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Ano: 2013 O manual é uma excelente ferramenta para técnicos, viticultores e interessados
Tiragem: 500 exemplares
Distribuição: ADVID – Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense na matéria, providenciando de uma forma simples e sistematizada a informação
ISBN: 978-989-98368-2-2 sobre artrópodes auxiliares da cultura da vinha. As fotografias complementam
Depósito Legal: 374497/14
exemplarmente o texto, permitindo dissipar eventuais dúvidas e ajudam a identificar
Design: www.hldesign.pt no campo aqueles antagonistas, pelo que recomendo vivamente a sua leitura e
divulgação.
Rui Soares, Real Companhia Velha
Agradecimentos
As autoras agradecem a Luís Crespo, Roberto Canovai, Marta Goula, Lara Pinheiro
e Claire Villemant o apoio dado na identificação de, respectivamente, aranhas,
coccínelídeos, heterópteros, sírfídeos e himenópteros.
4 5
ÍNDICE
prestado. É nosso desejo que o mesmo possa servir para encorajar o uso destas prá-
ticas, de modo a contribuir para a sustentabilidade, quer económica, quer ambiental,
da indústria do vinho.
Fátima Gonçalves
Cristina Carlos
Laura Torres
1 | Introdução ......................................................................................................................................................................................07
Dezembro de 2013
2 | Ácaros ..............................................................................................................................................................................................09
3 | Aranhas e opiliões ...................................................................................................................................................................15
4 | Coleópteros ................................................................................................................................................................................23
5 | Neurópteros ................................................................................................................................................................................31
6 | Heterópteros ..............................................................................................................................................................................35
7 | Dípteros ............................................................................................................................................................................................41
8 | Himenópteros ...........................................................................................................................................................................47
9 | Medidas de valorização ...................................................................................................................................................53
10 | Referências bibliográficas ........................................................................................................................................59
11 | Glossário ......................................................................................................................................................................................63
12 | Anexos ..........................................................................................................................................................................................65
6 7
1
Introdução
Inimigos naturais das pragas das vinhas, também designados “antagonistas” ou
“auxiliares”, são organismos que actuam como factores reguladores das populações de
pragas, frequentemente impedindo que estas causem prejuízos.
Nestes auxiliares, destacam-se os artrópodes (insectos, ácaros e aranhas) que, ha-
bitualmente, se agrupam em predadores, parasitóides e parasitas.
Figura 1.1 | Larva de crisopa a predar uma lagarta de traça-da-uva (à esquerda) e adulto de mírideo
a predar um afídeo (à direita).
Figura 2.3 | Na vinha, observam-se com Figura 2.4 | Os opiliões também são
frequência ninfas de cigarrinha-verde parasitadas frequentemente parasitados por
por eritraeídeos. eritraeídeos.
2.3 | Eritraeídeos
2.3.1 | Morfologia
Ácaros de corpo oval, densamente peludo e cor avermelhada; patas longas
adaptadas para correr.
14 15
3
Aranhas e opiliões
16 17
3 | ARANHAS E OPILIÕES
As aranhas e opiliões são aracnídeos e como tal caracterizam-se por:
• possuírem quatro pares de patas;
• terem o corpo dividido em duas partes (cefalotórax e abdómen);
• serem desprovidos de asas e antenas.
3.1 | Aranhas
3.1.1 | Morfologia
As aranhas caracterizam-se por terem o corpo nitidamente dividido em cefalo-
tórax e abdómen; a forma e coloração são muito variadas; possuem entre seis e
oito olhos, diferindo o número e padrão de distribuição entre famílias.
Quadro 3.1 | - Aranhas identificadas na Região Demarcada do Douro e quintas onde foram observadas (Carlos et
al., dados não publicados; Gonçalves et al., dados não publicados)
Quintas Quintas
Aciprestes
Aciprestes
Carvalhas
Carvalhas
Arnozelo
Arnozelo
Granja
Granja
S. Luíz
S. Luíz
Cidrô
Cidrô
Agelenidae Nomisia sp. x x x x
Agelena sp. x Setaphis carmeli x
Malthonica lusitanica x x x Synaphosus sauvage x
Malthonica sp. x x Trachyzelotes sp. x
Tegenaria bucculenta x x Zelotes egregioides x x
Tegenaria montigena x Zelotes fulvopilosus x
Tegenaria ramblae x Zelotes fuzeta x x x
Tegenaria sp. x x x x x x Zelotes semirufus x x x x x x
Araneidae Hahniidae
Mangora acalypha x Hahnia nava x x
Mangora sp. x x Linyphiidae
Clubionidae Frontinellina frutetorum x x
Clubiona sp. x Meioneta fuscipalpa x x x
Corinnidae Pelecopsis bucephala x x
Castianeira badia x Prinerigone vagans x
Dictynidae Typhochrestus bogarti x
Dictyna cf. civica x x Lycosidae
Marilynia bicolor x x x Alopecosa albofasciata x x
Nigma sp. x x x x Arctosa personata x x
Gnaphosidae Arctosa sp. x
Callilepis concolor x x x Pardosa hortensis x
Callilepis sp. x x Pardosa proxima x x
Gnaphosa alacris x Pardosa sp. x x x x
Haplodrassus dalmatensis x Pirata sp. x
Leptodrassus albidus x x x Miturgidae
Leptodrassex sp. x Cheiracanthium sp. x
Micaria albovittata x x Nemesiidae
Micaria sp. x x x x Nemesia athiasi x
Nomisia exornata x Oecobiidae
Oecobius machadoi x
20 21
Quadro 3.1 (cont.) | - Aranhas identificadas na Região Demarcada do Douro e quintas onde foram observadas
(Carlos et al., dados não publicados; Gonçalves et al., dados não publicados)
Quintas Quintas
Aciprestes
Aciprestes
Carvalhas
Carvalhas
Arnozelo
Arnozelo
Granja
Granja
S. Luíz
S. Luíz
Cidrô
Cidrô
Oonopidae Sicariidae
Oonops sp. x Loxosceles rufescens x
Oxyopidae Theridiidae
Oxyopes lineatus x Dipoena sp. x x
Oxyopes sp. x x x Episinus sp. x x
Philodromidae Euryopis episinoides x x
Philodromus sp. x x Steatoda incomposita x
Thanatus vulgaris x x Thomisidae
Thanatus sp. x Ozyptila pauxilla x x x x
Pisauridae Ozyptila sp. x x x x
Pisaura sp. x x Runcinia grammica x
Salticidae Synema globosum x
Ballus sp. x x Synema sp. x x
Chalcoscirtus infimus x x Tmarus sp. x x
Cyrba algerina x Thomisus sp. x x
Euophrys sulfurea x x Xysticus bufo x x x x
Euophrys sp. x Xysticus kochi x
Evarcha sp. x Xysticus sp. x x x x
Heliophanus sp. x x Titanoecidae
Icius subinermis x Titanoeca monticola x x
Icius sp. x x Uloboridae
Myrmarachne sp. x x Hyptiotes sp. x
Neaetha sp. x x Uloborus sp. x
Pellenes sp. x Zodariidae
Phlegra sp. x Zodarion alacre x x x x
Salticus scenicus x Zodarion duriense x x x
Scytodidae Zodarion styliferum x x x x x x
Scytodes thoracica x Zodarion sp. x x x
Scytodes velutina x x x x
Scytodes sp. x
22 23
3.2 | OPILIÕES
4
3.2.1 | Morfologia e comportamento
Nos opiliões o corpo, quando visto pelo lado dorsal, parece constituído por uma
única região; o abdómen é geralmente segmentado e possuem um par de olhos
situados a meio do cefalotórax.
Frequentemente perdem uma ou mais patas, num fenómeno denominado
autotomia (libertam-se das patas, que se mantêm em movimento, por forma a
confundir os predadores).
Coleópteros
Figura 3.2 | Os opiliões distinguem-se das aranhas porque o seu corpo parece ser constituído por
uma única região e por possuírem apenas um par de olhos.
24 25
4 | COLEÓPTEROS
Os coleópteros são insectos que se caracterizam por possuírem:
• asas anteriores espessadas e endurecidas (designadas élitros), sob as quais se
protegem as asas posteriores que são membranosas;
• armadura bucal do tipo trituradora.
Pela importância que desempenham na limitação natural das populações
de inimigos da vinha, destacam-se, na ordem dos coleópteros, as famílias dos
coccinelídeos, clerídeos, cantarídeos, malaquídeos, carabídeos e estafilinídeos.
De entre estas famílias, a melhor conhecida é sem dúvida a dos coccinelídeos,
à qual pertencem os insectos vulgarmente designados “joaninhas”, amplamente
utilizadas em programas de luta biológica a nível mundial.
4.1 | COCCINELÍDEOS
4.1.1 | Morfologia
Os adultos possuem corpo arredondado e tamanho pequeno a médio (0,8 a 16
mm de comprimento); as asas são de cores normalmente vistosas, apresentan-
do manchas ou desenhos de forma variada. Os ovos têm forma de barrilete, e cor Figura 4.1 | Joaninha-de-sete-pintas, Coccinella septempunctata: adulto em postura (A), larva (B),
pupa (C) e adulto (D).
amarelada, que escurece à medida que decorre o desenvolvimento embrionário. As
larvas são alongadas, de cores variadas, embora frequentemente escuras, por vezes
com manchas amareladas ou alaranjadas; possuem patas bem desenvolvidas; al-
gumas espécies apresentam o corpo revestido por secreções cerosas de cor branca.
As pupas têm forma hemisférica e cor amarela-acastanhada.
Quadro 4.1 | Coccinelídeos identificados na Região Demarcada do Douro e quintas onde foram observados (Carlos
et al., dados não publicados; Gonçalves et al., dados não publicados)
Aciprestes
Carvalhas
Arnozelo
Granja
S. Luíz
Cidrô
Adalia (Adalia) bipunctata x x x
Adalia (Adalia) decempunctata x x x
Clitostethus arcuatus x
Coccinella (Coccinella) septempunctata x x x x x x
Figura 4.4 | Adultos de cantarídeos.
Coccinula quatuordecimpustulata x x
Henosepilachna argus x
Platynaspis luteorubra x x x x 4.3 | CLERÍDEOS
Propylea quatuordecimpunctata x x x
Rhyzobius chrysomeloides x x x 4.3.1 | Morfologia
Rhyzobius forestieri x x x Os adultos são de tamanho médio (5-12 mm de comprimento), corpo esguio
Rodolia cardinalis x x x
com coloração variável, apresentando frequentemente manchas ou faixas de co-
Scymnus (Scymnus) bivulnerus x x x
res vivas; o protórax é mais estreito do que a cabeça e a base dos élitros; os olhos
Scymnus (Scymnus) interruptus x x x x x x
são proeminentes.
Scymnus (Mimopullus) marinus x x x
Scymnus (Pullus) subvillosus x x x
4.3.2 | Papel no ecossistema vitícola
São predadores, quer no estado adulto quer larvar, alimentando-se preferen-
cialmente de insectos que escavam galerias em casca e troncos (nomeadamente
4.2 | CANTARÍDEOS coleópteros); os adultos de algumas espécies também se podem alimentar de
pólen, observando-se, com frequência, sobre flores.
4.2.1 | Morfologia
Os adultos são de tamanho pequeno a grande (2 – 30 mm de comprimento),
corpo esguio, com coloração que vai desde o amarelado ao vermelho e preto, ge- Figura 4.5 | Adulto de
ralmente pubescente; possuem olhos proeminentes. cantarídeo.
Figura 4.5 | Adultos de Trichodes sp., frequentemente observados durante a Primavera, em flores.
28 29
4.4 | MALAQUÍDEOS
4.4.1 | Morfologia 4.5.2 | Papel no ecossistema vitícola
Os adultos são de tamanho pequeno a médio (3-10 mm de comprimento), e Os carabídeos são predadores tanto no estado adulto como larvar. Vivem essen-
têm o corpo com aspecto mole, alongado, achatado e geralmente mais largo na cialmente no solo, onde se alimentam de insectos e outros invertebrados. Contudo,
zona oposta à cabeça; a extremidade do abdómen é geralmente exposta; apre- também podem subir à vegetação para procurar as suas presas. Os adultos têm
sentam cores brilhantes. hábitos nocturnos escondendo-se, durante o dia, sob pedras, folhas, cascas de ár-
vores e outros detritos. Durante uma noite, um carabídeo adulto pode consumir o
4.4.2 | Papel no ecossistema vitícola equivalente ao seu peso.
Enquanto as larvas são exclusivamente predadoras, os adultos alimentam-se
sobretudo de pólen e néctar de flores, embora nalgumas espécies também se
alimentem de insectos.
Figura 4.7 | Adultos de carabídeos. Na vinha, são frequentemente encontrados debaixo do ritidoma
das videiras.
5
4.6.2 | Papel no ecossistema vitícola
À semelhança dos carabídeos, os estafilinídeos são predadores tanto no estado
adulto como larvar; vivem essencialmente no solo, podendo subir à vegetação
para caçar.
Neurópteros
Figura 4.8 | Adultos de estafilinídeos.
32 33
5 | NEURÓPTEROS
Os neurópteros são insectos que se caracterizam por possuir:
• corpo mole;
• antenas compridas;
• armadura bucal trituradora;
• dois pares de asas membranosas e muito nervuradas que, quando em
repouso, se dispõem ao longo do corpo, em forma de telhado.
As famílias com maior importância, do ponto de vista da limitação natural dos
inimigos da vinha, são as dos crisopídeos, hemerobídeos e coniopterigídeos.
5.1 | CRISOPÍDEOS
5.1.1 | Morfologia
Os adultos são de dimensão pequena a média (cerca de 12 mm de compri-
mento) e cor frequentemente verde, por vezes acastanhada ou avermelhada; têm
Figura 5.1 | Principais fases de desenvolvimento dos crisopídeos: ovos (A), larva (B), pupa (C) e adulto (D).
olhos grandes, brilhantes e irisados, de forma semi-esférica. Os ovos, em geral fi-
xos na extremidade de um pedúnculo (colocados isoladamente ou em grupo), são
de cor branca-esverdeada, que passa a acinzentada no final do desenvolvimento
embrionário. As larvas, de dimensão média (cerca de 8 mm de comprimento no
máximo desenvolvimento), têm aspecto afunilado, fazendo lembrar vagamente
minúsculos crocodilos; são esbranquiçadas a esverdeadas, com estrias averme-
5.2 | HEMEROBÍDEOS
lhadas, castanhas ou negras; apresentam, lateralmente, pequenas verrugas com
5.2.1 | Morfologia
pêlos longos; têm armadura bucal constituída por duas mandíbulas robustas. Os
Os adultos são de dimensão pequena a média (6-15 mm de comprimento),
casulos, onde pupam, têm forma esférica, aspecto sedoso e cor esbranquiçada.
têm cores sombrias, em geral pardacentas e as asas revestidas por finos pêlos. As
larvas têm corpo fusiforme, delgado e alongado.
5.1.2 | Papel no ecossistema vitícola
Os crisopídeos são predadores generalistas, muito abundantes no ecossiste-
5.2.2 | Papel no ecossistema vitícola
ma vitícola, onde se alimentam de inimigos da cultura como a traça-da-uva, a
Os hemerobídeos são predadores tanto no estado larvar como adulto, alimen-
cigarrinha-verde, ácaros e cochonilhas. Algumas espécies desta família, como a
tando-se preferencialmente de ácaros e insectos de corpo mole.
crisopa-comum, Chrysoperla carnea, são predadoras apenas no estado larvar,
alimentando-se, enquanto adultos, de substâncias açucaradas de origem natu-
ral (como pólen, néctar e meladas), enquanto outras também são predadoras no
estado adulto ou têm comportamento alimentar misto.
34 35
5.3 | CONIOPTERIGÍDEOS
5.3.1 | Morfologia
Os adultos são de dimensão pequena (2,5-5 mm de comprimento) e aspecto
frágil, com o corpo coberto por uma substância pulverulenta esbranquiçada; têm
antenas compridas. As larvas, de aspecto piriforme, são afiladas na parte posterior
do corpo e têm patas finas e compridas.
Figura 6.2 | Os nabídeos são predadores de outras espécies de artrópodos. Nas imagens, adultos
de Himacerus sp.
6.2 | MIRÍDEOS
6.2.1 | Morfologia
Figura 6.1 | Apesar de, na vinha, se desconhecer o papel dos pentatomídeos (à esquerda) e
ligaeídeos (à direita), admite-se que algumas espécies sejam predadoras de outros artrópodos.
Os adultos têm dimensões pequenas a médias (até 10 mm de comprimento) e
Figura 6.1 | Ligaeídeo e pentatomídeo. coloração variada (verde, castanha, preta ou vermelha); a nervação da zona mem-
branosa do hemiélitro apresenta uma ou duas células fechadas. As ninfas têm
aspecto semelhante ao dos adultos, tendo apenas as asas menos desenvolvidas.
6.1 | NABÍDEOS
6.2.2 | Papel no ecossistema vitícola
6.1.1 | Morfologia
Embora a maioria dos mirídeos sejam fitófagos, esta família inclui espécies
Os adultos são de tamanho pequeno a médio (3-12 mm de comprimento), e
que são predadoras, tanto no estado adulto como no imaturo, de ácaros, afídeos
38 39
6.4 | REDUVÍDEOS
6.4.1 | Morfologia
Figura 6.3 | Ninfa e adulto de Malacocoris chlorizans, predador da cigarrinha-verde. Os adultos têm tamanho médio a grande (4-40 mm de comprimento), colora-
ção escura matizada de castanho, branco, vermelho ou laranja; a cabeça é estreita,
dando a impressão de ter um pequeno pescoço; as patas do tipo raptórias são
6.3 | ANTOCORÍDEOS longas e com pêlos finos que ajudam a prender as presas.
7
Quadro 6.1 - Heterópteros predadores identificados na Região Demarcada do Douro e quintas onde foram obser-
vados (Carlos et al., dados não publicados; Gonçalves et al., dados não publicados)
Quintas
Família/ Espécie
Aciprestes
Carvalhas
Arnozelo
Granja
S. Luíz
Cidrô
Anthocoridae
x
x
x
x
Dípteros
Deraeocoris (Camptobrochis) serenus x x x x x x
Nabidae
7 | DÍPTEROS
Os dípteros, ordem a que pertencem insectos como as moscas e os mosquitos,
são caracterizados por possuírem:
• um único par de asas (as asas posteriores transformaram-se em estruturas
com forma de clava, denominadas halteres ou balanceiros);
• armadura bucal do tipo sugador, adaptada para picar ou lamber;
• olhos grandes, que ocupam grande parte da cabeça.
Nesta ordem destacam-se, pela importância que desempenham na limitação
populacional de inimigos da vinha, as famílias dos sirfídeos e dos cecidomídeos,
onde se incluem espécies predadoras, e a dos taquinídeos e pipunculídeos, de que
fazem parte espécies parasitóides.
7.1 | SIRFÍDEOS
7.1.1 | Morfologia
Os adultos são de tamanho médio a grande, e têm cores vistosas brilhantes,
apresentando listas ou manchas amarelas num fundo escuro por vezes metalizado. Figura 7.1 | Principais estados de desenvolvimento dos sirfídeos: ovo (A), larva (B), pupa (C) e
Muitas espécies lembram abelhas ou vespas, semelhança que é, por vezes, notável. adulto (fêmea de Episyphus balteatus) (D).
Contudo nenhum destes sirfídeos pica. Observam-se frequentemente a pairar so-
bre as flores, batendo as asas com rapidez, lembrando minúsculos helicópteros. Os
ovos têm forma oval e cor branca-acinzentada. As larvas têm aspecto vermiforme e
coloração muito variada (branca, verde, acastanhada). As pupas têm forma de gota e 7.2 | CECIDOMÍDEOS
coloração semelhante à das larvas.
7.2.1 | Morfologia
7.1.2 | Papel no ecossistema vitícola Os adultos são muito pequenos, de cor acastanhada e com patas relativamente
Os sirfídeos são predadores apenas no estado larvar, alimentando-se de afí- longas comparativamente ao corpo. As larvas têm coloração amarela, laranja ou
deos, cochonilhas e outros insectos de corpo mole; os adultos alimentam-se de vermelha.
polén, néctar e outras substâncias açucaradas de origem natural (p. ex.: meladas
secretadas por outros insectos). São predadores interessantes do ponto de vista 7.2.2 | Papel no ecossistema vitícola
da limitação natural dos inimigos das culturas particularmente porque os adultos Os cecidomídeos são predadores no estado larvar, enquanto os adultos se ali-
possuem grande mobilidade, assegurando uma rápida recolonização das culturas, mentam de meladas produzidas por outros insectos e de néctar.
tanto na Primavera como após a ralização de tratamentos fitossanitários. Na vinha, estes insectos estão referenciados como sendo importantes preda-
Nesta família, a espécie Xanthandrus comtus está referida como sendo um dores de cochonilha-algodão e de ácaros eriofídeos, responsáveis pela acariose-
importante predador de lagartas de traça-da-uva. -do-nó-curto e pela erinose.
44 45
Figura 7.2 | Na vinha observam-se com frequência larvas de cecidomídeos do género Dicrodiplosis Figura 7.3 | Ovo de taquinídeo sobre o corpo de uma lagarta de traça-da-uva (à esquerda) e adulto
a alimentarem-se em colónias de cochonilha-algodão (à esquerda). À direita mostra-se um adulto. correspondente (à direita).
8
Himenópteros
48 49
8 | HIMENÓPTEROS
Os himenópteros são insectos que se caracterizam por possuírem:
• dois pares de asas membranosas e translúcidas, pouco nervuradas, sendo as
anteriores maiores do que as posteriores;
• armadura bucal do tipo triturador ou lambedor-sugador;
• ovipositor geralmente bem desenvolvido;
• antenas relativamente longas.
Nesta ordem incluem-se insectos como as abelhas, abelhões, vespas e formi-
Figura 8.1 | Lagarta de traça-da-uva parasitada pelo eulofídeo Elachertus affinis (à esquerda) e
gas, sendo uma ordem associada a importantes serviços do ecossistema, como a
respectivo adulto (à direita), considerado o principal parasitóide da traça-da-uva.
polinização e a limitação natural de pragas das culturas. Neste contexto, desta-
ca-se o papel desempenhado por “vespinhas” parasitóides, de aparência, biologia
e hospedeiros muito diversos, de entre as quais, se referem em particular as es-
pécies incluídas nas superfamílias dos calcidóideos, icneumonóideos e crisidóideos.
8.1 | CALCIDÓIDEOS
8.1.1 | Morfologia
Os adultos têm dimensões muito pequenas (0,5-3 mm de comprimento), co-
loração escura metalizada (com reflexos azuis, verdes bronzeados ou purpúreos),
asas com poucas nervuras e antenas com menos de 14 artículos.
Figura 8.2 | Adulto de Brachymeria sp., Figura 8.3 | Adulto de Anagyrus sp. próx. pseu-
calcidídeo parasitóide de traça-da-uva. dococci, encirtídeo parasitóide da cochonilha-al-
8.1.2 | Papel no ecossistema vitícola godão, comum na R.D.D.
Sendo parasitóides, os estados imaturos dos calcidóideos vivem na dependên-
cia de um hospedeiro, enquanto os adultos possuem vida livre e alimentam-se de
substâncias açucaradas como pólen, néctar ou meladas. Normalmente parasitam
ovos e estados imaturos jovens de insectos. Destaca-se, pela sua importância na
limitação natural dos inimigos da vinha, a famílias dos eulofídeos, que inclui o pa-
rasitóide Elachertus affinis, considerado o principal inimigo natural da traça-da-
-uva na R.D.D.; salientam-se ainda as famílias dos calcidídeos e pteromalídeos,
que incorporam parasitóides da traça-da-uva, dos encirtídeos, que compreende
parasitóides da cochonilha-algodão, nomeadamente Anagyrus sp. próx. pseudo-
cocci, e dos mimarídeos, de que fazem parte parasitóides de cigarrinhas, designa- Figura 8.4 | Na família dos mimarídeos incluem-
damente Anagrus atomus, referido como o principal agente de limitação natural se importantes parasitóides de cigarrinhas-da-
-vinha.
da cigarrinha-verde.
50 51
Figura 8.7 | Os driinídeos são importantes parasitóides de cigarrinhas da vinha. Nas imagens,
observa-se uma cigarrinha parasitada (à esquerda) e um adulto de driinídeo (à direita).
Figura 8.5 | Adulto de Campoplex capitator, Figura 8.6 | Adulto de Ascogester quadriden-
icneumonídeo parasitóide de lagartas de traça- tata, braconídeo parasitóide de lagartas de
da-uva. traça-da-uva, muito frequente na R.D.D.
8.3 | CRISIDÓIDEOS
8.3.1 | Morfologia
Adultos de dimensão pequena (quase sempre inferior a 7 mm), brilhantemen-
te coloridos e com o corpo fortemente esculpido; alguma espécies apresentam
Figura 8.8 | Adulto de betílideo.
dimorfismo sexual acentuado, em que as fêmeas não têm asas e apresentam
adaptações morfológicas muito características (p. ex.: terem aparência de formi-
gas), enquanto os machos são alados.
52 53
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Quadro 8.1 - Himenópteros identificados na Região Demarcada do Douro e quintas onde foram observados
(Carlos et al., 2013; Gonçalves et al., dados não publicados)
Quintas
Aciprestes
Carvalhas
Arnozelo
Granja
S. Luíz
Cidrô
Braconidae
Chalcididae
Encyrtidae
Leptomastidea sp.
Eulophidae
cochonilha-algodão x x
x
Medidas de valorização
Elachertus affinis traça-da-uva x x x x x x
Ichnemonidae
9 | MEDIDAS DE VALORIZAÇÃO
A presença e actuação de inimigos naturais das pragas depende, em grande
parte, da criação de condições que assegurem a sua sobrevivência, reprodução e
actividade neste ecossistema intervencionado pelo homem.
Deste ponto de vista, deve evitar-se a sua destruição pelos pesticidas, não
usando os mais tóxicos para estes auxiliares e, sempre que possível, reduzindo as
doses e o número de aplicações dos que for indispensável usar (Anexos 1.1, 1.2, 1.3).
Figura 9.1 | Os muros de pedra e árvores antigas desempenham uma importante função ecológica,
ao providenciar refúgio para a fauna auxiliar da vinha.
56 57
Figura 9.2 | As comunidades vegetais que constituem as matas (A), o revestimento dos taludes
(B), as sebes (C) e o coberto da entrelinha (D) são importantes infra-estruturas que providenciam
alimento alternativo e abrigo das condições desfavoráveis, à fauna auxiliar.
Figura 9.3 | As plantas da família das fabáceas, como a ervilhaca, frequentes no coberto vegetal
Para além de servir como local de refúgio, a vegetação herbácea e arbustiva herbáceo da vinha, facultam presas às larvas de sirfídeos (à esquerda) e coccinelídeos (à direita), na
forma de afídeos que não atacam a cultura, permitindo o seu desenvolvimento atempado.
envolvente das parcelas (bordaduras de caminhos, entrelinhas e taludes) dispo-
nibiliza aos auxiliares alimento alternativo e/ou suplementar, para quando este
é escasso no interior da cultura. As plantas que compõem estas infra-estrutu-
ras ecológicas (Anexo 2), podem facultar-lhes néctar e polén (importante para
a alimentação de alguns adultos), assim como presas/hospedeiros alternativos,
na forma de insectos/ácaros que não atacam a vinha). Os afídeos, por exemplo,
frequentemente observados em ervilhacas, leitugas e funcho-bravo, excretam
meladas que são extremamente ricas em açúcares e muito importantes para a
sobrevivência e reprodução de auxiliares como crisopídeos e sirfídeos. No caso
dos ácaros fitoseídeos, a existência nas vinhas, de um coberto vegetal que inclua
plantas produtoras de pólen, é particularmente importante para o desenvolvi- Figura 9.4 | Os adultos de sirfídeos alimentam- Figura 9.5 | As flores de apiáceas, por possuírem
mento das suas populações no início do Verão. Os cortes a efectuar a esta ve- -se de pólen de plantas da família das asterá- nectários expostos, são procuradas por muitos
ceas. Na imagem, uma fêmea de Sphaerophoria insectos que se alimentam do seu néctar. Na
getação deverão ser sempre realizados por forma a evitar a sua total destruição scripta, um dos sirfídeos mais frequentemente imagem um adulto de crisopa-comum a alimen-
e permitir que aqueles organismos se possam refugiar para outros locais (cortes observados na vinha. tar-se numa inflorescência de cenoura-brava.
alternados, se possível a partir do centro das parcelas para a bordadura).
58 59
Figura 9.6 | O funcho-bravo é hospedeiro de afídeos, que não atacando a vinha, constituem impor-
tantes fontes alimentares para os inimigos naturais das pragas. Nas imagens, observam-se ovos de
crisopídeos (A) e sirfídeo (B) colocados junto a uma colónia de afídeos, assim como uma larva (C) e
um adulto (D) de coccinelídeo Scymnus aptezi a alimentar-se de afídeos.
10
Referências bibliográficas
Figura 9.7 | As sebes de madressilvas são par- Figura 9.8 | As roseiras-bravas são hospedeiras
ticularmente interessantes na valorização dos de cigarrinhas que, não atacando a vinha,
ácaros predadores, que nelas encontram abun- permitem a sobrevivência, no Inverno, de
dância de presas, tal como eriofídeos e tetrani- parasitóides do género Anagrus. Durante o
quídeos, estados imaturos de outros pequenos período de actividade vegetativa, parte da
artrópodos e também pólen. população destes auxiliares desloca-se para
a vinha, para parasitar os ovos de cigarrinhas
nocivas à cultura, como é o caso da cigarrinha-
-verde.
60 61
11
Pereira JA, Torres L, Espinha I, Ferragut F. 2003. Contribution to the knowle-
dge of phytoseiid mites associated with vineyards in the “Região Demarcada do
Douro” (Port wine region). Acarologia XLIII, I: 7-13.
Torres LM. 2006. A fauna auxiliar do olival e a sua conservação. João Azevedo
Editor. Terra transmontana, 92 pp.
Glossário
Torres L, Ferreira J. 2012. Insectos auxiliares – identificação e limitação natural
de pragas. Em Ferreira J (coord.). As bases da agricultura biológica – Tomo I, Pro-
dução vegetal. 2ª Ed. Edibio, Edições, Lda, Castelo de Paiva: 330-343.
64 65
12
11 | Glossário
Abdómen – região do corpo dos artrópodos situada após o tórax ou o cefalotórax
consoante se trate de insectos ou de aracnídeos
Balanceiros – pequenas estruturas situadas de cada lado do mesotórax, repre-
sentando as asas posteriores (dípteros) (ver halteres)
Cefalotórax – região do corpo dos aracnídeos constituída por segmentos cefálicos
e torácicos
Coriáceo – duro como o couro
Élitros – asa anterior espessa, coriácea ou córnea (coleópteros)
Hemiélitro – asa anterior dos heterópteros
Halteres – ver balanceiros
Ninfa - estado imaturo dos insectos que passam por metamorfoses simples;
estado imaturo de ácaros, possuindo quatro pares de patas
Protórax – segmento do tórax dos insectos mais próximo da cabeça, onde se
localiza o primeiro par de patas (patas anteriores) ANEXOS
Raptórias – modificadas como garras
Rostro – estruturas protraídas das peças bucais dos insectos sugadores
Tórax – região do corpo situada atrás da cabeça, que apresenta as patas e as asas
66
Anexo 1.1. | Toxidade de substâncias activas insecticidas e acaricidas homologadas em protecção integrada da vinha em 2013, para os principais inimigos naturais das
pragas das vinhas e polinizadores
SUBSTÂNCIA
Finalidade
ACTIVA
Abelhas
Aranhas
Sirfídeos
Nabídeos
Crisopídeos
parasitóides
Antocorídeos
Coccinelídeos
Himenópteros
Ácaros fitoseídeos
Coleópteros do solo
α-cipermetrina áltica ● (1) ʘ(1) ?(1) ●(1) ʘ(2) ?(1) ●(1;2) ●(1;2) ●(1) ●(1)
Bacillus thurigiensis traça-da-uva ○(1;2) ○(1;2) ○(2) ○(1;2) ○(2) - ○(2) ?(1) ○(2) ʘ(1) ○(1) ●(1)
clorantranilipol traça-da-uva ○(1) ʘ(2) - ●(2) ʘ(2) ○(1;2) - ○(2) ?(1) ○(1,2) - ○(1)
clorpirifos cochonilhas (2) (1) (2) (2) (1) (2) (1) (1) (1;2) (2) (1) (1)
ʘ ? - ● ● ○ ● ? ● ● ● ? ? -
deltametrina cigarrinha-da-flavescên-
cia dourada; áltica; ●(1;2) ?(1) ●(1;2) ●(2)?(1) ●(1;2) - ●(2)?(1) ●(1;2) ?(1) ●(1)
curculionídeos
emamectina traça-da-uva
○(2)?(1) - - ○(1;2) ʘ(2) ?(1) ●(2)?(1) ●(2)?(1) - ?(1)
(benzoato)
enxofre ácaros ʘ(2) ?(1) ○(1) ○(2) ○(1;2) ○(1;2) - ʘ(2) ?(1) ʘ(2) ?(1) - ○(2)
fenepiroximato cigarrinha-da-flavescência
dourada; cigarrinha-verde; ○(2) ?(1) - ●(2) ○(1;2) ʘ(2) - ●(2)?(1) ʘ(2) ●(1) ●(1) -
ácaros tetraniquídeos
fenoxicarbe traça-da-uva ʘ(2) ?(1) - - ●(2)?(1) ʘ(2) ?(1) - ○(2) ?(1) ○(1;2) - -
hexitiazox ácaros tetraniquídeos (1;2) (1) (2) (1;2) (1;2) - (1;2) (1;2) -
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○(1)
imidaclopride cochonilhas ʘ(2) ?(1) ○(1) ○(2) ʘ(2) ?(1) ʘ(1;2) ○(1) ●(2)?(1) ʘ(2) ?(1) ○(1) ●(1)
indoxacarbe cigarrinha-da-flavescência
ʘ(2) ?(1) - ○(1;2) ○(2) ʘ(1) ʘ(2) ○(1) ?(1) ʘ(2) ○(2) ?(1) ○(1) ●(1)
dourada; cigarrinha-verde
lambda-cialotrina cigarrinha-da-flavescên-
cia dourada; áltica; ●(1;2) ?(1) ●(2) ○(1) ʘ(2) ?(1) ●(1;2) ●(1) ●(2)?(1) ●(2)?(1) ?(1) ●(1)
mosca-da-fruta
lufenurão mosca-da-fruta ○(1) ʘ(2) - ○(1;2) ●(2)?(1) ○(2) ʘ(1) ○(1) ●(2)?(1) ○(1;2) ○(1) -
metoxifenozida traça-da-uva (1) - - (1;2) (1) (2) (1) (1;2) (1;2) (2) -
○ ○ ○ ʘ ○ ○ ○ ○
óleo de Verão pirale; formas hibernantes
de insectos e ácaros; ○(2) - ○(2) ○(2) ʘ(2) - ○(2) ʘ(2) - -
cochonilhas; ácaros
spinosad traça-da-uva ○(1;2) ○(1) ○(1;2) ○(1;2) ʘ(2) ?(1) ○(1) ʘ(2) ●(1) ʘ(2) ?(1) ○(1) ●(1)
spirodiclofena ácaros ʘ(2) ?(1) - ○(2) ○(1;2) ʘ(2) ?(1) - ○(2) ʘ(2) ?(1) - ○(1)
tebufenozida traça-da-uva; pirale ○(1;2) - ○(2) ○(1;2) ○(1;2) - ○(1;2) ○(1;2) ○(1) ○(1)
tiametoxame cigarrinha-da-flavescência
dourada; cigarrinha-verde ●(2)?(1) ?(1) - ʘ(2) ?(1) ●(2)?(1) - ●(2)?(1) ○(1) ʘ(2) ?(1) ●(1)
Legenda: Toxidade fauna: ○ Neutro a pouco tóxico; ʘ Medianamente tóxico; ●Tóxico ou muito tóxico; ? Informação contraditória; -- Informação inexistente; (1) e-phy, 2014; (2) Oliveira et al.,
2014
67
Anexo 1.2 | Toxidade de substâncias activas fungicidas homologadas em protecção integrada da vinha em 2013, para os principais inimigos naturais das pragas das vinhas
68
e polinizadores.
Aranhas
Sirfídeos
Nabídeos
Crisopídeos
parasitóides
Antocorídeos
Coccinelídeos
Himenópteros
Ácaros fitoseídeos
Coleópteros do solo
azoxistrobina oídio; míldio; escoriose;
podridão-negra ○(1;2) ○(1) ○(1) ○(2) ○(1;2) - ○(1;2) ○(1;2) - ○(1)
azoxistrobina + folpete oídio; míldio; podridão-negra ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - ○(2) ○(2) - -
Bacillus subtilis QST 713 podridão-cinzenta ○(2) - - ʘ(2) - - ʘ(2) ʘ(2) - ●(1)
benalaxil+mancozebe mildío ○(2) - ○(2) ○(2) ○(2) - ʘ(2) ʘ(2) - -
benalaxil – M + mildío
○(2) - ○(2) ○(2) ○(2) - ʘ(2) ʘ(2) - -
mancozebe
benalaxil+folpete mildío ʘ(2) - ʘ(2) ○(2) ○(2) - ○(2) ○(2) - -
benalaxil – M + folpete mildío (2) (2) (2) (2) (2) (2)
ʘ - ʘ ○ ○ - ○ ○ - -
bentiavalicarbe+ mildío; podridão-negra
○(2) - ○(2) ○(2) ○(2) - ʘ(2) ʘ(2) - -
mancozebe
boscalide podridão-cinzenta - - - ○(2) - - ○(2) ○(1;2) - -
boscalide + oídio
ʘ(2) - - - - - ○(2) ○(2) - -
cresoxime - metilo
ciazofamida míldio - ○(1) - ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - -
ciflufenamida oídio - - - ○(2) - - ○(2) ○(2) - -
ciflufenamida + oídio
- - - ○(2) ʘ(2) - ○(2) ○(2) - -
difenoconazol
cimoxanil + míldio
- - - ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - -
hidróxido de cobre
cimoxanil + míldio
- - - ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - -
oxicloreto de cobre
cimoxanil + oxicloreto de míldio
●(2) - - ʘ(2) - - ʘ(2) ●(2) - -
cobre + propinebe
cimoxanil + cobre (oxicloreto míldio
- - - ʘ(2) - - ʘ(2) ʘ(2) - -
+ sulfato) + mancozebe
cimoxanil + famoxadona míldio - - - - - - - ʘ(2) - -
cimoxanil + famoxadona míldio
ʘ(2) - ʘ(2) - - - - ʘ(2) - -
+ folpete
míldio; oídio ʘ(2) - ʘ(2) - - - - ʘ(2) - -
cimoxanil+flusilazol+folpete
cimoxanil + folpete míldio ʘ(2) - ʘ(2) - - - - ʘ(2) - -
cimoxanil +folpete + míldio
ʘ(2) - ʘ(2) - - - - ʘ(2) - -
fosetil-Al
cimoxanil + folpete + míldio
ʘ(2) - ʘ(2) - - - ʘ(2) ʘ(2) - -
mancozebe
cimoxanil + folpete míldio
ʘ(2) - ʘ(2) - - - - ʘ(2) - -
+metalaxil
cimoxanil + folpete + míldio; oídio
ʘ(2) - ʘ(2) - ʘ(2) - ʘ(2) ʘ(2) - -
tebuconazol
cimoxanil+ fosetil-Al + míldio (2)
- - ʘ - ʘ(2) - ʘ(2) ʘ(2) - -
mancozebe
cimoxanil+ mancozebe míldio (2) (2)
- - - - - - ʘ ʘ - -
míldio - - - - - - - - - -
cimoxanil + metirame
cimoxanil + propinebe míldio (2) (2) (2)
● - - - - - ʘ ● - -
69
Legenda: Toxidade fauna: ○ Neutro a pouco tóxico; ʘ Medianamente tóxico; ●Tóxico ou muito tóxico; ? Informação contraditória; - - Informação inexistente; (1) e-phy, 2014; (2) Oliveira et al., 2014
Anexo 1.2 (cont.) | Toxidade de substâncias activas fungicidas homologadas em protecção integrada da vinha em 2013, para os principais inimigos naturais das pragas
70
Aranhas
Sirfídeos
Nabídeos
Crisopídeos
parasitóides
Antocorídeos
Coccinelídeos
Himenópteros
Ácaros fitoseídeos
Colóopteros do solo
cimoxanil+propinebe míldio
●(2) - ʘ(2) - ʘ(2) - ʘ(2) ●(2) - -
+tebuconazol
cimoxanil + sulfato de míldio
- - - ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - -
cobre e cálcio
ciprodinil míldio - - - - ●(2) - - ○(2) - ʘ(1)
enxofre oídio; escoriose ʘ(2) ?(1) ○(1) ○(2) ○(1;2) ○(1;2) - ʘ(2) ?(1) ʘ(2) ?(1) - ○(2)
espiroxamina oídio (2) (1) (2) (2) (2)
○ ● - - ○ - - ○ ʘ - -
famoxadona+ mancozebe míldio; escoriose (2) (2)
- - - - - - ʘ ʘ - -
fenamidona+fosetil de Al míldio - - ʘ(2) - ʘ(2) - - ʘ(2) - -
fenebuconazol oídio (2) - - - - - (2) (2) - -
○ ○ ○
fenehexamida podridão-cinzenta - - - (2) - - (2) (1;2) - -
○ ○ ○
fluopicolida + fosetil-Al míldio - - ʘ(2) ○(2) ʘ(2) - ○(2) ʘ(2) - -
folpete míldio; escoriose ʘ(2) - ʘ(2) ○(2) ○(2) - ○(2) ○(2) - ○(1)
folpete + fosetil-Al míldio; escoriose (2) (2) (2) (2)
ʘ - ʘ ○(2) ʘ - ○(2) ʘ - -
folpete + fosetil-Al + míldio
ʘ(2) - ʘ(2) ○(2) ʘ(2) - ○(2) ʘ(2) - -
iprovalicarbe
folpete+iprovalicarbe míldio ʘ(2) - ʘ(2) - - - ○(2) ○(2) - -
folpete + mandipropamida míldio (2) (2) (2) (2)
ʘ - ʘ - - - ○ ○ - -
folpete + metalaxil míldio (2) (2) (2) (2)
ʘ - ʘ - - - ○ ○ - -
folpete + metalaxil-M míldio (2) (2) (2) (2)
ʘ - ʘ - - - ○ ○ - -
folpete + piraclostrobina míldio; oídio ʘ(2) - ʘ(2) ○(2) - - ○(2) ○(2) - -
folpete + valifenalato míldio (2) (2) (2) (2)
ʘ - ʘ - - - ○ ○ - -
fosetil-Al míldio (1;2) (2) (2) (2) (1;2) (2) (1)
○ - ʘ ○ ʘ - ○ ʘ ? - ○(1)
fosetil-Al + mancozebe míldio; escoriose ○(2) - ʘ(2) ○(2) ʘ(2) - ʘ(2) ʘ(2) - -
hidróxido de cobre míldio ○(2) ?(1) - ○(1;2) ʘ(2) ○(2) - ○(1;2) ○(1;2) - ○(1)
iprodiona podridão-cinzenta ○(1;2) ○(1) ○(1;2) ○(1;2) ○(1;2) - ○(1;2) ○(1;2) - ○(1)
mancozebe míldio; escoriose ○(1;2) - ○(1;2) ○(2) ?(1) ○(1;2) - ○(1) ʘ(2) ʘ(2) ?(1) - ○(1)
mancozebe + metalaxil míldio - - - - - - ʘ(2) ʘ(2) - -
mancozebe + metalaxil-M míldio; podridão-negra (2) (2)
- - - - - - ʘ ʘ - -
mancozebe + zoxamida míldio - - - - - - ʘ(2) ʘ(2) - -
mepanipirime podridão-cinzenta - - - - - - - (1) - -
○
meptildinocape oídio (2) (2) (2) (2)
ʘ - - - ○ - ○ ○ - -
metirame míldio; escoriose (1) (2) (2) (2) (1) (2) (1) (2)
? - ● ○ ʘ - ○ ʘ ? ʘ - -
metirame + piraclostrobina míldio; escoriose; (2) (2) (2)
71
- - ●(2) ○(2) ʘ - ʘ ʘ - -
podridão-negra
Legenda: Toxidade fauna: ○ Neutro a pouco tóxico; ʘ Medianamente tóxico; ●Tóxico ou muito tóxico; ? Informação contraditória; - - Informação inexistente; (1) e-phy, 2014; (2) Oliveira et al., 2014
Anexo 1.2 (cont.) | Toxidade de substâncias activas fungicidas homologadas em protecção integrada da vinha em 2013, para os principais inimigos naturais das pragas
72
Aranhas
Sirfídeos
Nabídeos
Crisopídeos
parasitóides
Antocorídeos
Coccinelídeos
Himenópteros
Ácaros fitoseídeos
Colóopteros do solo
metrafenona oídio - - - ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - -
miclobutanil oídio (1;2) (1) - (2) (1) - (1;2) (1;2) -
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○(1)
miclobutanil + quinoxifena oídio - - - - - - ○(2) ○(2) - -
oxicloreto de cobre míldio (1;2) - (1;2) (1) (2) (1;2) - (1;2) (1;2) - -
○ ○ ○ ʘ ○ ○ ○
oxicloreto de cobre + míldio
- - - ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - -
dimetomorfe
oxicloreto de cobre + míldio
- - - ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - -
iprovalicarbe
oxicloreto de cobre + míldio
○(2) - - ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - -
mandipropamida
oxicloreto de cobre + míldio
- - - ʘ(2) - - ○(2) ○(2) - -
metalaxil
óxido cuproso míldio ○(2) - ○(2) ʘ(2) - - ○(2) ○(1;2) - -
penconazol oídio - (1) - (1) - - (1) (1) - -
○ ○ ○ ○
piraclostrobina oídio ○(2) - - ○(2) - - ○(2) ○(1;2) - -
pirimetanil podridão-cinzenta (2)
○(2) - - ○(2) ʘ - ʘ(2) ●(2) ○(1;2) - -
propinebe oídio; escoriose (2) (1;2) (2) (2) (1) (2) (1)
● - ○ ○ ○ - ? ● ? - -
proquinazida oídio - - - - - - - - - -
quinoxifena oídio - - - - - - (2) (2) - -
○ ○
sulfato de cobre e cálcio míldio (1;2) - (1;2) ʘ(2) (2) - (1;2) (2) (1) -
○ ○ ○ ○ ○ ? ○(1)
sulfato de cobre tribásico míldio ○(2) - ○(2) ʘ(2) ○(2) - ○(2) ○(2) - -
sulfato de cobre e cálcio + míldio
○(2) - ○(2) ʘ(2) ○(2) - ʘ(2) ʘ(2) - -
mancozebe
tebuconazol oídio ○(2) ?(1) ○(1) ○(1) ʘ(2) ○(1;2) ʘ(2) - ʘ(2) ?(1) ○(1;2) - ○(1)
tebuconazol oídio; podridão-negra
○(2) - ʘ(2) ○(2) ʘ(2) - ʘ(2) ○(2) - -
+ trifloxistrobina
tetraconazol oídio - - - ○(2) - - ○(2) ○(2) - -
tiofanato de metilo podridão-cinzenta ○(2) - - ○(1;2) ○(1) ʘ(2) - ○(1;2) ?(1) ʘ(2) - -
trifloxistrobina oídio; podridão-negra (1;2) - - (2) (2) - (2) (1;2) - -
○ ○ ○ ○ ○
Legenda: Toxidade fauna: ○ Neutro a pouco tóxico; ʘ Medianamente tóxico; ●Tóxico ou muito tóxico; ? Informação contraditória; - - Informação inexistente; (1) e-phy, 2014; (2) Oliveira et al., 2014
73
Anexo 1.3l Toxidade de substâncias activas herbicidas homologadas em protecção integrada da vinha em 2013, para os principais inimigos naturais das pragas
74
SUBSTÂNCIA ACTIVA
Abelhas
Aranhas
Sirfídeos
Nabídeos
Crisopídeos
parasitóides
Antocorídeos
Coccinelídeos
Himenópteros
Ácaros fitoseídeos
Coleópteros do solo
amitrol - ○(2) - - - - - - ●(2) -
amitrol + tiocianato de amónio - (2) - - - - - (2) -
○ - ●
carfentrazona-etilo - - - - - - (2) (2) - -
○ ○
cicloxidime - (2) - (2) - - (2) (2) (2) -
○ ○ ○ ○ ○
diflufenicão + glifosato (sal de
- - - - - - ○(2) ʘ(2) - -
isopropilamónio)
diflufenicão + glifosato (sal de
- - - - - - ○(2) ʘ(2) - -
isopropilamónio) + oxifluorfena
flazassulfurão - - - - - - ○(2) ○(2) - -
fluazifope- P-butilo (1) (2) (2) (2) (2)
- ○ - ○ - - ○ ʘ ○ -
glifosato (sal de amónio) (2) (2) (1;2) (2) (2)
- ○ - ʘ - - ○ ʘ ʘ -
glifosato (sal de isopropilamónio) - ○(2) - ʘ(2) - - ○(2) ʘ(2) ʘ(2) -
glifosato (sal de potássio) (2) (2) (2) (2) (2)
- ○ - ʘ - - ○ ʘ ʘ -
Legenda: Toxidade fauna: ○ Neutro a pouco tóxico; ʘ Medianamente tóxico; ●Tóxico ou muito tóxico; ? Informação contraditória; - - Informação inexistente; (1) e-phy, 2014; (2) Oliveira et al., 2014
75
76 77
Anexo 2 | Plantas com interesse na valorização de inimigos naturais das pragas da vinha, e organismos valorizados
herbáceas herbáceas
Almeiroa, Crepis capillaris Arruda, Ruta montana Espargo-silvestre-menor, Asparagus acutifolius Funcho-bravo, Foeniculum vulgare
Cenoura-brava, Daucus carota Énula-peganhosa, Inula viscosa Hipericão, Hypericum perforatum Leituga, Hypochoeris radicata
Erva-polvilhenta, Andryala integrifolia Ervilhaca-comum, Vicia sativa Malva, Malva sp. Nabiça, Brassica napus
78 79
Anexo 2 (cont.) | Plantas com interesse na valorização de inimigos naturais das pragas da vinha, e organismos valorizados
herbáceas arbustivas
Pampilho-de-micão, Coleostephus myconis Saruga, Bromus diandrus Alecrim, Rosmarinus officinalis Bela-luz, Thymus mastichina
Tremocilha, Lupinus luteus Trevo-comum, Trifolium pratense Esteva, Cistus ladanifer Estevinha, Cistus salvifolius
Trevo-branco, Trifolium repens Urtiga, Urtiga dioica Giesta-branca, Cytisus multiflorus Giesta-negral, Cytisusb scoparius
80 81
Anexo 2 (cont.) | Plantas com interesse na valorização de inimigos naturais das pragas da vinha, e organismos valorizados
arbustivas arbóreas
Madressilva, Lonicera sp. Rosêlha, Cistus albidus Abrunheiro-bravo, Prunus spinosa Espinheiro, Crataegus monogyna
Rosmaninho, Lavandula stoechas Silva, Rubus sp. Folhado, Viburnum tinus Medronheiro, Arbutus unedo
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do projecto EcoVitis “Maximização dos serviços do ecossistema vinha".