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2ª
SENTIMENTAL
Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
E debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.
Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!
- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências um cartaz amarelo:
Neste país é proibido sonhar.
Carlos Drummond de Andrade
Esse poema é caracteristicamente modernista, porque nele:
a) A uniformidade dos versos reforça a simplicidade dos sentimentos experimentados pelo
poeta.
b) Tematiza-se o ato de sonhar, valorizando-se o modo de composição da linguagem
surrealista.
c) Satiriza-se o estilo da poesia romântica, defendendo os padrões da poesia clássica.
d) A linguagem coloquial dos versos livres apresenta com humor o lirismo encarnado na cena
cotidiana.
e) O dia a dia surge como novo palco das sensações poéticas, sem imprimir a alteração
profunda na linguagem lírica.
3ª Enem 2009
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio tão amargo.
(Cecília Meireles)
Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com o poema:
a) A expressão "mãos sem força", que aparece no primeiro verso da segunda estrofe, indica
um lado fragilizado e impotente do "eu" poético diante de sua postura existencial.
b) As palavras mais sugerem do que escrevem, resultando, daí, a força das impressões
sensoriais. Imagens visuais e auditivas, em outros poemas, sucedem-se a todo momento.
c) O tema revela uma busca da percepção de si mesmo. Antes de um simples retrato, o que se
mostra é um autorretrato, por meio do qual o "eu" poético olha-se no presente, comparando-
se com aquilo que foi no passado.
d) Não há no poema o registro de estados de ânimo vagos e quase incorpóreos, nem a noção
de perda amorosa, abandono e solidão.
5ª
Comunhão
Todos os meus mortos estavam de pé, em círculo,
eu no centro.
Nenhum tinha rosto. Eram reconhecíveis
pela expressão corporal e pelo que diziam
no silêncio de suas roupas além da moda
e de tecidos; roupas não anunciadas
nem vendidas.
Nenhum tinha rosto. O que diziam
escusava resposta,
ficava, parado, suspenso no salão, objeto
denso, tranquilo.
Notei um lugar vazio na roda.
Lentamente fui ocupá-lo.
Surgiram todos os rostos, iluminados.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. 48.ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.
p. 352.)
Sobre o autor desse poema, é INCORRETO afirmar que:
6ª (PUC-RS)
Uma das constantes na obra poética de Carlos Drummond de Andrade, como se verifica nos
versos transcritos, é:
Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam
espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se
a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia.
A pé, não se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às
vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos –
exclamações, onomatopeias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e
difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram
inúteis e talvez perigosas. (Graciliano Ramos)
8ª (ENEM) “No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia
duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões
segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos
linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura
do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante
engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as
características locais.”
(CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática,
2003.)
10ª
A morte do leiteiro
(…) Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
11ª (Ufscar)
Soneto de fidelidade
Nos dois primeiros quartetos do soneto de Vinicius de Moraes, delineia-se a ideia de que o
poeta
GABARITO:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
B D C D A D B C E C C