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Álgebra I
Recife-PE
2011
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Sumário 5
Palavra do professor-autor 7
Aula 1 - 13
Aula 2 - 41
Aula 3 - 65
Aula 4 - 85
Aula 5 - 109
Aula 6 - 135
Palavra do professor-autor
Estimado (a) estudante, é com grande apreço que desenvolvemos este ma-
terial, buscando imergir no universo matemático através de uma linguagem
mais simples. Todo esse percurso se deu por uma árdua triagem, a qual foi
facilitada pela contribuição, mais que importante, de um apanhado biblio-
gráfico rebuscado de grandes autores e também de um toque particular do
conhecimento adquirido pela vivência pessoal nas esferas matemáticas.
Enfim, partimos da premissa de que para servir, primeiro temos que ser ser-
vos. Assim, fazemos votos de que tenham um ótimo Curso de Álgebra I.
Cordialmente,
Álgebra I 7 UAB
Apresentação da Disciplina
Não é só por fazer parte de uma grade de disciplina, que a Álgebra deve
ser estudada, mas, principalmente, pela sua relevância, por ser a mola pro-
pulsora de conceitos tão ínfimos da Matemática. Assim como toda ciência,
a Matemática precisou de uma ressignificação, de uma nova abordagem,
mediante uma apresentação mais moderna. Proposta aderida pela idiossin-
crasia de muitos estudiosos que, levou a cabo a necessidade de, quando
ainda estavam revestidos de um classicismo algébrico, estender o conceito
de grandezas mensuráveis a ideias infinitesimais.
Álgebra I 9 UAB
Esperamos imergir juntos nessa partícula da Matemática de forma homogê-
nea, tomando posse desse rico conhecimento, na certeza de que contribui-
remos na mudança significativa da educação em nosso País.
HELMUT TROPPMAIR
UAB 10 Álgebra I
Álgebra I 11 UAB
Aula 1 - Conjuntos
Objetivos
Assunto
Conjuntos e suas demonstrações.
Introdução
A gênese desta aula está em apresentar, de forma não convencional, através
da teoria de Cantor, mais uma ideia de conjunto, perpassando por suas ope-
rações e expor, de forma lógica, uma sucessão de argumentos concludentes,
permitindo mostrar que um resultado proposto é consequência de princípios
pré-fixados e de proposições pré-estabelecidas.
Apresentação
Não é só por fazer parte de uma grade de disciplina, que a Álgebra deve
ser estudada, mas, principalmente, pela sua relevância, por ser a mola pro-
pulsora de conceitos tão ínfimos da Matemática. Assim como toda ciência,
a Matemática precisou de uma ressignificação, de uma nova abordagem,
mediante uma apresentação mais moderna. Proposta aderida pela idiossin-
crasia de muitos estudiosos que, levou a cabo a necessidade de, quando
ainda estavam revestidos de um classicismo algébrico, estender o conceito
de grandezas mensuráveis a ideias infinitesimais.
Álgebra I 13 UAB
A ideia seminal deste curso se dá pela apresentação elementar de conjuntos
e de seus argumentos que levam a veracidade de valores lógicos, rumando
pela aritmética dos inteiros, a qual daremos bastante ênfase, seguida das
relações binárias, aplicações e suas operações, perfazendo com isso o acesso
à Álgebra I.
HELMUT TROPPMAIR
Conjuntos
Sabe-se o quanto é elementar, mas, de grande importância, a ideia de con-
junto, portanto, a abordagem que daremos para expressar a noção de con-
junto, sob o enfoque dos inteiros ( ), está relacionada com a Teoria de Con-
junto de Cantor, tentando diferenciar das notas bibliográficas já existentes
e encontradas em demasia.
UAB 14 Álgebra I
nomenclaturas usuais, coleção, classe, para designar conjunto.
O conjunto dos números inteiros pares é menor que todos os números na-
turais.
Prova:
Inteiro/Par 2 4 6 8 ...
Naturais 1 2 3 4 ...
Prova:
Álgebra I 15 UAB
Já sobre conjunto infinito, Cantor (1845-1918) definiu que:
A B (Vx) (x A x B)
UAB 16 Álgebra I
exemplo, o objeto que faz parte de uma coleção (conjunto).
Relação de Inclusão
Sejam A e B conjuntos. Se todo elemento de A for também elemento de B,
diz-se que A é um subconjunto de B, que A está contido em B ou que A é
parte de B. Para indicar esse fato, usa-se a notação.
• Reflexividade: A A
Álgebra I 17 UAB
Na realidade, a propriedade antissimétrica contém, intrinsecamente, a con-
dição de igualdade entre conjuntos: os conjuntos A e B são iguais se, e so-
mente se, têm os mesmos elementos.
UAB 18 Álgebra I
serão subconjuntos de U, ou derivados desses.
O fato de que, para todo x U, não existe outra opção além de x A ou,
esse fato é conhecido como princípio do terceiro excluído, e o fato de
que as alternativas x A e x A não podem ser verdadeiras ao mesmo
tempo chama-se o princípio da não-contradição.
Álgebra I 19 UAB
• A B Bc Ac
P Q se, somente se Q’ P’
• Uc = Ø e Ø = Uc;
• A Ac = Ø e A U A = U ;
• (A B)c = Ac U B e (A U B)c = A Bc
UAB 20 Álgebra I
# Reunião e Interseção
Resumindo, temos:
x A U B significa “x A ou x B“
X A B significa “x Aex B“
x²-3x+2=0
x²-5x+6=0
x²-3x+2=0 ou x²-5x+6=0
x²-3x+2=0 e x²+6=0
Álgebra I 21 UAB
Equivale a “x {2}ou x=2“
Em outras palavras,
• A (B C)= (A B) C Associatividade
• A B=B A comutatividade
• Se A B, então A B=A
• A Ø=Ø
• Se A B, então AUB = A
• A Ø=A
Solução
UAB 22 Álgebra I
x A (x A ou x B)
Solução
Solução
Conclusão X = {1,2}
Solução
x (A - B) (x Aex B) A
Solução
Álgebra I 23 UAB
A implicação
Demonstrações
Observe que:
Para que uma função proposicional seja uma proposição, basta usarmos um
quantificador existencial (expressão de “existe pelo menos um”) ou quanti-
ficador universal (expressão de “qualquer que seja” ou “todo”) caracteriza-
UAB 24 Álgebra I
dos, respectivamente, pelos símbolos.
Exemplo7:
# Conectivos
São operações que têm interesse fundamental. E são expressos por uma
linguagem matemática significativa para a resolução de um problema que
os contêm.
São eles:
Álgebra I 25 UAB
O condicional p q é falso somente quando p é verdadeira e q é falsa; caso
contrário, p q é verdadeiro.
# Implicação e Equivalência
Diz-se que p implica ou acarreta q quando, a condição de p leva a q. Indica-
se por: p q
Por exemplo: p é positivo e primo mdc(p, p²) = p. Quer dizer que o condi-
cional “se p é primo e positivo, então o máximo divisor comum de p é p²”,
portanto, verdadeiro.
Exemplo8: 2|8 (lê-se dois divide 8) mdc (2,8) = 2. Significa dizer que é
verdadeira a bicondicionalidade “2 é divisor de 8 se, e somente se, o máximo
divisor comum de 2 e 8 é 2”.
Há, também, o caso em que a primeira proposição tem um valor lógico e sua
recíproca outro valor lógico.
# Demonstração Indireta
UAB 26 Álgebra I
Também chamada de demonstração por redução ao absurdo, por de-
monstrar, pela negação de uma função proposicional, um teorema proposto.
Negando a tese, suponhamos que m fosse par. Portanto, m (sendo par) pode
ser escrito na forma m = 2t, sendo t inteiro. Então, m² = (2t)² = 4t² = 2 .
(2t²) também seria par, o que gera o absurdo contra a hipótese. De onde, m
necessariamente é ímpar.
# Demonstração de Existência
A demonstração por existência está reduzida a exibição de um elemento ou
objeto que cumpra as condições previamente propostas.
(1)
Álgebra I 27 UAB
# Demonstração por Contraexemplo
“Se a é um divisor de b e de c, então a é um divisor de b + c”. Se essa afir-
mação for verdadeira, o intuito do contraexemplo é demonstrar que sua
recíproca não é verdadeira.
Exercícios Comentados
Todos os exemplos supracitados servem como base para resolver os exercí-
cios propostos.
Exercícios Propostos
1.Sejam A e B conjuntos tais que A U B = A B. Prove que A = B
A = {x € | x2< 4},
B = {x € |x2 - x 2}
a) Ac B
b) C Bc
c) A B=D
UAB 28 Álgebra I
3.Define-se diferença entre dois conjuntos, A e B da seguinte maneira: A -
B= {x|x € A e x B}. Ache a diferença A- B nos seguintes casos:
d)O conjunto dos professores não está contido no conjunto dos pesquisa-
dores.
Resumo
Essa aula tem a função de propor uma síntese na vastidão da álgebra abs-
trata, de conceitos, formulações e demonstrações no tocante a conjuntos.
Álgebra I 29 UAB
Portanto, abri-se um leque do que vem a ser conjuntos, dando início com
o embasamento de relações a partir de suas propriedades (antissimétrica,
reflexiva e transitiva), formalizando as operações triviais e princípios que nor-
teiam os conjuntos.
Referências
ELON, L; CARVALHO, P.C.P; WAGNER, E e MORGADO, A.C. A Matemática do Ensino
Médio, volume 1 (9ª edição). Rio de Janeiro: SBM Coleção do Professor de Matemática,
2006.
GONÇALVES, A. Introdução à Álgebra. Rio de Janeiro: IMPA Coleção Projeto Euclides,
1998.
HEFEZ, A. Curso de Álgebra, volume 1 (3ª edição). Rio de Janeiro: IMPA Coleção
Universitária, 1999.
IEZZI, G e HYGINO, H. Álgebra Moderna. São Paulo: Atual, 2001
IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar, volume 1 (8ª edição). São Paulo: Atual,
2002.
UAB 30 Álgebra I
Álgebra I 31 UAB
Aula 2 - Aritmética dos Inteiros
Objetivos
Assunto
Introdução à Aritmética dos Inteiros – Princípio de Indução Finita e Divisibi-
lidade em Z.
Introdução
Durante muito tempo os números naturais atendiam, suficientemente, a to-
das as questões inerentes a operações numéricas, no entanto, apareceram
situações que exigia uma necessidade de resolver questões de diferença en-
tre a e b, quando a < b, ou seja, um caso como a subtração de 1 – 2 que não
pertencia aos naturais.
Após estar “fechada” a ideia de números naturais com seus devidos axiomas
seria inaceitável, para alguns matemáticos, a existência de um ente negativo.
Surge então a noção dos números inteiros que, por sua vez, vem atender a
demanda da época.
Álgebra I 33 UAB
Aritmética dos Inteiros – Propriedades
Elementares
No conjunto Z, estão definidas as operações de soma e produto, segundo as
apresentações abaixo:
(+): Z x Z Z e (.): Z x Z Z
(x, y) x + y ; (x,y) .
x y
i. (x + y) + z = x + (y + z) (associatividade da soma)
UAB 34 Álgebra I
# Primeiro Princípio de Indução:
Exemplo1:
Provar que:
Demonstração:
Álgebra I 35 UAB
1) A afirmação A(n) é verdadeira para n = n0;
Exemplo2:
# Divisibilidade em Z
Tomados dois números inteiros, em que apenas será possível a ser divisor de
b quando tivermos um c € Z tal que b = ac . Nesse caso, podemos dizer que b
é múltiplo de a. A simbologia usada para indicar a notação de divisibilidade
será: a|b, com a ≠ 0.
Vale ressaltar que a notação a|b não representa uma fração, ou até mesmo,
uma operação em Z. Trata-se de uma linguagem matemática que caracteriza
uma possível veracidade na existência de c tal que b = ac. É salutar citar tam-
bém que a negação para essa sentença se dá pela simbologia: .
UAB 36 Álgebra I
Exemplos3:
A relação entre pares de inteiros definida por a|b se satisfaz das seguintes
propriedades:
(iv) Se a|b e b|c, então a| (bx + cy), quaisquer que sejam os inteiros x e y
Exemplo4:
Vamos provar que h(n) = 22n + 15n - 1 é divisível por 9, ou seja, 9|h(n) qual-
quer que seja o inteiro n ≥ 1.
Solução:
Seja r ≥ 1 e suponhamos h(r) divisível por 9. Então, h(r) = 22r + 15r - 1 = 9.q
para algum inteiro q. Segue daí que 22r = 9q - 15r + 1.
Logo,
Álgebra I 37 UAB
Que por sua vez é múltiplo de 9. Demonstrando assim que 9|h(n).
b = aq + r, em que, 0 ≤ r < a
Solução:
Exemplo6
UAB 38 Álgebra I
1.104 + 2.103 + 0.102 + 1.101 + 9.100 = 1.104 + 2.103 + 1.101 + 9.
Isso nos revela que, qualquer que seja o número natural N, é possível encon-
trar uma única sequência a0, a1,..., ar de números naturais, com:
0 ≤ ai ≤ 9 (i = 1, 2, ..., r)
Assim, nesse sistema todo número natural é representado por uma sequên-
cia de 0 e 1.
Álgebra I 39 UAB
Exemplo7
25: 2 = 12 resta 1
12: 2 = 6 resta 0
6: 2 = 3 resta 0
3: 2 = 1 resta 1
1: 2 = 0 resta 1
A leitura é feita do último resto para o primeiro resto, então 2510 (base 10)
representado na forma binária fica:
11001
Exercícios Comentados
1. Demonstre, usando o princípio de indução finita, a seguinte expressão:
8 | (32n - 1), n € N*
Solução:
Então:
UAB 40 Álgebra I
Observe que 8 | 8 . 32k, ou seja, 8 divide 8 . 32k por ser um múltiplo de 8 e
divide 32k - 1 pela hipótese da indução.
n=1 1 = 12 OK!
Temos que:
2n ≥ n + 1, n € N*
Solução:
Solução:
Álgebra I 41 UAB
Provaremos por indução sobre n.
Solução:
253 = 5. 50 + 3
Observação:
Exercícios Propostos
1. Mostre, por indução matemática, que, para todo n € N.
a) 8|32n + 7
b) 13|92n – 24n
UAB 42 Álgebra I
2. Quantos múltiplos de 7 existem entre 123 e 2551?
Resumo
Referências
GONÇALVES, A. Introdução à Álgebra. Rio de Janeiro: IMPA Coleção Projeto Euclides,
1998.
HEFEZ, A. Curso de Álgebra, volume 1 (3ª edição). Rio de Janeiro: IMPA Coleção
Universitária, 1999.
IEZZI, G e HYGINO, H. Álgebra Moderna. São Paulo: Atual, 2001
IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar, volume 1 (8ª edição). São Paulo: Atual,
2002.
Álgebra I 43 UAB
UAB 44 Álgebra I
Aula 3 - MMC e MDC
Objetivos
Assunto
Introdução à Aritmética dos Inteiros – Números Primos; Máximo Divisor Co-
mum e Mínimo Múltiplo Comum.
Introdução
Quem não já escutou, de um professor de matemática, a seguinte frase:
“número primo é todo número que tem apenas dois divisores, o 1 e ele
mesmo”.
Muitas vezes, quem profere essa frase, não faz a observação de que seriam
quatros os divisores de um número primo, pois, contamos também com os
negativos, já que trabalhamos no bojo dos números inteiros. Como exem-
plo tem-se o número 5 que é primo, pois, tem apenas ± 1 e ± 5 como seus
divisores.
A proposta inicial desta aula está numa apresentação minuciosa dos nú-
meros primos, na divulgação cautelosa dos conceitos de Máximo Divisor
Comum (M.D.C) e Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C). |Trazendo propostas
teóricas que subsidiem problemas que os envolvem.
Álgebra I 45 UAB
Números Primos
Dizemos que um inteiro p é um número primo de Z se p ≠ ± 1 e seus únicos
divisores são ± 1 e ± p.
(i) p ≠ 0;
(ii) p ≠ ± 1;
(iii) ± 1 e ± p são os únicos divisores de p.
Demonstração
UAB 46 Álgebra I
“Todo número natural maior que 1 ou é primo ou se escreve de modo único
como um produto de números primos”.
5544 = 23. 32. 50. 7. 11. 130 e 650 = 21. 30. 52. 70. 110. 13
Álgebra I 47 UAB
Outra observação, de igual importância, está na determinação da quantida-
de de divisores do número natural a que, segue por uma contagem simples,
por: a = p1a1 p2a2 ... pmam , onde p1,p2,...,pr são números primos e a1, ..., ar
€ Z, então:
Por volta de 1640, Fermat caracteriza sua descoberta, sobre números pri-
mos, através da expressão:
n
Fn = 22 + 1
“Por falta de persistência”, Fermat achava que todo e qualquer primo ca-
beria na expressão acima, foi quando em 1732 Leonhard Euler (1707-1783)
mostrou que, para quando n = 5 tem-se um número composto e não primo.
Mesmo assim, não tira o brilhantismo do trabalho de Fermat.
Mp = 2p - 1
Em que p é primo.
UAB 48 Álgebra I
t Lejeune Dirilecht – associa a infinitude dos números primos a uma Pro-
gressão Aritmética de números naturais, com primeiro termo e razão
primos entre si.
Exemplo2:
M.D.C. (12,8) = 22 = 4
2.2 = 4 = 22
Álgebra I 49 UAB
Note que o terceiro 2 (divisor) e o 3 (divisor) não são divisores comuns entre
(3, 2) e (3, 1), respectivamente (ambos os pares dividendos).
Como não podia ser diferente, a existência de M.D.C., no campo dos intei-
ros, também está atrelada a propriedades que o constitui. São elas, para d
€ Z.
(i) d ≥ 0
(ii) d é um divisor comum de a e de b
(iii) d é divisível por todo divisor comum de a e b
Para uma demonstração mais palpável, faremos menção de alguns dos lemas
proposto por Euclides que, posteriormente, subsidiará o algoritmo que leva
o seu nome, permitindo calcular, efetivamente, o M.D.C. de dois inteiros.
Lema de Euclides
Sejam a, b, n € Z com a < na < b. Se existe mdc (a, b - na), então mdc (a, b)
existe e mdc (a,b) = mdc (a,b - na).
Demonstração
Seja d = mdc (a,b - na). Como d|a e d|b, segue que d divide b = b - na + na.
Logo, d é um divisor comum de a e b. Suponha agora que c seja um divisor
comum de a e b; logo, c é um divisor comum de a e b – na e, portanto, c|d.
Provando com isso que:
(ß) Dois números inteiros a e b são primos entre si se, e somente se, existem
números naturais n e m tais que na – mb = 1.
UAB 50 Álgebra I
Demonstração
Numa linguagem mais coloquial, menos algébrica, é o mesmo que dizer que
o M.D.C. entre dois inteiros é igual a 1.
(iii) Dados números naturais a1,..., an, existe o seu mdc e mdc (a1, ..., an) =
mdc (a1, ..., (an-1, an).
Álgebra I 51 UAB
Exemplo3:
Note que
Legenda:
Exemplo4:
UAB 52 Álgebra I
Exemplo5:
Álgebra I 53 UAB
A seguir, enquanto for possível, teremos:
Exemplo6:
6 = 18 - 12.1
12 = 48 – 18.2
18 = 162 – 48.3
48 = 372 – 162.2
UAB 54 Álgebra I
Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C. )
Não obstante a abordagem introdutória feita no estudo de M.D.C., ao ini-
ciarmos o conteúdo em questão (M.M.C.), levantaremos, primordialmente,
a quantidade de múltiplos de alguns números, daí então, iremos eleger o
mínimo (menor) entre a interseção de ambos, por exemplo, e determinamos
o M.M.C.
Exemplo7:
Álgebra I 55 UAB
m é um mínimo múltiplo comum de a e b se possuir as seguintes proprie-
dades:
Do item (ii) temos que m|c e, portanto, m < c, isso se c for múltiplo de a e b.
Caracterizando o M.M.C., quando existir será o único e o menor dos múlti-
plos comuns de a e b.
Exercícios Comentados
1. Seja a = b.q + r, ache q e r na divisão euclidiana quando:
Solução:
a) a = 17 e b = 5
b) a = - 91 e b = 4
UAB 56 Álgebra I
o raciocínio é exatamente igual ao anterior, pensar num múltiplo de 4, ime-
diatamente, inferior a – 9, ou seja, - 92 e efetuar a divisão de modo normal.
2. Quais os números inteiros que, quando divididos por 5, dão um resto igual
à metade do quociente?
Solução:
S = {0,11,22,33,44}
Solução:
Solução:
Observe que o produto n(n2 + 1) pode ser escrito da seguinte forma n.(n
– 1).(n + 1), o que nos dá subsídio para chegarmos à solução. Lembrando
também que podemos reescrever 24 em fatores como:
24.1; 2.12; 8.3 e 4.6, olhando para eles, percebemos que nessa fatoração
tem-se um número par e outro ímpar e, além disso, existem em todas fato-
rações propostas um múltiplo de 3.
Álgebra I 57 UAB
Portanto, ao escrevermos n.(n – 1). (n + 1), números consecutivos, para
quando n pertencente aos naturais não nulos, há sempre um múltiplo de 3
e um fator par.
Solução
Exercícios Propostos
1) Determinar a e b se, a + b = 589 e
a) 300
b) 155
c) 173
UAB 58 Álgebra I
Resumo
Os números primos vieram de um processo histórico. Euclides(1601-1665),
com um de seus lemas, deu sustentabilidade à apresentação como conhe-
cemos hoje, sobre a primalidade dos números. Claro, outros matemáticos
também contribuíram para a extensividade dos primos, Fermat(1601-1665),
com suas tentativas e erros, caindo numa expressão falida, provada por Leo-
nhard Euler(1707-1783). Enfim, diz-se que um inteiro p é um número primo
de Z se p ≠ ± 1 e seus únicos divisores são ± 1 e ± p.
Referências
GONÇALVES, A. Introdução à Álgebra. Rio de Janeiro: IMPA Coleção Projeto Euclides,
1998.
HEFEZ, A. Curso de Álgebra, volume 1 (3ª edição). Rio de Janeiro: IMPA Coleção
Universitária, 1999.
IEZZI, G e HYGINO, H. Álgebra Moderna. São Paulo: Atual, 2001.
Álgebra I 59 UAB
Aula 4 - Aritmética Modular
Objetivos
Assunto
Introdução à Aritmética dos Inteiros – Equações Diofantinas Lineares, Con-
gruência Modular e Problema Chinês do Resto.
Introdução
Ao navegar pelo legado deixado por Diofanto (250 a.C.) no tocante a equa-
ções polinomiais com coeficientes inteiros, estaremos mergulhados na teoria
dos números que se utilizava de métodos algébricos em suas resoluções,
algo que difere de seus antecessores.
Álgebra I 61 UAB
Equações Diofantinas
O profeta Salomão, em um de seus livros, a saber, Provérbios, é exortado
a esboçar sobre a sabedoria, e um dos trechos mais sapienciais está em Pv.
8.11, que diz:
Outra máxima que estamos costumados a ouvir é: “ainda que sejamos rou-
bados, levaremos nosso conhecimento até o fim de nossa vida.”
Dionfanto levou tão a sério isso que, sob a forma de epitáfio, formulou o
seguinte problema, a revelar sua idade:
ax + by = c,
com a, b e c
Um insight foi apresentado na aula anterior sobre mdc (a,b). Algumas pro-
posições são necessárias para deduzirmos um par (x0,y0) de inteiros que sa-
tisfaz a sentença acima.
# Proposição1
UAB 62 Álgebra I
Para uma simples demonstração, precisaríamos dizer que:
Exemplo1
Solução
72 = 56 . 1 + 16
56 = 16 . 3 + 8
16 = 8 . 2
Segue que
Álgebra I 63 UAB
# Proposição2
Exemplo2
Solução
30 = 11 2 + 8
11 = 8.1 + 3
8 = 3.2 + 2
3 = 2.1 + 1
2 = 1.2
UAB 64 Álgebra I
Congruência Modular
Falamos na introdução, com empolgação, sobre a acuidade da congruência
modular. Deve-se todo crédito a Karl Friedich Gauss (1777-1855), por torná-
la um sólido instrumento matemático que decodifica a teoria dos números
para uma linguagem clara.
Exemplo3
1 13 25 ...., mod 12
5 17 29 ...., mod 12
Exemplo4
Álgebra I 65 UAB
go. Imaginemos que você deseja saber quando cairá outro dia qualquer
desse mesmo ano (vale para qualquer ano, é claro). É só montar uma
tabela para essa primeira semana, que no caso será:
Janeiro = 31 dias
Fevereiro = 28 dias (2006 não é bissexto)
Março = 31 dias
Abril = 30 dias
Maio = 31 dias
Junho = 30 dias
Julho = 5 dias
Exemplo5
UAB 66 Álgebra I
Um dos códigos de barras mais usados no mundo todo é o EAN-13,
constituído de 13 algarismos, sendo que o último é o dígito de controle.
Nesse caso, é usada a congruência módulo 10 e os fatores que com-
põem a base de multiplicação são os dígitos 1 e 3, que vão se repetindo
da esquerda para a direita.
978972711530
131313131313
9 + 21 + 8 + 27 + 7 + 6 + 7 + 3 + 1 + 15 + 3 + 0 = 107
Logo, o dígito de controle será igual a 3 (10 – 7). Note que 107 + 3 =
110 (múltiplo de 10).
Álgebra I 67 UAB
os próximos cinco dígitos identificam o produto e o último, como
já sabemos, é o dígito verificador ou de controle, que se pode calcular
através da congruência, módulo 10.
a b mod m
UAB 68 Álgebra I
(v) a b mod m e c d mod m, então a.c b.d mod m;
Álgebra I 69 UAB
(x) d = mdc(c,m), então a.c b.c mod m se e somente se a b
Se a.c b.c mod m, segue que m|[c.(a-b)], donde c.(a-b) = t.m para algum t
. Sendo d = mdc(c,m), temos que com
segue, de (iii), que a b
Outro campo no qual a congruência deixa sua marca está nos critérios de
divisibilidade. Todos os critérios anunciados a posteriori estão embasados
pelas propriedades vistas anteriormente.
De modo trivial, todo número é divisível por 2 se, e somente se, for par.
N a0 + a1.10(mod4)
UAB 70 Álgebra I
Problema Chinês do Resto
Em resumo, o problema chinês do resto orienta-se por um sistema de con-
gruências simultâneas em que mdc(ni , mj ) = 1, sempre que i ≠ j.
O sistema possui uma única solução módulo m = m1.m2.....mr. (ou seja, exis-
te uma solução x com 0 ≤ x < m, e todas as outras soluções são congruentes
módulo m com essa solução).
Solução
Álgebra I 71 UAB
t Com base no primeiro ponto da solução, precisamos determinar os Yk’s,
que, por sua vez, é o fator cujo produto com Mk deve ser congruente a
1 módulo mk, ou seja,
Exercícios Comentados
1. Achar o menor inteiro positivo que represente a soma:
5 + 3 + 2 + 1 + 8 (mod. 7).
Solução
UAB 72 Álgebra I
2. Mostrar que 41 divide 220 – 1.
Solução
Solução
Solução
5x – 11y = 29
Solução
Álgebra I 73 UAB
Logo, o mdc(11,5) = 1, escrevendo o 1 como combinação linear de 11 e 5
temos 1 = 11 – 5.2, como a equação diofantina é igual a 29, precisamos
efetuar a multiplicação de ambos os lados da igualdade por 29.
29 = 11.29 – 5.58.
Exercícios Propostos
1. Resolva, mediante o teorema chinês do resto, o seguinte sistema.
9
5. Ache os dois últimos algarismos de 9(9 ).
Resumo
A diversidade no qual estão mergulhadas as equações diofantinas, o teorema
chinês do resto e a da congruência modular, dirige esta semana de aula. Este
último alarga o conceito de contextualização do ensino e aprendizagem. É
o que se pode ver em exemplos, usando como material de apoio objetos do
cotidiano, tais como: o relógio, o CPF, o calendário, a identificação dos pro-
dutos através de seus códigos de barras, etc. Enquanto o segundo baseia-se
UAB 74 Álgebra I
numa teoria pautada na congruência modular. Já o terceiro tópico torna um
sólido instrumento matemático que decodifica a teoria dos números para
uma linguagem clara, resumindo bastante nosso trabalho.
Referências
GONÇALVES, A. Introdução à Álgebra. Rio de Janeiro: IMPA Coleção Projeto Euclides,
1998.
HEFEZ, A. Curso de Álgebra: volume 1. 3ª ed. Rio de Janeiro: IMPA Coleção Universitária,
1999.
IEZZI, G e HYGINO, H. Álgebra Moderna. São Paulo: Atual, 2001.
Álgebra I 75 UAB
Aula 5 - Relações Binárias
Objetivos
Assunto
Relações Binárias.
Introdução
Intuitivamente, o conceito de relação em matemática é próximo do conceito
de relação que vivenciamos no nosso cotidiano. No cotidiano, são exemplos
de relação: “irmão de”, “menor ou igual”, “faz fronteira com”. Trataremos
inicialmente de um tipo de relação, as relações binárias.
(a,b) = {{a},{a,b}}
Que, por sua vez, satisfaz o seguinte teorema abaixo, no qual se propõe
considerar dois casos como demonstração.
Teorema
Se (a,b) e (x,y) são pares ordenados e se (a,b) = (x,y), então a = x e b = y.
Álgebra I 77 UAB
1º caso: a = b
Então, (a,b) = {{a}} é um conjunto unitário. Como (a,b) = (x,y), segue que
(x,y) = {{x}, {x,y}} = {{a}} é também um conjunto unitário; isso implica que x =
y. Agora, desde que {x} € (a,b) = {{a}}. Logo, concluímos que a, b, x e y são
todos iguais.
2º caso: a ≠ b
Neste caso, note que (a,b) e (x,y) contêm exatamente um conjunto unitário,
a saber, {a} e {x}, respectivamente, de modo que {a} = {x}, logo a = x. Conse-
quentemente, {a,b} = {x,y} e, em particular, b € {x,y}. Note agora que b ≠ x.
De fato, se b = x, teríamos por transitividade que a = b, uma contradição.
Isso acarreta b = y, como queríamos demonstrar.
Exemplo1
UAB 78 Álgebra I
A relação R3 = {(x, y) € A x B : y = x+1} = { (1, 2), (2, 3) }.
Exemplo2
Exemplo3
(1, 1), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (2,2), (2, 4), (3, 3) e (4, 4).
Para dois elementos (a1, a2, ..., am) e (b1, b2, ..., bm) em M têm-se sua
igualdade definida por:
{(a1,a2,...,am)=(b1,b2,...,bm) a1=b1,a2=b2,...,am=bm}
Álgebra I 79 UAB
No caso m arbitrário e A1 = A2 = ... = Am = A , o produto cartesiano passa a
ser a potência cartesiana m-ésima de A, indicada por
M = Am= {(a1,a2,...,am)|a1,a2,...,am€ A}
Exemplo4
Para
Temos
Porém
Mais exatamente: (A x B) (B x A) = Ø
Exemplo5
Para A = R temos
Para
UAB 80 Álgebra I
Temos
Por fim, como as relações binárias são conjuntos de pares ordenados, todas
as operações que se faz com conjuntos são válidas para elas, podendo en-
tão definir a união e a interseção de relações. E, logo em seguida, a relação
complementar. Além disso, determina-se a relação diferença e a relação di-
ferença simétrica.
Uma ressalva a ser considerada dá-se pela definição de uma relação entre
certos elementos de A com certos de B, que se valida da seguinte forma:
Outra advertência a ser feita é quando, para quaisquer dois conjuntos A,B ≠
Ø, temos que
AxB€2AXB Ø € 2AXB
Isso quer dizer que todo elemento a € A está relacionado com todo elemento
b € B Portanto, A x B é também denominada a relação universal entre A e B.
Um exemplo 6 trivial que resume a advertência acima fica por conta de:
Sejam
Tem-se
Álgebra I 81 UAB
É uma relação de A em B. Sendo assim:
= Domínio de Definição
= Imagem da Relação
É uma relação de B em A.
Temos
Entre
A= {a,b.c}
UAB 82 Álgebra I
relação inversa.
Observa-se que
Além do mais,
Exemplo7
Para
e considerando-se a relação
Temos
Álgebra I 83 UAB
des que visualizaremos por meio de diagramas, seguida de um breve comen-
tário.
Exemplo 8
Exemplo 9
UAB 84 Álgebra I
é simétrica, pois, para duas retas a e b quaisquer, .
Exemplo 10
Exemplo 11
Álgebra I 85 UAB
é antissimétrica, pois, dados dois números naturais, a e b se a|b e b|a, então
a=b.
# Relação de Equivalência
Uma relação R não vazia sobre um conjunto A não vazio é chamada relação
de equivalência sobre E quando R for uma relação reflexiva, simétrica e
transitiva.
Exemplo12
i. a//a
ii a//b b//a
# Classe de Equivalência
Considere R uma relação de equivalência sobre um conjunto E. Seja a € E,
então o subconjunto a de E é uma classe de equivalência determinada por x,
módulo R, se, e somente se, x ~ a .
a = {x € E / x~a}
Exemplo13
Seja A = {a, b, c} e R uma relação em A: R = {(a, a), (b, b), (c, c), (a, c), (c, a)}.
Então, podemos determinar as seguintes classes de equivalência:
UAB 86 Álgebra I
a= {a, c}, pois a ~ a e c ~ a. Ou seja, os elementos que constituem a classe
de equivalência são aqueles que se relacionam com a.
Exemplo14
Z3{0,1,2} = em que
0 = {0,3,6,9,12,15,...}
1= {4,7,10,13,16,...}
2= {5,8,11,14,17,...}
Então 0 = {0, 3, 6, 9, 12, 15, ...}, pois 0, 3, 6, 9, 12, ... são números que di-
vididos por 3 deixam resto 0; 1 = {4, 7, 10, 13, 16, ...}, pois 4, 7, 10, 13, 16,
... são números que divididos por 3 deixam resto 1; e 2 = {5, 8, 11, 14, 17,
...}, pois 5, 8, 11, 14, 17, ... são números que divididos por 3 deixam resto 2.
# Relação de Ordem
Uma relação R não vazia sobre um conjunto E não vazio será chamada re-
lação de ordem parcial sobre E quando R for uma relação reflexiva, antissi-
métrica e transitiva. R cumpre as exigências predicais anteriormente especi-
ficadas.
Álgebra I 87 UAB
Porém, se dois elementos quaisquer de A forem comparáveis mediante R,
então R será chamada relação de ordem total sobre A. Nesse caso, o conjun-
to A é dito conjunto totalmente ordenado por R.
Exemplo15
Seja A = {a, b, c} e a relação R = {(a, a), (b, b), (c, c), (a, b), (b, c), (a, c)}. Então
R é uma relação de ordem total sobre A, pois todos os elementos de A se
relaciona dois a dois.
Exemplo16
a) Ordem Habitual
Pode-se dizer que a ordem habitual é aquela com a qual já estamos acostu-
mados no dia a dia.
UAB 88 Álgebra I
Exercícios Comentados
1.Seja R a relação em A = {1, 2, 3, 4} tal que: x R y (x – y é múltiplo de 3)
Solução
Álgebra I 89 UAB
R5 = {(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (2,2), (2,3), (2,4), (3,3), (3,4), (4,4)}
R6 = {(3,4), (2,3)}
R7 = {(3,4)}
Solução
Reflexivas: R3, R5 e R8
Simétricas: R2, R3 e R8
3.Um casal tem 5 filhos: Amauri, Cláudio, Plácido, Marina e Tamires. Enume-
rar os elementos da relação R definida no conjunto
E = {a, b, c, d, e} por x R y x
Solução
(Amauri, Cláudio),
(Amauri, Plácido),
(Cláudio, Plácido),
(Cláudio, Amauri),
(Plácido, Amauri),
UAB 90 Álgebra I
(Plácido, Cláudio).
- A relação R definida acima não é uma relação reflexiva, pois nenhum ele-
mento em A se relaciona com ele mesmo, ou seja, ninguém é irmão de si
mesmo.
4. Mostrar que a relação R sobre N x N tal que (a, b) R (c, d) a.b = c.d é
uma relação de equivalência.
Solução
propriedades:
i. Reflexividade;
ii. Simetria;
iii. Transitividade.
(a, b) R (a, b), mas essa verificação é bem direta, visto que:
ii. Simetria: Dizer que essa relação é simétrica é dizer que, se (a, b) R (c, d),
então
Álgebra I 91 UAB
No nosso caso: isso significa que, se a.b = c.d, então c.d = a.b, o que tam-
bém é verdadeiro de acordo com as propriedades do produto de números
naturais.
iii. Transitividade: Sejam (a, b), (c, d) e (e, f) R, devemos mostrar que se
a) Ordem habitual
UAB 92 Álgebra I
Exercícios Propostos
1.Quais das relações abaixo são reflexivas, simétricas, transitivas e antissimé-
tricas? Considere A = {a, b, c}.
a) Relação R = {(a, a), (b, b), (c, c), (a, b), (b, c), (a, c)}
Resumo
Na matemática e na lógica, uma relação binária ou 2-ária é uma relação
entre dois elementos, sendo um conjunto de pares ordenados. As relações
Álgebra I 93 UAB
binárias são comuns em muitas áreas da matemática para definir conceitos
como, por exemplos: “é múltiplo” e “maior que” da aritmética; “é con-
gruente” da geometria; e outros. Nesta aula, o(a) estudante foi direcionado
a identificar os predicados das relações binárias, dispondo de diagramas para
promover melhor entendimento, a fazer um link entre o módulo congruên-
cia para dilatar a extensão de relação, e interpretar problemas que agencia
insights lógicos para o desenvolvimento de questões propostas.
Referências
GONÇALVES, A. Introdução à Álgebra. Rio de Janeiro: IMPA Coleção Projeto
Euclides, 1998.
HEFEZ, A. Curso de Álgebra: volume 1. 3ª ed. Rio de Janeiro: IMPA Coleção
Universitária, 1999.
IEZZI, G e HYGINO, H. Álgebra Moderna. São Paulo: Atual, 2001.
IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar: volume 1. 8ª ed. São Paulo:
Atual, 2002.
UAB 94 Álgebra I
Álgebra I 95 UAB
UAB 96 Álgebra I
Aula 6 - Leis de Composições
Internas
Objetivos
Assunto
Aplicação e Leis de composição interna.
Introdução
Dando prosseguimento ao conteúdo de relações e precedendo ao de Gru-
pos, veremos nesta aula a linguagem preliminar do conceito de função, em
alguns casos, pode-se até usar a nomenclatura aplicação como sinônimo de
função.
Aplicações
Seja ƒ uma relação de E em F, diz-se que ƒ é uma aplicação de E em F se, e
somente se:
Álgebra I 97 UAB
O domínio de ƒ é E, isto é, D(ƒ) = E;
A exposição usual para imagem de uma aplicação é y = f(x), que nada mais
é uma consonância algébrica para
(x,y) € ƒ ou x ƒ y
UAB 98 Álgebra I
Não deve haver ambiguidade – para cada elemento x de E, ela deve fazer
correspondência unívoca y = f(x) em F.
Exemplo1
Exemplo2
R1 = {(a,n),(b,p),(c,q)]
R2 = {(a,m),(b,n),(c,q),(d,r)}
R3 = {(a,n),(b,n),(c,q),(d,r)]
R4 = {(a,m),(b,n),(b,p),(c,r),(d,q)}
Temos:
R2 e R3 são aplicações;
Álgebra I 99 UAB
R4 não é aplicação, pois (b,n) R4 e (b,p) R4, portanto b tem dois corres-
pondentes em F.
ƒ(A)={f (x)}
ƒ-1(B) = x € E | ƒ (x) B
Exemplo3
Temos:
# Aplicação Sobrejetora
Chama-se aplicação sobrejetiva uma aplicação de um conjunto E em um
conjunto F tal que todo elemento y de F seja imagem de pelo menos um
elemento x de E.
# Aplicação Injetora
Seja uma aplicação f de E em F, se cada elemento y de f(E) é a imagem de um
único elemento x de E, diz-se que a aplicação é injetiva.
# Aplicação Bijetiva
Quando a aplicação é injetiva e sobrejetiva simultaneamente.
Exemplo4
# Aplicação Inversa
Se f é uma aplicação bijetora de E em F tal que f : x y, então existe uma
aplicação também bijetora de F em E tal que y x. Esta é a aplicação inver-
-1
sa, dada por f .
Nota: só há uma aplicação inversa se, e somente se, tal aplicação for
bijetiva.
f(x) = y 2x + 1 = y 2x = y – 1 (f é sobrejetiva)
Sendo assim, a relação ente x e y da inversa pode ser obtida a partir do pro-
cesso de verificação da sobrejetora, trocando-se o x pelo y.
# Composição de Aplicações
Sejam f : E Feg:G H duas aplicações, se f(E) G, pode-se definir
uma nova aplicação de h de E em H; ou seja, h : E H, compondo-se f e g.
Exemplo6
Diz-se que f é uma aplicação crescente em E se f(x) ≤ f(x’) sempre que x ≤ x’;
Simbolicamente temos:
O símbolo * será utilizado para indicar uma operação genérica. Assim escre-
veremos x * y (lê – se “x estrela y”) ao invés de f(x, y).
Outras notações poderão ser usadas para indicar uma operação sobre E.
O símbolo “+” fica reservado para operações de caráter aditivo,“ . ” para
operações de caráter multiplicativo e os símbolos *, e outros, para
operações genéricas.
,pois
a1 a2 ... aj ... an
a1
a2 a2j
...
ai aij
...
an an1
* -1 0 1
-1 1 0 -1
0 0 0 0
1 -1 0 1
Exercícios Comentados
Sejam os conjuntos E = {-3,-2,-1,0,1,2,3}, e a regra
.
Note que: f (C1) = {0}; f (C2) = {1}; f (C3) = {2} e f (C4) = {3}
* 1 3 5 15
1 1 1 1 1
3 1 3 1 3
5 1 1 5 5
15 1 3 5 15
Exercícios Propostos
1. Se E = F = , levando em conta a relação de em , determine qual(is)
R1={(x,y) € R2|x2=y2}
Resumo
Lei de Composição Interna sobre um conjunto A, nada mais é, que uma re-
lação na qual cada par ordenado (a,b) A x A associada a outro elemento c,
que também pertencente a A. Por essa associação ou composição chama-se
esse elemento c de composto de a e b. A indicação de uma lei de composi-
ção interna, fica por conta de símbolos, um deles é o * (asterisco que prediz
uma operação genérica), e escreve-se a * b = c. A operações de caráter
específico, tais como o símbolo “+”, que indica uma operação de adição e
o símbolo de “.”, que indica a de multiplicação. Outro viés da lei de compo-
sição interna está arraigada à nomenclatura, aplicação. Portanto, uma lei de
composição interna é uma aplicação f :A x A A de modo que f(a, b) = c.
O universo das aplicações antecede o das funções, ou seja, serve como pre-
cursor para o estudo das mesmas e está arrolado de argumentos consisten-
tes que torna acessível o desdobramento delas. A característica embrionária
das operações nas aplicações faz desse conteúdo a mola propulsora para a
Referências
IEZZI, G e HYGINO, H. Álgebra Moderna. São Paulo: Atual, 2001.
IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar: volume 1. 8ª ed. São Paulo:
Atual, 2002.