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René Armand Dreifuss

1964: ação política, poder e golpe de classe.

P. 17 - Lista de Abreviatúras

Capítulo 1

A formação do populismo P.23 (Notas P.40)

Nota 1 - O termo oligarquia, da forma em que é usado anesta análise, engloba capitalistas com interesses comerciais
exportadores, latifundiários e elementos da burguesia agrária, designando o círculo restrito das Classes dominantes da
República Velha e que ainda eram economicamente poderosos durante a Segunda República

P. 23 - Até 1930, o Estado brasileiro foi liderado por uma oligarquia agro-comercial, na qual predominavam as elites
rurais do nordeste, os plantadores de café de São Paulo e os interesses comerciais exportadores (...) Essa oligarquia
formou um bloco no poder de interesses agrários, agro-exportadores e interesses comerciais importadores dentro de um
contexto neocolonial. Foi sob a tutela política e ideológica desse bloco de poder oligáquico e também sob a influência
da supremacia comercial britânica no últimos vinte e cinco anos do século XIX que se formou a burguesia industrial.

P. 23 - Durante a década de vinte, novos centros econômicos regionais foram consolidados sob novas bases econômicas
como, por exemplo, um Rio Grande do Sul agrário e um Rio de Janeiro e São Paulo industriais. O sistema bancário,
que havia em grande parte se desenvolvido a partir de interesses agrários, concentrou-se principalmente em São Paulo,
Rio de Janheiro e Minas Gerais. Essas mudanças econômicas forçaram um deslocamento do poder político agrário e
comercial do nordeste para região sudeste do país e das tradicionais elites agrárias para novos grupos urbanos.

P.23 - A urbanização e o desenvolvimento industrial exerceram efeitos desorganizadores sobre a frágil estrutura do
estado oligárquico (...) A crise do domínio oligárquico permitiu que pressões cada vez maiores fossem exercidadas pela
fração industrial, apoiada por outros grupos sociais, principalmente pelas classes médias. A fração industrial formou um
bloco burguês que lutou por redefinir as relações de poder dentro do Estado brasileiro, tarefa esta que foi facilitada por
pressões sofridas pela economia oligáquica em consequencia da crise capitalista de 1929.

Nota 8 - O termo "Bonapartismo" é usado em relação a reestabilização do equilíbrio político ameaçado, isto é, a
supremacia das classes governantes através da intervenção política, a qual reprime o movimento politico. O acordo
entre as elites civis dos Estados de São Paulo e Minas gerais com o objetivo de se unirem e controlarem a situação
representou a intervenção repressora mensionada.

P. 24 - A burguesia emergente, porém, não destruiu, nem política nem econômicamente, as antigas classes agrárias
dominantes para impor sua presença no Estado; pelo contrário, aceitou em grande parte os valores tradicionais da elite
rural (...) A burguesia industrial conseguiu indentidade política face ao bloco oligáquico e, ao mesmo tempo,
estabeleceu um novo "compromisso de classe" no poder com os interesse agrários, particularmente com os setores
agro-exportadores. É precisamente através dessa dupla ação que o aparecimento e consolidação da burguesia devem ser
entendidos, pois um ligação umbilical com a oligarquia teria importantes consequências históricas, originando o
chamado "estado de compromisso" institucionalizado pela constituição de 1934. O governo de Gerúlio Vargas teve
então de se movimentar dentro de um complicada trama de conciliações efêmeras entre interesses conflitantes. Nenhum
dos grupos participante dos mecanismos de poder - as classes médias, os setores agro-exportadores, a indústria e os
interesses bancários - foi capaz de estabelecer sua hegemonia política e de representar seus interesses particulares
como sendo interesses gerais da nação. O equilíbrio instável entre os grupos dominantes e, mais ainda, a incapacidade
de qualquer desses grupos de assumir o controle do Estado em benefício próprio e, ao mesmo tempo, representar o
conjunto dos interesses econômicos privados, constituíram elementos típicos da política da década, expressando
precisamente a crise da hegemonia política oligáquica, a qual foi maracada pela revolução de 1930.

Nota 10 - Getúliio Vargas e a burguesia industrial abraçaram uma ideologia tutelar, visando, porém um tranformação
parcial da sociedade.

P. 24 - Apesar de a a indústria e de os interesses agro-exportadores haverem estabelecido um "estado de compromisso",


eles tiveram um coexistência difícil e o período foi marcada por crises contínuas a partir de 1932, o que levou ao
estabelecimento do Estado Novo em 1937 (...) O industriais perceberam que precisavam de uma liderança forte para
conseguir disciplinar o esforço nacional e para impor e administrar sacrifícios regionais e de classe apropriados para a
consolidação da sociedade industrial.

Nota 16 - 1935 - Ano da criação da Aliança Nacional Libertadora.

P.24 - O "estado de compromisso", forjado no processo sócio-político do início da década de trinta, foi então
remodelado a partir das experiências de um novo Estado traduzido pelas formas corporativista de associação e apoiado
por formas autoritárias de domínio. O Estado Novo surgiu porque a burguesia industrial se mostrou incapaz de liderar
os componentes oligárquicos do "estado de compromisso" ou para impor-se à nação através de meios consensuais, de
maneira a criar uma infra-estrutura sócio-econõmica para o desenvolvimento industrial. O Estado Novo garantiu a
supremacia econômica da burguesia industrial e moldou as bases de um bloco histórico burguês, concentrando as
energias nacionais e mobilizando recursos legitimados por noções militares de ordem nacional e de progresso, cujos
interesses pela idustrialização mutuamente reforçavam os interesses do industriais. Sob a égide do Estado Novo,
industriais e proprietários de terra tornaram-se aliados. Contudo, a convergência de interesses não se disolveu em
identidade de interesses. Conflitos e tensões marcaram o seu relacionamento, e foi esse elemento de competição mútua
que tornou possível, e até mesmo necessário, que o aparelho burocrático-militar do Estado Novo tivesse um papel de
intermediário, o que favoreceu uma interferência contrínua da Forças Armadas na vida política da nação. A intervenção
do aparelho burocrático-militar na vida política ssegurava a coesão do sistema, ao mesmo tempo em que se tornava um
fator de pertubação nas tentativas de uma institucionalização política a longo prazo.

Nota 21 - O conceito de bloco histórico é tomado a Antônio Gramsci. Em linhas gerais, um bloco histórico pode ser
definido como a "unidade de estrutura e superestrutura, de elementos opostos e distintos", "ou seja, o conjunto
complexo, contraditório e discordante das superestruturas é a reflexão do conjunto das relações sociais de produção (...)
O conceito de bloco histórico é empregado como a "articulação interna de uma dada situação histórica", isto é, a
integração e incorporação (articulação) de diferentes classes sociais (opostas) e categorias sociais (distintas) sob a
liderança de uma classe domiante ou bloco de frações. Essa classe dominante ou bloco de poder consegue assegurar o
consenso e o consentimento das classes e grupos subordinados e subalternos em decorrência de sua capacidade de
definir e manter as normas de exclusão social e poítica. Assim, a tradução política da noção de bloco histórico é de
hegemonia. No entanto, não se deve entender hegemonia como mera legitimidade ou aquiescência a um conjunto de
valores, pois ela envolve o exercício de diferentes formas de coerção na própria definição das básicas relações
classistas de força. (...) O bloco histórico é então aufgehebt (preservado e encoberto, anulado e reproduzido) pelo
Estado, isto é, pela "sociedade civil e política".

Nota 22 - A burguesia industrial e novos interesses ligados ao desenvolvimento empresarial precisavam de uma força
nova - o "Estado Novo" - independentemente de qualquer compromisso ou condição anterior, força esta que se tornaria
o poder tutelar da nação. Não se esperava que o "Novo Estado" fosse o "árbitro" das classes já mencionadas, mas sim o
supervisor de um bloco histórico liderado pela burguesia, no qual os interesses agrários tradicionais e outros fatores de
pressão fossem acomodados. O Estado, apraentemente colocado acima e além das classes e diferenteças regionais,
tornou-se o partido de todo o bloco dominante. Contudo, o apelo burguês quanto a uma solução burocrático-militar para
os problemas sociais e econômico da industrialização não significava que os industriais e banqueiros se voltariam para
uma apatia política. A burguesia não satisfeita com a exclusiva "dominação de seus interesses". Ela queria que seus
próprios elementos e ideias governassem. Consequentemente, durante o Estado Novo (1937 - 1945) e mesmo após,
figuras empresariais tiveram posições-chave no Executivo. Somente após a queda do Estado Novo é que os políticos
tentaram generalizar as propostas particularistas do empresariado.

Nota 23 - O termo "convergência de classes" aplica-se a uma situação onde diferentes classes se acham reciprocamente
acomodadas no aparelho do Estado com um relacionamento contraditório e competitivo. Elas são basicamente
reconciliáveis em decorrência de sua ligação estrutural, com domínio político servindo de mediador.

P. 25 - Sob a égide do Estado Novo teve início o primeiro estágio da nacionalização formal de economia com a criação
de empressas estatais, autarquias mistas e o estabelecimento do controle nacional sobre certas áreas da produção
estratégicas, como mineração, aço e petróleo. O Estado tornou-se um importante produtor de bens e serviços de infra-
estrutura e abriu caminho para o desenvolvimento industrial privado do Brasil.

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