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APOIO
PORTUÁRIO
1ª edição
Niterói/RJ
Edição do Autor
2017
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Operações no Apoio Portuário
CDD 600
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Operações no Apoio Portuário
ÍNDICE
PREFÁCIO ......................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1 - GLOSSÁRIO ................................................................................................... 6
CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO............................................................................................... 10
2.1. REBOCADOR CONVENCIONAL ............................................................................ 11
2.2. REBOCADOR TRATOR ........................................................................................ 19
2.3. REBOCADOR AZIMUTAL PELA POPA (ASD)........................................................... 22
2.4. REBOCADOR COMBINADO .................................................................................. 23
2.5. FROTAS COMBINADAS ....................................................................................... 23
2.6. TRABALHANDO COM O REBOCADOR TRATOR NA PROA ....................................... 24
2.7. TRABALHANDO COM O REBOCADOR TRATOR NA POPA........................................ 25
2.8. TRABALHANDO COM O REBOCADOR ASD NA PROA ............................................. 26
2.9. TRABALHANDO COM O REBOCADOR ASD NA POPA ............................................. 27
2.10. REBOCADOR ESCOTEIRO EM CANAL ................................................................... 28
2.11. REBOCADORES A CONTRABORDO ...................................................................... 32
2.12. BOLLARD PULL x FORÇA DO VENTO .................................................................... 34
CAPÍTULO 3 - MANOBRAS COM REBOCADORES ASD ........................................................... 40
3.1. DESLOCAMENTO LATERAL DE UM REBOCADOR CONVENCIONAL .......................... 40
3.2. DESLOCAMENTO LATERAL DE UM REBOCADOR ASD............................................ 41
3.3. EVOLUÇÃO DA PRÁTICA (A BORDO OU EM SIMULADOR) ....................................... 43
3.4. APLICAÇÃO NO MUNDO REAL ............................................................................. 43
CAPÍTULO 4 - DO CONVENCIONAL AO TRATOR ................................................................... 45
4.1. EFICÁCIA DA POSIÇÃO DOS REBOCADORES ........................................................ 47
4.2. COMPARAÇÃO ENTRE TRAÇÕES ......................................................................... 48
4.3. ATRACAÇÃO / DESATRACAÇÃO .......................................................................... 48
4.4. ÂNGULOS NA LINHA DE REBOQUE ...................................................................... 49
4.5. MUDANDO POSIÇÕES ......................................................................................... 50
4.6. REBOCADORES TRATOR EM CANAIS ESTREITOS ................................................. 50
4.7. BERÇOS ESTREITOS .......................................................................................... 51
4.8. REDUZINDO A VELOCIDADE DO NAVIO................................................................. 51
CAPÍTULO 5 - TRATORES E ASD ......................................................................................... 53
5.1. VOITH SCHNEIDER ............................................................................................. 53
5.2. Z-DRIVE ............................................................................................................ 56
5.3. Z-TECH ............................................................................................................. 57
CAPÍTULO 6 - TESTE, INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE REBOQUE ........... 60
6.1. ITENS A SEREM VERIFICADOS ANTES E APÓS O REBOQUE ................................... 60
6.2. PREPAROS ANTES DO INÍCIO DAS OPERAÇÕES DE REBOQUE ............................... 61
6.3. SEGURANÇA DA TRIPULAÇÃO DURANTE AS OPERAÇÕES DE REBOQUE ................ 63
6.4. REBOQUE DE BALSAS........................................................................................ 65
6.5. NAVEGAÇÃO E MANOBRA DO REBOQUE ............................................................. 67
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 70
ANEXO A - ORDENS PADRONIZADAS PARA REBOCADORES (EUA) ........................................ 71
ANEXO B - GOVERNANDO COM O SISTEMA AQUAMASTER (AQUAPILOT) ............................... 76
ANEXO C - ENGRENAGEM DE REBOQUE PARA APOIO PORTUÁRIO (EXEMPLO) ...................... 78
ANEXO D - EXTRATO DA CONVENÇÃO DO TRABALHO MARÍTIMO DA OIT (2006) ...................... 79
ANEXO E - FORÇA DE TRAÇÃO ESTÁTICA (BOLLARD PULL) E SWL ....................................... 82
ANEXO F - A HISTÓRIA DA FIBRA DE ALTA PERFORMANCE DA DSM, A DYNEEMA .................. 85
ANEXO G - COMPARAÇÃO ENTRE A DYNEEMA E OUTRAS FIBRAS ........................................ 88
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Operações no Apoio Portuário
PREFÁCIO
Uma boa visão do desempenho operacional dos diferentes tipos de rebocadores durante as
manobras de assistência aos navios é também de suma importância para as empresas de
rebocadores. Isto permite que eles determinem qual tipo de rebocador proverá o melhor serviço
para o porto, em relação à situação local, condições ambientais e aos navios que visitam o
porto.
O Autor
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Operações no Apoio Portuário
CAPÍTULO 1 - GLOSSÁRIO
Altura Significativa da Onda: A altura aproximada da onda como vista por um observador
experiente quando estimando visualmente a altura da onda.
Cabo Guia, Linha Guia: Um cabo de fibra ou aço usado em rebocadores convencionais
para mudar o ponto de aplicação do esforço do reboque.
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Operações no Apoio Portuário
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Operações no Apoio Portuário
Navio de Rumo Estável: Com uma posição constante dos sistemas de governo (lemes,
propulsores, etc.), um navio é definido como sendo de rumo
estável se, após experimentar uma leve perturbação, ele
reiniciará a manobra original sem o uso de qualquer meio de
governo. A estabilidade de rumo em uma derrota reto, sem
variações, com o leme em uma posição de equilíbrio, é apenas
considerada na maioria das vezes. Uma guinada iniciada por
uma rápida perturbação de um navio de rumo estável, então
não prosseguirá. No entanto, após a perturbação desaparecer,
o rumo atual do navio será geralmente alterado. Um navio de
rumo estável necessita de ângulos de leme relativamente
maiores para a alteração de rumo. Esse tipo de navio possui
uma boa habilidade para controle da guinada.
Navio de Rumo Instável: Um navio é definido como sendo de rumo instável se, após ele
ser perturbado, ele inicia imediatamente uma guinada. A
mudança de rumo, com relativas altas taxas de guinada, pode
ser obtida com ângulos de leme relativamente pequenos. Esse
tipo de navio possui uma habilidade para controle da guinada
muito ruim.
Navio Morto: Um navio que não pode usar a sua própria propulsão.
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Operações no Apoio Portuário
Quilha Caixa: Uma estrutura de quilha fechada que corre do skeg de ré (se
instalado) até um ponto próximo da roda de proa de um
rebocador. Uma quilha caixa é algumas vezes instalada em
rebocadores ASD escoteiros para proporcionar uma maior
estabilidade de rumo a ré e forças de içamento adicionais,
resultando em maiores forças de reboque, quando operando
como rebocador de popa no modo de reboque indireto. Além
disso, uma quilha caixa proporciona um reforço adicional para
o casco e melhora a distribuição dos esforços quando o
rebocador está em um dique seco.
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Operações no Apoio Portuário
CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO
Com esses pontos de vista em mente, este manual tem o objetivo de apenas servir como base
para ajudar tanto o pessoal do navio, incluindo o prático, como o pessoal do rebocador no
desenvolvimento ou no reforço de suas próprias ideias e experiências utilizando rebocadores.
Para obter uma visão ampla sobre o uso de rebocadores, é importante estar primeiramente
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Operações no Apoio Portuário
ciente dos tipos de rebocadores normalmente disponíveis e, em particular, seus pontos fortes
ou fracos. Para isso, é melhor agrupar os muitos tipos diferentes de rebocadores de acordo
com seus métodos de trabalho, gerando então as seguintes categorias gerais:
Rebocadores convencionais;
Tratores marítimos;
Rebocadores ASD (Azimuth Stern Drive).
Isto significa que o rebocador convencional, se solicitado a manobrar pelo prático, deve ser
lento e algumas vezes limitado na sua capacidade de reposicionamento rápido. O mestre do
rebocador deve ser também muito cuidadoso para evitar situações difíceis em que o rebocador
pode ficar preso e incapacitado de manobrar livremente para uma posição mais segura, se isto
estiver além das suas capacidades de manobra.
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Operações no Apoio Portuário
Como a maioria das embarcações tradicionais, a propulsão está localizada na popa, e isto dita
a posição de projeto do gato de reboque. Quando um rebocador está com seguimento, como
uma embarcação normal, sem nenhum cabo conectado, ou quando está com seguimento e
rebocando, mas o cabo está brando, o ponto pivô estará aproximadamente a 1/3 do
comprimento do rebocador a partir da proa e o rebocador deverá manobrar como qualquer
outra embarcação convencional.
T P T
P
Fig. 4a: Sem cabo guia Fig. 4b: Com cabo-guia
Quando um rebocador está conectado (ver Figura 4a) e o cabo fica teso, é provável que o
ponto pivô (P) se desloque para cima da posição do gato de reboque, que normalmente estará
o mais a vante quanto o projeto permitir e o mais próximo do meio-navio (linha de centro)
quanto possível. Embora a distância entre o ponto pivô (P) e a tração (T) seja então reduzida,
ela ainda é substancial e o rebocador mantém um bom momento de guinada (PT) e um bom
grau de manobrabilidade na condição de reboque.
Se houver alguma tentativa de prender o reboque com um cabo guia, na popa ou em uma
região próxima dela (ver Figura 4b), isso resultará na perda ou em uma grande redução do
momento de guinada (PT), o que provocará em uma grande perda de manobrabilidade. O gato
de reboque tem que ser então posicionado o mais a vante possível da unidade de propulsão,
permitindo assim a liberdade de movimento do rebocador com a linha de reboque.
Já em 1950, um fabricante de rebocador, líder em sua época, realizou uma pesquisa sobre um
grande número de acidentes com rebocadores, todos envolvendo a perda de vida humana. A
causa mais comum dos acidentes era a "interação hidrodinâmica". Como o tamanho dos navios
cresceu muito mais do que o tamanho dos rebocadores, o risco deste fenômeno invisível ficou
muito maior.
Em termos simples, um navio com seguimento através da massa de água gera zonas de
diferentes pressões ao seu redor. Isto resulta em pressão positiva a vante do seu ponto pivô,
estendendo para fora do navio, enquanto uma zona de baixa pressão, ou área de sucção,
existe envolvendo todo o casco submerso do ponto pivô até o hélice. Próximo ao hélice, a área
de sucção é ampliada pelo fluxo de água na direção da abertura do hélice quando a máquina
está no sentido adiante e, pode ser também percebido a qualquer momento quando os hélices
de passo controlável estão acoplados.
Deve-se lembrar que os esforços destas zonas de interação e a distância para a qual elas se
expandem para fora do navio podem aumentar consideravelmente, não apenas com um
pequeno aumento da velocidade do navio, mas também se o navio passa por águas rasas e as
zonas de pressão são restringidas. Quando um rebocador está trabalhando sua movimentação
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Operações no Apoio Portuário
na direção da proa do navio, ele pode passar através de uma ou mais dessas importantes
áreas (ver Figura 5a) e experimentar características adversas de manobra.
-
-
-
-
-
-
- +
- P +
1 -
- +
+ +
2
+
+ + 4
3
Quando se trabalha sob a proa, na posição 3, o rebocador pode ter que correr ligeiramente à
frente da zona de pressão da proa do navio e, consequentemente, encontrar uma força positiva
muito forte sendo exercida na popa e no leme. Isso criará um efeito semelhante ao de se
colocar todo o leme para a proa do navio e o rebocador poderá rapidamente cruzar seu próprio
caminho. Uma rápida ordem do leme para o bordo oposto e da potência serão imediatamente
necessários, mas mesmo assim pode ser ineficaz contra uma força que pode ser muito forte.
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Operações no Apoio Portuário
+ +
+ -
1 -
+ -
2
3
-
-
-
Quando um rebocador se aproxima do navio a ser assistido para passar o cabo de reboque ele
também deve sentir os efeitos da interação hidrodinâmica e também pode, tal como o
rebocador a vante, experimentar algumas dificuldades para manobrar. Isto será particularmente
evidente se a velocidade do navio não tiver sido adequadamente reduzida. As forças de
interação resultantes podem ser muito fortes, causando uma sucção vigorosa, ou uma área de
baixa pressão, ao redor do casco do navio (ver Figura 5b). Isto é agravado pelo mais óbvio e
amplamente reconhecido risco que está associado ao trabalho sob a popa, nas proximidades
do hélice do navio.
Quando um rebocador realiza sua aproximação e está, por exemplo, na posição 1, ele será
influenciado por esta sucção e poderá começar a se mover para cima da popa do navio. Como
esta pode ser uma área de baixa pressão, o rebocador terá menor resistência da água ao
deslocamento adiante, podendo experimentar um leve aumento da velocidade. A menos que
uma rápida resposta seja adotada, com o leme para o bordo oposto e a potência apropriada, o
rebocador será arrastado para cima da popa do navio e ficará preso em algum lugar a
contrabordo na região da posição 2. Casos extremos são possíveis, quando as forças são tão
fortes que o rebocador não responde a todo o leme para o bordo oposto ou potência das
máquinas e pode inadvertidamente abalroar com força o costado do navio. Se o navio estiver
em lastro, parcialmente carregado ou tiver uma popa muito projetada, o rebocador poderá ser
puxado para a posição 3, com a possibilidade de danos estruturais grandes à superestrutura do
rebocador.
O perigo do propulsor é uma ameaça mais óbvia que, naturalmente, exigirá mais cuidado do
mestre do rebocador sempre que este trabalhar próximo da popa. Embora seja "desejável" que
um hélice convencional seja parado, isto nem sempre é praticável, particularmente com hélices
de passo controlável, e o mestre do rebocador deve ser sempre mantido informado sobre a
condição da unidade de propulsão (máquinas) quando da aproximação. Esta é, em todas as
situações, uma boa política a ser adotada durante todas as operações com rebocadores.
Enquanto os procedimentos variam de porto a porto, alguns mestres de rebocador podem optar
por realizar sua aproximação em relativa segurança com máquina "devagar atrás", pela linha
de centro do navio. Quando já estiver próximo, muda a proa para a direção da popa do navio, o
primeiro cabo é passado então para o rebocador, com este manobrando para uma posição
segura de forma a concluir a volta no cabo (encapelar no gato de reboque) e assumir a posição
solicitada pelo prático.
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Operações no Apoio Portuário
deste tipo de rebocador torna difícil sua saída se ele for capturado pela zona de sucção. Isto
pode ser causado por uma ou ambas das seguintes razões:
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Operações no Apoio Portuário
Posição 1: Vamos dar uma olhada em um exemplo de situação muito comum (ver Figura 7a),
com um rebocador convencional na proa com um cabo longo.
Posição 3: Se o rebocador estiver afastado da proa do navio, este poderá, como resultado de
um grande ângulo do leme para boreste ou da velocidade excessiva, ou de ambos, ultrapassar
o rebocador que pode não ter nem o tempo e nem a manobrabilidade de girar e acompanhar a
rápida guinada ou aceleração do navio.
Esta é a pior situação possível onde o rebocador está sendo puxado ao redor da linha de
reboque e por causa da posição do seu gato de reboque. Ele é então arrastado com a linha de
reboque saindo pelo seu través. Devido à natureza das forças envolvidas, ele é também
puxado para um ângulo de banda perigoso e, a menos que a linha de reboque se rompa, ou
que possa ser imediatamente liberada, o rebocador que não tem potência para responder e já
com banda acentuada, pode emborcar!
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Operações no Apoio Portuário
pode ser arrastado dentro do raio da linha de reboque para esta posição perigosa e emborcar
rapidamente. É também importante notar que um rebocador trabalhando na popa, mas no
confinamento de uma comporta, pode encontrar-se em uma situação similar, mas com ainda
menos capacidade de manobra. Se o rebocador for arrastado através da comporta com um
navio que se desloca a uma velocidade muito alta, ele estará exposto a um risco muito alto de
emborcamento.
O rebocador convencional, em comparação com outros tipos mais manobráveis, tais como o
trator marítimo e o ASD, pode estar em desvantagem como resultado de:
Interação;
Arrasto;
Velocidade excessiva do navio;
Comportas confinadas e áreas próximas de diques; e
Sua manobrabilidade tradicional.
Cabo-Guia
(comprimento ajustável)
1
2
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Operações no Apoio Portuário
Posições 2 e 3: Estas duas posições mostram o rebocador com o seu cabo-guia prendendo o
cabo de reboque principal, exposto ao risco de ser arrastado devido à velocidade excessiva do
navio e passeando ao redor do raio da linha de reboque. Neste caso, entretanto, como o cabo-
guia manteve o ponto pivô a ré, o rebocador está passeando pela popa, dando ao mestre
valioso tempo durante o qual o rebocador pode ser arrastado com segurança.
O rebocador convencional está claramente na sua melhor condição quando pode utilizar sua
potência máxima e pode aplicar toda a sua força de tração estática na linha de reboque ou no
navio, quando necessário. Naturalmente, há uma tendência para que isto ocorra quando o
navio está o mais estático possível.
Uma alternativa, se a força de tração estática não puder ser aplicada diretamente, geralmente
porque o navio está com seguimento, é "se colocar" na linha de reboque e usar o peso do
rebocador para realizar o serviço, enquanto a potência é utilizada principalmente para manter a
posição e o seguimento. O rebocador de proa é mostrado fazendo isso na Figura 9a. Ele se
afasta para um bordo mantendo-se na proa, continuando com o seguimento comparável ao do
navio e permanecendo na linha de reboque usando seu próprio peso, em vez de aplicar
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Operações no Apoio Portuário
sozinho sua força de tração estática, para guinar a proa do navio para boreste. Isto,
infelizmente, torna-se cada vez menos efetivo se for permitido que a velocidade do navio
aumente, pois o esforço do rebocador é então gasto no acompanhamento do navio e na
manutenção de uma posição segura.
Na comparação com o rebocador na proa, o rebocador na popa, se ele estiver usando o gato
de reboque principal, tem um arco de operação muito mais restrito. Se a velocidade do navio
estiver muito alta, geralmente ela é reduzida a fim de permitir o acompanhamento do rebocador
com o cabo de reboque brando, como mostrado na posição 1 da Figura 9b. Contudo, pode, se
for seguro, deslocar-se para a posição 2 e "se colocar" na linha de reboque com seu próprio
peso, mas, infelizmente, o rebocador deve manter a linha de reboque a ré da posição do gato
de reboque. Sob estas circunstâncias, esta configuração limita consideravelmente o arco de
operação do rebocador.
Em um rebocador trator, o ponto de reboque (P) pode ser colocado muito mais perto da popa,
pois as unidades de propulsão e, portanto, o ponto de tração (T) está sempre "fora" do ponto
de reboque, criando assim um bom momento de rotação positiva (PT). Se isso for comparado
com o rebocador convencional, pode-se observar que isso é completamente contrário à
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Operações no Apoio Portuário
configuração tradicional.
P T
O rebocador trator pode ser melhor definido como aquele em que, tal como um trator de
fazenda rebocando uma carreta, a unidade de potência está sempre a vante e puxando no
ponto de reboque, ao contrário de um rebocador convencional onde a propulsão fica localizada
a ré do ponto de reboque, empurrando-o.
Pode-se imaginar, de maneira bem correta, que ao se navegar sem um reboque, com unidades
de propulsão assim localizadas, este tipo de rebocador sofre com a falta de estabilidade
direcional. Com a força que guia o rebocador próxima do ponto pivô, a alavanca de direção
quase não atua, mas isso é facilmente superado pela versatilidade das unidades de propulsão.
Quando se começa a aprender a conduzir essas unidades, inicialmente a achamos bastante
peculiar, mas não demora em se acostumar. A estabilidade direcional é melhorada com a
instalação de um grande "skeg" na linha de centro do casco na parte de ré. Este skeg também
suporta o rebocador no caso de docagem ou encalhe.
Capacidade operacional melhorada em uma área restrita, tal como uma comporta ou
um cais fechado;
Pode reduzir o tempo entre atendimentos em portos que normalmente utilizam a
assistência de rebocadores;
Unidades de propulsão confiáveis e robustas.
É razoável, portanto, ver esse tipo de rebocador como extremamente versátil, idealmente
adequado aos limites de uma baía, rio, canal ou águas abrigadas com grande tráfego.
Naturalmente, pode haver desvantagens e a lista a seguir ilustra uma série de considerações
importantes:
T P1 P
(vista superior)
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Operações no Apoio Portuário
Este tipo de rebocador não é, no verdadeiro sentido da palavra, um rebocador trator, mas é
mais um desenvolvimento, utilizando alguns dos benefícios dos rebocadores convencional e
trator. Ele pode empregar duas posições de reboque, uma a meia-nau e outra na proa. A
propulsão principal com duas unidades azimutais rotativas, semelhantes às empregadas nos
rebocadores trator, é instalada na popa, tal como os rebocadores convencionais de hélices
gêmeos.
O rebocador ASD pode, portanto, ser empregado como um rebocador convencional, usando a
posição de reboque a meia-nau, mas com a manobrabilidade melhorada consideravelmente.
No entanto, é quando se usa a posição de reboque na proa, normalmente direta a partir de um
guincho de reboque, que o rebocador ASD aplica todo o seu potencial. Com praticamente todo
o comprimento do rebocador compreendido entre o ponto de reboque (P) e o ponto de tração
(T) o rebocador ASD pode ser empregado com grande eficiência. Talvez seja melhor compará-
lo a um rebocador trator tradicional, relacionando suas vantagens e limitações relevantes.
Embora não seja comum, existem alguns rebocadores portuários em uso que, no entanto,
devem ser mencionados, pois se enquadram em uma categoria melhor descrita como
"combinação1" ou rebocador combinado. De um modo geral, eles são rebocadores
convencionais mais antigos que foram adaptados com algum tipo de sistema de propulsão para
complementar seu sistema de propulsão convencional. Pode ser um impelidor lateral padrão
até um sofisticado propulsor azimutal retrátil que irá melhorar as características de manobra.
Muitos práticos estão trabalhando para autoridades portuárias que são atendidas por empresas
de rebocagem que operam apenas um bom número de rebocadores mais antigos e
convencionais e talvez, na melhor das hipóteses, com apenas um ou dois rebocadores trator
modernos. Os práticos costumam comentar que eles são algumas vezes subutilizados e que
isto se deve principalmente ao retreinamento inadequado dos mestres dos rebocadores, à
resistência à mudança dos métodos de operação ou, talvez, um pouco de ambos.
Pode-se entender o dilema dos operadores de rebocadores, pois não deve ser uma questão
fácil atualizar uma grande frota de rebocadores convencionais, que ainda representariam um
investimento de capital comparativamente recente, com rebocadores trator caros que também
podem exigir novos programas de treinamento e orçamentos para a manutenção mais altos.
Será portanto essencial, durante muito tempo, para os práticos e para os comandantes dos
navios, ter uma ampla compreensão dos métodos de trabalho associados aos rebocadores
trator e aos rebocadores convencionais, para que os melhores resultados possam ser
alcançados quando um navio é atendido por ambos os tipos em uma frota mista de
rebocadores.
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Operações no Apoio Portuário
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3 3
A Figura acima, posição 1, mostra uma opção em que o rebocador está usando um guincho de
reboque na proa, se instalado, e é capaz de ajustar o comprimento do cabo conforme
necessário. Isto pode ocasionalmente ser utilizado como um método de rápido afastamento de
um cais durante as desatracações, com o rebocador sendo capaz de se mover para empurrar
ou acompanhar o navio. Entretanto, isto não é muito comum.
A posição 2, exibe um modo de assistência familiar em alguns países, notadamente nos EUA e
no Japão e também em outros lugares envolvendo a movimentação de grandes navios com
vários rebocadores envolvidos, onde o rebocador é "amarrado" a contrabordo. Conforme
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Operações no Apoio Portuário
discutido anteriormente, é necessário algum cuidado com o rebocador nesta posição, pois o
ângulo de banda na tração lateral total pode causar avarias. Além disso, o fluxo de água de
retorno e a turbulência devido à proximidade com o casco do navio, certamente combinarão
para limitar a eficiência do rebocador, predominantemente quando na desatracação com toda
força.
2
+++
+
3
Na Figura acima, a posição 1 é uma excelente posição de reboque, novamente muito utilizada
nos EUA e no Japão, e particularmente boa quando da movimentação de um "navio morto"
(sem máquinas), onde o rebocador atua como leme e hélice do navio. Para ser razoavelmente
eficaz, o rebocador precisa estar o mais próximo da popa possível, mas devem ser notadas as
limitações associadas a um rebocador trabalhando a contrabordo podem ainda ser aplicadas,
tal como mencionado no exemplo anterior.
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Operações no Apoio Portuário
No modo de reboque indireto, quando com o cabo passado na popa de um navio, a tensão na
linha de reboque pode ser aumentada por um fator de 1,5 a 2,0 vezes a força de tração
estática. O grande "skeg" submerso do rebocador trator torna-o particularmente eficiente para
atingir este aumento da força de tração.
Com sua excelente manobrabilidade e segurança inerente, o rebocador trator na popa pode
também prontamente ajudar o navio a reduzir sua velocidade e até mesmo "parar".
Na posição 4, uma vez estando o navio parado ou com a velocidade reduzida para a mínima, o
rebocador trator pode trabalhar em torno do raio da linha de reboque usando sua excelente
manobrabilidade ou, se for necessário, mover-se rapidamente e se reposicionar para trabalhar
a contrabordo.
Embora existam muitas semelhanças operacionais com o rebocador trator, o rebocador ASD é
diferente no projeto e, consequentemente, uma ou duas situações operacionais devem ser
levadas em consideração.
Veja a Figura acima. Na posição 1, falando de forma genérica, o rebocador ASD está sendo
usado da mesma maneira que se usa um rebocador convencional, quando ele emprega seu
ponto de reboque a meia-nau. Contudo, apesar dele poder ser muito potente e manobrável,
permanece no risco de emborcar, por causa das limitações operacionais da posição, as
mesmas que impactam na manobrabilidade do rebocador convencional.
Conforme mencionado anteriormente, em algumas variantes mais antigas do projeto deste tipo
de rebocador, quando navegando pela popa (máquinas atrás), com qualquer velocidade, há a
tendência da popa ser puxada para baixo, se “agachar” (squat) o suficiente para o convés
principal ser lavado e até inundado. Isso, é claro, não é aceitável e o mestre do rebocador pode
preferir, com toda a razão, reverter para o método de trabalho convencional na posição 1 para
as funções de escoteiro em um canal. Os ASD’s mais novos não estão sujeitos a esse tipo de
problema.
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Operações no Apoio Portuário
É característica deste tipo de rebocador, em algumas áreas do mundo, ser projetado com a
proa muito bem protegida por defensas. Isto evita o problema do ângulo de banda ao aplicar a
potência total e afasta os propulsores do navio, diminuindo assim a perda de tração pela
turbulência e jatos da contracorrente.
Se um rebocador ASD estiver atendendo um navio na sua popa, poderá fazê-lo da mesma
maneira que um rebocador trator, usando seu ponto de reboque de vante, seu próprio peso e a
pressão da água para ajudar a guinar o navio (ver Figura 15, posição 3). Isto não poderá,
porém, gerar a mesma força do rebocador trator com seu grande skeg a ré.
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Operações no Apoio Portuário
Há, portanto, dada a própria natureza das questões, uma indicação de que existe uma conexão
interativa entre o ponto pivô do navio e a posição do rebocador. Isto é melhor ilustrado pela
análise mais detalhada de alguns exemplos específicos.
Em muitos casos, quando um navio está em trânsito em uma via navegável estreita, não é
possível, no interesse da segurança, fazê-lo sem a assistência de um rebocador. Um exemplo
disto ocorre quando um navio deve avaliar uma curva em um canal onde, devido ao tamanho
relativo do navio, a águas rasas, marés, vento ou qualquer combinação de tais restrições, ela
está claramente além das curvas de giro normais do navio e é necessário um rebocador para
melhorar a capacidade de guinada do navio.
Outro exemplo ocorre, geralmente após um acidente envolvendo uma grave poluição, quando
é aprovada uma nova legislação tornando obrigatório o emprego do rebocador escoteiro,
mesmo para o tráfego considerado longo e em água relativamente aberta. Embora o prático e o
comandante do navio possam normalmente ser capazes de manobrá-lo sem a assistência de
rebocadores, a proteção do meio ambiente é a questão mais importante e o navio não pode ser
exposto à ameaça de uma falha mecânica ou ao risco do mais breve dos lapsos do julgamento
humano.
40 m
Se apenas um rebocador convencional for usado como escoteiro, ele não é, como já discutido
anteriormente, adequado para a assistência na popa enquanto o navio possuir algum
seguimento adiante. Isto significa que ele tem normalmente o cabo passado na proa do navio e
que, se a velocidade deste navio é muito alta, ele ficará restrito ao seu arco de operação e
eficácia. Isto é agravado pela posição do ponto pivô do navio, que durante o seguimento
adiante fica normalmente posicionado a ré da proa na distância igual ao comprimento do cabo
de reboque (cerca de 1/4 do comprimento do navio). Como resultado disto, o rebocador
trabalha em uma alavanca de giro relativamente fraca. Isso pode ser ilustrado, por exemplo,
com um navio de 160 metros de comprimento assistido por um rebocador de 20 tte (bollard
pull) na proa (veja a Figura 19). Isso criará um momento de giro aproximado de 40 metros x 20
toneladas = 800 tm.
120 m
Em uma comparação, se um rebocador trator (ou um rebocador ASD) está assistindo um navio
como escoteiro, ele será, como já discutido anteriormente, capaz de trabalhar na popa com
uma considerável flexibilidade, devido à sua alta manobrabilidade. Sua eficiência será ainda
aumentada porque, ao contrário do rebocador na proa, ele estará trabalhando em uma
alavanca de giro muito grande, de 3/4 do comprimento do navio. Assumindo, por uma questão
de comparação, que o rebocador ainda possui 20 tte (bollard pull), isso criará um momento de
giro de 120 metros x 20 toneladas = 2.400 tm.
Frenagem
Este efeito é três vezes maior que o momento de giro na proa e também ilustra por que o efeito
de “paravaning” é alcançado com um esforço relativamente pequeno. É também importante
avaliar isso com um rebocador trator com cabo passado na popa, se o navio encontra
dificuldades ou uma emergência, o que requer que o navio reduza a velocidade rapidamente, o
rebocador também pode ser arrastado de lado e atuar como um freio muito eficaz, enquanto
29
Operações no Apoio Portuário
Este exemplo indica claramente que a posição de um rebocador em relação ao ponto pivô de
um navio influencia fortemente na sua eficácia. É também evidente que qualquer mudança do
ponto pivô também afetará o desempenho do rebocador e isso pode ser melhor ilustrado com
os rebocadores com cabos longos.
Neste exemplo, o navio tem um comprimento de 160 metros com dois rebocadores de 20 tte
assistindo, um avante e um a ré, ambos com cabos longos. Assume-se no exemplo que o navio
esteja em águas parelhas, em águas profundas, sem vento ou maré e, portanto, não é
influenciado por outros fatores ou forças óbvios.
P
80 m 80 m
20 tte
20 tte
Com o navio parado e em águas parelhas, o seu centro de gravidade e o ponto pivô estão
aproximadamente a meia-nau. Se ambos os rebocadores começarem a puxar com toda-a-
força, eles estarão operando com braços de giro de 80 metros semelhantes e os momentos de
giro serão:
Como resultado, o navio irá deslocar seu casco em paralelo, sem uma taxa de guinada (Rate of
Turn) residual.
P
120 m 40 m
20 tte 20 tte
Fig. 22: Rebocadores com cabos longos, navio com seguimento adiante
Tão logo o navio possua seguimento adiante, mesmo com baixa velocidade, o ponto pivô será
deslocado para vante para uma posição aproximadamente a um quarto do comprimento do
navio a partir da proa. Isso altera substancialmente os comprimentos dos braços de giro e
provoca mudanças no equilíbrio entre os dois rebocadores cujos momentos de giro agora
serão:
30
Operações no Apoio Portuário
P
40 m 120 m
20 tte 20 tte
Se o navio que anteriormente possuía seguimento adiante, passa a ter seguimento atrás,
intencionalmente ou não, o equilíbrio entre os dois rebocadores é completamente modificado.
Isto é devido à mudança do ponto pivô do navio, da proa para uma posição aproximadamente
a um quarto do comprimento do navio a partir da popa. Os respectivos braços e momentos de
giro estão agora completamente alterados e são os seguintes:
O rebocador na popa, que anteriormente era o mais potente, agora está “fraco” em
comparação com o rebocador na proa e a popa parecerá lenta para se deslocar. Isso também
pode ser percebido como o desenvolvimento de uma guinada da proa para boreste e oposta à
guinada para bombordo, que foi experimentada quando o navio estava com seguimento
adiante.
P
40 m 120 m
6,7 tte
20 tte
Fig. 24: Rebocadores com cabos longos, navio com seguimento a ré, rebocadores em equilíbrio
Nos exemplos anteriores, com dois rebocadores de 20 tte (bollard pull), a força máxima
aplicada foi:
Rebocador de proa: 20 t
Rebocador de popa: 20 t
Total: 40 t
31
Operações no Apoio Portuário
Tendo selecionado dois rebocadores que parecem ser adequados, é muito importante apreciar
que haverão ocasiões em que eles serão obrigados a operar consideravelmente abaixo da sua
potência total, particularmente quando compensam por um momento de giro indesejado, em
uma situação que já está exigindo toda a potência disponível.
Empurrando
P P
Guinando
Quando o navio está com seguimento adiante, mesmo que com pouca velocidade, há uma
diferença muito importante entre o uso de um rebocador a contrabordo na proa, em oposição
ao emprego de um rebocador em alguma posição na popa. Como ilustrado no navio à
32
Operações no Apoio Portuário
esquerda na Figura 25, o rebocador na proa está operando muito próximo do ponto pivô do
navio. Nesta posição, ele está operando com um braço de giro muito pequeno, ou desprezível,
e, como consequência, será relativamente fraco para ajudar o navio a desenvolver uma
guinada. No entanto, ao operar perto do ponto pivô do navio, será mais eficaz para ajudar o
navio a desenvolver “deslocamentos laterais” do casco, particularmente quando empregado em
conjunto com todo o leme para um bordo e rápidas palhetadas adiante pelo navio.
Isso poderá, por exemplo, ser muito útil ao se aproximar de um cais e é necessário empurrar o
navio para cima dele, ou também quando puxando o navio durante a desatracação. Com o
rebocador sendo extensivamente usado nesta posição, há uma semelhança considerável com
o emprego de um impelidor lateral de proa (bow thruster), mas com a vantagem adicional de
uma potência muito maior em um arco operacional de 360º.Isso também permite que o prático
use o rebocador para a redução da velocidade ou parada do navio, com ótimo controle, se
necessário.
Guinando
Empurrando
P P
Se o rebocador for usado na popa, conforme descrito com o navio à direita na Figura 25, sua
função é muito alterada.Onde quer que seja posicionado, é provável que esteja a alguma
distância do ponto pivô do navio, operando com um substancial braço de giro e, como tal, será
sempre melhor posicionado para ajudar a aumentar ou reduzir a taxa de guinada do navio,
durante o seguimento adiante.
Se, depois de estar com o seguimento adiante, o navio começa então a ter seguimento atrás,
ou se o navio começará a ter seguimento atrás, por exemplo quando se aproximando de um
33
Operações no Apoio Portuário
cais, deve ser apreciado que as funções dos dois rebocadores ilustrados anteriormente serão
invertidas.
O ponto pivô do navio será deslocado para uma posição aproximadamente a um quarto do seu
comprimento a partir da popa e exibido no navio à esquerda na Figura 26, o rebocador na popa
estará ativamente engajado muito perto deste ponto. Essa posição, portanto, não é o melhor
lugar para ajudar o navio a guinar, mas será muito útil para ajudar o navio a deslocar
lateralmente o seu casco, especialmente quando empurrando primeiro a popa na direção do
cais. Embora menos eficiente, devido à sua própria turbulência e contracorrente, o rebocador
da popa também será útil no afastamento lateral do casco em relação ao cais com a popa se
deslocando primeiro. Contudo, deve-se ter em mente que um rebocador nesta posição não
está naturalmente inclinado a ajudar numa guinada, ou no desenvolvimento de uma boa taxa
de guinada, e o resultado pode ser bastante decepcionante.
Pode ter sido observado que, em alguns casos, existe uma importante correlação ou
similaridade entre os rebocadores que operam a contrabordo e um navio assistido com um
impelidor lateral de proa (bow thruster) operacional. Isso é verdade e, em muitos casos, se o
navio estiver equipado com um “bom” impelidor lateral de proa, ele pode efetivamente substituir
um rebocador, o qual pode normalmente operar a contrabordo na proa. Se, por outro lado, o
navio não tem um impelidor lateral de proa e somente um rebocador está disponível, é melhor
que ele seja posicionado na mesma posição de um impelidor lateral de proa e operado em
conformidade.
25 m
280 m
É importante que o prático tenha uma ideia ampla sobre a força em toneladas que é exercida
pelo vento sobre o navio, em comparação com a força de tração estática (bollard pull) que está
disponível pelos rebocadores locais. Isto pode ajudar, por exemplo, na definição dos limites
para o vento nas operações com determinados navios, ou ainda na análise de movimentos que
podem não estar ocorrendo de acordo com a previsão. De posse de informações tais como o
comprimento total do navio e da sua borda livre, mais o comprimento e altura da
superestrutura, incluindo qualquer carga no convés, tais como contêineres, é possível calcular
aproximadamente a área em metros quadrados que é exposta à força do vento. O navio na
Figura 27, por exemplo, possui as seguintes dimensões gerais e área vélica:
34
Operações no Apoio Portuário
Onde F é a força do vento em toneladas por m2, V é a velocidade do vento em m/s e a Área
Vélica está em m2, explicada anteriormente.
Exemplo
Para manter este navio estável com um vento de través de 30 nós, seria necessário, no
mínimo, uma combinação de rebocadores que ofereça uma força de tração estática (bollard
pull) de pelo menos 91 toneladas. No entanto, deve-se também lembrar que a força do vento
varia conforme o quadrado da velocidade do vento, e uma rajada ou redemoinho pode fazer
com que a força do vento seja muito maior do que a dos rebocadores, aplicando um esforço
considerável sobre os cabos de reboque. Este navio em particular, por exemplo,
experimentaria um aumento na força do vento, durante uma rajada, de:
35 nós: 123 t
40 nós: 161 t
Manobra
Com uma noção da força do vento e do tipo e tamanho dos rebocadores a serem usados, é
possível avaliar mais de perto uma movimentação envolvendo diversos rebocadores.
Cais
5
Vento de 30 nós
Neste exemplo em particular (Figura 28), o navio porta-contêineres, cuja área vélica já foi
estabelecida, navegará pelo canal até o cais, com um giro na bacia de evolução, antes de
atracar. Está previsto um vento de 30 nós durante o período da manobra, soprando de terra
(direção do canal), atingindo o costado de bombordo após o giro até a atracação.
Podemos agora olhar esta movimentação mais de perto, para termos uma ideia mais ampla
sobre a possibilidade dela ser realizada com segurança nestas condições em particular, com os
rebocadores disponíveis. Isto poderá, por exemplo, ser muito útil ao se discutir a movimentação
com outras partes interessadas, tais como as autoridades portuárias, além de servir como um
argumento mais profissional e substancial, a favor ou contra sua realização.
rebocadores.
Movimento 1: Discussão
4 Vento de 30 nós 1
30 tte
40 tte
130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
P
Impelidor
40 tte 3 30 tte 2 10 tte
Vento de 30 nós
1
4
15 tte 40 tte
60 50 40 30 20 10 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
P
Impelidor
40 tte 3 30 tte 2 10 tte
Com o ponto pivô mais a ré, a força do vento de 91 t permite a operação com um braço
de giro de 70 m, produzindo um momento de giro de 6.370 t/m para boreste;
Os rebocadores 1 e 2 e o impelidor lateral de proa (bow thruster) estão operando com
excelentes braços de giro de 210, 155 e 185 m respectivamente, proporcionando assim
um momento de giro combinado muito grande de 14.900 t/m para bombordo;
O rebocador 3 está posicionado, ou muito próximo, do ponto pivô e, portanto, capaz de
aplicar toda a sua potência sem provocar qualquer momento de giro;
O rebocador 4 na popa é agora exibido com uma redução arbitrária na força de tração
estática (bollard pull) para 15 tte, à medida que ele se aproxima da região restritiva
próxima do cais. Isto, combinado com um braço de giro que foi reduzido para 70 m,
resulta em um fraco momento de giro de 1.050 t/m para boreste;
O residual destes diversos momentos de giro é um momento substancial de 7.420 t/m,
que resulta em uma guinada da popa para boreste, a favor do vento e afastando do
cais;
Para interromper esta guinada, o rebocador 1, o 2 ou o impelidor lateral de proa (bow
thruster), ou uma combinação de todos os três, precisarão ser afastados. O rebocador
1, por exemplo, poderá ser totalmente parado o que resultará na perda de 40 tte. Isto
faz com que a força de tração estática potencial combinada, com todos os rebocadores
com toda-a-força, seja reduzida para 110 tte, deixando assim uma margem de
segurança com certeza inaceitável contra as 91 t de força do vento.
Isso claramente destaca o dilema de algumas operações com rebocadores, em que a força de
tração estática total parece ser substancial em um primeiro momento, mas é seriamente
reduzida pela necessidade de se controlar uma guinada inesperada, simplesmente como
resultado do início de um seguimento adiante ou atrás. Isso também pode colocar o rebocador
sob esforços repentinos e inesperados, o que pode provocar facilmente a ruptura do cabo de
reboque. Vale a pena procurar saber se os rebocadores podem ser reposicionados para um
melhor efeito?
Movimento 2: Discussão
4 Vento de 30 nós
1
40 tte
30 tte
130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
P
Impelidor
40 tte 3 30 tte 2 10 tte
37
Operações no Apoio Portuário
Vento de 30 nós 1
4
20 tte 30 tte
60 50 40 30 20 10 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
P
Impelidor
40 tte 3 2 30 tte 10 tte
A situação crucial nesta operação é a obtenção de mais potência a ré do ponto pivô, a fim de
contrabalançar a guinada excessiva da popa para fora de sua trajetória desejada quando de
deslocando atrás, mas sem comprometer a disponibilidade da potência máxima se for
necessária. Algumas pequenas mudanças no posicionamento dos rebocadores talvez ajudem.
Como o rebocador de popa está operando com tal desvantagem por causa de um
pequeno braço de giro, a situação pode ser melhorada com um rebocador mais potente
de 40 tte a vante. Se este fosse um rebocador trator, deve haver também uma menor
perda de potência, quando dificultado pela proximidade do cais, e também pode ser
muito útil a ré, durante a fase de aproximação no canal;
Isso reduz muito o desequilíbrio anterior e o momento de giro residual de 500 t/m para
boreste é tolerável e facilmente ajustado;
No momento em que o navio começa a ter seguimento atrás, o rebocador 2 deve ser
posicionado a ré, o mais próximo possível do ponto pivô e adjacente ao rebocador 3,
onde ambos podem operar a toda-a-força, sem criar momentos de giro excessivos.
Dada a sua capacidade de rápido reposicionamento quando necessário, esta tarefa
pode ser melhor desempenhada por um rebocador trator ou ASD;
No interesse de uma margem de segurança, o rebocador 4 experimenta uma perda de
eficiência para 20 tte, uma vez que ele se aproxima do cais;
Os momentos de giro estão agora muito bem equilibrados com um pequeno e
insignificante momento de giro residual de 590 t/m para bombordo;
Todos os 4 rebocadores podem aplicar sua potência total e deslocar o navio sem
produzir uma guinada excessiva.
38
Operações no Apoio Portuário
Esta movimentação em particular foi escolhida aleatoriamente para ilustrar como uma
avaliação aproximada, mas útil, pode ser feita de qualquer manobra envolvendo o
posicionamento de rebocadores, e, em seguida, ser repensada ou ajustada para melhorar a
situação geral. Também é possível, que tal análise, por mais simples que seja, pode indicar
com antecedência que uma determinada manobra não dê certo! A importância deste exercício
também demonstra a necessidade de planejamento e de informações prévias sobre os
rebocadores disponíveis.
39
Operações no Apoio Portuário
Aprender a operar com competência um rebocador ASD (um Z-Drive ou um trator) é uma das
coisas mais difíceis e frustrantes que um Mestre de rebocador convencional pode assumir.
Como não há nada de intuitivo sobre isso, ele geralmente se verá manobrando na direção
errada e, normalmente, constrangendo-se com suas iniciativas equivocadas para controlar a
embarcação. Embora todos desejem que haja alguma fórmula mágica para que o Mestre
pudesse superar essa situação, ela não existe. Você simplesmente precisa praticar com o
rebocador uma e mais vezes até que ele se desloque de acordo com a sua intenção.
Uma das primeiras manobras ensinadas é como operar um rebocador ASD para realizar um
deslocamento lateral lento. Usando essa manobra, o Mestre pode reposicionar seu rebocador
movendo-o lateralmente. Começa-se com essa manobra, pois ela é realizada de forma
semelhante à de um rebocador convencional de hélices duplos, e faz com que o Mestre pense
nos vetores de força (versus ângulos do leme) que são aplicados na embarcação para que ela
se movimente de acordo com a sua vontade.
1. Na primeira etapa, o Mestre do rebocador coloca uma máquina adiante (neste caso a de
bombordo) e a outra atrás, de modo a girar a embarcação com a sua proa indo para a
direção desejada.
2. A segunda etapa é aguardar o efeito de giro para que a proa se desloque para boreste.
40
Operações no Apoio Portuário
3. Finalmente, na terceira etapa, o Mestre colocará os lemes combinados para bombordo para
deslocar a popa para boreste para acompanhar a proa. Assim que a embarcação começa a
se movimentar lateralmente para boreste, o Mestre deve ajustar o ângulo de leme para
garantir que a popa não se desloque mais rápida ou mais lenta do que a proa, ou aumentar
ou reduzir as máquinas para que a embarcação não tenha seguimento adiante ou atrás.
Para tornar a transição de um rebocador convencional para um rebocador ASD mais fácil, o
operador da embarcação deve utilizar o mínimo de potência nas manetes de comando dos
motores. Desta forma ele poderá “ver” e entender o que fez (especialmente se a embarcação
não se movimenta como esperado). Para tornar as coisas ainda mais simples, o operador no
processo de aprendizagem que realiza esta manobra, se feita para boreste com ele olhando
para a proa, deve colocar a mão direita no bolso, depois de estabelecer a configuração dos
propulsores gêmeos e apenas controlar a embarcação depois disso, usando o propulsor de
bombordo. Isto faz com que o operador foque em como controlar a embarcação pela variação
de potência e ângulo de somente um propulsor, tornando mais fácil para ele começar a
reconhecer como a mudança nos vetores afeta a embarcação.
2. A segunda etapa é aguardar o efeito de giro para que a proa se desloque para boreste.
41
Operações no Apoio Portuário
Vetores originais da
propulsão adiante e atrás Vetor criado para boreste
Como pode ser visto nas duas primeiras etapas, os vetores das unidades de bombordo e
boreste possuem o mesmo comprimento e orientados em direções opostas, de modo que,
essencialmente, se compensam, exceto pela “torção” que eles aplicam à embarcação.
No entanto, como pode ser visto na etapa 3, quando o operador do rebocador move o
propulsor de bombordo 30º para boreste, ele ganha o vetor de boreste desejado que deslocará
a popa junto com a proa no movimento lateral para boreste. Contudo, ao inclinar o vetor acima
de 30º, o comprimento do vetor “adiante” é encurtado e agora o rebocador começa a cair a ré
devido ao vetor atrás (à direita) mais longo. Para manter o rebocador estável à medida que ele
se desloca para boreste, o operador precisa adicionar um pouco mais de potência (ou passo)
no propulsor de bombordo para equilibrar os vetores adiante e atrás.
Aqui está a vantagem de se ter o operador mantendo sua mão direita no bolso, já que agora
ele simplesmente tem que concentrar sua atenção em encontrar a direção e a potência exatas
do propulsor de bombordo para colocar a embarcação em equilíbrio, com ela se deslocando
lateralmente a uma distância constante do alvo (um cais, balsa ou outro objeto fixo).
Uma vez que o operador tenha praticado esta simples manobra e ganha as habilidades para
mover a embarcação atrás e adiante na frente e a uma distância segura de um cais ou uma
balsa, podendo manter uma distância constante de afastamento, ele tem a permissão para
usar as duas mãos para “deslocar lateralmente” o rebocador, sendo posteriormente desafiado
a dar uma volta de 90º na extremidade de um cais. Nesta manobra, a ideia é sempre “apontar”
a proa da embarcação para a extremidade do cais mantendo uma determinada distância de
afastamento.
Quando esta manobra for adicionada à lista de capacidades do operador, ele poderá se
deslocar para uma boia onde pode haver alguma corrente e praticar voltas (ou círculos) ao
redor dela, sempre “apontando” a proa para a boia, enquanto mantém uma distância constante.
Em algum momento nessas etapas posteriores de treinamento, após ter sido permitido usar as
duas mãos, o operador começa a naturalmente manobrar mais rápido e, quando ele começa a
usar os propulsores nas clássicas posições para o “deslocamento lateral rápido” (como
42
Operações no Apoio Portuário
ilustrado a seguir), o treinamento deve ser interrompido por um minuto, para notar as
diferenças entre os dois propulsores (no deslocamento lateral lento os propulsores estão na
maior parte do tempo para adiante a para atrás, enquanto no deslocamento lateral rápido eles
estão para ambos os bordos da embarcação).
As empresas de apoio portuário precisam entender claramente que a grande maioria (cerca de
80%) dos operadores competentes de rebocadores convencionais não transita facilmente para
os rebocadores azimutais (ASD ou trator). Para realizar esta difícil transição, e ganhar
competência no controle do rebocador azimutal, o operador precisará de muito tempo nas
“manetes” para praticar suas qualidades. Uma boa analogia é como se alguém estivesse
tentando aprender a conduzir uma motocicleta pela primeira vez. Obviamente, no primeiro dia,
ele não deverá levar a motocicleta para andar em uma avenida movimentada. Ele necessita de
tempo para praticar as novas técnicas para fazer curvas e trocar as marchas, frenagem, etc.
em uma rua sem movimento até que ele se torne suficientemente competente para lidar com a
motocicleta para poder controlá-la com segurança na avenida, mantendo o foco principal nas
ameaças da avenida (outros veículos, pedestres, etc.).
Enquanto o deslocamento lateral rápido é usado com mais frequência pelo operador, os dois
deslocamentos (lento e rápido) ensinam o operador a fazer a embarcação se deslocar de
acordo com a sua vontade e precisam ser praticados regularmente. Há momentos em que a
manobra de “deslocamento lateral rápido” (com a descarga dos propulsores saindo pelos dois
bordos do rebocador) é apropriada, mas às vezes não é.
Especificamente, esse método não funciona muito bem quando o rebocador está tentando ficar
a contrabordo de um costado de um navio ou da face de um píer. Não é apenas o fato de que a
43
Operações no Apoio Portuário
descarga do propulsor atingindo o costado ou o cais que faz com que seja difícil para o
operador permanecer a contrabordo, mas essa descarga contra a face de um cais pode causar
uma séria erosão de caro e difícil reparo. O operador é, portanto, incentivado a pensar sobre
esses dois métodos de deslocamento lateral (e suas possíveis consequências não
intencionais) antes de começar a usar qualquer um deles.
44
Operações no Apoio Portuário
Alguns rebocadores convencionais são equipados com tubo “kort”. O que eles fazem? O
tubulão (Kort é atualmente o nome de uma empresa) proporciona um aumento de até 40% da
tração ao direcionar a descarga do propulsor. Entretanto, nada é de graça; quando operando
atrás, a embarcação perde cerca de 10% da sua tração.
Para o desempenho, assume-se que os propulsores estão com o passo para a força de
tração estática (bollard pull) total e rpm do motor a 100% na posição toda-a-força;
Os tubulões começam a criar um arrasto considerável a velocidades superiores a 5 nós;
Podem ser equipados com lemes de flanco para permitir um melhor controle do governo
quando estiver com seguimento atrás;
Todos os rebocadores possuem limitações;
À medida que a velocidade do navio assistido aumenta, o desempenho do rebocador
convencional diminui.
100
90
Tensão na Linha de Reboque (t)
80
70 Limite de torque
60
50 720 rpm
40 900 rpm
30
20
10
0
2 4 6 8 10 12 14 Velocidade (nós)
Se olharmos para qualquer rebocador, veremos que ele possui toda sua força estática
disponível para um Prático na velocidade zero. Mas, com velocidade, O rebocador estará
usando toda a sua potência para se deslocar na água, sem que haja desempenho a ser
disponibilizado para o Prático.
Através da curva de desempenho pode-se examinar o que o rebocador pode fazer para um
Prático. Vamos examinar o que o rebocador pode fazer a 5 nós. Nesta embarcação, por
exemplo, existem cerca de 70 t de tensão na linha de reboque disponíveis. Outras
considerações são:
Força do Rebocador ao
Empurrar o Navio Assistido
Fig. 39: Vetores formados quando um rebocador convencional empurra na popa de um navio
Examinaremos como um rebocador transfere sua tração para um navio na velocidade de 5 nós.
Neste caso, operando no espelho de popa.
Para trabalhar em um ângulo adequado para empurrar o navio, o Mestre do rebocador coloca
46
Operações no Apoio Portuário
os lemes (combinados) para um bordo, cerca de 30º, e usa alguma tração para obter o ângulo
adequado. Os resultados são:
4 2
P1 P2 1
6
3
5
1
A contrabordo.
Posição 6:
140
120
100
80
60
40
20
-20
-40
-60
-80
-100
-120
-140
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120
CONVENCIONAL TRATOR
O rebocador trator será muito mais eficaz quando comparado ao convencional. Sua
manobrabilidade é incomparável. Ele pode desenvolver 100% da força de tração estática nas
máquinas adiante e atrás. A maioria dos portos está satisfeita com este tipo de rebocador.
Deve-se ter sempre em mente a maior potência com máquina atrás para evitar avarias às
buzinas e cabeços dos navios.
48
Operações no Apoio Portuário
O rebocador do tipo trator é capaz de puxar em qualquer ângulo desejado em relação ao navio.
Ele pode usar uma parte considerável da sua tração disponível para manter sua posição, o que
limita o que poderá ser aplicado na assistência ao navio. Normalmente, o ângulo da linha de
reboque é o ângulo da tração que está sendo aplicada ao navio.
Um rebocador trator pode se deslocar lateralmente a velocidades de até 3,5 nós, normalmente.
Os Mestres dos rebocadores tendem a deslocar lateralmente suas embarcações para uma
nova posição no navio. Se o rebocador “navegar” até a nova posição, isto será feito muito mais
rapidamente. Os Mestres dos rebocadores precisam ser treinados com cuidado. Para que se
sintam confortáveis no controle da embarcação, o treinamento leva aproximadamente um mês.
Para dominarem um trator marítimo, o treinamento dura cerca de seis meses.
A
Nota: As setas representam a
direção da descarga do hélice
B
Fig. 44: Rebocador ASD no modo Puxa-Empurra, aliviando a corrente de descarga no casco do navio
Posicionando o rebocador a não mais do que 45º em relação à linha de centro do navio, sua
popa provavelmente não avançará além do costado do navio. A operação dessa forma na proa
do navio aplica nele as forças de governo e de aceleração. Para reduzir os efeitos dessas
forças, o rebocador na popa do navio permanece alinhado, jogando sua popa para um bordo
ou para outro quando exigido pelo Prático.
50
Operações no Apoio Portuário
As manobras de atração em berços estreitos, para navios menores, podem ser realizadas com
um rebocador ASD a contrabordo. Este rebocador é posicionado na região da proa e pode
aplicar toda a sua potência nos quatro eixos com muita facilidade. Deve ser dada atenção ao
cabo passado à sua popa, para que suporte a força de tração estática a ser aplicada com uma
faixa adicional de tolerância.
Devido ao porte cada vez maior dos rebocadores, surgem situações em que o rebocador pode
danificar as bordas e varandas dos navios menores. Nesses casos, a corrente de descarga do
rebocador, quando ele está posicionado a contrabordo do navio assistido, poderá ser usada
para empurrar o navio para o seu berço, evitando assim o contato direto com o casco do navio.
Esta manobra exige muita prática.
Os modernos navios, movidos a óleo diesel durante as manobras, são rápidos mesmo com
MUITO-DEVAGAR ADIANTE (cerca de 6,5 nós). Para conseguir reduzir a velocidade do navio,
o Prático deve parar e partir o motor principal. Quando está com o motor principal parado, o
navio tem pouco ou nenhum governo, devido ao fluxo mínimo de água na porta do leme. Além
disso, há o risco do motor principal do navio não partir novamente após parar.
Devido aos riscos acima mencionados, o rebocador trator pode ser usado para retardar o
navio. Com sua aplicação, as seguintes situações podem surgir:
A ação de retardo pode permitir que o navio faça guinadas com altas RPM, aumentando
consequentemente a eficiência do leme;
O rebocador trator é muito eficiente nesta operação e também pode assistir no governo
do navio;
Se a próxima ordem do Prático for uma puxada indireta, ele deverá direcionar o trator
para o bordo correto a fim de facilitar a transição.
51
Operações no Apoio Portuário
2
1 Nota: As setas representam a
direção da descarga do hélice
Princípio Operacional
Os ciclo-rotores produzem um tração pela ação combinada da rotação de um ponto fixo das
pás em volta do centro e pelas oscilações das mesmas que modifica continuamente seus
ângulos de ataque. A ação conjunta do avanço produzido pelo movimento orbital e pela
variação do ângulo do passo gera um tração mais alta a baixas velocidades do que qualquer
outro tipo de propulsor. No deslocamento, as pás são posicionadas para um passo positivo
(para fora do centro do rotor) na metade superior da sua rotação e para um passo negativo
(para dentro na direção do eixo de rotação) na metade inferior induzindo uma força
aerodinâmica ascendente e oposta à descarga para baixo do fluido. Ao se variar a deste
movimento do passo, a força pode ser deslocada para qualquer ângulo perpendicular ou
53
Operações no Apoio Portuário
mesmo para baixo. Antes da perda de tração, o aumento da amplitude da cinemática do passo
aumentará a tração.
A primeira geração de rebocadores com propulsão Voith-Schneider não era utilizada para atuar
como escoteiro.
A configuração da segunda geração passa a ser adequada à função de escoteiro por ter um
“skeg” maior incorporado ao casco. Localizado a ré por motivos de estabilidade, o skeg permite
que o rebocador possa operar com forças mais altas no modo indireto durante um reboque.
54
Operações no Apoio Portuário
instalação de defensas no espelho de popa permite que a embarcação opere sob o casco
projetado para fora.
Sobre a guia de reboque, towing staple em inglês, cabe ressaltar que sua utilização é diferente
nos rebocadores tratores e nos ASD. Nos tratores, esta guia está normalmente localizada no
convés principal a ré do guincho de reboque, que fica a ré da superestrutura. Nos rebocadores
ASD, a guia de reboque fica no convés do castelo, avante do guincho de reboque. O molinete,
nos rebocadores ASD, está normalmente conjugado com o guincho de reboque. Não é raro
haver apenas uma coroa de barbotin para a movimentação da âncora de bordo.
55
Operações no Apoio Portuário
5.2. Z-DRIVE
Seu nome deriva da aparência da configuração dos eixos ou transmissão usada para conectar
mecanicamente a energia fornecida para o dispositivo de propulsão azimutal. Esta forma de
transmissão de potência é chamada de Z-Drive porque o movimento rotacional precisa fazer
curvas com dois ângulos retos (cerca de 90º), formando assim a letra “Z”. O nome é usado
para diferenciar o arranjo de transmissão da potência com o do tipo L-Drive. Ele não se refere a
um motor elétrico em uma unidade rotativa de propulsão, do tipo “Azipod”.
A transmissão Z-Drive foi inventada em 1950 por Joseph Becker, o fundador da Schottel, e
usada nos primeiros propulsores azimutais fabricados pela Schottel GmbH na Alemanha nos
anos 1960 sob a marca Schottel e chamados de Rudderpropeller desde então. Joseph Becker
recebeu o Prêmio Elmer A. Sperry por esta invenção, como uma grande contribuição para a
melhoria do transporte no mundo.
Emprego em Tratores
A unidade Z-Drive também pode ser usada em tratores marítimos “verdadeiros”. Os projetos
56
Operações no Apoio Portuário
Esta característica dos propulsores azimutais, quando comparados com os propulsores Voith-
Schneider, faz com que os armadores optem pelos azimutais. A economia de combustível é um
ponto crucial no custo operacional (opex) das embarcações de apoio portuário.
As unidades de propulsão Voith-Schneider têm recebido mais pás para tentar melhorar a
eficiência do uso da potência do motor.
5.3. Z-TECH
História
Sua equipe de projetistas seniores levou diversos dias em Cingapura se reunindo com as
tripulações dos rebocadores e com os gerentes de operações para melhor entender a
operação completa e os requisitos específicos. O resultado desta sessão foi um claro
entendimento de que algumas tripulações tinham uma preferência distinta pelo estilo trator de
alguns rebocadores, enquanto outras preferiam o estilo do ASD. A sugestão foi desenvolver um
57
Operações no Apoio Portuário
único projeto que incorporaria as melhores características de ambos os estilos. Para isso, era
necessária uma compreensão clara de como cada tipo de rebocador executava suas
operações típicas de assistência aos navios e, passando um tempo a bordo das embarcações,
observar como as tripulações operavam essas embarcações.
Contudo, os rebocadores ASD foram favorecidos por causa do layout geral e das vantagens de
manuseio, especialmente pela característica do convés de trabalho que, por estar localizado
avante, está diretamente na frente do operador do rebocador, sem haver a necessidade de
olhar sobre seus ombros ou se virar para ver o que os tripulantes estão fazendo no convés.
Além disso, o layout do ASD oferece a vantagem distinta de que as unidades de propulsão são
instaladas fora da superestrutura e passadiço. Isto permite que elas sejam instaladas no final
durante a construção e, caso necessário, podem ser retiradas para manutenção sem impactar
nos espaços das acomodações.
Após algumas discussões pela equipe de projetistas seniores, a Robert Allan Limited (RAL)
propôs que as diferentes vantagens operacionais de ambos os tipos de projeto fossem
incorporadas em um estilo modificado de rebocador ASD. O conceito Z-TECH havia nascido.
Alterando simplesmente a linha do casco de um projeto ASD da RAL e então deslocando a
superestrutura o máximo possível para ré, o novo projeto ofereceu imediatamente as seguintes
vantagens:
58
Operações no Apoio Portuário
59
Operações no Apoio Portuário
Gato de Reboque
Guincho de Reboque
60
Operações no Apoio Portuário
O equipamento de reboque, tal como os gatos de reboque, guinchos e cabos deverão possuir
certificados de teste quando novos e deverão ser testados e certificados por uma empresa
aprovada a cada 5 anos. Os certificados dos testes deverão ser mantidos a bordo para
eventual consulta e a engrenagem deverá ser recertificada quando o rebocador for
repotenciado ou quando a embarcação sofrer reparo de grande monta (ou quando solicitado
pela Sociedade Classificadora ou entidade certificadora).
Os cabos de reboque devem ser fornecidos com certificados de teste, sendo arquivados a
bordo. Os cabos de amarração, normalmente fornecidos em aduchas, também devem possuir
certificados de teste, embora não seja necessário que os cabos derivados da aducha sejam
testados e certificados.
Como regra geral, recomenda-se que os cabos de reboque de aço e os de fibra tenham uma
Carga de Trabalho Segura (SWL) de pelo menos 2 vezes a força de tração estática do
rebocador envolvido na operação de reboque. Isto também se aplica aos gatos de reboque.
Um menor fator de segurança pode ter um efeito prejudicial na vida útil da linha de reboque, o
que pode levar à sua falha durante as operações de reboque. O fator de segurança pode ser
reduzido para os cabos de amarração e para os cabos de conexão de empurradores, pois as
tensões (cargas) experimentadas são muito reduzidas.
61
Operações no Apoio Portuário
É essencial para a segurança da embarcação que, se uma dessas aberturas necessitar ser
usada durante uma operação de reboque, que ela seja imediatamente fechada após seu uso.
Máquinas
Antes do início de uma operação de reboque, as verificações pertinentes deverão ser feitas nos
motores principais e no sistema de governo. Estas verificações deverão incluir itens como os
níveis de óleo, de água de arrefecimento, operação do motor principal, da caixa redutora, do
telégrafo e do sistema de governo e do fluxo de entrada/saída da água do mar. Além disso,
durante as operações de reboque, quando os motores principais estão sob altas cargas, as
temperaturas deverão ser verificadas regularmente. Os detalhes das verificações na praça de
máquinas deverão ser registradas no diário de máquinas e mantidos a bordo para consulta
futura.
Equipamento de Reboque
O item 6.1 detalha as verificações a serem feitas no equipamento de reboque antes do início
de um reboque.
Para garantir que o objeto rebocado esteja adequadamente preparado para as operações de
reboque, os seguintes itens deverão ser verificados antes do início de um reboque:
62
Operações no Apoio Portuário
objeto deverá ser inspecionado para verificação da existência de qualquer avaria óbvia,
especialmente no caso de uma balsa desguarnecida, pois frequentemente pode ocorrer uma
avaria, principalmente pela forma como olhais de aço são soldados e removidos no seu convés
principal.
Práticas de Trabalho
Segurança do Pessoal
Quando o pessoal envolvido nas operações de reboque estiver no convés, ele deverá:
Vestir colete salva-vidas auto-inflável e outros EPI’s adequados (p. ex. capacete de
segurança, calçado de segurança, roupa de alta visibilidade, etc.) durante toda a
operação;
Garantir que a área de trabalho esteja segura e livre de obstáculos e risco de
escorregão, particularmente próximo dos cabeços. Qualquer obstáculo ou risco de
escorregão deve ser imediatamente comunicado ao comandante do rebocador;
Permanecer alerta com o andamento da operação, sobre o que é esperado a seguir e o
que os tripulantes mais novos estão fazendo;
Segurar um cabo pela parte da mão ou pela parte sem tensão e, se estiver usando
luvas, assegurar-se de que elas se encaixam corretamente em suas mãos;
Estar ciente de que os cabos (para reboque ou amarração) podem repentinamente
estar tensionados.
Comunicações Efetivas
Se os sinais visuais (com a mão) estiverem sendo usados para a comunicação, todas as
pessoas envolvidas devem estar ciente sobre o significado de cada gesto. Isto deve estar
acordado antes da operação e ser parte integrante dos procedimentos operacionais de bordo.
Segurança da Tripulação
Assim que a engrenagem de reboque estiver conectada, a tripulação deverá indicar isso para o
comandante do rebocador, liberar a área e, se for necessário permanecer no convés,
posicionar-se em um local seguro. Se a tripulação é solicitada a operar a engrenagem de
reboque durante uma operação de rebocagem, o período de tempo de exposição ao risco deve
ser o mínimo possível. Além disso, recomenda-se que os armadores/operadores adotem uma
“política de convés clara” durante as operações de rebocagem, para prevenir escorregões/
topadas no convés.
64
Operações no Apoio Portuário
devem ser controlados/monitorados por um membro da tripulação de forma a garantir que não
entrem na água ou venham a ser “capturados” por qualquer obstrução.
Não existem regras rígidas e nem rápidas relacionadas com o preparo do reboque de balsas. O
tipo e tamanho da embarcação que está sendo rebocada e a manobrabilidade e potência do
rebocador ou rebocadores têm seu efeito, e o comandante do rebocador tem a autonomia em
decidir a melhor maneira de preparar o reboque de uma embarcação. As condições locais, tais
como a profundidade de água disponível em um berço e as condições meteorológicas, terão
também efeito em como um reboque é preparado. Entretanto, existem diretrizes gerais para as
operações de reboque, as quais devem ser seguidas quando adequado.
Rebocando em Linha
Quando rebocando uma mistura de balsas leves e carregadas, qualquer balsa carregada
deverá sempre ser posicionada na fila de vante, com qualquer balsa leve sendo posicionada na
fila de ré.
Quando houver mais de uma balsa na fila de vante, e se não houver uma cabresteira de
corrente ou cabo de aço disponível, os cabos de reboque passados para as balsas deverão
estar com comprimentos iguais, mesma quantidade de voltas nos cabeços e com o mesmo tipo
de construção. Isto é para garantir a mesma “elasticidade” da engrenagem quando a potência
do rebocador é aplicada.
cabo de segurança
Quando mais de uma balsa está formando a fila de vante em uma rebocagem, elas deverão
estar amarradas por lançantes a vante e por través a ré, conforme a figura abaixo. Quando for
necessário, um cabo de segurança (stop rope), deverá ser utilizado para prevenir que o
65
Operações no Apoio Portuário
rebocador seja ultrapassado pela(s) balsa(s) que está(ão) sendo rebocada(s). Esse cabo
poderá ser um cabo de segurança (um cabo passado do cabeço mais a ré do rebocador para o
cabeço de vante da balsa) ou um cabo-guia (gob line) (um cabo passando por uma polia no
convés principal e indo ao cabo de reboque, o qual gurne por uma polia ou manilha adequada,
deslocando o ponto de giro do reboque).
Rebocando a Contrabordo
O reboque a contrabordo deverá ser realizado utilizando espringues, lançantes e traveses com
SWL de 2 vezes a força de tração estática do rebocador. O rebocador deverá estar
posicionado de forma que sua popa esteja apenas um pouco a ré da popa da balsa. Entretanto,
existem exceções a isto, por exemplo, quando considera-se o comprimento do reboque ou a
direção na qual você deseja que o conjunto esteja apto a guinar o mais rápido possível. Quanto
mais a vante estiver posicionado o rebocador, mais difícil é para sua popa governar o conjunto.
Diversas outras situações podem impactar a posição do rebocador a contrabordo.
No caso de haver outro rebocador para a operação de rebocagem, este assumirá a posição de
“espelho” do primeiro ou principal. Esta condição é a mais adequada para operações em
canais ou águas restritas.
Quando empurrando uma balsa adiante, o uso de guinchos é recomendado para garantir que a
balsa esteja amarrada com segurança ao rebocador, desta forma garantindo que o conjunto
opere como uma única unidade durante as manobras. Os cabos dos guinchos deverão estar
66
Operações no Apoio Portuário
passados ao conjunto de cabeços mais externo de uma balsa a ser empurrada, ou combinação
de balsas.Além disso, deverá haver dois cabos conectados ao rebocador passados pela guia
de reboque (centro da proa) a fim de prevenir o movimento do rebocador no espelho de popa
da(s) balsa(s).
As balsas podem ser amarradas umas às outras por meio de voltas que podem ser facilmente
desfeitas, tal como a “Volta Redonda” ou similar. O uso de voltas de difícil soltura, tal como o
“Nó Torto”, não é normalmente recomendado devido ao potencial do nó não se desfazer sob
tensão. A liberação do cabo só ocorrerá se a tensão for aliviada (reduzida). Deve-se ter
também cuidado com o posicionamento correto dos cabos, quem fica por cima ou por baixo,
principalmente quando uma mistura de balsas leves e carregadas são amarradas entre si.
Luzes de Navegação
Quando realizando o reboque de um objeto, é essencial estar ciente das amplitudes das marés
nos canais, assim como das condições locais da maré nos berços.
Deve-se tomar cuidado quando navegando com um objeto rebocado, especialmente quando
próximo dos cantos ou em curvas de canal. A corrente da maré nessas áreas pode jogar o
objeto para cima das construções com o potencial de causar um encalhe e o contato com
essas estruturas, resultando em possíveis ferimentos e danos à propriedade ou aos navios
amarrados na área.
67
Operações no Apoio Portuário
Manobrando a Contrabordo
Limitações do Rebocador
Antes do início de uma operação de rebocagem, devem ser considerados o tamanho total do
reboque e o rebocador que está programado para emprego na operação. Um rebocador é
considerado potente o suficiente para rebocar algo se ele pode desenvolver pelo menos 3 nós
contra a maré rebocando o objeto definido. Os comandantes/armadores devem fazer pleno uso
da navegação a favor da maré, o que pode fazer com que a velocidade chegue a 6 nós. Isto
não irá apenas economizar combustível, custos com praticagem (se aplicável), mas também
ajudará os outros usuários do canal.
A visibilidade e a superfície da água podem ser afetadas por um grande número de fatores, os
quais podem incluir:
Nevoeiro/neblina;
Chuva;
Ondas formadas por navios em trânsito;
Redemoinhos onde exista uma contracorrente ou obstrução presente abaixo da
superfície;
Descargas nos berços e/ou margens de canais;
Rajadas de vento, particularmente antecedendo a fortes chuvas e/ou tempestades;
Ação do vento contra a maré.
Retardar a partida até que o vento diminua ou mude de direção ou partir com uma maré
diferente;
Reduzir a potência/velocidade durante a rebocagem. Isto ajudará a diminuir a
quantidade de movimentos no reboque; e
Se rebocando, aumentar o comprimento do cabo de reboque para compensar o
aumento de tensão causado pelas ondas/marulhos (swell).
69
Operações no Apoio Portuário
BIBLIOGRAFIA
VRYHOF, Anchors. Anchor Manual 2005. Ed. Online (PDF). Holanda. 2005.
WASHINGTON, State of. Study of Tug Escorts in Puget Sound. E. Online (PDF). EUA. 2004.
STERN DRIVE TUGS, Aquamaster. Ed. Online (PDF). Estados Unidos da América. 2008.
70
Operações no Apoio Portuário
As seguintes ordens para rebocadores sugeridas foram compiladas como um esforço para
iniciar o processo de padronização da comunicação entre Práticos, Comandantes e os Mestres
de rebocadores portuários e de escolta nos Estados Unidos.
As primeiras cinco ordens são consideradas ordens básicas para rebocadores convencionais e
em realidade, podem ser tudo o que é necessário para se atingir o objetivo de um tráfego
seguro para o navio assistido. As seis ordens restantes abordam as manobras únicas que um
rebocador trator pode realizar.
Espera-se que ao longo do tempo essas ordens se tornem universalmente aceitas nos EUA e
ajudem a assegurar o tráfego seguro de todos os navios que estão sendo assistidos ou
acompanhados por rebocadores.
Espera-se também que elas sejam adotadas como sugestões e não como regras difíceis e
rápidas. Sinta-se à vontade para fazer comentários que venham à mente sobre a viabilidade
deste conceito e quaisquer sugestões de mudança.
Atenciosamente,
71
Operações no Apoio Portuário
1. Fale sempre o nome do rebocador antes de transmitir a ordem. Isso alertará o Mestre do
rebocador de que o que ele/ela ouvirá em seguida se aplicará ao seu rebocador. Nos portos
onde os rebocadores possuem nomes semelhantes ou confusos, o Prático deverá acordar
nomes alternativos com o Comandante do navio antes que as manobras sejam iniciadas;
2. Como os termos “push” ou “pull” podem ser facilmente confundidos entre si, principalmente
se o rádio for ilegível, sugere-se então o uso dos termos “towards” e “away” para a
operação no costado do navio. Isto é especialmente importante para os portos onde
operam rebocadores tratores “verdadeiros”, os quais operam primeiro na popa;
4. Não use os nomes dos Mestres dos rebocadores, a menos que tenha sido acordado com o
Comandante do navio (veja item 1 acima), pois isso pode deixar a equipe do passadiço fora
do ciclo de informações e criar um possível elo na cadeia de erros;
8. Quanto mais próxima da horizontal estiver a linha de reboque, menor será o efeito de
alavanca que aumentará as forças na linha de reboque que os cabeços e buzinas do navio
deverão absorver. Se possível, dê volta na linha de reboque em um cabeço e buzina
adequados à potência do rebocador (incluindo o possível efeito de alavanca),
preferencialmente afastado das tomadas de carga nos navios-tanque;
72
Operações no Apoio Portuário
ORDENS PARA OS
PROPÓSITO MANOBRA AJUSTES
REBOCADORES
Empurrar a 90º em relação à
Aplicar a tração para
1. Towards (Away) to Port quilha (não é em relação à chapa
Influenciar a direção do cima do navio assistido
(Starboard) Dead Slow, do casco que você está olhando)
movimento da proa (ou popa) ao empurrar na proa (ou
Easy, Half, ou Full do navio assistido a menos que
popa)
outro ângulo seja solicitado
Remover a tração do
2. DIRECT PULL INLINE
rebocador e aplicar Usar a tração de governo para
(ou em um ângulo Para controlar a velocidade e
puxando a linha de manter o alinhamento com o
desejado) Dead Slow, a proa do navio assistido
reboque alinhada com a navio assistido. (Veja a Figura 2)
Easy, Half, ou Full
quilha do navio assistido
O rebocador para seus
O Prático não deseja que o motores e desliza a
3. STOP rebocador influencie o navio contrabordo se o navio N/A
de qualquer forma estiver com algum
seguimento
O rebocador manobra
para manter sua
O Prático deseja que o
posição, enquanto
rebocador influencie
4. STOP AND MAINTAIN influencia minimamente
minimamente o navio, mas N/A
(ou HOLD) o navio. O rebocador
que o rebocador mantenha
pode ter que “testar” no
sua posição atual
casco do navio para
manter esta posição
Não confundir isso com a ordem
“Push Full”. Nos cabeços
Encurtar sua linha de
elevados, ter cuidado ao aplicar a
Para reduzir o tempo de reboque, deslocar o
5. COME TO A PUSH força do rebocador para puxar o
reação do rebocador quando rebocador para perto do
PULL MODE AND navio por causa da alavanca que
solicitado a empurrar o navio navio assistido, e estar
STOP pode ser criada. Quando possível,
assistido pronto para empurrar ou
a linha de reboque deve ser paga
puxar quando solicitado
para a obtenção de um ângulo
inferior a 45º acima da horizontal
73
Operações no Apoio Portuário
ORDENS PARA OS
PROPÓSITO MANOBRA AJUSTES
REBOCADORES
Pagar suficiente linha de
O rebocador é preparado reboque para operar com o
para assistência imediata, cabo brando e não causar
6. INLINE SLACK LINE mas não influencia a interação com o navio assistido. Veja a Figura 4
velocidade ou a proa do Não arrastar a linha de reboque,
navio assistido pois isso afeta o governo do
navio assistido
Para reduzir a velocidade e
influenciar a proa do navio Usar a tração de governo para
O Prático pode pedir para
assistido. Esta manobra é orientar a linha de reboque a
aumentar ou reduzir o
mais eficaz acima de seis (6) 45º em relação à quilha do
ângulo da linha de
7. INDIRECT PORT nós. Entretanto, ela pode ser navio assistido. Orientar o
reboque para aumentar
(STARBOARD) usada pela maioria dos rebocador no fluxo de água a
ou reduzir as forças de
rebocadores a qualquer fim de maximizar o arrasto
governo ou frenagem.
velocidade que não provoque hidrodinâmico do casco. Este é
Veja a Figura 5
a imersão da borda no o modo indireto “puro”
convés
Governar a extremidade do
rebocador oposta à linha de
reboque na direção solicitada.
Aplicar a potência solicitada. O Prático poderá ajustar a
Para maximizar o vetor de
Aplicar a força o mais próximo potência do rebocador
8. POWER(ED) INDIRECT governo na linha de reboque
possível de 90º em relação à para mais ou para menos
STARBOARD (PORT) a velocidades que não
quilha do navio. Ter cuidado para obter a taxa de
FULL (half, slow, etc.) causem a imersão da borda
para não fazer com que a linha guinada (rate of turn)
no convés
de reboque seja capturada pelo desejada. Veja Figura 5
costado do navio ou pela
varanda ou superestrutura do
rebocador
O rebocador direciona a
descarga dos seus propulsores
para fora. Apropriada a qualquer
Para reduzir a velocidade do velocidade, mas produz uma
9. TRANSVERSE O Prático ajustará a
navio assistido. Atualmente tração mínima na linha de
ARREST (SOME potência do rebocador
esta manobra se aplica reboque a baixas velocidades. A
PERCENTAGE OF para obter o arrasto
apenas aos rebocadores do tensão na linha de reboque
POWER) desejado. Veja a Figura 6
tipo Z-Drive pode ser igual ou exceder à
força de tração estática (bollard
pull) do rebocador a velocidades
iguais ou superiores a 8 nós
O Prático pode ajustar o
ângulo da linha de
O rebocador é posicionado em reboque para introduzir
10. INDIRECT INLINE- um ângulo de 90º em relação à uma força de governo no
Para reduzir a velocidade e
WORKING END proa (rumo) do navio assistido. navio. O Prático pode
estabilizar a proa ou a popa
(STAPLE) TO PORT A linha de reboque é mantida pedir para que a proa do
do navio assistido
(STARBOARD) alinhada com a quilha do navio. rebocador seja
Veja a Figura 7 posicionada na direção
em que ele/ela espera
usar o rebocador
Para mudar do modo Enquanto estiver em um dos
“indireto” ou “potência modos indiretos, abra o
11. JACKKNIFE AND PULL
indireta” para o “direto” a fim “canivete” para uma puxada
TO STARBOARD
de se obter as forças direta, por exemplo, ao invés de
(PORT) SOME ANGLE
máximas na linha de reboque empurrar em sua linha, o
IN DEGREES
à medida que a velocidade rebocador guina 180º e agora
do navio diminui puxa sua linha. Veja a Figura 9
74
Operações no Apoio Portuário
N/A
75
Operações no Apoio Portuário
1. GERAL
2. GOVERNO
Neutro, desacoplado
Parado
Neutro, acoplado
Parado
Devagar adiante
76
Operações no Apoio Portuário
Guinada adiante
Atrás
Guinada atrás
Controle individual
(Guinada adiante)
Controle individual
(Giro no lugar)
Deslocamento lateral
lento, mesma força
Deslocamento lateral
rápido, BB com mais
força
Atrás a partir de
Adiante, Potência
Máxima
Atrás a partir de
Adiante, sem Esteira,
Somente com Potência
Máxima Limitada
77
Operações no Apoio Portuário
78
Operações no Apoio Portuário
a) horas de trabalho designa o tempo durante o qual o marítimo está obrigado a efetuar
um trabalho para o navio;
b) horas de descanso designa o tempo que não está incluído na duração do trabalho; esta
expressão não inclui as interrupções de curta duração.
2. Nos limites indicados nos parágrafos 5 a 8 da presente norma, todos os Membros devem
fixar quer o número máximo de horas de trabalho que não deve ser ultrapassado durante
um determinado período, quer o número mínimo de horas de descanso que deve ser
concedido durante um determinado período.
3. Todos os Membros devem reconhecer que a norma sobre a duração do trabalho para os
marítimos, tal como para os outros trabalhadores, é de oito horas, com um dia de descanso
por semana mais o descanso correspondente aos dias feriados. Contudo, nada impede um
Membro de adotar disposições com vista a autorizar, ou registrar, uma convenção coletiva
que fixe os horários normais de trabalho dos marítimos numa base não menos favorável
que a dita norma.
4. Para definir as normas nacionais, todos os Membros devem ter em consideração os perigos
que acarreta uma fadiga excessiva dos marítimos, nomeadamente daqueles cujas tarefas
têm um impacto na segurança da navegação e na segurança das operações do navio.
5. Os limites das horas de trabalho ou de descanso devem ser fixados da seguinte forma:
6. As horas de descanso não podem ser divididas em mais de dois períodos, devendo um
destes períodos ter uma duração mínima de pelo menos seis horas, e o intervalo entre dois
períodos consecutivos de descanso não deve ultrapassar 14 horas.
10. Todos os Membros devem exigir a afixação, em local de fácil acesso, de um quadro com a
organização do trabalho a bordo, que deve indicar, no mínimo, para cada função:
11. O quadro referido no parágrafo 10 da presente norma deve ser estabelecido de acordo com
um modelo normalizado redigido na ou nas línguas de trabalho do navio, bem como em
Inglês.
12. Todos os Membros devem exigir a manutenção dos registros das horas diárias de trabalho
ou de descanso dos marítimos, para que seja possível assegurar o cumprimento dos
parágrafos 5 a 11 da presente norma. Estes registros devem seguir um modelo
normalizado definido pela autoridade competente, tendo em conta as diretivas disponíveis
da Organização Internacional do Trabalho, ou qualquer modelo normalizado definido pela
Organização. Os mesmos devem ser redigidos nas línguas indicadas no parágrafo 11 da
presente norma. Os marítimos devem receber um exemplar dos registros que lhes dizem
respeito, rubricados pelo comandante ou por alguém por ele autorizado, bem como pelo
marítimo.
13. Nada nos parágrafos 5 e 6 da presente norma impede os Membros de adotarem uma
legislação nacional ou um procedimento que permita à autoridade competente autorizar ou
registrar convenções coletivas que prevejam derrogações aos limites estabelecidos. Estas
derrogações devem, na medida do possível, estar em conformidade com as disposições da
presente norma, mas podem ter em conta períodos de férias mais frequentes ou mais
longos, ou a concessão de férias compensatórias aos marítimos de quarto ou aos
marítimos que trabalham a bordo de navios afeitos a viagens de curta duração.
80
Operações no Apoio Portuário
a) o horário de trabalho não deveria exceder oito horas por dia, nem 40 horas por semana,
e os interessados não deveriam efetuar horas suplementares, exceto se tal for inevitável
por motivos de segurança;
b) deveria ser concedida uma pausa suficiente para cada uma das refeições e deveria ser
garantida uma pausa de, pelo menos, uma hora para a refeição principal;
c) deveria ser assegurado um período de descanso de 15 minutos, logo que possível após
o final de um período de trabalho de duas horas.
a) não for possível conciliá-las com o serviço de quartos dos jovens marítimos no convés,
na praça de máquinas, ou no serviço geral ou sempre que o trabalho organizado por
turnos não o permita;
b) a formação efetiva dos jovens marítimos, segundo programas e planos de estudos
estabelecidos, possa ficar comprometida.
3. Tais exceções deveriam ficar registradas, com indicação dos motivos, e assinadas pelo
comandante.
81
Operações no Apoio Portuário
A Força de Tração Estática (Bollard Pull) é uma força exercida por um rebocador em uma linha
de reboque fixa. Seu valor é usado como uma medida padrão da capacidade de rebocagem de
um rebocador, basicamente a força exercida é gerada somente pelos propulsores do
rebocador. Os testes da força de tração estática são realizados no que chamamos de uma
situação estática e é uma importante indicação da capacidade de um rebocador. Contudo, em
todas as situações dinâmicas das operações do dia-a-dia, a tração exercida pelo rebocador
varia consideravelmente dos valores obtidos no teste e são normalmente muito maiores do que
a força de tração estática declarada.
Além disso, o rebocador precisa propelir a si mesmo através da água com o custo da potência
do motor; consequentemente, a tração exercida é menor do que sua força de tração estática,
diminuindo à medida que a velocidade do navio aumenta. Quando um rebocador na popa do
navio o está freando, os propulsores estão trabalhando com um fluxo negativo de água e uma
alta tração pode ser desenvolvida. Juntamente com as forças causadas pela resistência do
casco do rebocador através da água, a sua força de tração pode ser alta, o que pode resultar
em um valor superior ao da força de tração estática.
Como mencionado, o rebocador pode fazer uso das forças hidrodinâmicas que atuam no seu
próprio casco. Quando um rebocador está manobrando um navio com velocidade, estas forças
hidrodinâmicas podem gerar altas forças de tração, algumas vezes em acréscimo às forças de
tração geradas pelos propulsores. Veja alguns exemplos:
O rebocador na popa do navio, operando no modo indireto, pode gerar altas forças de
tração, as quais aumentam com a velocidade do navio (e a uma velocidade de 10 nós,
pode chegar a duas vezes a força de tração estática); enquanto a tração do propulsor é
usada para mantê-lo na melhor posição para obter as mais altas forças de tração
possíveis;
Um rebocador reduzindo a velocidade de um navio e trabalhando sob um pequeno
ângulo em relação ao rumo do navio pode exercer altas forças de frenagem causadas
pela tração dos propulsores e pela resistência do seu casco na água;
Um rebocador convencional também pode criar altas forças na linha de reboque,
geradas pelas forças hidrodinâmicas atuando no seu casco quando rebocando sob um
ângulo em relação ao rumo do navio, estando este com seguimento.
Estes poucos exemplos mostram que a tração exercida pode ser muito maior do que a força de
tração estática e que isto nem sempre tem uma relação direta. Entretanto, essas forças
exercidas não devem ser chamadas de “força de tração estática”.
A tração exercida é transferida para a linha de reboque. As forças na linha de reboque podem
variar consideravelmente e alcançar altos valores, principalmente causados pela situação
instável e continuamente variável do rebocador em comparação com o navio assistido e o
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Operações no Apoio Portuário
Não é sem motivo que o SWL de uma linha de reboque de um rebocador portuário é baseado
no fator de duas vezes o valor da sua força de tração estática. Isto deve resultar em um fator
de segurança da linha de reboque não inferior a quatro vezes o valor da força de tração
estática.
Isto pode variar de acordo com o tipo de rebocador, seu tamanho e/ou com as situações e
condições locais, algumas vezes resultando no requisito de um fator de segurança ainda maior.
Vale a pena também considerar que, como os rebocadores portuários têm se tornado cada vez
mais potentes, os cabeços e as buzinas nos navios não conseguem resistir às forças exercidas
por eles. O SWL dos cabeços dos navios dependem do seu tamanho e da carga de ruptura
média dos cabos de atracação de bordo. Entretanto, as forças que podem ser geradas na linha
de reboque dos rebocadores atuais são muito maiores do que suas forças de tração estática,
sendo um fator a ser considerado quando se determina o SWL seguro e preciso para os
cabeços e buzinas do navio.
Conclusões
As medições são realizadas durante uma escolta ativa e tração máxima média obtida na
rebocagem, comparável com a força de tração estática sustentada (contínua) durante os
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Operações no Apoio Portuário
testes, são o fator para o número de classificação do rebocador para a função de escoteiro. O
número da classificação para escoteiro mostra a capacidade de um novo rebocador em
produzir forças de governo a 8 e 10 nós.
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Operações no Apoio Portuário
A Royal DSM é uma empresa global holandesa baseada em ciência que atua na saúde,
nutrição e materiais.
A teoria básica sobre como uma fibra de polietileno super resistente deveria ser já estava
disponível nos anos 1930. Levou quase a metade de um século para se produzir a fibra de
polietileno de alta performance, a HPPE (high performance polyethylene fibre).
Em 1979 a DSM inventou e patenteou esta fibra e o processo de fiação do gel para produzi-la.
As fibras de Dyneema® estão em produção comercial desde 1990 em sua fábrica em Heerlen,
Holanda. A produção das fibras Dyneema ® requer pouca energia e não utiliza produtos
químicos agressivos.
O produto pode ser facilmente reciclado para que a poluição que este produto pode produzir
seja reduzida o máximo.
A produção desta fibra super resistente com um polímero como o polietileno é de fácil
entendimento.
O polietileno com um peso molecular ultra alto (UHMWPE) é usado como o material inicial. No
polietileno normal as moléculas não são orientadas e são facilmente despedaçadas.
Ela é caracterizada por uma orientação paralela superior a 95% e um alto nível de
cristalinidade, até 85%. Isso dá à Dyneema® suas propriedades únicas.
Produção Comercial
A centrifugação do gel das fibras de HPPE é um processo que depende dos parâmetros
mecânicos e físicos, e não de química. Isso torna relativamente fácil produzir uma ampla gama
de classes de fibra. Desde o início, o controle de qualidade foi um item importante para as
Fibras de Alto Desempenho da DSM e a acreditação em qualidade foi logo obtida.
Um grande número de aplicações e produtos usando a fibra Dyneema ® tem sido desenvolvido.
O suporte técnico é considerado essencial na introdução e comercialização desta fibra de alto
desempenho. Consequentemente, um laboratório bem equipado, chamado Technicum, está
disponível para apoio aos clientes de processamento têxtil e de fabricação de cabos. Ele
também desenvolve produtos de proteção e antibalísticos.
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Operações no Apoio Portuário
A resistência de uma fibra pode ser expressa como o comprimento de ruptura livre. O
comprimento de ruptura livre é o comprimento teórico de uma fibra, fio ou cabo que se rompe
sob o seu próprio peso, quando suspenso livremente. Este comprimento de ruptura livre é
relacionado ao produto e é independente da espessura da fibra ou do cabo. O da fibra
Dyneema® poderia em teoria alcançar a órbita de um satélite.
Durabilidade
As fibras de Dyneema® são produzidas a partir do polietileno e não contêm anéis aromáticos,
nem qualquer grupo de amida, hidroxílico ou outros químicos que sejam suscetíveis aos
ataques por agentes agressivos. O resultado é uma fibra altamente cristalina com excelente
resistência à água, umidade, à maioria dos produtos químicos, à luz UV e aos microrganismos.
Ao contrário de outra fibras antibalísticas, as fibras de Dyneema ® não incham ou produzem
hidrólise na água doce, água do mar ou umidade.
O polietileno com alto peso molecular usado para produzir a fibra Dyneema ®, também é
conhecido como plástico de engenharia.
Como um plástico de engenharia, ele é usado em produtos especiais por causa de sua
superior resistência ao desgaste e à abrasão.
Portanto, não é surpreendente que as fibras de Dyneema® também tenham boa resistência à
abrasão. As fibras de carbono e as fibras de vidro têm uma elevada modularidade e um modo
de quebra frágil, mas as fibras de Dyneema ® demonstram que isto não é uma combinação
óbvia. As fibras de Dyneema® possuem uma alta modularidade e ainda assim são flexíveis,
mantendo-a por um longo período de tempo.
Propriedades Térmicas
A Dyneema® tem um ponto de fusão entre 144ºC e 152ºC, dependendo do método de teste a
ser empregado.
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Operações no Apoio Portuário
Uma folha especial denominada Dyneema ® UD é o melhor produto para parar as balas. A
Dyneema® UD tem uma construção unidirecional na qual os fios não são tecidos, mas são
paralelos entre si. Usando a Dyneema ® UD, o peso mínimo é necessário para a proteção em
diferentes níveis, a armadura é flexível e proporciona um excelente conforto ao vestir para o
usuário. A Dyneema® UD não é afetada pela água ou raios do sol e não requer qualquer
proteção especial.
Carros Blindados
Os carros de polícia podem ser facilmente blindados por meio do uso dos painéis de blindagem
protetora de Dyneema®.
Esses painéis protetores são os mais usados para a proteção contra projéteis de 9 mm, a
principal ameaça encontrada pelas forças policiais.
Isso foi inicialmente obtido pela otimização dos parâmetros do processo sem afetar sua
estabilidade.
As primeiras classes da fibra Dyneema ® com a nova qualidade são a Dyneema ® SK75 e a
Dyneema® SK77. A Dyneema® SK75 é usada em cabos e cordame e na proteção balística. A
Dyneema® SK77 será o topo nas fibras para proteção antibalística e tem uma tenacidade de
cerca de 4.0 N/tex (45 g/den).
A posição da Dyneema® como a fibra mais resistente no mundo está claramente reforçada com
estas novas classes de fibra.
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Operações no Apoio Portuário
A fibra Dyneema® já é bem conhecida no apoio portuário, sedo muito mais fácil encontrar
fornecedores deste produto.
Veja abaixo uma tabela comparativa entre as diversas fibras disponíveis no mercado:
Notas:
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