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A ADOÇÃO DE CRIANÇAS NEGRAS NO

ESTADO DO PARANÁ
Rosangela Aparecida Barretos Crivelaro
Profª Ana Tereza Fraga
Faculdade Dom Bosco
Pós-Graduação/História com Ênfase em Ensino Religioso – Artigo Científico
28/11/09

RESUMO

A Adoção de Crianças Negras no Estado do Paraná é o tema desse artigo que


mostrará a discriminação racial por parte das pessoas que pretendem adotar uma
criança. De 1980 a 1990, o número de bebês nascidos com bi racial preto-branco
patrimônio aumentou 500%, aproximadamente 6,8 milhões inquiridos afirmaram
mais uma herança étnica racial, os nascimentos multi-raciais se tornaram a terceira
maior categoria de todos os nascimentos no Brasil. Muitas crianças adotadas no
Paraná vêm da vida social, econômica, racial e cultural negra que diferem das de
seus novos pais. A adoção Trans-racial é diferente da de ambos os pais quando um
casal adota, ou a partir de um único progenitor, quando só um adota e acrescenta
uma camada adicional de complexidade para os problemas enfrentados por muitas
famílias adotivas.

Palavras-chave: Adoção; Família; Discriminação.

1 INTRODUÇÃO

De 1980 a 1990, o número de bebês nascidos com bi racial preto-branco


patrimônio aumentou 500%, aproximadamente 6,8 milhões inquiridos afirmaram
mais uma herança étnica racial, os nascimentos multi-raciais se tornaram a terceira
maior categoria de todos os nascimentos no Brasil.
Uma ordem de adoção é uma forma extremamente grave em relação a uma
criança. Corresponde a uma ruptura completa da criança com sua família biológica é
uma mudança de vida longa, que é, apenas em circunstâncias excepcionais que é
reversível. Isto tem conseqüências de longo alcance que nem sempre são
consideradas. Em outras palavras, o juiz deve olhar para a totalidade da vida da
criança, e considerar se ele ou ela deveria ou não ser adotada. Segundo Andrei
(2001, p. 94) “quando os requisitos básicos da liberdade e da privacidade faltam, e é
justamente isso o que acontece nas Instituições, planta-se sem querer as sementes
da revolta e da rebeldia, que brotarão na primeira oportunidade”
Com a aprovação da nova lei de adoção, define as principais fases do
processo de adoção e oferece os seus direitos dentro desse processo para diminuir
a burocracia e aumentar a adoção.
Crianças que necessitam de adoção vêm de uma variedade de origens
étnicas. Colocá-los com as famílias que podem refletir ou apoiar a sua herança,
porque é muito importante que as crianças cresçam com o conhecimento das suas
origens e desenvolver um bom senso de sua identidade. Geralmente, as instituições
tentam colocar as crianças em famílias da mesma fé ou religião. De acordo com
Andrei (2001, p.28):
Diversos fatores contribuem para isso e um deles é a generalização feita de
que a adoção traz problema, com base nos casos em que a relação
adotante/adotivo se tornou difícil. Também por medo, falta de informação ou
pelo fato da adoção ainda ser uma solução procurada por casais inférteis,
os adotantes, em geral, opta pela adoção de bebês. Muitos candidatos
acreditam que os bebês teriam mais facilidades para se adaptar à família.
As crianças mais velhas, em alguns casos, terminam sendo adotadas por
estrangeiros ou ficando em instituições e se tornam filhos da solidão.

A grande maioria das crianças colocadas para adoção no estado do Paraná


é de origem afro-descendente. E o que acontece é que as famílias que buscam uma
criança para adoção preferem crianças menores de 3 anos e de cor branca, o que
leva muitas crianças negras há ficar muito tempo disponível para adoção.
A História de vida da criança é muito importante e também influencia muito
na hora da adoção. Essas informações servirão de ajuda para os pais adotivos
entender o que aconteceu a eles em seus primeiros anos de vida. Se a criança
estiver em idade de participar, a assistente social irá criar o livro com eles. E também
essas informações também podem atrapalhar na hora da adoção, porque se as
crianças sofreram maus tratos ou violência sexual, as pessoas também se recusam
a adotar, por ter medo dessa criança tornar-se agressora quando atingir a
adolescência. Segundo Weber (1998, p. 86) ele descreve que:
O desenvolvimento de uma pessoa é severamente prejudicado num
ambiente institucional, onde imperam a falta de identidade e a disciplina
massificadora. O abandono sofrido pelas crianças e adolescentes
institucionalizados leva ao sentimento de rejeição, baixa auto-estima e
expectativas de futuro negativas.
2 AS ADOÇÕES NO ESTADO DO PARANÁ

Muitas crianças adotadas no Paraná vêm da vida social, econômica, racial e


cultural negra que diferem das de seus novos pais. A adoção Trans-racial é diferente
da de ambos os pais quando um casal adota, ou a partir de um único progenitor,
quando só um adota e acrescenta uma camada adicional de complexidade para os
problemas enfrentados por muitas famílias adotivas. Enquanto adoções trans-racial
podem proporcionar muito necessária para meninos e meninas que não podem tê-
los de outra forma, são importante para enfrentar os desafios potenciais nesta
prática crescente, a fim de melhor servir todos os envolvidos, especialmente as
crianças.
Uma premissa subjacente é que a adoção trans-racial não foi um desafio
para os adotados, se não houve diferença significativa nas medidas de ajustamento
global entre grupos trans-racial. No entanto, usar métodos mais rigorosos para medir
diretamente as experiências raciais e étnicas das crianças adotadas é necessário
saber como essas experiências pode contribuir para o ajustamento psicológico e as
atitudes dos pais e os comportamentos relacionados à socialização racial o quanto
pode afetar seus filhos adotivos.
A competência vital para as crianças negras adotadas é a capacidade de
lidar com a discriminação. Aprender a lidar com o preconceito é particularmente
importante quando as crianças adotadas pertencem a grupos que a discriminação
racial pode ser uma experiência significativa.
Com base na adoção do ano de 2001 aproximadamente 64% das crianças
em espera para adoção são negras e 32% são brancos. Essa pesquisa no Estado
do Paraná mostra que a adoção de uma criança foi mais comum entre as crianças
brancas e aqueles com níveis mais altos de renda e educação. A estimativa mais
recente da adoção inter-racial declarou que 1% das mulheres brancas adota
crianças negras, 5% das mulheres brancas adotarem crianças de outras raças, e 2%
das mulheres em outras raças adotam crianças brancas. De acordo com Rolim
(2001):
A pesquisadora Lídia Weber também fez um levantamento em Curitiba,
entre 1990 e 1995, que mostrou que 75% das crianças disponíveis eram
adotadas por casais dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A escolha
pelo sul do país para adoção, segundo ela, fundamenta-se numa esperança
de encontrar mais crianças brancas disponíveis para adoção do que em
outros Estados. Existem pessoas que está há mais de dois anos na fila só
porque querem um bebê com até três meses, menina e branca. Alguns
preferem nem adotar.

As pesquisas feitas recentemente mostraram que 67% dos brasileiros


preferem adotar uma criança da cor branca. De cada 100 mulheres que fazem
adoção formal, somente 3 são negras. Em relação aos homens, 14 são negros a
cada 100. Os dados foram obtidos pela psicóloga e professora Lídia Weber, da
UFPR que pesquisou 311 famílias adotivas espalhadas por 105 cidades brasileiras.
(WEBER, 1998).
Essa pesquisa ainda mostra que 75% das crianças adotadas no Paraná, são
adotas por casais que moram nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Eles
preferem fazer sua adoção na região sul por causa de uma maior chance de
encontrar para adoção crianças brancas.
De acordo com WEBER (1998, p. 63):
O processo seletivo tem sido feito com base em pressupostos dogmáticos
acerca do comportamento humano, que os técnicos responsáveis pela
adoção nem sempre se lembram da possibilidade de mudança e
aprendizagem do ser humano, além de não fornecerem aos adotantes uma
proposta de preparação e/ou mudança de atitudes.

As crianças na maioria negras ou bi racial são considerados como


portadores de necessidades especiais pelos profissionais de adoção, o que significa
que a criança é difícil de adotar. Essa designação não tem nada a ver com a sua
saúde física ou mental ou seu temperamento emocional A maioria das crianças que
precisam ser adotadas é negra, a maioria é adolescente e os seus pais adotivos
precisariam ter um cuidado especial até Que completem a idade em 18 anos.
De acordo com Nunes (2008):
Pesquisas revelam que o Poder Judiciário não tem conseguido assegurar,
de maneira racialmente igualitária, o direito à convivência familiar, seja
numa família biológica seja na adotiva. Apesar dos avanços legais, as
crianças e adolescentes no país ainda se encontram discriminadas por suas
características fenotípicas, pois na prática, a adoção destas crianças segue
como um processo, mas focado nas necessidades das famílias, que
buscam uma criança de origem branca supostamente livre de desvios de
conduta e de caráter.

Na maioria das vezes, as pessoas que se cadastram nos Juizados da


Infância e Juventude preterem adotar crianças do sexo feminino, de cor branca,
saudáveis e recém-nascidas (Andrei, 2001). As crianças que não se enquadram
nessa descrição são esquecidas nas instituições como materiais em um depósito,
como é o caso das crianças negras e maiores de 2 anos de idade, que são as
adoções mais necessárias. Essas crianças negras abandonadas nas instituições
não têm expectativas de futuro, e isto se reflete de várias formas na vida dessas
crianças. O desenvolvimento, por exemplo, é afetado. Ainda segundo Nunes(2008):
Em algumas das Varas da Infância e Juventude do Brasil, ainda se encontra
formulários que limitam ao preenchimento das fichas de requerimento, nas
quais se registra com evidência a questão da criança desejada, ou seja,
questionam-se os futuros candidatos a pais sobre a cor do filho pretendido,
se branca ou negra, ou ainda outras cores.

Muitos são os preconceitos e discriminações em tomo do tema adoção e


eles são mais intensos nos casos das adoções necessárias. Diversos fatores
contribuem para isso e um deles é a generalização feita de que a adoção traz
problema, com base nos casos em que a relação adotante/adotivo se tornou difícil.
Também por medo, falta de informação ou pejo fato da adoção ainda ser uma
solução procurada por casais inférteis, os adotantes, em geral, opta peta adoção de
bebês. De acordo com Nunes (2008) “Se por um lado o cadastro nacional oferece
possibilidades de acelerar o processo de adoção, não acabe se tornando mais uma
forma de discriminação e ocultação de passado”.
Por outro lado, o recrutamento de famílias negras, como pais adotivos não
tem sido muito bem sucedida porque os negros são significativamente mais pobres
do que os brancos e tem menos probabilidade de estar em uma posição de se tornar
bem sucedido financeiramente e não tem condições de oferecer uma boa saúde e
educação ao filho adotivo.
Adotar é transpor barreiras, é lutar para derrubar preconceitos. Adotar passa
também por discutir o tema dentro do Estado. Passa por construir políticas públicas
que facilitem a adoção para famílias brasileiras, que se fale e discuta em sociedade
a adoção de crianças negras, pardas, adoção de crianças portadoras de
necessidades especiais, soropositivas, adoção por casais homossexuais. Vamos
construir caminhos para cicatrizar uma ferida social. Os 80 mil menores que vivem
em instituições vão nos cobrar da sociedade o porquê de nossa omissão. O Estado
deve apoiar os candidatos à adoção ofertando apoio psicológico junto às Comarcas
da Infância e da Juventude. Pois são famílias em construção.
3 CONCLUSÃO

Quando você adota, você fornecer um lar seguro de amor a uma criança.
Como todos os pais, isso significa estar com a criança através de todos os altos e
baixos da vida familiar. Quando você adota uma criança se torna seu pai legal
permanente. O bem-estar é a coisa mais importante, por isso, enquanto, no
passado, a adoção costumava ser vista como um serviço para os adultos, hoje, o
foco esta voltado para as necessidades da criança. A adoção é também muito mais
socialmente aceitável nos dias de hoje, permitindo que as pessoas possam ser
honestas sobre a escolha de adotar ou não.
Quando as crianças não podem ficar com suas famílias biológicas a adoção
oferece uma excelente maneira de assegurar uma vida familiar, amorosa, estável e
segura, a adoção é positiva para as crianças porque os pais adotivos fazem um
compromisso para cuidar das crianças por toda a sua vida, isso permite que as
crianças prosperem. O processo de adoção muitas vezes é pensado como um
processo muito longo. Na verdade, geralmente leva cerca de seis meses para se
avaliar a nova família adotiva. Depois que uma criança passa a morar com a família
adotiva é estabelecido uma ordem de adoção.
A família terá de ser determinada a realmente fazer a diferença na vida das
crianças. O que necessita de muita paciência, amor e energia. Praticamente, essa
família precisa ter espaço suficiente em sua casa e tempo em sua vida. Precisa ter
mais de 21 anos ambos e seu relacionamento e a vida familiar precisa ser estável
Não há limite de idade, mas a família precisa estar apta e saudável e ser capaz de
cuidar da criança na idade adulta. A adoção é um grande compromisso emocional,
por isso a família precisa estar pronta, principalmente para dar muito amor a essa
nova criança.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDREI, D.C. 2001. Reflexões sobre a adoção tardia. In: F. FREIRE (org.),
Abandono e adoção: Contribuições para uma cultura da adoção. Curitiba: Terra
dos Homens, 2001.
NUNES, Elizabeth Cezar. A Discriminação da Criança Negra no Processo de
Adoção. Disponível em: <HTTP:J/www.educacionista.org.br/jomal/index.php?
option=com_content&task=view& id=t 061 >Acesso em: 25 jul. 2009.

ROLlM, Fabio Guimarães. Adoções por casal branco predominam. Disponível


em: <http:J1www1.folha.uotcom.br/folha/treinamento/menosiguais/xx1310200112>.
Acesso em: 25 jul. 2009.

WEBER, L.N.D. Laços de ternura: pesquisas e histórias de adoção. Curitiba:


Juruá, 1998.

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