Após superar uma ditadura e iniciar um processo de redemocratização, determinado
país P resolve elaborar nova constituição. Embora estivesse definido que se organizariam pela via federativa, houve divisão quanto a forma de governo a ser assumida. Por um lado, os mais tradicionalistas requerendo a monarquia, enquanto outros defendiam uma república democrática. A disputa se acirra e o representante da fmaília real, carismático, percebendo que os constituintes estão inclinados a estabeceler a forma republicana e passa a defedner que a constituição preveja uma forma monárquica com eleições para rei, sendo que o eleito deve governar por mandato fixo de 6 anos, além de responder politicamente por seus atos. Pergunta- se:
A) A PROPOSTA FAZ SENTIDO SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA POLÍTICA
ESTUDADA?
Não. As características primeiras da monarquia são a hereditariedade, vitaliciedade, não
havendo que se falar em rei eleito para mandato fixo e limitado. Não se afina essa proposta com a forma monárquica de governo.
B) A CF/88 permitiria uma modificação através de EC com a finalidade de alterar a
forma republicana pela monarquica.
Sim. Por outorga do poder constituinte originário, tivemos a oportunidade de escolher
a monarquia por forma de governo, havendo uma grande revisão constitucional 5 anos após a escolha. Mas não aconteceu. Manteve-se a república e nada foi alterado. Parte da doutrina entende que poderia ser alterada a forma por EC, porquanto não figura como cláusula pétrea no art. 60 § 4º. A posição majoritária entende que haveria inconstitucionalidade por conta da inibição do sufrágio, no caso de uma monarquia. Há um segundo argumento, que chama a limitação temporal. A possibilidade de reforma a respeito desse tema estava demarcada a uma data específica e através de espécie fixa de reforma. Não havia determinação de ser alterado a qualquer tempo ou outra forma que não o plebiscito. Sistema de governo não é cláusula pétrea e tivemos a oportunidade de mudar, mas não mudamos. Pode-se adotar o segundo argumento. E, adotando-se o sistema parlamentarista, por via reflexa, haveria prejuízo ao voto porque não escolheríamos mais o presidente. Haveria, também, prejuízo à separação rígida de poder, porque no parlamentarimo há interdependência entre executivo e legislativo.