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Universidade de Brasília

Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Mecânica
Tecnologia Mecânica 2

Laboratório 1
CURVA DE TENSÃO x DEFORMAÇÃO
VERDADEIRA

Aluno: Vítor Matos Silva - 15/0065647

Brasília, 11 de abril de 2019


1. Objetivos
Este experimento possui dois objetivos: obter a curva tensão deformação
verdadeira a partir de um gráfico com carga “versus” deslocamento obtido em uma
máquina de ensaio universal, para dois materiais diferentes; identificar efeitos de
encruamento ao longo do ensaio.

2. Introdução teórica
O limite de resistência à tração de um material é definido como o quociente
entre o valor máximo de uma carga obtida em um ensaio e a área da seção
transversal original do corpo de prova. Porém, no caso de metais e ligas dúcteis, há
uma grande variação da área da seção transversal na ruptura devido ao processo de
estricção no corpo de prova. Assim, caso a tensão seja determinada pelo quociente
entre a carga verificada e a área instantânea no momento em que essa carga ocorre,
obtém-se o valor da tensão verdadeira.
Da mesma forma que é possível obter uma tensão verdadeira dividindo a carga
aplicada pela área instantânea, é possível também obter uma deformação verdadeira.
Esta deformação verdadeira equivale à uma relação entre a variação do comprimento
do corpo de prova devido à um aumento da carga aplicada e o comprimento
imediatamente antes desse aumento da carga. Assim, temos:
𝑙 𝑑𝑙 𝑙
𝜖 = ∫𝑙 = ln ( ) (1)
0 𝑙 𝑙0

onde:
𝑙0 : Comprimento original marcado na peça;
𝑙: Comprimento de um pequeno elemento sob uma determinada carga;
𝜖: Deformação verdadeira.

Como o volume se mantém constante, podemos também escrever essa relação em


função da área da seção transversal:
𝐴
𝜖 = ln ( 𝐴0 ) (2)

onde:
𝐴0 : Área inicial da seção transversal da peça;
𝐴 Área instantânea da seção transversal sob uma determinada carga;

O ensaio de tração simples consiste em um teste destrutivo voltado à obtenção


de características de resistência mecânica de um material. Devido a sua relativa
simplicidade, é o teste mais comumente realizado para essa finalidade e seus
resultados servem como base para a definição de vários parâmetros que caracterizam
a resistência de um material tanto em seu regime elástico quanto em seu regime
plástico. Alguns pontos podem ser observados nesta curva:
Limite de escoamento: ponto de tensão máxima até onde o material ainda
possui características elásticas, ou seja, após aliviar a carga aplicada, o material
retorna à sua forma original;
Logo após a tensão aplicada ser superior ao limite de escoamento ocorre o
encruamento, ou seja, aumento da tensão no material devido à deformação. Esta
deformação se dá na região plástica, de forma que o material não retorna à sua forma
original caso se alivie a carga.
Ponto de estricção: ponto onde é formada uma estricção ou “empescoçamento”
no material.
Limite de ruptura: ponto de tensão máxima que o material consegue suportar
logo antes da ruptura.

Figura 1. Exemplo de curvas tensão-deformação.

A tensão convencional representada no gráfico acima é obtida pelo quociente


entre o valor da força aplicada pela área inicial da seção transversal do corpo de
prova, esta é a curva obtida pela máquina ao realizar um ensaio de tração simples.
Apesar de muito difundida, essa curva na realidade é uma simplificação para análises,
pois o que ocorre é diferente do que é apresentado. Durante o ensaio de tração, há
uma mudança dimensional enquanto ocorre o ensaio. Como há uma redução de área
durante o ensaio, a tensão aplicada sempre irá crescer. A curva obtida com essa
tensão verdadeira é a curva denominada “deformação real” no gráfico.
O módulo de resiliência é a energia que pode ser absorvida pelo material sem
que ocorra deformação plástica, e é calculado como a integral da curva de tensão-
deformação na região elástica. A tenacidade, por sua vez, representa a quantidade de
energia que pode ser absorvida pelo metal até que ocorra a fratura, e é calculada
como a integral da curva de tensão-deformação até a ruptura.
3. Materiais utilizados e Procedimento Experimental

Os materiais utilizados no laboratório foram:


- Corpo de prova de aço 1020;
- Corpo de prova de alumínio comercial;
- Máquina de ensaio universal;
- Paquímetro;
- Caneta.

Os procedimentos foram realizados da seguinte forma:

Primeiramente foi marcado com a caneta um comprimento inicial 𝑙0 no corpo de


prova, decidido arbitrariamente. Então, foram medidos o comprimento inicial e o
diâmetro inicial com auxílio do paquímetro. O corpo de prova foi instalado na máquina
universal, verificando para problemas de fixação que poderiam interferir na obtenção
dos dados. Foi realizado o ajuste das variáveis no programa de controle do ensaio e,
então, foram aplicadas as cargas. Após a fratura, foi realizada a medição do
comprimento final, bem como do menor diâmetro na região de estricção.

Figura 2. Corpo de prova de aço com medida do 𝑙0


Figura 3. Corpo de prova fixado na máquina de ensaio universal

4. Dados experimentais
Os valores iniciais medidos com auxílio do paquímetro foram:

Aço 1020 Alumínio


Diâmetro inicial (mm) 8,0 8,05
Comprimento inicial (mm) 36 36,4

Ao realizar o ensaio, a máquina de ensaio universal fornece os dados de carga e


deslocamento axial, portanto, para a obtenção da curva de tensão x deformação
verdadeira, é necessário calcular os valores de deformação verdadeira e tensão
verdadeira. A deformação verdadeira é calculada pela equação (1) e a tensão
verdadeira é calculada pela razão entre a carga axial e a área transversal instantânea.
Essa área é obtida considerando que o volume da peça não varia ao longo do ensaio.
Figura 4. Curva tensão x deformação verdadeira para aço 1020.

Figura 5. Curva tensão x deformação verdadeira para alumínio comercial.


5. Análise dos Resultados

Os valores de tensão e deformação verdadeiras foram ajustados de acordo com a


equação

𝜎 = 𝐾𝜖 𝑛

Colocando-se os dados em um gráfico em escala logarítmica, o expoente de


encruamento n é o coeficiente angular da curva de tensão e o coeficiente de
resistência K é o coeficiente linear. Os valores obtidos estão indicados na tabela
abaixo:

Aço 1020 Alumínio


n 0,239 0,132
K 1029,93 366,33

Sabendo que para o valor de deformação 𝜖 = 1, K se torna o valor da tensão


verdadeira do material, tem-se:

𝜎𝑎ç𝑜 = 1029,27 𝑀𝑃𝑎


𝜎𝐴𝑙 = 366,33 𝑀𝑃𝑎

6. Conclusão
Com base nos resultados adquiridos na análise de dados, é possível verificar
que os valores encontrados para o coeficiente de encruamento estão
aproximadamente dentro do esperado, que seria um valor positivo menor que 1,0. É
também possível verificar que o valor encontrado para a tensão do material está
dentro da ordem de grandeza esperada para ambos os materiais, principalmente para
o alumínio. Porém, a tensão do aço se encontra um pouco acima do que se encontra
na literatura, possuindo um valor esperado para uma liga de aço que passou por
tratamento térmico, e não para um aço 1020. Essa divergência por ter sido dada por
um tratamento incorreto dos dados da curva ou devido ao aço não ser
necessariamente um aço 1020.

7. Referências
[1] CHIAVERINE, V. Tecnologia Mecânica Vol. I 2a edição. McGraw-Hill. São Paulo, 1986.
[2] KALPAKJIAN, S.; SCHMID, R. S. Manufacturing Engineering and Technology. 4ª edição.
Higher Education Press. People’s Republic of China, 2005.
[3] CALLISTER, W. D., Ciência e Engenharia de Materiais – Uma Introdução. 5ª edição. LTC.

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