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Poesia trovadoresca

Poesia lírica: Cantigas de amor e amigo


Cantigas de amor

Nas cantigas de amor o homem refere-se à sua amada como sendo uma figura
idealizada, distante das possibilidades reais. O poeta fica na posição de fiel vassalo, às
ordens da sua senhora, dama da corte, onde esse amor é considerado como um objeto
de sonho, ou seja, impossível, que está longe. O eu lírico é, assim, masculino e sofredor
sendo “coita” uma palavra muito usada nestas cantigas devido ao seu significado:
sofrimento por amor.

O trovador apaixonado nunca consegue chegar ao coração de sua amada por ter medo
de se aproximar e porque esta rejeitava as canções feitas para ela.

Perante a “senhor”, o poeta apaixonado humilha-se, suplica e adora o seu suserano.


Frequentemente diz que só lhe resta morrer de amor ao aperceber-se da indiferença,
frieza e distanciamento da amada, apesar de constantemente louvá-la.

Assim, conclui-se que as temáticas destas cantigas são essencialmente o elogio da


mulher amada e a coita amorosa.

Linguagem estilo e estrutura

Cantiga de mestria (sem refrão) ou cantiga de refrão (com recurso a refrão)


Recursos expressivos: adjetivação, hipérbole e comparação

Trabalho realizado por Raquel Claro e Rita Tomé


Braamcamp Freire 12º1
Cantigas de amigo

Nas cantigas de amigo, apesar de a voz lírica ser feminina, o trovador que escreve os
versos é sempre um homem, o que faz com que apareça, nos poemas, a ideia
masculina sobre a saudade e o amor.

O trovador expressa, pela boca de uma donzela de cariz popular, os sentimentos que
supõe que esta sente em relação ao amado e os estados emocionais experimentados
por ela, que padeceria a paixão amorosa – a coita de amor.

Apesar de aparecer o sentimento de saudade, o tom das cantigas é de felicidade,


porque, o amor de que se fala, apesar de distante, é real.

Estas cantigas são sempre um desabafo de uma donzela dirigido à mãe, irmã mais
velha, amiga, natureza ou a um cavaleiro (mais raro), cantado a ausência do amado ou
a alegria por um encontro com ele.

As temáticas mais utilizadas por esta cantiga é a paixão pelo amigo, a saudade, a
incerteza e a insegurança na relação, os arrufos de amor e o ciúme.

Subtipos

Albas, alvas, alvoradas ou serenas: Passa-se de manhã;


Bailias ou bailadas: Passa-se num baile;
Barcarolas ou marinhas: Passa-se no mar;
Cantigas de romaria: Passa-se junto a uma igreja, peregrinação;
Pastorelas: Passa-se no pasto.

Linguagem estilo e estrutura

Paralelismo;
Refrão;
Recursos expressivos: personificação, comparação e apóstrofe.

Trabalho realizado por Raquel Claro e Rita Tomé


Braamcamp Freire 12º1
Poesia Satírica: Cantigas de Escárnio e Maldizer
Ao contrário das cantigas de amigo e de amor que são poesia lírica, as de escárnio e
maldizer dedicam-se à poesia satírica. Esta revela um gosto pela crítica, pelo cómico e
pelo ridículo.

Cantigas de Escárnio

Nestas cantigas a crítica é mais subtil, não sendo revelada a identidade de quem se
critica, apesar desta ser facilmente reconhecida pelos elementos da sociedade. A
crítica é destacada pela ironia e pelo sarcasmo que se encontram presentes nas
cantigas através das ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos.

Exemplo:

Ai, dona fea! Foste-vos queixar Dona fea, nunca vos eu loei
que vos nunca louv'en meu trobar; en meu trobar, pero muito trobei;
mas ora quero fazer um cantar mais ora já un bon cantar farei,
en que vos loarei toda via; en que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar: e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia! dona fea, velha e sandia!

Ai, dona fea! Se Deus me pardon!


pois avedes [a] tan gran coraçon
que vos eu loe, en esta razon
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!

João Garcia de Guilhade

Análise desta cantiga:

Esta cantiga critica de forma indireta a atitude, o comportamento de uma dona que
quer ser louvada, apesar de não possuir atributos para tal pois é “fea, velha e sandia”.
Por essa razão, esta é também considerada uma paródia do amor cortês pois trata-se
de uma imitação de uma cantiga de amor com um propósito irónico e cómico.
A ironia está presente na cantiga quando o trovador acede ao desejo da dona que quer
ser louvada, no entanto não o faz da maneira pretendida:
“e vedes como vos quero loar: / dona fea, velha e sandia!” (v.5,6)

O refrão assinala o efeito cómico que se cria ao elogiar-se não uma dona bela, jovem e
com bom senso, habitualmente retratada nas cantigas de amor, mas antes uma
mulher cuja imagem é extremamente negativa.

Trabalho realizado por Raquel Claro e Rita Tomé


Braamcamp Freire 12º1
Cantigas de maldizer

Nestas cantigas a crítica é pesada e direta, com a intenção de ofender a pessoa


ridicularizada, identificando-se o alvo visado. A linguagem presente é clara, por vezes
até violenta e grosseira, e o nome ou o cargo da pessoa sobre quem se faz a sátira está
presente nas cantigas.

Exemplo:

Roi Queimado morreu con amor E non á já de sa morte pavor,


en seus cantares, par Sancta Maria, senon sa morte mais la temeria,
por ũa dona que gran ben queria: mais sabe ben, per sa sabedoria,
e, por se meter por mais trobador, que viverá, des quando morto for,
porque lhe ela non quis ben fazer, e faz-[s'] en seu cantar morte prender,
feze-s'el en seus cantares morrer, des i ar vive: vedes que poder
mais resurgiu depois ao tercer dia! que lhi Deus deu, mais que non cuidaria.

Esto fez el por ũa sa senhor E, se mi Deus a mim desse poder


que quer gran ben, e mais vos en diria: qual oj'el á, pois morrer, de viver,
por que cuida que faz i maestria, já mais morte nunca temeria.
enos cantares que faz, á sabor
de morrer i e des i d'ar viver;
esto faz el que x'o pode fazer,
mais outr'omem per ren' nono faria.

Pero Garcia Burgalês

Análise desta cantiga:

Nesta cantiga a critica é direta e explicita a um poeta – Roi Queimado – que, nas suas
composições e por causa de um amor por uma dona, anunciava a sua morte, embora
continuasse a viver. Trata-se por isso de uma cantiga de maldizer, que põe o ridículo
comportamento desse poeta, em particular. A critica é também mordaz e irónica à
morte de amor tão convencional das cantigas de amor.

A ironia encontra-se presente para satirizar o poder que o Roi Queimado parece ter –
morrer e depois viver: “mais resurgiu depois ao tercer dia” (v.7) (alusão à ressureição de
Jesus Cristo).

Trabalho realizado por Raquel Claro e Rita Tomé


Braamcamp Freire 12º1
Bibliografia
CATARINO, Ana et al; Sentidos 10; ASA

Livro de Preparação para o Exame Final Nacional Português 12º ano; Porto Editora,
2019

Webgrafia
https://www.colegioweb.com.br/trovadorismo/as-cantigas-de-amor.html

https://www.clickescolar.com.br/caracteristicas-principais-das-cantigas-de-amor.htm

https://www.suapesquisa.com/artesliteratura/trovadorismo.htm

http://www.japassei.pt/artigo.aspx?lang=pt&id_object=7656

https://www.colegioweb.com.br/trovadorismo/as-cantigas-de-amigo.html

https://pt.scribd.com/doc/303207362/Caracteristicas-Das-Cantigas-de-Amigo

https://pt.wikisource.org/wiki/Roi_Queimado_morreu_con_amor

https://cultura.culturamix.com/curiosidades/cantigas-de-escarnio-e-maldizer

https://pt.slideshare.net/HMECOUT/cantigas-de-escrnio-e-maldizer-9200416

https://www.colegioweb.com.br/trovadorismo/as-cantigas-satiricas-de-escarnio-e-de-
maldizer.html

Trabalho realizado por Raquel Claro e Rita Tomé


Braamcamp Freire 12º1

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