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1 ANO DE MISSÃO EM SÃO TOMÉ

Talvez se esperam escritos de aventuras missi-


onárias, viagens em mota, cruzar rios, animais sel-
vagens e quantas coisas mais podem passar pela
imaginação, mas creio que pode servir ver o que
passa por dentro do missionário. O missionário não
vive de aventuras. A aventura missionária passa por
outro lado, impensável para muitos. Dizia São João
40 anos, e mais em África. Somos uma criança que
recém está aprendendo a caminhar. Mas por outro
lado pode dizer que é muito. Cada dia foi um triunfo,
cada Santa Missa e cada sacramento que dei, cada
lição no seminário que apliquei, cada casa e comuni-
dade que visitei, cada enfermo que levei a esperança
em Jesus, cada recluso que levei um pouco de com-
DUC IN ALTUM
INFORMATIVO DO INSTITUTO MISSIO|EDIÇÃO ESPECIAL|25 ANOS|2019

Paulo II: “A aventura da vida Cristã é viver segundo panhia e sorriso, um ano é muito. Creio que o pri-
o Evangelho”. meiro ano em uma nova missão será sempre marca-
do por tanta experiência inesquecíveis, muito gratas
Santo Agostinho refletindo sobre o tempo dizia:
“O que é o tempo? Se me perguntam, não sei; se
não me perguntam, o sei”. Ou seja, uma coisa é o
tempo, objetivamente falando, e outra a perceção
a maioria, e algumas de muita dor, sobretudo nos
fracassos, mas todas colaboram para a maior gloria
de Deus. E o crescimento espiritual, determinado as-
sim pela paternal e adorável providencia divina.
25 ANOS DE HISTÓRIA DA MISSIO
1 ANO DE MISSÃO EM SÃO TOMÉ
que temos do tempo, o tempo subjetivo. E, muitas
Creio firmemente que ante o olhar de Deus, um ano
vezes, nos passa que temos essa perceção do tem-
em missão, não é pouca coisa, nem sequer um dia.
po. “Este ano passou voando” ou “Este ano está
uma eternidade” e assim por diante. Sendo que o Já venho a dizer desde o primeiro momento
ano tem os mesmos 365 dias e os dias as mesmas que a vocação missionária é um sacrifício íntimo, ho-
quantidades de horas. locausto completo. A nossa vida espiritual deve estar
centrada em Cristo. E que não me esqueça de ser
Por que fiz esta introdução? Justamente porque O Instituto Missio Christi completa 25 anos de história, graças ao sonho missi-
agradecido a Deus, que as vezes no meio dos lamen-
completei meu primeiro ano de missão nas ilhas de
São Tomé e Príncipe trazendo comigo o nosso insti-
tos pode que deixemos de lado um pouco. Existem onário de seus fundadores. Nesta edição fazemos memória dessa história do
tantos que sofrem muito mais que nós. Há missioná-
tuto Missio Christi.
rios em países em guerra, há missionários na prisão, Instituto que, guiados pelo Bom Pastor, vai se consolidando em outras frentes
O dia 13 de março foi o dia que pisei no solo de crucificados por calunias, enfermidades, incompreen-
São Tomé e Príncipe pela primeira vez. Faz um ano sões, solidão. Mas nunca abandonados. missionárias. De uma maneira especial, há um ano, alguns dos membros do
que cheguei em África e me parece incrível. Não digo
que passou voando, como dizia, mas não deixa de
Se contamos as alegrias que nos acontece… os Instituto vem prestando relevantes serviços a Igreja Particular de São Tomé e
sorrisos de tantas crianças, o afeto desta gente que
ser um ano bonito e cheio de ricas experiências. Ve-
agradece que estamos com eles, as conversas e as Príncipe. Padre Anderson Luiz Pessoa, responsável por essa missão, partilha
mos como Deus bendiz no maio das cruzes e a ale-
almas que foram contemplar o Senhor. As vocações
gria é mais pura, a satisfação do que se vive na mis- conosco esse primeiro ano de doação missionária. Boa leitura!
e os consolos espirituais que não faltaram. As comu-
são é imenso, e o preço é o sacrifício. Cada dia dá
nhões, as Missas, as confissões, as visitas às aldeias.
vontade de rezar um Te Deum por poder seguir adi-
Na balança pesam muito mais que tudo o que pode
ante. Há momentos em que vemos que se não é por
significar um pouco de sofrimento.
graça de Deus, e a bondade da Virgem, não conse-
guiria forças necessárias. Por isto insistia muito nas
orações de todos. Padre Anderson Luiz Brasil
Secretário Geral da Missio
Creio que Deus nos bendiz a todos com gratas Missionário em São Tomé
cruzes, a nós aqui, a vocês aí. Como somos cristãos,
não pode ser de outra maneira. E devemos dar o
exemplo. Que nosso olhar está posto na eternidade,
e por isto fazemos o que fazemos. Finalmente é gra-
to gastar os dias assim, longe, com saudades, so-
frendo um pouco. Porque sabemos que o prêmio se-
rá grande, e estamos totalmente convencidos do que
vai vir. Não temos a menor dúvida. Nossa fé se apoia
em firmes alicerces. Devemos comportamo-nos co-
mo sábios, com a sabedoria recebida de Deis na re-
velação; e não como torpes, fascinados com os as-
suntos do mundo, sem a capacidade de pensar.
É difícil expressar tudo o que penso sobre o pri-
meiro ano em África. Um ano é pouco e é muito. É Padre Anderson Luiz e o Seminarista Alexsander
pouco, quando vejo que há missionários de 20, 30 e Em missão na Ilha de São Tomé

INSTITUTO MISSIO CHRISTI | 2019


E-mail: missio@sapo.pt
Telefone: +351 968 622 405
“É de meu conhecimento e de toda CNBB o interesse de se reunirem sacer-
HÁ 25 ANOS O INSTITUTO MISSIO dotes e religiosos, em favor de uma eficaz Evangelização.
Faço votos que Deus abençoe este trabalho missionário.”
É enviado como Igreja a todas as gentes. (Carta do Cardeal Dom Serafim Fernandes, Vice-Presidente da CNBB, 1994).
Era o mês de setembro do ano de 1994, na cidade de chior que, sensibilizado com a falta de sacerdotes para atender
tituto Missio estendeu seu trabalho missionário, para além dos
Newport (Rhonde Island-USA), quando S.E.R. Dom Belchior Joa- a distribuição da Sagrada Comunhão ao doentes e nas grandes
emigrantes brasileiros e portugueses, para as dioceses necessita-
quim da Silva Neto (1918-2000), juntamente com Padre Pedro celebrações, fez o pedido ao Vaticano de contar com o auxilio
das de vocações. Por diversas vezes, Monsenhor Pedro, acompa-
Higino Dias Diniz e Padre Jonas Vitor de Moraes (1937-2008), de leigos para o ministério da distribuição da Comunhão. Finali-
nhado de um padre mais novo que, ao ganhar experiência, assu-
reuniram para revisão dos Estatutos para uma Sociedade de Vida zado os trabalhos do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI con-
mia a missão posteriormente, dava início à assistência de algumas
Apostólica, no intuito inicial de dar assistência religiosa aos brasi- cedeu a Dom Belchior a experiência de contar com a colabora-
paróquias por diversas partes do Brasil e de Portugal. Foi com as
leiros residentes em várias cidades ao redor de Boston. Antes ção do laicato. No entanto, Dom Belchior era consciente da
incansáveis ações beneficentes que liderava em prol do Instituto,
dessa reunião, Padre Jonas já se destacava como um incansável necessidade do Ministro Ordinário da Comunhão para cada co-
juntamente com Padre Jonas de Moraes, que Monsenhor Pedro
missionário em terras em que o português não era a língua ofici- munidade cristã. Com toda essa sensibilidade Conciliar, Dom
conseguiu que muitos seminaristas terminassem a sua formação
al, mas era a língua que muitos haviam aprendido para comuni- Belchior dedicou seus últimos anos de vida na criação e estru-
filosófica e teológica e fossem ordenados para as finalidades do
car-se liturgicamente. turação da Missio.
Instituto Missio.
Padre Jonas Vitor de Moraes visitava as casas e os comér-
cios de brasileiros, convidando-os para celebrarem a Santa Missa
ou rezarem o Santo Terço juntos. Era uma forma que o padre
havia encontrado para que “as ovelhas” não dispersassem por
Dom Waldemar Chaves de Araújo
falta de compressão da língua estrangeira. No entanto, as comu-
Bispo da Diocese de Teófilo Otoni(1989-1996)
nidades foram crescendo e havendo necessidades de mais lide- Bispo da Diocese de São João del Rei (1996-2010)
ranças para prestarem assistência religiosa aos muitos brasileiros Fundador Canônico da Missio
que deixaram a terra de origem, mas não abandonaram a fé cris- Bispo Moderador da Missio

tã que receberam ainda em tenra idade. Em paralelo com a assis- Mesmo após a renúncia de Dom Waldemar Chaves de Ara-
tência aos brasileiros, surgiu também a necessidade de assistir os újo, ao completar os 75 anos em 2010, o Instituto Missio ainda
emigrantes portugueses, que também sentiam desejo de rezarem continuou contanto com a sua moderação canônica, ciente que,
na própria língua. Monsenhor Pedro Higino Dias Diniz
a partir de então, o referencial canônico, enquanto Sociedade de
Membro Fundador da Missio
Dom Belchior Joaquim da Silva Neto, CM (1918-2000) Vida Apostólica de Direito Diocesano, é o bispo da Diocese de Primeiro Secretário Geral da Missio (1994-2000)
Bispo da Diocese de Luz (1968-1994) São João del Rei. Devido a isso, o Instituto Missio presta grande Superior Geral da Missio (2001-2018)
Membro Fundador da Missio
Primeiro Superior Geral da Missio (1994-2000)
veneração à memória de S.E.R. Dom Célio de Oliveira Goulart Na Assembleia Geral de 2019, ocorrida em Vila Viçosa-
que, de imediato, assumiu um contrato de continuar a manter a Portugal, relembrando toda a sua história, os atuais membros do
Dom Belchior, juntamente com Padre Pedro Higino Dias Paróquia de Ingaí como referência e sob os cuidados do Instituto Instituto Missio, enviados como Igreja a todas as gentes (AG 1),
Diniz e Padre Jonas Vitor de Moraes, apresentaram os Estatu- Missio. Porém, devido a algumas eventualidades, o Instituto Mis- para que sejam salvas e cheguem ao pleno conhecimento da ver-
tos da Sociedade de Vida Apostólica para S.E.R. Dom Walde- sio teve de deixar essa paróquia, mas nunca perdeu a referência dade (AG 7), assumiram o desejo de continuar sendo enviados e
mar Chaves de Araújo, então bispo da Diocese de Teófilo Oto- de ser uma Sociedade de Vida Apostólica eregida canonicamente formando novos sacerdotes que partam para regiões em que ha-
ni. Dom Waldemar, oriundo do clero da Diocese de Luz, sendo na Diocese de São João del Rei, que se alegra com o seu mais jam emigrantes brasileiros e portugueses, mas também para dio-
ordenado presbítero pelo próprio Dom Belchior, sempre foi novo bispo, S.E.R. Dom José Eudes Campos do Nascimento. ceses com necessidade de sacerdotes, com o fim de exercitarem o
imbuído de um grande espirito missionário e atento as neces-
ministério missionário em espírito de serviço, pelo menos durante
sidades de toda a Igreja, dizendo sempre de seu desejo de
um tempo determinada (AG 38). O Instituto Missio quer continuar
Padre Jonas Vitor de Moraes (1937-2008) também ser um Missionário “Ad Gentes”. Em pleno exercício
sendo um espaço em que sacerdotes e candidatos possam sentir-
Membro Fundador da Missio de seu episcopado na Diocese de Teófilo Otoni, no dia 22 de
Primeiro Ecônomo Geral da Missio se acolhidos e incentivados no seu desejo missionário, para as re-
setembro de 1994, após examinar minuciosamente os Estatu-
giões em que haja carência de sacerdotes, para que as ovelhas não
No dia 6 de setembro do ano de 1994, na cidade de New- tos, Dom Waldemar emitiu o Decreto de Aprovação dos Esta-
pereçam por falta de pastores. Afinal, dentre as finalidades dos
port, “na residência de praia” de Dona Maria do Carmo Braga, tutos da Sociedade de Vida Apostólica Missio, na forma “Ad
Estatutos de 1994 está a de “realizar a obra missionária em favor
uma emigrante portuguesa, “após a invocação do Espírito Santo experimentum”. Desde então, Dom Waldemar foi constituído
de todos, privilegiando a evangelização, defesa e promoção dos
e a proteção de Maria Santíssima, procedeu-se a leitura dos Es- Bispo Moderador da Missio. Devido a isso, com sua transferên-
mais pobres” (Art.3).
tatutos da Sociedade de Vida Apostólica Missio, seguindo-se as cia para a Diocese de São João del Rei, no ano de 1996, a Di-
Para o caminho de missionário, os membros do Instituto
correções e melhor redação dos artigos e parágrafos” (Ata de reção Geral da Missio achou por bem também dar prossegui-
Missio têm como referência a vocação de Abraão, que aceitou a
Fundação). Após uma criteriosa revisão, houve a aprovação dos mento a sua existência na nova diocese de seu Bispo Modera-
chamada para partir rumo a uma nova terra (Gn 12, 1-3); a voca-
Estatutos e eleição de sua primeira diretoria. Dom Belchior Joa- dor.
ção de Moisés, que ouviu a chamada de Deus: “Vai, Eu te en-
quim da Silva Neto foi eleito Superior Geral; Padre Jonas Vitor de Na Diocese de São João del Rei, no dia 17 de fevereiro
Paróquia São Sebastião e São João Batista vio” (Ex 3, 10), e fez sair o povo para a terra prometida (Ex 3,
Moraes foi indicado como Ecônomo Geral; Padre Pedro Higino de 1997, o Instituto Missio ganhou a sua aprovação definitiva Cidade de Ingaí-Minas Gerais
17); a vocação de Jeremias, que ouviu: “Irás aonde Eu te envi-
Dias Diniz foi escolhido como Secretário Geral e Padre Oscar Do- enquanto Sociedade de Vida Apostólica, de Direito Diocesano. Diocese de São João del Rei
Primeira Sede do Instituto Missio ar” (Jr 1, 7); e ao mandato de Jesus Cristo, o Bom Pastor e Luz do
nizetti e Padre Afonso de Lima como Primeiro e Segundo Conse- Nessa Diocese, o Instituto Missio assumiu oficialmente os tra-
Mundo, que disse aos seus discípulos: "Ide por todo o mundo" (Mc
lheiros respetivamente. balhos pastorais da Paróquia São sebastião e São João Batista Com a morte de Dom Belchior Joaquim, Monsenhor Pedro
16,15). Cada um de seus membros há de discernir qual é o cami-
Dom Belchior era lazarista, uma congregação religiosa de Ingaí. Essa Paróquia foi a “escola” de muitos seminaristas e Higino Dias Diniz foi eleito Superior Geral do Instituto Missio,
nho que o Senhor lhe pede, mas todos são convidados a aceitar a
com uma história missionária muito importante para a Igreja no padres que estavam iniciando o seu caminho vocacional e mi- sendo reeleito diversas vezes, devido à sua total dedicação ao
chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar
Brasil. Basta recordarmos que foi essa congregação, por meio de nisterial no Instituto. No entanto, os trabalhos do Instituto serviço assumido, levando ao bom termo o compromisso assu-
todas as periferias que precisam da luz do Evangelho (EG 20).
seus padres, que formou uma geração de sacerdotes no antigo Missio na Diocese de São João del Rei estendeu por muitas mido no dia da aprovação dos Primeiros Estatutos. Por diversas
Seminário do Caraça. Além de ser dessa congregação missioná- outras paróquias e cidades, por meio da presença dos seus vezes, o próprio Monsenhor Pedro esteve a frente de missões no “Ide por todo o mundo”
ria, Dom Belchior foi feito bispo às portas do Concílio Vaticano II, padres e seminaristas, sendo várias delas espaços de ordena- exterior, de modo especial com as comunidades brasileiras e
no qual participou ativamente do começo ao fim. Foi Dom Bel- ções dos novos padres do Instituto Missio. portuguesas nos Estados Unidos. Foi no seu governo que o Ins-
(Mc 16,15)

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