Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Luís Aguilar
David Kolb
Os resultados de várias pesquisas demonstram que, geralmente, cada pessoa detém um estilo próprio de aprendizagem definido em função
do seu perfil psicológico, das suas atitudes, objetivos, necessidades, histórias de vida, etc. Com efeito, partindo do princípio que são as
necessidades e os objetivos que orientam a forma como o indivíduo aprende, os estilos de aprendizagem são, por isso mesmo, muito
pessoais, tanto no que diz respeito à sua orientação, como no que se refere ao seu processo. Um matemático pode privilegiar os conceitos
abstratos enquanto um poeta pode optar pela experiência concreta. Um quadro dirigente poderá favorecer a aplicação de conceitos,
enquanto um naturista se pode tornar particularmente observador (Kolb, 1978, pp. 40-41). Neste contexto, é de toda a utilidade que, por um
lado, o professor conheça a forma como os seus alunos aprendem e identifique as forças e fraquezas do seu processo natural de aprendiza-
gem e, por outro lado, que ele próprio conheça o que privilegia na sua forma de ensinar.
No modelo de aprendizagem experiencial proposto por Kolb e Fry (1975), prevê-se o desenvolvimento do processo de ensino/aprendizagem
em quatro etapas, cada uma delas com características próprias e imprescindíveis ao processo de aquisição de saberes teóricos e práticos,
tendo em conta que o indivíduo destaca da sua experiência os conceitos, as regras e os princípios que orientam as suas ações para novas
situações e modifica os conceitos a fim de melhorar a eficácia.
Às quatro etapas previstas no modelo de Aprendizagem Experiencial, a experiência concreta, a observação reflexiva, a conceptualização
abstrata e a experimentação ativa adicionámos, respetivamente, outras tantas áreas de competências-chave que, a nosso ver, lhes estão
associadas: Saber Ser, Saber Conhecer, Saber Pensar e Saber Fazer e Comunicar.
http://www.teiaportuguesa.com/metodocentradonaexperiencia.htm 04/02/2012
Modelo Centrado na Experiêcia Página 2 de 4
http://www.teiaportuguesa.com/metodocentradonaexperiencia.htm 04/02/2012
Modelo Centrado na Experiêcia Página 3 de 4
O processo que acabámos de descrever esquematicamente sobre as várias etapas de ensino e aprendizagem, em geral, e de uma língua, em
particular, é aqui entendido como ideal. Na prática, sabe-se que tanto o professor como o estudante tem tendência a privilegiar uma das
etapas e a evidenciar dificuldades noutras.
Compreender o que se privilegia no processo de aprendi-zagem de uma língua é, antes do mais, conhecer-se melhor e identificar as forças e
as fraquezas do seu próprio processo natural de aprendizagem; é, ao fim e ao cabo, fazer o diagnóstico da sua própria situação, enquanto
estudante de uma língua estrangeira. A identificação das suas potencialidades e a remoção das dificuldades de aprendizagem encontram,
muitas vezes, obstáculos, derivados, geralmente, de problemas predominantemente psicológicos, autênticas barreiras ao desenvolvimento
de cada indivíduo, nas múltiplas facetas que o compõem e que o diferenciam dos outros. Certa resistência que se manifesta na crença de
que se trata de um passado dominador e dominante que tem como consequência a negação da pessoa (Haramein, 1994, p. 124).
Nesta unidade de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira, o professor levará, sobretudo, os alunos a desenvolver competências
relacionais e comunicativas em interação com o seu desenvolvimento pessoal e social. Antes, ou paralelamente, o estudante de uma língua
estrangeira aprende a aprender de acordo com as suas características pessoais, habitua-se a planificar as suas próprias aprendizagens de
acordo com os seu ritmo e estilo individual, a gerir o seu tempo disponível e a fazer opções metodológicas sobre a maneira a estudar. A
aquisição destes hábitos deve ser orientada e gerida pelo professor, considerando, para o efeito, o estilo individual de aprendizagem de
cada estudante.
As atividades, que neste capítulo propomos, reportam-se aos aspetos diferenciados de aprendizagem, aos estilos próprios de
autoeducação e às formas de comunicação na sala de aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUILAR, Luís (2003). Comunic-Ação para o Ensino e Aprendizagem do Português, Língua Estrangeira. Montreal: Livrexpressão.
BLONDIN, Christiane et al (1998). Les langues étrangères dès l’école maternelle ou primaire. Paris-Bruxelles: De Boeck.
DUFEU, Bernard (1996). Les approches non conventionnelles des langues étrangéres. Paris: Hachette.
GATTEGNO, Caleb (1972). Ces enfants: nos maîtres ou la subordination de l’enseignement à l’apprentissage. Neuchatel: Delachaux & Niestlé.
HARAMEIN, Ali (1989). Savoir académique et pratique professionnelle: une interaction sans acteurs. Actes du 2e congrès des sciences de
l’education de la langue française du Canada. Sherbrook: C.R.P. Faculté d’éducation, Université de Sherbrooke
KOLB, David & FRY, Ronald (1975). Toward an Applied Theory of Experiential Learning. In COOPER, Cary Lynn: Theories of Group Processes.
London-Toronto: John Wiley and Sons.
KOLB, David, RUBIN, Irwin & McINTYRE, James (1978). Psicologia Organizacional. São Paulo: Atlas.
http://www.teiaportuguesa.com/metodocentradonaexperiencia.htm 04/02/2012
Modelo Centrado na Experiêcia Página 4 de 4
http://www.teiaportuguesa.com/metodocentradonaexperiencia.htm 04/02/2012