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Fogo é a rápida oxidação de um material combustível liberando calor, luz e produtos

de reação, tais como o dióxido de carbono e a água.[1] O fogo é uma mistura de gases a
altas temperaturas, formada em reação exotérmica de oxidação, que emite radiação
eletromagnética nas faixas do infravermelho e visível. Desse modo, o fogo pode ser
entendido como uma entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da combustão.
Se bastante quente, os gases podem se tornar ionizados para
produzir plasma.[2] Dependendo das substâncias presentes e de quaisquer impurezas, a
cor da chama e a intensidade do fogo podem variar. O fogo em sua forma mais comum
pode resultar em incêndio, que tem o potencial de causar dano físico através da queima.

Índice

 1Fundamentos químico e físico


 2Influência histórica
 3Controle humano
o 3.1Guerras
 4Emprego do fogo pelos nativos das Américas
o 4.1Produzindo fogo por percussão
o 4.2Produzindo fogo por fricção ou atrito
 4.2.1Acendedor manual
 4.2.2Acendedor de boca
 4.2.3Acendedor de quatro mãos
 4.2.4Acendedor de arco
 4.2.5Acendedor de bombeamento
 4.2.6Acendedor de peito
o 4.3Tabus e crenças
 5Referências
 6Ver também

Fundamentos químico e físico[editar | editar código-fonte]

Tetraedro do fogo.
Fogo capturado em câmera lenta.

Chamamos de fogo o resultado de um processo termoquímico muito exotérmico


de oxidação. Geralmente, um composto químico orgânico como o papel, a madeira,
os plásticos, os gases de hidrocarbonetos, gasolina e outros, susceptíveis a oxidação, em
contato com uma substância comburente (oxigênio da atmosfera, por exemplo) necessitam
de uma energia de ativação, também conhecida como temperatura de ignição. Esta
energia para inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faisca ou de uma
chama. Iniciada a reação de oxidação, também denominada de combustão ou queima, o
calor desprendido pela reação mantém o processo em marcha.
Os produtos da combustão (principalmente vapor de água e dióxido de carbono), em altas
temperaturas pelo calor desprendido pela reação química, emitem luz visível. O resultado
é uma mistura de gases incandescentes emitindo energia, denominado chama ou fogo.

Influência histórica[editar | editar código-fonte]

Animação de um nativo do Vanuatuesfregando um pedaço de madeira contra outro para acender o


fogo.

O fogo foi a maior conquista do ser humano na pré-história. A partir desta conquista o
homem aprendeu a utilizar a força do fogo em seu proveito, extraindo a energia dos
materiais da natureza ou moldando a natureza em seu benefício. O fogo serviu como
proteção aos primeiros hominídeos, afastando os predadores. Depois, o fogo começou a
ser empregado na caça, usando tochas rudimentares para assustar a presa, encurralando-
a. Foram inventados vários tipos de tochas, utilizando diversas madeiras e
vários óleos vegetais e animais. No inverno e em épocas gélidas, o fogo protegeu o ser
humano do frio mortal. O ser humano pré-histórico também aprendeu a cozinhar os
alimentos em fogueiras, tornando-os mais saborosos e saudáveis, pois o calor matava
muitas bactérias existentes na carne.
O fogo também foi o maior responsável pela sobrevivência do ser humano e pelo grau de
desenvolvimento da humanidade, apesar de que, durante muitos períodos da história, o
fogo foi usado no desenvolvimento e criação de armase como força destrutiva.
Na antiguidade o fogo era visto como uma das partes fundamentais que formariam
a matéria. Na Idade Média, os alquimistas acreditavam que o fogo tinha propriedades de
transformação da matéria alterando determinadas propriedades químicas das substâncias,
como a transformação de um minério sem valor em ouro.

Controle humano[editar | editar código-fonte]


O milagre de fogo de São Pedro Mártir por Antonio Vivarini

Ver artigo principal: Controle do fogo pelos primeiros humanos


A capacidade de controle de fogo foi uma mudança dramática nos hábitos dos primeiros
seres humanos. Fazer fogo para gerar calor e luz tornou possível às
pessoas cozinhar alimentos, aumentando a variedade e disponibilidade de nutrientes. O
calor produzido também ajudou as pessoas a manterem-se aquecidas no frio, permitindo-
lhes sobreviver em climas mais frios. O fogo também manteve predadores noturnos
afastados. Evidências de comida cozida são encontradas a partir de 1,9 milhões de anos
atrás, embora o fogo provavelmente não foi utilizado de forma controlada até há um milhão
de anos.[3][4] As evidências tornam-se generalizadas cerca de 50 a 100 mil anos atrás,
sugerindo o uso regular a partir deste momento. Curiosamente, a resistência à poluição
atmosférica começou a evoluir nas populações humanas na mesma época.[3] O uso do
fogo tornou-se progressivamente mais sofisticado, com a sua utilização para produzir
carvão e controlar a vida selvagem desde dezenas de milhares de anos atrás.[3]
Existem inúmeras aplicações modernas de fogo. Em seu sentido mais amplo, o fogo é
usado por quase todo o ser humano na terra em um ambiente controlado todos os dias. Os
usuários de veículos de combustão interna empregam fogo cada vez que eles
dirigem. Usinas termoelétricas fornecem eletricidade para uma grande porcentagem da
humanidade.

Guerras[editar | editar código-fonte]

Hamburgo após quatro ataques com bombas incendiárias em julho de 1943, que mataram cerca de
50.000 pessoas.[5]

O uso do fogo na guerra tem uma longa história. O fogo foi a base de todos as primeiras
armas térmicas. Homero detalhou o uso do fogo por soldados gregos que se esconderam
em um cavalo de madeira para queimar Troia durante a guerra de Troia. Mais tarde, a
frota bizantina utilizou fogo grego para atacar navios e homens. Na Primeira Guerra
Mundial, os primeiros modernos lança-chamas foram usados pela infantaria, e foram
instalados de forma bem-sucedida em veículos blindados na Segunda Guerra Mundial. No
final da guerra, bombas incendiárias foram usadas pelas Potências do Eixo e
pelos Aliados da mesma forma, nomeadamente em Tóquio, Rotterdam, Londres,
Hamburgo e, notoriamente, em Dresden. A Força Aérea dos Estados Unidos também usou
amplamente bombas incendiárias contra alvos japoneses nos últimos meses da guerra,
devastando cidades inteiras construídas principalmente com casas de madeira e papel.
O napalm foi empregado em julho de 1944, no final da Segunda Guerra Mundial;[6] embora
seu uso não tenha ganho a atenção do público até a Guerra do Vietnã.[6]

Emprego do fogo pelos nativos das


Américas[editar | editar código-fonte]
Os dados disponíveis indicam que os primeiros povos que chegaram às Américas vieram
da Ásia através do Estreito de Bering há cerca de 13 mil anos, embora haja outras teorias
a respeito, mas todas admitem que a tomada dos territórios foi feita ao longo de milênios
por levas de povos com diferentes graus de evolução. Além da coleta de alimentos alguns
já praticavam a caça, a pesca e possivelmente a agricultura e a zootecnia e muitos deviam
ter conhecimento de como produzir o fogo.[7]

Método de produção de fogo por percussão de duas pedras

Muitos índios acreditavam que o o fogo ficava encerrado invisível na madeira e era
liberado quando se atritava dois pedaços dela.[8] Várias lendas tentavam explicar o
aparecimento do fogo: o macaco provocava o fogo pelo atrito de dois pedaços de pau e
ensinou aos Bororó do Mato Grosso a produzí-lo; um moço misterioso que vivia no fundo
das águas ensinou os Tariana do Amazonas; o Deus Tupã esqueceu-se do fogo sobre
uma pedra e o jacaré o engoliu. Após ser morto pela rã Jui, o fogo foi encontrado atrás da
orelha do jacaré pelo pássaro japu, que ficou com o bico vermelho; em outra lenda o japu
voou até o sol e trouxe o fogo para a Terra; para os Bacaeri do Mato Grosso dois dos seus
heróis roubaram o fogo que pertencia à raposa.[9]
Acendendo fogo pela fricção de duas madeiras

Como geralmente a produção do fogo demandava muito esforço, índios de Minas


Gerais mantinham de prontidão, vinte e quatro horas por dia, uma equipe de anciões
cuidando para que o fogo não se apagasse.[10] Os Cherokee da Carolina do
Norte, Georgia e Oklahoma mantinham o fogo aceso debaixo dos locais onde construiam
suas habitações. Se elas fossem destruídas por inimigos, o fogo lá permanecia por até um
ano e era utilizado quando a aldeia era reconstruída.[11]
Jean de Léry (1534-1611) pastor, missionário e escritor francês que junto
com Villegagnon participou da invasão do Rio de Janeiro em 1557 deixou-nos uma vívida
narrativa sobre o emprego do fogo pelos índios:
São os selvagens muito amigos do fogo e não pousam em nenhum lugar sem acendê-lo,
principalmente à noite, pois temem então ser surpreendidos por Ayugnan, o espírito
maligno, que, como já disse, amiúde os espanca e atormenta. Em suas caçadas no mato
ou em suas pescarias nos lagos e rios, para qualquer lado que se dirijam, ignorando o uso
da pedra e do fuzil, carregam por toda parte duas espécies de madeira, uma tão dura
como aquela de que nossos cozinheiros fabricam espetos e outra tão mole que parece
podre. Quando querem fazer fogo pegam de um pau em forma de fuso, preparado com a
madeira dura e mais ou menos de um pé de comprimento, e colocam com a ponta no
centro de outra peça feita com a madeira mole. Esta peça é deitada no chão ou posta
sobre um tronco mais ou menos grosso; em seguida rodam com rapidez o pau pontudo
entre as palmas das mãos como se quisessem furar a peça inferior. O rápido e violento
movimento ao fuso desenvolve tal calor que em se colocando ao lado algodão ou folhas
secas de árvores, o fogo pega perfeitamente; e asseguro aos leitores que eu mesmo
acendi fogo deste modo.[12]
Dos métodos primitivos de produzir fogo, por percussão e por friccão (atrito),[13] os
indígenas das Américas adotaram o de percussão, onde o fogo é produzido pelo choque
de duas pedras, e vários de fricção, como o acendedor manual, o acendedor de boca, o
acendedor de quatro mãos, o acendedor de arco, o acendedor de peito, o acendedor de
pressão manual e o acendedor de bombeamento.[7]

Produzindo fogo por percussão[editar | editar código-fonte]


Índios de Minas Gerais provocavam fogo usando duas pedras de sílex, uma rocha
sedimentar silicatada, apropriadamente chamada de silex pirômico.[10]
Acredita-se que o uso da percussão pelos índios brasileiros para produzir fogo tenha sido
aprendido dos europeus.[9] Isto é em parte corroborado pelo texto acima de Jean de Léry
onde há a informação de que os índios por ele contatados não usavam o fuzil, também
conhecido como pederneira, que nada mais é do que o sílexpirômico, ou seja, a pedra de
fazer fogo. Contudo, outras tribos das Américas já empregavam este processo muito antes
da chegada dos europeus.[7]
Os Algonquin ou Algonquinos dos Estados Unidos e os Athapascan do Alasca usavam
duas pedras de pirita para produzir fogo.[11] Os Esquimó também usavam duas pedras
de pirita, dirigindo a faísca para dentro de uma bolsa de couro contendo musgo seco e
esfarelado. Quando este incendiava, o fogo era transferido para local previamente
preparado para recebê-lo[14]

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