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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE ALAGOAS


Coordenadoria de Controle Interno

PROCESSO Nº: 32-49.2017.6.02.0000 PROTOCOLO Nº: 4.116/2017


ASSUNTO: PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS EXERCÍCIO: 2016
PRESTADOR: Partido Progressista - PP
CNPJ: 04.181.135/0001-51 DATA DA APRESENTAÇÃO: 28/4/2017

PARECER APÓS VISTAS II

Parecer nº 027/2019/ACAGE.

Senhora Assessora,

Retornam os autos a esta unidade para reanálise, em face da juntada dos documentos de fls.
1904/1923, após Parecer Após Vistas de nº 080/2018/ACAGE, pela Desaprovação das contas do
Diretório Estadual do PP, exercício de 2016 (fls.1873/1882) e Parecer do Ministério Público Eleitoral nº
006/2019 – GPRE/AL/RTMR, fls. 1897/1899, no mesmo sentido, pela desaprovação das contas.

2. Em atendimento ao despacho de fls. 1925, passamos a discorrer sobre os novos documentos e


esclarecimentos apresentados pelo partido:

2.1. Quanto à impropriedade referente à emissão do recibo eleitoral nº P1100.04.28690.AL.000001,


com divergência de beneficiário, a agremiação partidária alegar restar esclarecida, tratando-se de mera
impropriedade, haja vista que o comprovante financeiro indica o Sr. João Cordeiro como beneficiário da
doação. Aduz, ainda, que a emissão do recibo é de inteira responsabilidade do beneficiário.
Da análise dos extratos bancários dos envolvidos na situação, verificamos que existe uma
transferência de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) da conta da Direção Estadual do PP (conta nº 16.075-X )
para a conta de campanha do candidato João Alves Cordeiro (conta nº 31.096-4), em 30.08.2016. Não
havendo repasse, nesse valor, para a conta da Direção Municipal do PP, em São Luiz do Quitunde (conta
nº 30937-0). Também não há registro de transferência, nesse valor, da conta do PP de São Luiz do
Quitunde para a conta do candidato João Alves Cordeiro.
O candidato João Alves Cordeiro, por sua vez, registrou em sua prestação de contas receita
financeira, no valor de R$ 30.000,00, cujo doador seria a Direção Municipal do PP de São Luiz do
Quitunde, tendo emitido o recibo eleitoral 000111128690AL000001E.
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Vê-se, portanto, que a confusão foi causada pelas partes envolvidas, pois informaram um
caminho diverso para a doação realizada.
O recibo comprobatório da arrecadação do recurso, deveria ter sido emitido pelo candidato
João Alves Cordeiro, devendo constar como doador, a direção estadual do PP.
Contudo, o que temos é:
i. o recibo eleitoral nº P1100.04.28690.AL.000001, emitido pela direção municipal do PP, de São Luiz
do Quitunde, indicando como doador, a direção estadual do PP;
ii. o recibo eleitoral nº 000111128690AL000001E, emitido pelo candidato João Alves Cordeiro,
indicando como doador, a direção municipal do PP de São Luiz do Quitunde.
Em que pese o desencontro de informações, a doação ao candidato João Alves Cordeiro, no
valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) encontra-se registrada na Prestação de Contas de campanha de
2016, da direção estadual do PP.
Contudo, entendemos que merece restar consignada a impropriedade da conduta da direção
partidária, pois ao realizar distribuição de recursos, sobretudo, públicos, deve buscar fazê-lo com o zelo
e a transparência necessários, documentando e registrando as operações corretamente.

2.2. Quanto à impropriedade apontada no item 9.19 do Parecer Conclusivo, referente a notas
Fiscais sem os dados da agremiação (fls. 381/382), o prestador de contas afirma tratar-se de um mero
equívoco no preenchimento das notas, não podendo, nem devendo desqualificar a lisura das contas
anuais, sobretudo se não há dúvidas levantadas por qualquer das partes, partido e/ou fornecedor, ou
terceiros (fls. 1906).
Acerca desse tema, assim dispõe a Resolução TSE nº 23.464/2015:
Art. 18. A comprovação dos gastos deve ser realizada por meio de documento fiscal
idôneo, sem emendas ou rasuras, devendo conter a data de emissão, a descrição
detalhada, o valor da operação e a identificação do emitente e do destinatário ou dos
contraentes pelo nome ou razão social, CPF ou CNPJ e endereço.

Nota-se que a legislação de regência detalhou a forma de preenchimento dos documentos


fiscais, com vistas a conferir maior confiabilidade na comprovação dos gastos das agremiações
partidárias, sobretudo aqueles realizados com recursos públicos.
Conforme entendimento anterior, embora os dados do partido não estejam evidenciados nas
notas apresentadas, é de se levar em conta que resta consignado o lançamento das despesas (cheque
nº 851926). Assim, entende esta unidade que se trata apenas de um erro formal, configurando apenas
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a impropriedade, reiterando-se a recomendação de que, doravante, os dados do partido passem a


constar nos documentos fiscais, nos termos exigidos pela legislação eleitoral.

2.3. Em resposta à irregularidade apontada referente à utilização de recibos de doação emitidos em


exercício posterior ao analisado, o prestador de contas alega que a emissão dos recibos em 2017
decorrem de resposta à diligência determinada pela Justiça Eleitoral, que identificou a ausência de
emissão de recibos para a doação do imóvel sede do Partido (fls. 1907). Alega que os recibos não foram
emitidos voluntariamente após o exercício financeiro, tendo sido emitidos estritamente em resposta à
determinação da Justiça Eleitoral, para o fim de sanar irregularidade encontrada em sede de diligência.
Não assiste razão, todavia, ao prestador de contas.
Inicialmente, cumpre destacar, que em momento algum esta unidade técnica determinou,
solicitou ou sugeriu a emissão de recibos à direção partidária.
Registre-se que a inconsistência apontada, ainda em sede de diligência (Parecer nº 075/2017),
referiu-se à ausência na prestação de contas dos recibos de doação emitidos em 2016 (fls. 1223 – item
5.5.). O partido apenas teria que apresentar os 30 recibos emitidos em 2016, esclarecendo e
demonstrando se foram ou não utilizados, e não agir como agiu, emitindo novos recibos em 2017 para
lastrear arrecadações ocorridas em período anterior (2016).
Os recibos de doação legitimam a arrecadação de recursos, devendo ser emitidos: até três dias
contados do crédito na conta bancária, para os recursos financeiros, até cinco dias, nos casos de
doação, e do início do recebimento dos bens e serviços, nos casos de cessão temporária, conforme art.
11, caput, e §7º, incisos I e II, da Resolução TSE nº 23.464/2015, vigente à época. Portanto, os recibos
apresentados (nº 061 a 072), requisitados em 2017, não poderiam ter sido utilizados para comprovar
recursos arrecadados em 2016.
Dessa forma, permanece a irregularidade anteriormente apontada no item 9.5. do Parecer
Conclusivo 051/2018 (fls.1749/1759).

2.4. Quanto à divergência entre o montante de recursos distribuídos do Fundo Partidário e os


lançamentos constantes do extrato bancário, a direção partidária apresenta o demonstrativo de fls.
1915, inserindo as informações pertinentes aos repasses realizados a candidatos, no montante de R$
66.700,00 (sessenta e seis mil e setecentos reais), totalizando R$ 1.800.800,00 (um milhão oitocentos
mil e oitocentos reais) de recursos do Fundo Partidário distribuídos.
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Dessa forma, resta afastada a irregularidade anteriormente apontada no item 9.6. do Parecer
Conclusivo 051/2018;

2.5. Quanto à ausência de aplicação de, no mínimo, 5% (cinco por cento) do total de recursos do
Fundo Partidário recebidos no exercício financeiro para a criação ou manutenção de programas de
promoção e difusão da participação política das mulheres, a direção partidária defende que tal
descumprimento, por si só, não é capaz de gerar a desaprovação das contas, constituindo-se em
conduta ilícita que deve ser sanada no exercício financeiro subsequente ao trânsito em julgado da
decisão que reconhecer a irregularidade.
A esta unidade técnica, entretanto, apenas cumpre identificar as falhas, irregularidades e
impropriedades em face das prescrições legais e regulamentares que regem a matéria, não
promovendo qualquer juízo de razoabilidade ou proporcionalidade, sendo esta uma prerrogativa
exclusiva do julgador.
Logo, resta configurada a irregularidade, devendo o partido aplicar, no exercício seguinte ao
julgamento desta prestação de contas, o valor determinado pelo art. 44, V, da Lei n° 9.096/95 (R$
15.000,00), com o acréscimo pela ausência de comprovação da transferência do saldo remanescente
para conta específica, prevista no §5º do dispositivo retro (R$ 1.875,00) , perfazendo um montante de
R$ 16.875,00 (dezesseis mil oitocentos e setenta e cinco reais), a ser devidamente atualizado;

2.6. Quanto ao Item 9.17. do parecer conclusivo, apresentação dos documentos exigidos para
comprovação dos gastos com pesquisas de intenção de voto nos municípios de Batalha, no montante
de R$ 6.000,00 (seis mil reais), a agremiação partidária juntou aos autos o ofício nº32/2015,
encaminhado pela Empresa OPINE – PESQUISA COMUNICAÇÃO E EVENTOS.
O referido documento apresenta o rol de pesquisadores que executaram a pesquisa de opinião
e intenção de voto no município de Batalha, referente à Nota Fiscal n. 17.
Portanto, em face do cumprimento às exigências constantes do art.18, §7º, inciso I da
Resolução TSE nº 23.464/15, resta sanada a irregularidade anteriormente apontada;

2.7. Quanto ao Item 9.20. do parecer conclusivo, que indica o pagamento irregular de multa, juros e
encargos com recursos do Fundo Partidário, no montante de R$ 6.288,38 (seis mil, duzentos e oitenta e
oito reais e trinta e oito centavos), a direção partidária reconhece a irregularidade e informa que será
efetuado o pagamento por GRU com a incidência de multa e juros.
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Dessa forma, permanece a irregularidade, devendo a direção partidária promover a devolução


do montante de R$ 6.288,38, devidamente atualizado, apresentando o respectivo comprovante de
pagamento, nestes autos.

2.8. Em resposta ao item 9.23. do parecer conclusivo, referente ao pagamento de multa eleitoral
com recursos do Fundo partidário, a direção partidária reconhece a irregularidade e informa que será
efetuada a devolução por GRU do montante de R$ 22.683,36, com a incidência de multa e juros.

2.9. No item 9.24., do parecer conclusivo, foram identificadas despesas com combustíveis e
lubrificantes, no montante de R$ 1.718,46 (um mil setecentos e dezoito reais e quarenta e seis
centavos) sem o correspondente registro de locação ou cessão de veículos na prestação de contas.
O Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo anteriormente apresentado, em nome do
cedente, senhor Tadeu das Chagas Ferreira, referia-se ao exercício de 2014 (fls. 1834), não sendo
considerado apto para comprovação da cessão.
Nesta oportunidade, a direção partidária junta aos autos cópias da guia de licenciamento
automático do veículo cedido, referente ao exercício de 2016, em nome de Tadeu das Chagas Ferreira, e
os respectivos comprovantes de pagamento. Junta, ainda, cópias das parcelas referentes ao IPVA,
referente ao exercício de 2016, em nome de Tadeu das Chagas Ferreira, com os respectivos
comprovantes de pagamento.
Dessa forma, restou comprovada a propriedade do veículo cedido, durante o exercício de 2016,
afastando, assim, a irregularidade anteriormente apontada.

3. Encerrada a análise dos elementos da presente prestação de contas, considerando a


regularização dos itens 2.4., 2.6. e 2.9., acima, considerando, ainda, que as irregularidades e
impropriedades remanescentes não comprometem a confiabilidade da presente prestação de contas,
opinamos, s.m.j., pela APROVAÇÃO COM RESSALVAS das contas da Direção Estadual do Partido
Progressista - PP, em Alagoas, exercício 2016, nos termos da Resolução TSE nº 23.464/2015, art. 46, inc.
II, consignando que:

3.1. O valor declarado das receitas perfaz um montante de R$ 2.223.167,35 (dois milhões, duzentos
e vinte e três mil, cento e sessenta e sete reais e trinta e cinco centavos) , sendo R$ 2.205.167,35 (dois
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milhões, duzentos e cinco mil, cento e sessenta e sete reais e trinta e cinco centavos) advindos de
recursos do Fundo Partidário e R$ 18.000,00 (dezoito mil) de recursos Estimáveis em Dinheiro;

3.2. O valor declarado das despesas perfaz um montante de R$ 2.036.153,20 (dois milhões, trinta e
seis mil, cento e cinquenta e três reais e vinte centavos) sendo R$ 2.017.270,79 (dois milhões,
dezessete mil, duzentos e setenta reais e setenta e nove centavos) advindos de recursos do Fundo
Partidário e R$ 18.882,41 (dezoito mil, oitocentos e oitenta e dois reais e quarenta e um centavos) de
Outros Recursos;

3.3. as impropriedades foram indicadas nos subitens 2.1. e 2.2., deste Parecer;

3.4. As irregularidades foram apontadas nos subitens 2.3., 2.5., 2.7. e 2.8., deste Parecer.

Assim, seguem abaixo as informações sobre as quais dispõem o inc. IV, do art. 36, da Resolução
TSE nº 23.464/2015:

Proporção ao total da
Valor
Item movimentação
(R$)
R$ 2.036.153,20 (%)
2.3. - -
2.5. - -
2.7. 6.288,38 0,30
2.8. 22.683,36 1,11
Total 28.971,74 1,41

3.5. A direção partidária deve providenciar o recolhimento integral ao erário, do montante de R$


28.971,74 (vinte e oito mil, novecentos e setenta e um reais e setenta e quatro centavos), devidamente
atualizado, referente às irregularidades apontadas nos Itens 2.7. e 2.8., pela utilização indevida dos
recursos do Fundo Partidário, em contrariedade ao art. 17 da Resolução TSE nº 23.464/15.

3.6. Sugerimos também, na esteira da decisão do TSE, conforme item 2.6., que seja determinado ao
partido aplicar, no exercício seguinte ao julgamento desta prestação de contas, o valor determinado
pelo art. 44, V, da Lei n° 9.096/95 (R$ 15.000,00), com o acréscimo pela ausência de comprovação da
transferência do saldo remanescente para conta específica, prevista no §5º do dispositivo retro (R$
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1.875,00), perfazendo um montante de R$ 16.875,00 (dezesseis mil oitocentos e setenta e cinco reais),
a ser devidamente atualizado;

À consideração superior.

Maceió, 22 de abril de 2019.

Helenalba Silva Moura Menezes


Assistente II - ACAGE

Exmo. Sr. Desembargador Relator,

Endossando o parecer técnico, manifesto-me pela APROVAÇÃO COM RESSALVAS das


contas do Órgão de Direção Estadual do Partido Progressista – PP em Alagoas, no exercício 2016.

Maceió, 16 de abril de 2019.

Raquel Helena Paixão Tavares


Assessoria de Contas e Apoio à Gestão

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