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O Banquete de Platão é um diálogo platônico escrito por volta de 380 a.C.

, constituído
basicamente de uma série de discursos sobre a natureza e as qualidades do amor (Eros). A
interpretação de Leo Strauss e de Stanley Rosen destaca o aspecto tragicômico deste
diálogo, que é, na verdade, a resposta de Platão às acusações da Cidade contra a filosofia.

Em O banquete, Platão define o amor como a junção de duas partes que se completam,
constituindo um ser andrógino que, em seu caminhar giratório, perpetua a existência
humana. Esse ser, que só existe no mundo das idéias platônico, confere à sua natureza e
forma uma espécie peculiar de beleza: a beleza da completude, do todo indissociável, e não
uma beleza que simplesmente imita a natureza. Assim, temos em Platão, uma concepção de
belo que se afasta da interferência e da participação do juízo humano, ou seja, o homem
tem uma atuação passiva no que concerne ao conceito de belo: não está sob sua
responsabilidade o julgamento do que é ou não é belo. A dialética de Platão aponta para
duas direções: o mundo das idéias, num plano superior, do conhecimento, que é, ao mesmo
tempo, absoluto e estático; a outra direção segue para o mundo das coisas, dos humanos.
Este, de aparência sensível, é constituído pela imitação de um ideal concebido no mundo
das idéias: portanto, num processo de cópia. Gilles Deleuze aponta para uma terceira
possibilidade que quebra a dicotomia platônica: a cópia fiel e o simulacro, não mais tido
como degenerescência da semelhança ao mundo das idéias, um mero fantasma. Para os
gregos, o belo artístico situava-se no embate entre as boas cópias e o simulacro.
Tò sumpósion, em grego, é em geral traduzido como O Banquete, mas, no sentido atual,
equivaleria a uma festa mundana, em que quase sempre se bebe mais do que se come.
Trata-se, pois, de uma orgia festiva na casa de Agaton, poeta trágico ateniense. Sócrates é o
mais importante dentre os homens presentes. Entre outros, também ali estão Aristodemo,
amigo e discípulo de Sócrates; Fedro, o jovem retórico; Pausânias, amante de Agaton; o
médico Eriximaco; Aristófanes, comediante que ridicularizava Sócrates, e o político
Alcibíades.

O exagero cometido na festa do dia anterior, sobretudo o excesso de bebida, fatigara os


convidados de Agaton. Pausânias propõe, então, que, em lugar de beber, ficassem ali a
conversar, a discutir ou que cada um fizesse algo "diferente". A proposta de Pausânias é
aceita por todos. Eriximaco sugere que fossem feitos elogios a Eros: os convidados
deveriam fazer discursos para louvar o amor. Sócrates intervém, ponderando que, antes de
falar sobre o bem que o amor causa e seus frutos, deveriam tratar de definir o que é o amor.
Diz que, na sua juventude, fora iniciado na filosofia do amor por Diotima de Mantinea, que
era uma sacerdotisa. Diotima lhe ensinou a genealogia do amor.

O primeiro a discursar sobre o assunto é Fedro, seguido por Pausânias, que afirma que há
mais de um Eros, dividido entre bem e mal, real e divino. Após, segue Eriximaco: segundo
ele, o amor não exerce influência apenas nas almas, mas dá, ainda, harmonia ao corpo.

O próximo a discursar é Aristófanes, que começa seu discurso advertindo que sua forma de
discursar será diferente. Faz de imediato uma denúncia da insensibilidade dos homens para
com o poder miraculoso de Eros, e sua consequente impiedade para com um deus tão
amigo. Para conhecer esse poder, ele diz que é preciso antes conhecer a história da natureza
humana e, dito isto, passa a narrar o mito da nossa unidade primitiva e posterior mutilação.
Segundo Aristófanes, havia inicialmente três gêneros de seres humanos, que eram duplos de
si mesmos: havia o gênero masculino masculino, o feminino feminino e o masculino
feminino, o qual era chamado de andrógino. Nas palavras do poeta:

É então de há tanto tempo que o amor de um pelo outro está implantado nos homens,
restaurador da nossa antiga natureza, em sua tentativa de fazer um só de dois e de curar a
natureza humana. Cada um de nós portanto uma téssera complementar de um homem,
porque cortado com os linguados, de um só em dois; e procura cada um o seu próprio
complemento.

Assim, aqueles que foram um corte do andrógino, sejam homens ou mulheres, procuram o
seu contrário. Isto explica o amor heterossexual. E aquelas que foram o corte da mulher, o
mesmo ocorrendo com aqueles que são o corte do masculino, procurarão se unir ao seu
igual. Aqui Platão apresenta uma explicação para o amor homossexual feminino e
masculino. Quando estas metades se encontram, sentem as mais extraordinárias sensações,
intimidade e amor, a ponto de não quererem mais se separar, e sentem-se a vontade de se
"fundirem" novamente num só. Esse é o nosso desejo ao encontramos a nossa cara metade.

O amor para Aristófanes, em Platão, é portanto o desejo e a procura do todo perdido por
causa da nossa injustiça contra os deuses. O último a elogiar o amor foi Agaton, o anfitrião
do banquete. Ao contrário dos que o precederam, Agaton não se propõe enaltecer os
benefícios que Eros faz ao homem, mas sim cantar o próprio deus e a sua essência,
passando em seguida a descrever-lhe o dote. Após toda essa longa lista de virtudes
atribuídas a Eros, nota-se o quanto o poeta se distancia de sua proposta inicial e de seu
preceito metodológico.

Finalmente chega a hora de Sócrates discursar, e ele fala que, sendo o Amor, amor de algo,
esse algo é por ele certamente desejado. Mas este objeto do amor só pode ser desejado
quando lhe falta e não quando o possui, pois ninguém deseja aquilo de que não precisa
mais.

O que deseja, deseja aquilo de que é carente, sem o que não deseja, se não for carente.

Aqui, na fala de Sócrates, Platão coloca seu apontamento crucial sobre o conceito de amor,
onde, o que se ama é somente aquilo que não se tem. E se alguém ama a si mesmo, ama o
que não é. O objeto do amor sempre está ausente, mas sempre é solicitado. A verdade é algo
que está sempre mais além: sempre que pensamos tê-la atingido, ela se nos escapa entre os
dedos. Essa inquietação na origem de uma procura, visando uma paixão ou um saber, faz
do amor um filósofo. Sendo o Amor, amor daquilo que falta, forçosamente não é belo nem
bom, visto que necessariamente o Amor é amor do belo e do bom. Não temos como desejar
aquilo que temos. No mesmo diálogo, Platão ainda fala sobre a origem de Eros (através do
mito narrado por Diotima de Mantinéia a Sócrates). Eros teria a natureza da falta
justamente por ser filho de Recurso e Pobreza.

Platão deixa entrever em O Banquete, que Eros deve ser pensado em termos relacionais,
não em termos absolutos. Não se deve compreender o amor como absoluto, mas como
relativo, pois é amor de alguma coisa. O amor estabelece relação entre quem ama e aquele
que é amado, assim como a opinião certa medeia sabedoria e ignorância.
No texto, Platão retira de Eros (Amor) a condição de deus, e transforma-o em um selo, um
intermediário entre os deuses e os mortais (o amor como ligação). Segundo relatos do texto
de Platão e de alguns de seus companheiros, o amor é um dos maiores bens do homem
(junto com o inteligência e a sabedoria); não é nem bom nem mal em si mesmo, como
prática. No diálogo, existe também uma explicação e a naturalização do amor bissexual e
do amor homossexual. Platão relaciona o amor com a verdade, pois quando se ama não é
somente exercer o poder sobre alguém ou demonstrar força, mas trata-se de saber ser
correspondido, ou seja, trata-se da verdade.

Para alguns intérpretes, o conceito de amor em Platão em O Banquete é irracional e


explicado pela natureza.

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