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NOTA DE AULA 1

Disciplina: Ética Profissional


Professora: Gisele Craveiro

1. Aspectos Iniciais sobre Ética

Muito se tem falado sobre ética atualmente. No entanto, o tema que a princípio parece
ser recente é mais antigo e profundo do que se imagina.
Vejamos a origem do termo "ética" (grego “ethos”) que significa costume, representa o
cerne do como devemos agir para atingir um objetivo e quais princípios devemos nortear nossas
decisões. Enfim, é a ciência dos costumes que tem como objeto a moral.
A incansável busca do homem para conseguir sua felicidade e seu equilíbrio vai de
encontro a esses conceitos de caráter ético.
Grandes filósofos já debatiam sobre ética, desde os tempos de Sócrates e Aristóteles, há
cerca de 400 a.C., e apesar de várias correntes terem surgido, sempre tinham o mesmo
propósito, a definição da maneira de agir do ser humano e de se relacionar com o meio em que
vive.
A ética é produto das leis erigidas pelos costumes e hábitos exaustivamente repetidos e
aceitos como melhor agir e das virtudes geradas pelas vontades inspiradas no Bem e praticadas
pelos indivíduos. A prática do bem envolve respeito às leis e a intenção individual de cada um.

2. Ética e Moral

A ética é uma ciência e a moral é o objeto dessa ciência, ou seja, o conjunto de normas
adquiridas pelo hábito de sua prática.
A ética seria uma espécie de teoria sobre a prática moral. O dicionário Abbagnano diz
que a ética é “em geral, a ciência da conduta” (ABBAGNANO, 2000, p.360) e Vázquez (1996,
p.12) amplia a definição afirmando que “a ética é a ciência do comportamento moral dos
homens em sociedade.” Tal definição nos leva a chamada Ética Contemporânea.
É através da ética que o ser humano se volta para o seu próprio íntimo, fazendo um
autoexame de consciência e avaliando os reflexos de suas atitudes e comportamentos perante a
sociedade que o circunda; afinal, a atitude ética é necessária em qualquer segmento, seja na vida
profissional ou pessoal.
A moral pode-se dizer que consiste nas regras assumidas pelo individuo para garantir
seu bem-viver, ou seja, o conjunto de normas adquiridas pelo hábito de sua prática. Dessa
forma, independe de fronteiras geográficas, garantindo identidade entre pessoas que sequer se
conhecem, mas utilizam o mesmo referencial moral comum.

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Alguns autores definem claramente a moral absoluta e a moral relativa. Afirma Nalini
(2004, p. 30): “para a moral absoluta, a pessoa que é dotada de um mínimo de consciência é
dotada de uma bússola natural que a predispõe ao discernimento do que é certo e errado em
termos éticos”. Podemos entender, nesse caso, que a pessoa sabe que precisa se definir, bastando
atentar para a sua consciência e o seu conceito de valor.
Já na moral relativa, o aspecto empírico sinaliza a existência de inúmeras morais, o que
revela o lado subjetivo da questão. De acordo com Nalini (2004, p.31), “os relativistas
entendem não haver sentido falar em valores à margem da subjetividade humana, ou seja, o bom
e o mau são palavras cujo conteúdo é condicionado por referenciais de tempo e espaço”.
Segundo Saldanha (2002, p.23), “sustentam os empiristas que as teorias de conduta se baseiam
no exame da vida moral onde os preceitos disciplinadores do comportamento estão implícitos
no próprio comportamento”. Podemos entender que não se deve questionar o que a pessoa deve
fazer, e sim o que sempre faz, pois deve-se enfatizar que o comportamento natural não deve ser
substituído.
Devemos entender que o valor moral não se baseia na ideia do dever e esse valor não é
convencionado, pois cada indivíduo descobre, identifica seu valor. Enfim, a ética formal
aborda a moralidade de uma ação a partir do foro íntimo do indivíduo, ou seja, do momento
ético de escolher a melhor decisão, isto é, de praticar ou não determinada ação.
Outrossim, temos o chamado comportamento moral, que a título de definição, consiste
na faculdade de observar a própria conduta e formular juízos sobre os atos passados, presentes e
futuros.

3. Ética Contemporânea

Ética, nos dias de hoje, reporta-nos à ciência que de fato tem por objeto a investigação
da conduta dos homens, que segue em conformidade aos seus próprios juízos sobre o valor dos
atos. A grande questão é a seguinte: os valores morais de uma sociedade devem ser definidos
claramente para os indivíduos através de normas de conduta que mostram o que é ser ético para
si e para os outros?
A partir daí, ou seja, a partir da existência do comportamento humano, surge o que
chamamos de dilemas morais. “Os dilemas morais estão relacionados ao cotidiano de cada
sociedade, o que nos permite afirmar que um mesmo comportamento pode ser visto por uma
sociedade como desprovido de moral, enquanto aos olhos de outra sociedade pode ser
considerado moralmente aceito” (Valle, 2003).
Dessa forma, o grande problema da Ética moderna é a passagem do EU para o NÓS.
A Ética revela que: a) nossas ações têm efeitos sobre a sociedade;
b) cada homem deve ser livre e responsável por suas atitudes;
c) a justiça é a principal das virtudes;

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d) nossos valores têm uma origem histórica;
e) cada moral é filha de seu tempo;
f) devemos adequar nossas vontades às obrigações sociais.

4. Princípios Éticos

O cultivo dos valores e o respeito aos princípios que deles resultam são imprescindíveis
para que se possa falar seriamente de ética. São eles:
a) Justiça – garantir ao outro os direitos fundamentais;
b) Honestidade/Lealdade – ser honesto implica em firmeza de propósitos.
c) Responsabilidade – assumir benefícios e ônus decorrentes da própria condição.
O indivíduo deve procurar adotar um critério livre e imparcial em sua vida
pessoal e profissional, evitando participar de conflitos de interesses, de
discriminação, de situações injustas e desleais.
d) Liberdade – respeitar o outro como sujeito livre e capaz. Saber que cada um de
meus atos vai me construindo, me definindo, me inventando.
e) Sinceridade – transparência, auto avaliação realista.
f) Respeito – reconhecer o outro como diferente. A cordialidade, a educação e o
bom relacionamento com os outros são pontos primordiais para que o indivíduo
seja ético. O homem contemporâneo enfrenta muitos problemas ao discutir a
respeito da moral, do individualismo e do relativismo moral. Esse mesmo
homem, ao se comportar moralmente, preocupa-se em saber distinguir o bem
do mal.

5. Ética e Direito

O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras


do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde
uma determinada população ou seus delegados vivem.
Assim, a Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos objetivos da Ética é a
busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de
ambos - Moral e Direito- pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que a
caracteriza.
Nalini (2004, p.78), afirma: “Dentre todas as formas de comportamento humano, a
jurídica é a que guarda maior intimidade com a moral, e é com base na profunda vinculação
moral/direito que se pode estabelecer o relacionamento Ética/Direito”.
Vejamos alguns fatores que os aproximam: as normas jurídicas e as normas morais não
são meras recomendações, elas são estabelecidas de maneira imperativa; a moral e o Direito são
ligados ao comportamento do indivíduo, modificando-se o sentido de sua função social no

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decorrer da história; o Direito e a moral obrigam conduta aos indivíduos, disciplinando a relação
entre as pessoas, através de normas e regras.
Não podemos esquecer também de elencar alguns aspectos divergentes entre a moral e o
Direito. São eles: a moral é interior e o Direito é exterior, ou seja, a moral trabalha com a
intimidade e a consciência individual, enquanto a norma jurídica (Direito) não depende da
consciência, podendo o ato jurídico ser praticado inconscientemente; em relação ao Direito, a
coação é externa; e em relação à moral, a coação é interna; no caso de o indivíduo ou o grupo
descumprirem um preceito moral, ocorre uma reação da consciência, conceituada como remorso
ou reprovação social, no caso do descumprimento da norma jurídica, as consequências serão a
reparação no nível civil, a prisão no nível penal, ou seja, há uma sanção (punição) concreta.
A relação com as áreas do Direito é ampla, vejamos: Direito Constitucional - A
Constituição Federal aborda os vários temas de cunho moral e ético, em que a conduta ética do
cidadão deve produzir efeitos para a sociedade em geral e tem aplicação imediata; Direito
Penal - Segundo Nalini (2004, p.89), “o Direito Penal é muito mais do que a leitura e a
aplicação do Código Penal, ou seja, o que está em jogo, quando se pune alguém por uma
conduta considerada delitiva, é a noção de moral nutrida pela sociedade considerada sobre o que
está a merecer castigo e repressão”; Direito Civil - Numa sociedade organizada, a lei civil é que
regula as relações entre as pessoas privadas, seu estado, sua capacidade, sua família e,
principalmente, sua propriedade, consagrando-se como o reino da liberdade individual. Muitos
dos conceitos trabalhados no Direito Civil são intimamente ligados à moral. De acordo com
Vasquez (2002, p.103), “a moral permeia todo o Direito Civil, principalmente no Direito de
Família e no Direito das Obrigações, pois ao obrigar-se, o ser humano vincula-se também
moralmente”.

6. Ética e Outras Ciências

Trataremos nesse tópico da relação entre a ética e as ciências que estudam o


comportamento humano. Dentre outras, temos:
 Filosofia – que tem como preocupação estabelecer princípios universais, caráter
absoluto e apriorístico de conceitos morais;
 Psicologia – possibilita evidenciar as leis que regem as motivações do comportamento
humano, como também, a estrutura do seu caráter e da sua personalidade. A explicação
da psicologia do comportamento humano, as condições internas, subjetivas do ato moral
explicam quando o ato humano extrapola a avaliação moral (fatores psíquicos);
 Sociologia - estuda as relações entre as pessoas que convivem em um grupo social;
 Bioética - uma ramificação da ética aplicada que estuda as implicações de valores, de
práticas e desenvolvimentos nas ciências da vida, medicina e cuidados de saúde.

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Assim como a ciência da psique (Psicologia) auxilia a ética, a ciência da sociedade
(Sociologia) auxilia, mas, ao mesmo tempo, é incompleta para a compreensão do fenômeno
ética nos indivíduos de uma sociedade, pois, se o indivíduo fosse apenas um ser coletivo, não
poderia responder por suas atitudes, suas escolhas, e quem responderia seria um grupo em que
ele estivesse inserido.
A Bioética é o estudo das normas que devem reger nossa ação no domínio da
intervenção técnica do homem sobre a sua própria vida. O objetivo da bioética é propor a
reflexão de conflitos que refletem na sociedade, tendo como princípios, a igualdade, a
inviolabilidade da vida, a informação e a proteção à vida. A Eutanásia, o aborto de anencéfalos,
reprodução assistida, células tronco, clonagem são alguns dos temas polêmicos da bioética.

7. PARA REFLEXÃO – O que é ética?

A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um
elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma
espécie de “consciência moral”, estando constantemente avaliando ou julgando suas ações para
saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.
Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a ótica do certo e errado,
do bem e do mal. Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm
relação com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos
históricos.
A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com outros,
relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas ideias de bem e virtude,
enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência
plena e feliz. Não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas atividades
envolvem uma carga moral. Idea sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o
proibido definem a nossa realidade.
Em nossas relações cotidianas estamos sempre diante de problemas do tipo: devo
sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que posso mentir? Será que é correto tomar tal
atitude? Existe alguma ocasião em que seria correto atravessar em sinal de trânsito vermelho?Os
soldados que matam numa guerra podem ser moralmente condenados por seus crimes ou estão
apenas cumprindo ordens? Essas perguntas nos colocam diante de problemas práticos, que
aparecem nas relações reais, efetivas entre indivíduos. São problemas cujas soluções, via de
regra, não envolvem apenas a pessoa que os propõe, mas também a outra ou outras pessoas que
poderão sofrer as consequências das decisões e ações, consequências que poderão muitas vezes
afetar uma comunidade inteira.

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O homem é um ser-no-mundo, que só realiza sua existência no encontro com outros
homens, sendo que, todas as suas ações e decisões afetam as outras pessoas. Nesta convivência,
nesta existência, naturalmente têm que existir regras que coordenem e harmonizem esta relação.
Estas regras, dentro de um grupo qualquer, indicam limites em relação aos quais podemos medir
as nossas possibilidades e as limitações a que devemos nos submeter. São os códigos culturais
que nos obrigam, mas ao mesmo tempo nos protegem.
Ao longo dos anos, a sociedade de um modo geral vem passando por transformações
comportamentais que consequentemente influenciaram as empresas a passarem por processos
de mudanças em relação à sua atuação e os impactos gerados por elas. Tais mudanças são
fundamentais para que essas organizações sobrevivam em um mercado globalizado, como o
atual, isto é, se realmente estas companhias estiverem de fato dispostas a se tornarem
competitivas e sobreviverem.
Já não existe espaço para as empresas que não se engajam no que diz respeito à
sustentabilidade e à responsabilidade socioambiental, pois os consumidores estão mais
exigentes e conscientes do papel das organizações nestas questões, o que gera certa pressão para
que elas atuem de maneira sustentável.
Então, o "agir correto" deixou de ser tratado apenas como mais um "artigo de
perfumaria"; é um tema que agora está inserido em planos estratégicos empresariais e em alguns
casos faz parte até mesmo das metas a serem atingidas pelas equipes de trabalho. É dever de
todos nas instituições manter a boa imagem da organização perante a sociedade através da boa
conduta de seus funcionários, tanto com os clientes internos quanto externos.
É neste cenário de mudanças que o papel da área de Recursos Humanos tem sido de
fundamental importância. Desmistificar o assunto e disseminar a importância da ética -
adotando-a muitas das vezes como um valor institucional - que está relacionada a ações e bons
comportamentos de todos os funcionários da organização. Além de alinhar todos os níveis
hierárquicos, convidando-os a participarem democraticamente da elaboração e implantação de
um código de conduta interno, são formas de comprometer e envolver a organização como um
todo, para juntos caminharem em consonância com os ideais, valores e missão da empresa.
Cabe, neste caso, à área de Recursos Humanos o papel de mediador dessas questões. É
o RH que possui as ferramentas para o envolvimento das pessoas, convocando-as e
incentivando-as a se comprometerem com o processo de implementação de uma nova cultura
organizacional.
Neste novo cenário o RH ganha uma posição de destaque, pois agora assume um papel
mais estratégico nas organizações, funcionando como uma espécie de elo de ligação entre as
áreas. Dessa forma, o departamento atua verdadeiramente como agente ativo nos processos que
envolvam as pessoas e deixando de lado aquela visão antiga de RH operacional, na qual o setor
era visto apenas como um gerador de custos e sinônimo de demissões.

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Assim, a priori, podemos dizer que a ética se dá pela educação da vontade. Segundo
Marilena Chauí em seu livro Convite à Filosofia (2008), a filosofia moral ou a disciplina
denominada ética nasce quando se passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os
costumes. Isto é, nasce quando também se busca compreender o caráter de cada pessoa, isto é, o
senso moral e consciência moral individuais. Segundo Chauí, podemos dizer que o Senso Moral
é a maneira como avaliamos nossa situação e a dos outros segundo ideias como a de justiça,
injustiça, bom e mau. Trata-se dos sentimentos morais. Já com relação à Consciência Moral,
Chauí afirma que esta, por sua vez, não se trata apenas dos sentimentos morais, mas se refere
também a avaliações de conduta que nos levam a tomar decisões por nós mesmos, a agir em
conformidade com elas e a responder por elas perante os outros. Isso significa ser responsável
pelas consequências de nossos atos.

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