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RESUMO
ABSTRACT
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conflictos, guiando y fundamentando instrumentos de solución de problemas que
valoren el ser humano, que incentiven su participación en la solución de conflictos
individuales y colecctivos, que estimulen el diálogo pacífico. En este escenario, la
mediación se revela un adecuado medio de resolución de conflictos por el que las
personas dialogan y deciden como deberán actuar delante del problema. La
implementación de espacios de mediación en la sociedad se propone al estimulo a la
participación de las personas en la resolución de conflictos, destacando que todos son
aptos y capaces para la construcción del consenso, a través del diálogo y de la
cooperación, como también para establecer parcerias en la búsqueda de soluciones
comunes y satisfativas. En esta investigación, es analisada la experiencia de la Casa de
Mediação Comunitária de Parangaba, proyecto del gobierno del estado de Ceará. La
investigación evaluó si la mediación representa un medio democrático que contribuye
para el acceso a la justicia, para disminuir la exclusión y para la promoción de la paz.
Introdução
Mesmo com esta origem, não tem sido raro o apoio à crítica conservadora da
Constituição da República quando de suas promessas muito além daquilo que a
realidade brasileira poderia oferecer. O alvo principal desta crítica constitucionalista
tem foco central no rol de direitos e garantias individuais, nos direitos sociais, no direito
econômico constitucional – aqui se chegava quase ao delírio contra o tabelamento dos
juros em doze por cento anuais constante do texto original da Constituição – e, por fim,
na organização do pacto federativo. Por outro lado, os esforços contrários à crítica
conservadora reagiram na forma de discursos, em boa parte, idealistas, apenas a
insistirem na importância da manutenção de todos estes “alvos”, como se o tempo,
sozinho, resolvesse o desafio das promessas não efetivadas. Parece ter passado ao largo
da percepção dos defensores da nova ordem política e social do constitucionalismo
brasileiro que os mesmos atores intelectuais e políticos a procurarem desacreditar
discursivamente tais promessas cuidavam de enfraquecê-la, no âmbito das esferas do
poder do Estado, legitimando seu sempre liberal argumento de que se deve adequar a
legalidade à realidade que se tem, e nada mais. Do ponto de vista mais geral, o principal
argumento era sobre a grande quantidade de dispositivos que a Constituição dispôs,
impossibilitadores do desenvolvimento econômico e social “livres”. “Libertar” a
Constituição de suas próprias amarras representaria a remissão de todos os seus
pecados, e, somente assim, o País poderia se desenvolver. Negava-se a política no
direito exatamente para esconder-se uma política de direito a ser implantada e seguida.
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sociedade. Aqui, a referência ao “princípio esperança”, formulado por Ernst Bloch em
1955, vem a oferecer interessante visão analítica.
Ernst Bloch publicou, na extinta República Democrática Alemã, seu trabalho de mais
1.500 páginas, “O Princípio Esperança”[1], obra que o fez membro da Academia de
Ciências de Berlim[2]. A esperança concebida por Bloch trata da energia humana
traduzida pela paixão do êxito sobre o fracasso[3]. A esperança, nesta vertente, nada
tem de idealista, passando a significar o querer como superação do desejo, na medida
em que aquele concretiza a pulsão pela vida e pelo fazer, enquanto este possui em seu
núcleo a passividade (ou mesmo a angústia do arrependimento):
Porém, por mais intenso que seja, neste ponto o desejar se diferencia do querer
propriamente dito por seu modo passivo, ainda parecido com o ansiar. No desejar não
há nada de trabalho ou atividade. Em contrapartida, todo querer é um querer-fazer. [...]
Aquele que quer, ao contrário, já estabeleceu uma preferência: sabe o que prefere, a
escolha ficou para trás, [...] O querer, ao contrário, é necessariamente um avançar ativo
rumo a esse alvo, dirige-se para fora, tem de se medir unicamente com coisas realmente
dadas[4].
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Assimilar a ordem constitucional brasileira de 1988 aos dias atuais não consiste num
fácil exercício de retórica, mas num desafio de ter em mente de que sua efetivação
dependerá da sociedade brasileira e de seus esforços. Excluir a sociedade desta tarefa,
relegando-a a atores intelectuais e políticos somente servirá ao deleite dos que sempre
mandaram e mantiveram seus privilégios, numa sociedade herdeira não somente a
escravidão; mas herdeira de uma perene cultura da escravidão. A esperança que se
substitui ao fracasso à implementação do texto constitucional brasileiro será, a priori, a
aceitação de que este texto constitucional veio para mudar. Aplicar critérios
interpretativos da hermenêutica do século XIX, recorrer a antigos paradigmas do direito
privado como fórmula de resolução dos conflitos numa sociedade de extrema
desigualdades com a brasileira coincide com o cancelamento da esperança
constitucional. As dificuldades da implementação constitucional não decorrem da
distância entre seu texto e a objetiva realidade brasileira. Decorrem bem mais do
comportamento dos atores intelectuais e políticos em bloquear suas inovações
estruturais, seja no plano nacional, seja no internacional. Aqui, o argumento da “morte
da constituição dirigente”, surgido nos últimos cinco anos, ganha força toda especial
contra a constituição da realista esperança.
Fala-se então na preocupação mundial dos líderes e dos formadores de opinião em criar
mecanismos de solução de controvérsias que permitam a comunicação efetiva e pacífica
entre as pessoas, possibilitando a mitigação da violência, o que confirma a necessidade
da construção, novamente, da esperança.
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A implementação de espaços de mediação na sociedade propõe o estímulo à
participação das pessoas na resolução de controvérsias, externando que todos são
considerados aptos e capazes para a construção de consensos, através do diálogo e da
cooperação, bem como para estabelecer parcerias na busca de soluções comuns e
mutuamente satisfatórias.
Com base nessas considerações, a presente pesquisa foi realizada tendo por objetivo
apresentar o estudo da mediação de conflitos como instrumento democrático de acesso à
justiça, inclusão e pacificação social. Como metodologia, foi realizado levantamento
bibliográfico sobre o tema mediação de conflitos, com ênfase na mediação comunitária.
Para o estudo empírico, foi escolhido um Projeto do governo do estado do Ceará, Casa
de Mediação Comunitária por ser um projeto pioneiro no Brasil na área de mediação
comunitária. Dentre as casas existentes, optou-se pela Casa de Mediação Comunitária
do bairro da Parangaba (bairro periférico do Município de Fortaleza), dado ao fato de
ser uma das mais antigas de Fortaleza e por possuir a documentação dos processos e das
atividades da Casa bem organizados. Realizou-se ainda, pesquisa documental, por meio
do levantamento de dados estatísticos sobre todos os processos de mediação de conflitos
realizados desde a criação da Casa, em 20/02/2000 até o dia 30/12/2007. A pesquisa se
propôs a avaliar, assim, se a mediação representa um mecanismo democrático que
contribui para o acesso à justiça, para a mitigação da exclusão social e para promoção
da paz.
O acesso à justiça pode ser analisado sob dois enfoques: um mais restrito e formal,
referente à possibilidade de pleitear uma demanda junto ao Poder Judiciário, e outro,
amplo, que diz respeito ao senso de justiça que todos possuem. Muito embora não se
possa “determinar cientificamente o que seja justiça” ou “conceituar-se o ideal de uma
justiça absoluta baseando-se na experiência e em argumentos tão-somente racionais”[7],
a idéia de justiça paira sobre os homens como valor máximo e essencial à sua própria
existência.
Essa idéia de justiça, em sentido amplo, está voltada para a melhoria das relações
pessoais e sociais, e é um valor que contribui para “um projeto de um mundo melhor,
como um dever-ser das condutas, da produção e do relacionamento humano”[8]. A
concepção de justiça, nesse sentido, se refere não somente a questões individuais, pois
as pessoas não apenas buscam obter para si condutas e tratamentos tidos como justos,
mas também almejam viver em uma sociedade justa, ou seja, onde o tratamento
dispensado àqueles que a integram gere um sentimento de justiça.
O ser humano, ao se deparar com algum conflito, espera obter uma solução justa para o
problema enfrentado, situação que transcende o fato da proteção oferecida pelas normas
jurídicas e mesmo de ganhar ou perder a disputa. O que almeja é que a solução
encontrada gere um sentimento de satisfação para todos os envolvidos no problema e
que a harmonia seja restabelecida.
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proporciona um sentimento de inclusão e responsabilidade sobre as decisões tomadas e,
conseqüentemente, no cumprimento dos pontos acordados.
O segundo aspecto relativo ao acesso à justiça, mais restrito, diz respeito à possibilidade
de alguém interpor uma demanda judicial para a defesa de seus direitos. É o aspecto
eminentemente jurídico do acesso à justiça e, neste sentido, “o acesso à justiça significa
acesso ao Judiciário. É a efetiva oportunidade de se obter a justiça através da decisão de
um juiz ou Tribunal”[9]. Principalmente nos últimos dez anos, os meios consensuais
para resolução de conflitos, notadamente a mediação, também têm despertado crescente
interesse não só do meio acadêmico, como da sociedade, instituições governamentais e
paraestatais, e do Poder Judiciário, que já utiliza amplamente a conciliação e volta-se
para o reconhecimento da mediação enquanto procedimento auxiliar da Justiça –
criando espaços de mediação nas estruturas dos fóruns e tribunais.
Além disso, a natureza das soluções obtidas através da mediação, cujos resultados são
tanto individual quanto socialmente justos, vai ao encontro do desejo de justiça dos
cidadãos, que anseiam não só pela decisão da controvérsia, mas pela solução de seus
conflitos, pois “ao Estado cabe o monopólio da jurisdição, mas não o monopólio da
efetivação da Justiça que pode ser realizada por outros meios, representando a jurisdição
apenas um deles”[10]. Os questionários aplicados com a comunidade atendida na Casa
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de Mediação da Parangaba e com os mediadores comunitários, confirmam essas
afirmações.
Inicialmente, cabe observar que o sentimento de paz não se refere apenas à ausência de
violência física, mas também moral e psicológica observando ainda as condições de
vida digna e existência tranqüila, em que se encontre presente o respeito pelas opiniões
e sentimentos do outro.
Assim, difícil vivenciar paz ante a inexistência de espaço para a manifestação das
pessoas ou quando a apatia e desesperança fazem parte de seu cotidiano.
....................................................................................................................
Meu medo dos outros é duas vezes maior quando não se parecem comigo, quando não
falam a mesma linguagem, quando não têm a mesma cor de pele, não acreditam no
mesmo Deus. Estes são os que mais me perturbam. Por que não ficam na casa deles,
onde é o seu lugar?
É perturbador quando outros entram no meu território. Estão invadindo minha área de
tranqüilidade, arrancando minha paz de espírito. Os outros, por sua própria existência,
estão forçando entrada num espaço que conquistei para mim, como se ameaçassem
minha própria existência. Não tenho escolha senão ceder lugar para eles, talvez até
ceder o meu lugar.[11]
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Contudo, isso não implica afirmar que as pessoas vivem em permanente confronto e as
relações individuais e sociais tenham como ponto de partida a rivalidade. O que se
deseja ressaltar é que deparar com divergências e, portanto, com situações de conflito, é
inevitável para os seres humanos.
a vida comunitária sempre inclui algum conflito, mesmo que apenas potencial. A
coexistência entre pessoas e entre povos deve tornar-se pacífica, mas jamais será livre
de conflito. A paz não é, não pode ser e jamais será livre de conflitos. Mas ela gira em
torno dos esforços para controlar, gerenciar e resolver conflitos através de meios
diferentes da violência letal e destrutiva. Assim, a ação política deve se voltar para a
resolução não violenta de conflitos (do latim resolutio, ‘desamarrar’).
Portanto, a não violência não significa um mundo sem conflitos. Sua finalidade política
não é criar uma sociedade onde as relações humanas estejam baseadas somente na
confiança. Tal sociedade só pode ser construída através de relações de proximidade,
relações de seres humanos companheiros. [...] a vida em sociedade não está organizada
com base na confiança, mas com base na justiça e no respeito pelos direitos individuais
e coletivos que esta garante. A ação política deve estar voltada para organizar a justiça
entre os diversos “outros desconhecidos”. Envolve a criação de instituições e leis que
ofereçam maneiras práticas de regulação social para lidar com os conflitos que podem
eclodir entre indivíduos a qualquer tempo.[12]
Desde que aos particulares restou proibido o uso da força para resolver suas disputas e o
Estado passou a monopolizar a jurisdição com a possibilidade de usar o poder coercitivo
para a obediência de suas decisões, foi-se desenvolvendo a visão de que o Poder
Judiciário seria o único habilitado a solucionar os problemas de maneira justa, segura e
eficaz e “provocó una sobrevalorización del proceso judicial como ‘EL’ medio a través
del cual plantear y resolver los posibles conflictos jurídicos[...]”[13].
Contudo, a idéia de paz extrapola o âmbito jurídico, o Direito formal, e somente pode
ser alcançada pelo sentimento de inclusão, respeito e tolerância ao outro, pois mesmo a
vitória em uma questão judicial não garante a pacificação do conflito, já que ainda
podem persistir a agressividade e o desejo de vingança, e, nesse caso, continuar a parte
sofrendo por não haver encontrado a paz que procurava obter. William Ury esclarece
que:
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Por lo tanto, nuestro desafio no consiste en eliminar el conflicto, sino en transformarlo.
Consiste en cambiar el modo en que manejamos nuestras diferencias más graves, en
reemplazar la pelea, la violencia y la guerra por procesos más constructivos, como la
negociación, la democracia y la acción no-violenta. La tarea supone transformar la
cultura del conflicto, llevándola de la coerción al consetimiento, y la fuerza al interés
mutuo.[14]
A Constituição Federal de 1988 elegeu a paz social como um dos pilares do Estado
Democrático brasileiro, constando expressamente em seu preâmbulo o objetivo da
construção de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias. Também o art. 4°, nos incisos VI e VII, dispõe que o Brasil,
em suas relações internacionais, irá reger-se pelos os princípios da defesa da paz e da
solução pacífica dos conflitos. As ações públicas, portanto, devem levar em
consideração e valorizar iniciativas que conduzam à pacificação social.
Mas não é somente por meio de aspectos gerais, relativos às características de seu
processo e das conseqüências de seu emprego, que se percebe a natureza pacífica da
mediação. Também se revela como meio para prevenir e/ou trabalhar a violência, a qual
ocorre
quando uma pessoa se recusa a deixar que seu desejo seja circunscrito pela realidade, ou
frustrado pela existência do outro. ‘Eu tenho direito’, diz Simone Weil, ‘a tomar posse
de qualquer coisa – mas os outros me atrapalham. Tenho de pegar em armas para
eliminar os obstáculos de meu caminho’. A violência brota de um desejo ilimitado que
colide com os limites impostos pelo desejo dos outros.[16]
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A dignidade humana, os direitos fundamentais e a inclusão social se constituem, hoje,
em aspectos fundamentais da democracia, tendo a própria Constituição Federal de 1988
alçado à primeira a condição de princípio fundamental do Estado Democrático de
Direito brasileiro, e destinado posição privilegiada aos demais.
Estes formam, com a inclusão, uma interdependência circular, pois na medida em que as
pessoas vêem sua dignidade respeitada e os direitos fundamentais efetivados, tornam-se
incluídas socialmente, porque afastadas, na medida do possível, as condições
desfavoráveis à existência humana digna. Por outro lado, quanto mais incluída a pessoa
ou determinado segmento social, mais a consciência de direitos e a luta pela dignidade e
direitos fundamentais se vêem fortalecidas.
A mediação contribui para estimular o sentimento de dignidade nas pessoas que dela se
utilizam, em virtude do tratamento cortês e respeitoso que lhes é dispensado, serem
ouvidas atenciosamente, terem seus problemas encaminhados com seriedade e de forma
célere, e, principalmente, por perceberem que é possível, elas próprias, encontrarem
soluções adequadas para seus problemas.
indivíduo tem várias identidades que decorrem de seus laços de incorporação: uma
identidade familiar ou local, por exemplo, o que a sociologia chama de ‘estatutos
prescritos’, estatutos que vêm de um conjunto de elementos que não escolhemos. Há
também uma identidade que é o resultado de uma construção: um querer-viver em
comum na igualdade, identidade política englobante. Participar livremente de um
engajamento associativo não é somente enriquecer sua vida pessoal; é manifestar sua
cidadania[...][19]
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justiça àqueles que não possuem condições financeiras para recorrer ao Poder
Judiciário.
Por fim, o atendimento que é prestado, via mediação, possui um caráter transformativo,
pois nele são apresentadas novas maneiras de tratar o conflito; providenciado o devido
encaminhamento para atendimento especializado, caso necessário. Observa-se, da
mesma forma, o respeito às diferenças de cada pessoa, transformando a visão negativa
que ela encerra em vantagens para o processo de negociação, pois somente a
diversidade proporciona o surgimento de idéias criativas; é a mediação, por vocação,
uma atividade plural e democrática ao considerar imprescindível a participação ativa
das pessoas na construção de soluções consensuadas.
A dignidade humana, assim, resta não somente preservada, mas também promovida
pela via da mediação, tendo em vista se constituir em procedimento em que a
autonomia, liberdade, respeito ao outro, paz e cooperação se encontram presentes e
podem contribuir para a transformação positiva individual e social.
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Casa de Mediação Comunitária - CMC é um programa do governo do estado do
Ceará, no início, executado pela Ouvidoria Geral (1998), sendo atualmente
administrado pelo Ministério Público estadual.
No Ceará, existem atualmente 07 casas de mediação, das quais três na Capital, uma na
região metropolitana e três no interior do Estado. As Casas de Mediação na Capital
estão localizadas nos bairros do Pirambu, Parangaba, Tancredo Neves e, na Região
Metropolitana, no bairro da Jurema, em Caucaia. As Casas de Mediação do interior
estão localizadas em Juazeiro do Norte, Russas (vinculada ao Poder Judiciário –
iniciativa da juíza estadual Valéria Barroso) e a mais recente no município de
Maracanaú.
Informa Silvana Costa Castelo Branco[20] que esse programa tem como missão
promover a paz social e, como objetivo geral, solucionar e prevenir os conflitos sociais
no estado do Ceará, tendo na figura do mediador o facilitador deste processo.
A mediação surgiu como uma via pela qual as partes em conflito encontram juntas a
solução para os seus problemas, nas áreas de Direito de família, vizinhança, posse e
propriedade, herança, comercial, do consumidor, ambiental, pacificamente, sem
retaliações e de forma ágil e sigilosa.
É feita uma reunião para que mediadores sejam apresentados à comunidade e para que
se iniciem os processos de formação de parcerias. Determinados problemas que fogem à
competência da Casa de Mediação devem ser encaminhados para os órgãos
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competentes, tornado-se mais simples o contato quando esses órgãos já conhecem o
trabalho das Casas. As delegacias e os juizados especiais têm-se mostrado os maiores
aliados das Casas de Mediação do estado do Ceará.
O mediador, aquele responsável pela facilitação do acordo entre as partes, deve possuir
algumas características determinantes para uma boa atuação. Algumas dessas
características podem ser apontadas: capacidade de ouvir, paciência para compreender
os problemas, tolerância para não julgar, bom humor para estimular a união e a paz
entre as partes, imparcialidade para não cometer injustiças, ética para oferecer os
melhores caminhos para as partes e não mediar conflitos que envolvam amigos,
inimigos ou parentes, humildade para não impor decisões e para compreender que o
exercício da mediação representa um aprendizado contínuo.
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Compreendendo que os objetivos alcançados e os encaminhamentos são ambos formas
de solução de conflitos e acesso à justiça, pois o primeiro resolve a controvérsia
propriamente dita e o segundo indica o caminho pelo qual aquele pode ser solucionado,
pode-se verificar que mais de 70,26% dos conflitos que chegam à CMC da Parangaba
são, de alguma forma, solucionados. Ressalta-se ainda que alguns casos de desistências
referem-se a solução do conflito fora da CMC logo que se dá o recebimento da carta-
convite para uma sessão de mediação.
Em relação aos tipos de conflitos que são levados à CMC da Parangaba, dos 2.179
casos, 863 versam sobre questões familiares (pensão alimentícia, separação/divórcio,
reconhecimento de paternidade, registro de filho e desentendimento entre parentes); 399
são questões comunitárias (brigas entre vizinhos, condomínio, trânsito, associação,
escola); 111 são questões civis (despejo, dano material, invasão de propriedade, imóvel,
locação de imóvel); 341 se referem a questões comerciais (dívida e compra/venda de
imóvel); 28 versam sobre relações de consumo; 388 são conflitos penais (crimes contra
a honra, constrangimento ilegal, lesão corporal, furto, ameaça, violação de domicílio,
perturbação ao sossego e agressão ao idoso); 08 são questões ambientais (poluição
sonora e poluição ambiental); e 41 são casos trabalhistas.
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Em gravações durante o período de setembro de 2007 a fevereiro de 2008 algumas falas
foram gravadas para ilustrar o processo de mediação na CMC. Ainda ressaltando o
tratamento destinado às pessoas em conflitos: "A senhora está se sentindo bem?"
"Gostaria de tomar uma água gelada ou um chazinho? O importante é o seu bem-estar
aqui na Casa de mediação". Em depoimento um mediador informa: "Muitos chegam
chorando, nós convidamos a tomarem um chá, café, água gelada. Nós falamos que eles
são os mais importantes nesse ambiente, dizendo que o mediador é apenas um elo para
facilitar o diálogo entre eles, e que devem ficar tranqüilos, posto que eles não estão em
nenhuma delegacia. Falamos também da questão do sigilo, que o que ocorre aqui
ninguém além deles tomará ciência, sendo importante que eles confiem no nosso
trabalho."
Logo em seguida, é enviada uma notificação ou convite à outra parte para que ele
compareça à casa de mediação comunitária em data e horário estipulados. Quando a
parte notificada não comparece à mediação, lhe é enviada outra notificação, sempre com
o intuito de estimular a participação.
Se, após a segunda notificação, a parte requerida não comparecer, se for de interesse da
pessoa que procurou a CMC, o caso é encaminhado para o órgão judicial ou
administrativo competente (Defensoria Pública, Delegacia, Juizado Especial, DECOM e
outros órgãos); do contrário, o processo será arquivado por desistência da parte
interessada.
Logo em seguida o mediador sempre pergunta que prefere falar primeiro, evitando o
sentimento de que quem procurou a CMC já começaria com a razão ou teria o direito a
falar primeiro. Registram-se as falas: "Nós perguntamos quem deseja começar,
mostrando que eles têm uma participação. Explicamos que todos serão igualmente
ouvidos. Deixa claro que, após o primeiro falar, o outro que estava escutando terá a
sua vez de ser ouvido. Ressalta, também, a questão do poder da escuta, não só dos
mediados, como também do mediador. As pessoas, então, começam, desde o primeiro
momento, assumindo as responsabilidades por suas escolhas. Percebeu-se, nas
mediações assistidas, a surpresa das pessoas, quando o mediador facultava a elas a
escolha de como começar a reunião.
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O processo de mediação não tem um tempo de duração preestabelecido. A sua duração
pode variar de trinta minutos a quatro horas, ou mais de um dia, dependendo da
complexidade do conflito a ser tratado, da habilidade do mediador para administrá-lo e,
principalmente, da boa vontade das partes para dialogarem e encontrarem uma solução
favorável a ambas. Em média, entretanto, percebeu-se que uma sessão de mediação na
CMC da Parangaba dura cerca de uma hora.
As informações obtidas por meio da coleta de dados, que se originaram das respostas ao
questionário presencial com perguntas objetivas dirigidas a 10 mediadores, expressam
que os mediadores percebem a mediação como mecanismo eficaz de acesso à justiça e
que, conseqüentemente, auxilia o Poder Judiciário e que os conflitos mais comuns são
os familiares e os de vizinhança. As perguntas e respostas foram as seguintes: são
mediadores a quanto tempo – 20% mais de 1 ano e 80% mais de 3 anos; a mediação é
instrumento de acesso à justiça - 100%; a mediação auxiliar ou substitui o Poder
Judiciário – 100% auxilia; conflitos mais comuns que chegam à CMC – 44%
vizinhança, 45% familiar, 11% comercial; o relacionamento das partes, após a mediação
melhora – 80% sim, 20% não sabe; você percebe que as pessoas, após a mediação,
sentem-se mais seguram em resolver os conflitos futuros sozinhas – 80% sim, 20% não;
quantas sessões são necessárias para a resolução do conflito - 50% uma, 30% duas,
20% três ou mais; qual o seu conceito para a mediação como acesso à justiça – 67%
bom, 33% excelente.
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melhor procurar aqui”. R- “Eu procurei a Casa para resolver mais rápido, sem precisar
levar à Justiça mesmo, pra não prejudicar ele, porque a Justiça é mais severa”.
Foi perguntado aos mediados o que eles entendem por mediação, e a maior parte disse
que a mediação significa resolver os problemas das duas partes, por meio do diálogo, do
entendimento; chegar a um acordo, sem precisar ir ao Poder Judiciário. É o que se
confirma pelas respostas de alguns mediados: R- “É que a gente ia chegar a um acordo
sem precisar ir pra Justiça. Que aqui seria resolvido e foi o que aconteceu”. R- “Eu
entendo por mediação que foi resolvido o meu problema, tanto da minha parte como da
parte dele”. R- “Eu acho que é como um diálogo, um entendimento entre duas pessoas
como pai e mãe, mas no meu caso, entre pai e avó”.
Quando se indagou aos mediados se eles haviam ficado satisfeitos com a solução
encontrada na mediação e o porquê, todos responderam que sim, porque a solução
encontrada era o que realmente desejavam e que, há muito tempo, tentavam resolver o
conflito, mas não conseguiam dialogar com a outra parte. Pode-se interpretar esse
pensamento pelas respostas de alguns mediados: R- “Fiquei satisfeita porque era
justamente o que eu queria”. R- “Sim, porque eu até achei que o meu problema não
tinha solução. Eu já tinha procurado um diálogo com a pessoa e não tinha resolvido.
Cheguei aqui, eu achei a solução”. R- “Sim, porque foi resolvido o meu problema que
eu, há tantos anos, queria resolver e chegou ao ponto que foi resolvido”.
Quando se perguntou aos mediados se eles procurariam de novo a Casa para resolver
outros conflitos ou buscariam o poder Judiciário e qual o motivo, todos afirmaram que
preferiam procurar primeiramente a Casa de Mediação, pois é mais rápido, e a solução
encontrada é melhor, mas, caso não fosse resolvido, então procurariam o Poder
Judiciário. Essas idéias podem ser confirmadas pelas respostas de alguns dos mediados:
R- “Procuraria a Casa de Mediação, porque aqui na Casa resolve mesmo, melhor que a
Justiça”. R- “Eu procuraria a mediação e, se não resolvesse, eu procuraria a Justiça, o
Poder Judiciário”. R- “Eu achei aqui mais rápido e, se eu tivesse outro problema, com
certeza, eu procuraria a Casa”.
Foi perguntado aos mediados, caso o problema não tivesse sido solucionado por meio
da mediação, se eles procurariam o Poder Judiciário e o porquê. Alguns responderam
que sim, pois não podiam desistir de um direito deles, mas outros afirmaram que não
procurariam o Poder Judiciário, porque já haviam tentado solucionar judicialmente seus
conflitos sem obter sucesso. É o que se apreende das respostas de alguns mediados: R-
“Não, porque o Poder Judiciário nunca resolveu meu problema, nunca. Faz muitos anos,
começou em 98 e fui até 2004, nunca resolveu, a Justiça. Desisti, desisti total”. R- “Sim,
se não tivesse solucionado, eu teria procurado a Justiça, porque é um direito de meus
filhos e eu não posso negar isso a eles”.
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Indagou-se aos mediados se eles acham que a mediação é uma maneira de se alcançar a
justiça e o porquê. Todos, sem exceção, disseram que sim, pois resolve os problemas de
uma maneira justa e encoraja-os a buscar seus direitos. É o que se entende por meio das
respostas de alguns mediados: R- “Sim, porque encaminha a gente, dá força, dá
coragem e aqui a gente vai criando alma nova pra correr atrás de outras coisas”. R-
“Sim, porque o meu problema foi resolvido de uma maneira justa”.
Por fim, foi indagado aos mediados se a mediação veio para auxiliar ou substituir o
Poder Judiciário e o porquê. Todos afirmaram que a mediação veio para auxiliar o
Poder Judiciário, porque, caso o conflito não seja solucionado por meio da mediação,
sempre se poderá buscar o Poder Judiciário, uma garantia constitucional. É o que se
deduz das respostas de alguns mediados: R- “Eu acho que a Casa de Mediação chegou
pra auxiliar o Poder Judiciário, porque, se ele estiver aqui para resolver o problema e
não conseguir, pode ir para o Poder Judiciário”. R- “Auxiliar, porque é um auxílio que
eles vão dar. Não é dizer que vai tomar o lugar da Justiça, porque a Justiça vai estar
no lugar dela, no direito. É um direito da Justiça. Mas com certeza é um auxílio”.
As informações obtidas por meio das entrevistas gravadas compostas de dez perguntas a
seis mediadores foram transcritas e algumas das respostas merecem ser destacadas
como expressão legítima de suas idéias e pensamentos acerca do tema questionado.
Quando se perguntou aos mediadores o que eles entendem por mediação, grande parte
das respostas afirmou que a mediação é uma forma de se solucionar os conflitos
consensualmente, de uma maneira favorável para ambos e com o auxílio de um terceiro
imparcial. É o que se apreende das respostas de alguns mediadores: R- "A mediação é
uma maneira de se resolver conflitos [...] de uma maneira harmoniosa e que desta
mediação não se sai nem vencedor, nem vencido”. R- “A mediação em si, ela veio pra
ajudar as partes, já que ela só acontece quando as duas partes concordam. [...]
Quando chegam aqui na mediação, já aconteceu das pessoas entrarem inimigas e
saírem conversando. Isso resume a mediação”. R- “É uma maneira encontrada para
solucionar conflitos com a presença de uma terceira pessoa imparcial que vai
simplesmente estar administrando a solução encontrada por aquelas partes”.
Quando se perguntou aos mediadores se eles acreditam que esses objetivos são
realmente alcançados e o porquê, alguns responderam que sim, pois há, na mediação,
um trabalho de reflexão e empatia, no qual as partes aprendem a compreender os outros
e a si mesmas; outros disseram que não se pode garantir que realmente alcançam-se os
objetivos, porque não há um feedback das partes: R- “Com certeza, porque existe uma
conscientização do ser humano para que ele veja o outro como ser humano, entendendo
seus direitos e deveres”. R- “Em alguns casos são alcançados, a gente percebe que
realmente se alcançou os objetivos, que as partes saíram satisfeitas. [...] outras, a gente
não tem como dizer, porque não existe um trabalho na Casa de Mediação de
acompanhamento disso. Quando normalmente as pessoas não voltam, a gente imagina
que foi resolvido, mas não se tem certeza”.
Foi perguntado aos mediadores se a mediação veio para auxiliar ou substituir o Poder
Judiciário e o porquê. Todos concordaram que ela veio auxiliar o Poder Judiciário, pois,
além de ajudar a desobstruí-lo, é mais adequada para a resolução de determinados
conflitos que o Poder Judiciário não poderia resolver satisfazendo ambas as partes.
Essas idéias são encontradas nas respostas de alguns mediadores: R- “Na realidade, na
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minha visão, ela não veio assim diretamente auxiliar nem substituir. É uma maneira de
evitar que as pessoas se aglomerem nos Juizados, nas Delegacias.[...] Principalmente
no Judiciário, que hoje se sabe é abarrotado de processos demorando a ser realizado, a
ser concluído. Mas eu não digo assim substituir a Justiça ou auxiliar, é um auxílio
indireto, não diretamente”.R- “Veio como auxiliar, pois, dependendo do caso, nós
orientamos a pessoa a procurar o Poder Judiciário”.R- “Para auxiliá-lo, porque
existem situações em que a Justiça resolve, porém não saem ambas as partes satisfeitas,
dando outra conotação. Enquanto que a mediação resolve situações até que a Justiça
não resolveria”.
Quando se indagou aos mediadores se eles acreditam que, após a mediação, as partes se
sentem mais capazes e seguras para resolverem sozinhas futuros conflitos e o porquê,
alguns disseram que sim, pois as partes saem mais confiantes em si e com mais
autonomia, sentindo-se, portanto, aptas para solucionar seus problemas; outros
acreditavam que essa independência é possível para algumas pessoas, mas para outras
não. É o que se confirma pelas palavras de alguns mediadores: R- “Sim, porque elas
simplesmente passaram a ter contato com um processo até então desconhecido, estando
agora fortalecidas para resolver os mais diversos conflitos que poderão surgir
posteriormente”. R- “Eu acho que, em alguns casos sim; em outros, não. Até porque
depende muito do nível das pessoas, e, mesmo assim, existem pessoas que nunca se
conformam ou são, digamos assim, pessoas difíceis por natureza. Tem um
relacionamento difícil com as pessoas e muitas vezes não querem aceitar as outras da
maneira que são”.
Como se pode perceber, a CMC de Parangaba, a partir dos estudos teóricos, das
pesquisas documentais e das pesquisas de campo, representa um instrumento
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democrático de acesso efetivo à justiça, visto que propicia a solução pacífica dos
conflitos com a participação ativa das pessoas envolvidas. Sobressaem-se a solução de
conflitos de maneira simples e eficaz. Apresenta um procedimento gratuito, uma vez
que os envolvidos não arcam com nenhum custo processual. É célere, pois, como se
observou, em torno de uma hora, geralmente, todo o procedimento é concluído com
êxito. Decisões adequadas e satisfatórias são conferidas segundo a realidade dos
envolvidos..
CONCLUSÕES
A democracia exige que não somente uma parcela da população tenha acesso aos meios
necessários a uma participação efetiva, como informação, educação política, espaços e
oportunidade para se manifestar, mas que essas condições sejam estendidas ao maior
número possível de cidadãos, os quais deverão, também, ter poder decisório, ou seja,
capacidade de influir nas decisões governamentais. Na medida em que a mediação
capacita as pessoas no sentido da comunicação pacífica e do diálogo, estimulando o
estabelecimento de parcerias e de redes de colaboração em torno de objetivos comuns,
exerce uma função educativa que aponta o caminho de práticas democráticas coletivas
responsáveis.
A práxis cidadã, entretanto, não ocorre sem turbulências, já que a convivência social
expõe diferenças existentes, sejam elas culturais, políticas, religiosas, de posições.
Como conseqüência, surgem conflitos, os quais sempre existiram enquanto parte da
natureza humana. A maneira de lidar com esses conflitos, sob a ótica constitucional
vigente, é que deve ser inovada, pois outros caminhos, que não o do litígio judicial, são
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possíveis, caminhos esses que privilegiem a construção de um processo democrático
consciente.
Propõe-se assim a criação desses espaços como política pública não apenas
como forma de desafogar o Poder Judiciário, mas como instrumento de fortalecimento
de uma sociedade que precisa participar, que precisa de voz.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Roberto A. R. de. O que é justiça: uma abordagem dialética. 4. ed. São
Paulo: Alfa-Ômega, 1995.
BARBOSA, Júlio César Tadeu Barbosa. O que é justiça. São Paulo: Brasiliense, 1985.
CALDWELL, Peter C. Dictatorship, State Planning and Social Theory in the German
Democratic Republic. Cambridge: Cambridge University Press, 2003, p.122.
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Fabris, 1988.
SALES, Lília Maia de Morais Sales. Mediare: um guia prático para mediadores. 2. ed.
rev. atual. e ampl. Fortaleza: Universidade de Fortaleza, 2004a.
727
SIX, Jean-François. Dinâmica da mediação. Belo Horizonte: Del Rey, 2001.
__________. Getting past no: negotiating in difficult situations. New York: Bantan,
2007.
VILAR, Silvia Barona. Fomento de las ADRS en Espana: hacia um sistema de tutela
plural del ciudadano que permita la desconflictivizacion y la buqueda de la paz social.
Seqüência: Revista do curso de pós-graduação em direito da UFSC, Florianópolis, v.
25, n. 51, p. 169-202, dez. 2005.
DOCUMENTOS
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p.14. No orginal: „Was vernünfitg ist, das ist wirklich; was wirklich ist, das ist
vernünftig“.
[6] CALDWELL, P., op.cit., p. 129. No original: “[…] an order conceived of as “an
uncoerced structure of non-antagonistic society pure and simple”.
[7] BARBOSA, Júlio César Tadeu. O que é justiça. 3. ed. São Paulo: Brasiliense,
1985. p. 8.
[8] AGUIAR, Roberto A. R. de. O que é justiça: uma abordagem dialética. 4. ed. São
Paulo: Alfa-Ômega, 1995. p. 17.
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