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com/lacanempdf
Maud Mannoni
Da Paixão do Ser
à "Loucura" de Saber
Freud, os Anglo-Saxões e Lacan
Posfácio de
Patrick Guyomard e Alain Vanier
Tradução:
Vera Ribeiro
Psicanalista
Revisão:
Maria Izabel Oliveira Szpacenkopf
Psicanalista, membre active du CFRP-Paris,
membro do Colégio Freudiano do Rio de Janeiro
Prefácio
Da experiência analítica à farmação do analista 7
1.
A psicanálise "didática", a instituição, as opções teóricas e
a questão do término da análise 25
Discussão 41
2.
Entre o sonho e a realidade. O trabalho do analista 53
Discussão 71
3.
Supervisão e sensibilização ao processo analítico.
Apanhado histórico. Problemas atuais 81
Discussão 99
4.
Tomar-se psicanalista: entre a formação e o modelo 117
5.
Aprendendo com o paciente 135
Posfácio
!\s formações da Instituição, por Patrick Guyomard
e Alain Vanier 152
Notas 174
1lontes bibliográficas 192
lmlicc analítico
 comunidade de analistas
que apoiaram nosso questionamento.
1983-1987
PREFACIO
Da Experiência Analítica
à Formação do Analista
Experiência analítica
As vias da f armação
O paciente perfeito
Erotização da transferência
O analista psicossomático
Realidade e verdade
Espaço de criação
Amor transferencial
A Psicanálise "Didática",
A Instituição,
As Opções Teóricas e
A Questão do Término da Análise
ANALISE COM FREUD
TRANSFERÊNCIA E IDEALIZAÇÃO
OBJETIVOS DA ANALISE
Melanie Klein foi censurada por não ter uma teoria do eu,
nem uma teoria do imaginário. Suas intervenções, tal como
prestou contas delas teoricamente, de fato pàrecem situar-se
no plano de uma realidade igual: uma parte, no entanto, é
imaginária, e a outra, real. Mas a eficácia de suas interven-
ções prende·se inteiramente ao fato de que, pela verbaliza-
ção de uma situação afetiva (a do paciente em relação ao
outro da fantasia), Melanie Klein introduziu, de fato, um
mito a partir do qual o analisando consegue simbolizar a
realidade: "As portas do inconsciente são abertas", indicou
ela. 11 É na inércia êuica do sujeito que as simbolizações são
"enxertadas", o que permite ao paciente estabelecer uma sé-
rie de equivalências. Melanie Klein mostrou, assim, de ma-
neira magistral, que a fala do sujeito pode nascer a partir
de uma situação em que o imaginário é introduzido naquilo
que, no início da análise, estivera numa relação muito estri-
tamente real com a realidade. -
O mérito de Lacan consistiu, mais tarde, em desenvolver
o que acontece com a função da fala, ao diferenciar o real,
o imaginário e o simbólico. Ele insistiu, a partir dos anos
a psicanálise "didática" 31
A PSICANALISE E A CffiNCIA
O TF.:RMINO DA ANALISE
Patrick Guyomard
Maud Mannoní
Patrick Guyomard
Maud Mannoni
Conrad Stein
M aud M annoní
Amaro de Villanoua
Eu gostaria de retomar a questão que Maud Mannoni levan-
tou diversas vezes sobre a relação do sujeito com a verdade,
para lembrar que há uma ligação entre a verdade e a ficção
e que é nessa relação de relato puro que a palavra término
vem se inscrever.
Isso é para não esquecermos que o término, como o de
um relato ou o de um discurso, não pode escapar nem ao
arbitrário nem ao convencional de um estilo, mas que, se
uma coisa pára, é justamente porque poderia continuar in-
terminavelmente. Enquanto dura, tem um ar de infinito, mas
pode deter-se justamente porque pode durar. Nesse ponto,
é muito complicado sair de uma lógica da ficção, e lembro
neste momento o emprego duplo que podemos fazer dessa
palavra. Fui examinar um pouco mais de perto de onde vi-
nha a palavra ficção: vem do latim /ingere, que também
deu, em francês, "fingir". Logo, a ficção e o fingimento são
duas maneiras de encarar algo da ordem da verdade, ·e a
mim me parece que a noção de fim, ficção fingida, não deve
sair desse registro e deve ser considerada como presa na
lógica do relato.
M aud M annoni
M aud M annoni
Ou seja, aquele que é capaz de uma sublimação.
Maud Mannoni
Conrad Stein
Ao levantar há pouco a questão de saber porque admitimos
que deve existir um término, em vez de constatar que ele
habitualmente existe, não foi de modo algum com a idéia
de ser mais ou menos perfeccionista, mas, antes, de saber
até onde é verdade e em que se baseia o fato de o psicana-
Hsta supostamente saber e não poder deixar de ter uma
idéia do que vem a ser o término de uma análise. É. isso
que não é evidente. Um belo dia, as análises terminam. Nós
o constatamos, podemos ficar surpresos, e também podemos
aceitar as coisas assim.
Nesse contexto, eu gostaria de assinalar, a propósito do
psicanalista autodidata, que também nesse caso existe uma
dificuldade: é que o paciente é autodidata ao longo de todo
o seu tratamento, com o apoio e sob a capa da neurose
transferencial, porém, no final das contas, é ele quem faz
seu trabalho analítico, é ele, quando tudo corre bem, que
descobre, que interpreta. Faz muito tempo que defini a psi-
canálise como um processo sem começo nem fim, durante
o qual o tempo em que vamos às sessões com o psicanalista
é um período absolutamente privilegiado e absolutamente
indispensável. Mas, se o psicanalista tem de ,ser juiz do fato
de o paciente ter-se tornado autodidata, no sentido em que
meu colega falou há pouco, recaímos no caso anterior: se ele
tem que dar sua aprovação, ele é juiz, logo, existe uma de-
sigualdade. Isso continua a levantar um problema, e não po
demos libertar-nos com muita facilidade desse paradoxo.
M aud M annoni
Sim, mas não creio que tenha sido no nível de ser juiz da
situação que Pierre Paul Lacas situou a questão. Simples-
mente, sua resposta, Stein, mostra que há maneiras diferen-
tes de conduzir a análise, porque existem analistas diferen-
tes e não podemos instaurar um único modelo no plano da
condução de um tratamento, na medida em que há uma
a psicanálise "didática" 49
Hubert Brochier
M aud M ann,oní
M aud M annoni
A posição moral evoca a posição religiosa. Não é esse o pon-
to de vista que defendo. O que evoquei em toda a exposição
foi a dimensão ética que não pode ser esvaziada da análise
sem prejuízo.
Patrick Guyomard
A INFLUÊNCIA DE CERVANTES
REALIDADE E VERDADE'
TRANSFERÊNCIA E RESISTÊNCIA
FlüÇAO
Patrick Guyomard
Maud Mannoni
Marie-Françoise Lava!
M aud M annoni
M aud M annoni
Um membro da platéia
Há algo de surpreendente na análise que a senhora fez ao
lembrar a história do Homem de Areia, e sobretudo na refe-
rência a Freud e à história de Tausk. Ficamos realmente
com a impressão, nos dois casos - já que Tausk escreveu,
como a ,senhora sabe, La machine à influencer [A máquina
de influenciar] - , de que se trata da produção do aparelho
psíquico. Freud está diante de uma máquina ou de um me-
entre o sonho e a realidade 75
M aud M annoni
Patrick Delaroche
Maud Mannoni
Você citou um texto de Lacan dos anos 50. Esse texto remete
à maneira como Freud situou o ciúme edipiano de Hans
numa história, introduzindo com isso um mito que seria re-
tomado por Hans sob diversas formas, até sua cura. Às cons-
truções levadas pelo pai de Hans a seu filho ( em referência
ao Prof. Freud), Hans de fato respondeu com uma série de
mitos destinados a reorganizar o imaginário, o que lhe per-
mitiria encontrar algo com que suprir sua fobia. A análise
realmente repousa na interpretação, e você fez bem em lem-
brar isso.
Hoje em dia, uma certa orientação lacaniana (a da Es-
cola da Causa) chegou a esvaziar a história, particularmen-
te na psicanálise com crianças. Não são as referências estru-
turais dos anos 50 que estou criticando. Nessa época, deixa-
va-se um lugar aos mitos, à história. Minha crítica diz res-
peito ao lacanismo posterior a 1970. Com o materna, rein ..
traduziu-se um saber positivo (no mais puro estilo psiquiá-
trico) e houve um distanciamento da análise das modifica-
ções dialéticas próprias do desenrolar do tratamento.
Patrick Guyomard
Posso dizer, a propósito da estrutura, que não tenho certeza
de que se trate automaticamente de um problema teórico.
Quando os analistas deduzem uma prática a partir de uma
teoria, utilizando a estrutura na clínica, há, com bastante
entre o sonho e a realidade 77
Patrick Delaroche
X
A senhora falou há pouco de Freud, que cuidou dos proble-
mas das meninas e deixou a H. Deutsch a tarefa ele falar
dos problemas das mulheres. Mas o que me surpreende mui-
to aqui é que nào se fala mais, em absoluto, do judaisrno
Ce .Freud, e da importància que ele teve na criaGão rla p:;1
can6J.1se. Não nos esqueçamos de que há quem diw1. q1w t.rn h
a obra de Freud vem da explicação da Torah, on :a•_i:,, 1l:1 11-1
judaica. Ora, a senhora sabe que pode acon1.C'c1·r 11111 rnld114l
78 da paixão do ser à "loucura" de saber
M aud M annoni
Cada um tem seus pontos cegos. Empurrar Freud para o
judaísmo ó trabalhar contra o que o próprio Freud desejava.
Se e!e se afirmou judeu no momento da perseguição nazista,
jamais se apresentou, no entanto, como religioso.
X
Certo, mas mesmo assim, sua história religiosa está ali. A
senhora não pode negar todo o passado infantil em que ele
foi criado e que nunca esqueceu! Isso é impossível!
M aud M annoni
Maad Mannoni
O que você está trazendo é muito interessante. Nas anâlises
com escritores, creio eu, em particular, que é extremamente
importante que o analista não fique tentado a ler os manus-
critos de seus pacientes. Blanche Reverchon-Jouve tinha uma
clientela de poetas. Ela falava da importância que havia em
deixar-lhes, no p}:::110 da criação, um jardim secreto. E que,
80 da paixão do ser à "loucura" de saber
Victor Azoulay
Gostaria de lhe agradecer por sua contribuição, que me per-
mitiu desfazer uma certa ambigüidade relativa ao título ou
à. epígrafe que você deu a sua exposição: o trabalho do ana-
lista. Gostaria de partilhar com você minhas questões sus-
citadas pelo emprego que você fez da "dominação que blo-
queia a atividade representativa". Na criança antes da lin-
guagem, ou antes de qualquer erotização, a dominação -
não a pulsão de dominação - , que ainda não foi impregnada
pela piedade ou pela crueldade, pode efetivamente ser en-
contrada em momentos que, a posteriori, revelam-se privile-
giados. Com os pacientes, corremos o risco, assim, de des-
lizar para algo que não é nem erotizado, nem sexualizado,
nem mesmo uma espécie de bloqueio da atividade psíquica.
Tive a impressão, no decorrer de sua exposição, de que
v, realidade psíquica surgia como algo ameaçador. Mas, quan-
do nos identificamos demais com a dominação de que o pa-
ciente é alvo, passamos a agir como ele; ficamos aterroriza-
dos com a intromissão que possa vir do funcionamento psí-
quico ou da realidade psíquica. Quando se chega a isso, que
fazer? Será que os referenciais teóricos são suficientes?
M aud M annoní
Seria preciso, pelo menos, estabelecer uma distinção entre
a realidade psíquica e o fantástico, em particular o fantás-
tico que aparece como aterrorizante, como proveniente de
fora, por não ser simbolizável de certa maneira. Mas haveria
todo um trabalho a fazer a esse respeito ...
3
Supervisão e Sensibilização
ao Processo Analítico.
Apanhado Histórico. Problemas Atuais
No tratamento analítico, há uma leitura em ação, e o que o
analisando aprende dela relaciona-se com uma verdade par-
cial do inconsciente. Essa leitura é um "trabalho" que se
efetua através da resistência e da incompreensão. Foi, lem-
bra Lacan, durante o tempo consagrado por Freud a escutar
as histéricas "que ele leu que existia um inconsciente.1 ( ... )
O de que se trata no discurso analítico é sempre isto - ao
que se enuncia de significante, vocês dão sempre uma leitura
outra que não o que ele significa". 2
É. a partir do sintoma retomado, transformado, no de-
correr do percurso analítico, que se ,situam as possibilidades
de invenção e de reorganização teórica. A análise, quando
se situa no percurso do "tornar-se analista", fica, de certa
maneira, interminável. O que termina como contrato do ana-
lisando com seu próprio analista continua, em seguida, na
aventura que ele empreende com o paciente. Uma aventura
que se apóia na abertura para o inconsciente do analista.
Tentaremos agora falar no trajeto percorrido pelo candi-
dato através das análises supervisionadas. Seremos levados
a falar da supervisão, mas também da Instituição que pro-
duz ou não "o analista".
Situar a supervisão numa história, a das Instituições
analíticas, é abri-la de imediato à crítica de seus fundamen-
tos. Quando Freud, a propósito do Homem dos Lobos, lem-
brou que a ciência analítica devia ser recolocada em ques-
tão em cada caso, estava assim indicando ao analista que
o saber exigido dele consiste, em primeiro lugar, em passar
pe:a ignorância daquilo que ele ,sabe. Essa ignorância, tal
supervisão e sensibilização ao processo analítico 83
Patrick Guyomard
M aud M annoni
Tentei deixar as questões suficientemente em aberto, na es-
perança de que alguns possam fazer uma exposição e trazer
seu testemunho de analistas acerca de sua própria trajetória.
Marie M oscovici
Pertenço a uma sociedade da Internacional, uma dessas so-
ciedades instituídas que vocês conhecem. A propósito de em-
baralhar as pistas e falsear o jogo - embora eu lhe agra-
deça, Maud Mannoni, por essa exposição, porque é muito
raro se ouvir uma exposição tão completa sobre a questão
da supervisão e do controle, na maioria das vezes isso não
é discutido, pelo menos publicamente-, devo dizer que uma
coisa que você disse me incomodou o tempo todo. Talvez
100 da paixão do ser à "loucura" de saber
M aud M annoni
Eu lhe agradeço muito por sua intervenção. Minha intenção
não foi, de modo algum, ser polêmica ou contundente. Tam-
bém eu sou membro da Internacional ( toleraram minha per-
tença dupla) e trabalhei muito os textos escritos pelos ana-
listas dos diferentes grupos. O que eu trouxe aqui não data
unicamente de 1920. Tentei, na verdade, mostrar o peso sem-
pre atual da orientação e da organização que foram instau-
radas em 1920. Essa questão que levantei, aliás, foi alvo de
debates até mesmo nos congressos internacionais mais re-
centes. O que tentei mostrar é que o controle e a análise se
apresentam de maneiras diferentes, conforme estejam ou não
presos no circuito institucional. Existem dificuldades espe-
cíficas ligadas a esse problema, e foi em razão delas que La-
can tentou separar da análise as questões da habilitação. Foi
uma das razões pelas quais ele propôs que o analista só se
autoriza por si mesmo, vindo o reconhecimento pela Escola
num momento inteiramente diverso. A:ssim, ele registrou o
que se passava na realidade.
No movimento analítico, houve dois períodos: aquele em
que nos perguntávamos o que era a análise e, depois, aquele
em que nos perguntávamos o que devíamos ensinar. Mas os
testemunhos dos pacientes quanto às dificuldades de um tra-
supervisão e sensibilização ao processo analítico 103
Guy Lava!
Gostaria de falar de uma coisa que você também abordou
em sua expos1çao e que eu chamaria de solidão do analista;
você desenvolveu isso, creio eu, em outros termos. Quando
um analista jovem começa a aceitar pacientes, ele faz a apren-
dizagem dessa solidão. Isso me parece muito importante,
porque, nesse momento, queira ele ou não, quer saiba disso
ou não, ele começa sua auto-análise. Parece-me que o que o
controle pode dar como contribuição nesse momento é per-
mitir o melhor desenrolar desse processo de auto-análise, e
permitir não apenas seu começo, mas também sua manu-
tenção.
Moustafa Safouan
Conrad Stein
Eu me proponho integrar ao que vou dizer amanhã, acerca
das identificações do psicanalista, alguns comentários rela-
tivos ao.s pontos que retiveram muito particularmente minha
atenção no correr de sua excelente exposição. De fato, pare-
ce-me que a questão do controle não é estranha a essas iden-
tificações. Se levantei o dedo há alguns momentos, foi para
intervir no debate que opôs você a Marie Moscovici. É. ver-
dade que talvez você tenha dado a Marie Moscovici a opor-
tunidade de condená-la, ao registrar procedimentos norte-
106 da paixão do ser à "loucura" de saber
Marie M oscovici
Eu gostaria apenas de dizer uma palavra a propósito do que
disse Conrad Stein. Não falamos exatamente da mesma coi-
sa. Estou completamente de acordo com você sob:re as buro-
cracias, mas não tenho certeza de que alguma sociedade de
análise que se faça não seja forçosamente levada a se trans-
formar numa burocracia. Esse é um debate sempre em aber-
to, posso apenas falar nele, não tenho nada a destacar aí.
Quero apenas dizer isto, que também vai no sentido do que
disse Safouan: será que é preciso imaginar os analistas, os
pacientes e os que ocupam funções administrativas nas so-
ciedades de análise como pessoas submetidas ao aparelho
burocrático, à aplicação de estatutos, quer dizer, como um
povo de escravos, seja ele qual for? Isso me parece falso.
Quando Safouan disse ou deu a entender que o analista só
se autoriza por si mesmo também quando faz formação, acho
que isso é verdade. Por exemplo, estatutariamente, eu pode-
ria fazer isso, e, no momento, não estou fazendo, como você,
embora não faça tanto tempo. Pratico, como você, super-
visões não institucionais. Aliás, devo muito, a esse respeito,
à posição, às escolhas que conheço de você. Mas a burocra-
cia, em nosso campo, não constitui submissão: não vamos
imaginar que devamos ser um povo de submissos. Não me
sinto constrangida pela burocracia, e no entanto, ela existe
em minha sociedade analítica. Se não nos acharmos submi:s-
108 da paixão do ser à "loucura" de saber
Irene Roublef
Afore Braunschweig
Na fórmula "o analista só se autoriza por si mesmo", acha-
ve da história talvez esteja em que, no final da análise, ele
mesmo é o analista em perspectiva. Agora, será que isso não
é justamente garantir um meio de sair da relação supervisor-
supervísionando?
M aud M annoni
Um ouvinte
Maud Mannoni
Realmente, é preciso guardar na memoria a advertência de
Freud de que convém abster-se de qualquer triunfalismo te-
rapêutico. É quando queremos curar um paciente a qualquer
preço que seu estado se agrava.
Um ouvinte
Já no final ele sua exposição, a senhora levantou uma ques-
tão sobre a natureza da relação entre o analista e o super-
visor. Isso me interessou muito, porque, fora do contexto
institucional, essa relação já coioca bastante o problema da
rivalidade, e o contexto institucional vem duplicar, multipli-
car ao infinito essa situação de rivalidade, que, por sua vez,
duplica outras. Alio-me, portanto, ao que a senhora disse
sobre a história de cada um dos parceiros. Mas o que eu
gostaria de dizer prende-se ao que talvez haja de mais difí-
cil, à alteridade que buscamos, na qualidade de analistas
novatos, quando vamos pedir uma supervisão. Primeiro, há
todas as situações de prestígio, porque, quando vamos pe-
dir um supervisor, procuramos alguém que sem dúvida já
tenha prestígio, nome, etc., logo, freqüentemente nos coloca-
mos como novatos em relação ao mais velho, e foi por isso
que falei em situações de rivalidade. Mas pode haver, em
minha opinião, dois extremos, e talvez nunca possamos sair
disso totalmente, porque nossa busca oscila entre eles dois.
Um seria nos tornarmos idênticos ao modelo que o su-
pervisor possa ter, pois haveria um excesso de benevolência
por parte do supervisor, ou então um excesso de submissão
ou de idealização por parte do analista, o que tornaria total-
mente inoperante qualquer busca na supervisão. O outro
extremo seria o próprio supervisor se colocar demais como
modelo, pois, aí, talvez o que ele diga seja inassimilável,
como um corpo estranho. Não sei se podemos fugir total-
mente desses dois extremos, já que se trata de uma busca
muito difícil, para ambas as partes, a ser feita o tempo todo,
levando em conta esses dois perigos.
supervisão e sensibilização ao processo analítico 111
M aud M annoni
O que me parece importante é que o supervisor não se torne
o perseguidor do candidato-anaiista. Uma coisa é sensibilizar
o candidato para o processo analítico, outra seria querer
colocar sua própria fala no lugar da fala do candidato-ana-
lista.
Jacqu.es Palacci
Maud Mannoni
Agradeço muito ao Sr. Palacci. De fato, numa próxima jor-
nada, poderíamos evocar as questões de aprendizagem, de
habilidade, o problema do ensino da psicanálise, a relação
com a teoria e a clínica. São excelentes sugestões.
supervisão e sensibilização ao processo analítico 113
C foude Kelner
Eu gostaria de dizer a Maud Mannoni que sua exposição teve
uma profunda ressonância em mim. Preciso que isso evolua
e preciso também refletir a respeito. Com referência às últi-
mas jornadas de estudos do mês de novembro, gostaria de
assinalar a Patrick Guyomard que, quando um mais velho
fala, não há censura. O companheirismo também é isso!
Marie-Cécile Ortigues
M aud AIannoni
Marie-Cécile Ortig,ues
Parece, então, que nenhum grupo desse tipo existiu na Fran-
ça. Só podemos ficar perplexos, observando a importância
que as supervisões têm na formação - para todas as escolas
e associações - e o fato de não se haver iniciado nenhmn
trabalho sobre esse assunto.
Daniele Brun
Maud Mannoni
E porque não? Numa certa época, a análise era levada sufi-
cientemente longe para incluir as posições transferenciais/
contratransferenciais do candidato-analista com seu pacien-
te. Os pacientes também nos formam. O importante é a aná-
lise do sujeito.
Daniele Brun
Decididamente, minhas duas perguntas não passam de uma
só: poderia uma sociedade de psicanalistas aceitar funcionar
admitindo que alguns de seus membros não tivessem feito
supervisão?
supervisão e sensibilização ao processo analítico 11 t,
Maud Mannoni
Na Escola Freudiana, tínhamos como pontos de referência
os supervisores do candidato. De fato, é menos nocivo pedir
informações ao supervisor do que ao analista didata. No
CFRP, exigimos um mínimo de duas supervisões, porque
realmente há necessidade de critérios no plano da habilita-
ção de um candidato. A diferença em relação às Instituições
ligadas à Internacional é que o candidato-analista faz sua
formação aqui (análise, supervisão) sem ter que se referir
à Instituição. Num dado momento, pode se declarar analista
praticante. Mas a habilitação ou "reconhecimento" pelo Cen-
tro só é feita num momento inteiramente diverso, depois de
anos de prática e de participação nos trabalhos do Centro,
conforme o candidato manifeste ou não sua capacitação.
4
Tornar-se Psicanalista:
entre a Formação e o Modelo
FORMAÇÃO E INSTf'.I.'UIÇAO
A EXPERIÊNCIA DO INCONSCIENTE
A EXPERll:NCIA ANALíTICA
A CRIATIVIDADE
EXERCER A l'SWANAUSE'
A PSICANALISE HOJE
ESTATUTO
BUSCA DO SER
O PROCESSO ANALíTICO
Cada analista tem que encontrar seu "estilo", e este não deixa
ele ter efeito na terapia empreendida com o paciente. Em-
manuel Peterfreund 13 tentou, por seu lado, trazer um escla-
recimento sobre os referenciais que regem o estabelecimento
do processo analítico e de sua área de investigação e desco-
berta. Assim, mostrou que o analista procede por hipóteses,
vindo estas a se confirmar ou não posteriormente, conforme
se tornem evidentes ou sejam recusadas pelo paciente. Dois
procedimentos acham-se inconscientemente em ação aqui,
sendo um deles chamado de processo estereotipado, em que
o analista aplica inconscientemente ao paciente as idéias de
uma teoria preconcebida, enquanto o outro, denominado pro-
cesso heurístico, corresponde mais à descoberta de uma ver-
dade pelo paciente, mas beneficia também o analista no
campo de investigação que lhe é próprio.
É. a radicalização dessas duas abordagens, seu caráter
antinômico, que permite colocar em relevo certos riscos ou
isolar as "estratégias" utilizadas, inadvertidamente, pelo pa-
ciente e pelo analista. Assim, apoiando-se em casos pessoais
de sua própria prática, o autor mostra como, em certos mo-
mentos de angústia, ele próprio se refugia numa conduta
estereotipada, justamente a que critica em seu livro. De fato,
144 da paixão do ser à "loucura" de saber
CONDUÇÃO DO TRATAMENTO
A IRREDUTIBILIDADE DA NEUROSE
As Formações da Instituição 1
rl,·r: o Pai. Pol t.nrnhóm a partir desse ponto que Freud de-
, 1·11vulvcn uma psicologia social capaz de fundamentar justi-
1wadamcnte a i11sf.íl.uição na pluralidade recordada dos sen-
U<los desse termo. Essa psicologia social não se distingue
d,~ uma teoria elo sujeito; de fato, "na vida psíquica do índi·
viduo tomado isoladamente, o outro (der andere) intervém
muito regularmente na qualidade de modelo, apoio e adver-
s:irio, e por isso a psicologia individual é também, de ime
cliato e simultaneamente, urna psicologia social, nesse sen-
1.ido ampliado mas perfeitamente justificado". 13 Ao que La-
can comenta: "O coletivo nada mais é do que o sujeito do
individual", 14 sendo o individual, no coletivo, aquilo que se
refere à função do Eu. Coletivo pode ,ser entendido tanto
como a coleção de indivíduos quanto como a figura do Ou-
tro. 15
O mito originário que funda o social é proposto em To-
tem e tabu. Originariamente, há um pai, um pai semi-animal,
um "orangotango" onipotente, "violento, ciumento" e, acima
de tudo, que goza com todas as mulheres, das quais, .ao mes-
mo tempo, os filhos ficam privados. Com o projeto de uma
partilha desse gozo, os filhos matam o pai. Mas surge então
uma nova dificuldade: "A necessidade sexual, longe de unir
os homens, divide-os. Se os irmãos estavam associados en-
quanto se tratava de suprimir o pai, tornam se rivais a par-
tir do momento em que se trata de se apossar das mulheres.
Cada um havia desejado, a exemplo do pai, tê-las todas para
si, e a luta generalizada que resultaria disso levaria à ruína
da sociedade." rn Para esse impasse, uma única saída: a da
renúncia por parte de todos, manifesta pela proibição do in-
cesto. O que torna a aventura paradoxal, já que foi para
possuir as mulheres que o assassinato se deu e que a conse-
qüência disso foi. a renúncia ao gozo como lei do pai morto.
É justamente com a morte do pai que a Lei se instaura. O
morto "torna-se mais poderoso do que jamais o fora em
sua vida". 17 Traia-se de um poder de outra natureza, o do
significrmt<) qm· se manifesta como Totem, ou seja, a deifi-
cação do pai. 1o:m torno dessa instituição da Lei pelo signi-
ficante encerra:;•· o contrato social celebrado pelo banquete
totêmico, oud1· n q1w estava em jogo era a incorporação do
significantli Pni.
158 da paixão do ser à "loucura" de saber
PATRICK GUYOMARD
ALAIN V ANIER
Notas
1. Abram Kardiner, Mon Analyse avec Freud, Belfond, 1978, pp. 12, 96,
125.
notas 177
46. Cf. Sarni Ali, Corps réel, corps imaginaíre, op. cit., pp. 37-39.
47. O sentimento de estranheza não surge quando os limites entre a fan-
tasia e a realidad~ não são abolidos. Estamos então no campo da
ficção.
48. Transcrição não revista pelos autores.
34. Ver também Anna Freud, Writings of Anna Freud, vol. VII pp. 124-156,
Ia! Univ. Press, Nova York, 1972.
35. Cf. Pierre Fedida, "A Propos du Retour à Freud", op. cit.
36. E. Roudinesco, Le Débat, n. 32, pp. 136-140.
37. Micheline Enriquez, "On Forme un Analyste", op. cit., p. 267.
38. Micheline Enriquez, "On Forme ... ", op. cit., p. 267.
39. Cf. J. Lacan, "Communication à la Société Philosophique", 1957, pu-
blicado in Écrits, op. cit., sob o título de "La Psychanalyse et son
Enseignement".
40. Cf. Maud Mannoni, La Théorie comme Jiction, Seuil, 1979.
22. Jacques Lacan, "Propos sur la Causalité Psychique", 1946, in Écrits, Seui!,
1966, p. 178.
23. Octave Mannoni, "La Désidentification", in Le Moi et l'Autre, Denoel,
col. L'Espace Analytique, 1984, pp. 59-95.
24. Cf. J. Lacan, "Au-delà du Principe de. Réalité", 1936, in Écrits, op. cit.,
p. 82.
25. Pre.ocupado com a "validade" da interpretação (tendência induzida por
Bion, entre outros).
26. J. Lacan, "Propos sur la Causalité Psychique", 1946, in Écrits, op. cit.,
p. 166.
27. Cf. E. Peterfreund, op. cit., p. 167.
28. Ibid., p. 166.
29. ·Cf. W.R. Bion, L'Attention et l'Interprétation, Payot, 1974, p. 109 [Aten-
ção e interpretação, Rio, Imago, 1973).
30. A neurose, ordenada em torno do eixo edipiano, vê-se confrontada com
um modo de inscrição de uma cultura pré-cdipiana. A figura da feminili-
dade, construída sobre um imaginário fusional, vem, ele certa maneira,
transtornar a ordem de uma sintaxe e,dipiana pontuada -pela gramática do
simbólico. Remete ao mundo de outrora - paraíso ou inferno materno
-, onde, como sublinha Paul Laurent Assoun (L'Entendement freudien,
Gallimard, 1984, p. 171), "tudo já teria sido jogado". Foi ao encontrar
essa figura enigmática que Freud levantou a questão: "O que quer a
mulher?", deixando numa parcela de indecifrável uma figura ligada a uma
fala anterior às palavras.
1. Agradecemos a Guy Léres por sua leitura e seus comentários, que a re-
dação final deste texto levou em conta.
2. J; Lacan, O Seminário, livro 7, A ética da psicanálise, Rio, Jorge Zahar,
1988, pp. 15 e 16: "Esse Mal-estar na civilização ( ... ) não é, na obra
de Freud, algo .como algumas anotações (. .. ) é uma obra essencial, pri-
meira na compreensão do pensamento freudiano e a somação de sua ex-
periência."
3. J. Lacan, "Sur l'Expérience. de la Passe", Ornicar?, n. 12-13, p. 118.
4. Bertrand Badie, in Nouvelle Histoire des idées politíques, sob a orientação
de Pascal Ory, Hachette, 1987, p. 18. ·
5. O Moisés de Freud, com sua bipartição entre o príncipe egípcio e o gen-
ro de Jetro, não deixa de ecoar esse debate, mas o trava numa dimensão
totalmente diversa. Ver adiante.
6. Em última instância, contudo, referido ao divino.
7. Jack Goody, La Logique de l'écriture, Armand Colin, 1986, p. 172.
8. Id., p. 174.
9. Ibid.
1O. Essa desvalorização, que Goody sustenta, pode parecer discutível e.m cer-
tos aspectos.
11. Pierre Legendre, L'Amour du censeur, S~uil, 1974.
188 da paixão do ser à "loucura" de saber
38. lbid.
39. Cf. S. Freud, op. cit., e J. Lacan, Seminário XVII, L'Envers de ... , op. cit.
40. Na vertente paranóica, o gozo é rejeitado para fora, com a necessidade
da repetição sacrificial; na outra vertente, dele se. encarregam alguns
membros sacrificados, "mártires" da causa institucional.
41. S. Freud (1930), Malaise dans la civilisation, PUF, 1971, p. 91, G.W.,
XIV [O Mal-estar na cultura, E.S.B., vol. XXI].
42. "Nas grandes massas artificiais, a Igreja e o Exército, não há lugar para
a mulher como objeto sexual. A relação amorosa entre o homem e a
mulher permanece externa a essas organizações. Mesmo quando se for-
mam massas compostas de uma mistura de homens e mulheres, a dife-
rença entre os sexos não desempenha nenhum papel." S. Freud "Psycholo-
gie. des Fpules ... ", op. cit.
43. J. Lacan, Seminário XXII, R.S.I., 10/12/1974, Ornicar?, n. 2, p. 96.
Lacan definiu mais precisamente o sintoma como "maneira como cada
um goza com o inconsciente enquanto o inconsciente o determina".
44. Relembremos aqui a escrita do discurso do Mestre:
t; _. :9
Cf. J. Lacan, "Radiophonie", in Sci/icet 2/3, Seuil, 1970, p. 99. - A.1-
locution prononcée pour la clôture du Congres de l'École Freudienne de
Paris le 19 avri/ 1970, par son directeur, in Sci[icet 2/3, pp. 391-399.
45. Cf. acima as elaborações sobre o sacrifício de Isaac e o mito de Édipo.
46. S. Freud (1930), Malaise dans la civilisation, op. cit., pp. 64-65.
47. Lembramos que, na escrita da metáfora paterna, Lacan situa o Nome do
A
Pai fora do simbólico: S(/,.) ou Nome do Pai - - - . Cf. Écrits, "D'Une
Falo
Question Préliminaire à tout Traitement Possible de la Psychose", Seuil,
p. 557.
48. J. Lacan, "Conférence. à Geneve sur le Symptôme", Le Bloc-Notes de la
Psychanalyse, n. 5.
49. S. Freud (1921), "Psychologie des Foules ... ", op. cit., p. 215.
50. lbid.
51. Cf. a pronúncia perdida do tetragrama e. o que é dito a Moisés: Sou
aquele que sou, isto é, a impossibilidade. da identidade con~igo mesmo.
52. J. Lacan, O Seminário, livro 7, op. cit., pp. 217 e 218.
53. J. Lacan, Seminário XV, L'Acte psychanalytique, 21/2/1968 (inédito).
54. Cf. Pierre. Clastres, La Société contre l'État, Minuit, 1974.
55. J. Lacan, O Seminário, livro 7, op. cit., p. 364.
56. F. Kafka, L'Amérique, trad. A. Vialatte, Gallimard.
57. Trata-se precisamente do que a psicanálise, ao desvelar o Real, designa
corno impossível. A desarmonia necessária.
58. A ponto de, às vezes, a própria mensagem poder acabar encobrindo
a psicanálise.
59. M. Safouan, Jacques Lacan et la question de la formation des analystes,
Seuil, 1983.
190 da paixão do .1er à "loucura" de saber
Abreviaturas Bibliográficas
Bibliografia
Knight, R.P., 16: 175n.24, 196 Martha (cartas a), 56: 179n.8
Kohut, Heinz, 146: 186n.16, 147, 196 Marx, Karl, 164
Kovacks, Vilma, 196 Masson, J.M., 140: 185n.8, 198
Meltzer, Donald, 37:178n.21, 198
Lacan, Jacques, 7, 8:174n. 3-5, 9: Meltzer, Françoise, 70:181n.45, 198
174n.6, 10: 174n.ll, 11: 174n.12-15, Mijolla-Mellor, Sophie de, 146: 186!1.
12, 13:175n.19, 16-17:175-6n. 25, 17, 198
26, 28-33, 20-21, 22-24: 176n.40, Miller, Jacques-Alain, 176n.39
41, 44, 45, 27, 29, 30-31, 37, 38- Morn, Jorge, 56:179n.6, 192
39: 178n.23-27, 43, 44, 49, 64, 65, Montesquieu, 154
69:18ln.44, 73, 75, 76, 77, 82, 85- Moreau, Michelle, 198
87: 182n.11-14, 88, 89, 94-96: 182n. Moscovici, Marie, 99-102, 103, 105-6,
19-23, 97, 100, 101, 108, 121-22, 107, 109, 130
124-27:184n.14-20, 130:184n.28, 132, Moulton, Ruth, 198
139, 14-9-50: 187n.22, 24-, 26, 152: M'Uzan, Michel de, 16:175n.22
187n.2-3, 156-57:188n. 12, 14, 15, Myers, W.A., 61:179n.21, 198
158-61: 188n. 18-32, 164-65: 189n.43,
44, 47, 48, 167, 168-73: 190n. 60-73, Nacht, Sacha, 108
[96-97 Newton, 32
Lacas, Maric-Lise, 50-51
O'Campo, Eduardo Vera, 73, 75
Lacas, Pierre-Paul, 45-46, 47, 48, 78-
Ornstein, Paul H., 198
79
Ortigues, Marie-Cécile, 113, 114
Laing, R.D., 23
Lang, Robert, 103 Pa!acci, Jacques, 111-12
Langer, Maria & col., 197 Paraf, André, 16: l 75n.23
Lavai, Guy, 103 Perrier, Nathalie, 198
Lavai, Marie-Françoise, 72 Peterfreund, Ernmanuel, 143: 186n.
Lebovici, S., 197 13, 144:186n.15, 150, 198
Lcgendre, Pierre, 156: 187n.11, 197 Platão, 46, 122:183n.10, 198
Léres, Guy, 152:187n.1 Pontalis, Jean-Bertrand, 62: 179n.22,
Lettres de l'École Freudienne, 96: 194, 198
183n.22 Popper, Karl, 55
Limentani, Adam, 33-34:178n.16, 197
Quarto Grupo, 86, 101, 111
McDouga!l, Joyce, 19, 20
Mannoni, Maud, 41, 43, 44, 45, 46, Rado, S., 84: 182n.7
47, 48, 4-9-50, 51, 71, 72, 73, 75, Rangel!, Leo, 29: 177n.10, 32, 198
76, 78, 79, 80, 99, 102, 103, 108, Reik, Theodor, 8: 174n.2, 11: 175n.
109, 110, 111, 112, 113, 114, 115, 16, 89:182n.13, 198
197 Reverchon-Jouve, Blanche, 79
Mannoni, Octave, 20: 176n.36, 21: 176 Roazen, Paul, 28:177n.7, 198
n.39, 32:177n.14, 44, 49, 58:179n. Rodriguez, Juan Francisco, 56: 179n.
11-12, 72, 149:187n.23, 192, 197 7, 195
índice dos casos citados 203
acompanhamento, 15, 20, 139. Ver 33, 136, 140-41, 170-71, 173, 197,
também expe.riência analítica; prá- 198, 199; de formação, 8, 9-10, 11,
tica analítica 16, 22, 41, 82, 99, 101-2, 106, 136,
adaptação (ideologias), 87-88, 91, 192, 193, 197, 198. Ver também pas-
121. Ver também modelo se; leiga, 58, 118, 120, 124-25, 194,
agressividade, 57, 149, 164 198; pessoal, 29, 33, 41, 44, 49, 89-
alienação, 9, 87-88, 104 90, 94, 99, 106, 136; término da,
alucinação, 55-56 15, 16, 23, 28, 29-30, 32, 35-37, 39,
ambivalência, 38, 129, 138, 161 42, 49, 50, 51, 52, 82, 84-85, 86-
amnésia, 29, 54, 90 87, 92-93, 94, 97, 109, 148, 172, 191,
amor/ódio, 13, 14, 15, 19, 21, 23- 195; transacional, 17, 31
24, 27, 28, 38, 61, 68, 96, 128, 129, análise (tratamento; cura), condução
139, 145, 150, 158-59, 160-61, 162- e orientação de uma, 8, 10-11, 12,
63, 165-66, 167, 168, 199 15, 26, 29, 30-31, 32, 36-37, 42.
Analisando, 7, 8-9, 10, 12, 13, 14, 43, 48, 50, 61-63, 71, 73, 77, 83,
89-92, 97, 125, 131, 138-39, 143,
15, 16, 18, 26, 27, 30, 32, 33, 34,
146-48. Ver também prática analí-
35, 36, 38, 39, 41, 46, 61, 82. Ver
tica; típica, 37, 83, 85
também paciente
analista, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14,
análise (processo analítico), 7, 8, 9,
15, 16, 17. 18, 19, 20, 22, 26, 27-
10, 12, 13-14, 15, 16, 17, 18, 19-
28, 33, 34, 35, 36, 38, 39, 40, 42,
20, 21, 23-24, 26, 28, 31, 32-33, 34, 43, 54-56, 62-63, 77, 82-83, 84-85,
36-37, 38-39, 41, 43, 44, 48, 49, 95, 96-97, 98, 102, 103, 104, 105,
50-53, 55-56, 57-59, 63-66, 71, 74, 118, 120-21, 126, 129, 132-34, 137-
76, 83-84, 88-90, 93, 95, 96, 11 l, 38, 139, 142, 143-44, 146, 147, 148,
112, 114, 128, 133, 137-40, 143-45, 149, 150, 152; em posição de ana-
147, 149, 192, 197, 198; de con- lisando, 8-9, 10, 123-24; formação
trole, ver supervisão; do, 7, 8, 9-10, 11-12, 16, 17, 29,
didática, 27, 28, 32, 34, 35, 37-38, 32-35, 40, 41-42, 46, 49-50, 64, 82-
40, 41-42, 43, 45-46, 49-50, 51, 64, 84, 86-87, 91-92, 93-94, 96-99, 100-
84-86, 88, 89-90, 98, 100, 119, 132- 3, 106-7, 113-15, 118-21, 127, 130,
206 da paixão do ser à "loucura" de sabe.r
131, 136, 138, 192, 196, 198. Ver chiste, 12, 20. Ver também e.spiri-
também formação analítica; super- tuosidade
visão; "perfeito", 12; robô de, 12, ciência, 31-32, 55, 120, 142; analítica,
83, 127; selvagem, 120, 132; 28, 40, 82, 87, 90, 102, 124, 134;
angústia, 16, 23, 26, 38, 62, 66, 70, discurso da, 8; positiva 31-32, 40,
78-79, 104, 121, 123, 130, 138, 143, 76, 132
150. Ver também castração (angús- ciúme, 76. Ver também Édipo (riva-
tia de); de desmoronamento narcí- lidade edipiana)
s1co, 12; impensável, 12 catarse, 29, 31
aparelho psíquico, 62, 74 clínica, 16, 75-77, 88, 94-95, 96. 130,
Aprendizagem, 64, 83, 85-86, 88-89, 141; casos clínicos, 58, 96, 143-47 .
96, 97-98, 100, 112, 131, 136-37, 150-51. Ver também história (do
141-42, 192, 197, 198. Ver também paciente); índice elos casos citados
análise (didática); ensino (da psica- coletivo, 16, 92. 108, 122-23, 152,
nálise); formação analítica; meto- 157. Ver também instituição (psica-
dologia; supervisão nalítica, social)
atitude "expectante" (do analista), companheirismo. Ver analista
20, 137, 149-50 (formação do)
ato analítico, 21, 38, 86, 95, 97, 98, competência, 120, 133, 137. V c.r tam-
109, 133, 166, 169-71, 173, 197 bém habilitação (do analista)
ato de fundação, 161-62, 163-64, comportamento (ciências do), 30, 31,
169-70, 171, 172-73 73
ato falho, 17 conceito, 21, 28, 93-94, 147, 197
ausência/presença, 14, 20, 30, 65, 74, condensação, 17-18
88, 128-29, 147, 192. Ver também conflito, 9, 26, 58, 111, 144, 146,
luto; separação. 154-55, 156, 167-68
autoridade (posição de), 16, 139, consciente, 30, 90
142, 153, 162-63. Ver também do- construção: 16-17, 31-32, 54-55; ana-
minação (vontade de) lítica, teórica, etc., 55, 72, 74-76,
89-90, 97, 195; fantasmática, 54-56,
bi!ingüismo, 31-32:1770.14 61, 147; poética, 15, 147
burocracia (nas sociedade.s de psica- continente, 13, 122-23, 128
nálise), 85-86, 106-8, 125-26, 140, controle. Ver supervisão.
172-73 corpo, 16, 18, 22, 23, 37, 55-56, 65,
146, 148, 159; imaginário, 62, 68,
Cartas a Fliess. Ver índice. Onomás- 70, 148, 191; institucional, 152-54,
tico 161-62, 163, 167-68, 173; da mãe,
Cartas a Martha. Ver índice Ono- 18, 65, 163; de.spedaçado, 159;
mástico real, 68, 69-70, 191
castração (angústia de), 39, 60-61, criação (imaginária, literária, criati-
62, 69, 84, 159-60, 161, 198 vidade, etc.), 10, 15, 19, 23-24, '28,
cena primária, 70 34, 36, 39, 55-56, 61, 63, 65, 74,
índice analítico 207
iS-79, 95-96, 124-25, 127-30, 141-42, desamparo, 13, 23, 38, 58-59, 128,
147, 193. Ver também escrita; ato 139-40
de, 38, 55, 123, 129, 137; espaço de, despersonalização (crise de), 12
19, 70, 79, 123-24 deslocamento, 17-18
criança, infância, 8, 18, 60, 61, 68, depressão (posição depressiva), 27,
75, 76-77, 78, 79, 80, 92, 97, 126- 57, 125
27, 145, 147, 149-50, 159, 192. Ver descoberta freudiana, 11, 26, 32, 77,
também índice dos casos citados 138: 185n.4
crime (assassinato), 58, 69, 157-58, desconhecimento, 18, 31, 52, 61, 67,
159, ·160, 161, 163, 164, 169 139, 149
crise: do ensino, da análise, 11, 16, desejo (Wunsch), 7, 14-15, 17-18, 19,
33-34, 73, 130-32, 133-34, 141, 142, 21-22, 23, 29, 31, 35. 37-38, 42, 65-
168. Ver também ensino (degrada- 66, 72, 86-87, 95, 97, 119, 137-38,
ção do); psicótica, 12, 122 148-49, 156-57, 159, 160-64, 167-68,
crítica (dos fundamentos da análise), 197, 199; de tornar-se psicanalista,
J6, 33, 82, 85 23, 37-38, 86-87, 93-94, 97, 199; de
crença, 91, 145, 149; "falsas cren- morte, 23, 69; de saber, 23, 37-38,
ças", 60 !. /·1 /. ;)' 70, 191
culpa, 36, 38, 59, 60-61, 70, 79, 155- de.senvolvimento (teorias do), 29, 32,
56, 158, 159, 160 37-38, 50, 55-56, 73, 75, 85, 90, 100
cura, 16, 29, 38, 55, 76, 90, 98, 110, desidentificação. Ver identificação
122, 131, 146, 148, 151, 165; sinto- desordem (desespero), 13, 18, 23, 68,
mática, 15, 21, 147; processo resga- 144, 148
tador de, 20. Ver também análise destino (aparelho do), 10-11, 39, 58 .
(tratamento; cura) 70, 89
curiosidade ( e curiosidade proib:da), destruição, 13, 129
16, 70. Ver também proibição (de dialética, 13, 18, 22, 54, 63, 76, 83,
olhar); olhar 98, 123, 128
dinâmica (de uma análise), 29-30,
de.fesa (mecanismos de), 7, 9-10, 17, 31-32, 89-90, 91-92, 94, 112
19-20, 27, 30, 31, 38, 65, 87-88, 90, discípulos (de Freud, de Lacan), 24,
130, 145:186n.15, 146, 148 27-28, 32, 35, 46, 64, 71, 73, 75-
delírio, 19-20, 27, 54-55, 122-23 76, 83, 89, 92, 118-19, 120, 121-22,
demanda (distinta da necessidade e 129-30, 195. Ver também índice
do desejo), 15, 17-18, 91-92, 119, Onomástico
159 discurso: analítico, 13, 17-18, 27, 30-
denegação (recusa da realidade), 9, 31, 76, 82, 91-92, 95-96, 122-23, 126,
12-13, 19-20, 60-61, 65, 138, 149 131, 148, 149, 170, 196. Ver tam-
dentro/fora, 69, 70, 163, 165, 166. bém fala do mestre, 164, 165, 167,
172-73. Ver também realidade (ex.·· 169; objetivação do, 15, 17, 18, 20-
terna/interna) 21, 31-32, 64, 65, 75, 132
desafios (da psicanálise). 110, 111, dívida simbólica, 89, 95, 138, 160
l 19-20, 132, 141-42, 143 doença, 19, 59, 150
208 da paixão do ser à "loucura" de sabe,r
fala, 8-9, 13, 16, 17-18, 19-23, 27, grupo (efeitos de), 7-8, 28, 119, 120-
29-30, 31-32, 45, 54, 55, 72, 77, 21, 128-29, 130, 152, 162, 169, 172.
83, 87-88, 89, 95, 129, 138-40, 142- Ver também instituição (psicanalí-
43, 148, 150-51, 155-56, 165, 169, tica, social)
196; amordaçada, 12, 16, 62, 95.
Ver também sintoma; campo da, 9, habilitação (do analista), 86, 92-93,
17, 97, 124-2.5; lugar de. Ver lugar 98, 102, 106, 115, 125-26, 132-33
(de fala); semidito, 38, 97-98, 137, hipnose, 143. 164
156, 173; não-dito, 19 histeria, 31, 59, 82, 162, 193. Ver
falo, 18, 159, 164, 165, 167 também Dora
false sei/, 12, 20 história: do paciente, 7, 16, 19-20,
falta: de ser, 18, 147; do objeto, 18, 22, 32, 36-37, 41, 44, 45, 54-56, 57-
19-20, 70, 74 59, 60-61, 63, 73, 76-77, 78, 82,
fantasia, 20, 57, 59, 74, 167; (Plwn- 88-89, 144-45, 146, 149, 151. Ver
tasie), 18en., 19, 20, 26, 28, 30, também clínica (casos clínicos); se-
39, 43, 58-61, 62-63, 65, 70, 71, 72, gredo da psicanálise, 32-33, 35, 41-
94, 98, 143, 146, 153; originária, 42, 55-56, 71, 82, 85-86, 90-91, 92,
55, 61; retorno da, 55 93, 96, 97, 100-1, 118-20, 126-27,
fantástico, .58, 68, 80 130-33, 138-39, 168, 169-71
feminilidade, mulher, 19, 68, 73, 77, homossexualismo, 26, 145
78, 157-80, 160, 163 humor, 63, 64, 194
ficção, 45, 56-57, 58-59, 68, 70, 197
filho, 89, 157-59, 160, 161, 162 ideal do eu [do ego, em Freud],
fobia, 75, 76. Ver também Hans 162; do analista, da instituição, 10,
foraclusão, 55, 165 22, 27, 33, 43, 47, 50, 87, 121, 126,
162, 167
formação analítica, 8, 1 L 16, 34-35,
40, 106, 118-34, 136, 138, 153, 168, idealização, 10, 27, 33, 34, 35-36,
192, 198, 199. Ver também análise 39, 48, 57, 110, 167
(de formação) identificação, 27, 30, 36, 39, 58-59,
formações da Instituição, 152-73 69, 72, 84-85, 92-93, 105, 112, 121,
frustração, 18, 20 129, 141, 146, 147, 150, 162, 192,
Fusional (relação, situação), 13, 139, 197; ideal, 13, 19, 35, 149; desiden-
151. Ver também mimetismo; sim- tificação, 13, 45, 149, 198
biose (relação simbiótica) identidade, 69, 70, 129, 132, 165-66.
171. Ver também relação (com
garantia institucional, 119, 122-23 o semelhante)
gozo, 14, 22, 23, 37, 38, 97, 122, imagem ideal, 9, 149
126, 157, 158, 159, 160, 161, 163, imaginação, 19, 20, 57, 59, 64, 66,
164, 173; horror ao, 163 124-25
grau, 125, 142, 169, 171 imaginária, 11, 14, 16, 18, 23, 27,
gratificação, 8, 9-10. Ver também 30, 37, 61, 63, 69, 70, 76, 79, 95,
prazer 128, 137, 167, 169; captura (capta-
210 da paixão do ser à "loucura" de sabe.r
ção, cativação), 14-15, 16, 22, 30, lei: ordem da, 22, 58, 77, 123, 153-
36, 69, 150, 171; trama, 79, 89 54, 155, 157, 158, 160, 163, 169; de.
incesto, 23, 157; desejo de, 60-61 talião, 69, 70
inconsciente, 7, 8. 11, 13, 21, 29, loucura, 8, 20, 22, 55, 70, 75, 128;
J0-31, 32, 35, 42, 44, 55, 58, 63, "a dois", 14, 151
73, 82, 83, 84, 87, 90, 94, 119, 122- lugar: da análise, da transferência,
23, 125, 126, 129, 130, 133, 139, 20, 94-95; de fala, 8-9; potencial,
164, 171, 194, 195; formação do, 20; terceiro, 9, 10-1, 119, 138-39
11, 59, 130, 197 lógica, 31, 45, 55
incorporação (de objetos), 60-61, 157, logro/engodo, 22, 63, 128, 130, 149,
163, 172. Ver também oralidade 150
Instituição: psicanalítica (sociedades luto, 10, 19-20, 32, 35-36, 95, 96,
de. psicanálise), 10, 12, 16, 27, 28, 129, 140, 169. Ver também ausên-
34, 35, 36, 40, 41, 50, 82, 85, 87, cia/presença
88, 93, 103, 104, 107, 108, 110, 111,
114-15, 118-19, 120-21, 126, 130-32, mãe, 12, 18, 19, 62, 65, 91, 128,
133, 138, 140, 142, 152, 163-64, 166, 138, 145: 186n.15, 147, 148, 151: 187
167, 168-69, 170, 173, 196, 198. Ver n.30, 158, 160, 163
também grupo (efeitos de); psica- máquina de influenciar, 15, 74
núlisc social, 9, 128, 133, 152-58, mestre {professor/aluno), 9, 15, 34,
159, 162-69, 192. Ver também cor- 35, 46, 68: 180n.38-39, 83, 84, 87-
po (institucional); grupo (efeitos ue) 88, 92-93, 94, 95, 110, 113, 123,
interpretação, 16, 17-18, 20-21, 31, 138-39, 140, 141-42, 164-68, 170.
36, 48, 55-56, 62-63, 65-66, 72, 74, Ver também relação (professor/
76, 83, 85, 89, 95, 96, 136-38, 139, aluno); mestrezinhos, 21
144, 145, 146, 150, 192, 198 Mal-esta.r na cultura, 156, 164, 195
Interpretação dos sonhos, A, 73, 140 maníaca (posição), 57
[ntervenção, 29-30, 61-62, 72, 76, 79, materna, 32:177n.14, 76. Ver também
92, 140, 149-50 escrita (matemática)
lntrojeção, 61, 138-39 medicina, 133-34; autoridade médica,
isso, 29, 90 16, 21, 92; empresa médica, 16, 21,
62, 80, 120; modelo médico, 16, 6-t,
Jogo (contrajogo), 12, 14, 15, 20, 73, 133
60, 64, 65-66, 74, 96, 148, 198, 199; metáfora, 95-96
espaço de, 17, 26-27; 61; 74; de pa- metapsicologia, 142, 192
lavras, 12; teatral, 58 metodologia, 91-93, 139-43, 150-51
mito, 9, 30-31, 54, 55-56, 59, 76, 77,
lapso, 12, 60-61 143, 146, 152, 156-58, 160-61, 162-
linguagem (e língua), 12, 39, 56-57, 63, 173; individual do neurótico,
61, 79, 80, 124, 142-43, 145, 148, ll:175n.13, 89
150, 151, 193, 196 modelo (mimetismo), 34-35, 40, 48,
língua morta, 126 85, 110, 112, 127, 130, 141, 142,
lingüística, 31:177n.14, 64, 74 147, 157
índice analítico 211
prazer, 22, 37, 52, 56, 79, 126; reconhecimento, 46, 70, 86, 95, 102,
princípio do, 36:178n.19, 89, 199 106
Processo: analítico. Ver análise (pro- regressão, 85, 100, 139
cesso analítico); heurístico, 143, 150; relação: dos analistas entre si, 8.
estereotipado, 11. Ver também es- 9, 10-1, 28, 41-42, 71, 75, 84-86,
tereotipia (analítica, institucional) 93, 110, 113-14, 118, 120, 121, 122-
proibição/interdição, 19, 38, 60-61, 23, 126, 12'), 129-30, 131-32, 138-
158, 163-64. Ver também lei (or- 39, 140-43, 195. Ver também dis-
dem da); de olhar, 19, 69-70; de cípulos; supervisão; professor/áluno,
saber, 19, 70 8-9, 15, 27-28, 34, 35, 46, 48, 71,
projeção, 10, 17, 18, 20, 36, 55, 68- 83-84, 88, 91-92, 93, 95, 98, 106-7,
69, 96 ,138-39, 149 110, 111, 113-14, 123, 161, 141, 142.
Psicanálise (Institutos de, Sociedades Ver também discípulos; mestre
de), 33-34, 101-2, 103, 105-8, 115, (professor/aluno); supervisão; médi-
128, 132, 138, 140, 152, 170: 190n. co/paciente, 62, 63. Ver tambérn
64, 172-73. Ver também índice ono- empresa médica; de objeto, 69, 90,
mástico; instituição (analítica) 146, 196; com o semelhante, 11,
psicopatologia, 74
18, 70, 147, 164. Ver também iden-
psicose, 32:178n.13, 92, 96:183n.24,
tidade
145, 150, 165, 196, 198
religião, 51, 77-78, 120, 153, 155,
pulsão, 18, 20, 95, 128, 146:186n.16
158, 159, 161, 162-63, 165-66, 195
qualificação (do analista), 85, 120, rememoração, 12, 36, 55-56, 89, 90
132-33 renúncia, 9-10, 23, 38, 157
repetição (compulsão a repetir), 21-
real, 9, 17, 21, 30, 39, 60, 61, 70, 22, 27, 36, 37, 44, 55-56, 63, 69,
79, 87, 94-95, 125, 158, 160, 164, 70, 104, 127, 128, 156, 159, 160.
165, 173, 197 161-62, 166, 173
realidade, 14, 17, 21-22, 29-30, 30-31, representação, 65, 80, 143, 148
57, 58-59, 60-61, 79, 91, 126, 146: representado, 19, 148
186n.16, 198, 199; externa, 66, 69, resistência, 10:174n.11, 18, 21, 27,
70, 74. Ver também dentro/fora; 28, 29, 30, 63-64, 77, 82, 83, 84,
interna, 70, 74. Ver também den- 85, 90, 96, 121, 124, 128, 138-39,
tro/fora; ameaçadora, 68-69, 79, 80, 144, 146, 148, 149, 172, 194
163; perda da, 70, 148; princípio ruminações, 15, 19, 148
de, 74, 149, 196; psíquica, 63, 66,
69, 70, 80; reconstrução de uma, Sabe.r (e não-saber), 8, 12, 16, 22,
29-30, 54, 63, 79, 90. Ver também 30-31, 37-38, 61, 65, 70, 72, 74,
construção (analítica} 76, 83, 86-87, 89, 93-94, 95, 96,
recalcamento (recalcado), 7, 20, 21, 98, 118-20, 122-23, 126-27, 130-31,
29, 36, 37-38, 54, 55, 60, 62, 63, 140, 142-43, 148, 153, 161-62, 166,
65, 66, 68-69, 70, 73, 90, 97, 124, 171, 197; desejo de 23 70 146·
126, 128, 132, 146, 161, 167 proibição de, 70; n;gaçã~ d~, 82~
índice analítico 213
83; reJe1çao do, Ve.r denegação (re- sugestão, 15, 36. 94, 146: 186n.16
cusa da realidade) suicídio, 23-24, 28, 69-70, 88
.sadomasoquismo, 8, 15 Sujeito (posição do, lugar do), 8-9,
sedução, 58-59, 149 11, 13. 17, 20, 21-23, 29, 30, 32,
segredo, 19, 60, 73, 79, 86-87 36-39, 43, 45, 65, 69, 70, 75, 86,
seleção (nas sociedades de psicaná- 87, 89, 92, 94, 95, 97, 98, 122, 139,
lise), 32-33, 85, 104-5, 118, 119-20, 147, 148, 149, 152, 153, 157, 166,
170, 172, 192 167; divisão do, 22, 32:177n.14, 95,
semblante/aparência, 37-38, 143-44, 97
197 supereu, 13, 29, 35, 47, 61, 62-63, 70,
semidito. Ver fala 91, 148, 160, 162, 164
sentido (efeitos de, e. não-senso), 13, supervisão (controle), 8, 34-35, 50,
17-18, 21-22, 32, 37, 96 82-98, 99-106, 107-8, 109-15, 119,
separação (experiência de), 8, ~;, 133, 136, 138, 139, 140, 141-42,
14, 28, 32, 62, 140, 148, 172. Ver 192, 193, 194, 197, 199
também dentro/fora; luto
ser (busca de, paixão do), 8, 11, 22, tabu, 7. Ver também proibição
23, 35, 83, 86-87, 95-96, 125, 128, técnica psicanalítica, 20, 63-64, 65,
130, 139, 148 75-76, 83, 84-86, 89, 109, 112, 161-
sexo (sexualidade), 55, 60, 65, 80, 62, 140-41, 142, 143-45, 146-48,
129, 144-45, 157-58, 159-60, 163, 191, 192, 195. Ver também análise
164, 193; saber do, 60-61, 126-27 (condução e orientação de uma).
significado, 18, 82 tempo (no tratamento analítico), 27,
significante, 13, 14, 17-18, 82, 95- 32, 48, 63, 65, 95, 128, 138, 171;
96, 158, 165-66, 169, 172, 197 de elaboração (Durcharbeitung), 26;
simbiose (relação simbiótica). 27, 36, de compreender, 27, 62, 65, 147
123. Ver também fusional (relação, teoria (discursos, referenciais, etc.),
situação); imaginária (captura) 11-12, 14. 16-17, 20-21, 29-31, 40,
simbólico (simbolismo), 9, 32:177n. 55-56, 72, 74, 75, 76, 80, 82-83,
14, 64, 74, 79, 96, 128, 139, 151: 86-87, 88-89, 90-91, 94-96, 97, 104,
!87n.30, 160, 163, 165, 167; repa- 112, 122-25, 127, 130-31, 132-34,
ração simbólica, 39 136, 138, 142-43, 145, 146, 149,
simbolização, 17, 18, 30, 36 152, 156-57, 168-69, 192. Ver tam-
símbolo, 30 bém comportamento (ciências do);
sintoma, 9, 12, 16, 37, 38, 39, 54, desenvolvimento (teorias do); estru-
59, 62, 77, 82, 87, 89, 94, 95-96, turalismo; antiteoria, 20-21; crivo
97, 122, 146, 148, 163-64, .165 teórico, 16, 75-77, 88-89, 90-91, 137,
sonho, 27, 32, 38, 59, 91, 114. Ver 142-43, 144, 146, 150; teorias se-
também Interpretação dos sonhos, A xuais ("falsas teorias" infantis), 60-
sublimação, 22, 23, 38, 39, 46, 95- 61, 65, 126-27, 146, 193
96, 97, 140. Ver também criação: tópica (abordagem), 29-30, 31-32, 90-
escrita 91
214 da paixão do ser à "loucura" de sabe,r
Totem e tabu, 152, 156, 157, 158, trauma (e teoria do trauma), 12,
159, 160-61, 163, 194 15, 55, 57, 145, 148; exames trau-
trabalho (analítico), 7-8, 48, 51, 82, matizantes, 16; núcleo traumático.
95, 112, 128-29, 136, 149, 170, 192 12, 39
transferência (e contratransferência),
9, 13, 14, 20, 21, 26-28, 29-30, 32, Uma criança é espancada, 55
33, 34, 35, 36, 38, 39, 55, 64, 75,
83, 84, 88, 90, 91. 100, 111, 114,
verificação (critérios de), 87, 94,
128, 130, 138-39, 146, 148, 149-50,
147
170, 192, 199; amor de, 21-23, 194;
campo transferencial, 15, 27, 138; verdade, 7, 9, 13, 15, 17, 20, 21, 22,
e.rotização da, 14; negativa, 27, 28, 31, 35, 37-38, 45, 55-61, 63, 65, 72,
33, 62; neurose de, 32, 48; positiv·J., 82, 83, 86-87, 89, 95-97, 118, ll9,
9, 28, 33; relação transferencial, 9, 122, 125, 126, 128, 129-30, 134,
32, 35, 97; de trabalho, 170 138, 142, 143-44, 146, 147, 148,
transgressão, 23, 158 150, 151, 165-66, 168-69; histórica,
transmissão (da psicanálise), 93-94, 55, 63; objetiva, 72, 97
107-8, 112, 121-22, 125, 130, 131, violência, 13, 15, 19, 57, 62, 139;
152, 153, 173; crise ele, 108, 169 institucional, 156
DA PAIXÃO DO SER
À"LOUCURA"DESABER