Ainda que o ordenamento jurídico seja um conjunto harmônico de regras que não impõem qualquer divisão

categórica em seu campo normativo, o Direito, para fins de estudo, organização e aplicação, apresenta-se em
dois ramos que se inter-relacionam: o Direito Público e o Direito Privado. As origens remontam ao Direito
Romano que distinguia as ações a partir da participação ou não do Estado.

O Direito Público caracteriza-se pela desigualdade na relação Estado-Indivíduo onde o Estado está em
condição de superioridade sustentada pelo princípio da legalidade para impor normas a fim de garantir a
supremacia e a indisponibilidade do interesse público e a verticalidade nas relações jurídicas. Atualmente,
pode ser subdividido em dez ramos:

1) O Direito Constitucional é o ramo maior, absoluto e fundamental de nosso ordenamento jurídico,

estando os demais ramos do Direito a ele subordinados. Visa estruturar o Estado e garantir os direitos
individuais, definindo quais as funções do Estado, quais os limites de competência de cada poder,
fixando os princípios e as coordenadas da vida jurídica através do texto constitucional que se
encontra hierarquicamente acima das demais normas.
2) O Direito Administrativo é o conjunto de normas e de princípios que regulam o funcionamento das
atividades do Estado, a organização e o funcionamento dos serviços públicos e as relações da
administração pública com os indivíduos a fim de promover o bem estar social e a satisfação das
necessidades coletivas fundamentais.
3) O Direito Internacional Público disciplina as relações entre Estados Soberanos, principalmente no
campo comercial que concentra grande massa do direito internacional, pois envolve a troca de
riquezas entre Nações. Além da condição de soberania, deve haver a existência de princípios
jurídicos coincidentes para que se estabeleçam critérios de entendimento comum através da criação
de Tratados Internacionais (Convenções, Pactos, Convênios e Acordos). Dentre os organismos
internacionais que zelam pelo aperfeiçoamento e eficácia do Direito Internacional temos a ONU e a
OEA.
4) O Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas que regula o poder punitivo do Estado (ius
puniendi) ligando ao delito a pena como consequência. O Direito Penal define os crimes, as
contravenções, as penalidades correspondentes e as medidas de segurança aplicáveis, visando “a
proteção dos bens jurídicos essenciais aos indivíduos e à sociedade” (Luis Regis Prado).
5) O Direito Processual é o ramo jurídico que reúne os princípios e normas que dispõem sobre os atos
judiciais tendentes à aplicação do Direito ao caso concreto. Sendo monopólio do Estado, esse deve
garantir um judiciário independente para julgar de forma uniforme, organizada e controlada
considerando três aspectos fundamentais: jurisdição, ação e processo.
6) O Direito Tributário institui as leis de arrecadação de tributos que são a principal fonte de recursos
que a administração pública se utiliza. É caracterizado pela obrigatoriedade de tributos que só podem
ser exigidos quando pré-estabelecidos e dentro de critérios determinados na lei tributária. Assim, o
 Estado tem direito às prestações tributárias nos termos do direito, como também só nos termos do
direito o contribuinte está a elas obrigado.
7) O Direito do Trabalho apesar de ser considerado por muitos como parte do direito privado e por
outros como parte do direito social, está aqui listado como sub-ramo do direito público pelo papel
que o Estado dispensa na proteção da fragilidade do trabalhador. Constitui-se no conjunto de regras
inegociáveis nos contratos de trabalho que procuram viabilizar a relação do poder do capital e a
fragilidade do empregado impedindo abusos e perda de direitos adquiridos (irrenunciabilidade dos
direitos).
8) O Direito Eleitoral constitui-se em um conjunto de normas jurídicas que disciplinam a escolha dos
membros do poder executivo e do poder legislativo. Está encarregado de regulamentar os direitos
políticos dos cidadãos e o processo eleitoral. A lei eleitoral é exclusivamente federal por disposição
constitucional valendo-se do principio da anterioridade, onde só será aplicada após um ano da data
de sua vigência.
9) O Direito Previdenciário abrange as normas jurídicas que cuidam da seguridade social, isto é,
constituem regras que estabelecem os benefícios, auxílios e aposentadorias concedidos pelo INSS.
10) O Direito Financeiro tem por objeto de estudo as normas jurídicas que se relacionam, direta ou
indiretamente com todas as receitas e despesas públicas, bem como, com o orçamento público
mantendo estrita relação com o Direito Constitucional, com o Direito Tributário e com o Direito
Administrativo .