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AUGUSTO BORGES MANRIQUE

SEMINÁRIO IV – REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA: EXECUÇÃO


FISCAL E MEDIDA CAUTELAR FISCAL

Questionário relativo ao Seminário IV


apresentado ao Curso de Pós-Graduação em
Direito Tributário do IBET, como pré-requisito
para a obtenção parcial da média final do
Modulo exigibilidade do crédito tributário.

Goiânia/GO
2019

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1. Qual a natureza jurídica da execução fiscal e da medida cautelar
fiscal? Identificar o fundamento e os requisitos legais da medida cautelar
fiscal, bem como apontar qual o momento oportuno para a sua propositura.
(Vide anexos I e II).

Compreendo que execução fiscal tem natureza jurídica de instrumento de


tutela jurisdicional, de provocação exclusiva do Fisco, tendente a permitir a
efetivação prática do conteúdo de uma obrigação tributária, qualificada pela
insatisfação da referida obrigação tributária. Compondo-se, pela veiculação da
norma individual e concreta constitutiva do modo de efetivação da obrigação
tributária.
A medida cautelar fiscal, como qualquer outra medida cautelar, possui
natureza jurídica que está relacionado à sua instrumentalidade, também
conhecida como instrumentalidade de segundo grau, pois a tutela cautelar é
apenas um instrumento ou ‘garantia’, para a satisfação de seu pretenso direito,
que continua na dependência da solução do processo principal. Com a medida
cautelar, a parte beneficiada apenas se precavém contra uma temida mudança de
situação fática ou jurídica que poderia inutilizar o resultado do processo
principal, caso lhe venha a ser favorável.1
No caso específico da cautelar fiscal o seu provimento é no sentido
produzir, de imediato, a indisponibilidade dos bens do sujeito passivo, até o
limite da satisfação da obrigação (art. 4º. Lei 8.397/92), sendo também
instrumento à ser utilizado pelo sujeito passivo (contribuinte), na hipótese de ser
utilizada como meio para resguardar a regularidade fiscal, com o poder geral de
cautela garantindo em juízo o patrimônio para a futura execução fiscal.
Os requisitos legais da medida cautelar fiscal estão previstos
no artigo 3º da Lei nº. 8.397/1992 e: (a) prova literal de constituição do crédito
tributário (artigo 1º), entendendo que ‘crédito constituído’ é aquele materializado
pela via do lançamento. A respeito do momento em que o crédito tributário deve
ser considerado para o devedor como constituído, compreendo ser o momento
1
Humberto Theodoro Junior, Curso de Direito Processual Civil, v. II, p. 546.

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que o crédito se torna exequível, ou seja, quando constituído a regular certidão
de dívida ativa.

2. A CDA que instrui a petição inicial do executivo fiscal pode ser


retificada quantas vezes bem entender o Fisco? Quais vícios fundamentam
sua retificação? Até que momento a CDA pode ser alterada? (Vide anexo
III).

Compreendo que a CDA, sendo este qualificado como título executivo,


após a propositura da ação executiva fiscal, não poderia ser modificada, em
relação a erros materiais, mesmo que sanáveis, por, ao meu entender, violar a
segurança jurídica.

Entretanto, analisando o posicionamento jurisprudencial adotado, e o


texto da Sumula 392/STJ, compreendo ser possível a alteração da CDA, quantas
vezes for necessária, desde que a retificação seja feita até a prolação da sentença
dos embargos à execução, em se tratando de erro material ou formal, não sendo
possível a alteração do sujeito passivo.

Compreendo que não são quaisquer erros que justificam a retificação,


mas meros erros matérias e formais, que possam ser sanáveis, de modo a
resguardar a segurança jurídica, a exemplo, a retificação de meros cálculos
aritméticos.
3. Considerando as alterações relativas ao processo de execução trazidas
pelo CPC/15, pergunta-se:
(a) Aplicam-se os arts. 915 e 919 do CPC/15 nos processos de Execução
Fiscal? (Vide anexo IV);
Em que pese a dinâmica aplicada nos dos embargos à execução no
Código de Processo civil guardem certa similitude com o processo de execução
fiscal, em certos pontos à o distanciamento por alguns pontos, por exemplo, a
garantia do juízo como condicionante dos embargos na execução fiscal, (artigo
16, §1º).

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(b) Na execução fiscal, ao executado ainda persiste o direito de, no prazo
de 5 dias da sua citação, “garantir a execução”? Justifique sua resposta.
Sim, embora eu entenda que a referida exigência seja uma violação ao
direito do contraditório e ampla defesa e direito de petição do contribuinte,
contudo, o Artigo 16, §1º, da Lei 6.830/80, estabelece como condicionante a
garantia da execução para a oposição aos embargos à execução.

4. Com relação ao instrumento constritivo do patrimônio do contribuinte-


devedor previsto no art. 185-A do CTN (conhecido como penhora “on-
line”). Pergunta-se: (i) Qual sua natureza jurídica? Trata-se de espécie de
penhora ou de medida cautelar? (ii) A decretação da indisponibilidade a
que se refere o art. 185-A do CTN é fato jurídico suficiente à abertura de
prazo para apresentação de embargos? (iii) Quais seus pressupostos e
limites legais? É necessária demonstração por parte da Fazenda de que
inexistem outros bens capazes de garantir a dívida? Ou aplica-se o art.
854 do CPC/15? (Vide anexo V e VI).
Analisando o teor do Artigo 185-A, “(....)Na hipótese de o devedor
tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no
prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão,
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem
registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis
e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a
fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

A par desta análise, compreendo que Artigo 185-A, do CTN, possuí


natureza jurídica de cautelar, vez que o seu objetivo
preratório/instrumental/cautelar do credito tributário visa assegurar a efetividade
do direito de fundo(satisfação do crédito tributário). Haja vista que o
deferimento da referida medida somente se torna possível após o preenchimento
das hipóteses elencadas no artigo 185-A, que em suma, representa um cenário
em que não é encontrado outros bens penhoráveis do devedor tributário.

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5. Na execução fiscal o devedor-executado é citado para pagar ou indicar
bem(ns) à penhora em cinco dias. Na hipótese de oferecimento de seguro-
garantia, terá o devedor-executado que acrescentar 30% do valor do
débito executado ao seguro para que essa modalidade de garantia seja
aceita? Considere em sua resposta o teor do art. 7º, II da Lei n. 6.830/80 e
o § 2º do art. 835 do CPC/15.

Sim, é requisito previsto no texto normativo do § 2º do art. 835 do


CPC/15, o acréscimo de 30% do valor do débito executado, vez que o referido
acréscimo é decorrente da necessidade de preservação do direito ao crédito e seu
poder econômico, que, no curso da execução fiscal, necessita sofrer os
acréscimos devidos, principalmente atualização monetárias e juros legais, e que
preserve o poder econômico da moeda no decurso da demanda.

6. Qual o termo inicial para consideração da fraude à execução fiscal? Há


alguma divergência entre o art. 185 do CTN e o art. 792 do CPC/15?
(Vide anexo VII).
Conforme se depreende do novo entendimento dado pela Ec. nºn118/05
ao artigo 85 do CTN, a inscrição de crédito em dívida ativa é termo inicial para
consideração da fraude à execução fiscal.

Ao passo que art. 792 do CPC/15, o reconhecimento da fraude à


execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé
do terceiro adquirente.

7. A Fazenda Nacional ajuizou, no ano de 2016, execução fiscal contra a


empresa XPTO, requerendo, na petição inicial, o redirecionamento fiscal
para seu sócio Luis Antônio, com lastro no art. 135, III, do CTN, tendo
por fundamento fático o encerramento irregular da sociedade.
Considerando a vigência do novo Código de Processo Civil, pergunta-se:
a) é necessário, no caso relatado, a instauração do incidente de
desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ)? Sendo negativa ou
positiva a resposta, justifique? Se for negativa em que hipóteses o IDPJ
seria cabível?.

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Compreendo que na hipótese tratada, não seria necessária a instauração
de incidente de desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica,
vez que as atribuição de responsabilidade tributária aos sócios, nos termos do
artigo 135 do CTN, não depende do IDPJ previsto no artigo 133 do CPC/2015,
pois a responsabilidade dos sócios é atribuída pela própria lei, de forma pessoal
e subjetiva, na hipótese de “atos praticados com excesso de poderes ou infração
de lei, contrato social ou estatutos”.

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