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A holding patrimonial consiste de grupos econômicos que controlam

diversas empresas, em geral constituídas por pessoas físicas, que controlam os


negócios por meio desses grupos. Surgiu nos EUA, e no Brasil adquiriu um
formato centralizador das decisões. A holding transforma várias empresas em
um grupo econômico no intuito de promover um melhor controle administrativo e
fiscal, traçando um planejamento estratégico para gerir melhores negócios.
Muitos empresários na atualidade buscam a criação da holding
patrimonial para adquirirem um maior planejamento tributário, trabalhista e
muitas vezes sucessório nas empresas. Isso se deve, porque no sistema holding
não há comunicação entre os bens da empresa com os bens dos particulares
sócios, criando um tipo de blindagem patrimonial, sem contar com há redução
de encargos fiscais. Também verifica-se o emprego das holdings no
planejamento sucessório, pois traz uma segurança a mais para que um
patrimônio constituído ao longo de anos não se dissipe por um familiar que não
possua habilidades para fazer uma gestão eficiente.

4.1.1 Definições

A palavra holding vem do termo “to hold”, em inglês, traduzindo-se por


segurar, deter e sustentar. No entanto, a palavra holding abrange um significado
muito maior, pois designa pessoas jurídicas que atuam como titulares de bens e
direitos (MAMEDE;MAMEDE, 2016, p. 9). Ainda assim, a palavra holding não
pode ser traduzida e classificada apenas como um ato de deter, mas, também,
de acordo com Mamede e Mamede (2013, p. 9):

[...] A expressão holding company, ou simplesmente holding, serve para


designar pessoas jurídicas (sociedades) que atuam como titulares de bens e
direitos, o que pode incluir bens imóveis, bens móveis, participações
societárias, propriedade industrial (patente, marca etc.), investimentos
financeiros etc [...]

Pode-se classificar a holding como um tipo de sociedade que controla


outras sociedades ou um patrimônio, não podendo ser considerada uma espécie
societária, mas sim um atributo da sociedade (PRADO, 2011).

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No Brasil, a holding começou a aparecer devido a uma Resolução do
Banco Central sob o número 469, de 07/04/1978, na qual se consolidou,
codificou e padronizou as normas, trazendo uma institucionalização do Manual
de normas e instruções do Conselho Monetário e do Banco Central do Brasil
(LODI; LODI, 1991). Depois disso, conforme destacam os mesmos
doutrinadores, a holding se mostrou presente no ordenamento jurídico na Lei
6.404/76, no artigo 2º, § 3º:

Art. 2º. Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo,
não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.

§ 1º. Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas


leis e usos do comércio.

§ 2º. O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.

§ 3º. A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades;


ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio
de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.

Segundo Mamede e Mamede (2016, p. 10), “holding é uma sociedade que


detém participação societária em outra ou de outras sociedades, tendo sido
constituída exclusivamente para isso (sociedade de participação), ou não
(holding mista)”.
Para se caracterizar uma holding precisa-se primeiramente seguir certas
normas, por não se tratar de uma espécie societária:

[...] A criação de uma holding, tecnicamente, ocorre pela previsão de uma


cláusula no contrato ou estatuto social da sociedade, com a seguinte
redação [4]: Cláusula – A sociedade tem como objeto social a administração
de bens móveis e imóveis próprios, o controle, a participação e a
administração de outras sociedades.

Parágrafo Único – Não faz parte do presente objeto social a atividade de


corretagem [...] (PRADO, 2011, p.3).

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A holding pode ser constituída como sociedade simples ou empresária,
necessitando do registro no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas ou em
uma Junta Comercial (MAMEDE; MAMEDE, 2016, p. 14). Sua constituição é
aconselhável quando se tenha uma estrutura com diversas sociedades, ou
quando se está constituindo essas sociedades, que podem ser das mais diversas
áreas econômicas. A holding tem o objetivo de controlar e comandar essas
sociedades, com o intuito de administrar ou de atuar sobre as sociedades
coligadas (MAMEDE; MAMEDE, 2016). Nesse tocange, Marlon Tomazette
explica:

[...] é cada vez mais frequente que boa parte do patrimônio de uma
pessoa seja representado por participações societárias, ações e quotas.
Muitas pessoas não possuem muitos bens individualmente em seu
nome, mas possuem quotas de sociedades extremamente rentáveis e
com um vasto patrimônio, sendo pessoas ricas. Boa parte dessas
pessoas é casada e adquiriu essas quotas na constância do casamento
[...] (TOMAZETTE, 2009, p. 320).

Segundo os doutrinadores, a holding tem como principais funções:


planejamento e controle do grupo, ou seja, finanças e controle, novos
investimentos e desenvolvimento, serviços técnicos e consultoria jurídica.
Porém, vale destacar que, para se conseguir uma boa avaliação, é necessário
ter uma solução eficaz na aplicação da holding, precisando-se de um excelente
jurista, pois como destacam Mamede e Mamede (2013b, p. 109):

[...] Os bens e direitos que são mantidos pela holding são normalmente
mantidos no patrimônio pessoal das pessoas; mas há casos em que se
mostra interessante a constituição de uma ou mais sociedades que
assumam a titularidade desses bens, direitos e créditos, dentro de um
plano maior de arquitetura patrimonial e/ou societária que tenha sido
desenhada pelo jurista [...]

Destaca-se ainda que uma holding não precisa necessariamente ser


composta apenas por pessoas físicas como sócios. Tal sociedade pode ter
pessoas jurídicas como membros, além disso, entre os sócios podem haver
outras sociedades de participações (MAMEDE; MAMEDE, 2016, p. 12).

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Há vários meios para se constituir uma sociedade holding relativos aos
diferentes objetivos a serem almejados e aos diversos contextos. Para isso,
existe uma classificação de holdings, como destacam Mamede e Mamede
(2013a):

a) Holding pura: também denominada sociedade de participação, é uma


sociedade constituída com o principal objetivo de ser titular das quotas ou ações
de outra(s) sociedade(s), de modo a controlá-las sem distinção de local;
b) Holding de controle: é uma sociedade de participação constituída para captar
o controle societário de outra(s) sociedade(s);
c) Holding de participação: uma sociedade de participação que tem o objetivo de
deter participações societárias sem ter a finalidade de controlar outras
sociedades;
d) Holding de administração: sociedade de participação, tendo como foco a
centralização da administração de outras sociedades;
e) Holding mista: sociedade com a finalidade da realização de determinada
atividade produtiva, no entanto detém participação societária relevante em
outra(s) sociedade(s); é o tipo mais utilizado no país, devido a razões fiscais e
administrativas;
f) Holding patrimonial: também chamada de sociedade patrimonial, é constituída
para ser proprietária de determinado patrimônio;
g) Holding familiar: não é um tipo específico, mas uma contextualização
específica. Sua marca característica é o fato de se enquadrar no âmbito de
determinada família e, assim, servir ao planejamento desenvolvido por seus
membros, considerando desafios como organização do patrimônio,
administração de bens, otimização fiscal, sucessão hereditária etc. Assim, é
muito utilizada por permitir que se mantenha um negócio familiar por atividades
diversas, com maior segurança e com uma melhor administração (MAMEDE;
MAMEDE, 2016, p. 12).
h) Holding imobiliária: tem como principal objetivo ser proprietária de imóveis
sendo um tipo de sociedade patrimonial; pode ser usada para fins de locação.
Contudo, a forma mais utilizada atualmente, é a holding pura. Isso porque é uma
sociedade com o objetivo exclusivo de ser titular de quotas ou ações de outra(s)
sociedade(s) (MAMEDE; MAMEDE, 2016, p. 12). Ronald Junior (2010) conclui:

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[...] A holding pura terá sempre natureza de sociedade simples, uma
vez que estará constantemente agindo como sócia, direcionando suas
atividades não ao mercado, mas para o âmbito interno caracterizado
pelas relações societárias, salvo se for constituída sob a forma de
sociedade por ações [...]

Segundo os doutrinadores, dependendo do modelo de holding planejado


para uma certa situação, pode-se ter uma holding de administração, com objetivo
de ter uma centralização da administração da atuação societária em todas as
sociedades, tanto controladas, como não, e não apenas uma titularização de
participações societárias. Também há sociedades que se utilizam da holding de
organização, constituída quando se tem uma sociedade mais complexa, com
diversos parceiros e sócios com participações diferentes, utilizando-se de
sociedades intermediárias no grupo econômico. Segundo Charles Ferreira
(2010, p.3), “[...] além da proteção patrimonial, as holdings têm caráter de
sucessão patrimonial. Neste caso, empresários podem antecipar, em vida, a
divisão dos bens e direitos particulares [...]”.
Convém citar que há algumas limitações nas constituições das holdings,
como nas sociedades contratuais ajustadas entre cônjuges casados pelo regime
de comunhão de bens ou pelo regime de separação obrigatória de bens. Há
também aqueles que estão impedidos de exercer a função de empresários, não
podendo ocupar um cargo de administrador, podendo apenas ser sócios
(MAMEDE; MAMEDE, 2016, p. 18). Além desses dois casos específicos,
Mamede e Mamede citam casos nos quais que certas pessoas não podem
exercer funções de administração nas sociedades holding (MAMEDE; MAMEDE,
2016, p. 19):

- Magistrados;
- Membros do Ministério Público;
- Servidores públicos;
- Militares da ativa;
- O falido, se não forem declaradas extintas suas obrigações;
- Moralmente inidôneos, como tal compreendidos os condenados por crime
falimentar, de prevaricação, suborno, concussão, peculato, contra a economia

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popular, contra o Sistema Financeiro Nacional, contra as normas de defesa da
concorrência, contra as relações de consumo, contra a fé pública ou a
propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso
a cargos públicos;
- Estrangeiros com visto temporário

4.1.2 Legalidade e Ilegalidade

De acordo com Prado (2011, p. 13), “nos domínios do Direito Tributário


brasileiro, a postura dominante é a de que o contribuinte pode estruturar
(planejar) os seus negócios da forma que melhor lhe convier, desde que utilize
de meios lícitos, antes da ocorrência do fato gerador, sem simulação”. Assim, o
direito tributário necessita seguir os princípios fundamentais da Constituição
Federal. Com a alta carga tributária no Brasil, Prado explica que foi necessário
encontrar meios para diminuir os tributos a pagar. No entanto, surgiu um
problema, que seria distinguir as opções lícitas das ilícitas a que teriam acesso
os contribuintes para reduzir ou postergar o pagamento dos tributos.
A distinção entre opções lícitas e ilícitas, por sua vez, faz-se a partir do
princípio da legalidade, que abriga duas opções relevantes. A primeira seria que
o contribuinte, segundo a lei, não está obrigado à solução fiscal e jurídica mais
prejudicial para seu negócio, pois a lei permite que se busque uma solução
menos onerosa, até porque o regime econômico é considerado de livre iniciativa
e de assunção de responsabilidade, prevalecendo a tese de diminuição de
custos e da maximização de resultados. Já a segunda opção se traduz na ideia
de que ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude da lei (COÊLHO, 2002). No entanto, existem doutrinadores que
contestam a ideia de que a blindagem patrimonial é lícita. Entre eles, Mamede e
Mamede (2013b), que sustentam que, na verdade, a blindagem patrimonial é
uma forma de retirar fraudulentamente bens do patrimônio do devedor,
colocando-os em lugares a salvo da vista dos credores. Por isso, é preciso, à luz
dos princípios jurídicos, levar em conta certos aspectos legais para configurar
algo ilegal, que seriam, de acordo com Coêlho, as seguintes (2002, p. 169):

- Como se distingue a elisão (sempre lícita) da evasão fiscal ilícita;

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- Se a operação pretendida pode configurar, sob qualquer ângulo, simulação, fraude, abuso de
forma ou negócio indireto, evadindo-se ilicitamente o contribuinte do imposto devido;
- Quais as peculiaridades inerentes às incorporações de ações, no direito comercial, como se
distinguem de outras operações, a saber, aumento de capital, por conferencia de bens ou compra
e venda a valor econômico;
- Em que momento há real disponibilidade de renda (realização), no caso das pessoas físicas,
para fins de incidência de imposto;
- Se o ágio resultante da incorporação de ações, a preço de mercado, se relevante o
investimento, é custo dedutível, na hipótese de futura alienação ou extinção do investimento.

Segundo Amado (2014), a ideia de infração ou ilícito se remete ao não


cumprimento de determinadas prestações. Já por infração tributária ou ilícito
tributário, entende-se um ato omissivo ou comissivo, onde há desatendimento
dos deveres jurídicos previstos em normas designadas a tributação. Por isso, a
elisão pode ser considerada uma lacuna que ocorre quando a lei se mostra
defeituosa, deixando espaços que podem ser aproveitados pelos contribuintes
de forma lícita (COÊLHO, 2002). Já no modo ilícito, existem maneiras de se
conseguir uma blindagem patrimonial. Entre elas, a mais fácil seria a simples
doação de bens para filhos, parentes ou ainda laranjas, tentando enganar o
credor de forma grotesca. Outra forma, no entanto mais sofisticada, seria a
offshore ou offshore company, que se caracteriza como uma sociedade
constituída no exterior. Comumente, o termo é utilizado para tratar sociedades
constituídas em paraísos fiscais, onde a legislação societária seja liberal e
suscetível à prática de fraudes (MAMEDE; MAMEDE, 2013b).
Há ainda outra maneira muito utilizada de blindagem patrimonial,
conforme os autores, seriam as empresas-espelhos, geralmente constituída com
nomes de terceiros, com o intuito de receber bens de outra sociedade, além de
sua atividade negocial. Com isso se “enfraquece” o patrimônio do devedor e
perde-se bens do seu ativo, diminuindo a tributação e prejudicando futuros
credores. Nesse contexto, há certo destaque para o uso ilícito da blindagem
patrimonial nos casos de divórcios, pois há cônjuges que se divorciam sem se
separar de fato, permanecendo um casal. O objetivo dessa simulação seria
transferir para o cônjuge que não é devedor a melhor parte do patrimônio do
casal, para que durante a cobrança dos credores haja a expropriação apenas do
patrimônio podre (MAMEDE; MAMEDE, 2013b).

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Por fim, ainda há mecanismos para desviar valores do ativo dos
devedores,fazendo procedimentos de retiradas de bens de valores do patrimônio
dos devedores e transferindo-os para o nome de outras pessoas. Um exemplo
seria a manipulação da escritura contábil, que tem o objetivo de desviar receitas,
bens, entre outros casos (MAMEDE; MAMEDE, 2013b). Para que haja uma
fraude material ou formal, caracterizando uma simulação, é preciso que estejam
presentes certos requisitos, assim destacados por Coêlho:

[...] a) na fraude, os meios são sempre ilícitos. Na elisão, os meios são


necessariamente lícitos; b) a utilização desses meios, na fraude, dá-se
no momento posterior à ocorrência do fato jurígeno ou do pagamento,
falseando-se os dados de cálculo. Na elisão o emprego dos meios,
quase sempre ocorre antes; c) em relação à pertinência dos meios,
quando estes expressamformas jurídicas alternativas (negócio jurídico
indireto), tem-se que, na fraude, há simulação de negócio e, na elisão,
compatibilidade entre forma e conteúdo. Na fraude, a intentio facti é
uma, e a intentio iuris é outra. Na elisão, a intenção real voltasse a duas
ou mais formas jurídicas opcionais, as quais levam sempre ao
resultado desejado a priori. Podemos exemplificar com a possibilidade,
no Direito Brasileiro, de uma pessoa jurídica dotar-se de um bem de
produção (ativo fixo) seja adquirindo à vista ou a prazo (compra e
venda) seja alugando-o, por contrato de arrendamento mercantil
(leasing). Cabe ao contribuinte, licitamente, decidir que fórmula
jurídica, dentre as permitidas, lhe é mais favorável, quer do ponto de
vista negocial, quer no ponto de vista fiscal; d) finalmente, se há razões
empresariais reais, como reconstrução da empresa, para obter ganho
de qualquer natureza, funcional, operacional, mercadológico ou
financeiro – business purpose- dificilmente se poderia inquinar a
operação fraudulenta, apenas porque exerce o contribuinte o direito de
escolher, entre meios lícitos, aquele menos oneroso, do ponto de vista
tributário [...] (COÊLHO, 2002, p. 173-174).

No entendimento do autor acima mencionado, quando ocorre fraude


material, existem falsificações; já na fraude por abuso de formas de direito
privado, faz-se necessário estar presente a simulação do negócio jurídico. Seu
fundamento jurídico está exposto no artigo 102 do Código Civil:

Art. 102- Haverá simulação nos atos jurídicos em geral:

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I – quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas
das quem realmente conferem, ou transmitem.
II – quando contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira.
III – quando os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

Contudo, não se pode deixar de levar em conta que o fisco possa


interpretar incorretamente uma situação que apenas mostre indícios de uma
simulação, pois pode se tratar de um negócio jurídico indireto, em que as partes
escolhem e efetuam determinado ato ou negócio, embora visassem outro fim
para a operação adotada (COÊLHO, 2002). Isso pode ser confirmado a partir
do artigo 51 da Lei 7.450/85 e do Parecer Normativo CST n. 46/875, que está
assim ementado:

A realização de operações simuladas, com o objetivo de elidir o


surgimento da obrigação tributária principal ou de gerar maiores
vantagens fiscais, não inibi a aplicação de preceitos específicos da
legislação regência, bastando que, pela finalidade do ato ou
negócio, sejam obtidos rendimentos ou ganhos de capital
submetidos à incidência do imposto de renda, qualquer que seja a
denominação que lhes seja dada.

Ainda que existam, segundo Prado (2011), autoridades fiscais que não
aceitemo planejamento tributário feito de forma legítima pelo contribuinte, há
várias decisões dos tribunais que aceitam esse planejamento, desde que
realizado de forma lícita, pois: “[...] não há na legislação tributária nenhuma
obrigação específica para a holding, nem mesmo em relação ao cumprimento de
obrigações assessórias. Portanto, deve cumprir todas as obrigações assessórias
inerentes a qualquer sociedade [...]” (PRADO, 2011, p.17).

Vide abaixo, dois acórdãos com decisões a respeito da utilização da holding:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. CARACTERIZAÇÃO


DE GRUPO ECONÔMICO.

A caracterização de grupo econômico impõe a demonstração de que a empresa


devedora pertence a grupo de sociedades sob o mesmo controle e com estrutura meramente
formal, o que ocorre quando diversas pessoas jurídicas do grupo exercem suas atividades sob

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unidade gerencial, laboral e patrimonial, e, ainda, quando se visualizar a confusão de patrimônio,
fraudes, abuso de direito e má-fé com prejuízo a credores.
(TRF4, AG 0013582-35.2011.404.0000, Primeira Turma, Relator Jorge Antonio Maurique, D.E.
27/11/2013)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO.


DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA.

A pessoa jurídica de responsabilidade limitada possui autonomia patrimonial, não se


confundindo o seu patrimônio com o de seus sócios. 2. Para a desconsideração inversa da
personalidade jurídica exige-se prova de que a sociedade esteja sendo utilizada para esconder
os bens particulares dos sócios, em prejuízo dos seus credores. 3. Não havendo indícios nos
autos suficientes a indicar que a empresa tenha sido constituída com o fim de ocultar bens ou
que o particular tenha transferido bens de sua titularidade para a pessoa jurídica, também com
a mesma finalidade, é inviável o reconhecimento da desconsideração inversa da personalidade
jurídica.
(TRF4, AG 5026424-54.2014.404.0000, Quarta Turma, Relator p/ Acórdão Luís Alberto
D'azevedo Aurvalle, juntado aos autos em 16/12/2014)

No primeiro acordão, se caracterizou a utilização da holding, como um tipo


de simulação, pois houve a caracterização de um grupo econômico pela
empresa devedora, pertencendo ao grupo de sociedades sob o mesmo controle,
que efetuam suas atividades sob unidade gerencial, laboral e patrimonial; além
de ficar demonstrado a confusão de patrimônio, trazendo má fé pelo indivíduo
em questão. Já no segundo acordão, não há indícios suficientes nos autos que
mostrem que houve ocultação dos bens, ou que houve má fé do particular
quando transferiu os bens. Nos casos de utilização da holding, é necessário que
seja identificado o dolo relacionado à ilicitude da conduta praticada, pois para a
desconsideração inversa da personalidade jurídica exige-se prova de que a
sociedade esteja sendo utilizada para esconder os bens particulares dos sócios,
em prejuízo dos seus credores.
Portanto, a partir do ordenamento jurídico, é expressamente lícita a
formalização das sociedades holding com base nas normas das sociedades por
quotas de responsabilidade limitada ou qualquer outra que o direito brasileiro
permita. Por isso, vale ressaltar que na holding há uma redução da carga
tributária que incide sobre os rendimentos da pessoa física (IRPF); há a

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possibilidade de realização de planejamento sucessório em vez do inventário; a
preservação do patrimônio pessoal perante credores da empresa jurídica da qual
a pessoa física faça parte; e maior poder de negociação quando houver intenção
de obtenção de recursos financeiros e nos negócios com terceiros (PRADO,
2011).

4.1.3 PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO COM A HOLDING PATRIMONIAL

Devido ao grande número de empresas familiares atualmente, faz-se


necessário haver um planejamento sucessório para afastar os riscos eminentes
de processos não planejados de sucessão, os quais acarretam muitas vezes na
dissolução das mesmas. O planejamento sucessório com a holding traz proteção
e reduz a carga tributária. Este capítulo tem como objetivo identificar como
funciona sua aplicação sucessória, trazendo consigo descritas suas vantagens
e uma melhor maneira de ser ter uma administração segura.

3.1 Aplicação sucessória para os sócios das empresas


Com o grande número de empresas familiares existentes no Brasil, tanto
microempresas quanto grandes grupos econômicos, mostram-se evidentes os
riscos de quem não realiza o planejamento sucessório. Pensar e tentar planejar
os efeitos pós-morte é uma tarefa difícil, mas necessária para a preservação de
um legado de anos de trabalho, que muitas vezes se dissipa com um não
planejamento, quando repassado aos herdeiros (MAMEDE; MAMEDE, 2013a).
Atualmente, a sucessão no direito se divide em duas formas: a primeira cometida
entre vivos (inter vivos) por meio de doações, vendas, etc; a segunda feita como
causa de morte (causa mortis), onde a transmissão de bens, direitos e
obrigações éfeita aos herdeiros e legatórios pelo inventário (ROCHA; RIOS,
2014). Desse modo, a holding familiar não pode ser classificada como um tipo
específico, mas sim como uma contextualização específica. Ela pode ser uma
holding pura ou mista, de administração, de organização ou patrimonial, o que é
indiferente, pois sua principal característica é ser utilizada no âmbito de
determinada família, servindo como um tipo de planejamento feito pelos

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membros devido aos problemas de organização de patrimônio, administração de
bens, otimização fiscal, sucessão hereditária, etc. (MAMEDE; MAMEDE, 2013a).
Devido a disputas familiares, várias empresas não sobrevivem às iscordâncias
entre os herdeiros, ou a má administração de um deles, isso porque, se uma
pessoa morre sem que haja testamento, a herança se transmite aos herdeiros
legítimos, que a dividirão proporcionalmente segundo o Código Civil (MAMEDE;
MEMEDE, 2013a). De acordo com o Código Civil, são herdeiros necessários os
descendentes, os ascendentes e o cônjuge, a eles pertencendo, de pleno direito,
a metade dos bens da herança, o que é chamado de a legítima (artigos 1.845 e
1.846).
Assim sendo, a transmissão por meio da sucessão de quotas da empresa
se mostra mais vantajosa, pois os herdeiros necessários concorrem na mesma
proporção prevista no artigo 1.846 do Código Civil, que estabelece pertencer aos
herdeiros necessários a metade dos bens da herança, constituindo a legítima
(PRADO, 2011). No entanto, se houver uma sucessão testamentária, que
expressa a vontade do falecido por meio do testamento, o poder da vontade se
mostra restrito, podendo o testador dispor de apenas 50% dos seus bens,
trazendo a obrigatoriedade de o resto ficar para os herdeiros necessários.
Apesar disso, o costume entre as famílias é fazer uma distribuição de partes
iguais entre os herdeiros, sem preferir uns em razão de outros, mesmo o herdeiro
podendo dispor de 50% do patrimônio. Salienta-se que: “a existência da legítima,
contudo, não afasta o direito de livre indicação dos bens que irão compor a parte
de cada herdeiro, desde que respeitados os limites legais” (MAMEDE; MAMEDE,
2013a, p. 82).

Ressalta-se que no processo de inventário é preciso levar à colação os


bensdoados para que de alguma maneira se igualem as legítimas, sem levar em
conta se a doação do filho excedeu ou não a metade disponível (PRADO, 2011).
Conforme o artigo 544 do Código Civil, “a doação de ascendentes e
descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe
por herança”. O testador não precisa da concordância dos demais para doar a
um descendente, diferente do que ocorre na compra e venda e na permuta, pois
a doação é caracterizada como presunção de adiantamento de legítima. Com

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isso, a doação de ascendente para descendente, sem o conhecimento dos
demais, não é nula (PRADO, 2011).
Quando o sócio vier a falecer, metade de suas quotas sociais serão
divididas entre seus descendentes, ascendentes e o cônjuge sobrevivente. O
que restar das quotas poderá ser distribuído segundo a vontade do sócio falecido
por meio de testamento (PRADO, 2011). Sua fundamentação se encontra no
artigo 1.857 do CódigoCivil:

Art. 1.857.- Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade
dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte.
§ 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento.
§ 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial,
ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.

O planejamento sucessório se resume em um processo pelo qual a família


cria meios para ter uma manutenção racional do patrimônio adquirido, e se, no
caso,forem empresas, é extremante comum que no momento da sucessão
empresarial senote a falta de habilidade para administrar a empresa por parte
dos herdeiros, acarretandoum impasse (BARROS, 2013). Com base nisso, Lodi
e Lodi (1991, p.37) citam exemplos de benfeitorias com sua aplicação em
questões familiares:

[...] a) Sobreposições de gerações (pais ativos-filhos produtivos)-


descentralização física da empresa. Evite também o conflito familiar. Há espaço
para atuar produtivamente; b) Filhos com vocação diferentes dos pais
(outro ramo de negócios)- liberalidade de escolha profissional sem romper a
unidade familiar facilitando o apoio no novo investimento; c) Treinamento
mais efetivo da geração que vai assumir (rodízio mais amplo)- responsabilidades
gradativamente assumidas. Exercício do poder de decidir, determinar
e delegar; d) Aproveitamento por mais tempo da experiência da geração que
está se afastando (nível de aconselhamento)- ponto de encontro entre o poder
da técnica e o poder de experiência. Resultado: bom senso [...]

Partindo dessas premissas, a “[...] possibilidade de constituição de uma


holdingfamiliar [...] permite acomodar todos os herdeiros numa mesma
sociedade, todos em igualdade de condições, deixando as funções de

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administração empresarial para aqueles que revelam essa qualidade [...]”
(MAMEDE; MAMEDE, 2013a, p.83). Consequentemente, os membros da família
deixam de ser proprietários dos bens, tanto imóveis quanto móveis, materiais ou
imateriais, devido a integralização de uma holding, a qual passará a ser
proprietária desses bens (MAMEDE; MAMEDE, 2013a). Isso porque todos os
herdeiros, juntamente com seus pais, são sócios igualmente nivelados, tendo
certa retirada de valor, sendo essa receita obtida a partir do patrimônio familiar
e estando dividida na proporção da participação societária. Já aqueles sócios
que pretendem trabalhar de fato nessas sociedades serão remunerados pela
atividade de administração (RYZEWSKI, 2014).
Mamede e Mamede ilustram as duas opções da divisão de um
patrimônio: No primeiro caso se mostra o que acontece estando os bens em
nome de uma pessoa física, exemplificando-se que, com o falecimento dessa
pessoa, seu patrimônio passa aos herdeiros, sendo dividido igualmente caso
não haja testamento.
Figura 1: Expectativa de sucessão.
Fonte: Mamede e Mamede (2013a, p.150)

Já na segunda opção temos a utilização da holding na sucessão, na qual o


patrimônio familiar do de cujus, transformado em quotas ou ações, passa da
seguinte maneira aos herdeiros.
Figura 2: Sucessão na holding.
Fonte: Mamede e Mamede (2013a, p. 151)
Lodi e Lodi (1991) complementam que, com a utilização da holding familiar,
problemas pessoais ou familiares não interferem diretamente nas empresas. E,
no
caso de haver dissidências familiares ou espólio, será a holding que decidirá o
que será feito, como uma unidade jurídica, e não como pessoas físicas
emocionadas, que podem afetar a empresa.
Por isso, utiliza-se a holding familiar como um meio de reestruturação
patrimonial, ao reunir parte ou a totalidade de bens de uma família, objetivando
solucionar problemas referentes à herança, substituindo em parte declarações
testamentárias e, ainda, designando quais serão os administradores da
sociedade, de maneira a beneficiar a empresa, sem haver atritos e litígios

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judiciais entre parentes ou familiares(PRADO, 2011). As desavenças familiares
serão resolvidas no âmbito da holding, respeitando o que foi acordado, tais como
as normas do direito empresarial, o contrato social e o estatuto da holding
(RYZEWSKI,2014).
O patrimônio da família, ou uma parte designada, já não pertencerá mais
pessoa natural, mas sim a pessoa jurídica. Em razão disso a sucessão
hereditária não se fará nos bens ou empresa ou na participação societária nas
empresas, mas sim na participação societária na holding (MAMEDE; MAMEDE,
2013a).
Oportuno também considerar que, com a utilização da holding familiar,
evitase que a pessoa física fique exposta a qualquer tipo de ação. Além disso, a
holding auxilia em qualquer problema de ordem pessoal ou social, tais como:
casamentos, separação de bens, comunhão de bens, autorização do cônjuge
em venda de imóveis, procurações, testamento, amparo a filhos, entre outros
(PRADO, 2011). Por outro lado, essa junção de patrimônio afasta a lógica
individualista de uma sucessão sem abertura de uma holding, pois os herdeiros
não serão proprietários do patrimônio, mas sim titulares de quotas ou ações
(MAMEDE; MAMEDE, 2013a).
Mamede e Mamede salientam a estratégia de constituir uma holding familiar,
trazendo os herdeiros para serem sócios no objetivo de deixar hígida a força do
patrimônio familiar, para o bem de todos os membros da família (MAMEDE;
MAMEDE, 2013a). Contudo, ainda é necessário decidir se a transferência das
quotas ou ações da sociedade de participação se fará antes ou após a morte.
Caso seja antes, a transferência se fará por doação, caracterizando-se como
adiantamento de legítima, ou seja, uma entrega antecipada dos bens do
patrimônio que caberão aos herdeiros necessários após a morte do de cujus,
podendo haver apenas a doação da parte disponível do patrimônio. Já se a
transferência for feita após a morte, deve-se utilizar o testamento. Desse modo,
o controle da holding se mantém com os ascendentes, sendo transferido para os
descendentes após a morte (MAMEDE; MAMEDE, 2013a).
Concede-se aos pais, portanto, ainda a possibilidade de proteger o
patrimônio que irá ser transferido aos filhos, por meio de cláusulas de proteção
(cláusulas restritivas),que têm por efeito evitar problemas com os cônjuges,

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bastando fazer uma doação das quotas e/ou ações com cláusula de
incomunicabilidade (MAMEDE; MAMEDE, 2013a).
Importante destacar, nos termos do artigo 979 do Código Civil, que os
pactos e as declarações antinupciais do empresário, o título de doação, herança
ou legado, de bens com cláusulas de incomunicabilidade ou inalienabilidade,
além de serem averbadas no Registro Civil, necessitam averbação no Registro
Público de Empresas Mercantis. Caso o ato não seja registrado, não poderá ser
oposto a terceiros.
Há ainda outra maneira, que seria o usufruto, em que se transfere aos herdeiros
apenas a propriedade em si dos títulos societários (quotas ou ações), mantendo
os genitores a condição de usufrutuários, responsáveis pela administração da
holding, tendo consigo o controle das sociedades operacionais e demais
investimentos da família (MAMEDE; MAMEDE, 2013a).
Roberta Prado (2009) afirma ser preciso esclarecer que o planejamento
sucessório do patrimônio familiar é válido e de muita utilização, pois dá ênfase a
uma série de interesses, prevenindo litígios familiares, além de garantir um
melhor manuseio sobre a gestão do patrimônio imobiliário e do grupo
empresarial familiar. Contudo, é preciso saber que não existe uma “blindagem
completa”, contra todo tipo de litígio, mesmo que o planejamento seja feito de
forma adequada e técnica, respeitando os princípios legais; sobrevindo os
ânimos de litígios entre os herdeiros, haverá a possibilidade de tudo
“desmoronar”. Assim, para se ter um bom planejamento sucessório utilizando-se
de uma holding familiar, é preciso que a administração seja feita por pessoas
capazes, que mostrem interesse perante o grupo societário; apliquem
estratégias compatíveis com o que se precisa; contem com profissionais
especializados; que estejam atentas aos resultados, liderando adequadamente
o grupo familiar para que continue prosperando com o passar dos anos,
evitando-se a perda de fortunas na hora da partilha judicial.
Por conseguinte, pode-se afirmar que a holding é uma excelente solução,
espe cialmente no caso de pessoa física, e uma complementação técnica e
administrativa para a pessoa jurídica (BARROS, 2013). Para além da
possibilidade de planejar a sucessão, a legislação fiscal oferece facilitações que
podem ser usadas pelo contribuinte, como dão conta Mamede e Mamede
(2013a, p. 87):

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[...] A constituição do holding familiar se encarta numa compreensão
maior dos desafios relativos ao patrimônio e às atividades negociais,
observando os respectivos impactos fiscais e examinando-lhes a adequação
e, mais do que isso, as oportunidades existentes no sistema legal vigente.
Essas oportunidades não são poucas [...]

Essas vantagens demonstram o porquê da constituição de uma holding familiar,


juntamente com um planejamento tributário, trazendo a adoção de uma estrutura
societária mais complexa, multissocietária (MAMEDE; MAMEDE, 2013, a). A
seguir mostra-se um mapa societário de uma holding familiar:

Figura 3: Mapa societário. Fonte: Lodi e Lodi (1991, p.45)

Outra forma vantajosa de utilização da holding seria utilizá-la de maneira


preventiva, para que terceiros não afetem os bens de família. No caso em
questão, o empresário deixa de ser proprietário do bem, transformando-se em
sócio cotista, pois o patrimônio fica integralizado no capital social da holding
familiar. Desse modo, se algo ocorrer no futuro, na hora da execução, irá se
verificar que o sócio não possui bens pertencentes à empresa. Vale salientar que
só pode se utilizar desse benefício o empresário que não estiver com dívidas,
caso contrário poderá se constatar fraude (RYZEWSKI, 2014).
Antes de se utilizar das benesses descritas, é indispensável a escolha
da natureza jurídica (simples ou empresária) que se atribuirá a sociedade e seu
respectivo tipo societário. Para isso, é necessário se concentrar nas
características das atividades negociais titularizadas e nas características da
própria família, para assim poder identificar qual o melhor tipo societário no caso
em questão – além de se verificar as questões das metas que se pretendem
alcançar – e visualizar quais são seus méritos e deméritos para almejar os fins
que estão focados (MAMEDE; MAMEDE, 2013a). Isso se mostra extremamente
importante devido aos seus possíveis efeitos, podendo acarretar em riscos de
prejuízos. À vista disso, Mamede e Mamede (2013a, p.91-92) citam um exemplo:

[...] Se a sociedade só é titular de patrimônio, material e/ou imaterial


(incluindo títulos societários), não assumirá obrigações e, assim, não será

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indispensável entre as obrigações da sociedade e o patrimônio dos sócios.
Em oposição, se a sociedade for assumir obrigações, havendo risco de não
as suportar, melhor será adotar um tipo societário em que os sócios não
tenham responsabilidade subsidiária pelas obrigações sociais, ou seja, a
sociedade limitada ou a sociedade anônima [...].

Por seguinte, é preciso escolher a natureza que será atribuída à


sociedade, podendo ser uma sociedade simples ou empresária. Com isso, há
três tipos societários em comum: sociedade em nome coletivo, sociedade em
comandita simples e sociedade limitada (MAMEDE; MAMEDE, 2013a).
Uma das poucas diferenças entre ambas as naturezas de sociedades seria a
questão da abertura, tendo uma diferença no registro. As sociedades simples
são registradas nos Cartórios de Registro Público de Pessoas Jurídicas; já as
sociedades empresariais são registradas nas Juntas Comerciais. Outra
diferença importante é que, quando se opta pela constituição de uma sociedade
simples, não se tem a possibilidade de decretar falência, afastando a aplicação
da Lei 11.101/05 e impedindo a sociedade de desenvolver suas obrigações.
Nota-se, assim, um aspecto muito importante na hora de fazer a escolha
(MAMEDE; MAMEDE, 2013a).
Portanto, para se ter uma tranquilidade a mais a respeito da sucessão, a
melhor solução seria o planejamento sucessório. Com ele há uma segurança
jurídica maior, além de se evitar brigas e desentendimentos familiares entre os
membros da família dos sócios.

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