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Direito Processual é o ramo do direito público que contém o repositório de princípios e normas legais que

regulamentam os procedimentos jurisdicionais, tendo como objetivo administrar o direito. Tal ramo
estrutura os órgãos de justiça de modo a disciplinar a forma que devem ter os processos judiciais para serem
processados pelo sistema judiciário. O direito processual dá as diretrizes, as instruções sobre como pedir em
juízo a satisfação de um determinado direito. E é assim, por meio do processo, com seu conjunto ordenado
de etapas, indo desde a petição inicial até a sentença transitada em julgado que se aplica o direito positivo.
Entre os povos da Antiguidade e Idade Média, em especial os romanos, o direito processual esteve
intimamente ligado ao direito material não se distinguindo o direito material lesado, dos procedimentos
usados para repará-lo.
O direito processual civil só adquiriu consistência científica e passou a ser concebido como uma disciplina
autônoma no século XIX quando novas concepções sobre o direito de ação e sobre a relação processual
possibilitaram a afirmação da autonomia do direito processual em relação ao direito material estabelecendo-
se duas categorias distintas, com princípios e elementos próprios.
Assim, a fusão de três vertentes – direito germânico, direito canônico e direito romano – formou o chamado
direito comum e o consequente processo comum, vigentes por toda a Europa entre os séculos XI e XVI,
onde, por exemplo, temos a prova e a sentença como inspiração do sistema romano, a eficácia erga omnes
da coisa julgada como influência do direito germânico e a adoção do processo sumário, como herança do
direito canônico.
Podemos compreender a influência do direito processual romano para o direito processual atual estudando-
se os três períodos daquele: primitivo, formulário e a fase da cognitio extraordinária.
No período primitivo (legis actiones), o juiz atuava como um árbitro, com atribuição de proferir uma
solução para os casos em que a lei não trouxesse uma previsão, sendo formal, solene e ritualística. Uma só
palavra esquecida ou substituída poderia acarretar a anulação do processo. O procedimento dava-se de forma
oral em duas fases: in iure e in iudicio. A primeira etapa, in iure, desenrolava-se perante o magistrado, que
concedia ou não a ação. Na segunda fase, in iudicio, ocorrida diante de um árbitro ou de jurados, produziam-
se as provas e a sentença era proferida. Tal árbitro não era autoridade, nem funcionário do Estado. Em todo
o procedimento as partes postulavam pessoalmente, pois não havia advogado.
No período formulário (per formulas), as relações jurídicas tornaram-se mais complexas e impassíveis de
serem resolvidas dentro dos limites da legis actiones e do ius civile, pois só se aplicavam aos cidadãos
romanos. Para os estrangeiros, cada vez mais presentes no território romano, novas fórmulas tiveram de ser
aplicadas através do pretor peregrino para que comparecessem diante de um juiz. Este deveria conhecer os
fatos e estabelecer uma sentença. Aos poucos, o sistema processual per formulas substituiu a aplicação do
primitivo sistema das legis actiones. No sistema formulário o procedimento também era dividido em duas
fases: in iure e in iudicio. A primeira fase, in iure, desenvolvia-se diante do pretor, que concedia ou não a
ação e entregava a fórmula escrita apropriada para o caso. Na segunda fase, in iudicio, realizada pelo árbitro
ou colégio de juízes – continuavam sendo particulares e não autoridades – ocorriam o julgamento e o
estabelecimento da sentença. Na fase do formulário, todo o procedimento era oral, com exceção da fórmula
que era escrita. As provas admitidas para o livre convencimento do juiz eram as testemunhas, os
documentos, a confissão e o juramento. A prova dos fatos incumbia à parte que os alegava. A
obrigatoriedade da sentença não advinha da autoridade do juiz, visto que este não era funcionário do Estado,
mas da convenção entre autor e réu quando da aceitação da fórmula, momento este em que ambos
concordavam em cumprir com o que viesse a ser estabelecido pelo árbitro. Nessa fase, a figura do advogado
começou a se fazer presente e os princípios do contraditório das partes e do livre convencimento do juiz
passaram a ser observados.
O terceiro período é o procedimento da cognitio extraordinária ou da cognitio extra ordinem que resultou da
atribuição pelo governo imperial das funções judiciárias a um magistrado, funcionário do Estado, a quem
incumbia, por solicitação dos interessados, presidir e dirigir o processo, desde a sua instauração, proferindo
a sentença e dando-lhe execução. Resulta na criação do juiz oficial, em substituição do juiz privado do
procedimento formulário. Um mesmo juiz deveria conhecer a causa e, no final do processo, prolatar e
executar a sentença. Os procedimentos realizavam-se de forma escrita, abrangendo as etapas de pedido do
autor, de defesa do réu, de instrução da causa, de prolação da sentença e de sua execução. A obrigatoriedade
das sentenças advinha do fato de ser o juiz funcionário do Estado e representante da coação deste. Contra a
sentença admitiam-se recursos pela autoridade hierarquicamente superior, que poderia reformá-la. O
processo civil moderno desenvolveu-se a partir desta fase.
A fase moderna ou científica do processo civil inicia com a atribuição que se concedeu ao juiz de livre
análise das provas e de produção destas quando tal iniciativa se fizer necessária para a justiça da decisão. A
jurisdição civil foi reconhecida como de caráter público e de interesse geral, mesmo que os interesses das
partes em litígio sejam de ordem privada. O processo civil, antes de servir como tutela dos interesses
particulares, passa a ser um instrumento de pacificação social e de reafirmação da lei. O Código de Processo
Civil brasileiro de 1973 e a maioria dos Códigos europeus seguem esses entendimentos. A França, que
construiu um processo próprio baseado no procedimento romano-canônico e no emprego de elementos
germânicos, guiando-se pela oralidade, simplicidade, publicidade dos atos, pelo princípio dispositivo e pela
livre apreciação da prova pelo juiz, serviu de modelo e fonte para a legislação processual de grande parte
dos países europeus.
A importância e a garantia fundamental que integram os princípios no processo, estabelecem que eles devem
ser respeitados na elaboração das normas infraconstitucionais e na aplicação do Direito Processual, isto é, no
cotidiano das lides forenses, sob pena de afronta direta à Constituição Federal e correspondente nulidade do
ato praticado.
Princípio da imparcialidade do juiz que constitui a garantia de justiça para os dois lados em litígio, para
que a relação processual se instale validamente e se desenvolva de maneira natural. Sendo imparcial, o juiz é
isento, devendo transcender tanto em relação às partes, quanto aos fatos da causa, condição essa indeclinável
do órgão da relação jurisdicional, para a realização de um julgamento justo. O juiz capaz não tem sua
imparcialidade colocada em risco pelo impedimento ou pela suspeição. Essa imparcialidade do juiz é
garantia de ordem pública, não apenas das partes (que terão a lide solucionada com justiça), mas do próprio
Estado (que quer que a lei seja aplicada corretamente), e, do próprio juiz (que terá seus atos resguardados de
qualquer suspeita – arbítrio ou parcialidade). Como a imparcialidade do juiz é uma certeza de justiça para as
partes, elas têm o direito de exigir a satisfação dessa condição, e o Estado, que reservou para si o exercício
da função jurisdicional, como contrapartida, tem o dever de agir com imparcialidade na solução das causas
que lhe são submetidas.
Princípio da isonomia que significa uniformidade e equidade perante a lei, sendo premissa para a afirmação
da igualdade perante o juiz. Assim, os litigantes devem merecer e receber tratamento isonômico, de modo
que tenham as mesmas oportunidades de se fazer valer em juízo, assegurando-se que os preceitos genéricos,
os abstratos e os atos concretos colham a todos sem especificações arbitrárias. O conceito primitivo de
igualdade, formal e negativa (todos são iguais perante a lei), não concorre para um tratamento justo, razão
pela qual os operadores do Direito reivindicaram pela passagem à igualdade substancial, evoluindo-se para o
conceito realista da igualdade proporcional, que significa tratamento igual aos substancialmente iguais e,
desigual aos desiguais.
Princípios do contraditório e da ampla defesa trata-se do princípio da audiência bilateral. A garantia
fundamental da Justiça e regra essencial do processo é o princípio do contraditório onde todas as partes
devem ser postas em posição de expor ao juiz as suas razões podendo desenvolver suas defesas de maneira
plena e sem limitações arbitrárias antes que o juiz profira a decisão. Pelo menos duas partes se fazem
presentes nos processos contenciosos, que são: autor e réu. O primeiro instaura a relação processual,
invocando a tutela jurisdicional, mas só há complementação da relação processual e esta só provê a
preparação do provimento judicial, quando o réu é chamado a juízo. O juiz, por força de seu dever de
imparcialidade, se situa entre as partes, mas equidistante delas, portanto, transcendente a elas, outorgando-
lhes direitos e deveres, sempre na busca de um tratamento igualitário, objetivando possibilitar que possam
esclarecer suas razões, mostrar suas provas, influindo no convencimento do julgador. O contraditório e a
ampla defesa foram definidos pela Constituição Federal em um mesmo dispositivo, determinando,
expressamente, sua observância nos processos de qualquer natureza, judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral (CF/88, art. 5º, LV).
Princípio da ação (processo inquisitivo e acusatório) ou princípio da demanda ou princípio da iniciativa das
partes, onde o Poder Judiciário, incumbido de oferecer a jurisdição, regido por outro princípio (inércia
processual), para movimentar-se no sentido de dirimir os conflitos intersubjetivos, depende da provocação
do titular da ação, instrumento processual destinado à defesa do direito substancial litigioso. No
ordenamento jurídico brasileiro, se adota o sistema acusatório, que é o sistema processual penal de partes,
em que o acusador e acusado se encontram em pé de igualdade.
Princípios da disponibilidade e da indisponibilidade garantem o direito das partes de exercer ou não seus
direitos por meio do acesso ao Poder Judiciário. Em direito processual tal poder é configurado pela
disponibilidade de apresentar ou não sua pretensão em juízo, da maneira que melhor lhes aprouver e
renunciar a ela ou a certas situações processuais.
Princípio da livre investigação e apreciação das provas ou princípio dispositivo consiste na regra de que
o juiz depende da iniciativa das partes para a instauração da causa e obtenção das provas, assim como
desenvolver as alegações em que se fundamentará a decisão. A cada um dos sujeitos envolvidos no conflito
sub judice, é que deve caber o primeiro e mais relevante juízo de valor sobre a conveniência, ou
inconveniência, de demonstrar a veracidade dos fatos alegados. Em regra, o juiz deve deixar às partes o ônus
de provar o que alegam. No entanto, afirmada a autonomia do direito processual em relação ao direito
material, e enquadrado como ramo do direito público, e verificada a sua preponderante finalidade sócio-
política, a função jurisdicional evidencia-se como um poder-dever do estado, em torno do qual se reúnem os
interesses dos particulares e os do próprio estado onde os poderes com função de instrução, foram
aumentando, passando o juiz de espectador inerte à posição ativa, cabendo-lhe não só impulsionar o
andamento das causas, mas também determinar provas, conhecer de ofício as circunstâncias que até então
dependiam de alegações das partes, dialogar com elas, reprimir eventuais condutas irregulares.
Identidade Física do Juiz para que o julgamento seja considerado adequado, justo, o processo deve ter um
mesmo juiz desde seu início até final decisão, de modo que não seja feito por um juiz que não acompanhou
os fatos nem coligiu as provas.
Princípio da Oficialidade baseia-se no fato de que a repressão ao crime e ao criminoso constitui uma
necessidade essencial e função precípua do estado, de modo que este, em virtude do ordenamento jurídico
que tutela os bens sociais públicos, torna-se o titular de um poder (poder-dever) de reprimir o transgressor da
norma penal. Em tendo a função penal índole eminentemente pública, a pretensão punitiva do estado deve
ser feita por um órgão público que deve iniciar o processo de ofício. Nisto consiste o princípio da
oficialidade, isto é, os órgãos incumbidos da persecutio criminis são órgãos do estado com autoridade
(autoridade policial e o Ministério Público).
Princípio do impulso processual está intimamente ligado ao procedimento, tendo em vista que, uma vez
iniciada a relação processual, ao juiz cabe deslocar o procedimento de fase em fase, até que a função
jurisdicional se extinga. Isso quer dizer que, após instalado o processo, o juiz detém a incumbência exclusiva
de prosseguir com o mesmo, evoluindo sua marcha etapa por etapa, até o esgotamento da função
jurisdicional (esgotamento de ações que o poder judiciário pode exercer).
Princípio da oralidade também apresenta ligação indissolúvel com o procedimento, devendo o juiz
observar a mesma forma de conduzir o processo. O princípio propicia a garantia de permitir a documentação
mínima dos atos processuais, sendo registrados apenas aqueles atos tidos como essenciais. É um princípio
que se faz presente no artigo 13 da Lei 9099/95.
Princípio da Livre Convicção (persuasão racional) onde a apreciação e a avaliação das provas produzidas e
reunidas pelas partes indicam que o juiz deve formar livremente sua convicção. Esse procedimento fica
situado entre o sistema da prova legal e do julgamento secundum conscientiam. No primeiro (prova legal)
atribui aos elementos probatórios valor inalterável e prefixado, que o juiz aplica mecanicamente. O segundo
significa o oposto: o juiz pode decidir com base na prova, mas também sem provas e até mesmo contra elas.
Essa liberdade de convicção, contudo, sofre temperamento pelo próprio sistema que exige a motivação do
ato judicial (CF/88, art. 93, IX; CPP, art. 381, III; CPC, art. 131, 165 e 458, II etc.).
Princípio da motivação das decisões que complementa o princípio do livre convencimento do juiz. É uma
garantia das partes, com vista à possibilidade de sua impugnação para efeito de reforma. Só por isso as leis
processuais comumente asseguravam a necessidade de motivação. Mais modernamente, foi sendo salientada
a função política da motivação das decisões judiciais, cujos destinatários não são apenas as partes e o juiz
competente para julgar eventual recurso, mas quaisquer do povo, com a finalidade de aferir-se em concreto a
imparcialidade do juiz e a legalidade e justiça das decisões.
Princípio da publicidade constitui a garantia do indivíduo no tocante ao exercício da jurisdição. A presença
do público nas audiências e a possibilidade do exame dos autos por qualquer pessoa representam o mais
seguro instrumento de fiscalização popular sobre a obra dos magistrados, promotores públicos e advogados.
Esse princípio também é corolário do princípio do devido processo legal e da ampla defesa apresentando
duas nuances: dar conhecimento dos atos processuais aos litigantes e dar o conhecimento à sociedade da
atuação do Judiciário e aqueles que, por ventura, tenham interesse na causa em litígio.
O ordenamento jurídico brasileiro adota o princípio da publicidade restrita dos atos processuais, por que
apesar de todo o interesse de que o maior número de pessoas venha a conhecer os processos, existem alguns
casos em que o interesse público exige que sejam resguardadas as partes e os atos processuais naquele
processo específico.
Princípio da lealdade processual impõe deveres de moralidade e probidade a todos aqueles que participam
do processo (partes, juízes e auxiliares da justiça; advogados e membros do Ministério Público) visto que a
finalidade suprema do processo é a eliminação dos conflitos existentes entre as partes, possibilitando a estas
respostas às suas pretensões, exigindo de seus usuários e atores a dignidade que corresponda aos seus fins. O
desrespeito ao dever de lealdade processual constitui-se em ilícito processual (nele compreendendo o dolo e
a fraude processual), ao qual correspondem sanções processuais. O CPC tem marcante preocupação na
preservação do comportamento ético dos sujeitos do processo. Partes, advogados e serventuários, membros
do Ministério Público e o próprio juiz estão sujeitos a sanções pela infração de preceitos éticos e
deontológicos, que a lei define minuciosamente.
Princípios da economia e da instrumentalidade das formas significa a obtenção do máximo resultado na
atuação do direito com o mínimo possível de dispêndio. É a conjugação do binômio: custo-benefício. A
aplicação típica desse princípio encontra-se em institutos como a reunião de processos por conexão ou
continência, reconvenção, ação declaratória incidente, litisconsórcio.
Princípio do duplo grau de jurisdição que prevê a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já
julgadas pelo juiz de primeiro grau (ou de primeira instância), que corresponde à denominada jurisdição
inferior, garantindo, assim, um novo julgamento, por parte dos órgãos da jurisdição superior, ou de segundo
grau. O referido princípio funda-se na possibilidade de a decisão de primeiro grau ser injusta ou errada, por
isso a necessidade de se permitir a sua reforma em grau de recurso.

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