestações nentes curriculares não podem ser caixas a nós educadores, é explorar todos os
em várias cidades brasileiras justamente estanques que não conversam entre si aspectos possíveis de serem abordados
contra a Copa, em que contexto elas apa- e, principalmente, não conversam com a em sala de aula e fazermos a nossa parte.
recem? Que Brasil é esse que gasta milhões realidade que os cerca. Se a Copa do Mundo trará um grande
em uma Copa do Mundo de Futebol, mas O docente tem a obrigação de buscar prejuízo aos cofres públicos e à sociedade
tem deficiências gravíssimas na saúde, na oportunidades de sempre relacionar o em geral, pelo menos nossos alunos têm
educação e em tantas outras áreas? Uma conteúdo de sua disciplina ao mundo que de sair ganhando, e isso não depende de
aula interdisciplinar de História, Sociolo- está à volta do aluno e de todos nós. Com nenhum juiz, e pode ser feito em muito
gia, Filosofia, poderia discutir profunda- certeza, fazendo relações relevantes, o mais do que 90 minutos. •
mente a questão. aluno não mais perguntará em sala de aula
E a Copa do Mundo pode ser apenas “Para que eu aprendo isso?”
o pontapé inicial. Aulas de atualidades ou Se somos contra ou a favor da Copa
Miriam Bevilacqua é
pelo menos as atualidades devem permear, do Mundo em nosso país é uma discussão diretora geral do Colégio
Marista Nossa Senhora
sempre que possível, o trabalho de sala de que deveria ter sido feita previamente, da Glória, da Rede de
aula. Temos de criar o hábito de discutir com a participação da sociedade. Não foi Colégios do Grupo
Marista.
o jornal impresso, ou virtual, em sala de isso o que aconteceu. E não adianta, nesse colegiosmaristas.com.br/
aula semanalmente. A escola não pode momento, querermos impedir um evento
ser uma ilha isolada do mundo, ensinando mundial de proporções e implicações

Escola Particular 21
Educação Digital

TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO:


É POSSÍVEL PREVER? Parte II

C ontinuamos, nesta edição, a comen-


tar as proposições apresentadas
pela pesquisa realizada pelo Universia a
respeito das tendências para a educação,
até 2028. Nesta etapa enfocaremos os
temas que tratam de conteúdos compar-
tilhados e aulas multimídia. No próximo
artigo abordaremos os assuntos “Big
data” e “Extraclasse”, finalizando a série
Os dispositivos
com sugestões de visitas a variados recur-
sos digitais, dedicados à educação, que já
móveis digitais
trazem em seu “DNA” marcas e estruturas
das tendências apontadas pela pesquisa.
estarão ainda
Conteúdo compartilhado: do livro na
estante de uma biblioteca aos conteúdos
mais acessíveis
de conhecimento, em nuvem digital, ex- e disseminados
perienciados por todos.
Os comentários a respeito deste
tópico, em artigo publicado pela Revista
EXAME (2014), partem da suposição que
já a partir de 2015 os dispositivos móveis
digitais estarão ainda mais acessíveis e
disseminados, de modo que a utilização
de livros impressos, didáticos e de apoio,
serão progressiva e irreversivelmente
substituídos por conteúdos transportados
por mídias digitais.
A esse respeito, consideramos a
possibilidade crescente de que os pro-
fessores, apoiados por publicações edi-
toriais de base digital, orientarão os
estudantes para acessarem conteúdos

freeimages.com
pertinentes aos assuntos abordados, os
quais poderão ser disponibilizados por
aplicativos específicos (Apps), via “LMS”
(Learning Management System, sistemas
de gestão da aprendizagem), por acesso
direto a Mediaware de acesso livre, com
conteúdo disponibilizado na Internet por
bases de conhecimento produzidas por
sistemas de Knowledge Management
System (CARVALHO NETO, 2014), abrevia-
damente, KMS®.

22 Escola Particular
Escola Particular 23
Educação Digital

Quando tomamos um livro nas mãos, tância, consegue atender a 100% das
esteja ele sobre a mesa ou numa estante de expectativas dos docentes, pelas mais
biblioteca, temos uma mídia que disponibi- variadas razões.
liza informação por processo gráfico de Com isso, o que se apresenta são con-
impressão mecânico-química. Esta pre- textos em que os próprios professores
ciosidade é, normalmente, vinculada a um passam a produzir conteúdo, ao menos
gesto individual e isolado já que a leitura, complementar aos que já são disponibiliza-
por razões ópticas principalmente, se faz dos comercialmente ou de forma gratuita
de modo frontal e por uma única pessoa pela Internet. Segundo a pesquisa, cada
por vez (exceto em livros pensados e pro- vez mais os próprios professores vão
duzidos para permitir socialização durante produzir conteúdo de conhecimento, por
a leitura, em casos muito específicos). Já a via digital, disponibilizando-o a seus alunos
mídia digital, por sua acessibilidade e pelas por via digital.
variadas características e performance Segundo o pesquisador Stravos P. Xan-
dos dispositivos opto-eletrônicos, permite thopoylos (UNIVERSIA, 2014) “No futuro
que um mesmo conteúdo de informações haverá instituições de ensino que só vão
possa ser compartilhado por muitos, seja certificar, instituições de ensino que só
através de dispositivos móveis com acesso vão avaliar e instituições de ensino que
à Internet, residentes ou, ainda, via pro- só vão disponibilizar o conteúdo.” Estas
jeção por projetores multimídia em telas, considerações ecoam com aquelas que
ou diretamente por lousa digital. apresentamos a respeito da tendência de
Como vemos, o compartilhamento professores especialistas, capacitados,
digital se dá com sensível otimização atuarem em curva crescente como autores
econômica além de ampliar, de forma es- em ecossistemas digitais.
petacular, as possibilidades oferecidas por
modalidades de mídias digitais (‘multime- Aulas multimídia: objetos educacio-
dia’) tais como simuladores e animadores, nais digitais (OED)
jogos digitais, infográficos, áudio e audio- Objeto de Aprendizagem (OA), com
visuais, complexmedia, hipermídia etc. frequência também chamado Objeto Edu-
Outro aspecto que destacamos é a cacional Digital - OED (CARVALHO NETO,
crescente tendência, ainda que restrita 2011), pode ser compreendido como “qual-
no momento a determinadas instituições quer recurso que possa ser reutilizado
em função de perfil, de se contar com para suporte ao ensino” (WILEY, 2000, p.
professores-autores. São conhecidas 3). Objetos educacionais podem ser veicu-
pesquisas nas quais se evidenciam os lados em qualquer mídia ou formato, com-
graus de insatisfação com que os profes- preendendo desde um documento, como
sores lidam com conteúdo educacional um texto, passando por uma simulação,
publicado o qual, em nenhuma circuns- animação, áudio, audiovisual, hipertexto,

Objetos
educacionais
podem ser
veiculados em
qualquer mídia
ou formato
freeimages.com

24 Escola Particular
complexmedia, hipermídia, hipermídia em um OED. Dentro de variados cenários ao cotidiano de estudantes e professores.
complexa etc. educacionais esta produção artesanal Com isso vão se alterando os cenários
Os objetos educacionais foram se con- poderá contribuir, de alguma forma, com pedagógicos da atualidade, projetando-os
solidando de forma emergente como um o processo educacional, incorporada a um para um futuro onde o acesso à informa-
meio de organizar e estruturar recursos processo pedagógico. ção e às bases de conhecimento digital
dedicados à educação tendo em vista seu Por esta linha, a produção multimídia tendem a se democratizar, um direito que
caráter essencial de serem reutilizáveis, tende a crescer rapidamente e, impor- todo cidadão tem à educação. •
diante das possibilidades oferecidas pelas tante, passar a ser incorporada mais e mais (Continua no próximo número)
tecnologias digitais.
Para Wiley (2000), portanto, OED
são entendidos como entidades digitais REFERÊNCIAS
entregues via Internet, significando que • Artigo na revista Exame: 5 tendências de tecnologia para educação até 2028. Disponível em:
qualquer pessoa pode ter acesso e uso, http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/cinco-tendencias-de-tecnologia-para-educacao-
ate-2028. Acesso em 16/04/2014.
simultaneamente a outros usuários. Ainda
segundo Wiley, essas são as diferenças • CARVALHO NETO, C. Z. Knowledge Management System (KMS): engenharia editorial e gestão
do conhecimento a serviço da educação digital. São Paulo: Laborciencia editora, 2014.
fundamentais entre a mídia instrucional
tradicional e os OED. • Educação digital: Paradigmas, tecnologias e complexmedia dedicada à gestão do conheci-
mento. Tese de doutoramento defendida perante o Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Como vimos no artigo passado, no e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, 2011.
Brasil e produção de objetos educacionais Disponível em: http://www.carvalhonetocz.com/artigos/. Acesso em 16/04/2014.
digitais já se incorporou, inclusive, aos Pro- • UNIVERSIA: disponível em http://noticias.universia.com.br/tag/educa%C3%A7%C3%A3o-2028/.
grama Nacional do Livro Didático (PNLD). Acesso em 16/04/2014.
Para a produção de OED é necessário • WILEY, D. A. The instructional use of learning objects. On-line version. 2000. Disponível em:
se contar com uma equipe altamente http://reusability.org/read/.2000. Acesso em 20 fev. 2007.
especializada, quando os objetos são
profissionalmente concebidos e forneci-
dos, já que a complexidade envolvida no
processo é deveras elevada. No entanto é
possível se produzir objetos educacionais Cassiano Zeferino de Carvalho Neto é pós-doutorado em educação digital pelo ITA e
doutorado em engenharia e gestão do conhecimento pela UFSC; é mestre em educação
digitais de forma artesanal, para não se científica e tecnológica (UFSC) e especialista em qualidade na educação básica (INEAM/OEA/
USA). Tem licenciaturas em Física e Pedagogia (PUCSP). É fundador e atual presidente do
dizer caseira. Um audiovisual produzido Instituto Galileo Galilei para a Educação (IGGE), e também fundador e diretor executivo da
Laborciencia editora. www.carvalhonetocz.com. Contato: carvalhonetocz@gmail.com.
por estudantes que registram o processo
continuado de poluição de um córrego, Esta coluna conta com o apoio do Instituto Galileo Galilei para a Educação (www.igge.org.br)
no bairro onde moram, pode se constituir

Escola Particular 25
Sociedade

SOBREVIDA COMEMORADA

sxc.hu

office.microsoft.com
sxc.hu
N ão são poucas, nem desacreditadas,
as previsões que anunciam o fim dos O advento da mídia virtual
jornais impressos.
A mídia virtual, noticiando em tempo
obrigou os jornais em papel ao trato
real, atinge um número cada vez maior
de leitores, democratizando o acesso à
diferenciado da notícia
informação e permitindo a popularização
do direito de manifestação. Sua estrutura e contextos. Grande parte dos órgãos de amansar ou censurar conteúdos é o sonho
é menos onerosa e mais ágil. imprensa cuidou de estruturar versões de criança de déspotas e ditadores, pouco
Contudo, a mídia impressa resiste, virtuais e físicas do mesmo veículo, facul- habituados à diversidade de opiniões e
como que sorrindo da anunciada aposen- tando ou não o acesso irrestrito. manifestações.
tadoria. Tratou de operar mudanças em Refletindo a incipiência do hábito da Mídias mal intencionadas e tendencio-
suas rotinas, e transformar a internet, de leitura e busca de informações, a tira- sas são combatidas e responsabilizadas
concorrente, em colaboradora. gem dos grandes veículos de imprensa por vias judiciais, e tendem ao descrédito,
Jornais impressos possuem peculiar é pequena, se comparada ao número de na exata medida da formação cultural do
encanto, integrando hábitos e culturas leitores potenciais. São universalmente li- público alvo. São, quase sempre, financia-
que habitam sucessivas gerações. Clicar das as manchetes dos jornais expostos em das pelos que tiram proveitos políticos,
teclas, até no banheiro, não tem o mesmo bancas, e seletivamente lidos os editoriais sociais e econômicos do desvirtuamento.
sabor e satisfação que folhear páginas. e artigos de outros colunistas. É salutar a sobrevivência da mídia
É sólida a imagem de confiabilidade Jornais impressos constituem vítimas impressa, que ocupa espaço não suprido
da imprensa escrita, que documenta in- preferenciais de regimes autoritários, pelas novas modalidades de informação.
formações e responsabilidades. Leitores pela simples e nefasta censura ou pelo dis- Jornais em papel, que atravessam sufocos
assíduos chegam a recortar e arquivar simulado sufocamento financeiro. Diversos e penúrias, cumprem missão de utilidade
notícias e análises. analistas, com plena razão, costumam pública, até quando, vez ou outra, desin-
Jornais impressos documentam e per- medir a intensidade da democracia pela formam. •
petuam a publicidade de atos, providên- sobrevivência e desenvoltura dos jornais,
cias e escritos com efeitos judiciais, a quando pouco ou nada alinhados.
exemplo de editais os mais diversos. Em Do jornal no canto da sala ao rádio de Pedro Israel Novaes
tal característica, de perpetuidade da pilha, sobre o muro, passando pela TV e de Almeida
Engenheiro agrônomo e
informação, são imbatíveis. computador, a informação e entreteni- advogado, aposentado.
pedroinovaes@uol.com.br
O advento da mídia virtual obrigou os mento habitam os ambientes humanos, in-
jornais em papel ao trato diferenciado da formando ou desinformando, construindo
notícia, agora acompanhada de análises ou demolindo culturas. Tentar domesticar,

26 Escola Particular
Escola Particular 27
Reflexão

Eu adoro cavalo!
Sei montar desde
pequeno, monto
muito bem em
pelo! Eu tenho um
cavalo só meu!

do bairro. Faz pipas bonitas, gosta muito de


fazer e empinar pipas. E adora cavalo, ele
anda muito bem, desde pequeno. Me ajuda
em casa. A cama dele é ele que arruma. E
faz compra pra mim. (precisa de lista?) Não,
ele vai sem lista mesmo.

André Luiz
André Luiz entrou no consultório, prati-
camente arrastado pela mãe, escondendo-
se atrás dela. De soslaio, perguntou:

PROBLEMAS DO
Eu vou ficar internado?
Internado, por que?
Por causa que eu não sei ler e escrever.

NÃO APRENDER
Eu não aprendia porque ela me batia.
Eu não sou inteligente, não. Só um
pouquinho. Porque eu não sei ler.
Eu adoro cavalo! Sei montar desde

C om o objetivo de provocar uma re-


flexão a respeito da incongruência
entre o que está sendo produzido pela
de ordem multifatorial comumente vivido
nas escolas brasileiras: o problema do não
aprender.
pequeno, monto muito bem em pelo! Eu
tenho um cavalo só meu!
Na saída, tornou a perguntar:
Ciência, no campo da Educação, e o que se Então, vamos a ele: trata-se do relato Eu não vou mesmo ficar internado?
pratica, de fato, em muitas escolas, escrevi da pediatra sobre um menino chamado Por que?
o artigo publicado no mês passado. A ideia André Luiz com idade de 9 anos e 5 meses Pensava que ficava internado para po-
foi trazer algumas citações de obras de (MOYSÉS, 2008, p. 19-20). der aprender a ler. Eu nem queria vir, tinha
renomados pesquisadores para possibili- medo de ficar internado e não voltar mais
tar acesso ao que está sendo produzido e, A professora pra casa. Eu sonhei com isso a noite inteira.
com isso, promover uma práxis capaz de O André Luiz é desinteressado, apático,
transformar a sala de aulas. concentração mínima. Acho que tem pro- Pediatra
Como proposto, darei continuidade blema neurológico, ele só tem um assunto: Criança inteligente, desenvolta, con-
apresentando um trecho da obra “A Institu- cavalo. No ano passado, apanhava muito da versa sobre vários assuntos. Em todas as
cionalização Invisível”, escrito pela pediatra professora, ela puxava as orelhas. Em casa histórias que contou e desenhos que fez,
dra. Maria Aparecida Affonso Moysés, pro- faz todos os serviços. havia cavalos. Tem um cavalo e o adora![...]
fessora titular da Universidade Estadual de Criança normal. Estigmatizado. Considera-
Campinas (Unicamp). Mesmo não sendo da A mãe se doente porque não aprende na escola.
área, esta profissional tem trazido grandes Ele entrou na 1ª série com sete anos, ia André Luiz não mais resiste, já se sub-
contribuições à Educação. tudo bem, Aí teve um problema, a profes- meteu e é refém de uma incapacidade que
É fundamental destacar que o frag- sora era muito brava, até dava soco na não tem, mas introjetou.[...]
mento do livro está solto e descontextua- cabeça das crianças. Aí, ele não queria ir Está preso em uma doença que não
lizado, retirado do seu original e não sendo mais na escola, tive que trocar ele de classe, existe. Está confinado em uma instituição
posto como citação, mas como proposta foi para a classe dos repetentes, aí parece invisível, sem paredes, virtual.
inicial de reflexão, como mencionado ante- que deu um bloqueio, não queria apren- André Luiz está institucionalizado.
riormente. Embora o relato tenha aproxi- der mais. Nas reuniões a professora dizia I n s t i t u c i o n a l i z a d o. •
madamente 17 anos, continua servindo de que ele era imaturo. Não aprendeu mais
alerta, não para a culpabilização de profes- nada, foi reprovado.[...] No ano passado a
sores, que, em muitos casos, também são professora mandou levar num psicólogo. Lucy Duró
Pedagoga, Psicopedagoga
vítimas do sistema, mas para um problema Anda bem de bicicleta, é um dos poucos e membro do Laboratório
Interinstitucional de
Pesquisa em Psicologia
Referência bibliográfica Escolar do Instituto de
Psicologia da Universidade
MOYSÉS, Maria Aparecida Affonso. A institucionalização invisível: crianças que não-aprendem- de São Paulo.
na-escola. Campinas, Mercado de Letras, 2008. evoluireducacional.com.br

28 Escola Particular
Escola Particular 29
Educação Sexual

Inclusão Escolar e a
sexualidade nos alunos com
deficiência intelectual

Balduino Ferreira Leite


N o início da minha carreira como
educadora sexual, fui convidada Em uma pessoa com deficiência
por uma escola a fazer um trabalho de
educação sexual com alunos que tinham
intelectual, o desenvolvimento
deficiência intelectual. Foi uma experiên-
cia muito rica para mim. Tanto que rendeu
psicossexual, em geral, não acompanha o
um livro que se chama Diferente mas não
desigual – a sexualidade no deficiente men-
desenvolvimento físico
tal. Hoje, este livro está esgotado, mas
está para ser reeditado até o final do ano. E assim a família fez. O irmão mais um passo que nem todas as pessoas que
Tudo começou porque a escola em velho o levou a uma casa noturna, es- têm deficiência intelectual são capazes
questão tinha um aluno, por volta de 18 colheu uma garota e ela o levou para o de dar. Tudo depende das características
anos, que costumava se masturbar no quarto. Passados alguns minutos, a garota de sua condição, das circunstâncias de
banheiro da escola. Só que além disso, ele sai apavorada, chamando alguém para vida. Em uma pessoa que tem deficiência
também foi surpreendido no pátio e, em socorrê-lo, pois ele havia desmaiado!!! intelectual, o desenvolvimento psicos-
outra oportunidade, na sala de aulas. Isso, sexual, em geral, não acompanha o de-
sem dúvida, constrangia a todos e tirava a O que deu errado??? senvolvimento físico. Ele pode ter 18 anos
concentração de alunos e professores das Uma pessoa com deficiência intelec- de idade, mas o seu interesse sexual ainda
atividades propostas. tual tem uma resposta orgânica idêntica às pode estar direcionado, apenas, para a
A diretora, sem saber como lidar com demais pessoas. Porém a sua maturidade sensação prazerosa que as crianças, em
a tensão que se criou na escola, chamou pessoal, a sua capacidade emocional, a geral, descobrem aos 4-5 anos, ao tocar
os pais do garoto, falou o que estava acon- cognitiva e a adaptativa podem ser muito os genitais.
tecendo, e pediu à família que tomasse distintas daquelas que seriam próprias de Quando essa fase é alcançada na pu-
uma providência, sugerindo, inclusive, sua idade cronológica. berdade, isso tende a se tornar um fator
que levassem o rapaz a uma casa de No caso deste garoto, se havia alguma complicador na adaptação da pessoa com
prostituição! A diretora e a família acredi- imagem feminina que ele usava para se deficiência à sua condição corporal, pois é
tavam que o fato dele se masturbar era excitar, esta fazia parte de sua imaginação, completamente diferente lidar com as cu-
porque estava sentindo necessidade de sua fantasia. Daí a saber lidar com uma riosidades em relação ao corpo numa fase
fazer sexo. mulher de verdade, de carne e osso... é em que os caracteres sexuais secundários

30 Escola Particular
já estão formados e os hormônios agindo
a todo o vapor. Na infância, a excitação se É preciso ter profissionais habilitados
dispersa bem rápido. Já na adolescência,
envolve a liberação de hormônios, o que
para lidar com os alunos portadores de
requer um tempo maior para a dispersão
ou uma atuação mais direta, como a mas-
necessidades especiais
turbação.
O erro foi lidar com o comportamento • Deixar claro, numa linguagem que suas dúvidas sexuais e, principalmente, ser
sexual do aluno como se fosse o de uma ele é capaz de entender, as normas da reconhecidos no ambiente escolar por suas
pessoa adulta sem comprometimentos escola em relação ao comportamento habilidades pessoais, como tocar um instru-
intelectuais. Esse garoto não estava pre- sexual. É importante para a adequação mento musical, participar de um esporte,
cisando fazer sexo com outra pessoa, ele social desse rapaz que ele tenha limites, desempenhar uma atividade artística.
precisava aprender a lidar com o estímulo e os compreenda. Se esses limites não A inclusão escolar pressupõe acolher
sexual no ambiente escolar, para conse- forem colocados claramente, o deficiente, todas as pessoas na escola. Isso foi uma
guir respeitar as normas de convivência por si só, não vai descobrir que está sendo grande conquista! Mas, não basta estar na
social. inconveniente; lei, é preciso ter profissionais habilitados
Algumas sugestões de encaminha- • Buscar identificar, junto ao aluno para lidar com os alunos portadores de
mento que a escola poderia ter adotado: e à família, se há algum tipo de estímulo necessidades especiais: tanto para ensinar
• Conversar individualmente com o recorrente, e ajudar a neutralizar este fato. os conteúdos letivos como para lidar com
garoto para descobrir se ele sabe o que Por exemplo, a dificuldade nas atividades suas limitações. Devemos entender que
está acontecendo com o seu corpo e que escolares ou a descriminação dos colegas mesmo sendo diferentes, essas pessoas
a masturbação não é uma atividade per- pode impedi-lo de buscar prazer em outras possuem os mesmos direitos que qualquer
mitida na escola – a interpretação do que atividades e fazê-lo centrar esta gratifica- pessoa, inclusive na sua função sexual e
está acontecendo com ele é fundamental ção no sexo, no caso, a masturbação; reprodutiva. •
para uma abordagem adequada; • Preparar o corpo docente e até
• Ensinar de forma clara e sem subter- outros funcionários da escola para lidar
fúgios as mudanças na puberdade e o que com a sexualidade, principalmente, nas
o estímulo sexual pode promover em seu pessoas com deficiência intelectual, em Maria Helena Vilela é
educadora sexual e
corpo. A desinformação tende a piorar o que a linguagem precisa fazer sentido para diretora do Instituto Kaplan
kaplan.com.br
quadro. Ele, mais do que os demais, precisa ele e o vocabulário empregado ser do seu
de alguém que o ajude a decifrar aquelas conhecimento.
“coisas absurdas” que ele acha que estão É muito importante que eles possam
ocorrendo com ele; ter um espaço com quem compartilhar

Escola Particular 31
Social

COMBATE À
PEDOFILIA:
uma responsabilidade social
A prática de ato sexual ou libidinoso
contra crianças é crime. A pedofilia é
um transtorno do comportamento sexual
que se caracteriza pela “preferência em
realizar, ativamente ou na fantasia, práticas
sexuais com crianças” (DALGALARRONDO,
2008: 260). A participação da sociedade
na prevenção deste crime é fundamental, DISTRIBUIÇÃO ANUAL DOS CASOS NOVOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL POR FAIXA ETÁRIA
pois, apesar de violento e perturbador para
as vítimas, ele se esconde no silêncio resul-
tante da percepção de que os adultos são
donos das crianças. Em razão do caráter
sorrateiro, perverso e oculto desse crime, é
importante que a sociedade entenda o que
é pedofilia, como prevenir, como identificar
sinais de que alguma criança esteja sendo
vítima, além de conhecer os canais de
denúncia e atuar ativamente para mitigar
e proteger as crianças desses criminosos.
Os pedófilos possuem um transtorno
do comportamento sexual e suas ações
podem incluir a observação da criança
despida, despir-se em frente à criança,
masturbação ou relação sexual completa.
Há dois perfis de pedófilos: o abusador,
que se caracteriza por ser um indivíduo
imaturo que usa carícias discretas, a ponto Fonte: Centro de Referência da Mulher in Drezet, J. 2009
da própria criança e quem está ao redor não
perceberem que estão sendo agredidos e o Em São Paulo, a partir da criação da 4ª Delegacia de Polícia de Repressão à Pedofilia,
molestador, que possui comportamento in- em Dezembro de 2011, iniciou-se a criação de um banco de dados com fotos de estupra-
vasivo e violento. Este pedófilo pode ser um dores e pedófilos.
molestador situacional ou preferencial, que
só alcança gratificação sexual se a vítima INDICADORES DE PEDOFILIA EM SÃO PAULO
for uma criança. Já o abusador não tem a Quantidade de Denúncias no Estado de São Paulo
criança como objeto central de suas fanta-
sias, pode ser casado e viver com a família
e, em situações de estresse, sente-se mais
confortável com crianças (SERAFIM; SAFFI;
RIGONATTI; CASOY & BARROS, 2008).
Os pedófilos podem ter acesso às
crianças através da internet (redes sociais,
e-mails, chats públicos, quartos, salas de
bate papo, msns etc.) ou nos seus locais
de vivência (residência, escola, escotismo,
parques etc.).
O Centro de Referência da Saúde da
Mulher, no Hospital Perola Byington já iden-
tificava, em 2008, um aumento significativo
de crianças vítimas de violência sexual. Fonte: Dados da 4ª Delegacia de Repressão à Pedofilia, DHPP - Período compreendido entre 2012 e março de 2014.

32 Escola Particular
Tendo em vista os dados computados

freeimages.com
até março, pode-se observar uma tendên-
cia de aumento nas denúncias em relação
aos anos anteriores e consideramos impor-
tante todas as ações para prevenção à ação
dos pedófilos e abusadores e, quando do
conhecimento de vítimas, que as denúncias
sejam feitas.
A maior parte dos abusadores está con-
centrada na faixa etária de 18 a 40 anos e A participação
40% deles são parentes da vítima, conforme
gráficos abaixo: da sociedade
FAIXA ETÁRIA DOS ABUSADORES na prevenção
deste crime é
fundamental

A prevenção à pedofilia está direta- portamento, e estas mudanças se tornam


mente relacionada à observação constante regulares (passam a fazer parte do novo
do comportamento das crianças. Os pais comportamento da criança) é preciso
Fonte: Dados da 4ª Delegacia de Repressão À Pedofilia, DHPP-
têm obrigação de conhecer o comporta- investigar.
Período compreendido entre 2012 e Março de 2014. mento de seus filhos, orientar e monitorá- Dentre as mudanças de comporta-
GRAU DE PARENTESCO COM A VÍTIMA los de modo a identificar quando alguma mento, podemos citar: casos em que a
coisa não vai bem. Os professores, por criança chega cedo e sai tarde da escola,
outro lado, têm condições de observar e demonstrando pouco interesse ou re-
identificar mudanças de padrões compor- sistência em voltar para casa após a aula,
tamentais que possam indicar que alguma queda injustificada na frequência escolar
coisa não está bem com a criança já há ou abandono, dificuldades de concentra-
algum tempo. ção e aprendizagem, pouca ou nenhuma
No uso da internet, é necessário que participação nas atividades escolares,
os pais identifiquem: 1) se a criança passa tendência ao isolamento social com pou-
grande parte do tempo on-line, especial- cas relações com colegas, Relacionamento
mente à noite; 2) se há pornografia em entre crianças e adultos com ares de se-
arquivos do computador ou em arquivos gredo e exclusão dos demais, dificuldades
temporários da internet; 3) se a criança em confiar nas pessoas próximas, medo
recebe telefonemas de pessoas desconhe- ou pânico de certa pessoa ou sentimento
Fonte: Dados da 4ª Delegacia de Repressão À Pedofilia, DHPP-
Período compreendido entre 2012 e Março de 2014.
cidas ou está fazendo chamadas, as vezes generalizado de desagrado quando a crian-
de longa distância, para números também ça é deixada sozinha em algum lugar com
Das denúncias registradas até o mo- desconhecidos; 4) se a criança aparece alguém, mudanças extremas e inexplicadas
mento, 80% das vítimas são do sexo com celular (que comprou ou ganhou de no comportamento, como oscilações no
feminino e 60% delas estão concentradas na alguém) e recebe ligações de pessoas humor (momentos de euforia e de de-
faixa etária de 7 a 13 anos, conforme segue: desconhecidas; 5) se a criança recebe ou pressão, por exemplo), mal-estar pela sen-
GÊNERO DA VÍTIMA aparece em casa com cartas, presentes ou sação de modificação do corpo e confusão
pacotes de desconhecidos; 6) se a crian- de idade, regressão a comportamentos
ça muda rapidamente a tela do monitor infantis, como choro excessivo sem causa
quando alguém se aproxima dela e da tela aparente ou mesmo chupar dedos, tristeza,
do computador; 7) se a criança está usando abatimento profundo ou depressão crônica
uma conta on-line pertencente a outra PORTILHO (2011).
pessoa; 8) se a criança muda de comporta- Adicionalmente, pode surgir uma
mento e se torna distante da família; 9) Enu- série de problemas de saúde sem causa
rese ou odores estranhos e incompatíveis aparente, como dor de cabeça, erupções
Gráficos: Balduino Ferreira Leite

com uma criança. Os comportamentos na pele, vômitos e outras dificuldades


IDADE DAS VÍTIMAS descritos acima denotam grande possibili- digestivas, que na realidade, têm fundo
dade de assédio de pedófilos e, neste caso psicológico e emocional.
é importante que os pais mantenham os Outro indicador que requer cuidados é
registros identificados (sem deletá-los) e o surgimento de objetos pessoais, brinque-
peça ajuda aos órgãos competentes. dos, dinheiro e outros bens que estão além
Além disso, é importante avaliar se há das possibilidades financeiras da criança e
mudança no comportamento da criança. de suas famílias, pois em alguns casos, este
PORTILHO (Revista Abril, Maio, 2011) elenca pode ser um indício de favorecimento ou
comportamentos que a criança tem na aliciamento.
Fonte: Dados da 4ª Delegacia de Repressão À Pedofilia, DHPP.
escola que podem indicar que algo não O diálogo frequente é uma das ações
Período compreendido entre 2012 e Março de 2014. vai bem. Se há mudanças bruscas de com- que pode impedir o acesso do pedófilo à cri-

Escola Particular 33
Social

ança. Não basta conversar uma única vez. cologia, educação, saúde, ética, justiça,
A criança precisa de orientação constante. segurança, usos e costumes e religião. A
Dentre as orientações relacionadas ao uso participação da mídia e a intensa participa-
da internet é importante reforço constante ção dos grupos de proteção e de toda a so-
para que a criança 1) nunca marque um en- ciedade são fundamentais neste processo.
contro pessoal com alguém que conheceu Vamos fazer nossa parte e, em casos de
on-line; 2) nunca faça upload (post) com pedofilia, vamos denunciar – através dos
fotos de si mesma para a internet ou ser- canais abaixo:
viço on line para pessoas que não conhece São Paulo
pessoalmente; 3) nunca baixe imagens de DHPP – Departamento Estadual de
fontes desconhecidas, pois há chances de Homicídios e de Proteção à Pessoa
haver imagens sexualmente explícitas; 4) • Rua Brig.Tobias, 527 – 3º Andar –
nunca responda mensagens ou postagens 4ª Delegacia de Polícia de Repressão à
de boletins sugestivos, obscenos, agres- Pedofilia
sivos ou ofensivos e 5) não divulgue dados • dhpp.pedofilia@policiacivil.sp.gov.br
de identificação como nome, endereço de • Disque: (11) 3311-3535 / 3311-3536
casa, nome da escola ou número de tele-
fone. Outro item importante é que nem Polícia Federal
tudo que é dito on line pode ser verdadeiro. • denuncia.ddh@dpf.gov.br
Importante frisar o cuidado extremo • Disque 100
nas denúncias e apurações que cada su-
posto caso de pedofilia requer, pois uma Sensibilizado com a importância do
denúncia equivocada pode destruir uma tema, o Sieeesp promove, no dia 30 de
vida ou uma carreira. maio, em São Paulo, o Seminário “A preven-
Na CPI contra pedofilia realizada em ção do abuso sexual e o pós-abuso – Como
São Paulo, a Dra. Dalka Ferrari (2010) orientar alunos e lidar com as vítimas”.
reportou que a pedofilia é um fenômeno Inscrições pelos telefones (11) 5583-5555 e
multicausal e para obter uma intervenção (11) 5583-5523 ou ainda pelo site cursos@
eficaz e precisa, necessita de um trabalho sieeesp.com.br (código 4092).
de equipe multidisciplinar envolvendo psi- Veja a programação na página 36. •

BIBLIOGRAFIA
• DALGALARRONDO, Paulo. 2008. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed: 2a
edição. Pág. 260
• DREZETT, Jéfferson, Programa Bem me Quer do Hospital Perola Byington in Relatório Final dos
Trabalhos da CPI da Pedofilia – São Paulo, 18/12/2010.
• FERRARI, Dalka Chaves de Almeida, CNRVV – Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto
Sedes Sapientiae in Relatório Final dos Trabalhos da CPI da Pedofilia – São Paulo, 18/12/2010.
• PORTILHO, Gabriela. Entenda melhor os casos de abuso sexual e saiba como prevenir, reconhecer e
proceder diante dos primeiros sinais dentro e fora da escola in www.revistaescola.abril.com.br, Maio 2011.
• SERAFIM, A.P.; SAFFI, F.; RIGONATTI, S.P.; CASOY, I; BARROS, D.M. 2008. Perfil psicológico e compor-
tamental de agressores sexuais de crianças.
• Site: http://www.fbi.gov/news/stories/2011/may/predators_051711

Dra. Ancilla-Dei Vega Dias Baptista Giaconi


Titular da 4ª Delegacia de Repressão a Pedofilia, foi titular da 5ª delegacia de Polícia de Repressão de
Crimes contra a Criança e Adolescente, Coordenadora da Central de Flagrantes da 2ª Delegacia de
Polícia Seccional, titular da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher, Titular da cadeia de Distrito Comum e
da Delegacia da Mulher de Lorena e também atuou em outras delegacias da capital.

Andrea Freitas
Especialista em Segurança. Diretora da Alesco – Gestão de Riscos e Prevenção à Perdas.
Especialista em recuperação de crédito; controle de riscos, gestão de segurança, análise de
prevenção à fraude, análise de behavior, fatos delituosos, suas circunstâncias e comportamento
dos agentes fraudadores.

Silvana Meneses
Economista e Especialista em Segurança. Consultora da Alesco – Gestão de Riscos e Prevenção
à Perdas. Especialista em prevenção a fraude, criminalística, cruzamento e análise de bases de
dados, auditoria, gestão de processos e qualidade.

34 Escola Particular
Escola Particular 35
Social

36 Escola Particular
Escola Particular 37
Cidadania

Você é Brasileiro? De verdade?

C opa do Mundo de Futebol! Bandeiras


desdobradas, camisetas verde-ama-
relas, milhares de propagandas “nacio-
A impressão que
E no dia seguinte, o despertador,
o trânsito impossível, o trabalho sem
futuro, a conversa fiada, mais trânsito, o
nalistas” na TV, todas vendendo o tema temos é a de sangue nos jornais, a prece para não se
futebol. A impressão que temos é a de que, tornar parte do sangue dos jornais do dia
de repente, todos se tornaram “patriotas” que, de repente, seguinte, o e-mail com absurdos no país,
em um país sem problemas. o compartilhamento de sua indignação
Contudo, depois de algumas semanas todos se tornaram no facebook, a sensação de que “cumpriu
de euforia, assim que o juiz apita o fim do
jogo de decisão, o sonho se desfaz como “patriotas” em um a sua parte”, o sono rotineiro e, assim, a
vida vai passando.
fumaça e tudo volta ao normal: a vida volta
a ser vivida em um país chamado Brasil, país sem problemas O dia da eleição chega rápido. O ci-
dadão vai cumprir o seu dever eleitoral.
onde ainda são necessários milhões de Parado diante de uma máquina colorida
profissionais produtivos com empregos E aí, de repente, percebemos que tenta lembrar do número de algum can-
de verdade (aqueles em que a pessoa este ano tem eleições no país. Temos que didato. Nada vem à cabeça, já que pouca
trabalha todos os dias e recebe por isso, escolher milhares de “representantes do atenção foi dada ao assunto. Pensa: “se
pelo seu trabalho), onde faltam condições povo” para a próxima legislatura. fosse um dos jogadores da seleção, eu
mínimas de educação para todos, onde Enquanto a Copa acontecia, políticos saberia o número de cor e salteado! Mas
professores são desrespeitados de todas preparavam as campanhas com frases e esses políticos! Ah, são todos iguais! Todos
as formas, onde existe corrupção em discursos conhecidos. Cansados de tanto corruptos e ladrões! Vou votar em qual-
todos os níveis do serviço público, onde ouvir a mesma coisa e ver outro resultado, a quer um, ou em branco! Aí vai...”
pessoas são tratadas (ou não) nos corre- maioria simplesmente ignora as campanhas No ano seguinte, independentemente
dores dos hospitais, onde o bandido tem e os horários políticos, não faz nenhuma da sua decisão “inteligente” no voto, lá
mais direito que as pessoas que trabalham pesquisa séria sobre os fatos e a vida dos estarão no Congresso mais de 500 depu-
e obedecem às leis, onde temos medo de candidatos, não sabe nem sequer quem são tados e mais de 80 senadores, além de
caminhar pelas ruas, onde, como dizia Ruy os candidatos, e vai fazer outra coisa, como, centenas de deputados estaduais,dezenas
Barbosa, “o homem chega a desanimar-se por exemplo, enrolar as bandeiras, guardar de governadores e um Presidente.Todos
da virtude, a rir-se da honra e a ter ver- as camisetas e suspirar pela próxima Copa eleitos pelo voto democrático, inclusive
gonha de ser honesto”. do Mundo: “quem sabe na próxima...” o seu.

38 Escola Particular
Escola Particular 39
Sociedade

OK. Mas você não participou da es- Se essa situação toda lhe parece co-
colha. Você preferiu colocar a responsabi- mum, você não está sozinho, e não é à toa
lidade na mão dos outros e até se sente que temos o país que temos hoje. A culpa
orgulhoso por isso quando recomeçam é nossa, a culpa é sua!
os absurdos de leis “sem pé nem cabeça” Você é brasileiro, de verdade, ou ape-
aprovadas (e você, como todos os outros nas no efêmero período da Copa do Mun-
brasileiros, terá de obedecer a todas elas!). do, na ilusão de que o Brasil deve ser feito
Agora indignado, você participa das pela responsabilidade de outros, de que
manifestações nas ruas convidado por você “faz a sua parte em não fazer nada”?
amigos. Você grita contra os políticos que Protestar nas manifestações do re-
você não quis se dar ao trabalho de esco- sultado do voto burro também não é um
lher e acha que isso é o certo. Um pensa- comportamento inteligente. Basta pensar
mento estranho invade sua mente: “quem um pouco.
sabe se eu tivesse prestado um pouco mais Pense na raiz do problema, no que
de atenção e votado em alguém sério e pode ser feito para mudar a cara da
competente... Talvez o meu voto faria política no Brasil.
diferença e ele ou ela seria eleito(a)”. E se você se achar insignificante nesse
Logo o ego o consola: “que nada! O processo todo de mudança política do
que um voto, ou uma pessoa, podem fazer Brasil, lembre-se de Gandhi: “Qualquer
de diferença nessa bagunça?”. coisa que você fizer será insignificante,
E você se ilude que tomou a decisão mas é muito importante que você faça a
correta na preguiça de pesquisar candi- sua parte”. Use o seu voto, compartilhe ci-
datos e em se acovardar de participar da dadania. Agora é a hora de “agir”. Pesquise
escolha. fatos. Existem opções inteligentes! •

Marcos Pontes
Embaixador da ONU para o Desenvolvimento Industrial
www.marcospontes.com.br
Nascido em Bauru, SP, em 1963, Marcos Pontes atualmente é Astronauta à disposição do
Brasil, aguardando a escalação pelo governo para seu segundo voo espacial, é Palestrante
Motivacional, Coach Especialista em Desempenho Pessoal e Desenvolvimento Profissional,
Mestre em Engenharia de Sistemas, Engenheiro Aeronáutico pelo ITA, Diretor Técnico do
Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico,Empresário, Consultor
Técnico, Embaixador das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Presidente da
Fundação Astronauta Marcos Pontes e Autor de três livros: “Missão Cumprida. A historia
completa da primeira missão espacial brasileira”, “É Possível! Como transformar seus sonhos
em realidade” e “O Menino do Espaço”, todos publicados pela editora Chris McHilliard do Brasil.

40 Escola Particular
Escola Particular 41
Intercâmbio

CONVÊNIO BRASIL-CHINA
SIEEESP / CEAIE

Adhemar Oricchio
A finalidade da
visita foi conhecer
o sistema
D esde a visita da delegação brasileira à
China, em maio de 2013, numa viagem
efetivo e produzindo resultados a curto e
médio prazos.
educacional de
promovida pelo Sieeesp, o Departamento
Internacional do Sindicato vem mantendo
Os principais itens do convênio, que
está sendo finalizado e deverá ser firmado
nosso país e
regular contato com o Ministério da Educa-
ção e Ciências daquele país, com o objetivo
ainda neste semestre, são os seguintes:
1. Intercâmbio de professores – de
visitar escolas
de estreitar relações na área educacional. um lado, de Português ou outra matéria,
desde que o docente domine o inglês, para
interessadas num
CEAIE NO BRASIL trabalho de seis meses a um ano na China, amplo intercâmbio
Como contrapartida de nossa missão, recebendo alojamento e ajuda de custos.
estiveram no Brasil, nos dias 2,3, 4 e 5 de De outro, a vinda nas mesmas condições,
abril, o Sr. Shao Wei, secretário Geral do de professores chineses, principalmente Outra área importante de intercâmbio
CEAIE, órgão do Ministério da Educação para ensino da língua. é o programa de “high school”, envolvendo
responsável pelas relações internacionais, 2. Projeto ESCOLAS IRMÃS – ambos os escolas e famílias interessadas no Brasil e
e o Sr. Yu Yougen, diretor para as Américas países, através do Sieeesp e do CEAIE, sele- na China.
e Oceania. Foram recebidos e monitorados cionarão escolas que desejam estabelecer
pelo Sieeesp, em São Paulo e no Rio de Ja- mútuas relações, desenvolvendo troca de Como participar
neiro, participaram de uma apresentação experiências pedagógicas, de docentes ou As escolas interessadas neste projeto
no Sindicato e visitaram escolas e universi- alunos. Foram discutidos alguns projetos devem contatar o Departamento Interna-
dades em ambas as cidades. que podem ser de interesse comum: cional do Sieeesp, que organizará uma rela-
Trata-se de uma viagem preliminar • pela Internet: trabalhos ligados ao ção preliminar de instituições e promoverá
à vinda ao Brasil, no mês de setembro meio ambiente, cultura, dança, BRICS etc. o 1º Encontro Escolar Brasil-China, durante
próximo, de uma delegação de escolas e de • intercâmbio: de alunos e professores a visita da delegação daquele país, em
colégios técnicos chineses, cuja finalidade 3. Intercâmbio de estudantes – O CEAIE setembro. Para mais informações, procurar
é conhecer o sistema educacional de nosso irá promover em diversos Estados da China por Daniela, internacional@sieeesp.com.br
país e visitar escolas interessadas num a vinda ao Brasil de alunos interessados em ou pelo telefone (011) 5583-5500.
amplo intercâmbio. aprender Português com futebol, dança ou O presente projeto não está restrito ao
outra atividade, num programa promovido Estado de São Paulo.
CONVÊNIO SIEEESP – CEAIE por escolas brasileiras. Este intercâmbio
Como principal resultado desta visita, está previsto para os mês de agosto. Em Educadores chineses visitam o Rio
foram definidos os princípios de um con- contra-partida, o Sieeesp divulgará junto No dia 5 de abril, o professor Bruno
vênio entre ambas as entidades, com o aos Sinepes e escolas associadas, programa Castro, diretor do Departamento de Co-
intuito de estimular o intercâmbio bilateral elaborado pelo CEAIE, cujo conteúdo en- municação, Marketing, Esporte e Cultura
entre Brasil e China. O acordo prevê a par- volve o idioma chinês, ginástica olímpica, cul- do Colégio Santa Mônica, recebeu no
ticipação de nossas escolas para torná-lo tura chinesa, tecnologia e outras atividades. Rio de Janeiro representantes do órgão

42 Escola Particular
Escola Particular 43
Intercâmbio

Os visitantes puderam Ao fim da visita à UNICARIOCA os


chineses demonstraram-se satisfeitos em
contemplar as belezas das conhecer um pouco mais da educação no
Brasil. Da universidade a comissão seguiu
principais praias da cidade, tendo breves rumo a zona portuária, na Praça XV, para
almoçar no Albamar, restaurante especial-
vistas de pontos turísticos cariocas izado em frutos do mar, com vista para a
Baía de Guanabara. Ao longo do caminho,
freeimages.com

o Prof. Bruno contou um pouco mais da


história do Colégio Santa Mônica, apoiado
no book de 75 anos da instituição. Durante
o almoço, os visitantes demonstraram inte-
resse em trazer seus alunos na faixa etária
de 16 a 18 anos para realizar o intercâmbio
cultural no Rio de Janeiro.
Terminado o almoço, a comissão seguiu
para o Colégio Santa Mônica, unidade Ca-
chambi. Recepcionados pela coordenadora
Andréa Caetano e pela administradora da
unidade, Lucy Alves, a comissão visitou as
instalações físicas do colégio, como salas
de aulas comuns e adaptadas, piscina, re-
feitórios e quadra.
No CSM, puderam interagir com atletas
e com a Cia. de Teatro, que ensaiava para
o desfile de abertura do Intercolegial, que
seria realizado no dia 6 de abril. Sempre
bem humorados e receptivos, os membros
da comissão registraram o encontro em
diversas fotografias.
Ao longo da visita foram dadas infor-
mações sobre o quantitativo de alunos
atendidos, proposta pedagógica da escola,
programa esportivo e cultural e sobre os
governamental Associação de Educação como Estados Unidos, Alemanha e França. horários. Sobre o último item, os chineses
Chinesa para Intercâmbio Internacional. Os principais elementos culturais de interes- ficaram surpresos ao descobrir que na esco-
Os representantes, Sr. Shao Wei, Secretário se dos visitantes são a dança brasileira la regular brasileira os estudantes passam
Geral do CEAIE e Yu Yougen, Vice-diretor (samba), o futebol e a Língua Portuguesa. apenas um turno do dia na escola, sendo
do Departamento Intenacional de Coope- Ao chegar á UNICARIOCA a comissão opcional o horário integral para uma de-
ração do CEAIE, vieram ao Rio para uma foi recebida pelos representante da insti- terminada faixa etária. Na China, o horário
visita às instituições educacionais Centro tuição, Prof. Jaime da Silva Pereira, Coorde- é integral e extensivo a todos os alunos.
Universitário Carioca (UNICARIOCA), nador de Pós-Graduação e Extensão, pelo A comissão ainda teve a oportunidade
campus Centro, e ao Colégio Santa Mônica, Prof. Leandro Marques, Diretor da Unidade de interagir com pais de alunos que acom-
unidade Cachambi. Ao sair do hotel em que Centro e pela Profª. Maura Xerfan, Orien- panhavam o ensaio da Cia. de Teatro. Um
estavam hospedados na Barra da Tijuca, os tadora de Carreiras. O primeiro ponto da dos responsáveis, Sr. Theodore Albert,
chineses demonstraram grande interesse visita foi uma sala de aula onde alguns uni- é francês e mora no Brasil. Em inglês,
em diversificar o passeio educacional com versitários estavam realizando um grupo Theodore pode conversar com os repre-
as belas paisagens da cidade. de estudos e aulas de reforço. A comissão sentantes chineses sobre o projeto. O pai
Durante o trajeto do hotel à UNICA- foi apresentada aos alunos, que tiveram disse que considera muito importante a
RIOCA, os visitantes puderam contemplar a oportunidade de fazer perguntas. As implantação desse projeto, fato que vai
as belezas das principais praias da cidade, principais questões estavam relacionadas significar muito para ambas as partes e fez
tendo breves vistas de pontos turísticos ao método de aprovação chinês e se lá há elogios ao Colégio.
cariocas conhecidos em todo o mundo, interesse também em receber estudantes Após a visita, a comissão teve um coffe
como o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. brasileiros para o intercâmbio cultural. break e mais uma conversa acerca dos mé-
Na praia de Copacabana, solicitaram descer Na segunda etapa da visita, a comissão todos educacionais chineses e sobre os
para tirar uma foto com a tradicional paisa- se reuniu com os representantes da UNICA- contrapontos com o método brasileiro. Em
gem ao fundo. RIOCA para uma conversa acerca da edu- agradecimento à visita, os chineses presen-
Entre comentários sobre as paisagens e cação no Brasil. Foi apresentada a história tearam o prof. Bruno com um adorno que
as diferenças geográficas e culturais en-tre da instituição, que é relativamente nova, traz uma metáfora chinesa sobre a perse-
Brasil e China, os representantes do CEAIE com 25 anos de existência, mas que está em verança de enfrentar desafios para render
falaram um pouco mais sobre a visita à franco crescimento nos últimos 4 anos e já frutos. E foram levados ao Aeroporto
cidade de São Paulo no dia anterior e os inte- conta com 12 mil alunos. Foram abordados Internacional Tom Jobim, acompanhados
resses na visita ao país. Segundo o Sr. You- assuntos como planos de intercâmbio e do Prof. Bruno Castro e da Professora e
gen, o órgão que dirige está interessado na fontes de arrecadação da instituição, valo- Tradutora Claudia Rosa, onde embarcaram
troca de experiências culturais com o Brasil, rização do professor no Brasil e alunos que para os Estados Unidos finalizando a missão
assim como já faz com outros países, tais estudam e trabalham. em terras cariocas. •

44 Escola Particular
Escola Particular 45
Opinião

O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
freeimages.com

A presidente
afirmou que
A o discursar na sessão plenária do
Fórum Econômico Mundial, realiza-
do no mês de janeiro, em Davos, na Suíça,
Mas tal atitude não se vê na prática,
como, por exemplo, a Conferência Na-
cional de Educação (Conae), programada “nós vamos
a presidente Dilma Rousseff destacou que
a educação cumprirá dupla função estraté-
para ocorrer entre 17 e 21 de fevereiro, com
a participação de quatro mil educadores, transformar
gica ao contribuir para erradicar a miséria
e alicerçar o crescimento econômico do
foi adiada para novembro, ou seja, depois
das eleições majoritárias. É de se lamentar, a riqueza
país. Observou ainda que a educação
Brasileira prioriza a inclusão e a qualidade.
pois o Sindicato das Escolas Particulares de
São Paulo, entidade que represento, par-
finita do
Mas, ao observarmos o Relatório de De-
senvolvimento 2012, do Programa das
ticipou de todas as etapas desenvolvidas
no âmbito municipal, intermunicipal e no
petróleo em
Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud), constatamos que mais de 50 mi-
estadual e, por uma decisão unilateral do
Ministério da Educação (MEC), o encontro
um patrimônio
perene para
freeimages.com
lhões de alunos matriculados na educação foi adiado. É frustrante, para aqueles que
básica do país deveriam ter voltado a se interessam em melhorar a qualidade
estudar neste início de ano, porém, um do ensino e têm muito a acrescentar e a nossa
a cada quatro alunos que inicia o Ensino colaborar para isso.
Fundamental no Brasil abandona a escola Ainda em Davos, a presidente Dil- população”
antes de completar a última série. ma Rousseff completou que a decisão
O estudo comprova que a necessidade histórica de destinar 75% dos royalties
de trocar os estudos pelo trabalho, a dis- do petróleo, no pré e pós-sal, e 50% do
torção de idade e série, a falta de acesso fundo social do pré-sal para a educação, execução do projeto e, acima de tudo,
e o desinteresse são os principais motivos vai permitir que o país avance ainda mais aprimorar a gestão dos nossos estabeleci-
para que 25,3% das crianças e adolescen- na política educacional. Afirmou que mentos públicos de ensino. Não podemos
tes abandonem a escola. A pesquisa da “nós vamos transformar a riqueza finita perder de vista que o Plano Nacional de
Organização das Nações Unidas torna o do petróleo em um patrimônio perene Educação, previsto para ser executado de
Brasil o terceiro em taxa de evasão escolar para a nossa população, a educação. Essa 2011 a 2020, ainda não saiu do papel, pois
entre os 100 países com maior IDH (Índice alquimia, que é transformar petróleo está à espera de aprovação no Congresso
de Desenvolvimento Humano) e sugere em conhecimento, beneficiará nossa Nacional. •
que o país adote políticas educacionais estrutura produtiva. Trabalhadores bem
ambiciosas. formados, gerando maior produtividade
Como se vê, ainda falta muito para na economia, conseguem aplicar conhe- Benjamin Ribeiro da Silva
Presidente do Sieeesp
o governo brasileiro alcançar as metas cimento e inovação”. – Sindicato dos
Estabelecimentos de Ensino
ditadas pelos discursos. Temos muito Só que é bom lembrar que educação no Estado de São Paulo
a avançar, o caminho é árduo e carece não se faz só com promessas de verbas. benjamin@einstein24h.
com.br
de mais seriedade dos formuladores da É necessário, antes de tudo, fazer um
política educacional do país. excelente planejamento e se esmerar na

46 Escola Particular
Escola Particular 47
Nutrição
freeimages.com

A resposta é: TODOS, porém temos


que conhecê-los para podermos
tirar proveito dos benefícios.
se legumes, raízes, brotos, sementes e
frutas. A receita vai depender do objetivo
de cada pessoa.
usadas as frutas/legumes de cor amarelo/
laranja: maracujá, mamão, laranja, ce-
noura etc. As combinações vão depender
Muitas pessoas começam a tomar No caso do suco rosa, o principal dos objetivos de cada um.
esses sucos com o principal objetivo de componente é a beterraba, que pos- Dicas valiosas para todos os sucos:
emagrecer, mas muitos também pensam sui substâncias precursoras do óxido • é necessário consumir assim que
em se tornar mais saudáveis. nítrico, que dilata os vasos sanguíneos a bebida ficar pronta, para que não se
O fato é que tomar sucos à base de e reduz a pressão arterial, facilitando a percam as propriedades.
folhas, legumes e frutas é saudável, mas entrega de nutrientes aos músculos e • controlar o seu índice glicêmico, ou
temos de ter alguns cuidados: fazer as auxiliando na reconstrução das fibras seja, minimizar a absorção do açúcar pelo
combinações corretas, verificar se existe musculares. A versão rosa é rica em fi - corpo. Para isso temos como aliados a
algum ingrediente que irá atrapalhar o bras e antioxidantes. É mais adocicada, biomassa de banana verde e as sementes
funcionamento do corpo (isso mesmo, ideal para quem adora um doce. A base (linhaça, chia, girassol, gergelim).
em algumas doenças ou medicações que é a beterraba e, como no suco verde, as • ao acordar, em jejum, é o melhor
tomamos não devemos consumir deter- combinações vão depender de cada pes- momento para o consumo, já que a absor-
minados alimentos), o melhor horário soa. Pode-se incluir as frutas vermelhas ção será potencializada, afinal, o corpo
para consumir, cuidar do índice glicêmico e roxas (romã, framboesa, goji berry, está há horas sem receber nutrientes.
do suco. amora, uva), ervas, sementes, biomassa Então, vamos variar as cores dos su-
O principal objetivo do suco verde é de banana verde, dentre outros. A versão cos. O nosso corpo agradece! •
DESINTOXICAR, ou seja, dar uma limpada Pink incrementada com essas frutas será
no organismo. Porém, dependendo da um coringa no outono/inverno, porque
mistura ele terá esse objetivo associado previne e atenua as manchas da pele, ou
Martha Amódio
com outros, como, por exemplo, um seja, mais um aliado para combater as Nutricionista clínica
suco verde detox e termogênico. A base manchas do verão. e diretora técnica da
consultoria em nutrição
do suco verde é a clorofila que pode ser Na versão amarela, o grande compo- escolar “Comer e
Aprender”
encontrada nas folhas verde escuras nente é a vitamina A, super importante comereaprender.com.br
(agrião, couve, espinafre, rúcula) e nas para a saúde da nossa pele. Portanto, será
ervas (hortelã, salsinha). Depois mistura- outro coringa no outono. Neste suco são

48 Escola Particular
Escola Particular 49
Oficina

20 anos

Em comemoração aos 20 anos da personagem,


Celelê apresenta no Sieeesp o curso, oficina-show “Está na hora de Uma História Eu Escutar”

A cantora paulista, atriz, composito-


ra, escritora, professora de música
e musicoterapeuta Celise Melo já se
por personagens teatrais, coreografias,
cenário e efeitos de luz e som.
No curso, será abordado o estudo das
• Confecção de instrumentos musi-
cais e materiais recreativos com sucata
• Dramatização/ Interpretação/ In-
apresentou em diversos palcos brasileiros antigas canções e histórias, o consumo da trodução ao cinema e à TV.
desde 1993, quando criou a personagem TV e do cinema, além de músicas e brinca- No espetáculo ela apresentará as
Celelê. E no dia 15 de maio, quinta feira, deiras que transmitem informações úteis músicas que fazem parte do CD “Cante
às 18 horas, é no Sieeesp onde ela irá para a formação da criança. o Ano Todo” e do DVD “Está na Hora de
apresentar o curso, oficina-show “Está • A origem das músicas e histórias Uma História Eu Escutar” (Celelê Records
na hora de Uma História Eu Escutar” com infantis – Tratore), todas de sua autoria, além de
a participação da atriz Thais Conti (Talili). • As divisões das músicas folclóricas, divulgar seu mais novo livro: “O Livro
O espetáculo educativo e interativo eruditas etc. Educativo” (Giostri Editora) que traz as
acontece em ritmo de clipes musicais, • Ritmo/ Banda rítmica/ Brincadeiras histórias e músicas, que tratam de temas
com histórias e canções educativas in- musicais/ Histórias da vovó corriqueiros da sociedade como: o respei-
terpretadas ao vivo. Tudo isso composto • Expressão Corporal/ Dança/ Canto/ to ao meio ambiente, a importância de ir

O espetáculo
educativo e
interativo acontece
em ritmo de
clipes musicais,
com histórias e
canções educativas
interpretadas
ao vivo
50 Escola Particular
O livro também tem
partituras e dicas para brincar
e educar com música

Dia:
15 de maio
quinta-feira
às 16h
Telefone para inscrição:
(11) 5583-5555

Local:
Avenida das Carinás, 525
Indianópolis – São Paulo – SP

à escola, ajudar as pessoas, manter a paz em Milão, e em outras cidades como Recentemente, na Feira Reatech Bra-
e a união, ter uma alimentação saudável Assis, Cascia e Roma. Nelas apresentou sil, em São Paulo, apresentou o espetácu-
e o valor de uma amizade sincera. O livro a palestra-show “L’Importanza Della lo “A Inclusão com Celelê e convidados”,
também tem partituras e dicas para brin- Musica”, com versões em italiano e inglês que enfatiza a amizade, a importância
car e educar com música. de suas canções ao vivo. Cantou também de ajudar as pessoas e, principalmente,
Celelê também já participou de feiras para pessoas com deficiência na cidade de aquelas que possuem deficiência e os
internacionais como a Reatech Itália, Jerusalém, em Israel. excluídos pela sociedade. •

Escola Particular 51
Classiesp

AGENDA DE OBRIGAÇÕES • JUNHO DE 2014 •


• 06/06/2014 SALÁRIOS - ref. 05/2014

• 06/06/2014 FGTS - ref. 05/2014


CAGED - ref. 05/2014

• 10/06/2014 ISS (Capital) - ref. 05/2014

• 16/06/2014 INSS (Individual) - ref. 05/2014

• 20/06/2014 INSS (Empresa) - ref. 05/2014


SIMPLES NACIONAL - ref. 05/2014
PIS – Folha de Pagamentos - ref. 05/2014

• 25/06/2014 COFINS – Faturamento - ref. 05/2014


PIS – Faturamento - ref. 05/2014
ANUNCIE NA
• 30/06/2014 IRPJ – (Mensal) - ref. 05/2014
REVISTA
CSLL – (Mensal) - ref. 05/2014
11 5583-5500
Dados fornecidos pela HELP – Administração e Contabilidade
helpescola@helpescola.com.br • (11) 3399-5546 / 3399-4385 comercial@sieeesp.com.br

52 Escola Particular
Escola Particular 53
Cursos

54 Escola Particular
Escola Particular 55
56 Escola Particular

Das könnte Ihnen auch gefallen