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Captação de recursos através de

leis de incentivo
Atualizado com as Leis nº 13.019/14 e 13.204/15

Um dos maiores desafios a ser enfrentado pelas organizações do Terceiro Setor diz respeito à questão
da sustentabilidade econômica, ou seja, à capacidade de conseguir angariar recursos suficientes para realizar
o pagamento de despesas, quitar obrigações, executar projetos, e assim, cumprir sua missão social.
Desta forma, é de fundamental importância que haja o direcionamento de esforços para a captação, bem
como para a diversificação e ampliação das fontes de recursos.

Fontes de captação de recursos: leis de incentivo


Dentre as fontes de captação de recursos, destacamos neste artigo as leis de incentivo, criadas pelo poder
público para estimular o investimento por parte das pessoas físicas e/ou jurídicas em atividades específicas.
Essas leis, que podem ter prazo determinado, configuram uma espécie de renúncia fiscal, onde o governo
deixa de arrecadar parte dos tributos, para que estes sejam destinados a entidades ou a projetos sociais.

As leis de incentivo permitem às empresas e às pessoas físicas escolher onde será aplicada uma parte dos
impostos que seriam pagos ao fisco, através da “doação” de recursos a entidades privadas sem fins lucrativos,
fundos ou projetos específicos. O benefício para os doadores é a redução dos tributos a pagar (ou aumento do
valor a restituir), que em determinados casos pode chegar a 100% do valor doado.

Um parêntese para explicar as aspas acima: se eu faço uma doação de R$ 500,00 através das leis de
incentivo, e recupero os mesmos R$ 500,00 em dedução do Imposto de Renda a pagar, não considero que
tenha feito uma doação, no sentido da palavra. Apenas fiz uma destinação do imposto que iria pagar para o
governo. Já, se na mesma situação consigo recuperar R$ 400,00 em dedução do imposto, terei doado R$
100,00, pois foi o que efetivamente saiu do meu bolso a título de doação.

Mas, voltando ao tema, com a utilização das leis de incentivo, os projetos sociais passam a ter mais chances
de serem concretizados e poderem contribuir com as necessárias mudanças e transformações do cenário de
uma comunidade, do município, do estado, de uma região, ou até mesmo do país inteiro.

Através dessa renúncia fiscal por parte do governo, as pessoas jurídicas conseguem reduzir os valores a pagar
de Imposto de Renda (IR), enquanto as pessoas físicas conseguem reduzir o valor do imposto a pagar, ou
ainda aumentar o valor a ser restituído.

Doação realizada por pessoa física


Com relação às doações realizadas por pessoas físicas, apenas usufruirão do benefício de dedução do IR a
pagar ou aumento do valor a restituir, aquelas que utilizem a Declaração de Imposto de Renda (DIPF) com a
opção de tributação por deduções legais – Declaração Completa. Portanto, o benefício não é concedido para
aqueles que utilizem a declaração com a opção de tributação por desconto simplificado (Declaração
Simplificada).

Doação realizada por pessoa jurídica


Para as pessoas jurídicas, o benefício será concedido apenas às empresas que tenham Imposto de Renda a
pagar, cujo resultado tenha sido apurado com base no Lucro Real. Desta forma, a dedução é vedada para as
empresas tributadas pelo Lucro Presumido, Arbitrado ou Simples Nacional.

Também, não é qualquer atividade social que gera o benefício da redução de impostos. De acordo com as leis
de incentivo, as áreas alcançadas são: cultura, proteção à criança e ao adolescente, proteção ao idoso, esporte,
combate ao câncer (oncologia), e reabilitação de pessoas com deficiência (PCD).

É importante ressaltar que para atender aos requisitos legais, as doações ainda precisam ser realizadas
diretamente a:

 Projetos de caráter cultural e artístico, autorizados pelo Ministério da Cultura


 Projetos desportivos e paradesportivos, autorizados pelo Ministério do Esporte
 Projetos executados por entidades que implementem o Programa Nacional de Apoio à Atenção
Oncológica – PRONON, ou o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com
Deficiência – PRONAS/PCD, devidamente credenciadas no Ministério da Saúde
 Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
 Fundos do Idoso

Independentemente das situações acima descritas, as entidades caracterizadas como Organização da


Sociedade Civil – OSC, desde que apresentem em seus estatutos ao menos uma das atividades previstas no
Art. 84-C da Lei no 13.019/14, denominada de Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil –
MROSC, também são beneficiadas por lei de incentivo fiscal.

Essas instituições podem apenas receber doações de pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real. Neste caso,
as empresas não deduzem diretamente a doação realizada do valor do imposto a pagar, mas da base de
cálculo, o que, consequentemente, reduz o valor do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido – CSLL a pagar.

Importante ressaltar que até a publicação da Lei no 13.204 em dezembro de 2015, que alterou a Lei
no 13.019/14 (MROSC) e a legislação relativa aos incentivos fiscais, apenas as entidades sem fins lucrativos,
criadas por lei, que prestassem serviços gratuitos, ou aquelas detentoras do título de Utilidade Pública
Federal – UPF, ou da qualificação como Organização da Sociedade Civil de interesse Público – OSCIP,
poderiam se beneficiar pelas leis de incentivo.

Portanto, a captação de recursos através das leis de incentivo pode ocorrer diretamente pelas OSC, ou pelas
instituições que exerçam atividades nas áreas cultural, assistencial (proteção a crianças, adolescentes e
idosos), esportiva, e de saúde (oncologia, e reabilitação de PCD). Com relação aos doadores, estes podem ser
beneficiados pela dedução direta do valor do IR devido, pela dedução da base de cálculo do IR e da CSLL
como despesa operacional, ou ainda pela combinação das duas formas anteriores.

Em virtude da importância deste tema para as organizações do Terceiro Setor, traremos, a partir dos
próximos artigos, maiores detalhes, de forma individualizada, acerca das leis de incentivo de âmbito federal
vigentes no país.

Até mais!

SAIBA COMO SE BENEFICIAR COM DOAÇÕES FEITAS À ONG´S


Toda associação civil sem fins lucrativos com título de utilidade pública federal ou OSCIP, goza de
isenção do imposto de renda.
Para estas entidades, conhecidas em geral pela sigla ONG – Organizações Não Governamentais -
as doações recebidas de simpatizantes e parceiros, são fundamentais para a manutenção dos
seus projetos.
Este artigo visa demonstrar de maneira pontual como o doador, interessado em contribuir com
algum projeto de ONG pode se beneficiar da sua doação para abatimentos / deduções em seu
imposto de renda.
O primeiro passo é verificar junto à própria entidade se a ONG possui título de utilidade pública
federal ou de OSCIP. Dois títulos diferentes mas que da mesma maneira reconhecem o fim não
lucrativo da organização.
Assim, os interessados em doar, tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas, podem abater em
seu próprio imposto de renda as doações à estas entidades até os limites 6% (pessoa física) e 2%
(pessoa jurídica), respeitadas as disposições legais a seguir destacadas.
Consulte e informe seu contador à respeito e faça a sua parte!
Glaucia Barreiro
Advogada da Barreiro e Mazarotto Sociedade de Advogados
para Pessoa Física:
Para que a pessoa física possa se valer das doações feitas às entidades de utilidade pública
federal ou OSCIP, até o limite de 6% (computa-se neste limite os valores aplicados em Incentivo à
Cultura - Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 - e à Atividade Audiovisual - Lei nº 8.685, de 20
de julho de 1993), é necessário que as doações se dêem através dos fundos ligados ao Conselho
da Criança e do Adolescente – FUMCAD, ou através do fundo do idoso, este instituído pela Lei
12.213/2010.
As regras estão definidas na Instrução Normativa da Receita Federal 1.131, de 21 de Fevereiro de
2011, e valem para as declarações anuais de 2012, ano-calendário 2011.
para Pessoa Jurídica:
A pessoa jurídica pode se beneficiar com doações às entidades declaradas de utilidade pública
federal ou OSCIP´s, ainda que as doações não se dêem através dos fundos da criança e do
adolescente ou do idoso, mas sim diretamente a cada entidade.
A base legal para as deduções é vasta e importa avaliar cada regime de lucro da Pessoa Jurídica
para apurar as deduções, que se dão até o limite de 2%.
Há previsão de abatimento também para a participação em projetos para a cultura e artes visuais.
Base Legal:
Lei Federal 8.069 de 13 de Julho de 1990
Art. 260. Os contribuintes (pessoa física e jurídica) poderão deduzir do imposto devido, na
declaração do Imposto sobre a Renda, o total das doações feitas aos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente - nacional, estaduais ou municipais - devidamente comprovadas,
obedecidos os limites estabelecidos em Decreto do Presidente da República.
Decreto Federal 3.000 de 26 de Março de 1999
TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS FÍSICAS
Incentivos às Atividades Culturais ou Artísticas
Art. 90. A pessoa física poderá deduzir do imposto devido (art. 87), na declaração de rendimentos,
as quantias efetivamente despendidas no ano anterior em favor de projetos culturais aprovados,
pelo Ministério da Cultura, na forma de doações e patrocínios, relacionados a (Lei nº 8.313, de 23
de dezembro de 1991, arts. 18 e 26, Lei nº 9.250, de 1995, art. 12, inciso II, e Medida Provisória nº
1.739-19, de 11 de março de 1999, art. 1º):
I - projetos culturais em geral, aprovados na forma da regulamentação do Programa Nacional de
Apoio à Cultura (PRONAC) (Lei nº 8.313, de 1991, art. 26, inciso II);
II - produção cultural nos segmentos (Lei nº 8.313, de 1991, art. 18, § 3º, e Medida Provisória nº
1.739-19, de 1999, art. 1º):
a) artes cênicas;
b) livros de valor artístico, literário ou humanístico;
c) música erudita ou instrumental;
d) circulação de exposições de artes plásticas;
e) doações de acervos para bibliotecas públicas e para museus.
Doações a Fundos Controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente
Art. 102. Do imposto apurado na forma do art. 86 poderão ser deduzidas as contribuições feitas
aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente (Lei nº 9.250, de 1995, art. 12, inciso I).
DA TRIBUTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
Contribuições e Doações
Art. 365. São vedadas as deduções decorrentes de quaisquer doações e contribuições, exceto as
relacionadas a seguir (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso VI, e § 2º, incisos II e III):
I - as efetuadas às instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada por lei
federal e que preencham os requisitos dos incisos I e II do art. 213 da Constituição, até o limite de
um e meio por cento do lucro operacional, antes de computada a sua dedução e a de que trata o
inciso seguinte;
II - as doações, até o limite de dois por cento do lucro operacional da pessoa jurídica, antes de
computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem
fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica
doadora e respectivos dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem, observadas as
seguintes regras:
a) as doações, quando em dinheiro, serão feitas mediante crédito em conta corrente bancária
diretamente em nome da entidade beneficiária;
b) a pessoa jurídica doadora manterá em arquivo, à disposição da fiscalização, declaração,
segundo modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal, fornecida pela entidade
beneficiária, em que esta se compromete a aplicar integralmente os recursos recebidos na
realização de seus objetivos sociais, com identificação da pessoa física responsável pelo seu
cumprimento, e a não distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou
associados, sob nenhuma forma ou pretexto;
c) a entidade civil beneficiária deverá ser reconhecida de utilidade pública por ato formal de órgão
competente da União, exceto quando se tratar de entidade que preste exclusivamente serviços
gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora e respectivos dependentes, ou
em benefício da comunidade onde atuem.
FUNDO DE AMPARO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
Art. 591. A pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido, em cada período de apuração, o
total das doações efetuadas aos fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente - nacional,
estaduais ou municipais - devidamente comprovadas, obedecidos os limites estabelecidos pelo
Poder Executivo, vedada a dedução como despesa operacional (Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990, art. 260, Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991, art. 10, e Lei nº9.249, de 1995, art. 13,
inciso VI).
Lei Federal 9249/95
§ 2º Poderão ser deduzidas as seguintes doações:
III - as doações, até o limite de dois por cento do lucro operacional da pessoa jurídica, antes de
computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem
fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica
doadora, e respectivos dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem, observadas as
seguintes regras:
a) as doações, quando em dinheiro, serão feitas mediante crédito em conta corrente bancária
diretamente em nome da entidade beneficiária;
b) a pessoa jurídica doadora manterá em arquivo, à disposição da fiscalização, declaração,
segundo modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal, fornecida pela entidade
beneficiária, em que esta se compromete a aplicar integralmente os recursos recebidos na
realização de seus objetivos sociais, com identificação da pessoa física responsável pelo seu
cumprimento, e a não distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou
associados, sob nenhuma forma ou pretexto;
c) a entidade civil beneficiária deverá ser reconhecida de utilidade pública por ato formal de órgão
competente da União.
LEI FEDERAL 9250/95
Art. 12. Do imposto apurado na forma do artigo anterior, poderão ser deduzidos:
I - as contribuições feitas aos Fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e pelos Conselhos Municipais, Estaduais e
Nacional do Idoso;
LEI 12.213/2010 – FUNDO DO IDOSO
Art. 3o A pessoa jurídica poderá deduzir do imposto de renda devido, em cada período de
apuração, o total das doações feitas aos Fundos Nacional, Estaduais ou Municipais do Idoso
devidamente comprovadas, vedada a dedução como despesa operacional.
Parágrafo único. A dedução a que se refere o caput deste artigo, somada à dedução relativa às
doações efetuadas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, a que se refere o art.
260da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, com a redação dada pelo art. 10 da Lei no 8.242, de
12 de outubro de 1991, não poderá ultrapassar 1% (um por cento) do imposto devido.
Art. 4o É competência do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa - CNDI gerir o Fundo
Nacional do Idoso e fixar os critérios para sua utilização.
Art. 5o Esta Lei entra em vigor em 1o de janeiro do ano seguinte ao de sua publicação oficial.

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