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18 de junho de 2019

Nota Técnica sobre o Projeto de Lei


Estadual nº 129/2019 que altera as regras
para regularização fundiária no Pará
Brenda Brito*

I. Apresentação fundiária do estado teve uma tramitação de pouco


mais de um mês, sem que tenha havido uma audi-
Este documento analisa o Projeto de Lei ência pública na Alepa com especialistas para de-
Estadual nº 129/2019, aprovado pela Assembleia bater o tema e sem uma avaliação dos potenciais
Legislativa do Pará em 11 de junho de 2019, que impactos do texto para a sociedade paraense.
visa instituir uma nova lei agrária no estado. De A melhoria e eficiência das práticas de re-
forma geral, para resolver o problema fundiário no gularização fundiária no Pará é de fato um tema
Pará, o Projeto de Lei (PL) adotou a premissa de urgente, considerando que:
legalizar o que é ilegal. Ou seja, ocupações ilegais i) o Pará é o campeão de conflitos fundiários na
de terra pública que não atendem os requisitos de Amazônia Legal nos últimos 15 anos. Os con-
regularização da legislação em vigor passarão a ser flitos no campo incluem assassinatos e chaci-
legalizadas pelas novas regras. Além disso, o PL nas, como a ocorrida em 2017 no município de
permite a privatização de florestas públicas esta- Pau D’arco com a morte de 10 pessoas.
duais e deixa a porta aberta para regularização de ii) cerca de 31% do Estado do Pará estão sem
futuras invasões de terras do estado, o que é um definição fundiária ou sem informação sobre
estímulo direto à continuação do desmatamento situação fundiária, segundo estimativas do
ilegal e do roubo do patrimônio fundiário da so- Imazon. O governo estadual seria responsável
ciedade paraense. por 55% dessa área não destinada, equivalente
O PL foi enviado pelo governo do estado à a 21 milhões de hectares. Esse é o território
Assembleia Legislativa do Pará que seria abrangido pelo PL
(Alepa) em 09 de maio de 2019
“...o Pará é o proposto, mas isso não signi-

campeão de
e tramitou em regime de ur- fica que toda esta área estaria
gência. Em 11 de junho ocor- disponível para privatização.
reu sua aprovação em primeiro conflitos fundiários Parte desse território possui

na Amazônia Legal
e segundo turno na Alepa. Isso outras destinações prioritárias
significa que esse projeto que por suas características socio-
substitui a principal legislação nos últimos 15 anos.” ambientais, como demandas

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de reconhecimento de territórios de comuni- dispositivos para aumentar a eficiência e transpa-
dades tradicionais, povos indígenas, comuni- rência da atuação do Iterpa.
dades quilombolas, agricultura familiar, con- Apesar da ausência desse debate amplo, esta
servação ambiental e concessão florestal. nota informa sobre os principais aspectos do PL
iii) estimativas indicam que o Instituto de Ter- aprovado que podem estimular a continuidade do
ras do Pará (Iterpa) poderia levar até 79 anos roubo de terras públicas estaduais.
para responder as possíveis demandas para re-
gularização em terras estaduais1. Essa demora II. Análise do Projeto de Lei Estadual
ocorre em grande parte devido à baixa adoção nº 129/2019
de recursos tecnológicos na metodologia de
trabalho do Iterpa; à desorganização da base Esta análise do PL nº 129/2019 considera
de dados fundiários do órgão e à ausência de que uma legislação fundiária que vise o interesse da
mecanismos de alinhamento de entendimen- sociedade na gestão do patrimônio fundiário deve:
to jurídico de temas recorrentes e controver- i) Eliminar a possibilidade de que as terras
sos no órgão2. públicas ocupadas após a publicação da lei
iv) falta coordenação e diálogo entre institu- possam ser legalizadas, pois isso representa
tos de terras estaduais, federais, órgãos de um incentivo direto à grilagem e à continui-
controle e sociedade ci- dade do roubo do patrimônio
vil, o que provoca atraso “...a gestão do público, além de gerar uma
de ações de regularização
fundiária e dificuldade
patrimônio fundiário demanda sem fim para o ór-
gão de terra às custas da so-
de encontrar soluções do Estado diz ciedade;
para problemas fundiá-
rios. Além disso, há baixa
respeito a todos os ii) Valorizar o patrimônio
fundiário da sociedade e co-
transparência das ações cidadãos paraenses...” brar valor de mercado de terra
do Iterpa, que divulga na venda de terras públicas;
apenas 29% das informações exigidas por iii) Impedir a venda de terra pública sem licitação
lei3. e por baixos valores para ocupantes de terra
No entanto, mesmo sendo um tema urgen- pública que não cumpriram a função social da
te, a gestão do patrimônio fundiário do Estado diz terra;
respeito a todos os cidadãos paraenses e não ape- iv) Assegurar a rápida responsabilização por da-
nas àqueles que ocupam diretamente (e, em mui- nos ambientais cometidos em terra pública
tos casos, ilegalmente) as terras públicas estaduais. ocupada ilegalmente, exigindo instrumentos
Por isso, a discussão deste PL deveria ter passado que agilizem a cobrança pela reparação dos
por uma consulta pública mais ampla para possi- danos, a exemplo dos termos de compromisso
bilitar o aperfeiçoamento do projeto e inclusão de com força de título executivo extrajudicial;

-2-
v) Garantir a segurança de territórios ocupados área por meio de terceiros e nunca implemen-
por populações indígenas, quilombolas e tra- tou qualquer atividade considerada agrária, o
dicionais, além de garantir os interesses de que é uma característica da grilagem de terras
conservação ambiental na destinação de ter- com fins especulativos. Além de facilitar a le-
ras públicas; galização da grilagem, esse conceito de legí-
vi) Assegurar e viabilizar mecanismos de contro- timo ocupante permite que pessoas que não
le social e transparência na tomada de decisão cumprem a função social do imóvel possam
sobre a destinação de terras públicas; se beneficiar com a regularização fundiária.
vii) Adotar e estimular práticas no órgão fundiá- Um dos requisitos da função social da terra
rio que permitam maior agilidade e segurança é o aproveitamento racional e adequado do
de suas ações na gestão do patrimônio fundi- imóvel. Porém, se não há qualquer atividade
ário da sociedade. implementada no mesmo, não é possível se
falar no atendimento deste requisito consti-
Com base nesses princípios, essa análise do tucional.
PL nº 129/2019 indica que o texto aprovado na Caso existam áreas públicas estaduais em que
Alepa: o governo considere estratégico estimular uma
atividade econômica, o mais adequado para o
1) Facilita a legalização de terras públicas ocu- interesse da sociedade seria fazer uma conces-
padas ilegalmente para especulação e com são ao invés da venda da terra, assim como já
dispensa cumprimento constitucional da ocorre no caso de concessões florestais. Esse
função social da terra: as atuais regras de re- instrumento garante o interesse público, pois
gularização fundiária no Pará exigem, dentre é feito com quem oferecer o melhor preço e
outros requisitos, que o interessado na titu- melhores condições de exploração, sendo pas-
lação possua moradia permanente no imóvel sível de monitoramento e cancelamento em
pleiteado, pratique cultura efetiva na área e caso de desvio contratual.
não possua outro imóvel (Art.7º §2º, I, II da
Lei Estadual nº 7.289/2009). Porém, o PL nº 2) Deixa porta aberta para continuação da gri-
129/2019 elimina esses requisitos e cria um lagem de terras estaduais: um aspecto funda-
novo conceito de legítimo ocupante de ter- mental para evitar estímulos à grilagem nas
ra pública, que inclui pessoas que possuem legislações agrárias é a definição de um marco
outros imóveis e que não precisam morar na temporal que defina até quando uma área pú-
terra pública ocupada ou exercer qualquer blica pode ser ocupada para solicitar titulação
atividade agrária na área, desde que preten- do governo. Isso ajuda a evitar que as terras
dam fazê-lo no futuro (art. 5º, XI do PL nº públicas continuem sendo ocupadas com ex-
129/2019). Ou seja, trata-se de alguém que pectativa de regularização após a aprovação
invadiu terra pública ilegalmente, controla a da lei. No caso do Pará, a atual Lei Estadual

-3-
nº 7.289/2009 não instituiu esse limite tem- anos de sua titulação, mas na prática essa
poral, fazendo com que, a qualquer tempo, cláusula é impossível de monitorar por
uma área estadual possa ser invadida e que seu conta dos contratos de “gaveta”, ou seja,
invasor solicite regularização se demonstrar o vendas que ocorrem de fato, mas que são
cumprimento dos requisitos legais. A versão formalizadas em cartório após o prazo
aprovada do PL nº 129/2019 corrige parcial- permitido em lei.
mente esse problema, mas deixa duas portas
abertas para regularização de futuras invasões: ii) Venda de médios e grandes imóveis com
dispensa de licitação: o PL previu duas si-
i) Doação de terras: prevista para agri- tuações de ocupações de terra pública que
cultores familiares que ocupem até 100 podem direito à titulação por venda:
hectares, a doação requer como um dos a) Imóveis com atividade agrária4 só
requisitos um ano de atividade agrária podem ser regularizados por venda
no imóvel pleiteado (art. 12, I do PL sem licitação se sua ocupação iniciou
nº 129/2019). Porém, o PL não definiu até 2014 (5 anos antes da publica-
até que ano essa ocupação deve iniciar ção da lei). Apesar de ser um prazo

“...abre uma brecha


para ter direito à re- recente, a atual Lei Estadual
gularização. Assim, 7.289/2009 não definia prazo,
qualquer ocupação para que imóveis sem então é positivo que o PL tra-

qualquer atividade
com essa caracterís- ga essa limitação.
tica que atenda aos b) Imóveis em que se preten-
requisitos listados agrária sejam de exercer atividade agrária: o

regularizados ...”
poderá ser benefi- PL abre uma brecha para que
ciada com a doação imóveis sem qualquer ativida-
de terras, mesmo se de agrária sejam regularizados
iniciada após a publicação da lei. Apesar com dispensa de licitação. Porém,
dessa previsão ocorrer para agricultores nesse caso não há a exigência de que
familiares, esses imóveis regularizados a ocupação tenha iniciado cinco anos
podem ser vendidos posteriormente para antes da publicação da lei (art. 10,
terceiros, o que pode estimular uma prá- §2º do PL nº 129/2019). Ou seja, a
tica conhecida na Amazônia de manter princípio, terras públicas de até 2.500
laranjas ocupando terras públicas para hectares ocupadas posteriormente à
obter a titulação e depois repassar para publicação da lei, poderiam solicitar
nome de terceiros. O PL prevê que os titulação com dispensa de licitação,
imóveis regularizados não poderão ser alegando pretensão de desenvolver
repassados a terceiros um prazo de 5 atividade econômica. Essa ausência

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de limite temporal deixa uma por- ra pública passível de titulação (o que impede
ta aberta continuamente para novas regularização de futuras invasões) e iii) exigir
invasões de terras públicas estaduais. assinatura de Termo de Compromisso prévio à
titulação para recuperação de dano ambiental.
3) Permite a privatização das florestas públicas
estaduais: o PL nº 129/2019 inclui serviços 4) Pode facilitar a legalização de casos de grila-
ambientais no conceito de atividade agrária gem em terras públicas estaduais: A maioria
(Art. 5º, III). Essa inovação visa corrigir um dos títulos de terra emitidos no passado no
problema histórico: de que apenas áreas des- Estado do Pará não possuem indicação preci-
matadas são consideradas aptas à regulariza- sa de sua localização, como memorial descriti-
ção, pela visão de que áreas com floresta não vo e, mais recentemente, georreferenciamen-
atenderiam o requisito de cultura efetiva para to. Isso possibilitou um tipo de grilagem de
titulação. Assim, pelo PL, imóveis que pos- terra em que um título com localização vaga
suem grande proporção de sua área com flo- é usado para registrar um imóvel diferente da
restas conservadas estariam aptos para regula- área originalmente titulada. Por exemplo, há
rização. Se por um lado essa definição corrige caso de imóveis em um município que usam
um erro histórico e evita que imóveis pleitean- títulos de terra emitidos para áreas em outro
do regularização sejam desmatados, por outro, município. Há também casos de um mesmo
acaba estimulando a privatização das florestas título de terra que é usado para registrar mais
públicas e entra em conflito com o instrumen- de um imóvel em lugares e municípios dife-
to de concessão florestal previsto na Lei Fede- rentes. Nos casos em que não houve irregu-
ral nº 11.284/2006. No Pará, cabe ao Instituto laridade no uso do título, mas nos quais há
de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversi- imprecisão entre o título original e a área real
dade (Ideflor-bio) implementar as concessões ocupada, é possível realizar a retificação do
florestais e gerir as florestas públicas estaduais. título. Esse procedimento é regulado atual-
Por isso, o PL deveria vedar a privatização das mente pela Instrução Normativa do Iterpa nº
florestas públicas e indicar que áreas florestais 02/ 2018. Por exemplo, é possível retificar um
serão objeto de concessões, de acordo com as título em casos em que o imóvel está no mes-
regras em vigor. Além disso, para evitar mais mo município do título original e que sua área
desmatamento futuro de áreas que pleiteiam a não excede 10% da área original, sendo devi-
titulação, a legislação fundiária estadual deve- do pagamento ao Estado pela área exceden-
ria: i) impedir a regularização de imóveis com te. No entanto, ao tratar desse tema, o PL nº
áreas desmatadas ilegalmente após 2008 e in- 129/2019 deixou o texto muito vago (art. 23,
cluídos na Lista de Desmatamento Ilegal do II, III, IV do PL nº 129/2019) e sem amarrar
Estado (ver item 7); ii) definir um marco tem- os critérios mínimos para evitar a retificação
poral para início de qualquer ocupação de ter- em casos de grilagem que utilizaram títulos

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para registrar áreas distantes do originalmen- ilegalmente após 2008 que foram autuadas ou
te autorizado pelo órgão. embargadas pela Semas, órgãos ambientais
municipais ou pelo IBAMA. Contudo, o PL
5) Facilita cobrança de valor irrisório pela venda nº 129/2019 não vedou a regularização fundi-
de terra pública: o PL retirou a previsão da ária desses casos e estabeleceu como opcional
lei atual de que os valores de terra devem ter a exigência anterior à titulação de Termo de
como base nos preços praticados no mercado Compromisso para recuperar o dano ambien-
imobiliário rural (art. 7º, §1º da Lei Estadual tal (art. 10, §7º do PL nº 129/2019). Mesmo
nº 7.289/2009), o que contribui para que o que o PL defina que os beneficiários de tí-
Iterpa continue praticando preços irrisórios tulos ficam obrigados a cumprir a legislação
na cobrança de títulos emitidos. Conforme ambiental após a titulação (art. 15, c do PL nº
um estudo do Imazon, o Iterpa pode deixar 129/2019), a falta de assinatura de um termo
de arrecadar R$ 9 bilhões na regularização de compromisso com eficácia extrajudicial
fundiária por cobrar preços até nove vezes in- tornará mais lento o processo de responsabili-
feriores ao mercado de terras na venda de ter- zação e enfraquece os dispositivos na legisla-
ras públicas5. Esse valor representa um sub- ção agrária e ambiental em vigor.
sídio da sociedade paraense de cerca de R$
2.384 por hectare e torna a ocupação de terra 7) Possibilita titulação de imóveis que pre-
pública um negócio lucrativo, podendo esti- tendem implantar atividades econômicas
mular novas invasões com futuras sem licenciamento
finalidade especulativa. “Conforme um ambiental prévio: o PL nº
estudo do Imazon, 129/2019 permite a titu-

o Iterpa pode
6) Possibilita a regularização lação de imóveis que não
fundiária de áreas desma- implementaram atividade
tadas ilegalmente após deixar de arrecadar agrária, mas que pretendem

R$ 9 bilhões na
2008 e fragiliza a respon- implantar atividades futu-
sabilização de danos am- ras. Nesse caso, o ocupante
bientais nas terras públi- regularização deve apresentar um Plano

fundiária ...”
cas ocupadas ilegalmente: de Aproveitamento Econô-
desde 2013, o Pará vedava mico Sustentável, que será
a regularização de imóveis apreciado pela secretaria
com áreas identificadas na Lista de Desma- responsável pela atividade pretendida. Por
tamento Ilegal publicada pela Secretaria de exemplo, no caso de atividade agropecuária,
Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas)6. caberia análise da Secretaria de Desenvol-
Essa lista foi criada pelo Decreto Estadual nº vimento Agropecuário e Pesca (SEDAP).
838/2013 e é formada por áreas desmatadas No entanto, o PL ignorou a necessidade de

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licenciamento ambiental para estabelecer a grilagem de terras públicas estaduais. A tramita-
viabilidade ambiental das atividades pre- ção acelerada do PL na Assembleia Legislativa do
tendidas, bem como indicar quais as condi- estado, que teve 33 dias até a votação final, restrin-
ções para a implantação dessas atividades. giu a possibilidade de avaliação da proposta legis-
lativa para um debate qualificado com parlamen-
8) Muda o termo jurídico que assegura prio- tares e com a própria sociedade sobre as possíveis
ridade para áreas de comunidades tradicio- consequências do texto. Para avaliar todos os im-
nais: a atual Lei Estadual nº 7.289/2009 pactos dessa mudança, será necessário verificar o
impede a alienação a terceiros de áreas ocu- texto final a ser sancionado pelo Governador do
padas, ou objeto de pretensão, de comuni- estado e, em especial, analisar as regulamentações
dades tradicionais (Art. 8º, I). Nesse tema, posteriores por Decreto e Instruções Normativas.
o PL nº 129/2019 mudou a forma de refe- Na verdade, essa mudança legislativa segue
rência a esses territórios ao indicar que o o padrão observado na alteração da legislação fe-
impedimento se aplica a áreas de ocupações deral sobre regularização fundiária, ocorrida em
consolidadas de comunidades extrativistas, 2017 com a conversão em lei da Medida Provi-
agricultores familiares e remanescentes de sória nº 759/2016. Isso ocorre porque o PL, as-
quilombos (Art. 16, I do PL nº 129/2019). sim como a mudança nas regras federais, premia
No entanto, o PL não definiu o que são a legalização de ocupações ilegais de terra pública
ocupações consolidadas e há o risco de uma com benefícios generosos, como a cobrança de
regulamentação posterior adotar definição valores irrisórios pela venda de terra pública. Tais
mais restrita que a norma atual. mudanças validam um ciclo histórico na Amazô-
nia de afrouxamento das regras fundiárias para fa-
III. Conclusão vorecimento de interesses privados, mesmo diante
dos prejuízos ambientais e financeiros à sociedade.
A análise apresentada nesse documento Esse tipo de alteração de normas acaba por esti-
aponta alguns aspectos do PL nº 129/2019 que mular mais invasões de terra pública associadas a
podem trazer impactos negativos para a sociedade desmatamento ilegal e contribuindo para a conti-
paraense e continuar com a prática de invasão e nuidade de conflitos de terra na região.

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Notas e Referências
*
Pesquisadora Associada do Imazon, brendabrito@imazon.org.br
1
Brito, B., & Cardoso Jr., D. 2015. Regularização fundiária no Pará: Afinal, qual o problema? (p. 104).
Belém: Imazon. Disponível em https://bit.ly/2IkZIkG
2
Brito, B., & Cardoso Jr., D. 2015. Regularização fundiária no Pará: Afinal, qual o problema? (p.104).
Belém: Imazon. Disponível em https://bit.ly/2IkZIkG
3
Cardoso Jr., D., Oliveira, R., Brito, B. 2018. Transparência de órgãos fundiários estaduais na Amazônia
Legal (p. 116). Belém: Imazon. Disponível em https://bit.ly/2EURrUP
4
São atividades agrárias de acordo com o art.5º, III, do PL nº 129/2019: exploração agropecuária, agroin-
dustrial, extrativa, florestal, pesqueira, de serviços ambientais ou ecossistêmicos e/ou outra atividade re-
sultante.
5
Cardoso, D., Brito, B., Baima, S. & Siqueira, J. 2018. O Estado da Amazônia: Potencial de Arrecadação
Financeira com a Regularização Fundiária no Pará (p. 14). Belém: Imazon. Disponível em https://bit.
ly/2XhpDBX.
6
Ver mais informações em https://monitoramento.semas.pa.gov.br/ldi/

A autora agradece Girólamo Treccani e Jeferson Almeida pelos comentários recebidos e ao apoio finan-
ceiro do Fundo Amazônia e da Agência Norueguesa para Desenvolvimento e Cooperação (Norad) para
a realização desta análise.

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