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MATERIAL DE FÉRIAS1PREPARAENEM
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 01
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
Claro, 3filmes históricos ou mesmo aqueles fi- 04| A oposição entre “ciência” e “Hollywood”, ex-
éis à ciência têm enorme valor cultural. Outros pressa no título do artigo de Gleiser, corresponde a
educam as emoções através da ficção. 14Mas, se outra oposição bastante estudada no campo da lite-
existirem exageros, eles não deverão ser critica- ratura, que se verifica entre:
dos como tal. Fantasmas não existem, mas fil-
mes de terror sim. Pode-se argumentar que, no A acontecimento e opinião
caso de filmes que versam sobre temas científi-
cos, 4as pessoas vão ao cinema esperando uma B historicismo e atualidade
ciência crível. Isso pode ser verdade, mas elas C verdade e verossimilhança
não deveriam basear suas conclusões no que diz
o filme. No mínimo, o cinema pode servir como D particularização e universalismo
mecanismo de alerta para questões científicas
05| No título do texto, a palavra Hollywood é empre-
importantes: o aquecimento global, a inteligên-
gada por causa da identificação entre a indústria ci-
cia artificial, a engenharia genética, as guerras
nematográfica e uma localidade dos Estados Unidos
nucleares, os riscos espaciais como cometas ou
que concentra empresas do ramo. Esse emprego,
asteroides etc. 8Mas o conteúdo não deve ser
portanto, configura uma figura de linguagem conhe-
levado ao pé da letra. 16A arte distorce para per-
cida como:
suadir. E o cinema moderno, com efeitos espe-
ciais absolutamente espetaculares, distorce com A metáfora
enorme facilidade e poder de persuasão.
B hipérbole
O que os cientistas podem fazer, e isso está viran-
C metonímia
do moda nas universidades norte-americanas, é
usar filmes nas salas de aula para educar seus D eufemismo
alunos sobre o que é cientificamente correto e
o que é absurdo. Ou seja, usar o cinema como 06| Ao longo do texto, o autor procura evitar gene-
ferramenta pedagógica. 17Os alunos certamente ralizações, admitindo, após algumas conclusões, a
prestarão muita atenção, muito mais do que em possibilidade de exceções. Essa atitude do autor está
uma aula convencional. Com isso, será possível exemplificada em:
educar a população para que, no futuro, um nú-
mero cada vez maior de pessoas possa discernir A Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos
o real do imaginário. fantásticos. (ref. 10)
MARCELO GLEISER
Adaptado de www1.folha.uol.com.br. B Recentemente, o debate sobre as liberdades
científicas tomadas pelo cinema tem aquecido.
03| Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser
(ref. 11)
criticados como tal. (ref. 14)
Esta afirmação, embora pareça contraditória, sugere C Óbvio, documentários devem retratar fielmente
um elemento fundamental para a compreensão do a ciência, educando e divertindo a população,
ponto de vista do autor. O fragmento que melhor sin- (ref. 12)
tetiza o ponto de vista expresso pela frase citada é:
D As pessoas não vão ao cinema para serem edu-
A Até recentemente, defendia a posição mais rígi- cadas, ao menos como via de regra. (ref. 13)
da, (ref. 15)
07| Marcelo Gleiser é um cientista que admite mu-
B filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciên-
dar de opinião se confrontado com novas evidências
cia têm enorme valor cultural. (ref. 3)
ou com novas reflexões.
C A arte distorce para persuadir. (ref. 16)
De acordo com o texto, o autor antes pensava que
D Os alunos certamente prestarão muita atenção, filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à ciência que
(ref. 17) retratam, mas atualmente tem outra opinião.
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
A opinião que hoje ele defende, acerca desse assun- TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
to, baseia-se na seguinte conclusão:
Com base na tira abaixo, responda às questões que
se seguem.
A Existe uma diferença crucial entre um filme co-
mercial e um documentário científico. (ref. 1)
B Pode ser que existam alguns, mas se existirem 11| No segundo quadro da tira, a minhoca se escon-
não fizeram muito sucesso. (ref. 6) de para não ser notada pelas cobras.
C Para um produtor de cinema, a questão não pas- Essa tentativa de desaparecimento da personagem é
sa pela ciência. (ref. 7) enfatizada pelo uso do seguinte recurso:
D Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da A caráter exclamativo de uma fala
letra. (ref. 8) B movimento conjunto das cobras
A reflexão A raiva
B admiração B ansiedade
C indiferença C intolerância
D expectativa D contrariedade
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
GABARITO 08| B
Marcelo Gleiser afirma, em primeiro lugar, que não
01| A
existem filmes que retratem as explosões no espaço
O uso da terceira pessoa demonstra um distancia- de forma verossímil, pois há sempre ruídos a acom-
mento crítico do personagem na avaliação que faz panhar os efeitos visuais. Posteriormente, admite
sobre a arte moderna. Se usasse a primeira, demons- que possa ter havido até alguns, justificando que não
traria subjetividade e condicionaria o conhecimento lhe ficaram na memória por não terem obtido grande
dos objetos externos aos seus próprios referenciais. sucesso.
02| C
09| B
Os termos “rombo” e “orçamentária”, respectivamen-
te, na fala do personagem e na etiqueta que acompa- As sobrancelhas levantadas dos cientistas expressam
nha a figura do quadro, sugerem uma associação com incredulidade perante cenas impossíveis de aconte-
o alto custo das obras, constituindo assim uma crítica cer no plano científico. Os olhos esbugalhados dos
de relação econômica, como se afirma em [C]. espectadores, pouco interessados nesse tipo de ava-
liação, revelam admiração pelos efeitos que estimu-
03| C
lam a fantasia e produzem fortes sensações, como se
Marcelo Gleiser chega à conclusão de que uma das transcreve em [B].
particularidades da arte é alterar as características
estruturais da realidade para transportar as pessoas 10| D
a um mundo imaginário, onde os exageros podem
constituir recurso necessário para ativar a fantasia: A fala da minhoca revela uma reação comum das víti-
“A arte distorce para persuadir”. mas de discriminação que é transferir a sua condição
de insignificância a outro ser mais inferior.
04| C
Se a ciência fundamenta as suas teses aos resultados 11| C
obtidos através da experiência e se a indústria cine- É correta a opção [C], pois, no segundo quadro, a
matográfica tem por fim a criação artística através do retirada da moldura sugere o desaparecimento da
uso da fantasia, a arte literária deve atender à veros-
minhoca que se esconde para não ser notada pelas
similhança, harmonia e coerência entre os atos nar-
cobras.
rados e os elementos fantasiosos ou imaginários que
sejam determinantes no texto. 12| B
05| C
A repetição e o tom exclamativo da fala da minhoca
Trata-se de metonímia, figura de linguagem baseada enfatizam a ansiedade do personagem em desvincu-
na substituição de um nome por outro com que man- lar-se da condição de inferioridade que lhe está sen-
tém contiguidade, no caso o nome da cidade pela in- do atribuída pelas cobras, como se refere em [B].
dústria cinematográfica que a tornou famosa.
06| D
A expressão “ao menos como via de regra” (geral-
mente, habitualmente) admite a possibilidade de ex-
ceções ao que foi citado anteriormente.
07| A
Partindo da premissa de que Marcelo Gleiser mudou
de opinião relativamente à obrigatoriedade de os fil-
mes serem fiéis à ciência que retratam, a opção [A]
é a única em que está patente a sua nova postura,
ao admitir que existem diferenças entre um filme co-
mercial e um documentário científico, mudança jus-
tificada no período seguinte: “documentários devem
retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a
população, mas filmes não têm necessariamente um
compromisso pedagógico”.
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
PARTE
MATERIAL DE FÉRIAS2PREPARAENEM
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 02
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
02| É uma imagem verdadeiramente surreal, (ref. 5) 06| Pois assim como Amarildo é aquele que desa-
pareceu das vistas, e não faz muito tempo, Cláudia
Na argumentação desenvolvida pelo autor, a imagem é aquela que subitamente salta à vista, e ambos
do porta-malas do carro da polícia expressa sentidos soam, queira-se ou não, como o verso e o reverso
ambivalentes em relação à violência. do mesmo. (ref. 9)
Esses sentidos podem ser definidos como: Neste trecho, para aproximar dois casos recentemen-
A achar − perder te noticiados na imprensa, o autor emprega um re-
curso de linguagem denominado:
B socorrer − redimir
A antítese
C esconder − revelar
B negação
D orientar − desorientar
C metonímia
03| Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil,
de um certo Brasil que temos que lutar para que não D personificação
se transforme no carro alegórico do Brasil. (ref. 11)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:
A sequência do emprego dos artigos em “de um Bra-
Medo e vergonha
sil” e “do Brasil” representa uma relação de sentido
entre as duas expressões, intimamente ligada a uma 3O medo é um evento poderoso que toma o nos-
preocupação social por parte do autor do texto. so corpo, nos põe em xeque, paralisa alguns e
atiça a criatividade de outros. Uma pessoa em
Essa relação de sentido pode ser definida como: estado de pavor é dona de uma energia extra ca-
A ironia paz de feitos incríveis.
B conclusão Um amigo nosso, quando era adolescente, apro-
veitou a viagem dos pais da namorada para ficar
C causalidade na casa dela. Os pais voltaram mais cedo e, pego
D generalização em flagrante, nosso Romeu teve a brilhante ideia
de pular, pelado, do segundo andar. Está vivo.
04| No início do texto, ao expressar sua indignação Tem hoje essa incrível história pra contar, mas
em relação ao tema abordado, o autor apresenta deve se lembrar muito bem da vergonha.
uma reflexão sobre o emprego de adjetivos. 4Me lembrei dessa história por conta de outra
Essa reflexão está associada à seguinte ideia: completamente diferente, mas na qual também
vi meu medo me deixar em maus lençóis.
A o fato exige análise criteriosa
Estava caminhando pelo bairro quando resolvi
B o contexto constrói ambiguidade explorar umas ruas mais desertas. 5De repente,
C a linguagem se mostra insuficiente vejo um menino encostado num muro. Parecia
um menino de rua, tinha seus 15, 16 anos e,
D a violência pede descrição cuidadosa quando me viu, fixou o olhar e apertou o passo
na minha direção. Não pestanejei. Saí correndo.
05| Ele está dizendo: seria uma morte anônima,
Correndo mesmo, na mais alta performance de
aplainada pela surdez da praxe, pela invisibilidade, minhas pernas.
uma morte não questionada, como tantas outras.
(ref. 2) No meio da corrida, comecei a pensar se ele iria
mesmo me assaltar. Uma onda de vergonha foi
Logo após citar a declaração do marido de Cláudia, o me invadindo. O rapaz estava me vendo correr.
autor a explica. E se eu tivesse me enganado? E se ele não fosse
fazer nada? Mesmo que fosse. Ter sido flagrada
Em relação a essa declaração, a explicação do autor
no meu medo e preconceito daquela forma já
produz o efeito de: me deixava numa desvantagem fulminante.
A enfatizar seu conteúdo Não sou uma pessoa medrosa por excelência,
B corrigir sua construção mas, naquele dia, o olhar, o gesto, alguma coi-
sa no rapaz acionou imediatamente o motor de
C enumerar seus detalhes minhas pernas e, quando me dei conta, já estava
D contrapor-se a sua simplicidade em disparada.
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
Fui chegando ofegante a uma esquina, os mo- 09| A crônica é um gênero textual que frequente-
toristas de um ponto de táxi me perguntaram o mente usa uma linguagem mais informal e próxima
que tinha acontecido e eu, um tanto constrangi- da oralidade, pouco preocupada com a rigidez da
da, disse que tinha ficado com medo. Me con- chamada norma culta.
taram que ele vivia por ali, tomando conta dos
carros. Fervi de vergonha. Um exemplo claro dessa linguagem informal, presen-
te no texto, está em:
O menino passou do outro lado da rua e, perce-
bendo que eu olhava, imitou minha corridinha, A O medo é um evento poderoso que toma o nos-
fazendo um gesto de desprezo. Tive vontade de so corpo, (ref. 3)
sentar na 1guia e chorar. Ele só tinha me olha-
B Me lembrei dessa história por conta de outra
do, e o resto tinha sido produto legítimo do meu
completamente diferente, (ref. 4)
preconceito.
Fui atrás dele. Não consegui carregar tamanha C De repente, vejo um menino encostado num
2bigorna pra casa. “Ei!” Ele demorou a virar. Se muro. (ref. 5)
eu pensava que ele assaltava, 6ele também não D ele também não podia imaginar que eu pedisse
podia imaginar que eu pedisse desculpas. Insisti: desculpas. (ref. 6)
“Desculpa!” Ele virou. 7Seu olhar agora não era
mais de ladrão, e sim de professor. Me perdoou 10| Na última frase da crônica, a autora correlaciona
com um sinal de positivo ainda cheio de despre- dois episódios. Em ambos, aparece o atributo “pela-
zo. Fui pra casa pelada, igual ao Romeu suicida. do(a)”. No entanto, esse atributo tem significado di-
Denise Fraga
ferente em cada um dos episódios.
folha.uol.com.br, 08/01/2013
No texto, o significado de cada termo se caracteriza
1 guia − meio-fio da calçada por ser, respectivamente:
2bigorna − bloco de ferro para confecção de instru- A literal e figurado
mentos
B geral e particular
07| No primeiro parágrafo, apresentam-se algumas
C descritivo e irônico
características do medo, quase todas positivas, mas
se omite uma de suas características negativas, tema- D ambíguo e polissêmico
tizada no decorrer do texto.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:
Esta característica negativa do medo é a de:
É MENINA
A basear-se em fatos
B ter vergonha do sentimento É menina, que coisa mais fofa, parece com o pai,
parece com a mãe, parece um joelho, upa, upa,
C reforçar um constrangimento não chora, isso é choro de fome, isso é choro
D ser motivado por preconceito de sono, isso é choro de chata, choro de meni-
na, igualzinha à mãe, achou, sumiu, achou, não
08| Seu olhar agora não era mais de ladrão, e sim faz pirraça, coitada, tem que deixar chorar, vo-
de professor. (ref. 7) cês fazem tudo o que ela quer, 2isso vai crescer
mimada, eu queria essa vida pra mim, dormir e
A frase deixa subentendida a ideia de que o menino mamar, aproveita enquanto ela ainda não enga-
foi capaz de ensinar, pelo exemplo, algo à autora. tinha, 3isso daí quando começa a andar é um in-
ferno, daqui a pouco começa a falar, daí não para
Esse ensinamento dado pelo menino está ligado à ca-
mais, ela precisa é de um irmão, foi só falar, olha
pacidade de: só quem vai ganhar um irmãozinho, tomara que
A perdoar seja menino pra formar um casal, ela tá até mais
quieta depois que ele nasceu, parece que ela cui-
B desprezar da dele, esses dois vão ser inseparáveis, ela deve
C desculpar-se morrer de ciúmes, ele já nasceu falante, menino
é outra coisa, desde que ele nasceu parece que
D arrepender-se ela cresceu, já tá uma menina, quando é que vai
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
pra creche, ela não larga dessa boneca por nada, 13| O uso da expressão “é menina”, tanto para co-
já podia ser mãe, já sabe escrever o nomezinho, meçar quanto para finalizar o texto, adquire também
quantos dedos têm aqui, qual é a sua princesa um valor simbólico, pelo significado que assume no
da Disney preferida, quem você prefere, o papai contexto.
ou a mamãe, quem é o seu namoradinho, quem
é o seu príncipe da Disney preferido, já se ma- No contexto, esse recurso provoca um entendimento
quia nessa idade, é apaixonada pelo pai, cadê o de:
Ken, daqui a pouco vira mocinha, eu te peguei
A alteração previsível de juízos morais
no colo, só falta ficar mais alta que eu, finalmen-
te largou a boneca, já tava na hora, agora deve B reprodução indefinida de preconceitos sociais
tá pensando besteira, soube que virou mocinha,
ganhou corpo, tenho uma dieta boa pra você, a C rejeição possível de comportamentos familiares
dieta do ovo, a dieta do tipo sanguíneo, a die- D esperança vaga de novas atitudes das mulheres
ta da água gelada, essa barriga só resolve com
cinta, que corpão, essa menina é um perigo, 1vai 14| isso vai crescer mimada, (ref. 2)
ter que voltar antes de meia-noite, o seu irmão é
diferente, menino é outra coisa, vai pela sombra, isso daí quando começa a andar é um inferno, (ref. 3)
não sorri pro porteiro, não sorri pro pedreiro,
Os trechos acima são exemplos de pontos de vista
quem é esse menino, se o seu pai descobrir, ele
negativos acerca da menina.
te mata, esse menino é filho de quem, cuidado
que homem não presta, não pode dar confiança, Esses pontos de vista são reforçados pelo uso do pro-
não vai pra casa dele, homem gosta é de mulher nome isso, porque ele associa a criança a uma ideia de:
difícil, tem que se dar valor, homem é tudo igual,
segura esse homem, não fuxica, não mexe nas A negação
coisas dele, tem coisa que é melhor a gente não B coisificação
saber, não pergunta demais que ele te abando- C deseducação
na, o que os olhos não veem o coração não sen-
te, quando é que vão casar, ele tá te enrolando, D individualização
morar junto é casar, quando é que vão ter filho,
ele tá te enrolando, barriga pontuda deve ser
menina, é menina.
GABARITO
DUVIVIER, Gregorio. Folha de São Paulo, 16/09/2013. 01| C
11| A crônica de Gregorio Duvivier é construída em O autor reclama da necessidade de se ouvir com mui-
um único parágrafo com uma única frase. Essa frase ta atenção a “voz daqueles que nunca são ouvidos”,
começa e termina pela mesma expressão: é menina. o que sugere que há segmentos excluídos da popula-
ção cujos direitos nunca são levados em considera-
Em termos denotativos, a menina, referida no final ção. Assim, é correta a alternativa [C].
do texto, pode ser compreendida como:
A filha da primeira 02| C
B ideal de pureza Quando a tampa do porta-malas do carro da polícia
C mulher na infância se abre, acaba por revelar a violência a que são sub-
metidos determinados setores da população mais
D sinal de transformação
carenciada, o que normalmente é escondido do pú-
12| vai ter que voltar antes de meia-noite, o seu ir- blico. Assim, é correta a alternativa [C].
mão é diferente, menino é outra coisa, (ref. 1)
03| D
O fragmento reproduz falas que apontam uma dife-
rença entre meninos e meninas. Através dos artigos “um” e “o”, o autor refere-se a
Essa diferença se verifica em relação ao seguinte aspecto: duas formas de analisar o Brasil, no que diz respeito
a carências sociais e violência. O primeiro refere-se a
A beleza
uma parte específica do país em que a exclusão social
B esperteza e a violência são explícitas e constantes, e o segundo
C inteligência faz referência a todo o Brasil, que, de forma genérica,
é afetado também por esse tipo de violência. Assim,
D comportamento é correta a alternativa [D].
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 5
PARTE
MATERIAL DE FÉRIAS3PREPARAENEM
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 03
01| A maioria dos atletas olímpicos é lembrada por C recebeu um prêmio por colocar o espírito olím-
suas vitórias, ou seja, por medalhas de ouro. Mas um pico acima do desejo da vitória.
brasileiro ficará eternizado na história dos Jogos por
sua atitude exemplar diante de um fato surpreenden- D chegou em terceiro lugar na maratona de 2004,
te e inusitado na Olimpíada de 2004, em Atenas. O demonstrando descontentamento.
paranaense Vanderlei Cordeiro de Lima tinha 35 anos
E contundiu-se ao ser derrubado pelo atleta italia-
quando ganhou a Medalha Pierre de Coubertin, um
no na maratona de Atenas em 2004.
dos prêmios mais nobres concedidos pelo Comitê
Olímpico Internacional (COI) a atletas que valorizam TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
o esporte mais do que a própria vitória.
Postagem de imagens de cirurgias em redes sociais
O brasileiro recebeu a honraria após a sua memorá- infringe o Código de Ética
vel participação na maratona olímpica, modalidade
considerada a mais tradicional e que, por isso, foi Casos como o dos médicos do Hospital das For-
destaque no dia do encerramento dos Jogos. Van- ças Armadas (HFA) de Brasília, que reproduzi-
derlei liderava a prova até o 36° quilômetro, a 6 do ram em suas redes sociais na internet fotos de
final, quando foi atacado pelo ex-sacerdote Corne-
pacientes anestesiados para eventuais proce-
lius Horan, que invadira a pista. O golpe do fanático
dimentos cirúrgicos, infringem o capítulo IX do
religioso irlandês derrubou o atleta, que teve de ser
socorrido por alguns espectadores, numa das cenas Código de Ética Médica, que trata sobre o Sigilo
mais lamentáveis e, ao mesmo tempo, emocionantes Profissional. A pena pode ir de uma advertência
da história das Olimpíadas. do Cremesp até a cassação do registro profissio-
nal de médico, de acordo com o que for determi-
Vanderlei perdeu fôlego, tempo, concentração e duas
posições na prova, mas ainda assim conseguiu com- nado após julgamento.
pletar a maratona em terceiro lugar. Ao entrar no
A prática infringe mais especificamente o art. 75,
estádio Panathinaiko, ele foi aplaudido de pé pelos
torcedores, que esperavam por sua chegada, e vibra- que proíbe o médico de “fazer referência a casos
ram mais do que quando o italiano Stefano Baldini clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus
terminou o percurso na primeira colocação. Mos- retratos em anúncios profissionais ou em meios
trando seu espírito esportivo, Vanderlei percorreu o de comunicação em geral, mesmo com a autori-
trecho final da prova imitando um avião e com um zação do paciente”.
sorriso no rosto.
<http://tinyurl.com/pfwel5p> Acesso em: 12.09.2015. Adaptado. Reinaldo Ayer de Oliveira, conselheiro e coorde-
nador do Centro de Bioética do Cremesp, lembra
Segundo o texto, é correto afirmar que o atleta Van-
que a preservação do segredo das informações
derlei Cordeiro
deve ser mantida por todos os profissionais e
A demonstrou indignação ao sofrer a interferência instituições. “Além de ser uma obrigação legal
do ex-sacerdote em 2004. contida no Código Penal e na maioria dos Códi-
B foi derrubado por um atleta irlandês durante gos de Ética profissional, é um dever prima facie
uma prova olímpica em Atenas. de todos os profissionais e das instituições”.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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Em busca feita pela reportagem, foram encon- B a indicação do local de trabalho do jovem médico.
tradas fotos em que era possível ver o rosto dos
pacientes, incluindo de um homem sendo ope- C a intenção do médico.
rado e uma criança que fazia tratamento contra
um câncer. D a frequência com que o aplicativo é acessado.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3
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06| No segundo parágrafo da matéria da Folha de D uso do grotesco na caracterização de seres hu-
S.Paulo, os travessões são empregados de modo a manos e de animais.
A enaltecer o problema da exposição nas redes so- E inversão do sentido de um pensamento bastante
ciais.
repetido.
B destacar a ideia que os usuários têm a respeito
09| Examine a figura.
do aplicativo.
C direcionar a opinião do leitor para as implicações
das redes sociais.
D explicitar a finalidade do aplicativo.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Examine este cartum para responder à(s) ques-
tão(ões) a seguir.
A Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 5
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
13| Embora tenha sido publicado em jornal, o texto 15| Examine os seguintes comentários sobre dife-
contém recursos mais comuns na linguagem literária rentes elementos linguísticos presentes no texto:
do que na jornalística. Exemplificam tais recursos a
hipérbole e a metáfora, que ocorrem, respectiva- I. Na oração que inicia o texto, a palavra “concretas”
mente, nos seguintes trechos: (ref. 1) é um adjetivo que amplia o significado de ou-
tro adjetivo.
A “corredores de portas muito altas” (ref. 4); “fan-
tasma em cinzentos” (ref. 3). II. No trecho “do documento que depois será objeto
de pesquisa histórica” (ref. 3), a palavra “objeto” as-
B “vale de lágrimas” (ref.7); “passado embrulhado
sume sentido abstrato.
em papel de seda” (ref. 5).
C “doida de desejo” (ref. 19); “um barulho de co- III. A expressão “prova dos nove” (ref. 5) deve ser en-
pos tinindo” (ref. 6). tendida, no texto, em seu sentido literal.
D “mulheres desesperadas” (ref. 20); “sob o céu de Está correto o que se afirma em
anil de Minas” (ref.11).
A I, apenas.
E “roça brilhante de sol” (ref. 22); “chocolates se-
dutores e proibidos” (ref. 21). B II, apenas.
6 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 17| No 2º parágrafo, as perguntas feitas pelo autor são:
A declarativas, que comparam a periculosidade
Crianças brincando
das mais variadas atividades profissionais.
B retóricas, que contradizem a declaração da pro-
fessora da PUC.
C retóricas, que questionam o posicionamento da
psicóloga da PM.
D ideológicas, que polemizam a postura tanto da
psicóloga quanto da professora.
E exclamativas, que expressam os sentimentos de
ironia sobre o tema em questão.
18| Segundo o texto, o autor:
A aceita o fato de uma criança ter curiosidade so-
Uma psicóloga da PM-SP defende que crianças bre o instrumento de trabalho do pai, inclusive
se for arma de fogo.
de oito anos podem manusear armas de fogo,
B sugere que o filho de um PM pode brincar com
“desde que acompanhadas pelos pais”. É normal, instrumentos de trabalho perigosos, exceto com
diz ela, que o filho de um policial tenha curio- armas de fogo.
sidade sobre o instrumento de trabalho de seu C acha normal o filho de um PM ter interesse so-
pai, “assim como o filho do médico tem sobre o bre o instrumento de trabalho do pai, sobretudo
quando se trata de arma de fogo.
estetoscópio”. A recente tragédia em São Paulo,
D sustenta a ideia de que um menor de idade pode
envolvendo o menino Marcelo Pesseghini, 13,
usar armas de fogo, desde que sob a supervisão
suspeito de matar seus pais (ambos, policiais dos pais.
militares), a avó e a tia-avó, e que se matou em E concorda com o fato de uma criança ser atraída
seguida, tudo a tiros, não abalou sua convicção. pelo instrumento de trabalho do pai, mas ponde-
ra sobre os limites que ele, pai, deva estabelecer.
Vejamos. É normal que o filho de oito anos de
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
um piloto de aviação tenha curiosidade sobre o
instrumento de trabalho do pai - o avião. Isso
autoriza o piloto a pôr o filho na cadeira do co-
piloto e “acompanhá-lo” enquanto ele pousa o
aparelho levando 300 passageiros? O filho de
um madeireiro, apenas por ser quem é, estará
autorizado a brincar com uma motosserra? E o
filho de um proctologista estará apto a manipu-
lar o instrumento de trabalho de seu pai? (...)
Tratava-se de uma orientação pedagógica que acredi-
A professora Maria de Lourdes Trassi, da Faculda- tava no papel da instrução como base prévia das trans-
formações sociais. Ela preconizava uma educação rigo
de de Psicologia da PUC-SP, rebate o argumento rosamente leiga em classes mistas, sem religião, com
da psicóloga da PM, dizendo: “O cirurgião pode predomínio da ciência apelando para a iniciativa do
até dar o estetoscópio ou a luva [para o filho aluno e criando para ele condições atraentes de apren-
brincar]. Mas não vai lhe apresentar o bisturi”. dizado, com o fim de formar cidadãos independentes
não submetidos aos preconceitos. Ao mesmo tempo,
Também acho. E há muitas coisas com que o fi- Ferrer pregava a organização sindical dos professores e
lho de um PM pode brincar - gás de mostarda, a sua solidariedade com o movimento operário, como
consequência lógica do pressuposto segundo o qual a
bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha instrução leiga e científica leva necessariamente a de-
-, sem ter de apelar para armas de fogo. sejar a transformação da sociedade.
(Ruy Castro, Folha de S. Paulo, 19.08.2013) (Antonio Candido, Teresina etc...)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 7
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8 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 9
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 04
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1
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03| Além da comparação entre papéis sociais, há no 07| Ter enxaqueca não era para todos, (ref.6)
texto outra comparação, implícita, que indica uma
Considerando que a afirmação acima não pode ser
compreensão do narrador acerca de comportamen-
verdadeira, conclui-se que ela é feita para expressar
tos na sociedade.
outro sentido, menos literal.
Essa comparação implícita está em: O sentido expresso pela afirmação, no texto, pode
ser definido como:
A menino, naqueles tempos, não dava opinião
(ref.1) A metonímico
B hiperbólico
B Também se falava misteriosamente em “molés-
C metafórico
tias de senhoras” (ref.2)
D irônico
C Nunca me apareceu nenhuma. (ref.3)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
D até hoje me assombra este verso único: (ref.4)
04| O segundo parágrafo do texto revela mais clara-
mente a compreensão do menino acerca daquela so-
ciedade de papéis bem definidos, a partir da situação
econômica de cada um.
O par de vocábulos, presentes no texto, que remete
à divisão entre grupos sociais, tal como caracterizada
pelo narrador, é:
A chá – fantasmas
B elegância – laçarote
C privativa – verdadeira
D encanados – espichado
05| O texto de Mário Quintana se baseia em duas
oposições: “gente bem” versus “criadas” e “este
mundo” versus “o outro mundo”. “O outro mundo” é 08| O quadro produz um estranhamento em relação
representado, no texto, por alguns elementos evoca- ao que se poderia esperar de um pintor que observa
dos pelo narrador. A expressão que melhor identifica um modelo para sua obra. Esse estranhamento con-
tais elementos é: tribui para a reflexão principalmente sobre o seguin-
A ventos encanados te aspecto da criação artística:
A perfeição da obra
B moléstias de senhoras
B precisão da forma
C anúncios farmacêuticos
C representação do real
D histórias de assombrações D importância da técnica
06| A não ser através d’ O tico-tico e da poesia de 09| Pode-se definir “metalinguagem” como a lingua-
Camões, (ref.4) gem que comenta a própria linguagem, fenômeno
A expressão em destaque torna a frase que ela intro- presente na literatura e nas artes em geral.
duz uma ressalva em relação ao que está enunciado O quadro A perspicácia, do belga René Magritte, é
anteriormente. Essa ressalva evidencia que as leitu- um exemplo de metalinguagem porque:
ras do poeta lhe davam a seguinte possibilidade:
A destaca a qualidade do traço artístico
A rever suas crenças arraigadas
B mostra o pintor no momento da criação
B interagir com universos diferentes
C implica a valorização da arte tradicional
C superar uma alienação do presente
D indica a necessidade de inspiração concreta
D compreender a idealização da morte
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: “maçã vermelha”, “água boa”, “cavalo veloz”; em
vez de “a maçã é vermelha”, “essa água é boa”,
Sobre a origem da poesia “aquele cavalo é veloz”. Essa forma mais sinté-
A origem da poesia se confunde com a origem da tica, telegráfica, aproxima os nomes da própria
própria linguagem. existência − como se a fala não estivesse se refe-
rindo àquelas coisas, e sim apresentando-as (ao
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando
mesmo tempo em que se apresenta).
a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou:
6No seu estado de língua, no dicionário, as pala-
qual a origem do discurso não poético, já que,
restituindo laços mais íntimos entre os signos e vras intermedeiam nossa relação com as coisas,
as coisas por eles designadas, 1a poesia aponta impedindo nosso contato direto com elas. 7A lin-
para um uso muito primário da linguagem, que guagem poética inverte essa relação, pois, vindo
parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de
conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, acesso sensível mais direto entre nós e o mundo.
discussões, discursos, ensaios ou telefonemas.
(...)
4Como se ela restituísse, através de um uso espe-
cífico da língua, a integridade entre nome e coisa Já perdemos a inocência de uma linguagem ple-
− que o tempo e as culturas do homem civilizado na assim. As palavras se desapegaram das coisas,
trataram de separar no decorrer da história. assim como os olhos se desapegaram dos ouvi-
A manifestação do que chamamos de poesia hoje dos, ou como a criação se desapegou da vida.
8Mas temos esses pequenos oásis − os poemas
nos sugere mínimos flashbacks de uma possível
infância da linguagem, antes que a representa- − contaminando o deserto da referencialidade.
ção rompesse seu cordão umbilical, gerando es-
ARNALDO ANTUNES
sas duas metades − significante e significado. www.arnaldoantunes.com.br
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
PARTE
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 05
D “forma-se um círculo de garçons, com o maître à B contradiz o que a frase pretende transmitir a res-
frente”. peito do modo de pensar do compositor.
E “O músico credita sua boa forma ao estilo de C deve ser entendida de forma positiva assim
vida”. como o trecho “é o passado que vive nele”.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
D refere-se a maneiras de pensar coletivas, ao con- 04| Considere os seguintes elementos de composi-
trário da frase, que considera apenas o aspecto ção textual:
individual. I. interação com o leitor;
E atribui à palavra “passado” um sentido diverso II. incorporação de uma fala em discurso indireto;
do que esse termo assume na frase citada.
III. procedimento intertextual;
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:
IV. mistura de gêneros discursivos.
BOCAGE NO FUTEBOL
É correto afirmar que, no texto, ocorre apenas o que
Quando eu tinha 3meus cinco, meus seis anos, foi indicado em
morava, ao lado de minha casa, um garoto que
era 2tido e havido como o anticristo da rua. Sua A I e IV.
idade regulava com a minha. E 6justiça se lhe
faça: — não havia palavrão que ele não praticas- B II e IV.
se. Eu, na minha candura pânica, vivia cercado C I, III e IV.
de conselhos, por todos os lados: — “Não brinca
com Fulano, que ele diz nome feio!”. E o Fulano D II e III.
assumia, aos meus olhos, as proporções feéricas
de um Drácula, de um 1Nero de fita de cinema. E I, II, e III.
Mas o tempo passou. E acabei descobrindo que, 05| A expressão “Nero de fita de cinema” (ref. 1) tem
afinal de contas, o anjo de boca suja estava com a finalidade de, principalmente,
a razão. Sim, amigos: — cada nome feio que a A expressar um paradoxo, semelhante ao da ex-
vida extrai de nós é um estímulo vital irresistí- pressão “anjo de boca suja”.
vel. Por exemplo: — os nautas camonianos. Sem
uma sólida, potente e jucunda pornografia, um B opor-se, quanto ao sentido, a “proporções feéri-
cas de um Drácula”.
Vasco da Gama, um Colombo, um Pedro Álvares
Cabral não teriam sido almirantes nem de barca C mostrar a popularidade do menino que falava
da Cantareira. O que os virilizava era o bom, o palavrões.
cálido, o inefável palavrão.
D traduzir a admiração que o autor nutria pelo seu
Mas, se nas relações humanas em geral, o nome vizinho.
feio produz esse impacto criador e libertário,
E reforçar a ideia contida em “anticristo da rua”.
que dizer do futebol? Eis a verdade: — retire-se
a pornografia do futebol e nenhum jogo será 06| Tendo em vista o contexto, sobre os seguintes
possível. Como jogar ou como torcer se não po- trechos, só NÃO é correto afirmar:
demos xingar ninguém? O craque ou o torce- A “era tido e havido” (ref. 2): trata-se de uma repe-
dor é um Bocage. Não o 4Bocage fidedigno, que tição com valor enfático.
nunca existiu. Para mim, o 5verdadeiro Bocage é
o falso, isto é, o Bocage de anedota. Pois bem: B “meus cinco, meus seis anos” (ref. 3): expressa
— está para nascer um jogador ou um torcedor ideia de aproximação.
que não seja bocagiano. O craque brasileiro não C “Bocage fidedigno” / “verdadeiro Bocage” (ref. 4
sabe ganhar partidas sem o incentivo constante e 5): embora sinônimos, os adjetivos foram usa-
dos rijos e imortais palavrões da língua. Nós, de dos com sentidos diferentes.
longe, vemos os 22 homens 7correndo em cam-
po, matando-se, agonizando, rilhando os dentes. D “justiça se lhe faça” (ref. 6): pode ser considera-
Parecem dopados e realmente o estão: — o cha- da uma construção na voz passiva sintética.
mado nome feio é o seu excitante eficaz, o seu
E “correndo (...), matando-se, agonizando, rilhan-
afrodisíaco insuperável.
do” (ref. 7): apenas o primeiro gerúndio dá ideia
Nélson Rodrigues, À sombra das chuteiras imortais. São Paulo: Cia. das
Letras, 1993. de continuidade.
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
07| Considerando as qualificações ambivalentes que nunca existiu. Para mim, o verdadeiro Bocage é
o texto lhe atribui, pode-se corretamente concluir o falso, isto é, o Bocage de anedota. Pois bem:
que, para o autor, o palavrão, em dadas situações, — está para nascer um jogador ou um torcedor
assume caráter propriamente que não seja bocagiano. O craque brasileiro não
sabe ganhar partidas sem o incentivo constante
A escatológico, na medida em que esse termo tan- dos rijos e imortais palavrões da língua. Nós, de
to pode se referir ao que é mais sujo, como re- longe, vemos os 22 homens correndo em cam-
meter à esfera do sagrado. po, matando-se, agonizando, rilhando os dentes.
B pornográfico, uma vez que nele se conjugam as Parecem dopados e realmente o estão: — o cha-
esferas da ignorância (ou da incultura) e da arte mado nome feio é o seu excitante eficaz, o seu
de escrever (ou literatura). afrodisíaco insuperável.
Nélson Rodrigues, À sombra das chuteiras imortais. São Paulo: Cia. das
C dialético, na proporção em que constitui a sínte- Letras, 1993.
se da contradição entre a urbanidade (tese) e a
grosseria (antítese). Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da
cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe
D compensatório, na medida em que serve para o partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, seme-
populacho assumir sua condição subalterna e, lhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde
ao mesmo tempo, agredir as elites sociais. de olhos radiosos se fez mais clara para contem-
plar aquele combate, enquanto os agudos gritos
E sublimatório, tendo em vista que traduz para e imprecações em redor animavam os contendo-
uma esfera elevada e verbal os impulsos sexuais res. A uma investida de Cárdenas, o de fera cata-
desviantes, reprimidos pela moral e pela religião. dura, o couro inquieto quase se foi depositar no
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: arco de Castilho, que com torva face o repeliu.
Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre
BOCAGE NO FUTEBOL os adversários atônitos, e conduz sua presa até o
Quando eu tinha meus cinco, meus seis anos, solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi,
morava, ao lado de minha casa, um garoto que e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga.
era tido e havido como o anticristo da rua. Sua (...)
idade regulava com a minha. E justiça se lhe faça:
— não havia palavrão que ele não praticasse. Eu, Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo
na minha candura pânica, vivia cercado de con- entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jo-
selhos, por todos os lados: — “Não brinca com gos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é
Fulano, que ele diz nome feio!”. E o Fulano assu- outro, e o sentimento dramático se orna de ter-
mia, aos meus olhos, as proporções feéricas de mos técnicos.
um Drácula, de um Nero de fita de cinema.
Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
D editorial – que consiste, modernamente, nos 10| Ao narrar o jogo entre brasileiros e mexicanos “à
textos que, ocupando as primeiras páginas dos maneira de Homero”, o autor adota o estilo
grandes jornais, são assinados pelos seus mais A épico.
renomados colunistas.
B lírico.
E crônica – variedade ou gênero textual bastante
C satírico.
livre, ocorrente no Brasil desde o século XIX, cuja
proximidade com o cotidiano não impedia de, D técnico.
conforme o caso, explorar outras dimensões de
E teatral.
sentido.
11| Referem-se apenas aos inimigos, e não aos he-
09| O gênero literário que Drummond tomou como róis, as seguintes caracterizações presentes no texto:
base para a composição de seu texto revela, no escri-
tor mineiro, uma determinada visão do futebol que A “de fera catadura” e “solerte”.
também reponta no seguinte trecho do texto de Nél- B “belicoso” e “suspeitoso”.
son Rodrigues:
C “solerte” e “com torva face”.
A “candura pânica”.
D “suspeitoso” e “de fera catadura”.
B “um Drácula”.
E “com torva face” e “belicoso”.
C “os nautas camonianos”.
12| O fragmento em que a convergência estilística
D “jucunda pornografia”. predominante é a que se estabelece entre metoní-
mia e personificação encontram-se em
E “o Bocage fidedigno”.
A “da cobiçada esfera”.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
B “semelhante à chama”.
Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da C “o couro inquieto”.
cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe
partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, seme- D “de fera catadura”.
lhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde E “de aladas plantas”.
de olhos radiosos se fez mais clara para contem-
plar aquele combate, enquanto os agudos gritos GABARITO
e imprecações em redor animavam os contendo-
res. A uma investida de Cárdenas, o de fera cata- 01| C
dura, o couro inquieto quase se foi depositar no A palavra “preço” pode ser interpretada, no contexto,
arco de Castilho, que com torva face o repeliu. como “valor em dinheiro a ser pago por uma merca-
Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre doria ou serviço”. Paga-se caro pela alta gastronomia,
já que se trata de uma alimentação mais sofisticada.
os adversários atônitos, e conduz sua presa até o
Também pode ser interpretada como consequência
solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, – a punição ou a recompensa por algo. No caso, a
e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga. consequência é Paulinho da Viola ver-se cercado pe-
(...) los garçons e o maître: “Assim que o sambista chega à
mesa redonda ao lado da porta da cozinha, forma-se
Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo um círculo de garçons, com o maître à frente”.
entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jo-
gos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é 02| B
outro, e o sentimento dramático se orna de ter- De acordo com o texto, Paulinho da Viola justifica sua
mos técnicos. saúde e bem-estar pelo modo como vive: “não dado
Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002. a exageros e grandes ansiedades”.
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
03| A 09| C
A afirmação é de que é o passado que vive em Pau- Drummond usa linguagem erudita e sintaxe elabora-
linho da Viola, e não Paulinho da Viola que vive no da para descrever os lances futebolísticos de impor-
passado. “Viver no passado” indicaria aprisionamen- tantes jogadores a ponto de transformá-los em episó-
to, confinamento, limitação, daí a crítica a esse com- dios espetaculares resultantes de ação de heróis com
portamento. Apesar disso, todos possuem um passa- poderes sobre-humanos, como ele próprio refere: “à
maneira de Homero”. O mesmo acontece na epopeia
do, o passado “vive” nas pessoas, mesmo que se não
“Os Lusíadas” de Luís de Camões, sugerida no texto
esteja limitado a ele – por isso não há contradição.
de Nélson Rodrigues através da expressão “os nautas
04| C camonianos”.
08| E
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 5
PARTE
MATERIAL DE FÉRIAS6PREPARAENEM
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 06
01| Antigamente as moças chamavam-se “made- 02| O efeito de humor da tirinha abaixo se deve
moiselles” e eram todas mimosas e muito prendadas.
Não faziam anos: completavam primaveras, em geral
dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, fa-
ziam-lhe pé de alferes, arrastando a asa, mas ficavam
longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua,
o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em
outra freguesia. (...) A à postura desobediente de Mafalda diante da
Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, sain- mãe.
do para tomar a fresca; e também tomavam cautela B à resposta autoritária da mãe de Mafalda à per-
de não apanhar o sereno. Os mais jovens, esses iam gunta da filha.
ao animatógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonha-
vam em andar de aeroplano. Estes, de pouco siso, se C ao uso de palavras em negrito e cada vez maior
do 2º ao 4º quadrinho.
metiam em camisa de onze varas e até em calças par-
das; não admira que dessem com os burros n’água. D ao fato de aparecer apenas a fala da mãe de Ma-
Carlos Drummond de Andrade falda e não sua imagem.
Sobre o excerto acima, retirado da crônica “Antiga- E aos sentidos atribuídos por Mafalda para as pa-
lavras “títulos” e “diplomamos”.
mente”, assinale a alternativa correta.
03|
A A linguagem culta formal é opção feita pelo au-
tor, mas acaba sendo prejudicada pelos arcaís-
mos, que tornam o texto obsoleto.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
Na tirinha de Quino, a personagem Mafalda afirma, 05| Leia os textos para responder à questão.
no último quadrinho, ter sido persuadida por Susani-
ta (sua interlocutora), esta teria sido, inclusive, a ra- Texto I
zão para Mafalda apelar para a violência. A propósito, Humor não é bullying
qual foi a estratégia argumentativa de que se valeu a
personagem Susanita para convencer Mafalda? Natalia Klein
1Não existe nada mais fácil do que sacanear
A Exemplificação, pois Susanita cita um fato ocor-
rido com Mafalda que materializa a tese que de- quem já é frequentemente sacaneado. É tiro cer-
fende. to, todos vão achar graça. 2Mas aí não estamos
falando de humor. O nome disso é bullying.
B Utilização de dados concretos, visto que a perso-
[...] 3Recentemente, dei uma entrevista em que
nagem faz uso de elementos como: estatísticas,
me perguntaram sobre os limites do humor. Por
valores financeiros e pesquisas de opinião.
uma infelicidade, publicaram apenas um trecho
C Argumentação por causa-consequência, pois es- da minha resposta, em que eu digo que “não
tabelece uma relação entre a sua tese e as con- posso mais fazer piadas com anão, negros, ho-
sequências que uma opção diferente poderia mossexuais”.
gerar. 4É importante deixar claro que eu disse sim essa
D Argumentação por testemunho de autoridade, frase pavorosa. Mas em um contexto muito mais
uma vez que Susanita é uma pessoa reconhecida amplo. O que eu expliquei – ou, pelo menos, ten-
como profunda conhecedora do assunto debatido. tei explicar – é que não se pode fazer piadas en-
volvendo assuntos polêmicos sem correr o risco
E Indução, pois Susanita elabora sua estratégia de ser tachado de preconceituoso. 5Mas fingir
argumentativa de acordo com os anseios que a que o preconceito não existe é infinitamente pior.
personagem Mafalda possui. 6Não sou a favor de fazer graça de quem já tem
04| que lidar diariamente com a intolerância. 7Sou
a favor de se fazer piada da intolerância em si.
Em colocar na mesa os nossos podres para que a
gente lembre que eles existem.
(Fonte: http: //www.adoravelpsicose.com.br/2011/10/humor-nao-e-
-bullying.html Acessado em:
27/08/2015)
Texto II
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
06| Analise atentamente a charge e as assertivas so- ( ) A frase: “Onde está o Dinho?”, do primeiro qua-
bre ela. drinho, não pode ser reescrita da seguinte maneira,
pois haveria erro gramatical ou prejuízo semântico:
“Aonde está o Dinho?”.
( ) No segundo quadrinho, pode-se depreender
que o pai pediu para o filho ir pensar um pouco devi-
do ao fato de a criança ter sido insipiente.
( ) No terceiro quadrinho, pode-se depreender
que o filho compreendeu a ordem do pai, executan-
do o que foi solicitado pelo seu progenitor.
A F/ V/ F
B F/ V/ V
C V/ F/ F
I. Inversamente ao texto verbal da charge, que re- D V/ F/ V
gistra o desejo feminino, a imagem mostra o desejo
do homem: “eliminar” mulheres com pensamentos E F/ F/ V
como os expostos no primeiro quadrinho.
08|
II. A imagem é apenas decorativa, pois o verdadeiro
significado está na parte verbal do texto.
III. Trata-se de um texto que extrapola a linguagem
verbal, combinando-a com imagens que dão susten-
tação ao texto.
IV. A charge acima discute a questão de gênero, tão
presente em nossa sociedade na atualidade.
V. Há um tom machista na charge, uma vez que evi-
dencia que os desejos estabelecidos pela mulher são
prerrogativas masculinas.
Está(ão) correta(s) apenas:
A III, IV e V.
B I e II.
C I, III e V. Na charge, o humor se deve ao termo torpedo ter
sido tomado pelo personagem em seu sentido
D III e IV.
A denotativo.
E III.
B conotativo.
07| Com base na tirinha abaixo e de acordo com a
C irônico.
norma padrão da Língua Portuguesa, marque V para
verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a D ambíguo.
alternativa que apresenta a sequência correta.
09| Leia a tirinha para responder à questão.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
No último quadrinho da tirinha, observando a quan- C quanto menor o percentual de cientistas no ex-
tidade de personagens e a expressão facial deles, é terior, maior é o avanço tecnológico do país.
possível afirmar que
D enquanto o Japão desponta como o país com me-
A os amigos gostaram do que a menina disse. nor percentual de cientistas no exterior, a Suíça
B a menina estava discordando de seus amigos. destaca-se como o maior exportador de cérebros.
C ninguém deu importância ao que a menina disse. E a proximidade, no gráfico, do Brasil com os Esta-
dos Unidos sinaliza o fato de que o nosso desen-
D a menina pensa o contrário do que disse aos volvimento tecnológico não está tão atrasado.
amigos.
12| Observe as imagens e relacione-as aos romances
10| Assinale a frase ambígua. de José de Alencar, conforme os temas sugeridos pe-
los elementos verbais e visuais.
A Depois de um ano de pesquisa e falando com
outras mulheres sobre seus hábitos de cuidados
com a pele, Gizelle descobriu que o produto es-
tava produzindo resultados reais.
B Para participar das eleições municipais no dia 2
de outubro, os eleitores têm até hoje (4) para
tirar o primeiro título de eleitor, solicitar trans-
ferência de domicílio eleitoral e, no caso de mu-
dança de residência dentro do mesmo municí-
pio, pedir a alteração de endereço no título.
C Depois de dois anos de estudo, a York Planet
decidiu abrir a terceira filial situada na rua Areia
Fina, em Porto Alegre.
D As saias com pontas e as jaquetas esportivas,
chamadas bombers, retornaram à moda há algu-
mas temporadas e, pelo jeito, vão permanecer Analise as afirmativas a seguir e coloque V nas Verda-
por mais tempo. deiras e F nas Falsas.
11| Analise o gráfico com dados referentes aos paí- ( ) As cinco imagens se relacionam, na sequência,
ses com mais cientistas no exterior.
com os seguintes temas desenvolvidos por José de
Alencar em seus romances: indianista, histórico, ur-
bano, sertanista e de perfil feminino.
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
( ) Cinco Minutos, A Viuvinha e A Pata da Gazela Causa 2: Sair na rua sem vestido.
são textos em que Alencar, no seu projeto de desen-
volver temas que cobrissem toda realidade cultural Consequência 2: ser preso pela polícia.
nacional, traz à tona aspectos urbanos que se fazem A partir dessas duas relações, Susanita consegue pro-
presentes nas imagens 1, 2 e 3. var que sua tese é a correta, uma vez que coloca que
Assinale a alternativa que contém a sequência COR- apenas quando não se usa vestidos na rua é que se
RETA. sofre uma consequência. Tem-se, portanto, uma ar-
gumentação por causa-consequência.
A V - V - V - F - F
04| B
B V - F - F - V - F
O humor da tira está relacionado aos significados da
C F - V - F - V - F palavra crise: relacionada à situação econômica, se-
ria um desvario comprar um carro “gigante”, nas pa-
D V - V - F - F – V lavras de Armandinho; considerando, porém, a “crise
E V - V - V - F - V de meia-idade”, a compra do carro seria uma manei-
ra de o pai de seu colega lidar melhor com a própria
autoestima.
GABARITO 05| B
01| B
A personagem que fala na tirinha está argumentan-
O autor fala de antigamente em contraste com o pre- do que, muitas vezes, aquilo que aparenta ser uma
sente, revelando as mudanças que a sua língua so- piada está, na verdade, sendo utilizado de disfar-
freu. Para tanto, ele usa uma variante que revele esse ce para encobertar o preconceito ou o ódio. Assim,
movimento que se dá com o tempo. Um trecho que quando sob essas circunstâncias, o menino considera
exemplifica isso bem é “Não faziam anos: completa- que não pode ser considerada “apenas uma piada”.
vam primaveras”, no qual o autor afirma que antes Essa ideia também aparece no texto de Natalia Klein,
usavam a expressão “completar primaveras”, ao invés quando ela diz que “não estamos falando de humor.
de “fazer anos”, mostrando as mudanças na lingua-
O nome disso é bullying”, pois ela separa justamente
gem ao longo do tempo. Além desse trecho, o autor
a piada daquilo que é preconceituoso.
faz uso de diversas expressões comuns à língua de
antigamente, tais como “dar com os burros n’água” 06| A
e “fazer o quilo”.
No primeiro quadrinho da charge, vê-se uma mulher
02| E fazendo pedidos para um poço de desejos. Ela enu-
A alternativa correta é a [E]. O efeito de humor é pro- mera uma série de tarefas que, dentro do contexto de
vocado pela comparação feita por Mafalda entre hie- uma sociedade machista, costumam ser atribuídas à
rarquia familiar e títulos acadêmicos. Aproveitando a mulher (“cozinhar, limpar, passar”) e pede que não
imposição de autoridade com base na afirmação “eu tenha mais que fazer isso. Também pede para que
sou sua mãe”, a personagem questiona essa supe- trabalhe menos e ganhe mais. A partir disso, no se-
rioridade apresentando o seu próprio título, “filha”. gundo quadrinho ela se transforma em um homem,
Como mãe e filha foram “diplomadas” no mesmo como forma de realização dos seus desejos. Assim,
momento, não haveria razão para uma relação hie- a charge traz um tom machista, confirmando que as
rárquica entre ambas. tarefas de cozinhar, limpar e passar não são feitas por
03| C homens, e que os homens trabalham menos e ga-
nham mais. Isso faz parte de uma discussão de gêne-
A argumentação de Susanita é construída a partir de
ro. Tem-se, portanto, uma relação fundamental entre
duas relações de causa e consequência:
o texto escrito e as imagens da charge, constituindo
Causa 1: Sair na rua sem cultura. assim o sentido completo.
Consequência 1: não há consequências no sentido de Dessa forma, [I] e [II] estão incorretas ao passo que
prisão. [III], [IV] e [V] estão corretas.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 5
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6 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
PARTE
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 07
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1
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perder, para não falar nos seus vinte anos, nos C Manuel Antônio de Almeida.
seus desenganos e no seu violão, nem pode dizer
D Aluísio Azevedo.
ó brisa fica, porque nem mais se entende, nem
mais pretende seguir fingindo e seguir seguindo. E Euclides da Cunha.
A realidade é que sem ela não há paz, não há be- 04| Cronologia
leza, é só a melancolia que não sai de mim, não
Cabral encontra os Tupiniquim, da grande fa-
sai de mim, não sai. E dê-lhe rock.
mília Tupinambá (tronco tupi-guarani) que
1500 -
Sobre a crônica, considere as seguintes afirmações. ocupava quase toda a costa, do Pará ao R.G.
do Sul
I. O autor, partindo de sua experiência pessoal, como
é próprio da crônica, recupera o momento histórico Instalação das primeiras feitorias portuguesas
de uma geração, através da música brasileira. 1502 - no Brasil (Cabo Frio, Bahia, Pernambuco) para
o tráfico do pau-de-tinta e escravos.
II. O autor constrói a crônica a partir de diversas le-
tras de músicas, mostrando como elas fazem parte Em Cabo Frio, a nau “Bretoa” embarca 35 es-
cravos índios para a metrópole.
de sua vivência de juventude. 1511 -
Incursões de corsários franceses interessados
III. A melancolia, ao final da crônica, está ligada ao em pau-brasil.
envelhecimento e à percepção de que aquele mo-
Expedição de Martim Afonso de Souza e Pero Lo-
mento não volta mais.
pes de Souza de reconhecimento e posse da terra.
Quais estão corretas? − Endurecimento dos termos de intercâmbio
(escambo) de produtos nativos por manufatu-
A Apenas I.
1531 - ras europeias.
B Apenas III. − Contingenciamento da mão de obra indíge-
na para todo tipo de trabalho, ainda através
C Apenas I e II. do escambo.
D Apenas II e III. − Mais embarque de escravos para Portugal.
E I, II e III. Implantação do regime de donatarias heredi-
tárias. Aumenta a imigração de colonos, aten-
1534 -
03| O que primeiro chama a atenção do crítico na tando contra a mulher indígena, a posse da
ficção deste escritor é a despreocupação com as mo- terra e a liberdade dos índios.
das dominantes e o aparente arcaísmo da técnica. Breve papal de Paulo III proclamando os índios
Num momento em que Gustave Flaubert sistema- 1537 - “verdadeiros homens e livres”, isto é, criaturas
tizara a teoria do “romance que narra a si próprio”, de Deus iguais a todos.
apagando o narrador atrás da objetividade da nar- Reações dos tupi à conquista: 12 mil índios
rativa; num momento em que Émile Zola preconiza- emigram da Bahia ou Pernambuco; somente
va o inventário maciço da realidade, observada nos 300 chegam a Chachapoya, no Peru.
1540 -
menores detalhes, ele cultivou livremente o elíptico, − Sessenta mil Tupinambá fogem da opressão
o incompleto, o fragmentário, intervindo na narrati- portuguesa, exaurindo-se pelo caminho, até
va com bisbilhotice saborosa. A sua técnica consiste atingir a foz do rio Madeira (1530/1612)
essencialmente em sugerir as coisas mais tremendas Os Carijó, grupo guarani da capitania de S.
da maneira mais cândida (como os ironistas do sé- Vicente, são assaltados por predadores de es-
cravos e vendidos em várias capitanias. Para
culo XVIII); ou em estabelecer um contraste entre a 1547 -
escapar à escravização, tribos guerreiam mu-
normalidade social dos fatos e a sua anormalidade tuamente, arrebanhando escravos para a nas-
essencial; ou em sugerir, sob aparência do contrário, cente indústria canavieira.
que o ato excepcional é normal, e anormal seria o Chega a primeira missão jesuítica, chefiada
ato corriqueiro. Aí está o motivo da sua modernida- por Manuel da Nóbrega: oito missionários,
de, apesar do seu arcaísmo de superfície. entre os quais, José de Anchieta.
− Dissolve-se o regime de capitanias.
(Antonio Candido. Vários escritos, 2004. Adaptado.)
1549 - − É estabelecido o governo-geral.
O comentário do crítico Antonio Candido refere-se ao − Tomé de Souza, primeiro governador-geral,
escritor reimplanta o escambo para obter alimentos e
trabalho dos índios, mas não impede de todo
A Machado de Assis. a escravidão.
B José de Alencar. (RIBEIRO, Berta Gleizer. O índio na história do Brasil. São Paulo: Global,
1983, p. 119-120)
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
É correto afirmar sobre o acima transcrito: C “Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
A Tratando-se de uma cronologia, é fundada em Casualmente, uma vez, de um perfumado
dados científicos, por isso essa relação de datas
Contador sobre o mármor luzidio,
e acontecimentos históricos corresponde a da-
dos objetivos, que devem obrigatoriamente fi- Entre um leque e o começo de um bordado.”
gurar em qualquer cronologia de qualquer outro D “Sobre um trono de mármore sombrio,
estudioso.
Num templo escuro e ermo e abandonado,
B Constitui texto cujo título determina a necessária Triste como o silêncio e inda mais frio,
direção da leitura − a data deve ser considerada
Um ídolo de gesso está sentado.”
em relação direta com o que está à sua direita;
as datas devem ser consideradas da antecedente E “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
para a subsequente −, não admitindo focalização De luares, de neves, de neblinas!...
alguma de outra ordem.
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
C Usualmente aposta a textos dissertativos que ex- Incensos dos turíbulos das aras...”
põem dados sobre a História de um dado país,
é tabela cuja leitura depende da argumentação 06| Duas fortes motivações converteram-se em mo-
apresentada neles, motivo pelo qual qualquer las de composição desta obra:
consulta desvinculada não merece crédito.
A por um lado, o desejo de contar e cantar episó-
D É quadro composto de linhas e colunas que,
separadas por filetes, formam casas em que se dios em torno de uma figura lendária que trazia
acham contidos algarismos e palavras; a subje- em si os atributos do herói, entendido no sen-
tividade do autor da cronologia evidencia-se na so mais lato possível de um ser entre humano e
seleção que faz dos fatos historicamente dispo-
níveis para registro. mítico, que desempenha certos papéis, vai em
busca de um bem essencial, arrosta perigos, so-
E A palavra “cronologia” explicita ao leitor que ele fre mudanças extraordinárias, enfim vence ou
inevitavelmente estará diante da organização de
fatos em ordem sequencial; a credibilidade des- malogra...;
sa ordenação funda-se na citação das decisões
de governantes de estado e suas consequências. B por outro lado, o desejo não menos imperioso
de pensar o povo brasileiro, nossa gente, percor-
05| O Simbolismo é, antes de tudo, antipositivista,
antinaturalista e anticientificista. Com esse movi- rendo as trilhas cruzadas ou superpostas da sua
mento, nota-se o despontar de uma poesia nova, que existência selvagem, colonial e moderna, à pro-
ressuscitava o culto do vago em substituição ao culto cura de uma identidade que, de tão plural que é,
da forma e do descritivo.
beira a surpresa e a indeterminação.
(Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1994. Adaptado.)
(Alfredo Bosi. Céu, inferno, 2003. Adaptado.)
Considerando esta breve caracterização, assinale a
alternativa em que se verifica o trecho de um poema Tal comentário aplica-se à obra
simbolista.
A Memórias de um sargento de milícias, de Ma-
A “É um velho paredão, todo gretado,
nuel Antônio de Almeida.
Roto e negro, a que o tempo uma oferenda
Deixou num cacto em flor ensanguentado B Vidas secas, de Graciliano Ramos.
E num pouco de musgo em cada fenda.”
C Macunaíma, de Mário de Andrade.
B “Erguido em negro mármor luzidio,
Portas fechadas, num mistério enorme, D Os sertões, de Euclides da Cunha.
Numa terra de reis, mudo e sombrio, E Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado
Sono de lendas um palácio dorme.” de Assis.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
07| Uma análise mais atenta do livro mostra que ele C O elogio da malandragem reside na valorização
foi construído a partir da combinação de uma infini- da criatividade adaptativa e da sensibilidade em
dade de textos preexistentes, elaborados pela tradi- contraposição à fria aplicação da lei.
ção oral ou escrita, popular ou erudita, europeia ou
brasileira. A originalidade estrutural deriva, deste D O articulador discursivo “porém” introduz um
modo, do fato de o livro não se basear na mímesis, argumento que se contrapõe à proposta de va-
isto é, na dependência constante que a arte estabele- lorização da malandragem.
ce entre o mundo objetivo e a ficção; mas em ligar-se
09|
quase sempre a outros mundos imaginários, a siste-
mas fechados de sinais, já regidos por significação Puros
autônoma. Esse processo, parasitário na aparência, é
(Cidadão Quem)
no entanto curiosamente inventivo; pois, em vez de
recortar com neutralidade nos entrechos originais as Talvez não passe pela sua cabeça
partes de que necessita para reagrupá-las, intactas, Tudo que um dia passou
numa ordem nova, atua quase sempre sobre cada Coisas que achamos fortes, indispensáveis
fragmento, alterando-o em profundidade. O tempo veio e levou
(Gilda de Mello e Souza. O tupi e o alaúde, 1979. Adaptado.) Do que chamamos nossas prioridades
Tal comentário aplica-se ao livro Escolho o que posso levar
Às vezes tento enxergar mais distante
A A cidade e as serras, de Eça de Queirós. Luto pra não me cegar
B Macunaíma, de Mário de Andrade.
Somos tão cegos
C Memórias de um sargento de milícias, de Ma- Não vejo você
nuel Antônio de Almeida. Somos tão surdos
D Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado Nós não escutamos você
de Assis. Somos tão burros
Não penso em você
E Iracema, de José de Alencar.
Nós somos puros
08| Em sua versão benigna, a valorização da ma- Demais pra entender
landragem corresponde ao elogio da criatividade Talvez nem tudo
adaptativa e da predominância da especificidade
das circunstâncias e das relações pessoais sobre a Seja assim importante
frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua ver- E na loucura eu vou
são maximalista e maligna, porém, a valorização da Fico surpreso ao ver
malandragem equivale à negação dos princípios ele- Que tudo é mutante
mentares de justiça, como a igualdade perante a lei,
Este lugar onde estou
e ao descrédito das instituições democráticas.
Do que chamamos nossas prioridades
(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para con-
textualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Escolho o que posso levar
Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)
Às vezes tento enxergar mais distante
Considerando as posições expressas no texto em re- Luto pra não me cegar
lação à valorização da malandragem, é correto afir-
mar que: Somos tão cegos
Não vejo você
A O verbo “equivale” relaciona a valorização da
Somos tão surdos
malandragem à negação da justiça, da igualdade
Nós não escutamos você
perante a lei e das instituições democráticas.
Somos tão burros
B Entre os pares de termos “benigna/maligna” e Não penso em você
“maximalista/reducionista” estabelece-se no Nós somos puros
texto uma relação semântica de equivalência. Demais pra entender
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
Sobre a letra da música, são lançadas as seguintes Pegue uns panos pra lavar
afirmações: Leia um romance
Leia “Alzira morta virgem”
I. Nessa letra, a vida é feito uma enxurrada, um ven- “O grande industrial”
daval, algo que leva de roldão.
Eu por aqui vou indo muito bem
II. De acordo com o autor, há uma alavanca que im- De vez em quando brinco Carnaval
pulsiona a enfrentar tudo: o amor. E vou vivendo assim: felicidade
III. Segundo o autor, podemos selecionar o que é im- Na cidade que eu plantei pra mim
portante ou o que se torna prioridade em nossa vida. E que não tem mais fim
Não tem mais fim
Está(ão) correta(s) (a)s afirmativa(s) Não tem mais fim
A I, II e III. Considere as seguintes afirmações sobre a canção.
I. A inversão apresentada na canção – é o/a filho/a
B II e III apenas.
jovem que consola a mãe e não o contrário – mani-
C I e III apenas. festa-se nas expressões comumente relacionadas ao
vocabulário materno como “A vida é assim mesmo” e
D II apenas. “Não chore nunca mais, não adianta”.
10| Leia abaixo a letra da canção Mamãe Coragem II. A sirene ouvida na abertura da canção é uma pro-
– composição de Caetano Veloso e Torquato Neto, in- vável referência às fábricas da cidade, para onde o
terpretação de Gal Costa – que integra o álbum Tro- sujeito cancional se desloca em busca de oportunida-
picália ou Panis et Circencis. des que superem o trabalho doméstico, a rotina e os
passatempos provincianos.
Mamãe, mamãe, não chore III. O uso de “beijo” em vez de “grito”, no verso “Eu
A vida é assim mesmo tenho um beijo preso na garganta”, expõe a ternura,
Eu fui embora apesar da rebeldia, que caracteriza o sujeito cancional.
Mamãe, mamãe, não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí Quais estão corretas?
Mamãe, mamãe, não chore A Apenas I.
A vida é assim mesmo B Apenas II.
Eu quero mesmo é isto aqui C Apenas III.
Mamãe, mamãe, não chore
D Apenas I e II.
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance E I, II e III.
Veja as contas do mercado 11| João Cabral de Melo Neto, autor pernambucano,
Pague as prestações celebrizou-se com um Auto de Natal, que trata de
Ser mãe uma das questões mais sérias da sociedade brasilei-
É desdobrar fibra por fibra ra, a qual está bem representada na charge abaixo.
Os corações dos filhos Relacione a imagem com o fragmento do texto de
Seja feliz Morte e Vida Severina.
Seja feliz
Mamãe, mamãe, não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz
Mamãe, seja feliz
Mamãe, mamãe, não chore
Não chore nunca mais, não adianta
Eu tenho um beijo preso na garganta
Eu tenho um jeito de quem não se espanta
(Braço de ouro vale 10 milhões)
Eu tenho corações fora do peito
Mamãe, não chore
Não tem jeito
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 5
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
– Essa cova em que estás, – É uma cova grande ( ) As duas mensagens tematizam a questão da
com palmos medida, para teu pouco defunto, posse da terra, apresentando um discurso crítico, que
é a cota menor mas estarás mais ancho enfatiza o fato de o lavrador não ter direito à terra,
que tiraste em vida. que estavas no mundo. razão pela qual é designado como “sem terra”. Essa
expressão atualmente identifica os participantes do
– É de bom tamanho, – É uma cova grande
movimento social, que lutam pelo reconhecimento
nem largo nem fundo, para teu defunto parco,
é a parte que te cabe porém mais que no mundo do camponês que continua sem obter o tão desejado
neste latifúndio. te sentirás largo. torrão.
– Não é cova grande. – É uma cova grande Assinale a alternativa que contém a sequência COR-
é cova medida, para tua carne pouca, RETA.
é a terra que querias mas a terra dada
ver dividida. não se abre a boca. A F - F - V - F - V
B F - F - F - F - V
João Cabral de Melo Neto
C V - V - V - V - V
6 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 7
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
A canção Mamãe Coragem, composta por Caetano O segmento do enunciado apresenta estrutura para-
Veloso e Torquato Neto durante a Tropicália, tem lelística, na intenção de estabelecer uma compara-
como sujeito cancional um(a) jovem que afirma sua ção entre conceitos de Tempo: cronológico, aludindo
necessidade de liberdade e de conduzir sua vida com a aspectos negativos da História da Humanidade, e
autonomia. subjetivos, referindo-se às características inerentes à
obra artística. Assim, é correta a opção [E].
As sirenes de fábricas sinalizam o modo de vida ur-
bano, que atrai os jovens, em sua ânsia de conhecer
o mundo.
11| A
8 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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FIGURAS DE FÉRIAS PREPARAENEM
DE LINGUAGEM
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 08
01| Leia o poema “Mar Português”, de Fernando As figuras de linguagem presentes no texto são, res-
Pessoa. pectivamente,
MAR PORTUGUÊS A onomatopeia, metáfora e eufemismo.
Ó mar salgado, quanto do teu sal B metáfora, metáfora e metonímia.
São lágrimas de Portugal!
C sinestesia, metonímia e hipérbole.
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram! D ironia, metonímia, catacrese.
Quantas noivas ficaram por casar
03| Assinale a alternativa que apresenta a correta
Para que fosses nosso, ó mar! relação entre a frase e a figura de linguagem.
Valeu a pena? Tudo vale a pena A Finalmente passou dessa para uma melhor. (Me-
Se a alma não é pequena. tonímia)
Quem quer passar além do Bojador
B Já estou farto de ter que implorar um milhão de
Tem que passar além da dor.
vezes por isso! (Eufemismo)
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu. C Minha alma é como um buraco negro profundo e
insondável. (Metáfora)
(Disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/fpesso03.html.)
Tic-tac
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
MATERIAL DE FÉRIAS PREPARAENEM
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: JUIZ: É verdade que o senhor tem o filho da égua
preso?
Leia o soneto do poeta Luís Vaz de Camões (1525?-
1580) para responder à(s) questão(ões). JOSÉ DA SILVA: É verdade; porém o filho me per-
tence, pois é meu, que é do cavalo.
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela; JUIZ: Terá a bondade de entregar o filho a seu
mas não servia ao pai, servia a ela, dono, pois é aqui da mulher do senhor.
e a ela só por prêmio pretendia.
JOSÉ DA SILVA: Mas, Sr. Juiz...
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la; JUIZ: Nem mais nem meios mais; entregue o fi-
porém o pai, usando de cautela, lho, senão, cadeia.
em lugar de Raquel lhe dava Lia. (Martins Pena. Comédias (1833-1844), 2007.)
Vendo o triste pastor que com enganos 09| O efeito cômico produzido pela leitura do reque-
lhe fora assi negada a sua pastora, rimento decorre, principalmente, do seguinte fenô-
como se a não tivera merecida, meno ou procedimento linguístico:
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3
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GABARITO 06| C
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO