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VIII.

A PESQUISA NA ÁREA POLÍTICA: O QUE SE DEVE SABER

O CALCANHAR DE AQUILES DOS SISTEMAS CONVENCIONAIS DE PESQUISA

Entre 1982 e 1990, eu enfrentava as inúmeras dificuldades que limitavam o emprego sistemático das
pesquisas durante os períodos eleitorais: o mais grave deles, relativo ao longo e inaceitável prazo que os
institutos brasileiros levam para entregar os resultados dos levantamentos. A dinâmica eleitoral é vertiginosa.
Uma entrevista ou posicionamento público pode reverter um quadro ou provocar rápidas e significativas
variações nos índices de intenção de voto dos candidatos. Um prazo como três dias entre o fim do trabalho de
campo e a entrega dos resultados, pode significar que estes já cheguem superados pelos fatos novos e não
foram poucos os relatórios, recém recebidos, cujo destino imediato era a cesta de lixo.

Uma pesquisa superada representa desperdício de tempo e dinheiro. Nas campanhas eleitorais muitas decisões
eram inadiáveis, o que tornava impossível a utilização de pesquisas convencionais, o que aumentava o risco e
as margens de erro daquelas decisões.

O DESEQUILÍBRIO NA RELAÇÃO CUSTO x BENEFÍCIOS

Outro fator que limitava o uso das pesquisas era o preço. A inteligência e a experiência do profissional
responsável pelo sucesso ou fracasso de empreendimentos de milhões de dólares, é sub-valorizada em relação
a um processo simples e mecânico, de coleta e acumulação de dados: uma pesquisa nacional, que baseará
apenas a decisão de um único momento, custa o que o tomador de decisões levaria meses para ganhar...

Como agravante, nos estados mais desenvolvidos economicamente, havia facilidade em contratar pesquisas,
mas o candidato que concorresse à prefeitura de cidades interioranas fora destes estados tinha que recorrer a
serviços de duvidosa qualidade e idoneidade para encomendar uma pesquisa, ou sujeitar-se a longos prazos de
entrega e pagar preços exorbitantes para contratar os serviços de um instituto de primeira linha.

A FILOSOFIA DO SISTEMA POP (CRIADO PELO AUTOR)

Minha idéia para entrar no segmento das pesquisas era criar uma empresa nova e desvinculada da Brasmarket.
Assim nasceu a POP pesquisas. Dediquei-me ao desenvolvimento de um sistema de pesquisas que pudesse ser
operado até por amadores e regiões menos desenvolvidas economicamente, assessorado e controlado
remotamente por nossa consultoria: eu tentava viabilizar que candidatos e empresários que disputassem
redutos ou mercados remotos ou dinâmicos, pudessem ter acesso a informações rápidas e confiáveis.

A meta era o exemplo das companhias telefônicas, cuja principal fonte de lucro não está na comercialização
de equipamentos ou sistemas operacionais, mas sim na prestação de serviços que se sucedem à adesão de cada
novo usuário ao sistema que elas administram. Da mesma maneira que a Central telefônica extrai seu lucro do
valor do “impulso”, minha Central de Processamento teria sua principal fonte de receitas nas taxas cobradas
pelo processamento e gestão dos dados coletados pelos usuários de seu sistema.

O projeto visava eliminar duas graves distorções que regulavam o mercado e restringem, até hoje, o emprego
intensivo do instrumento pesquisa: os altos preços e os prazos longos. Como informação é um artigo vital,
estratégico e altamente perecível, o processo de coleta e processamento de dados, teria que ser ágil e, ao
contrário do que ainda ocorre hoje, não deveria custar muito mais do que a inteligência que será envolvida na
transformação daquelas informações em estratégias de ação. Através do sistema POP, o emprego sistemático e
permanente de pesquisas passaria a ser uma alternativa viável até para micro e pequenas empresas.

CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA POP

1- RAPIDEZ. Em 24 horas era possível fazer uma pesquisa nacional, com número ilimitado de entrevistas.

2- ECONOMIA. Uma pesquisa realizada pelo sistema POP, custa muito menos do que uma pesquisa
convencional. A idéia era tornar o usuário dono do seu próprio instituto, interligando cada escritório, via
Internet, ao nosso computador central (uma única fonte de despesa com pessoal de processamento; estatística,
etc.). Eram reduzidos drasticamente custos de mão de obra com entrevistadores e eliminados os custos de
digitação, deslocamentos, estadias, etc. O usuário não precisaria adquirir sofisticados equipamentos ou
instalações: necessitava apenas de um pequeno espaço disponível num computador, que pode continuar sendo
utilizado para outras atividades; uma linha telefônica (que utilizaria 20 minutos por dia) e um operador, que
poderá acumular outras funções.

3- TERCEIRIZAÇÃO. Os coletores de dados e programas eram locados, e os custos com mão de obra
especializada; assessoria; armazenamento de informações e tarefas de processamento de dados eram mínimos,
graças à adoção do sistema e filosofia das cooperativas, que otimizava o uso e rateava aqueles custos entre os
usuários do sistema POP em todo o País.

4- FACILIDADE OPERACIONAL. Após treinamento de um dia, um operador, sem qualquer noção de


informática ou estatística, podia operá-lo numa vila em plena selva amazônica ou sertão do Piauí, onde seria
dificílimo contratar sociólogos; estatísticos; especialistas e técnicos em informática; com a mesma eficácia,
facilidade e precisão a que teria acesso um operador com sede em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro;
onde os recursos tecnológicos e humanos são fartos. A POP se encarregava de treinar e assessorar os usuários.

5- SEGURANÇA E PRECISÃO. O sistema tem mecanismo de auditoria do trabalho de campo, reduzindo a


possibilidade de fraude e a ocorrência de erros. Os arquivos gerados são codificados e invioláveis: só a
Central de processamento e o cliente têm acesso aos dados coletados. Empregando todos os procedimentos de
seleção e supervisão dos entrevistadores convencionais, o usuário do nosso sistema teria vários mecanismos
internos adicionais, programados para detectar fraudes. Entre eles, um “clock” interno, que monitorava o
tempo gasto entre as entrevistas e registrava a data, hora e minuto em que cada entrevista era feita. Isso inibia
os dois tipos de fraudes mais comuns nas pesquisas convencionais: a) “simulação” de respostas (entrevistas);
b) Duplicação de entrevistas, impraticável no sistema, que veta acesso posterior às respostas acumuladas.

Com o coletor eletrônico, o entrevistador não tem que procurar colunas ou linhas para registrar uma opção de
resposta, bastando-lhe digitar o número correspondente àquela opção: além de evitar erros, o recurso agiliza o
trabalho de campo, reduz o desgaste físico dos entrevistadores e promove substancial ganho de produtividade.

Após a coleta, os dados são transferidos para a unidade central de processamento, conectada via Internet.
Nem o responsável pelo campo sabe qual é o resultado, impossibilitando adulteração, subtração ou adição de
entrevistas nos arquivos originais (a tentativa seria detectada pelo módulo servidor), afastando a hipótese de
manipulação local de resultados após o campo e garantindo a segurança inigualável, da integridade dos dados
coletados através do sistema. Os dados coletados ainda passam por testes automáticos de consistência, onde
as entrevistas “falhas” ou incoerências encontradas (erros de digitação ou fraudes) são verificadas.
DA POP À BRASMARKET: A REDE NACIONAL DE PESQUISAS BRASMARKET

Após um ano de testes do sistema POP, o sistema teve aceitação nos períodos eleitorais, mas sua implantação
junto à iniciativa privada era mais difícil: apesar da forte demanda por informações, as empresas não queriam
“importar” um departamento de pesquisas: a palavra de ordem era terceirizar. Assim, a única saída era criar
uma Rede Nacional de Pesquisas, capaz de repassar os benefícios de prazos e custos menores para o mercado.
Para viabilizar a idéia, eu teria que dar aos franqueados, mais do que a orientação técnica: teria que abrigá-los
sob uma marca, coordenados logisticamente e assessorados também na área comercial.

A meta era estabelecer uma ampla rede de escritórios franqueados, capaz de efetuar qualquer pesquisa,
nacional, regional ou local em 24 horas. Além de rápidas, nossas pesquisas teriam que custar menos do que as
comercializadas por nossos concorrentes. Firmadas as “cabeças de ponte” ou escritórios estaduais, o próximo
passo seria o de interiorizar a rede, para que os levantamentos estaduais pudessem ser efetuados no mesmo
prazo e custo que as pesquisas nacionais.

Como cada escritório era autônomo e cobria seus próprios custos operacionais locais (baixos graças às
características tecnológicas do nosso sistema), era natural que os preços se situassem abaixo do cobrado pela
concorrência. O fato de bastar uma ligação telefônica para colocar nas ruas de qualquer estado um batalhão de
entrevistadores, eliminadas despesas e perda de tempo com viagens; correio; estadas, etc., tornou possível
firmar uma tabela de preços que chegava, em alguns estados, a menos de 1/6 do cobrado pelos concorrentes.

Realizados os estudos de viabilidade econômica e avaliação das possíveis estratégias de expansão e cobertura
territorial, optou-se por terceirizar a Rede e expandi-la via franquia, nos mesmos moldes idealizados para a
operação inicial do sistema POP.

O problema era que uma franquia necessita de forte cobertura de marca e assistência mercadológica por parte
do franqueador, e eu não era “do ramo”: embora desfrutasse de ótimo conceito como especialista em
Marketing Político e experiência como analista de pesquisas, até então eu estava do outro lado do balcão,
como cliente dos institutos e não podia transferir para o novo instituto de pesquisas a minha imagem pessoal,
para não rotular a nova Rede como apta, apenas, na área de pesquisas políticas e eleitorais.

Iniciei então viagens aos estados brasileiros, na busca de parceiros dispostos a integrar-se à Rede Nacional de
Pesquisas. Como o sistema POP possibilitava a capacitação técnica e operacional imediata dos escritórios
regionais franqueados e o investimento neles era reduzido, em apenas 4 meses de negociações, foi possível
constituir uma rede em 22 estados, nas 5 regiões brasileiras (O IBOPE, maior instituto de pesquisa brasileiro,
com 50 anos de atividade no ramo, tinha apenas 8 escritórios regionais).

O GRANDE DESAFIO: A CONSOLIDAÇÃO DA MARCA

A partir destes escritórios regionais, eu já podia cobrir territorialmente o País. Os estados não representados
ficariam para uma segunda etapa, a ser empreendida após a marca estar consolidada a nível nacional, o que
facilitaria a tarefa de obter novas adesões importantes estrategicamente. Assim, era vital criar uma “griffe” e
fortalecer a marca a ponto de concorrer, em igualdade de condições, com os outros institutos de pesquisa de
renome, alguns atuando há décadas no mercado.

Para vencer o desafio priorizei, na etapa inicial, o ingresso de parceiros que controlassem ou que tivessem
acesso a veículos de comunicação nos estados, pois assim não haveria dificuldade em consolidar a nossa
marca, tanto a nível nacional como regional. Dos 22 estados onde a Rede foi estruturada na fase inicial, 12
franquias foram negociadas diretamente com veículos de comunicação expressivos em suas bases territoriais.
Nos demais estados, a estratégia adotada foi a de fornecer, periódica e graciosamente à imprensa local,
resultados de levantamentos regionais.

Para promover a marca a nível nacional, a Rede efetuava, mensalmente, uma pesquisa nacional, cujos
resultados eram distribuídos a veículos de comunicação com abrangência nacional. Cada franqueado arcava
com os custos locais do trabalho de campo e o escritório central, com os custos de coordenação, comunicação
e processamento, além das despesas de viagem nos deslocamentos e trabalhos de campo nos estados onde não
foram constituídos representantes. Em compensação, os escritórios regionais recebiam os resultados de sua
base territorial a custo zero e podiam incluir questões locais e comercializar suas pesquisas localmente, ou
distribuí-las para veículos de comunicação e reforçar a marca na sua área de operação.

Entre 1.991 e 2.004, a Brasmarket efetuou e teve divulgadas mais de 40 pesquisas nacionais e institucionais
sobre temas ligados ao comportamento e à Opinião Pública, consolidando a sua marca a nível nacional. Ao
monitorar resultados eleitorais, cada candidato bem posicionado em nossas pesquisas utilizava-se de nossos
números em seus programas de rádio e TV, ampliando ainda mais o raio de nossa cobertura.

A preços de mercado, para igualar-se à divulgação obtida para a marca Brasmarket, só nesta fase de pesados
investimentos em pesquisas cedidas gratuitamente, consolidando institucionalmente sua marca e imagem, um
empreendedor teria que investir algo em torno de US$3,000,000.

Até o ano de 2.000, a Rede Nacional Brasmarket adotou o mesmo espírito das cooperativas: a união dos
pequenos proprietários fortalece o poder de barganha e reduz o custo dos insumos, sem sacrificar a autonomia
individual dos membros: cada franqueado determinava, soberanamente, sua política local de preços e
abordagem de mercado. É subordinado à franqueadora apenas na área afeta ao processamento de dados e na
coordenação de atividades ou contratos que extrapolem a base territorial de cada franqueado. Assim como a
Brasmarket cresceu no vácuo do Gallup, a forte retração do instituto, a partir do meu rompimento com a
Editora Três, me forçaram a reestruturar e repensar o papel e objetivos do instituto, a Brasmarket teve que
reduzir sua área de cobertura e cedeu espaço para a ascensão dos institutos mineiros Vox Populi e Sensus.

AS PESQUISAS ELEITORAIS

A pesquisa é o principal instrumento à disposição de um candidato para a elaboração de suas


estratégias de campanha. De nada adianta que ele ou sua equipe sejam dotados de inteligência, bom
senso, experiência e outras qualidades, se não puder contar, como ponto de partida, com informações
confiáveis.

A não-utilização de pesquisas na formulação estratégica de uma campanha implica a aceitação da


intuição, sensibilidade e formações fundamentadas, elevando consideravelmente o fator “risco” de cada
campanha eleitoral.

Como sempre fazia questão de lembrar o experiente Antônio Leal de Santa Inez, presidente do Instituto
Paulista de Pesquisa de Mercado, “o dono da informação é o dono do Poder”. Leal lembra ainda que
uma pesquisa serve para obter informações, tanto sobre o candidato como sobre seus adversários e a
sua posse por um dos candidatos pode desequilibrar a disputa e significar para ele a suprema vantagem
sobre seus adversários, a diferença entre ser a pedra ou a vidraça.
AS PESQUISAS QUALITATIVAS

A utilização das pesquisas qualitativas nas campanhas eleitorais vem crescendo a cada eleição.

Como uma “quali” (assim são chamadas as pesquisas qualitativas) custa muito menos do que uma
pesquisa “quanti” (pesquisa quantitativa), na maioria das vezes o preço e o desconhecimento do caráter
não científico das pesquisas qualitativas é a única razão desta preferência e também de muitas derrotas.

As pesquisas qualitativas são importantes para fornecer subsídios e formular hipóteses que poderiam
(ou não) justificar ou apontar causas para as decisões, conceitos, simpatias ou a rejeição do eleitorado
em relação às lideranças políticas e candidatos.

Uma das principais diferenças entre as pesquisas “quali” e as “quanti”, é que as primeiras representam
uma hipótese, com 50% de possibilidade de que seja verdadeira e expresse o sentimento ou razões de
uma sociedade ou do universo geral dos eleitores. E 50% de chance de acerto, significa que existem
outros 50% de chance de a hipótese não representar a realidade. Resumindo, qualquer hipótese ou
conclusão de uma “quali” pode, tanto ser verdadeira como ser falsa: pode ser que sim, mas também
pode ser que não.

Já as pesquisas quantitativas, como usam amostras maiores e representam proporcional, matemática e


estatisticamente o universo ou a população pesquisada, asseguram informações com muito maior índice
de precisão e rigor científico, com margens de erro que variam de acordo com o tamanho das amostras.

As pesquisas “qualis” também são importantes para procurar detectar aspectos subjetivos e intangíveis
que motivam opiniões e sensações, mas que ainda não foram claramente expressos ou verbalizados,
pois estas informações estão num estágio subconsciente dos eleitores.

As “qualis” detectam nuances difusas que, se representarem uma verdade estatística, podem significar
o grande diferencial de uma campanha em relação às demais, pois seu candidato tem informações que
uma simples pesquisa quantitativa não pode captar e, mesmo que seus concorrentes também se valham
de pesquisas “quali”, provavelmente não saberão, pois aí está outra grande diferença que separa as
“qualis” das “quantis”:
 Todas as informações que uma pesquisa quanti levantar podem ser levantadas por outra quanti
que adote metodologia e questionário semelhantes. Um intervalo de confiança de 99,7%, quer
dizer que, se forem realizadas simultaneamente 1000 pesquisas, com a mesma metodologia, e o
mesmo questionário, 997 vezes, o resultado será o mesmo, variando apenas dentro da margem
de erro.
 Já nas pesquisas “quali” onde passam a contar a exploração do subconsciente de cada membro
de um grupo pesquisado e onde os roteiros de intervenção dos moderadores são diferentes,
dificilmente dois grupos em tudo semelhantes com dois moderadores que adotem a mesma
metodologia e linha geral chegarão às mesmas conclusões.

As pesquisas quantitativas são mais objetivas, mas não conseguem capturar estas nuances de
comportamento ou razões subjetivas.

Para reunir todas as vantagens das pesquisas “qualis” às vantagens e precisão científica das pesquisas
“quantis”, se chegou à conclusão que só resta combinar as duas numa pesquisa em duas etapas, que se
convencionou chamar de “quali-quanti”.
Numa primeira fase, se aplica uma pesquisa qualitativa com seus chamados grupos focais onde
moderadores procurarão perscrutar a mente dos eleitores, obtendo as preciosas e únicas hipóteses, que
serão, na segunda fase, testadas quantitativamente por uma pesquisa quali-quanti, para conferir se a
informação da quali:
 Confirma-se de forma generalizada no universo ou sociedade; ou
 Confirma-se em apenas parte de seus diversos segmentos ou, finalmente,
 Se aquela brilhante possibilidade era tão original, que só se aplicava àquele eleitor que a
expressou.

Por seu potencial de descobrir e pelo seu alto risco de iludir, quando as pesquisas qualitativas
substituem as quantitativas o candidato incorre num erro grave, que pode colocar em risco a eficácia de
todas as estratégias e decisões adotadas com base nas “qualis”, é preciso combinar ambas as
metodologias.

A proposta e explanações a seguir me foram apresentadas por uma das mais experientes profissionais e
analistas de pesquisas quali do País, a ex-diretora do IBOPE e amiga Neysa Furgler. E sua exposição foi
tão clara e simples, que achei melhor reproduzi-la do que tentar reinventar a roda.

I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS E OBJETIVOS

Visando as eleições estaduais do próximo ano, é hora de se começar a ouvir a população do Estado de
Roraima com diversas finalidades, conforme a etapa da campanha.

Além dos objetivos descritos:

 Avaliar o clima de opinião entre os eleitores dos principais municípios do Estado;

 Conhecer seus principais problemas e reivindicações, de maneira a poder adequar o discurso de


campanha e elaborar propostas objetivas que despertem a esperança de um futuro melhor;

 Avaliar as expectativas, soluções e responsabilidades sobre essas reivindicações;

 Conhecer a opinião sobre o desempenho do prefeito atual, seu partido e a importância de


apoios políticos nas eleições para o Governo Estadual, o Senado e a Presidência;

 Avaliar a imagem dos candidatos a Governador do Estado de Roraima e seus atributos


(positivos e negativos);

 Detectar as oportunidades políticas e estratégias de comunicação para a campanha eleitoral e


para o programa eleitoral gratuito.

II. METODOLOGIA E TÉCNICAS

Sugere-se a utilização da técnica de pesquisa qualitativa denominada discussão em grupo.

Uma pequena explicação sobre a técnica da discussão em grupo


Esta técnica é muito utilizada, em pesquisa, quando se deseja levantar hipóteses, trabalhar o aspecto
psicológico de um determinado problema, estimular as pessoas a se lembrarem e verbalizarem de forma
dinâmica o que pensam, através da conversa dirigida, mas informal, com outras pessoas.

Assim, elas podem externar seus sentimentos e emoções e refletir sobre a autoconsciência ou nível de
conhecimento pessoal a respeito dos reais motivos que explicam atitudes e comportamentos.

Embora a dinâmica da reunião pressuponha que ela seja o mais informal e espontânea possível, cada
discussão em grupo obedece a um roteiro prévio, a fim de delimitar e restringir o assunto ao que realmente
é relevante.

Durante as reuniões, podem ser utilizadas técnicas projetivas, elaboradas a partir da psicologia – materiais
fotográficos, desenhos, estímulos não verbais, colagens, associações, etc – com a finalidade de captar as
imagens pré-conscientes que podem, se catalisadas, aflorar como preconceitos potenciais e ainda não
revelados.

Através desta técnica, reúnem-se de 8 a 12 pessoas numa sala especialmente preparada para a reunião,
sob a coordenação de um moderador. Esses participantes são selecionados por alguns critérios
preestabelecidos de homogeneidade, que podem ser sócio-demográficos e econômicos, e/ ou pelo hábito de
consumo ou uso de algum produto ou serviço.

Seguindo um roteiro, o moderador conduz a conversa entre o grupo para o assunto que está sendo
estudado, informalmente e sem pressão, de modo que todos os participantes do grupo consigam expressar
suas opiniões, a favor ou contra, e sem nenhuma inibição.

As reuniões costumam ser gravadas em vídeo e áudio, além de anotadas, para posterior análise e
elaboração do relatório.

Cada participante recebe, ao final da reunião, um brinde e um valor como ajuda de custo, como
agradecimento por sua participação.

As informações do IBGE – eleições de 2000 – são as seguintes:

População Eleitores
Roraima 266 922 186 049
Boa Vista 167 185 109 455

Tendo em vista, portanto, que cerca de 60% dos eleitores do Estado estão concentrados na Capital, todas as
reuniões serão realizadas nessa cidade.

Serão realizadas 8 discussões em grupo com eleitores da Capital, representativos dos diversos segmentos
populacionais: classe média, pobre, alta, jovens, etc, todos eleitores no Estado e moradores há mais de 5
anos. Os entrevistados serão recrutados a partir da aplicação de um questionário que os qualifique a
participar da pesquisa.

Nessas reuniões, poderão ser apresentadas algumas idéias, em vídeo, das linhas gerais de campanha, para
teste de sua aceitação/ compreensão.
Durante as reuniões, será servido um lanche aos participantes do grupo. Além disso, cada participante
receberá um brinde e uma ajuda de custo em dinheiro, a título de agradecimento por sua colaboração na
pesquisa. O patrocinador da pesquisa – o cliente – não será identificado em nenhum momento.

Composição dos grupos

Grup Sexo Classe Idade Observações


o
1 Masculin AB1 25-44 Informados politicamente através dos meios
o de comunicação
2 Feminino AB1 25-44 Informadas politicamente através dos meios
de comunicação
3 Masculin B2C1 25-44 Chefes de família com filhos em idade
o escolar
4 Feminino B2C1 25-44 Donas de casa com filhos em idade escolar
5 Masculin C2D 25-44 Chefes de família com filhos em idade
o escolar
6 Feminino C2D 25-44 Donas de casa com filhos em idade escolar
7 Jovens BC1 18-22 Estudantes nos últimos anos do ensino
médio/ primeiros anos de faculdade
8 Jovens C2D 18-22 Trabalhem e/ ou estudem

Esta composição dos grupos, bem como o número de grupos, poderá ser modificada de acordo com as
necessidades do cliente e da pesquisa.

III. ÁREAS DE ABORDAGEM

Para realização das reuniões, será elaborado um roteiro, a ser previamente aprovado pelo cliente,
contendo tópicos que respondam as questões relevantes e pertinentes aos objetivos da pesquisa, em cada
momento exigido pela dinâmica da campanha eleitoral.

Ainda durante as reuniões, serão trabalhados e aprofundados alguns aspectos mencionados pelos
entrevistados, com base em uma realidade fundamentada nos direitos dos cidadãos e nas obrigações do
estado com relação a eles. Um exemplo de questões a serem abordadas:

 Clima de opinião
o Avaliação da vida na cidade/ região: nível de satisfação com os poderes públicos (municipal,
estadual, federal), responsabilidades, expectativas, cumprimento de promessas e de
propostas, etc.
o Tendências partidárias/ coloração – partidos nos quais votaria, poderia votar, não votaria de
jeito nenhum, etc.

 Conhecimento de líderes políticos – da região ou não


o Menção espontânea de líderes que têm se destacado no município e no Estado: nível de
empatia com cada um deles, atributos (positivos e negativos), conhecimento da intenção de
se candidatar a algum cargo político, como o de Governador, por exemplo, e avaliação de
possibilidades, etc.
o Menção estimulada de nomes de líderes políticos a serem testados – nível de conhecimento
 o que conhecem a respeito de cada um deles, o que ouviram falar, credibilidade, empatia,
atributos, etc.

 O futuro Governador do Estado


o Perfil do Governador ideal, comparado aos candidatos já conhecidos e declarados, dos
diversos partidos políticos.
o Possibilidades de voto do eleitor e tendências esperadas da população em geral

PRAZOS E RESULTADOS

O prazo para realização deste estudo inicial ou da avaliação prévia dos programas é de aproximadamente
20 (vinte) dias úteis, a contar da data da aprovação da pesquisa até a entrega do relatório analítico.

Os resultados serão entregues sob forma de relatório analítico.

As pesquisas quantitativas & as séries históricas


Antes de entrar nos usos e utilidade estratégica das pesquisas durante as campanhas eleitorais, convido
o leitor a conhecer alguns aspectos conceituais sobre as pesquisas. Serei breve e destacarei apenas os
aspectos mais objetivos e práticos que fundamentam e revestem de fundamento científico, para
permitir que cada um possa avaliar qual é a precisão do instrumento pesquisa para retratar quadros
presentes ou para projetar situações futuras.

Como o próprio marketing, a pesquisa, com todos os princípios matemáticos e estatísticos que lhe asseguram
o status e caráter científico, se constitui numa ciência moderna, com menos de um século de existência. E
desde então, substituiu os oráculos e é o único instrumento que a humanidade dispõe para aferir os humores
do espírito humano, detectando e retratando com precisão seu estado de ânimo, hábito de consumo, costumes,
preferências, aspirações, satisfações, carências e as razões que justificam suas atitudes e motivações.

Ao contrário dos oráculos e outros métodos esotéricos ou religiosos de adivinhação e predição do futuro, cada
pesquisa tem a exata característica de uma fotografia: flagra e retrata uma situação social existente num
determinado momento presente.

Contudo, ao efetuarem-se várias pesquisas ao longo de sucessivos intervalos de tempo, pode-se construir o
que são chamadas de séries históricas: como “frames” de um filme, cujas imagens dispostas lado a lado criam
o movimento e permitem prever qual será a ação imediatamente seguinte dos personagens, pesquisas que
retratam sucessivos quadros conjunturais, permitem que se percebam quais são as tendências futuras de
comportamento das populações observadas, através das variações “fotografadas” de expectativas, preferências
e comportamentos sociais.

Como nem todos os fatores conjunturais estão sob controle ou são previsíveis, estas previsões também não
têm a força de decretos: por mais que se procurem projetar diferentes cenários e diferentes conjunturas, são
meras estimativas, baseadas na lei das probabilidades. Fatos novos ou não previstos interferirão nas projeções
e exigirão novos estudos e projeções.
Toda mudança de comportamento ou de opiniões sociais exigem diferentes ciclos de tempo para se
materializarem as transformações. Mudanças nos hábitos de consumo ou preconceitos, por exemplo, levam
anos para concretizar-se; preferências por marcas levam meses e intenções de votos, podem levar poucos dias
ou, dependendo da repercussão dada pelos veículos de comunicação de massa e às estratégias empregadas
pelos protagonistas, inversões radicais de preferências eleitorais podem levar poucas horas.

Embora não se possa predizer com precisão o futuro, as pesquisas permitem que se avalie com precisão o que
interferiu no passado e o que influi no presente. Medindo periodicamente estas evoluções da Opinião Pública,
é possível estudar quais são os fatores conjunturais que influenciam (percepção social de qualidade de vida,
segurança, propaganda, noticiário jornalístico, medidas governamentais, posicionamentos de líderes, moda,
etc.) e qual é o grau de seu impacto ou influência no comportamento e nas opiniões da população observada.
Para o candidato o mais importante é que as séries de pesquisas lhe permitem avaliar, ao longo do tempo,
quem está ganhando a guerra de posicionamentos que é uma eleição: qual é a propaganda de seduz mais
eleitores, quem fez o melhor programa do horário eleitoral de ontem, quantos votos foram ganhos ou perdidos
por cada concorrente na última semana, quanto lhe custou eleitoralmente um erro ou uma denúncia contra ele.

COMO AS PESQUISAS AJUDAM A VIABILIZAR PROJETOS DE REELEIÇÃO E DE


SUPREMACIA DOS GRUPOS POLÍTICOS DOMINANTES

Sem o apoio das pesquisas, um profissional de Marketing Político não passa de um médico que faz
diagnóstico ou receita tratamentos sem o apoio de um laboratório de análises clínicas, e um governo
sem informações confiáveis e atualizadas, é como um navegante sem bússola e sem estrelas para
orientar seu rumo em alto mar.

Contudo, as pesquisas profissionais são, muitas vezes, subutilizadas pelos governos, que só costumam
aproveitar as informações mais superficiais e evidentes: raramente conseguem enxergar, por trás dos
números gerais, as informações realmente mais importantes, que exigem leitura e interpretação
também profissionais.

Corretamente analisadas, as pesquisas fornecem subsídios vitais para alimentar o plano global de
Marketing político governamental, secundadas pela elaboração de estratégias integradas de: a) ação
administrativa; b) posicionamento político e c) comunicação governamental.

Domínio sobre os espaços territoriais e redutos : As pesquisas são valiosos instrumentos para que
um governo possa ter controle absoluto sobre tudo o que se passa no espaço geográfico que delimita o
seu campo de poder.

Através deste conhecimento, o governante obtém o domínio pleno de elementos conjunturais, que lhe
permitem influir no rumo das tendências em curso junto à Opinião Pública e a definir suas prioridades
administrativas de acordo com as aspirações, necessidades e problemas das populações de cada cidade
ou região ou, ainda, cada segmento da sociedade.

Agindo baseado nas informações das pesquisas, um governo assume o controle efetivo do Estado e
passa a ter condições de administrar a sua própria imagem e popularidade, além de identificar os
redutos oposicionistas e ali, com pleno conhecimento das aspirações e problemas da população,
intensificar sua ação política, impedindo o fortalecimento dos seus adversários.
Seguro contra o erro e as surpresas desagradáveis : A humanidade não descobriu ainda melhor
antídoto contra o erro, que a informação precisa. Somente com base na correta interpretação e análise
de informações de fontes confiáveis, é que um líder aumenta suas possibilidades de tomar as decisões
certas e que, apoiadas em estratégias eficazes de marketing político, são capazes de assegurar o máximo
retorno em termos de popularidade (leia-se: apoio popular e votos.).

As pesquisas também podem acabar com a emoção e tornar a ato de governar muito aborrecido servem
para evitar surpresas desagradáveis, pois se constituem no perfeito instrumento para aferição da
evolução dos movimentos no meio social e político.

Autonomia: Um governante bem informado é um líder mais autônomo: ao contar com suas próprias
fontes de informação, liberta-se da dependência de informações em poder de outros líderes e escalões
do poder. Como suas fontes são diretas (obtidas em primeira mão), assegura que suas informações não
cheguem distorcidas ou manipuladas segundo interesses de nenhuma ordem. Afinal, é de se esperar que
um subordinado ou aliado omita de seu chefe, informações que deporão contra ele mesmo, deixando
expostos seus próprios erros, incapacidade ou falhas.

Auditoria social sobre a eficácia de seus auxiliares: Os levantamentos profissionais permitem ao


líder exercer, ainda, um rígido controle e auditoria social sobre cada líder em posição de destaque no
seu governo, monitorando em caráter permanente, cada secretaria e órgão governamental.

Este é o único fator que lhe garante o efetivo domínio sobre seu governo, pois lhe dá condições de
cobrar, sem ferir sensibilidade dos comandantes de cada ministério, secretaria ou órgão público, uma
atuação eficaz e voltada para o avanço da popularidade da administração que cada um representa.

A auditoria social da administração através de pesquisas, efetivadas periodicamente para medir o grau
da satisfação do eleitorado em relação a cada área do governo, estimulará uma concorrência saudável
entre os comandados, uma vez que seus desempenhos serão julgados não pelos critérios políticos ou
exclusivos do líder, mas também pelo povo, que não pode ser acusado de protecionismos ou injustiças.

O ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

Quando o PT “inventou” o orçamento participativo, não fez outra coisa do que criar uma derivação
imperfeita de uma fórmula perfeita. Isto porque uma pesquisa é o melhor instrumento que existe para
que o governo possa determinar cientificamente, com absoluta isenção e com a menor margem de erro
possível, o que a população espera dele, quais são seus maiores problemas, prioridades, esperanças e
demandas.

Ao basear-se numa pesquisa para chegar às prioridades de sua gestão, o governante está dando um
exemplo de que leva a sério e até as ultimas conseqüências o seu papel constitucional de governo
democrático, que ouve de fato a sociedade e busca representá-la em suas decisões.

Mas perderia o efeito publicitário que representa usar o dinheiro público para montar um “circo” que
lhe dá evidência e, de quebra, financia o trabalho de cabos eleitorais de sua militância, para criar a
impressão de que o povo é quem manda e, assim, ampliar a sua popularidade e a base de sustentação
social de seu governo.
Assim, se a iniciativa do PT estendesse à sociedade a chancela das prioridades (onde e em que serão
investidos os recursos públicos), esta ação estaria assentada num fundamento ético, legítimo e até
louvável.

Mas o problema está na isenção e representatividade da amostra, ou seja: na composição do “povo”


que escolhe as prioridades orçamentárias, uma vez que seus militantes ou “as bases petistas” formam a
maioria dominante naquelas reuniões e elas representam a opinião e vontade daquela militância petista
e não a sociedade de fato.

OS RISCOS E OS PERIGOS QUE AS PESQUISAS ENVOLVEM

Porque as pesquisas incomodam tanto a alguns políticos


Pergunta Central: Se está provado que as pesquisas não têm o poder de interferir sobre as intenções de
voto da sociedade em geral ou do eleitor comum, porque tantos políticos procuram cercear a atividade
dos institutos ou proibir a divulgação das informações levantadas pelas pesquisas?

As pesquisas revelam a realidade. E a verdade pode ser aterradora para candidatos com altos índices
de rejeição, para os ruins de voto ou para os que ainda são pouco conhecidos. Embora as pesquisas não
influenciem ou pesem muito pouco na decisão dos eleitores, as pesquisas têm um peso avassalador nas
decisões das lideranças políticas e, maior ainda, entre os potenciais financiadores de campanha.

Assim, candidatos mal posicionados nas pesquisas têm sérias dificuldades em articular alianças, somar
apoios políticos e, maior ainda, de conseguir aportes financeiros.

Não me recordo bem se foi o Tadeu Comerlato ou o Claudino Kosteski, ambos velhos amigos, pioneiros
na luta pela difusão do Marketing Político no Brasil, nos idos de 1982, quando percorremos milhares de
quilômetros e fizemos centenas de palestras sobre a então novidade, definia que candidatos bons
mesmo “de voto” são as exceções e não a regra.

Chamava a atenção da audiência para o fato de que, analisada detidamente a estrutura que assegurava
sucessivas vitórias aos líderes mais populares, observaríamos que:
 Seu sucesso se deva muito mais à capacidade deles em somar o apoio de algumas poucas
lideranças de grande e médio porte ao de centenas de apoios de vereadores, prefeitos, micro
lideranças comunitárias e outras lideranças de minorias sociais, do que à sua estratégia
publicitária ou carisma pessoal.
 As dezenas ou centenas de milhares ou mesmo os milhões de votos, eram resultado da somatória
de algumas poucas dezenas de líderes com mais de mil votos mais as poucas centenas de votos
que eram possuidores as centenas de pequenos líderes que lhes conferiam seu apoio e que eram,
na verdade, a real e sólida base de sustentação daqueles líderes.

Para saber por que as pesquisas fazem tanto estrago ou aterrorizam a tantos políticos, é preciso
considerar que:
 As médias e micro lideranças comunitárias ou partidárias regionais, vereadores, prefeitos de
pequenas cidades, etc., mantém contato permanente com seus liderados e estão expostos à
pressão destes diuturnamente.
 Para se manterem como lideres de seus grupos, estas micro lideranças têm que manter linhas
com lideranças maiores que ocupem cargos e posições de poder em suas esferas de atuação, que
lhes ofereçam condições de atender parte das demandas de seus liderados e preservar a sua
liderança em seus grupos ou segmentos;
 Estas micro lideranças também tem seus adversários locais e, caso se tornem obsoletas ou
incapazes de atender às demandas de seus grupos, são depostas e substituídas.
 Ao tomarem conhecimento que os líderes que apóiam tem viabilidade eleitoral baixa, estas
micro lideranças são forçadas a fazer cálculos políticos mais frios e realistas e, para subsistir
como líderes, elas procuram estabelecer “pontes” de contato com outros líderes que representem
maior chance de assegurar o acesso delas ao poder.

Pelas razões expostas, quando as pesquisas apontam que determinada candidatura está em trajetória
descendente, o fato alimenta expectativas alarmistas e cálculos de viabilidade eleitoral pessimistas que,
ainda que não signifiquem muito em termos do quadro eleitoral geral, são devastadores para o
candidato em queda, dentro das suas bases políticas e financeiras:
Terá que fazer esforços hercúleos para impedir a diáspora ou as dissidências internas no seu grupo de
apoiadores políticos justamente no momento em que lhe mais lhe faltarão recursos, pois o seu mau
desempenho provavelmente o levará a ser tratado a pão e água do lado dos apoiadores financeiros.

Esta combinação perversa de desmoronamento na base de apoio político e restrição das fontes de
financiamento também acaba atingindo, por tabela, todos os candidatos proporcionais que disputam
pelo partido ou coalizão que tenha um candidato majoritário pouco viável ou em queda livre.

Exemplo: Imagine-se leitor, prefeito de uma pequena cidade do interior, com baixa arrecadação (mal
dá para pagar a folha dos servidores públicos municipais e as despesas com educação e saúde), situação
que é vigente na maioria quase absoluta das pequenas cidades do interior de todos os estados.
As pesquisas revelam que o candidato de seu partido tem chances mínimas de ganhar a eleição para o
governo e, pior, tudo indica que o seu partido fará uma bancada pouco expressiva de deputados.
Se você trabalhar ostensivamente contra os candidatos majoritários que tem mais chances de vitória ou
de fazerem bancadas parlamentares expressivas, passará o resto do seu governo de mãos atadas,
tratado a pão e água pelo futuro governador, o que mataria seu sonho de reeleição ou de fazer seu
sucessor dali a dois anos. O que você, leitor, faria?
a) Afundaria junto com os candidatos de seu partido e condenaria a população de sua cidade a um
longo período de estagnação;
b) Pressionaria o seu partido a aliar-se, no segundo turno, com o candidato que tivesse maior chance de
vitória, na convicção de que os dirigentes partidários se encarregariam depois de protegê-lo ou brigar
pelos recursos e obras que sua cidade precisa? Ou
c) Procuraria, você mesmo, fazer uma aliança com um deputado que você tenha convicção que se
elegerá, mesmo que ele não seja de seu partido;
d) Procuraria diretamente os dois contendores majoritários mais fortes, e faria uma aliança com cada
um deles, dividindo o seu apoio entre os dois, para garantir que, independente do vencedor você teria
acesso livre ao futuro governo;
e) Negociaria o seu apoio ao candidato majoritário que tivesse maior chance de derrotar o concorrente
(majoritário) dele que estiver sendo apoiado pelo seu maior rival político na sua cidade?

Se você optou pelas opções “a” ou “b”, parabéns, mas você faz parte de uma minoria, que coloca seus
princípios e ideologia acima do pragmatismo. Mas você também é um espécime em extinção e a sua
chance de reeleição dali a dois anos seria mínima.

Se você optou pelas opções “c”, “d”, ou “e”, ou ficou indeciso entre as três últimas opções, parabéns.
Você revelou ser pragmático e que buscaria conciliar a defesa dos interesses da população e os de seus
liderados com a sua necessidade de sobrevivência política, como a maioria dos líderes políticos,
sindicais e demais segmentos, líderes comunitários e minorias sociais.

Na verdade, o leitor já deve ter ouvido falar que é dificílimo reverter tendências eleitorais de queda.
Esta é uma verdade que resulta, justamente, dos efeitos negativos derivados da combinação das duas
razões apontadas: a desagregação das bases políticas e a falta de dinheiro.

O impacto que tem as pesquisas sobre o ânimo dos líderes políticos ficou ainda mais patente para mim
nas eleições municipais de 2.004. O prefeito do Guarujá, Maurici Mariano, cliente (bom) de muitos
anos e eleições passadas, já tinha sido reeleito e naquela eleição apoiava um dos vereadores da cidade.
Decidiu contratar um parente seu para fazer as pesquisas na sucessão, mas ligou-me, furioso, quando
uma pesquisa nossa foi divulgada pelo contratante, um jornal local, indicando a liderança do candidato
que venceu a eleição (provando que nossos resultados eram corretos).

Naquela ocasião, esquecendo-se do fato dele ter optado pela contratação de um concorrente, o que me
desobrigava de qualquer compromisso tido com ele no passado, o prefeito Maurici se achou no direito
de cobrar-me um aviso de que eu fora contratado por outro cliente e acusar-me de traição e de estar
conspirando contra ele e seu candidato...

A classe política, em sua maioria, ainda não percebeu a importância das pesquisas

Além, de desconfiar ou não gostar de pesquisas, as classes políticas não reconhecem a sua importância e
nem sabem trabalhar com os números, oportunidades detectadas e nem as revelações que as pesquisas
fazem. Daí a importância que atribuo a obras como este manual de campanha, que procuram revelar
todas as utilizações e desmistificar o clima de mistério e a convicção de que o instrumento só serve para
alguns (poucos) iniciados, que ainda hoje prevalece em nosso País.

Um partido ou candidato majoritário que colocasse à disposição de seus candidatos proporcionais


informações reveladas pelas pesquisas aumentariam muito a possibilidade de elegerem maiores
bancadas parlamentares, reduzindo não só os riscos de derrota, mas também os custos das campanhas
dos seus aliados e aumentando a eficácia do trabalha eleitoral deles e de todos os coordenadores
políticos da legenda.

Várias legendas tomam iniciativas louváveis na tentativa de qualificar e orientar os candidatos


daquelas agremiações através de cursos de preparação de candidato e palestras. O exemplo inicial foi
do fundador do PL – Partido Liberal, o deputado Álvaro Vale que depois seguida por várias legendas.
Mas todas elas resistem à idéia de oferecer aos candidatos justamente aquilo que lhes será mais útil
durante a disputa eleitoral, o que lhes dará vantagem para vencerem seus adversários: informação.

Desde 96 este autor tem proposto às legendas, sem sucesso, vários convênios para reduzir os custos das
pesquisas e dar acesso amplo e irrestrito ao instrumento a todos os candidatos da legenda. Infelizmente,
muito mais para os candidatos das agremiações do que para o proponente, nenhum dirigente
partidário mostrou interesse em montar divisões de pesquisa.

A exceção que confirma a regra foi a de um amigo meu, que me fez uma ursada e tentou apropriar-se
da minha idéia para faturá-la sozinho ele mesmo: propôs-me emprestar-lhe meus equipamentos de
coleta digital e contentar-me em receber um taxa única (caritativa), fixada por ele, para processar as
pesquisas que ele faria com seus próprios cabos eleitorais. Como ele era mais dirigente partidário do
que pesquisador e não contava sequer com a assessoria de alguém que entendesse a matéria, para azar
dos candidatos do partido dele, o amigo não soube tocar o projeto e deu com os burros n’água.
Recomendo fortemente aos dirigentes partidários e candidatos majoritários que montem divisões de
pesquisa para atender aos seus candidatos proporcionais ou que promovam convênios com institutos de
pesquisa, para assegurar sólidas vantagens às suas campanhas, entre elas, a significativa redução de
gastos e de erros fatais, desperdício de tempo, material e mão de obra.

Um modelo destes convênios entre institutos e agremiações políticas, poderia ser o expresso a seguir,
que a Brasmarket já oferecia aos partidos desde as eleições do ano de 1996:

REF.: PROJETO DE CONVÊNIO PARA CRIAÇÃO E OPERAÇÃO CONJUNTA DE UM DEPARTAMENTO DE


PESQUISA, PARA ATENDIMENTO EXCLUSIVO DAS NECESSIDADES DE PESQUISA DOS CANDIDATOS DO
PARTIDO EM TODOS OS MUNICÍPIOS DO ESTADO

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES E FUNDAMENTOS DO PROJETO:

Considerando que:

1) As eleições municipais redefinirão o mapa do poder político em cada município e estado da federação, antecipando a luta pela
correlação de forças com que os futuros candidatos, a todos os níveis, poderão contar em 1998;
2) Os dirigentes Regionais do PARTIDO serão assediados por milhares de candidatos este ano, todos em busca de algum auxílio, e
a pressão política e financeira que os deputados e líderes partidários sofrerão a partir das convenções, será extenuante, desgastante e
contínua;
3) O auxílio dado agora, reverterá em crédito e fortalecimento dos dirigentes partidários quando estes forem disputar eleições em
1998;
4) O elevado número de candidatos inviabiliza, auxílio significativo em termos materiais. Contudo os líderes partidários deverão
optar pelo apoio seletivo, privilegiando candidatos com real chance de vitória ou que disputem em municípios estrategicamente
importantes;
5) A necessidade de investir seletivamente, recomenda que as lideranças político-partidárias disponham de meios absolutamente
seguros, para saber, em cada município, como evoluem, as candidaturas aliadas e adversárias e quais as chances reais dos
candidatos do PARTIDO.
6) As pesquisas são gêneros de primeiríssima necessidade para que os candidatos do partido aumentem suas chances de vitória,
norteando suas decisões com a maior precisão possível e evitando erros que possam prejudicá-los na disputa.
7) Os grandes institutos de pesquisas estão cobrando R$12.000,00 a R$20.000,00 para uma pesquisa com 400 entrevistas e os
institutos regionais, de pequeno porte, cobram algo em torno de R$5.000,00 pelo mesmo trabalho, sendo que a previsão é de
que os preços cobrados, a partir de junho, devam duplicar, dificultando ainda mais o acesso dos candidatos do PARTIDO às
indispensáveis informações proporcionadas pelas pesquisas profissionais.

OBJETIVOS DE NOSSA PROPOSTA:

1- Permitir que a direção partidária disponibilize para seus candidatos pesquisas de alta qualidade e confiabilidade, em prazos e
preços menores do que os candidatos têm que pagar atualmente, assegurando que o serviço continuará a ser prestado, nas mesmas
condições e preços privilegiados, durante todo o período eleitoral;

2- Como a “griffe” ou marca daquelas pesquisas é a do próprio “PARTIDO”, todos os relatórios encomendados pelos candidatos da
agremiação seriam entregues ao Diretório em duas vias, permitindo que os dirigentes partidários possam ter livre e franco
acesso às informações estratégicas sobre as eleições em todos os municípios onde forem realizadas pesquisas de opinião para
seus candidatos;

CONDIÇÕES E PREÇO OFERECIDOS AO PARTIDO PELA PROPONENTE

1- Cada pesquisa, com 400 entrevistas e questionário com 25 perguntas, independente da localização geográfica do município, seria
contratada pelo diretório e pelo valor de R$2.000,00 (dois mil reais).
2- 50% deste valor que seria pago contra a contratação da pesquisa e os 50% restantes, contra entrega dos relatórios.

3- Os resultados da pesquisa estariam à disposição do partido e do candidato que a solicitou entre sete a dez dias após a data da
encomenda.

4- Caso os números forem excepcionalmente positivos e candidatos do PARTIDO desejem dar ampla publicidade aos resultados
daquela pesquisa partidária, necessitarão que a pesquisa receba o endosso de uma marca de instituto consolidada a nível nacional.
Pelo convênio formado, bastará a eles contratarem a divulgação daquela pesquisa com a Brasmarket (que é a controladora da POP),
pagando, pelo uso da “Griffe”, a importância adicional de R$5.000,00.

5- Tanto a POP- Pesquisas de Opinião Pública por Controle Remoto como a Brasmarket- Análise e Investigação de Mercado só
aceitarão encomendas de candidatos do PARTIDO que forem feitas por intermédio do Diretório Regional.

6- A título de bonificação, serão incluídos 3 estudos de interesse exclusivo do PARTIDO (maiores problemas dos municípios,
regiões administrativas e geral do estado), que serão desmembradas do questionário dos candidatos. Assim, o PARTIDO obterá 2
pesquisas pelo preço de meia.

COMO AS PESQUISAS PODEM AUXILIAR OS PARTIDOS E AMPLIAR SUAS BANCADAS

Após a eleição do primeiro indígena para presidente da República, em dezembro de 2005, logo ao tomar
posse Evo Morales convocou eleições para reformar a constituição do País e, em 1 de julho deste ano, a
Bolívia estará elegendo os deputados que representarão a nação na Assembléia Nacional Constituinte. Tudo
está em jogo, inclusive o destino dos proprietários de terras na faixa fronteiriça e os investimentos brasileiros
naquele país, além de temas como liberdade de culto, direitos e garantias, etc.. O presidente, por exemplo,
aproveitando a sua estrondosa aprovação (equivalente a 80%), a exemplo de seu inspirador e aliado, o
presidente venezuelano Hugo Chaves, pretende estender os futuros mandatos majoritários para 8 anos e
instituir o direito à reeleição (é muito provável que ele dissolva o congresso e convoque novas eleições gerais
caso consiga isto).

Fui convidado por uma amigo, que é senador do MIR Movimiento de Izquierda Revolucionária, para orientar
o partido e formular a estratégia para que ele consiga eleger pelo menos um deputado no estado de Pando, o
menor e mais pobre do País, com apenas 28.000 eleitores. Embora pareça uma missão relativamente simples,
a situação do MIR estava muito complicada: por não ter lançado candidato à presidência no ano passado, a
sigla do partido desapareceu, no meio de uma coalizão que apoiava o ex-presidente Tuto Quiroga, candidato
derrotado da direita, a nova legenda foi batizada de PODEMOS, que, embora não tenha feito o presidente,
elegeu o governador em Pando. A disputa é selvagem, e inclui compra de votos, cessão de empregos, uso
irrestrito da máquina apoio ostensivo dos meios de comunicação e o senador Andrés Guzmán, que é o
presidente do MIR no departamento, tem reduzida margem de manobra: está espremido entre o todo poderoso
governador Leopoldo do PODEMOS, e Chiquitín, cacique do outro grupo político local (MAR), que se aliou
ao partido do presidente (MAS) e controla 11 das 16 prefeituras daquele estado, inclusive a da capital, onde
apesar do prefeito ser do MIR, foi cooptado por Chiquitín e, depois de muito titubear, traiu seu partido.
Contra as três máquinas (governo federal, estadual e prefeitura), com a legenda esfacelada e disputando
contra outras forças partidárias nacionais melhor organizadas, sem poder oferecer empregos e obras e sem
dinheiro para comprar votos, num estado onde o maior colégio (capital) tem apenas 10.000 eleitores, a
situação do MIR era muito complicada. Fui chamado para ajudá-lo a encontrar a brecha que lhe permitisse ser
a terceira legenda mais votada, o que lhe permitira eleger pelo menos um deputado, para somá-lo aos demais
eleitos pelo partido nos outros estados e, assim, entrar no pesado jogo da constituinte com alguma força ou
cacife.

De cara, descartamos todos os municípios menores onde o controle estatal e o clientelismo era absoluto e não
havia o que fazer, e nos concentramos em quatro redutos: Cobija (Capital), Porvenir (2º colégio); Puerto Rico
(3º colégio) e cidades fronteiriças do lado brasileiro, onde têm emprego ou laços familiares algumas centenas
de bolivianos. Realizar uma pesquisa foi único meio de encontrar as respostas que pudessem indicar:
 Quais os segmentos sociais e o perfil dos eleitores que não se alinhavam com nenhuma das três
maiores correntes políticas do estado e do País;
 Quais eram as demandas e opiniões dos eleitores indecisos no estado;
 Qual era o conceito dos principais concorrentes;
 Quais eram as vulnerabilidades deles e de suas forças políticas;
 Qual era o peso ou influência do prefeito, do governador e do presidente;
 Quais as tendências eleitorais nos bairros e em quais se concentravam o maior proporção de eleitores
indecisos (para priorizar as visitas das equipes e candidatos);
 Como o voto é distrital misto, quais eram as chances de que pudéssemos eleger pelo menos a nossa
deputada que disputava na capital (tarefa fácil, caso eles não tivessem sido traídos pelo prefeito).

Como a liberdade de culto está em risco nesta constituinte, onde o partido do presidente pretende seguir o
modelo venezuelano, que a proíbe, também decidimos concentrar esforços para sacramentar uma aliança com
os evangélicos de Pando (cristianos). Como lá os evangélicos não têm a tradição de participação direta na
política como ocorre no Brasil, aplicamos a mesma pesquisa junto aos fiéis, para oferecermos aos pastores
informações e qual era o número e perfil dos evangélicos que não eram simpatizantes das outras forças
políticas (que não podiam ser confrontados). Como todos os candidatos dos outros partidos usavam
propaganda fornecida pela direção nacional dos seus partidos, sugeri que montássemos um discurso regional,
e a pesquisa também testou a força de algumas teses.

A pesquisa:

¿POR LO QUE HIZO HASTA AHORA EN LA ALCALDÍA, USTED CREE QUE EL GOBIERNO DEL
ALCALDE HASTA AHORA TIENE SIDO ÓPTIMO, BUENO, MEDIANO, MALO O PESIMO?
ÓPTIMO 0,9
BUENO 25,3
MEDIANO 52,1
MALO 9,9
PESIMO 6,0
NO CONTESTO/ NO SABE 5,8
Total 100,0
SI EL ALCALDE LE PIDE A LA GENTE PARA VOTAR POR UNO DE LOS CANDIDATOS A LA
CONSTITUYENTE POYADO POR ELLO, CUÁL DE ESTAS SERIA SU ACTITUD MÁS PROBABLE:
Con seguridad atendría el pedido del alcalde 3,6
Talvez atendría el pedido de ello 15,2
El pedido del alcalde no influiría nada en su decisión y esc 33,8
No votaría en el candidato del alcalde 32,0
No sabe/ no contestó 15,4
Total 100,0

¿POR LO QUE EL HIZO HASTA AHORA EN LA PREFECTURA, USTED CREE QUE EL GOBIERNO DE
LEOPOLDO FERNANDEZ HASTA AHORA HA SIDO ÓPTIMO, BUENO, MEDIANO, MALO O PESIMO?
ÓPTIMO 4,3
BUENO 35,9
MEDIANO 38,7
MALO 10,7
PESIMO 5,2
NO CONTESTO/ NO SABE 5,2
Total 100,0
SI EL PREFECTO LEOPOLDO LE PIDE A LA GENTE PARA VOTAR POR UNO DE LOS CANDIDATOS A
LA CONSTITUYENTE POYADO POR EL, CUÁL DE ESTAS SERIA SU ACTITUD MÁS PROBABLE:
Con seguridad atendría el pedido de Leo 4,6
Talvez atendría el pedido de ello 19,3
El pedido del prefecto no influiría nada en su decisión 33,7
No votaría en el candidato de Leo 29,3
No contestó 13,0
Total 100,0

¿Y EL GOBIERNO DEL PRESIDENTE EVO MORALES, POR LO QUE EL HIZO HASTA AHORA USTED
CREE QUE HA SIDO ÓPTIMO, BUENO, MEDIANO, MALO O PESIMO?
ÓPTIMO 11,8
BUENO 42,4
MEDIANO 25,8
MALO 11,0
PESIMO 6,2
NO CONTESTO/ NO SABE 2,9
Total 100,0

SI EL PRESIDENTE EVO MORALES LE PIDE A LA GENTE PARA VOTAR POR UNO DE LOS
CANDIDATOS A LA CONSTITUYENTE POYADO POR EL, CUÁL DE ESTAS SERIA SU ACTITUD MÁS
PROBABLE:
Con seguridad atendría el pedido de Evo 11,0
Talvez atendría el pedido de ello 17,4
El pedido del presidente no influiría nada en su decisión 31,5
No votaría en el candidato de Evo 23,3
No contestó 16,8
Total 100,0

¿Ya ha decidido por quien votara Usted para asambleista constituyente plurinominal del
departamento en los comicios de julio próximo? (caso sí): Cual de los candidatos eligió UD? (no
mostrar al encuestado su lista de nombres)
WEIMAR BECERRA 4,3
LITZI HERRERA 2,6
LALO TIBURCIO 2,9
DAVID TORRICO 3,1
YACO OJOPI 2,0
HENRY GUTIERREZ 3,3
LUIS REVOLLO 0,7
DANILO HUARI 1,4
OTROS NOMBRES 10,5
AÚN NO SE HÁ DECIDIDO/ NO SABE 54,5
NO VOTARÁ POR NINGUNO/ ANULARÁ SU VOTO 14,7
Total 100,0

¿SU OPCIÓN POR AQUEL CANDIDATO ÉS DEFINITIVA O AÚN PUEDE CAMBIAR SU VOTO POR SI
ACASO ALGUNO DE LOS OTROS CANDIDATO LE PARESCA MEJOR?
OPCIÓN DEFINITIVA 14,1
AÚN PUEDE CAMBIAR 63,1
NO SABE/ NO CONTESTÓ 22,8
Total 100,0

¿Conoce o ya ha oído hablar de la candidata a asambleista plurinominal por el MAR-MAS, WEIMAR


BECERRA? Si lo conoce: ¿cual de estos es su concepto personal de WEIMAR? (leer hasta la opción Simpatia X
5): Rechazo
le considera la mejor opción y ya decidió votar en ella; 3,6
le tiene simpatía y hasta puede votar por ella 9,1 12,7
no le tiene simpatía ni tampoco antipatía 20,7
le tiene en concepto negativo y difícilmente votaría en ella 7,1
le tiene en malo concepto y no votaría por ella de jeito ningún 16,8 23,9
No lo conoce ni ha oído hablar de el 42,7
Total 100,0

¿Conoce o ya ha oído hablar de la candidata a asambleista plurinominal por el MAR-MAS, LITZI


HERRERA? Si lo conoce: ¿cual de estos es su concepto personal de Litzi? (leer hasta la opción 5): Simpatia X
Rechazo
le considera la mejor opción y ya decidió votar en ella; 1,4
le tiene simpatía y hasta puede votar por ella 3,3 4,7
no le tiene simpatía ni tampoco antipatía 20,4
le tiene en concepto negativo y difícilmente votaría en ella 8,7
le tiene en malo concepto y no votaría por ella de jeito ningún 3,1 11,8
No lo conoce ni ha oído hablar de ella 63,1
Total 100,0

¿Conoce o ya ha oído hablar del candidato a asambleista uninominal por el MAS, LALO TIBURCIO? Simpatia X
Si lo conoce: ¿cual de estos es su concepto personal de Lalo? (leer hasta la opción 5): Rechazo
le considera la mejor opción y ya decidió votar en el; 2,0
le tiene simpatía y hasta puede votar por ello 4,0 6,0
no le tiene simpatía ni tampoco antipatía 12,8
le tiene en concepto negativo y difícilmente votaría en ello 2,9
le tiene en malo concepto y no votaría por ello de jeito ningún 6,0 8,9
No lo conoce ni ha oído hablar de el 72,3
Total 100,0

¿Conoce o ya ha oído hablar del candidato a asambleista uninominal por el PODEMOS, DAVID Simpatia X
TORRICO? Si lo conoce: ¿cual de estos es su concepto personal de DADID? (leer hasta la opción 5): Rechazo
le considera la mejor opción y ya decidió votar en el; 3,6
le tiene simpatía y hasta puede votar por ello 7,8 11,4
no le tiene simpatía ni tampoco antipatía 17,7
le tiene en concepto negativo y difícilmente votaría en ello 5,2
le tiene en malo concepto y no votaría por ello de jeito ningún 6,3 11,5
No lo conoce ni ha oído hablar de el 59,3
Total 100,0

¿Conoce o ya ha oído hablar del candidato a asambleista plurinominal por el MIR-NUEVA MAYORIA, HENRY GUTIERREZ? Simpatia X
Si lo conoce: ¿cual de estos es su concepto personal de HENRY? (leer hasta la opción 5): Rechazo
le considera la mejor opción y ya decidió votar en el; 3,3
le tiene simpatía y hasta puede votar por ello 9,7 13,0
no le tiene simpatía ni tampoco antipatía 16,4
le tiene un concepto negativo y difícilmente votaría en ello 4,3
le tiene un malo concepto y no votaría por el definitivamente 2,8 7,1
No lo conoce ni ha oído hablar de el 63,5
Total 100,0

¿Conoce o ya ha oído hablar del candidato a asambleista plurinominal por el MNR, YACO OJOPI? Si Simpatia X
lo conoce: ¿cual de estos es su concepto personal de YACO? (leer hasta la opción 5): Rechazo
le considera la mejor opción y ya decidió votar en el; 1,4
le tiene simpatía y hasta puede votar por elo 2,9 4,3
no le tiene simpatía ni tampoco antipatía 17,4
le tiene un concepto negativo y difícilmente votaría en el 4,2
le tiene un mal concepto y no votaría por el definitivamente 4,5 8,7
No lo conoce ni ha oído hablar de el 69,6
Total 100,0

¿Conoce o ya ha oído hablar del candidato a asambleista uninominal, LUIS REVOLLO? Si lo


conoce: ¿cual de estos es su concepto personal de LUIS? (leer hasta la opción 5): Simpatia X
Rechazo
le considera la mejor opción y ya decidió votar en el; 1,6
le tiene simpatía y hasta puede votar por el 6,1 7,8
no le tiene simpatía ni tampoco antipatía 37,1
le tiene un concepto negativo y difícilmente votaría en el 25,0
le tiene un mal concepto y no votaría por el definitivamente 2,9 27,9
No lo conoce ni ha oído hablar de el 27,3
Total 100,0

¿Conoce o ya ha oído hablar del candidata a asambleista uninominal de PODEMOS, DANILO Simpatia X
HUARI? Si lo conoce: ¿cual de estos es su concepto personal de DANILO? (leer hasta la opción 5): Rechazo
lo considera la mejor opción y ya decidió votar en ella; 1,8
le tiene simpatía y hasta puede votar por ella 5,1 6,9
no le tiene simpatía ni tampoco antipatía 12,1
lo tiene en concepto negativo y difícilmente votaría en ella 4,0
la tiene en malo concepto y no votaría por ella de jeito ningún 6,1 10,1
No lo conoce ni ha oído hablar de ella 70,9
Total 100,0

¿Conoce o ya ha oído hablar de la candidata a asambleista uninominal del MIR-NUEVA MAYORIA,


CLAUDIA MENDEZ Si la conoce: ¿cual de estos es su concepto personal de CLAUDIA? (leer hasta la Simpatia X
opción 5): Rechazo
le considera la mejor opción y ya decidió votar en ella; 5,1
le tiene simpatía y hasta puede votar por ella 11,8 16,9
no le tiene simpatía ni tampoco antipatía 16,6
le tiene en concepto negativo y difícilmente votaría en ella 4,9
le tiene un mal concepto y no votaría por ella definitivamente 2,9 7,8
No la conoce ni ha oído hablar de ella 58,8
Total 100,0

Estos son los principales candidatos para diputado plurinominales que disputan una vaga en la
constituyente por Pando (entregar el disco o leer los nombres, con arranque aleatorio). ¿Si las
elecciones fuesen hoy día, por cual de ellos votaría UD?
WEIMAR BECERRA 6,6
DAVID TORRICO 6,1
YACO OJOPI 4,6
HENRY GUTIERREZ 6,2
LUIS REVOLLO 5,9
NO VOTARÁ POR NINGUNO/ ANULARA SU VOTO 25,1
AÚN NO SE HÁ DECIDIDO/ NO SABE 45,5
Total 100,0

LA PRACTICA DE EMPLEAR PARIENTES O ELEGIR SUS FAMILIARES EN LA POLÍTICA SE LLAMA


NEPOTISMO. ALGUNOS LIDERAZGOS DEL DEPARTAMENTO DE PANDO LANZARAN SUS
PARIENTES PARA DISPUTAR LA ELECCIÓN. ¿A USTED LE PARECE BIÉN QUE ALGUNOS HAGAN
DE LA POLÍTICA UNA ACCIÓN FAMILIAR?
LE PARECE BIÉN 7,4
NOS ÉS UNA PRACTICA BUENA 73,6
NO SABE/ NO CONTESTÓ 19,0
Total 100,0

CON RELACIÓN AL BRASIL, EN SU OPINIÓN EL GOBIERNO DE BOLÍVIA DEBE MANTENER


RELACIÓNES:
Exceléntes 27,5
Amistad 39,1
Diplomáticas y civilizadas 4,5
Ninguna relación 16,5
No contestan 12,5
Total 100,0

Y CON RELACIÓN A LA VENEZUELA?


Excélentes 24,6
Amistad 28,0
Diplomáticas y civilizadas 5,2
Ninguna relación 28,2
No contestan 13,9
Total 100,0
Y CON RELACIÓN A LA ARGENTINA?
Exceléntes 19,2
Amistad 28,9
Diplomáticas y civilizadas 5,1
Ninguna relación 27,1
No contestan 19,7
Total 100,0

Y COM RELACIÓN AL CHILE?


Exceléntes 19,0
Amistad 26,9
Diplomáticas y civilizadas 6,1
Ninguna relación 31,6
No contestan 16,3
Total 100,0

Y CON RELACIÓN A LOS ESTADOS UNIDOS?


Excelentes 11,9
Amistad 20,3
Diplomáticas y civilizadas 3,4
Ninguna relación 45,8
No contestan 18,6
Total 100,0

USTED ÉS FAVORABLE A LA NACIONALIZACIÓN DEL GÁS Y DE LOS HIDROCARBUROS, SIN


NINGUNA INDEMINIZACIÓN A LAS EMPRESAS MULTINACIONALES, SIN IMPORTAR SI ELLAS SE
QUEDEN O SI VAYAN DEL PAÍS:

APRUEBA 67,6
NO TIENE OPINIÓN 20,4
ES CONTRARIO 11,9
Total 100,0

ES FAVORABLE A LA NACIONALIZACIÓN DEL GÁS Y DE LOS HIDROCARBUROS, CON ALGUNA


COMPENSACIÓN O INDEMINIZACIÓN A LAS EMPRESAS MULTINACIONALES, E INVITACIÓN PARA
QUE ELLAS SIGAN INVERTIENDO EN EL PAÍS
APRUEBA 58,6
NO TIENE OPINIÓN 25,5
ES CONTRARIO 15,9
Total 100,0
SOBRE LA DISPUTA DE TERRITORIO CON EL CHILE, CUAL DE ESTAS A USTED LE GUSTARÍA QUE
LOS ASAMBLEISTAS CONSTITUYENTES APOYASEN: (LEER LAS TRES PRIMERAS OPCIONES)

RECONOCER EL DERECHO DE CHILE AL TERRITORIO TOMADO A BOLIVIA 8,7


REAFIRMASEM EL DERECHO DE BOLIVIA AL TERRITORIO Y NEGOCIACIONES
DIPLOMATICAS PARA REAVERLO 44,1
REAFIRMASEM EL DIRECHO DE BOLIVIA Y TOMASEN MEDIDAS MÁS DURAS DE
PRESIÓN PARA RESCATAR 28,9
NO SABE/ NO CONTESTÓ 18,3
Total 100,0

SOBRE LAS HACIENDAS Y PROPRIEDADES DE AGRICULTORES BRASILEÑOS EN LAS


FRONTERAS DE BOLÍVIA Y EN TERRITORIO BOLIVIANO, EN SU OPINIÓN EL GOBIERNO DEBRÍA:
(LEER LAS TRES PRIMERAS OPCIONES)
TOMAR TODAS LAS HACIENDAS EN LA FRONTERA, ECHANDO FUERA SIN
INDENIZACIÓN LOS ESTRANJEROS 26,4
INDENIZAR A LOS PROPIETÁRIOS BRASILEÑOS E RETOMAR LA PROPIEDAD 18,6
SI LOS HACENDEROS Y AGRICULTORES BRASILEÑOS ESTUVIEREN AL DÍA COM
SUS IMPUESTOS, USTED LOS DEJARIA QUEDARSE 27,7
NO SABE/ NO CONTESTÓ 27,3
Total 100,0

EN RELACIÓN A LA REFORMA AGRARIA, CUAL DE ESTAS DEBRÍA SER LA POSICIÓN DE LOS


FUTUROS ASAMBLEISTAS EN LA CONSTITUYENTE: (LEER LAS TRES PRIMERAS OPCIONES)
USAR EN LA REFORMA APENAS LAS TIERRAS DEVUELTAS O DE PROPIEDAD
DEL ESTADO 10,5
MÁS ALLA DE LAS TIERRAS DEL GOBIERNO, EXPROPIAR TAMBIÉN LAS
HACIENDAS Y PROPRIEDADES IMPRODUCTIVAS 34,2
USAR LAS TIERRAS DEL GOBIERNO Y SOLO EXPROPIAR LAS TIERRAS NO
PRODUCTIVAS 24,2
NO SABE/ NO CONTESTÓ 31,1
Total 100,0

¿EN RELACIÓN AL SISTEMA POLÍTICO, USTED ÉS FAVORABLE, NO TIENE OPINIÓN FORMADA O


ÉS CONTRÁRIO A LA INSTITUCIÓN DEL SEGUNDO TURNO POR VOTO DIRECTO EN SUBSTITUCIÓN
AL VOTO CONGRESAL QUE EXISTE HOY EM DÍA?

ÉS FAVORABLE 35,4
NO TIENE OPINIÓN 52,8
ÉS CONTRA 11,8
Total 100,0

CON RELACIÓN A LA POLEMICA QUE EXISTE HOY DÍA CON RELACIÓN A LA LEGITIMIDAD DEL
GOBIERNO DE LEOPOLDO FERNANDES EN LA PREFECTURA, USTED CREE QUE LA ASSEMBLEA
CONSTITUYENTE DEBRÍA: (LEER LAS CUATRO OPCIONES)

MANTENER A LEOPOLDO EN EL GOBIERNO 37,1


HECHAR FUERA A LEOPOLDO Y DAR POSE AL CHIQUITÍN 7,4
HECHAR FUERA A LEOPOLDO Y CONVOCAR NUEVOS COMICIOS EN EL
DEPARTAMENTO 31,8
NO TIENE OPINIÓN SOBRE ESTE TEMA 23,7
Total 100,0
A pesquisa acima embasou o discurso, articulações e todas as peças publicitárias utilizadas pelo MIR. Como a
imagem da classe política na Bolívia é tão ruim como a de seus colegas daqui, para diferenciar promessas
(que ninguém acreditava) de compromissos (com alguma chance de conseguir crédito), sugeri que as
propostas centrais resultassem na criação de um documento, apresentado como um contrato social do partido
e seus candidatos com o eleitorado e com a Nação.

O evento montado para transformar em solenidade o registro do contrato social com a notaria pública
(cartório) contou com hino oficial do partido e do País, a presença da imprensa e foi registrado para uso nos
spots de TV e propaganda partidária, anúncios nos jornais, impressos e a peça central da campanha que
reproduzia o documento como uma carta aberta, cheia de assinaturas e imponentes carimbos oficiais, do
cartório e os de reconhecimento de firma. Apenas um exemplar deste documento seria entregue a cada eleitor,
como garantia e prova do compromisso, que lhe permitiria entrar com pedido de cassação do mandato dos
parlamentares eleitos caso eles não cumprissem. É óbvio que o documento não prometia o benefício e sim o
empenho em propô-lo e defendê-lo, mas o que importava era empregar uma técnica diferenciada de
abordagem e apresentação da proposta política. O documento que seria distribuído nas igrejas evangélicas era
diferenciado e incluía, além dos 5 pontos centrais, outros cinco pontos ligados a temas de interesse religioso,
como defesa da liberdade de culto e de expressão, defesa da moral e bons costumes, combate ao aborto, etc.

O leitor poderá observar que, com base naquela pesquisa, o partido pode construir toda a sua estratégia de
comunicação, além de saber exatamente onde concentrar o esforço de seus candidatos, militantes e do pouco
capital que dispunha. Eu tenho por hábito escrever os roteiros para que a produtora possa saber qual é o
conteúdo e efeito que quero provocar. Contudo eu dou, à produtora e aos seus profissionais, total liberdade de
sugerir adaptações ao texto ou imagens (cada macaco no seu galho), até porque cada localidade tem suas
características, linguagem e recursos próprios.

O primeiro spot visa resgatar a memória do MIR e sua história revolucionária. Como o MIR não havia
lançado candidatos na eleição passada e os registros das eleições estaduais passadas eram de 10 anos atrás, era
preciso buscar atingir os miristas históricos do estado (aproximadamente 5% dos eleitores). Aproveitamos
para lembrar que o MIR que renascia não tinha máculas nem vínculos com episódios negativos do passado.

O segundo spot também era coletivo: há 10 dias da eleição, mais de 60% dos eleitores não tinha a menor
idéias de quem eram os candidatos lançados pelo partido, e não havia mais tempo e nem dinheiro para investir
em campanhas individuais. Assim, decidiu-se despersonalizar as propostas centrais e usar o aval da legenda
cinqüentenária do partido para “credibilizá-las”. Cada uma das propostas se baseava em temas do máximo
interesse da população, que já tínhamos levantado em dezembro de 2.005, para usar na campanha para o
governo do estado.

De qualquer forma, como Pando é o estado mais pobre do país mais pobre da América Latina, as duas
primeiras propostas representam benefícios pessoais diretos (dinheiro no bolso e sensação de conforto ou
segurança social). A terceira atende ao desejo comum por justiça e possibilidade de ascensão social, a quarta,
destinava-se a marcar uma posição diferenciada dos dois principais grupos políticos (o governo estadual quer
a autonomia total e o presidente é contra) e a quinta, é a maior aspiração do povo boliviano, que vê a
corrupção como a principal causa de todos os males e miséria que assola o País a décadas.

SPOT 1 A: MIR Y LA CONSTITUYENTE

(CIELO AL FONDO Y BANDERA DE LA BOLIVIA, COM FUNDO MUSICAL TRADICIÓN): TEXTO CORRE JUNTO A LA
LOCUCIÓN: La constitución es la Madre de todas las leyes y representa la garantía mayor de todos los derechos y
obligaciones individuales de los ciudadanos, y también los del gobierno y de la sociedad.
(Tema musical del MIR, bien bajito al fondo) En su historia, Bolivia ha conquistado sus derechos a cuesta de la lucha y
resistencia de nuestra gente a todo tipo de tiranía nacional o extranjera. (Aumente el volumen del fondo musical) Y el MIR es
la expresión de la resistencia de nosotros bolivianos a la opresión: (las imágenes de botas con tacones pisando el cuero) Como
un montículo en cuero mal curtido, que se lo pisa pero ello resurge más adelante y no se consigue aplastar. Ahora basta. (Al
sonido del ultimo pisón, Entra Andrés de blanco, delante do escenario fondo naranja y azul, entre las fotos grandes de Jaime Paz
Zamora y Oscar Eid. Leyendas abajo dicen Andrés Guzmán, Senador del MIR. Serio, Andrés fija sus ojos al nivel de la camera y
habla): Por una Bolivia soberana, un cambio hacia adelante y un futuro mejor, vote MIR, marcando el primero cuadro en
los boletos de votación (imágenes del “x” en el primero cuadro para pluri y uninominal).

SPOT 2: CONTRATO SOCIAL LOS COMPROMISSOS FIRMADOS DEL MIR CON LA NACIÓN
(Estilo y fondo de los noticieros con Logo Central MIR de Informaciones, con Andrés detrás de una mesa. Bandera de Bolivia y
Pando. Legenda lo identifica Andrés Guzmán – Senador del MIR. Cierra la imagen sobre ello): Esta semana El MIR ha
registrado, en la Notaria Publica, uno contrato social con la sociedad boliviana: (imagen de fondo de los candidatos firmando
el compromiso y el carimbo de la notaría y sigue la locución) en que todos los nuestros candidatos a diputado plurinominal y
uninominales firmaran el compromiso público del MIR con la Nación. (Al sonido de la música del MIR, Andrés, de blanco,
camina por do escenario fondo naranja y azul, hasta parar entre las fotos grandes de Jaime Paz Zamora y Oscar Eid. Ahí, se corta
la música. Leyendas abajo: Andrés Guzmán, Senador del MIR. Serio, Andrés fija sus ojos al nivel de la camera y habla):
Hermanos y hermanas bolivianos: No más promesas más sí nuestro compromiso firmado con la Nación e contigo, vote con
nosotros por los cambios que la gente boliviana quiere:
1- (dedo) el derecho a la vida, para que más nadie se muera por no tener acceso a remedios;
2- (dedo) el derecho a la educación con bono escuela para incentivar niños y jóvenes al estudio;
3- (dedo) el derecho a la justicia social, por la igualdad de oportunidades para progresar;
4- (dedo) Autonomía al desarrollo regional sí, pero sin separatismo y con elecciones directas en las dos vueltas para alcalde,
prefecto, presidente y elección directa de los Consejos Departamentales;
5- (dedo) Combate a la Corrupción y fin de la impunidad, proponiendo la reforma del Código Penal para tornarla crimen
imprescriptible;

(Abre la mano y muestra-las abiertas) Manos Limpias, 5 compromisos por un futuro mejor, vote MIR marcando el primero
cuadro para plurinominal y para uninominal (imágenes del “x” en el primero cuadro para pluri y uninominal).

No terceiro spot o senador apresenta seus candidatos, reforça que são novos e marca a diferença do
MIR para os partidos de seus adversários, onde concorrem vários parentes dos caciques locais.

SPOT 3- ANDRÉS LO PRESENTA A LA GENTE LOS CANDIDATOS DEL MIR (LA 3ª VIA)
(Escena general de una reunión. Una grande mesa redonda, con todos los candidatos del MIR al lado de Andrés. Habla Andrés
con la leyenda abajo: Andrés Guzmán – Senador de la República – MIR - Pando): Nosotros del MIR tenemos tradición de lucha y
resistencia a la opresión y nuestra raíz y fuerza vienen no de las elites, pero si del trabajador y de la gente más oprimida. Y como lo
hace ahora nuestra Nación, pasamos a limpio los errores del pasado y empezamos la reestructuración, con nuevos líderes y gente
nueva, con sus manos limpias y compromiso solo con la gente, por uno futuro mejor y más justicia social. (Andrés acerca se de
Henry Gutierrez, que se levanta y Andrés pone su mano sobre el hombro de Henry) y quero presentar-lo y pedirles a usted su voto
para nuestro candidato a diputado Plurinominal Henry Gutierrez, que tiene como segunda Pluri nuestra hermana Maria del Carmen
Parihuancollo. La mayor calificación de nuestros jóvenes candidatos es un pasado limpio. No son famosos ni son políticos
profesionales: cada uno de ellos podría ser usted. (Acercase de la candidata Claudia Mendez y Eligia Vasquez pone sus manos en el
hombro de cada una e preséntalos): Esta es Claudia Mendez, nuestra candidata uninominal por la circunscripción 66 y a mi lado
esta nuestra querida compañera Eligia Vasquez Amutari, nuestra uninominal que concurre por la circunscripción 68, (Andrés avanza
para el otro candidato). Y esto es nuestro candidato por Porvenir. (La camera se cierra en Andrés) Ningún de ellos fue elegido por
su grado de parentesco o intimidad con ningún cacique político, porque en el MIR no los hay y estoy seguro que ellos
representarán a usted con la dignidad y pondrán los intereses de la gente pandina encima de todo

A pesquisa revelou que Cláudia, a candidata a deputada uninominal do MIR tem mais votos e maior
penetração que seu companheiro de partido Henry em vários segmentos (candidato a plirinominal) e
era preciso juntar os dois para que ambos pudessem ser fiadores (um do outro) e assim facilitar a
transferência de votos entre eles. Apenas para ilustrar, como fazê-lo, este foi um dos spots sugeridos.

SPOT HENRY & CLAUDIA: (mismo escenario del spot 2)


Hola. Yo soy Henri Gutierrez, el candidato del MIR a primero diputado plurinominal por Pando y quiero presentarles mi compañera
del MIR, Claudia Mendez, nuestra candidata a diputada uninominal por la circunscripción 66, que tiene una historia de luchas en
defensa de los pandinos cuando estuvo a frente del comité cívico de Pando.
Queremos presentarnos para decirle a usted que todos nosotros, candidatos del MIR a la Asamblea Nacional Constituyente tenemos
en común el facto de nadie ser político profesional y todos tenernos un pasado limpio. (Habla Claudia Mendez) Además do que les
dijo Henry, quiero resaltar otro punto que tenemos en común: las ganas de luchar por los ideales mayores de nuestra sociedad,
contra a corrupción y en favor de la salud, educación y por más justicia social. A empezar por nuestro compromiso público, que lo
firmamos en notaría cuando vimos que la gente no cree más en los políticos profesionales. Yo, Henry y nuestros compañeros del
MIR haremos llegar a sus manos nuestras propuestas y compromisos. Resista usted a la desesperanza. No desista de hacer lo que
puedas por una Bolivia mejor. En el día 2, comparezca y vota por el MIR.

Este é um spot que, sob o aparente pretexto de pedir o voto evangélico, tem por real objetivo o de avalizar
moralmente os candidatos do MIR, pois o voto evangélico se conquista dentro da igreja, no sermão do pastor.

SPOT DE LA ALIANZA DEL MIR COM LOS CRISTIANOS:


(Escena general, fondo musical cristiano, con imágenes de la Biblia al centro de la mesa, con los Pastores Cristianos al derredor,
con Andrés, Maria del Carmen y Henry codo a codo. Leyenda abajo califica el pastor que está a la punta de la mesa habla): …
(Saludos a la moda de los cristianos a la audiencia). Hermanos y hermanas recibimos de los líderes del MIR de Pando, un
documento importante, donde todos sus candidatos firman el compromiso de defender en la Asamblea Nacional Constituyente, la
libertad de culto, de expresión y a los valores de la familia y de la moral. El MIR fue el único partido a proponer una alianza a los
cristianos, para impedir que los fariseos intenten quitar a los bolivianos el derecho sagrado a la libertad de culto. Si tienes elegido a
otra color partidaria, nosotros pastores les recomendamos que exija de tu candidato su compromiso con la libertad de culto. Para los
hermanos y hermanas que aún no hayan elegido candidatos y no tengan simpatía política, nosotros recomendamos su voto en el
MIR…Despedida a la moda cristiana.

Este spot visa aproveitar a rejeição que os eleitores demonstraram na pesquisa às práticas de nepotismo e ao
fato dos dois maiores líderes de Pando terem lançado parentes e amigos para disputar. Chiquitín é um líder de
uma corrente dissidente e fazia parte do grupo liderado por Leopoldo Fernandes. A forte inimizade e os
ataques mútuos entre eles causam desgaste de lado a lado, e a idéia é atrair os eleitores que não se alinham a
nenhum dos dois. Nossos candidatos foram orientados para não fazerem críticas pessoais aos concorrentes,
para se diferenciarem dos políticos convencionais, deixando o trabalho da crítica para os cabos eleitorais. Para
ajudar o trabalho dos cabos eleitorais e facilitar seus discursos (proposição + crítica), este spot foi criado para
ser veiculado nas rádios, televisão e, se sobrar um dinheirinho, em histórias em quadrinho, para distribuir para
as crianças, nas ruas, nas casas visitadas e na porta das escolas. Este é um bom exemplo de uma peça de anti-
campanha que se volta para o lado da sátira e do humor e usa a criança (não eleitor) como caminho para
chegar aos seus pais (eleitores).

LA HISTORIA DE PANDO
(Una niñita le pide a su abuelo): Abuelito, cuéntanos una historieta (Uno abuelo viejito con sus cinco o seis netitos a su derredor
abre uno libro y se muestran los dibujos al largo de la historieta) Era una vez un departamento donde vivía una grande familia
de “gaviones”, que dominaban la mayoría de las tierras e del poder. Un bello día, un gavión insatisfecho con el poder que
tenía hizo una conspiración con otros gaviones y desafió el jefe, que era todavía más poderoso que ellos y más ganancioso, y
expulsó del nido los gaviones ingratos. Ahí empezó la guerra de los “gaviones” y a la gente sobró elegir entre el mal mayor y
el menor, entre o gavión mayor o a su criatura, igualitos, pues compartían el mismo nido y practicas políticas. (corta la
escena y se foca otro niñito pregunta): Pero abuelo, si los dos gaviones malos son iguales, porque la gente no los echa fuera?
(Foco en el abuelo): porque la gente aún no percibió que solo la unión hace la fuerza y dispersa sus votos entre muchos, al
revés de concentrarse y hacer una tercera fuerza para enfrentar los malos gaviones. (el abuelo cierra el libro y les pregunta a
los netitos) ¿Saben como se vencen los gaviones? (Los netitos gritan al unísono): Gallo en ellos! (Cierra lo spot con risas y
gritaría de la niñada; viene el gallo del MIR con su canto y la locución del abuelo y los diceres) : El MIR es la gente en la
Constituyente. Haga el final feliz y vote MIR

Infelizmente, a estratégia foi considerada ótima, mas o partido não tinha dinheiro suficiente para implementá-
la no que diz respeito à veiculação nos meios de comunicação, razão que levou os candidatos a adotarem
apenas o discurso inter-pessoal. O único revés que não se poderia consertar com Marketing Político, foi a
traição do prefeito de Cobija, Lucho Flores, ao seu partido. Primeiro, para não fortalecer a ala do dirigente do
partido que, que não era subordinado a ele. Depois, por temor de ser desestabilizado pelo líder político do
partido que lhe dava sustentação na câmara municipal, que lhe entregara o comando da prefeitura da capital.
Além de não dar apoio público aos candidatos de seu partido e nem contribuir com qualquer ajuda, o prefeito
mirista trabalhou contra os seus companheiros de partido até nos meios evangélicos, remando contra e
cerceando todos os meios de comunicação onde ele tinha influência. E assim, acabou o sonho do MIR em
Pando.

Pesquisas são essenciais para candidatos proporcionais

Uma falácia que leva os candidatos proporcionais a não se valerem das pesquisas é o de que o instrumento só
serviria para candidatos majoritários. A alegação parte de uma meia verdade: a de que, numa pesquisa padrão,
com amostras modestas de 1.000 a 2.000 entrevistas serve apenas para detectar as intenções de voto
majoritárias, uma vez que são poucos os postulantes. Como a margem de erro de 3% é inaceitável para um
candidato que se elegeria com 2% ou 3% dos votos, ou seja, um candidato que apareça sem nenhuma menção
poderia ter os 3%, o instrumento pesquisa não lhes serviria. Outra meia verdade é o argumento de que, como
o número de concorrentes a cargos proporcionais é elevado e o número de eleitores indecisos quanto ao voto
para vereador ou deputado também, amostras menores não seriam capazes de detectar, por exemplo, os
eleitores de candidatos com redutos não geográficos (exemplos: categoria dos médicos, ou dos taxistas, ou
contadores, etc)... Numa amostra de 1.000 entrevistas, talvez apareçam apenas 10 ou 20 eleitores daquelas
áreas profissionais, número insuficiente para detectar votos muito espalhados territorialmente.

Como já foi dito aqui, estes argumentos têm alguma base e realmente a detecção precisa dos eleitores de
alguns candidatos proporcionais exige amostras maiores e técnicas especiais para produzirem resultado. Mas
além de técnicas que permitem precisar a viabilidade eleitoral de candidatos proporcionais, existe uma série
de outras informações que são de vital importância estratégica para eles e que podem ser perfeitamente
obtidas com amostras menores, sem prejuízo da precisão ou da qualidade da pesquisa.

Cito, apenas como um dos exemplos em que o uso de pesquisa para candidatos proporcionais é possível e
recomendável, uma pesquisa que fizemos recentemente para um candidato que pretendia avaliar suas
possibilidades caso decidisse disputar, bem como o potencial eleitoral de sua legenda e possíveis dobradas. A
partir de um briefing de suas necessidades e dúvidas, desenvolvi o questionário que respondeu a todas elas,
que ofereço aos meus leitores como prova da importância que uma pesquisa pode ter numa campanha
proporcional.

O Briefing: Como deve ser

O briefing que recebi do aspirante a candidato foi um dos melhores que já me foram enviados nos últimos
anos. Para preservar o cliente e amigo, omito aqui algumas informações que possam servir para identificá-lo.
Recomendo que cada candidato, ao contratar uma pesquisa, use este documento como modelo, pois ele
auxiliará o instituto a desenvolver um modelo de pesquisa feita sob medida para resolver suas dúvidas.

Perfil ANDRÉ:

27 anos, solteiro, advogado.


Filho de Dr Wiliam, Procurador de Justiça Aposentado e Professor por muitos anos nas Faculdades de Direito em duas cidades. Foi
Diretor da Faculdade de Direito. Foi Candidato a Deputado Federal (Partido tal) em 1982 (x.000 votos) e 1986 (x.000 mil votos, em
virtude do voto vinculado - Quércia era PMDB e é de Pedregulho – raio de “x” KM da cidade). O tio também foi promotor de
justiça da cidade. É irmão de 2 promotores de justiça, primo de um juiz de direito e um desembargador. Digo isso para mostrar que
nossa imagem sempre foi ligada ao Direito, nunca tendo a família se envolvido em comércio ou indústria, o que, em tempos de
crise, sempre gera desavenças. Isso nunca tivemos na cidade, pois somos vários irmãos que fizeram Direito. Minha mãe é dona de
casa, mas formada em Direito.
Em 1997 (com 17/18 anos) vem para SP iniciar a Faculdade de Direito na ..., onde fez política estudantil. Desde sua chegada a SP
participou da política, primeiro ao lado do Dep Fleury, depois com Jose Eduardo Cardoso e depois com Delbio Teruel (vereador em
Osasco). Em 2003 foi indicado pelo “Comércio da Cidade” para o Gabinete do Dep. Estadual de Fulano, para organizá-lo; lá ficou
por apenas 6 meses por desentendimento quanto ao modo de política. Advogado, monta escritório já no mês seguinte à formatura
com seu irmão (6 anos mais velho, que já advogava em SP com o Professor ...). Este mesmo irmão é seu sócio na TV (canal
comunitário de TV que fundaram em dezembro de 2005), e que aumentou o número de telespectadores da Tv a Cabo da Cidade de
45 mil para 65 mil. A TV hoje é reconhecida como sucesso na cidade, fruto do empreendedorismo dos irmãos.
André apresenta o programa ..., onde mostra o trabalho das creches, asilos, recuperação de drogados, programas públicos de
assistência social, centros comunitários etc, tudo de modo transparente e sem ser apelativo. O último bloco do programa é dedicado
aos pedidos destas entidades, que têm sido bastante atendidos. Com esse programa, ele aparece para as classes D e E, apesar destas
não assistirem os programas, pois não tem Tv a Cabo, destinada às classes A e B. Já são cerca de 65 programas veiculados, 1 novo a
cada semana, de 1 hora, reprisado 4 6 vezes na semana. Com a TV, passou a ser conhecido por grande número de pessoas, agora
não como o “filho do Dr. Wiliam”, mas o dono da TV, advogado, apresentador do ... e politizado. (além de mulherengo, pão duro e
rico).
Na época da montagem da TV aproximou-se do “PARTIDO ALVO”, por intermédio de Evaldo De Tal, irmão do DEPUTADO
ESTADUAL, AGORA CANDIDATO A FEDERAL, ARNALDO DE TAL.

CIDADE

Cidade tem dois deputados estaduais:


Deputado A (PSDB), 4o. mandato, em declínio por falta de trabalho, cansado da vida parlamentar, foi 1° suplente na última eleição.
Político profissional.
Fulano (PFL) – 1° mandato, se elegeu pelo PPB (48 mil votos), onde o corte era muito mais baixo que o PFL (65 mil votos). Perdeu
a eleição para Prefeito em 2004, ficando na péssima posição de 4° lugar com apenas 20 mil votos.

Cidade está na expectativa latente de mudança; a cidade está triste, desencantada e em profunda crise econômica. Tenho lá a TV, a
classe A viria comigo, podendo ciscar um pouco do eleitorado do Deputado A (classe média), já que este está em decadência,
cansado e descontente com política. O voto do Deputado Estadual X retornou ao patamar (nesta última campanha de Prefeito) que é
realmente dele, cerca de 22 mil votos, e não os 44 que teve para Deputado, fruto de uma campanha mentirosa à frente da ... e apoio
total do maior órgão de imprensa de Cidade, o jornal Comércio da Cidade. Além disso, ele é do povo.
O atual Prefeito (PSDB – apesar de não ter nenhum compromisso com o partido – usou para eleger) é um homem que trabalha
sozinho, voltou para política após 10 anos afastado. Foi presidente da VASP em 19.., quando abandonou o mandato que exercia
como Prefeito. Isso até hoje gera críticas.

Seu vice, que já foi Prefeito (PTB), viúvo que casou com uma ex vereadora, hoje Secretária da Assistência Social, Maria. A meu ver
deve ser o político com mais menções numa pesquisa espontânea em Cidade. Senhor de 70 anos, muito querido.

O histórico nas últimas 3 eleições a Deputado é o seguinte:

1994 - Deputado A (34 mil votos), Deputado Estadual X (17), PT (15) e um vereador (10)
Total = 80 para cidade, 40 para fora, 20 abstenções/nulos/brancos

1998 – Deputado A (38 mil votos), Deputado Estadual X (21), PT (16) e um vereador (9)
Total = 85 para cidade, 45 para fora, 20 abstenções/nulos/brancos

2002 – Deputado Estadual X (44), Deputado A (36), PT (23) e um vereador (8)


Total = 110 para cidade, 50 para fora e 30 abstenções/nulos/brancos.

Teremos dois candidatos a Federal = Ex-prefito do PT (PT, ex prefeito –1996/2004) e Candidato a federal 2 (novato, vai para a
terceira eleição, apesar de ter quase 60 anos, perdeu para Federal em 1998 e para Prefeito em 2002, embora com excelente votação).
Ex-prefito do PT sabe que tem boas chances, desde que não faça dobrada dentro de Cidade. Por isso, hoje trabalha com o
Mercadante e está fazendo de tudo para o PT da Cidade não lançar candidato a Estadual (esse seria o melhor dos mundos para nós).
Candidato a federal 2 joga muito dinheiro sempre.

A Estadual sempre os 2, Deputado Estadual X e Deputado A, ambos desgastados. Um vereador (não sabemos qual, mas não
importa). Pode ser o do PMDB Marcelo De tal (jovem 40 anos, delegado de polícia bonachão, 2° mandato na Câmara Municipal)
ou do PSB Dr. Quinzinho (médico, vereador mais votado da história 7.000 votos, sonho de ser prefeito, já com 69 anos). E o PT.

O do PMDB vai meio forçado, esperando o apoio financeiro do Quércia. O do PSB sonha em ser Prefeito e se for candidato a
Deputado, ganhando ou perdendo, não ganha a Prefeitura em 2008, quando terá 72 anos. O do PT, Cassio Ardid, sofre com a
oposição do Campo Majoritário e tem interesse em fixar sua vida profissional antes de retornar à política.

“PARTIDO ALVO”
Em 2002 elegemos 5 deputados estaduais:
Deputado A = 97 mil votos
Arnaldo De Tal = 76 – candidato a federal
Marquinho Tortorelo = 69 – perdeu o pai, ex-prefeito de São Caetano
Vitor Sapienza = 67 – cassação confirmada pelo TSE
Romeu Tuma = 63 – mudou de partido
Portanto dos eleitos ficaram Deputado A e Marquinho.
Veio para o partido o Gordon, eleito com 56 mil votos.
O 1° suplente foi o Palmer (90 anos!! rsrsrs) com 52 mil votos.
O 2° suplente foi o Ruzza com 42 mil votos.
O 3° suplente foi o Marcos Vinicius com 42 mil votos.
O 4° suplente foi o Petterson com 32 mil votos. Veja como caiu (este foi o nono colocado!!).

Em 2006 teremos, na bolsa de apostas (repetiremos 5 eleitos, apesar de os mais otimistas apostarem em 6, em função da ausência do
PRONA e diminuição dos votos do PT):

Deputado A
Alex Manente – jovem vereador de São Bernardo do Campo, passa dos 70 mil.

Gordon
Marquinho – apesar das apostas em contrário, acho que supera os 55 mil.
Palmer – alguns acham que não chegará a 50 mil em virtude da idade

Estes seriam os 5 favoritos. Depois viriam, com possibilidade de superar 30 mil votos:
Dirceu Dalben – Sumaré (colégio eleitoral pequeno – 100 mil eleitores).
Dr. Barros - Praia Grande (tradicional médico, exemplo clássico – mesmo problema do Dirceu, colégio eleitoral pequeno, também
100 mil votos).
Vicente Menezes – Tatuí (conta com o apoio do Prefeito, mas o colégio é mínimo – 60 mil eleitores).
As apostas são estas, com algumas variações quanto à colocação dos nomes. Por exemplo, alguns citam o Dirceu no lugar do
Palmer, ou no lugar do Marquinho e daí por diante. Já ouvi que Dr. Barros tem apoio de todo o litoral, o que acho um absurdo!

Tirem suas conclusões, lembrando que precisaria de, no mínimo, 30 mil votos, para tentar a 1° suplência. Já 40 mil votos não
mudam muito, só garante a 1° suplência. Já 45 mil poderiam me dar a última vaga, que é certa para quem fizer 50 mil votos, o que
por ora descarto. A boa notícia é que o partido manterá as Secretarias, no Estado e no Município, salvo se o PT ganhar o Estado.
Acho que o PSDB fatura o Estado, com quem quer que seja. O Chefe já se comprometeu a nomear ou um Deputado, para me puxar
da 1a. Suplência ou, caso fiquemos com a Secretaria Municipal de Esportes, posso ser eu o nome.

DÚVIDAS

1. Cidade tem a campanha “Voto Nosso”, não vote em Candidato de fora – me prejudicaria fazer uma dobrada com o Arnaldo
De Tal?
2. Dizer que o Arnaldo De Tal é de ... (a 100 Km de Cidade), também na Alta Mogiana, ajudaria?
3. Corre-se o risco de termos 6 candidatos a Estadual - a quantidade de candidatos pode atrapalhar?
4. Qual o perfil do candidato ideal?
5. Qual o discurso do candidato ideal? O que a cidade quer ouvir?
6. Se sair Candidato, posso prejudicar a TV de alguma forma? As pessoas podem me acusar de ser falso inventando que faço
um programa Social só pensando em voto?
7. Como me comportar em relação ao Jornal que apóia o Deputado Estadual X? Tenho boa relação e eles sabem que a eleição
do candidato deles será bem difícil.
8. Dizem que poderia esperar 2010, porque sou muito novo, tenho de fazer uma base mais sólida. Além disso, as pessoas
dizem que como sairão muitos, nenhum vai ganhar, e isso os enfraqueceria. Assim, eu ficaria livre para correr em 2010,
sem nenhum desgaste. Por outro lado. Posso perder o MOMENTO que atravesso e a cidade vive aguardando um Messias?
9. Quais as características que tenho do Candidato ideal? Quais não tenho? Quais as ruins, que podem me atrapalhar, onde
serei atacado?
10. Posso ter uma vitória política apesar da derrota eleitoral?
11. Posso viabilizar um grupo político em Cidade? Já que na cidade a característica histórica é os candidatos saírem sozinhos,
não montam grupos ou estratégias de longo prazo.
12. Quantas pessoas me conhecem? Quantas poderiam votar em mim?
13. Quantas pessoas conhecem a TV? Quais as críticas? Quais os programas mais comentados? Os comentários sobre os
apresentadores? A avaliação da imagem da TV? O porquê da fraqueza do departamento comercial?
14. Qual o nome mais citado para Deputado? O político mais citado? A celebridade mais citada (aposto no Rio Negro e
Solimões).
15. E o ...? A quem ou ao que as pessoas associam este nome? Isso porque durante 45 dias foram espalhados 25 out doors na
cidade de Cidade com o rosto do André, somente com os dizeres “Assista-Participe ... com ANDRÉ”. E o programa, como
é visto?
16. E o Programa “Tal” do seu irmão Plínio, como é avaliado?
17. Qual a posição da TV frente aos demais órgãos de imprensa?
18. Criticas e elogios aos atuais Deputados de Cidade?
19. Grau de conhecimento político da população?
20. O que dá voto em Cidade? Porque votaria neste ou naquele?
21. Grau de reconhecimento à família do André? Especialmente seu pai?
22. Que “tipo” de campanha devo fazer com relação a estrutura, custos? Quanto gastaria em Cidade para realizar este projeto?
23. Quais candidatos concorrem na mesma faixa que eu?
24. Quem pode me dar ou tirar votos na cidade?

UMA PESQUISA: A SOLUÇÃO PARA DESFAZER TODAS AS DÚVIDAS


Uma pequena pesquisa, com 400 entrevistas, foi suficiente para dar resposta a todas as indagações do
candidato a candidato. E mais uma série de questões que lê nem imaginava que pudessem ser respondidas,
tais como os votos que ainda mantinham na cidade os deputados mais votados lá na eleição passada, para
quem perderam votos e o qual o perfil de um candidato que eles considerassem ideal; as afinidades eleitorais
(sobreposição de redutos ou que tem eleitores com o mesmo perfil e, portanto, são os concorrentes mais
diretos ou os aliados que podem somar menos); A credibilidade e a influência dos jornais da cidade sobre as
intenções de voto; O perfil, as demandas e aspirações dos eleitores que pretendem reeleger algum dos atuais
deputados e também o dos que pretendem renovar; Os redutos e o perfil dos eleitores indecisos; A influência
do atual prefeito; o peso das legendas; o perfil do público que ele poderia atingir através da TV dele; Os temas
que ele deveria abordar nos próximos programas para demonstrar sua preocupação e propostas para
solucionar aqueles que os eleitores consideram como os maiores problemas da cidade e do estado; O perfil
dos simpatizantes e da rejeição de cada um dos principais concorrentes (o potencial eleitoral de cada um); os
pontos fortes e as vulnerabilidades dele e dos principais concorrentes dele; etc.
O questionário proposto (e aceito) foi o seguinte:

Pergunta filtro: O sr/a/você vota aqui, no município tal?

0- BAIRRO DO MUNICÍPIO

1- SEXO

2- FAIXA ETÁRIA

4- GRAU DE INSTRUÇÃO

5- FAIXA DE RENDA FAMILIAR

6- OCUPAÇÃO

7- O/A SR/A VOCÊ É ASSINANTE DE TV A CABO?

8- COM QUE FREQÜÊNCIA ASSISTE A CANAIS DE TV A CABO, NA SUA CASA OU NA CASA DE VIZINHOS,
PARENTES OU AMIGOS? (diária; 2 a 3 x p/ semana; semanal; raramente ou nunca)

9- VC OU ALGUM FAMILIAR QUE RESIDA EM SUA CASA ASSINA, COMPRA OU COSTUMA LER JORNAL? (CASO
AFIRMATIVO)- COM QUE FREQUËNCIA VC OU SEU FAMILIAR COSTUMA LER JORNAL?

10- QUAL CONSIDERA QUE É O MELHOR JORNAL DA CIDADE, OU DA REGIÃO?

11- QUANDO SE TRATA DA COBERTURA POLÍTICA QUE AQUELE JORNAL FAZ DA CIDADE E DA REGIÃO, ACHA
QUE O JORNAL É INDEPENDENTE, CONFIÁVEL E IMPARCIAL:
1- SEMPRE;
2-É IMPARCIAL SOMENTE ÀS VEZES;
3- OU O JORNAL FAVORECE POLÍTICOS QUE ELE APÓIA E ATACA OS POLÍTICOS QUE NÃO GOSTA?

12- É FILIADO OU SIMPATIZA COM ALGUM PARTIDO POLÍTICO? SE AFIRMATIVO- QUAL?

10- QUAL CONSIDERA QUE É O MAIOR PROBLEMA DO ESTADO DE SÃO PAULO?

11- E QUAL CONSIDERA QUE É O MAIOR PROBLEMA DA CIDADE?

12- QUAL É A QUALIDADE QUE O/A SR/A/VOCÊ ACHA QUE UM BOM CANDIDATO A DEPUTADO ESTADUAL
DEVERIA TER?

13- MAIS ALGUMA QUALIDADE QUE CONSIDERE MUITO IMPORTANTE NUM CANDIDATO A DEPUTADO?

14- E QUAL DEFEITO CONSIDERA QUE SERIA O PIOR NUM CANDIDATO A DEPUTADO?

15- SE O ATUAL PREFEITO PEDISSE PARA VOTAR NOS CANDIDATOS APOIADOS POR ELE, O PEDIDO DELE
PESARIA MUITO A FAVOR DOS CANDIDATOS DELE, PESARIA PELO MENOS UM POUCO A FAVOR, NÃO INFLUIRIA
NADA NA SUA ESCOLHA OU O PEDIDO DO PREFEITO PESARIA CONTRA OS CANDIDATOS APOIADOS POR ELE?

16- NA ELEIÇÃO PASSADA, DE 2.002, LEMBRA-SE EM QUEM VOTOU, PARA DEPUTADO ESTADUAL? (CASO
AFIRMATIVO) EM QUEM O/A SR/A VOTOU? (LISTA DOS DEZ NOMES MAIS VOTADOS PARA DEPUTADO ESTADUAL
NA CIDADE EM 2002 E DOS DEPUTADOS ELEITOS)

17- IDEM DEPUTADO FEDERAL

18- DENTRE OS ATUAIS DEPUTADOS ESTADUAIS CONSIDERA QUE HÁ ALGUM QUE MEREÇA SER REELEITO, POR
ALGO BOM QUE TENHA FEITO OU PELO BOM TRABALHO QUE TEM REALIZADO? (CASO AFIRMATIVO) QUEM?
19- E DENTRE OS DEPUTADOS FEDERAIS, CONSIDERA QUE HÁ ALGUM QUE MEREÇA SER REELEITO, POR ALGO
BOM QUE TENHA FEITO OU PELO BOM TRABALHO QUE TEM REALIZADO? (CASO AFIRMATIVO) QUEM?

20- ATÉ ONDE SABE, OUVIU FALAR OU ACOMPANHOU O DESEMPENHO DOS DEPUTADOS FEDERAIS DA CIDADE
E DA REGIÃO NO CONGRESSO FEDERAL, DE ZERO A DEZ, QUE NOTA DARIA PARA A ATUAÇÃO DELES?

21- E PARA A ATUAÇÃO DOS ATUAIS DEPUTADOS ESTADUAIS DA CIDADE OU DESTA REGIÃO NA ASSEMBLÉIA,
NO GERAL, QUE NOTA O/A SR/A DARIA?

22- NA PRÓXIMA ELEIÇÃO, PRETENDE REELEGER ALGUM DOS ATUAIS DEPUTADOS FEDERAIS OU ACHA QUE
TENTARÁ RENOVAR O CONGRESSO, VOTANDO EM ALGUÉM NOVO PARA DEPUTADO FEDERAL?

23- E PARA DEPUTADO ESTADUAL, PRETENDE REELEGER ALGUM DOS ATUAIS DEPUTADOS OU ACHA QUE
TENTARÁ RENOVAR A ASSEMBLÉIA, VOTANDO EM ALGUÉM NOVO PARA DEPUTADO ESTADUAL?

24- NA PRÓXIMA ELEIÇÃO, PARA DEPUTADO FEDERAL O/A SR/A PREFERE:


1- VOTAR NUM DOS CANDIDATOS DA CIDADE;
2- PODERÁ VOTAR EM CANDIDATO DE OUTRA CIDADE, DESDE QUE SEJA DA REGIÃO DA ALTA MOGIANA OU
3- QUANDO VOCÊ ACHA QUE UM CANDIDATO É BOM NÃO IMPORTA MUITO DE ONDE ELE É?

25- E PARA DEPUTADO ESTADUAL?

AGORA VOU CITAR NOMES DE ALGUNS CANDIDATOS QUE TALVEZ DISPUTEM O CARGO DE DEPUTADO
ESTADUAL OU FEDERAL NO ANO QUE VEM. PRIMEIRO, DIGA SE CONHECE OU JÁ OUVIU FALAR DAQUELA
PESSOA. DEPOIS, SE ELE OU ELA DISPUTASSE A ELEIÇÃO, QUAL DESTAS SERIA SUA ATITUDE MAIS PROVÁVEL:
SE VOTARIA COM CERTEZA NAQUELA PESSOA;
SE PROVAVELMENTE VOTARIA;
SE, DEPENDENDO DE OUTROS NOMES E PROPOSTAS TALVEZ VOTASSE,
SE DIFICILMENTE VOTARIA OU
SE NÃO VOTARIA NELE OU NELA DE JEITO NENHUM

26- O DEPUTADO ESTADUAL ARNALDO;


27- O DEPUTADO FULANO, DO PSDB;
28- O DEPUTADO ESTADUAL, DO PFL;
29- O VICE-PREFEITO DO PTB;
30- O EX-PREFEITO DO PT;
31- DR. X, QUE DISPUTOU A ELEIÇÃO PASSADA PARA PREFEITO;
32- MARCELO ..., VEREADOR DO PMDB;
33- DR. QUINZINHO, MÉDICO E VEREADOR DO PARTIDO TAL;
34- CASSIO ARDID, VEREADOR DO PT
35- DR. WILIAM, PROCURADOR DE JUSTIÇA, PROFESSOR, EX-DIRETOR DA UNIVERSIDADE E QUE NO PASSADO
JÁ DISPUTOU ELEIÇÃO PARA DEPUTADO?
36- ANDRÉ, FILHO DO DR. WILIAM, ADVOGADO, QUE MONTOU A TV E APRESENTA O PROGRAMA “TAL”
37- PLÍNIO, ADVOGADO, SÓCIO DE ANDRÉ NA TV E APRESENTADOR DO PROGRAMA DE TV TAL;
38- O/A SR/A JÁ DECIDIU EM QUEM VOTARÁ, PARA DEPÚTADO ESTADUAL, NA PRÓXIMA ELEIÇÃO?
39- E PARA DEPUTADO FEDERAL, JÁ DECIDIU EM QUEM VOTARÁ NA PRÓXIMA ELEIÇÃO?
40- SE A ELEIÇÃO FOSSE HOJE E OS CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL DA CIDADE FOSSEM ESTES, EM QUAL
DELES O/A SR/A/ VOCÊ VOTARIA? (DISCO)
41- SE A ELEIÇÃO PARA DEPUTADO FEDERAL FOSSE HOJE E OS CANDIDATOS DA CIDADE E DA REGIÃO DA ALTA
MOGIANA FOSSEM ESTES, EM QUEM VC VOTARIA? (DISCO)
42- QUAL CONSIDERA QUE É A MAIOR QUALIDADE DO DEPUTADO ESTADUAL FULANO, DO PSDB? (LISTA DE
QUALIDADES)
43- E QUAL DIRIA QUE É O MAIOR DEFEITO DELE? (LISTA DE DEFEITOS)
44- QUAL CONSIDERA QUE É A MAIOR QUALIDADE DO DEPUTADO ESTADUAL DO PFL?
45- E QUAL DIRIA QUE É O MAIOR DEFEITO DELE?
46- PELO QUE SABE OU OUVIU FALAR DELE, QUAL APONTARIA COMO SENDO A MAIOR QUALIDADE DO
ADVOGADO ANDRÉ, DONO DA TV E APRESENTADOR DO PROGRAMA “TAL”?
47- E QUAL APONTARIA COMO O MAIOR DEFEITO DELE?
48- E O CONHECIMENTO DO PASSADO DE UM CANDIDATO A DEPUTADO, PESA MUITO, PESA UM POUCO OU NÃO
PESA NADA NA SUA DECISÃO E ESCOLHA?

Um candidato proporcional sem pesquisa é um descamisado, um sem teto da política

Não importa qual é o tamanho do seu orçamento. Se você quiser aumentar as suas chances de vitória, invista
parte dele na montagem de um sistema permanente de coleta de informações (pesquisas). Convença suas
dobradas da importância de fazê-lo e proponha quotizar com eles os custos. Não fazê-lo é empreender um vôo
cego e tornar-se um dependente das informações. Nenhum orçamento é tão curto que possa justificar a
ausência de um sistema eficaz de informações, mesmo que ele seja amador.

A FRAUDE OU MANIPULAÇÃO DOS NÚMEROS

Enquanto pesquisas isentas são valiosos elementos para orientação interna das campanhas e também
para basear a formação de Opinião Pública, como tudo na vida, os seus usos podem ser desvirtuados e
as pesquisas também podem ser adulteradas.

Contudo, é importante salientar que nenhuma pesquisa ou instituto tem poder de influenciar eleitores
ou produzir sérias interferências nos processos eleitorais: esta é uma prerrogativa exclusiva dos
instrumentos de propaganda e do poder dos meios de comunicação de massa.

Porém, desde que avalizadas por veículos de comunicação com boa reputação, as pesquisas podem
servir como instrumentos de manipulação e serem utilizadas com o propósito de desinformar e
produzir confusão nas fileiras adversárias.

Pesquisas adulteradas para esta finalidade, após tratadas e utilizadas como ganchos ou escadas para
noticiários e analises de órgãos de imprensa acreditados, podem influir no comportamento, não só das
massas, mas também de lideranças políticas e governos.

Quando o veículo de comunicação divulga análises de situação baseadas em falsas informações, não só
governos ou lideranças políticas, mas também as empresariais, sindicais, e sociais, ao darem crédito
àquelas análises, serão levadas a tomar medidas para enfrentar falsas conjunturas. Seriam, todos,
induzidos a errar ao tentarem corrigir rumos que estavam certos e que, alterados para fazer frente a
cenários fictícios, conduzirão a equívocos.
EXEMPLO HIPOTÉTICO DE COMO PODERIA SE DAR UMA MANIPULAÇÃO E DE COMO A
REALIDADE ACABARIA TRANSFORMADA PELA FICÇÃO E ADAPTANDO-SE A ELA.

Este autor nunca escreveu qualquer obra de ficção. Contudo, creio que cabe aqui fazer um exercício de
imaginação, apenas para demonstrar em que situação ou circunstâncias as pesquisas poderiam ser
utilizadas, pela imprensa, para influir de forma decisiva e ameaçadora no comportamento social a
ponto de mudar os rumos de uma eleição.

Aos leitores que não apreciam a inquietude ou sentimento alarmista que podem despertar hipóteses e
teorias de conspiração, eu alerto que este capítulo pode despertar aqueles sentimentos negativos e, se
prosseguirem a partir daqui, não assumo mais responsabilidade pelo seu sistema cardíaco. Mas
ressalvo que esta hipótese de conspiratória é remota ou até pouco provável, mas não de todo impossível.

Qualquer semelhança dos fatos fictícios aqui narrados, com fatos reais, pode ser mera coincidência,
mas este autor duvida que alguém queira vestir esta carapuça.

Imaginem os leitores, uma situação hipotética onde, alguns meses antes da data da eleição, um jornal
ou um grupo de veículos se acertem entre si para prejudicar um candidato e favorecer seu principal
concorrente. Na situação hipotética, imaginemos que a conjuntura real é a seguinte: o “protegido” não
está em boa situação pois existem dois outros candidatos fortes que dividem com ele as preferências
eleitorais, enquanto o principal rival ou “alvo” lidera a disputa mas tem altos índices de rejeição.

O objetivo é bi polarizar a disputa, para que o seu “protegido” possa desbancar os dois concorrentes
que o impedem de apoderar-se das intenções de voto da parcela majoritária do eleitorado que rejeita o
“alvo”. Para provocar uma situação de “voto útil”, os números e análises teriam que convergir para
justificar a migração da rejeição do impopular adversário em favor do “protegido”, que seria
proclamado como o único capaz de derrotar o “alvo”.

Para conseguir os números que serviriam de “âncora” para embasar a tese (fraude) e justificar as
análises e repercussão ou desdobramentos, os veículos consorciados precisariam possuir pelo menos
dois institutos ou cooptar cúmplices entre os já existentes.

Para atingir o objetivo, bastaria ao consórcio de veículos divulgar uma pesquisa manipulada, que daria
base a manchetes espetaculosas, entrevistas, reportagens e análises que favorecessem a adesão social à
tese de que o candidato “protegido” seria a única alternativa para derrotar o candidato “alvo”. Logo
após, sai nova pesquisa, que corrobora os números da primeira e todas as análises feitas até então.

Para isolar os dois candidatos que teriam suas intenções de voto “rebaixadas” e transferidas para
elevar os números do “protegido”, o ardil seria elevar os números de candidatos nanicos, que
passariam a defender com unhas e dentes a validade da pesquisa: elevar um pequeno candidato que
tem 1% para 3% ou um que tenha 3% para 5%, não influi nada no resultado da disputa, mas faz uma
diferença enorme para os inocentes beneficiários desta fraude.

Finalmente, para impedir que o candidato “alvo” questionasse os números e análises divulgadas, o seu
patamar real de votos seria mantido inalterado, pois assim, mesmo que o “alvo” tivesse acesso a outras
pesquisas, não poderia ter certeza absoluta sobre qual das pesquisas seria a mais correta, se a sua ou as
do consórcio.
OUTROS REQUISITOS:

Para o plano dar certo, também seria necessário impedir, por um período de 20 ou 30 dias, que
qualquer outro resultado de pesquisa fosse divulgado, tarefa que caberia parte aos veículos cúmplices e
parte à ação dissuasória da assessoria jurídica do grupo político do “protegido”.

Aquela função seria a de criar empecilhos para impedir que qualquer outro instituto rompesse a
“cortina de chumbo” da desinformação ou pudesse lançar dúvidas sobre os números e análises
indutivas, usando todo tipo de chicanas jurídicas para desestimular qualquer outro instituto ou veículo
que não fosse parceiro do consórcio, divulgassem resultados que atrapalhassem o objetivo antes da
estratégia produzir resultado efetivo.

AS EVENTUAIS CONSEQÜÊNCIAS DO HIPOTÉTICO COMPLÔ:

Lideranças políticas que apoiavam os dois candidatos vitimados porque atrapalhavam o “protegido”,
diante da falta de perspectivas de vitória deles, passariam a negociar sua adesão à campanha de
oposição que tivesse maior possibilidade de derrotar o grupo político que sustentava o “alvo”.

O mesmo ocorreria com os financiadores das campanhas vitimadas, que não estariam dispostos a jogar
seu dinheiro fora ou apostar em candidatos que as falsas pesquisas e análises rotularam como inviáveis,
passando a investir no candidato que representasse a melhor chance de vitória.

Assim, naquelas circunstâncias e premissas, seria muito provável que em apenas um mês:
• A perda de apoios de lideranças políticas e financiadores que antes estavam ao lado dos dois
candidatos que estavam atrapalhando o “protegido”;
• Mais a migração (voto útil) de parte dos eleitores dos dois que foram convencidos ou
influenciados pelas análises do consórcio a acreditar que a única alternativa para derrotar o
candidato “alvo” (um mal maior) seria o “protegido”;
• Acabassem derrubando o patamar das intenções de voto das duas vítimas e passassem a
reforçar o caixa e o cacife político e elevando o patamar de intenção de votos do candidato
“protegido”, caso em que a nova realidade teria sido moldada pela ficção.

Assim, apenas hipoteticamente, um consórcio de veículos mancomunados com dois institutos de


pesquisa para favorecer um grupo político seria teoricamente possível, levando lideranças políticas,
eleitores e financiadores a pensarem e agirem como se a realidade conjuntural fosse outra.

Sempre hipoteticamente, tais estratégias, com pequenas variações, poderiam também ser utilizadas
para lançar candidaturas, fomentar rivalidades internas ou guerras fratricidas nos grupos políticos,
favorecer ou prejudicar candidatos que disputem pré-convenções, induzir partidos a lançar candidatos
menos viáveis, proclamar falsos vitoriosos em debates, levar adversários a mudar o rumo de
campanhas que tinham estratégias vencedoras, etc.

A bem da verdade, o mais importante é salientar que uma empresa de pesquisa pode, no máximo, ser
cúmplice no processo, mas que, em nenhuma hipótese, um instituto ou simples pesquisa teria como
manipular ou induzir a opinião pública, pois isto só pode ser feito por quem tenha absoluto controle
sobre a linha editorial de cada meio de comunicação. Ou por quem possa pagar o elevado preço de uma
massiva campanha de propaganda em torno dos números manipulados.
DE VOLTA À REALIDADE

Como dono de um instituto de pesquisas com atuação nacional, que já foi alvo de dezenas de processos
por suspeita de fraude, e que também já processou dezenas de candidatos por calúnia, injúria e
difamação, posso afirmar aos meus leitores que, senão em todos os casos, na esmagadora maioria das
vezes, apesar da enorme desconfiança e de muita folclore, podem até ter ocorridos erros involuntários,
mas nunca pude comprovar, nos casos mais rumorosos, fraude alguma. E subscrevo integralmente a
declaração do Paulino, do Datafolha, de que as tentativas de fraude por parte dos entrevistadores são
inevitáveis. No caso da Brasmarket, 3 em cada 10 entrevistadores tentam, de alguma forma, fraudar ou
falsear os resultados de seu trabalho, e é por isto que temos consciência da necessidade de
estabelecermos rigorosos sistemas e procedimentos para testar a consistência dos trabalhos de campo.

No caso da Brasmarket, posso assegurar que nenhuma fraude resistiu à nossa auditoria interna. Isto
porque os institutos vivem de credibilidade e não há fraude nem imagem que resista ao dia seguinte da
apuração.

Em 24 anos de atividade, a única fraude sistemática e que abrangia todos os estados que este autor teve
notícia, ocorreu nas eleições passadas, de 2004, quando influente veículo aliou-se a um instituto recém
criado para aquela finalidade e tentou aliciar um de nossos chefes de CPD para perpetrar uma imensa
fraude em todo o País.

Apesar das insistentes (e vãs) denúncias e alertas à direção do veículo, o crime foi perpetrado – e não
apenas uma vez. Para não ter meu instituto envolvido, tive que entrar com uma ação judicial, onde
juntei os testemunhos, as provas que tinha e os telegramas registrando o fato.

Percalços sofridos pelos institutos que cobrem as eleições

Qualquer Instituto que já tenha coberto processos sucessórios sabe que o desgaste à sua imagem será
inevitável, resultado de ataques à sua idoneidade, sempre desferidos por candidatos flagrados em
posições de momentâneas de desvantagem, a maioria feito por líderes escudados na sua imunidade
parlamentar para lançar suspeição ou calúnias sem terem que responder à justiça por seus atos e
pronunciamentos. E o único bálsamo que pode curar as chagas expostas pelos ataques irados e
inconseqüentes contra os institutos é o veredicto final e supremo da apuração dos votos.

Ao longo das duas décadas de atuação, não foram poucas as vezes que eu fui convidado a depor contra
os institutos concorrentes, em questionamentos judiciais patrocinados por lideranças políticas. Acredito
que outros dirigentes de grandes institutos já tenham sido também convidados a depor contra a
Brasmarket.

Mas todos nós, dirigentes de grandes institutos, sabemos que só não está sujeito a erros e suspeitas de
fraude aqueles que tiveram o juízo de ficar fora do segmento. Sabemos também que qualquer
discrepância nos resultados entre um e outro instituto, pode estar ligada a diferenças metodológicas; às
diferentes datas do campo, ou ao pouco compreendido intervalo de confiança e, quase nunca, têm
relação com as perversas manipulações e conspirações que nos são atribuídas (e se tivessem, não
haveria como provar).

Por isto, há apenas cinco sobreviventes teimosos e heróicos institutos de pesquisa no Brasil, dispostos a
ganhar pouco e apanhar muito para monitorar, nacionalmente, as intenções de voto nos períodos
eleitorais, todos eles sediados em estados da região Sudeste, onde têm sede os principais veículos de
comunicação de massa do País: Além da BRASMARKET (SP), apenas o IBOPE (RJ), o VOX POPULI
(MG), o DATAFOLHA (SP) e, mas recentemente o SENSUS (MG) ainda cobrem regularmente as
eleições na maioria dos estados do País.

E dentre todos eles, apenas o Brasmarket e o IBOPE insistiam em fazê-lo na maioria dos estados e
capitais, incluindo aqueles menos privilegiados sob o ponto de vista do PIB ou da densidade eleitoral.
Depois do desgaste acarretado à imagem dos grandes institutos em razão de alguns poucos desacertos
(exceto a Brasmarket, todos os demais institutos não acertaram os resultados nos estados das eleições
no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal) todos reduziram sua área de
cobertura.

Entusiasmada com sua proeza e acerto de 100% dos resultados, apenas a Brasmarket ampliou a sua
área geográfica de atuação, no que, admito hoje, foi meu megalomaníaco projeto de monitorar as
eleições nas principais 500 cidades do Brasil. Com a metade da idade e experiência do “cinqüentão”
IBOPE, nós ainda não fazíamos idéia do tamanho da enrascada e da dor de cabeça em que estávamos
nos metendo, mas na época, este autor sentia-se muito orgulhoso desta proeza: era como uma prestação
de serviço de utilidade pública e responsabilidade social que a Brasmarket investia o que ganhava nos
estados “ricos” para cobrir, de graça, também os estados “pobres”, na ilusão de que isto se constituía
numa vantagem.

Um de dos slogans do Brasmarket à época era: o único instituto que não discrimina o os estados por seu
porte econômico ou poder político. Só nós revelamos à sociedade brasileira o seu País inteiro...

Pude sentir na própria carne o efeito da retaliação que meu instituto sofreu ao ousar cobrir a sucessão
em 500 municípios de todos os estados brasileiros. Cada “rodada” ou série de pesquisas gerava uma
imensa onda de insatisfação. Como tínhamos estrutura operacional muito maior do que a nossa
estrutura física (número de filiais ou escritórios) e comercial, os custos de nossa cobertura em 400
praças, onde não tínhamos sequer um vendedor, consumiam toda a receita que podíamos obter nas 80
praças onde tínhamos estrutura comercial.

Mas os prejuízos institucionais foram muito maiores que os comerciais: candidatos insatisfeitos com
seus números usaram seus espaços na mídia local para lançar injúrias, calúnias e suspeição sobre o
nosso instituto e a veracidade de nossos levantamentos.

A princípio, nos grandes colégios, ainda tentamos reagir e processar os agressores mais afoitos.
Contudo, a partir do momento em que os levantamentos se tornaram quinzenais, não havia nem tempo
nem efetivos humanos para fazê-lo, e até hoje, de vez em quando, fico sabendo de candidatos que
juraram que negociaram comigo próprio, em carne e osso e ao vivo, em cidades que nunca pisei e gente
com quem nunca falei.

E pior ainda: alguns de meus detratores foram tão safados, cafajestes e canalhas, que alegaram que,
por não aceitarem o preço que lhes propus, tiveram seus números rebaixados nas nossas pesquisas...
Meu consolo é que a imensa maioria destes perdeu a eleição, o que serve para desmascará-los.

Em outros colégios eleitorais, tive notícia que candidatos chegavam a reimprimir os cadernos da revista
que divulgava nossas pesquisas para adulterar os resultados, ou imprimiram jornais e panfletos,
distribuídos fartamente, com números adulterados.

Anos depois desta grandiosa (e desafortunada) iniciativa, ainda ouço algumas pessoas que, sem
saberem que eu sou o dono do instituto, comentam estórias de vendedores da empresa que teriam
insinuado ameaças a prefeitos caso estes não adquirissem nossos relatórios de pesquisa, ou teriam
oferecido “melhorar” seus resultados caso o fizessem.

Mas tive conhecimento de muitas fraudes cometidas por candidatos, muitas vezes de cidades que nem
tinham sido pesquisadas, que mandavam imprimir encartes, jornais e volantes, com números
adulterados por eles e procuravam, assim, enganar os eleitores e os adversários. Houve até um caso, em
1998, num estado da região Norte, onde um dos concorrentes, aproveitando-se que a revista tinha baixa
circulação, imprimiu milhares de exemplares de seu jornal e os distribuiu nos cruzamentos e
residências onde constavam números diferentes dos publicados na revista. Só tive conhecimento do fato
dois anos depois, quando um dos diretores da Brasmarket negociava a venda de pesquisas com um
cliente naquele estado.

Em 2.000, como fizemos centenas de pesquisas em municípios onde não tínhamos sequer um cliente ou
veículo conveniado, nós também recebemos algumas ligações de candidatos e partidos, pedindo-nos
confirmação ou perguntando sobre pessoas que nunca ouvíramos falar e que, segundo eles, se
apresentavam como vendedores ou representantes de nossa empresa. Sempre que consultados,
instruíamos os interlocutores a registrar ocorrência policial ou lhe pedíamos que nos fornecesse seus
dados para testemunhar tais supostas ocorrências, mas nunca tivemos resposta positiva a respeito de
nossa orientação nem tivemos atendida nossa solicitação.

Outro caso que pode dar ao leitor uma idéia do poder de retaliação da classe política, foi protagonizado
pelo prefeito pedetista Vidigal, do município de Serra, no Espírito Santo, quando ele apropriou-se
indevidamente de um levantamento nosso e furou a revista, antecipando-se à publicação e lançando
uma enorme campanha publicitária, onde ele usava nossos números para auto promover-se.

Gostaria que o ministério Público do Espírito Santo tivesse perguntado ao meu detrator quanto ele
pagou pela pesquisa da qual tirou os dados para sua milionária campanha, ou de onde tirou os números
grandiosos, se não pagou pela pesquisa...
Como a Brasmarket e a Revista decidiram, como era de nosso legítimo direito, não publicar o resultado
do município de Serra, o destemperado prefeito caluniou-me para a imprensa, alegando ter sido
achacado por mim para sair beneficiado em uma de nossas pesquisas. Não satisfeito, chegou até a
tentar indispor-me junto à direção da revista.

Em sua campanha difamatória, o prefeito Vidigal afirmava dispor de gravações e provas cabais contra
minha pessoa. Porém, quando foi interpelado judicialmente, descaradamente e sem nenhum pudor,
alegou ter entregado as provas que dispunha contra mim ao secretário de segurança pública, e que o
secretário as teria perdido...

Este episódio foi particularmente marcante, porque alguns concorrentes, um deles por mim interpelado
judicialmente; tentaram usar recortes de jornais com as denúncias do caluniador (esquecendo-se de
juntar as nossas defesas) para, covardemente, tentar desabonar-nos junto a clientes potenciais (o leitor
já deve ter se dado conta que a concorrência cruel não é prerrogativa exclusiva das classes políticas em
suas campanhas...).

Em contrapartida, sempre me emociono quando políticos, prefeitos e governadores com quem nunca
havia estado antes, me contam que estavam sendo vítimas de manipulação e que nossas pesquisas
foram decisivas para suas vitórias e para desmontar farsas, como ocorreu, por exemplo, com o
governador Ronaldo Lessa, no Alagoas ou com o prefeito de Atibaia, no estado de São Paulo.
Quero aproveitar este espaço para tornar nacionalmente público que, em 52 anos de vida, graças a
Deus e à minha índole pacífica e conciliadora, embora já tenha levado calotes e sido traído por amigos
que eu considerava mais que irmãos, eu tenho o orgulho de não ter ódio nem inimigos, pois, consciente
ou deliberadamente, jamais fiz mal a ninguém.

Mas há duas pessoas que, pelas calúnias e pelo mal que me fizeram sinto-me no dever de denunciar,
para que não possam prejudicar a outros como o fizeram a mim: O Sr. Toledo da concorrente Toledo &
Associados e o prefeito de Serra, Sr. Vidigal. Gostaria que cada cidadão que tenha ouvido pessoalmente
ou assistido a entrevistas dadas por qualquer daqueles dois contumazes detratores, que se
comunicassem comigo, para que eu possa ajuizar a cada um deles por calúnia, injúria e difamação. E
atingir aos dois mentirosos onde mais lhes dói, com ações pedindo indenização pelos danos materiais e
morais que me causaram.

E coloco-me à disposição de qualquer adversário deles que precise de um testemunho público de sua
maldade, cinismo, falta de ética e premeditação. Aliás, adoraria que o povo de Serra (que tinha pelo
prefeito grande admiração em 2.000) soubesse de mais estas qualificações de seu líder: a mentira, a
calúnia e a difamação, para poder julgá-lo e aposentá-lo ainda no primeiro turno das eleições em curso.

Para finalizar meus comentários sobre a alta capacidade da classe política em destruir reputações, uso
deste espaço para fazer a minha defesa pública, pois não tive a oportunidade de responder a muitas das
difamações que já tive notícia. Isto porque a campanha contra meu instituto foi surda, anônima e
covarde, e dela só tive conhecimento fortuito e pontual, por causa de conhecidos que me contaram fatos
que chegaram ao conhecimento deles, mas impedindo-me de tomar satisfações pessoais com meus
detratores para não prejudicá-los.

Ouso pedir aos líderes que se baseiam no “diz-que-diz-que” fomentado por desafetos ou concorrentes
para formar conceito negativo sobre minha empresa, que deixem de se prestar o papel de inocentes
úteis e de servir como caixa de repercussão, auxiliando-me a dar um basta nesta campanha de
difamação.

Aos jornalistas de todo o País, informo que a Brasmarket rompeu suas ligações com a revista com
quem manteve parceria por mais de 10 anos, contra a qual move um processo, em curso no fórum João
Mendes, para livre acesso de quem interessar-se em conhecer seus detalhes. Mas também informo que
nunca recebi nenhuma proposta imoral, sugestão para manipular resultados e nem qualquer outro tipo
de pressão: quando os números contrariavam interesses ou amizades, eles simplesmente não eram
publicados e eu ficava com um mico nas mãos e um furo no bolso.

Esta rivalidade com o ex-parceiro também provocou boataria e, como a revista tem mais poder e
ligações para repercutir a sua versão, chora menos que este autor, o que não quer dizer que a versão
que eventualmente se emane dela é a verdadeira. Por justiça, preservo aqui o nome do dono da
publicação, de quem jamais tive notícia que, pelo menos frontalmente, tivesse desencadeado campanhas
contra mim, mas isto já foi feito por gente muito próxima a ele. E também foi explorado por maus
governantes para tentar ferir a reputação do nosso instituto. Reproduzo e-mail que guardo com
carinho e que recebi de Ivanildo Sampaio, ético, corajoso e competente Diretor de Redação do
prestigiado Jornal do Commércio, o mais tradicional do estado de Pernambuco, que tinha publicado
nossa pesquisa e me solicitado informações, por ocasião de pesada campanha difamatória que nos foi
promovida pelo governo estadual e seus áulicos quando apontamos que ele era mal avaliado pela
população pernambucana:

Prezado Ronald,
Nós nunca duvidamos da seriedade de vocês. Razão pela qual publicamos, sem qualquer receio, as duas
pesquisas onde se colocavam muito mal no quadro nacional tanto o prefeito do Recife como o governador do
Estado. Como costumo dizer sempre, os nossos políticos, inflados pelos áulicos, só consideram pesquisa
honesta aquela em que aparecem bem. Não olham para o próprio rabo e fazem questão de ser cegos e surdos
para a rejeição de que são vítimas. Deve ser dito, a bem da verdade, que o prefeito João Paulo recebeu o
tranco com dignidade: almoçamos juntos e ele procurou saber quais os pontos mais frágeis de sua
administração, para tentar corrigi-los. Já no Governo do Estado, como nós esperávamos, a reação foi outra. É
uma equipe presunçosa e prepotente, que se julga acima do bem e do mal. Paciência... o Jornal não tem
compromisso outro que não seja com seus leitores - e vai continuar na sua linha de independência, de ética e
de dignidade.

E muito obrigado pelas informações.

Ivanildo Sampaio

Confesso aos meus leitores que, se estas declarações públicas e a defesa eu que faço aqui, não forem
suficiente para resgatar a imagem do que considero entre os melhores e mais sérios institutos do País,
eu estou disposto a voltar à minha atividade inicial de consultor na área de Marketing Político.

Aí, poderei usar tudo o que aprendi para auxiliar meus clientes a vencer eleições - e uma coisa é certa:
eu estou absolutamente convencido que as pesquisas se constituem no grande diferencial para
assegurar sólida vantagem sobre os adversários; e que cada campanha da qual este autor participar,
terá seu próprio departamento de pesquisas e sistema de informações.

O uso de ardis e estratagemas jurídicos para dificultar a atividade de pesquisa

Entre os ardis e chicanas jurídicas mais empregadas para inibir os institutos e desestimulá-los de
efetuar pesquisas, estão os questionamentos sobre a distribuição amostral, o exercício açodado e
exacerbado do direito de fiscalização, tentativa de intimidação dos institutos através de insinuações
veladas de retaliação, etc. Também são comuns as intimações para prestar depoimentos na polícia
federal (cartas precatórias) para responder a suspeitas infundadas de fraude ou sobre razões de
diferenças de resultados entre os diversos institutos, etc.

Muitos partidos, interessados em manter a sociedade desinformada sobre os números das pesquisas,
tentam impugnar o registro das pesquisas para impedir a sua divulgação pela imprensa. Para atingir
aquele objetivo, tentam desacreditar o instituto antes mesmo da divulgação dos resultados da pesquisa
registrada, veiculando suspeitas e especulações sobre supostos interesses ocultos ou, ainda, procurando
pêlo em ovo, alegando faltas supostamente cometidas em campo por entrevistadores do instituto e
dezenas de outros pretextos.

Mas nem sempre o grande partido tomou a decisão mais acertada. Em Santo André, município da
Região do Grande ABC, os candidatos que estavam na dianteira em nossas pesquisas decidiram seguir
o exemplo do partido na capital e se deram muito mal, comprando briga com um dos mais corajosos
editores que já tive a honra de conhecer. E ninguém melhor do que o próprio para descrever o
ocorrido, razão pela qual passo a reproduzir duas matérias publicadas pelo próprio Daniel Lima sobre
o assunto:

Edição 2.075 – Nº 1394, Ano V – Do Editor


Grande ABC, segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Por que torci e vibrei com a


derrota de Brandão-Duilio
 DANIEL LIMA

Em nome de um regionalismo que imaginava tematicamente recíproco cometi a bobagem de votar mais
de uma vez em Newton Brandão e em Duilio Pisaneschi, tanto para o comando da Prefeitura de Santo
André como para cargos legislativos estaduais e federais. Os votos em Brandão não foram
completamente inúteis, principalmente os dois primeiros ao Paço Municipal. Os endereçados a Duilio
Pisaneschi foram um desperdício. Mas, como Deus é justo, soberano e nos guia tanto ao arrependimento
quanto à ressurreição íntima, eis que, ano passado, nas eleições à Prefeitura de Santo André, pude,
gostosamente, do alto da legítima defesa do direito de expressão e da liberdade de imprensa, ajudar a
derrotá-los na disputa que se apresentou, a eles, a mais fácil entre todas. Eles só não estão no Paço
Municipal de Santo André entre outras razões por pelo menos três específicas: fizeram uma campanha
odiosa aos adversários, tratando-os como inimigos; dispensaram aos neutros a covardia de retaliações e
tiveram o grande azar de encontrar na direção de Redação do Diário do Grande ABC um jornalista que
não os teme.

Hão de perguntar os leitores desta newsletter porque me meto a escrever sobre as eleições do ano
passado agora que estamos a quase um ano daquela disputa? Primeiro porque há muitas histórias
daquela campanha que precisam ser repassadas neste veículo para, quando disponibilizar de recursos
financeiros, transformar em insumos de novo livro, como "República Republiqueta". Segundo porque o
momento político é propício para mostrar o quanto disputas eleitorais subordinadas ao fígado são
fratricidas, fragmentadoras, corrompedoras éticas, entre outros condimentos de um vatapá indigesto de
iniciativas que nada garantem que seja um sacrifício pela comunidade vestir a faixa de prefeito,
governador ou presidente.

Aqueles meses eleitorais à frente da Redação do Diário do Grande ABC foram tormentosos porque me
puniram com algo de que, cidademente, tenho horror. A atividade política partidária jamais me atraiu
porque exige flexibilidade ética que condeno em ações pessoais e corporativas. Tivesse estômago para o
jogo político, cidademente não seria um tolo jornalista de 16 horas diárias de trabalho. Me meteria nessa
seara sim. Em suma, paguei pelo que não fiz. Mas, no final, felizmente, dei a volta por cima. Sem ser
petista, sem ser admirador confesso da administração pública em Santo André, em evidente queda de
qualidade depois do fulgurante Celso Daniel (e nem poderia ser diferente) torci corintianamente pela
vitória do sãopaulino que durante muitos anos dirigiu o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André.
Confesso de público. E tenho certeza que os leitores, em meu lugar, fariam o mesmo.

Querem apostar? Imaginem-se comandante de uma redação do veículo mobilizador da comunidade


regional (a revista Livre Mercado é, orgulhosamente, o veículo de reflexão, de conhecimento, de valor
agregado da informação) o tempo todo centro de perseguição, vilipêndio e tentativas de desmoralização?
Peguei o bonde andando ao assumir o Diário em julho do ano passado, porque a disputa eleitoral em
Santo André já estava fervendo. Mal-acostumados com antigas preferências do comando de redação
daquele jornal, os dirigentes da Frente Andreense não engoliram mudança acionária poucos meses antes.
Mais que isso: um suposto novo acionista, também supostamente adversário de uma ala da Frente
Andreense, precisava ser combatido o tempo todo, por conta de um passado pouco amistoso na área de
transporte coletivo.

Cheguei ao Diário, como disse, em meio à disputa. A primeira providência que tomei foi assumir a
responsabilidade pela inviolabilidade e pela interpretação das pesquisas contratadas ao Instituto
Brasmarket, cujos dirigentes jamais vira mais gordos. Conheci-os o suficiente para lhes dar ampla
credibilidade. Fizemos um pacto de indevassabilidade dos números, que deveriam ser consumidos
prioritamente pelos leitores. Sofremos pressões terríveis. A Frente Andreense de Newton Brandão e Duilio
Pisaneschi promoveu a mais descomunal perseguição contra um veículo de imprensa. Orquestrou uma
tonelada de ações na Justiça Eleitoral tanto para impedir a divulgação de pesquisas quanto para requerer
direito de resposta absurdamente manipulado por uma subjetividade que se estruturava em confundir a
opinião pública.

Levou a Frente Andreense com tamanho despropósito a missão binladeana de cercear o direito de
publicação dos números coletados cientificamente pelo Instituto Brasmarket que, até que a disputa
eleitoral se desse, apenas no último trabalho, o Diário conseguiu divulgar números que se confirmaram
nas urnas. Aliás, esse desenlace mereceria capítulo especial, tal a incompetência de a Frente Andreense
levar até o fim o propósito de atrapalhar a democracia da informação. Nesse ínterim, a Frente Andreense
amordaçou o jornal. Promoveram tantas artimanhas que cavaram a própria sepultura eleitoral, porque, em
três das rodadas encomendadas ao Instituto Brasmarket, a Frente Andreense liderava as intenções de
votos. Dispomos de documentos que provam a estultice de a Frente Andreense trocar a razão pelo fígado
e de substituir o diálogo pela pressão. O Diário do Grande ABC, portanto, foi impedido de publicar os
números das pesquisas do Instituto Brasmarket sobre as eleições em Santo André que conferiam
vantagem à Frente Andreense que se dizia perseguida pela publicação.

O que eu e meus companheiros de redação passamos durante aqueles meses por causa do destempero
da Frente Andreense pode ser relatado em muitos capítulos. Toda a desordem diretiva da Frente
Andreense, onde não faltavam intrigas internas que tornaram a operação de campanha um samba do
crioulo doido, do qual o advogado Raimundo Salles saiu-se como grande vitorioso ao bater em retirada,
toda essa desordem, repito, refletia-se nos relacionamentos institucionais da organização multipartidária.
Salvo engano, foram 32 solicitações de direito de resposta que a Frente Andreense acumulou contra o
Diário do Grande ABC durante o período eleitoral do ano passado. É provável que nenhum veículo de
comunicação tenha passado por tanto abuso. Sim, abuso, porque embora a legislação reserve a medida
às agremiações partidárias, o que tivemos em Santo André foi algo deliberado para transformar o Diário
do Grande ABC, não o Partido dos Trabalhadores, em adversário a ser combatido.

Queriam os supostos estrategistas da Frente Andreense que o Diário do Grande ABC saísse
enlouquecidamente para a briga. A tática era perfeita. Um ex-triprefeito e um ex-bideputado no comando
do consórcio partidário teriam munição farta para se tornarem indefesos protagonistas de uma disputa
eleitoral que teria um poderoso jornal como vilão. Não caímos na armadilha. Demos a primeira estocada
sobre a proibição da pesquisa, mas aos poucos amenizamos o tom, sempre sustentados pela
repercussão da opinião pública ouvida pelo Instituto Brasmarket. Não poderíamos ultrapassar a linha que
separa justa indignação de contundente exasperação. O ambiente de vitimização fora preparado ao longo
dos meses, quando se propagou aos quatro cantos que o Diário do Grande ABC era um ramal do Partido
dos Trabalhadores. Bater persistentemente nos abusos da Frente Andreense seria um convite à
exploração esperta e ao desequilíbrio eleitoral num Município onde a influência do jornal é representativa,
sobretudo nas classes mais conservadoras.

Não caímos na arapuca, João Avamileno ganhou e, sem meias palavras, vibrei com o resultado. Sem
qualquer vínculo partidário, repito, não tinha outra decisão a tomar senão comemorar, porque, como
jornalista independente, não aceitava nem aceito que a liberdade de Imprensa tão duramente conquistada
neste País fosse torpedeada por uma legislação eleitoral herdada da ditadura militar.

Foram se não me engano 32 pedidos de direito de resposta da Frente Andreense. Ganhamos todos em
primeira, segunda ou terceira instância através do brilhante advogado Antonio Russo. Não se faz política
com ódio e ranzinzice. Que Newton Brandão e Duilio Pisaneschi aprendam essa lição. Quem sabe, caso
tenham programa de governo ou de legislador sério, voltarei a votar neles. Meu time é o Grande ABC
Futebol Clube -- como escrevi outro dia.

Em tempo: votei em 2004 pela primeira vez em João Avamileno, como votara pela primeira vez, na
eleição anterior, em Celso Daniel.

CAPITAL SOCIAL ONLINE

Condecoração da Frente
Andreense do Atraso
 DANIEL LIMA

Chega-me aos ouvidos sempre atentos a notícia de que a Frente Andreense do Atraso, conglomerado de partidos que
conseguiu perder a eleição mais fácil da história de Santo André, em outubro do ano passado, repassou de forma
encomendada ao Diário do Grande ABC o que chamaria de condecoração de independência deste jornalista. Dizem-
me fontes do próprio jornal que dirigi entre julho do ano passado e abril deste ano que a Frente Andreense do Atraso
dos candidatos Newton Brandão e Duilio Pisaneschi convocou correligionários a enviar ao Diário do Grande ABC votos
de congratulações pelo desligamento deste profissional. Seria muito mais produtivo se se organizassem para preparar
alternativas econômicas e sociais para Santo André.

Se já contava com razões de sobra para comemorar nove meses naquele jornal (depois de 15 anos nas décadas de
70 e 80), agora posso somar mais essa manifestação. Ser motivo de comemoração da Frente Andreense do Atraso é
uma glória porque não há nada mais obsoleto, mesquinho, destrutivo e pernicioso na história política do Grande ABC
do que esse conglomerado de aleijões éticos. Não vou me estender sobre alguns dos motivos que levaram os
remanescentes da Frente Andreense do Atraso a se manifestarem à direção do Diário do Grande ABC porque, logo
abaixo, reproduzo texto de minha autoria que o jornal publicou no dia seguinte às eleições de segundo turno em Santo
André.

Além de me divertir um bocado com a informação de que emeios, cartas e telefonemas foram ensaiados para
demarcar as diferenças entre este jornalista e o comando daquela lambança política, festejo minha independência em
relação aos partidos políticos. Jamais me filiei a partido algum. E já votei em candidatos de várias siglas, entre os quais
inclusive Newton Brandão e Duilio Pisaneschi, comandantes da Frente Andreense do Atraso. Sim, votei em ambos, lá
atrás. É lógico que não repetiria o gesto porque, afinal, não podemos incidir em erros antigos.

Só votei uma única vez em Celso Daniel (na última disputa pela Prefeitura de Santo André). E votei em João
Avamileno em outubro do ano passado, duas vezes seguidas, porque não poderia assinar atestado de estupidez que
supostamente ajudaria a consagrar uma dupla que passou o tempo todo espicaçando adversários reais e imaginários.
Principalmente os imaginários.

Leiam o texto abaixo, de 31 de outubro do ano passado, e certamente entenderão por que a Frente Andreense do
Atraso resolveu passar uma atestado de idiotice ao condecorar-me.

Brandão perde e escapa de


afundar em um balaio de gatos
 DANIEL LIMA

O triprefeito Newton Brandão é o maior vencedor da disputa de ontem em Santo André. Os céus protegeram e
abençoaram o candidato tucano. Não fosse a sabedoria majoritária dos eleitores, que consagraram o petista João
Avamileno, Newton Brandão provavelmente viveria os quatro piores anos de sua vida política e, certamente, correria
sérios riscos de ver seriamente arranhado o legado gerencial de 14 anos que passou no comando da Prefeitura.

E sabem por quê? Porque Brandão, quase octogenário e previamente comprometido em partilhar o poder com os
insaciáveis aliados, não teria o menor controle sobre as forças antagônicas, recalcitrantes, conservadoras,
idiossincráticas e destrutivistas que tomaram de assalto a coligação Frente Andreense.

Imperou nessa multifacetada e convulsiva coalizão partidária uma proposta de combate encardido que desprezou as
normas de civilidade democrática e de entendimento diplomático. Não que se espere comportamento pacificador nos
combates entre militantes e alquimistas táticos e estratégicos dos adversários petistas. Nada disso. Escaramuças
fazem parte do processo democrático. A Frente Andreense errou frequentemente ao exagerar na dose exatamente
porque desgovernou-se como tronco de árvore rio abaixo. A panfletagem irresponsável, principalmente na avacalhação
de Celso Daniel, desrespeitou inocentes até prova em contrário. Foi um contínuo ato de desespero e de
desqualificação eleitoral. Acreditava-se que a chuva de torpedos contra a honra de adversários políticos contribuiria
para desalojar do Paço Municipal uma estrela vermelha que alcança três mandatos consecutivos.

Destemperos
E os destemperos da Frente Andreense contra o Diário, então? Pretendendo fazer-se de vítimas, bem nutridos leões-
de-chácara jurídicos atormentaram o tempo todo o trabalho do jornal. Intervenções sistemáticas contra a divulgação de
pesquisas do Instituto Brasmarket foram a face mais visível da lambança antidemocrática. Foram mais intensas, mais
estúpidas, mais desordenadas e mais provocativas as três dezenas de tentativas de entorpecer a cobertura jornalística
com pedidos de direitos de respostas que a Justiça Eleitoral, sábia no cumprimento da Constituição e da Lei de
Imprensa, rejeitou na mesma proporção em que foram interpostas. Não faltou persistência à retaguarda jurídica da
Frente do Atraso na industrialização de petições em nome de Newton Brandão e de Duilio Pisaneschi.

A única ação de direito de resposta determinada pelo juízo eleitoral foi perpetrada às vésperas da disputa do primeiro
turno, em 2 de outubro. Oficiais da Justiça Eleitoral e um representante do quadro de advogados da Frente Andreense
postaram-se na Redação do jornal para ver consumado o pior tipo de agressão ao direito de informação: a publicação
de manchete de primeira página e de destaque da página 3 de um texto absurdamente ofensivo à tradição quase
cinquentenária do jornal e, também, imantado de possibilidades de viciar os resultados do primeiro turno, dada a
reconhecida influência deste veículo de comunicação.

Direito de invadir
Sim, aquele direito de resposta redigido por ensaístas ditatoriais e mesmo que reformado em parte pelo juízo
eleitoral seria uma agressão ao jornalismo, porque a fundamentação era tosca e contraditória. Algo
assemelhado fora descartado anteriormente pelo próprio juízo eleitoral. A manchete de 3 de outubro da
primeira página e o título principal da página 3 foram de autoria de quem tem delegação constitucional para
tanto -- os jornalistas deste Diário. Na semana seguinte, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) deu um peteleco
nas pretensões dos ditadores da Frente Andreense ao atender o recurso do Diário.

O que a Frente Andreense queria o jornal não lhe concedeu: a possibilidade de substituir o adversário João
Avamileno pelo jornal e, daí, estruturar plataforma eleitoral supostamente como vítima. O Diário cumpriu
integralmente o compromisso de informar com isenção, com equidade, com respeito. Mesmo atacado em
material covardemente preparado às escondidas, distribuído aos mangotes nas ruas e avenidas. Eram
repetidas tentativas de retirar o jornal do prumo de racionalidade na cobertura dos fatos. Celso Daniel parecia
não bastar para os ideólogos da vanguarda do atraso.

Tudo isso -- as pesquisas surrupiadas dos eleitores e as investidas atabalhoadas de pedidos de direito de
resposta -- não teria passado pelo crivo do candidato a prefeito Newton Brandão. Ou se passou, Brandão não
teve forças para impedir. Ele mesmo, Brandão, de viva voz, disse textualmente ao Diário que estava
curiosíssimo em saber os dados do Instituto Brasmarket. Bastava dar ordens ao quadro de advogados. Como
não deu, os leitores e eleitores se frustravam a cada semana, quando o jornal anunciava a publicação e era
barrado por filigranas jurídicas.

Esfarelamento
Mais que isso: notava-se com clareza meridiana que a autoridade de Newton Brandão esfarelava-se em complexas
redes de interesses dissonantes, porque mal planejados. O que seria então de Newton Brandão prefeito, partindo e
repartindo um arranjo eleitoral estabelecido no Palácio dos Bandeirantes do governo Geraldo Alckmin? O mesmo
Geraldo Alckmin cuja voz suave e elegante invadiu os telefones de centenas de milhares de moradores de Santo
André no sábado de véspera do segundo turno.

Tanto eram filigranas jurídicas as investidas da Frente Andreense contra o Diário que, surpresa, às vésperas
da disputa neste segundo turno o Instituto Brasmarket teve reconhecido pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral)
o direito de divulgar dados nas páginas do jornal. Na última batalha de bastidores, a Frente Andreense sempre
arredia ao diálogo, sempre múltipla em tomadas de decisões contraditórias, acabou derrotada pelo sagrado
direito de informar.

No meio do tiroteio errático de aliados que procuravam atingir alvos geralmente mal focados mas que deixavam
escapulir medidas escancaradamente lógicas, estava o triprefeito Newton Brandão. Escapou o político de
compromissos que provavelmente não poderia cumprir, sob pena de a governabilidade em Santo André escoar pelo
ralo. E se não as cumprisse, não existiria alternativa senão o efeito espelho, ou seja, o controle do Paço Municipal
viraria uma espécie de saco de gatos.

Afinal, transformaram um já cansado Newton Brandão numa espécie de El Cid, o herói espanhol que, mesmo morto,
foi levado ao campo de batalha como esperança de vitória. Brandão está vivo, goza de boa saúde, está lúcido, mas é
transparente a fragilidade que lhe impuseram como suposto comandante. Colocaram Brandão sobre o cavalo de um
oposicionismo irritadiço, coercitivo, discriminatório, e provavelmente o apeariam após eventual vitória. Com as
consequências imagináveis para uma cidade que precisa de paz, depois de tanto tormento nos dois últimos anos.

Celso vivo
Se Newton Brandão recuperou-se temporariamente nas urnas de Santo André, apesar de todos os pesares da
composição ensandecida de aliados a qualquer preço, Celso Daniel ressuscitou como administrador público sempre
respeitado, ao fazer seu sucessor pela segunda vez. A primeira foi compulsória, dramática, depois de uma morte
tratada a porretadas. Os adversários petistas em Santo André souberam construir a partir da morte de Celso Daniel
uma frondosa teia de versões contraditórias e sempre dilacerantes contra antigos companheiros do prefeito. Tudo sem
uma nesga de ética, de compromisso com a apuração dos fatos.

Mais que isso, desprezando as investigações da polícia mais especializada do governo estadual de Geraldo Alckmin, o
maior financiador da campanha da Frente Andreense. Como se sabe, o DHPP (Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa), a elite da polícia paulista, concluiu que o sequestro seguido de morte de Celso Daniel constitui-se
um dos muitos infortúnios urbanos da Região Metropolitana de São Paulo sempre maltratada pelos governos na área
de segurança pública. Mas os acompanhantes de Newton Brandão, pelo menos os principais, preferiram o desvio do
crime encomendado para atingir os adversários políticos. Uma operação iniciada antes que o corpo de Celso Daniel
descesse à terra em janeiro de 2002, mas de olho no calendário eleitoral que pretendiam tomar como referência da
consagração oposicionista.

Fizeram da memória de Celso Daniel algo semelhante ao que donas de casa reservam a um pedaço de tecido
imprestável.

Na reta de chegada do segundo turno, Celso Daniel foi o personagem principal dos embates quando a noite caía.
Jornais e panfletos apócrifos forraram ruas e avenidas. Tudo sem o conhecimento de Brandão? Ou tudo não só com o
conhecimento mas também com o consentimento de Brandão? A dúvida é proposital e simboliza, sem meias palavras,
que o candidato tucano de tantas jornadas vitoriosas nas disputas eleitorais em que vestia a camisa do PTB estava
amordaçado pelos parceiros que lhe escolheram.

Vá lá que em eleição o vale-tudo seja tolerado, porque o adversário, qualquer adversário, também não é flor que se
cheire. Mas, mexer com um morto venerado pela população, enlameando-lhe a memória a pretexto de torná-lo vítima
dos próprios amigos, versão reconhecidamente negada pela Polícia do próprio governo tucano, é exagerar na dose.

Boas causas
Outras questões relativas ao desempenho político-administrativo de Celso Daniel e que João Avamileno manteve
intocadas são mesmo suscetíveis a críticas, até porque não foram implantadas com o cuidado adequado. Os radares
vieram em boa hora -- e os demais municípios correram atrás do exemplo de Santo André -- mas houve descuidos e
um certo açodamento arrecadatório. Nada que não tenha sido corrigido ou atenuado. Entretanto, o que se coloca
sobre o assunto na panfletagem da Frente Andreense é a radicalização da versão única de que a fábrica de multas
não está sepulta ou menos voraz. Esquecem quantas vidas foram salvas nos últimos anos só com a aplicação de
restrições civilizatórias a animais soltos ao volante.

Também o PT de Celso Daniel e de João Avamileno pisou na bola na política de recuperação de tributos próprios,
especialmente o IPTU. Uma carga sobressalente de valores atingiu em cheio um número reduzido mas importante de
contribuintes. Bastou esse chute fora para que os adversários políticos se mobilizassem. Um direito democrático que
se expressou de forma desproporcional aos fatos e à sobrecarga fiscal. Procurou-se espertamente generalizar a
exceção, contando com a cumplicidade de incompetência ou de esperteza de vários meios de comunicação.

Até aos coqueiros que Celso Daniel e sua equipe de assessores mandaram plantar nas principais ruas e avenidas de
Santo André os adversários mais empedernidos lançaram-se duramente com retaliações. O improvisado paisagismo
de uma cidade feita aos trancos e barrancos, sem o menor cuidado estético, não mereceria mesmo alguns retoques,
principalmente porque inspirados nas viagens ao Primeiro Mundo de um prefeito globalizado? Para os conservadores,
a resposta é não. Um retumbante não.

Transpiração
Os verdadeiros calcanhares-de-aquiles de Celso Daniel não foram atingidos pela Frente Andreense de Newton
Brandão entre outros motivos porque a cruzada antipetista se mobilizou apenas com transpiração. Faltou inspiração. A
invasão de grandes conglomerados comerciais, a falta de políticas públicas para manter as indústrias, a fragilidade das
instituições regionais, a dificuldade de manter interlocução com os governos estadual e federal -- tudo isso e muito
mais que não só Celso Daniel como os demais prefeitos do Grande ABC se mostraram pouco produtivos foram
simplesmente esquecidos pela vanguarda do atraso pretensiosamente utilitária da denominação Frente Andreense.

E sabem por quê? Porque supostamente esses assuntos não dão votos, não eletrizam o eleitorado. Bobagem.
Subestima-se o grau de cidadania quando se retira do coldre de argumentos arma de tamanho enviesamento. Há, é
claro, os que se deixam levar pelo denuncismo, pela demagogia, pelo oportunismo. Mas a maioria, seja de que lado
for, de Brandão ou de João, vai para as urnas eletrônicas com convicções consolidadamente isentas de baixarias
intermitentes.

Além de João Avamileno, Newton Brandão só tem a comemorar neste final de segundo turno. O petista por razões
óbvias. O tucano porque escapou de uma enrascada insustentável.

Apenas para citar duas classes de ocorrência que me causaram perplexidade na minha área de atividade: nas
eleições de 2004, vários juízes extrapolaram suas atribuições constitucionais e o disposto na legislação
eleitoral, passando a legislar com base em interpretações subjetivas e pessoais, sobre critérios estatísticos,
como as margens de erro que consideravam aceitáveis e o tamanho das amostras das pesquisas. Tais decisões,
arbitrárias e sem base legal, cercearam o direito à informação e a liberdade de expressão, ao proibirem a
veiculação de qualquer notícia referente a pesquisas com amostras que, segundo eles, seriam insuficientes
para oferecer resultados com a precisão que eles julgassem aceitáveis. O fato se repetiu em 2.006.

Nos meus 24 anos de experiência à frente da Brasmarket, este autor já sentiu na pele toda sorte de pressões,
mas nada se comparou à que vivi durante as eleições municipais de 2.004. O inferno astral começou quando o
jornal Folha de São Paulo publicou uma pesquisa de seu instituto apontando o candidato do PSDB, José
Serra, à frente da então prefeita Marta. Todos os demais concorrentes à prefeitura estavam muito abaixo dos
dois primeiros colocados, o que fundamentaria a tese de que a disputa já estava polarizada e que somente
Serra poderia vencer Marta. Na mesma ocasião, tínhamos acabado de concluir uma pesquisa com uma
amostra muitas vezes maior (10.000 entrevistas) e margem de erro muitas vezes menor (apenas 1%) do que a
do concorrente Datafolha, mas que indicava resultados totalmente diferentes. Na nossa pesquisa, a prefeita
Marta estava ligeiramente à frente (23%), com Serra (20%) e Maluf (18%) empatados, no limite da margem
de erro, em segundo lugar. Ambos eram seguidos relativamente de perto por Luíza Erundina, que tinha (12%).

Obviamente os números que a Brasmarket apurou junto aos eleitores paulistanos não interessavam nada ao
PSDB nem ao seu candidato, pois contrariavam a tese que mais lhes interessava “vender”. Estranhamente,
veículos vinham publicando regularmente as nossas pesquisas, não se interessaram em divulgar aqueles
resultados. Num fato inédito, o IBOPE saiu com nova pesquisa que “corrigia” os números de sua pesquisa
anterior, divulgada há menos de uma semana e “batia” com os números divulgados pelo Datafolha.

E aí foi quando o PSDB paulista declarou guerra à Brasmarket e, para impedir o instituto de divulgar suas
pesquisas sobre a sucessão na capital, partiu para a tática de questionar, lançar suspeição e questionar o nosso
moderno sistema de coleta digital (nós empregamos coletores de dados ao invés de questionários de papel). E
para reforçar a sua posição na capital, decidiu ampliar o front para todo o estado de São Paulo: as
impugnações do PSDB e, depois, de outros partidos eram tão iguais, que os mesmos termos e até os erros de
português da petição original (da capital) se repetiam nas impugnações de outras localidades...

Após entrarem com seu pedido de impugnação de nossa pesquisa na primeira vara da capital (petição de
impugnação que foi negada), fazendo-se passar como se estivessem acompanhados por um oficial de justiça
(falsidade ideológica), os advogados do PSDB invadiram a sede de nosso instituto. Tal atitude desabonadora
seria desnecessária, pois como nosso processo é absolutamente transparente, nós sempre franqueamos o
acesso aos dados, por qualquer candidato que assim o solicitasse. Mas o objetivo deles não eram os nosso
dados e sim tentar descobrir qualquer coisa que eles pudessem usar contra a empresa. E apesar de:
• Sermos o instituto pioneiro no País a implantar este tipo de coleta (sistema usado desde 1990), que
reduz drasticamente a possibilidade de fraude e permite a obtenção de resultados em tempo real
(alguns minutos após concluídos os trabalhos de campo);
• Sermos o único instituto brasileiro a ter alcançado a marca de 100% de acerto nos resultados de
eleições (1998), “record” extraordinário, que atribuo justamente ao sistema de coleta que
empregamos;
• Termos sido o único grande instituto a abrir espontaneamente mão do nosso sigilo bancário e
telefônico e a enviar todas as informações que nos foram requeridas pelo Congresso Nacional,
quando lá se discutia a instauração de uma CPI das pesquisas (depois abortada);
• Termos registrado milhares de pesquisas eleitorais, em todos os estados da federação, (inclusive
algumas centenas delas em São Paulo), ao longo de todos estes anos, sem enfrentar nenhum tipo de
restrição ou questionamento e de nunca termos sofrido nenhuma condenação por nenhum motivo em
mais de duas décadas de funcionamento;
• Termos aceitado submeter nosso sistema e abrir nossos softwares para auditoria de peritos de três
diferentes instituições (Tribunal Regional Eleitoral da capital de São Paulo; UNICAMP –
Universidade de Campinas e pelo maior perito e especialista brasileiro em sistemas informatizados) e
de termos tido todo o nosso sistema de coleta, processamento e geração de planilhas e relatórios
aprovado sem nenhuma ressalva nas três perícias a que nos submetemos;
• Termos sido obrigados a arcar com elevados custos e voltar 15 anos atrás, para a era jurássica das
planilhas de papel, por absurda exigência TRE, que ignorava o registro que nos era concedido pelos
seus colegas, juízes nos municípios, e só assim nos permitia exercer nossa atividade sem sermos
assediados e cerceados por contínuas petições;
• Apesar de todas as provas que apresentamos:
o Da aprovação de nosso sistema por três distintas auditorias;
o Da aceitação de nossos registros e de termos vencido todas as tentativas de impugnação de
nossas pesquisas nas instâncias municipais;
o De registrarmos, no mesmo ano se 2.004 e sem nenhuma restrição do tipo da que enfrentamos
aqui, dezenas de pesquisas em outros municípios de quase todos os estados do Brasil;
o De o mesmo Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo já ter aprovado, em
sucessivas eleições anteriores (desde 1990), o registro de centenas de pesquisas efetuadas pelo
mesmo sistema;
• Mesmo depois de tudo isto, ainda recebemos na instância estadual, nada menos do que três multas...

Além dos percalços de uma verdadeira batalha judicial com um dos maiores partidos do País (o PSDB), que,
para não fugir à regra, só tentava cercear nossa atividade nas cidades onde nossos números eram
desfavoráveis aos seus candidatos (onde os candidatos do PSDB lideravam, nós não enfrentamos nenhum
problema), meu instituto ainda teria sofrido uma sórdida e covarde campanha difamatória, baseada nos
anônimos “embargos auriculares”, iniciativas que visavam desacreditar o instituto.

Se não contássemos com a corajosa assessoria de grandes advogados (Dra. Márcia Arenas e o presidente da
comissão de direito político e eleitoral da OAB – SP, Dr. Everson Tobaruella), os percalços que enfrentamos
por conta dos ardis jurídicos dos advogados que assessoravam a legenda que queria nos amordaçar, teriam nos
levado à falência. Mas fomos muito prejudicados.

Como aguardo o julgamento de nossos recursos em segunda instância (STE), me cabe ressaltar, aqui, a minha
fé na imparcialidade das decisões nas instâncias superiores da Justiça, que sempre souberam avaliar com
sabedoria e discernimento todas as centenas de causas que já protagonizamos ao longo destes 24 anos.

OS DESAFIOS DA JUSTIÇA ELEITORAL

No afã da disputa e dados o curto período e a numerosa e fortíssima concorrência, a cada eleição,
invariavelmente, se proliferam descontroladamente os casos de candidatos e partidos que infringem a
legislação eleitoral que, por sua vez, continua tão irrealista como há duas décadas atrás; candidatos, veículos,
governos, entidades e sindicatos usam abertamente suas “máquinas” e estruturas em favor dos seus
candidatos, além de uma série de outras irregularidades e práticas “nada republicanas”: toda eleição é uma
imensa batalha onde, como no amor, não existem proibições e vale tudo. São inúmeros os casos de
manipulação da opinião pública, abuso de poder econômico, prestações de contas fajutas, e isto é só o
começo. Assim como é impossível ao Fisco, embora este se dedique exclusivamente a esta função acabar com
a sempre ardilosa e criativa sonegação, ou a qualquer governo acabar com a economia informal, é preciso
considerar também que o volume de ocorrências torna impossível a fiscalização minuciosa e o controle de
todas as atividades desenvolvidas durante e logo após os períodos eleitorais.

Nos últimos 24 anos, quando se avizinham as eleições, cada um dos presidentes que já passou pelo Superior
Tribunal Eleitoral vem a público para reafirmar o máximo rigor e empenho total de seus juízes em fazerem
cumprir a legislação e suas obrigações constitucionais. Também invariavelmente, com louvável honestidade e
transparência, todos os presidentes confessaram à sociedade as muitas dificuldades e limitações
orçamentárias, humanas e estruturais que o Poder Judiciário enfrenta para fiscalizar o processo, apesar da
máxima dedicação de seus membros.

Esta realidade, por si só, já deveria dar aos partidos e candidatos uma noção da importância das assessorias
jurídicas dentro dos processos eleitorais. Deveria, mas esta consciência não acontece.

Quando os institutos estão sob fogo cerrado dos partidos

Esta informação é importante para ilustrar a importância (para o bem ou para o mal) da qualificação
de assessoria jurídica dos candidatos. Ainda que pessoalmente eu considere imoral que uma legenda,
que se diz democrática, se valha de métodos comuns aos regimes ditatoriais mais empedernidos, para
denegrir a imagem, tentar desacreditar e cercear aqueles que, circunstancialmente, possam desagradar
ou atrapalhar seus candidatos.

Mas reconheço também que, se eu fosse o consultor daquele partido, dependendo dos objetivos e dos
interesses em jogo, talvez eu lhes recomendasse a mesma linha de ação que eles utilizaram contra meu
instituto: mesmo a contragosto, admito que eleição é guerra, e nela, quem pode mais chora menos.

Contudo, o exemplo e as matérias que dele resultaram, mostram que a ação jurídica contra veículos
deve ser um recurso extremo, pois se pegarem um editor como o Daniel Lima pela frente, ao invés de
ajudar, pode trazer enormes prejuízos ao político: num confronto com a imprensa, os efeitos de uma
guerra iniciada no calor do período eleitoral podem render ataques e inimizades para todo o resto da
sua carreira.

Todos os institutos de pesquisa que atuam nos períodos eleitorais têm um problema comum: a cada
pesquisa divulgada, conseguimos a indiferença fria de um ingrato, que usa os números favoráveis em
sua propaganda e nas articulações, mas acha que não fizemos mais do que nossa obrigação ao constatar
o seu favoritismo na disputa.

Na outra ponta, colhemos uma penca de desafetos ou insatisfeitos: a maioria dos candidatos mal-
posicionados, por sua incapacidade de encontrar melhores argumentos (eles existem), se apressam em
lançar suspeição sobre a idoneidade do instituto ou sobre a correção dos resultados divulgados.
E isto sem contar que, às vezes, mesmo os candidatos que lideram nas pesquisas reclamam, por
acharem que tinham muito mais vantagem ou votos do que as que os seus próprios eleitores
confidenciaram aos nossos entrevistadores...

A tática do autor: retaliar os detratores e causar-lhes o máximo desgaste

Recomendo, a todos os leitores que trabalhem na área de pesquisas, que adotem a mesma estratégia do
meu instituto para inibir, pelo menos um pouco, os ataques à sua credibilidade durante os períodos
eleitorais, geralmente feitos por candidatos flagrados pelas pesquisas mal posicionados na disputa. O
mesmo conselho pode ajudar aos candidatos bem posicionados a desacreditar um pouco mais os seus
adversários, abrindo para seus oponentes uma nova frente de combate e de desgaste, jogando o
instituto que foi atacado contra o adversário que o agrediu, e tirando proveito da guerra e desgaste que
sua intriga provocará ao seu oponente.

Como a Brasmarket é dirigida por um especialista em Marketing Político, pedidos de esclarecimento e


petições baseadas a esclarecer dúvidas são bem recebidas. Declarações públicas de candidatos alegando
que não acreditam em pesquisas, ou que a única pesquisa que vale á a das urnas são legítimas.

Contudo para defender a minha honra e a imagem de minha empresa, as críticas infundadas ou
tentativas de lançar suspeição sobre a idoneidade do instituto são por mim tratadas como declarações
de guerra e, quem com ferro fere, com ferro será ferido: usando como alavanca o mesmo argumento do
detrator, devolvo-lhe a “estocada” visando a sua credibilidade, idoneidade e questionando a
honestidade de seus propósitos, mencionando que o instituto o processa como caluniador e difamador e
informando os eleitores que a Brasmarket exigirá a retratação do caluniador, através de interpelação
judicial. Se o detrator tiver utilizado números de pesquisa que o beneficiavam em algum momento de
sua trajetória política, refiro-me ao fato com ironia, dizendo ao eleitorado que o difamador só acredita
em pesquisas quando os números o favorecem.

Como empresas não disputam eleições, nossa estratégia para “dissuasão” é a de abrir um novo front de
batalha para nossos detratores, até que eles se apercebam que o desgaste resultante do confronto com o
instituto os prejudica mais do que atitudes que questionem genericamente as pesquisas, mas não
agridam a empresa pesquisadora. Diante de contestações mais agressivas, declarações que colocam o
instituto sob suspeição e aquelas ações ou pronunciamentos mais afoitos, meu instituto tem, como
norma ou política geral o seguinte tratamento:
 Atender aos dispositivos legais, colocando os dados à disposição dos detratores na forma da lei;
 Responder publicamente aos que cometerem excessos da forma mais contundente possível, para
provocar o máximo desgaste possível à candidatura deles, se necessário, através de decisões
judiciais que assegurem o direito de resposta (a idéia e desestimular futuros ataques e mostrar
que a retaliação aos ataques será certa);
 Propor ações judiciais (calúnia, injúria e difamação) e torná-las públicas, enviando copia do
protocolo e do processo para os adversários do nosso agressor e para os veículos de comunicação
do estado dele (para que veículos interessados e os adversários políticos do detrator possam usar
as informações para ajudar-nos a “desancar” o nosso agressor).

Exemplo: O fato que descrevemos a seguir ocorreu na Paraíba, onde o jornal “O Norte” contratou e
publicou uma pesquisa à Brasmarket. O candidato que a pesquisa indicava na liderança da disputa
decidiu atacar a credibilidade do Instituto, desencadeando a seguinte reação (os leitores poderão ver, na
prática, como se resolvem pendengas desta natureza):
A reação do senador-candidato, divulgada no site WSCom, prestigioso veículo regional, com sede no
município de Campina Grande:

Maranhão desqualifica Brasmarket e diz que instituto não tem a mínima


credibilidade
Maranhão: pesquisas compradas e erros nos questionários

O senador José Maranhão (PMDB) questionou a pesquisa divulgada pelo jornal O Norte que aponta empate técnico entre o pré-candidato
peemedebista e o governador Cássio Cunha Lima (PSDB). “O Instituto Brasmarket não tem credibilidade para apresentar números sobre a disputa ao
Governo do Estado. Além de ser famoso por vender resultados a quem pague mais”, alega.

A Assessoria de Imprensa do senador divulgou release onde são listados casos onde a Brasmarket teria se envolvido em venda de pesquisa a
candidatos durante a campanha de 2002 para a disputa do governo do Paraná. Também aponta erros nas pesquisa de 1998 em Pernambuco, com
Jarbas Vasconcelos e em São Paulo para Marta Suplicy.

Confira abaixo os trechos da nota

No Paraná o senador Deputado A Requião revelou, no dia 31 de março de 2002, que recebeu proposta de compra de uma pesquisa do Brasmarket
favorável à sua candidatura. Ele recusou a oferta e, dias depois, a empresa divulgou pesquisa que o colocava em situação adversa.

Em Pernambuco, no dia 05 de maio de 1998, o PMDB entrou com uma representação na Justiça Eleitoral contra a Brasmarket, que realizou pesquisa
de opinião, publicada pela revista Istoé. A decisão foi tomada, depois que os aliados do então candidato Jarbas Vasconcelos (PMDB) receberam a
cópia do pedido de registro da empresa para a obtenção dos dados estatísticos sobre o quadro eleitoral.

Segundo o então secretário-geral do PMDB pernambucano, Carlos Eduardo Cadoca Pereira, que acionou a Justiça Eleitoral, foram constatadas várias
contradições nos questionários apresentados aos eleitores. Ele alegou que a pesquisa "não merece a menor credibilidade e que não resta dúvida que
houve uma armação".

Em São Paulo, quando da campanha de prefeito, no momento em que Maluf era acusado de roubar até um pedaço da lua, nada era suficiente para
deter a força dele. Isto porque O Brasmarket dizia que ele era primeiro colocado para prefeito com 29% contra 23% de Marta e 15% de Serra.

A matéria mereceu a seguinte resposta da Brasmarket, em nota oficial, distribuída a toda a imprensa
do estado da Paraíba:

NOTA OFICIAL DA BRASMARKET EM RESPOSTA À CAMPANHA


DIFAMATÓRIA PATROCINADA PELO SENADOR JOSÉ MARANHÃO.

Como diretor-presidente da Brasmarket, só resta lamentar a atitude afoita, açodada e


irresponsável da equipe do ex-governador (e do próprio senador, uma vez que, protegido
em sua imunidade, subscreve a série de calúnias e ilações delirantes de sua assessoria).

A Brasmarket cobrará judicialmente a elucidação das acusações e afirmações injuriosas


que foram dirigidas contra meu instituto, através de duas ações distintas:
1- Pedido de explicação Criminal Judicial, para que os detratores, não provando as
calúnias, respondam por crime e sejam ainda excluídos do processo eleitoral;
2- Ação de indenização por danos morais, essa inclusive não estará sujeita à odiosa
imunidade.

Como presidente da empresa, pergunto à equipe e ao ex-governador que patrocina tantas


mentiras e reações raivosas e caluniosas muito preocupantes (por virem de alguém que
postula a mais alta posição de poder no estado e que, a bem da população paraibana,
deveria ser um exemplo de retidão moral), o seguinte:

1- Se verdadeira a ofensa cujo objetivo espúrio é desacreditar minha empresa, quanto o


então governador teria pago, e onde contabilizou a despesa pela indicação que lhe
conferimos, em nome do povo paraibano, como o melhor governador da região nordeste,
cujo prêmio recebeu de minhas mãos em 2.000?
2- Porque os números que agora ele questiona de forma tresloucada, foram intensivamente
utilizados pelo próprio governador em várias eleições passadas (nos seus programas de
rádio e TV); seria apenas oportunismo quando os números lhe eram favoráveis (sempre
conferidos pelo povo)?
3- José Maranhão mentia antes, primeiro quando era candidato ao governo, depois,
quando era governador e lhes dava crédito ou mente agora, como Senador, quando esquece
o passado e tenta desacreditá-los? (Que estranho tipo de amnésia seletiva acomete agora o
“líder”?)
4- Estaria ele confessando ter cometido um crime quando era governador e comprado os
resultados positivos levantados pela Brasmarket junto à população? Por quanto ele teria
comprado os resultados da Brasmarket? Com que dinheiro? É necessário esclarecer que
este suposto crime prescreve em 12 anos, assim ainda há tempo para podermos ver um
político atrás das grades pelos crimes e língua solta (mentiroso). Porque só agora, quando
os números dados pelo povo não satisfazem a ambição desmedida do ex-governador, sua
assessoria decide lançar esta campanha caluniosa contra meu instituto?

Para estes elementos da “assessoria” com memória tão “prodigiosa” como a do senador,
tão diligente para vasculhar, no passado, pretensos “fatos” que pudessem desmerecer
minha empresa, inclusive em outros estados, me parece estranhamente oportuno que tenha
se esquecido de informar que a Brasmarket monitora eleições na Paraíba desde 1992 e que
nunca, repito NUNCA, errou nenhum resultado de eleição no seu estado.

Em sua amnésia estranhamente seletiva, o responsável pela “assessoria” se esquece que o


atual candidato José Maranhão, também já recebeu de minhas mãos, um diploma de
reconhecimento e honra ao mérito por ter sido destacado pelo povo paraibano como o
melhor governador da região Nordeste: e foi pessoalmente buscar a homenagem que sua
assessoria e ele próprio agora depreciam tanto. E não teve nenhum pudor de usar este
trunfo em sua campanha eleitoral. Até porque quem o elegeu não foi a Brasmarket, mas o
eleitorado de seu estado. Parabéns ex-governador e espero que continue usando, pois este é
um mérito dele e é um atestado de idoneidade que o “líder” Zé Maranhão nos dá.

Segue, em anexo, mais um dado que “escapou” da memória supostamente tão perspicaz da
“assessoria”, para que se possa lembrar o povo Paraibano uma proeza que nenhum outro
instituto brasileiro neste País, em nenhum momento, jamais conseguiu: A Brasmarket é o
único instituto com história de 100% de acerto em eleições. Segue a matéria:

Na mosca
Última pesquisa do Brasmarket apontou com 100% de acerto os governadores eleitos

A pesquisa do instituto Brasmarket realizada no dia 21 de outubro, e divulgada por ISTOÉ no sábado 24, apontou com
acerto de 100% os prováveis vencedores das eleições do dia 25. Nos 13 Estados onde ocorreu segundo turno, todos os
candidatos ao governo apontados na pesquisa como aqueles com maior porcentagem de intenção de voto foram eleitos.
Embora os índices divulgados pelo instituto não sejam exatamente os mesmos do total de votos válidos de cada candidatos,
o resultado foi considerado positivo. "Uma pesquisa feita quatro dias antes das eleições tem que mostrar a tendência do
eleitorado, mas a obrigação de ser exata é das pesquisas de boca-de-urna", argumenta Ronald Kuntz, diretor do Brasmarket.
Para Kuntz, as pesquisas realizadas no dia da eleição são caras e não têm valor de informação para o eleitor. Nas pesquisas
realizadas pelos principais institutos do País na semana que antecedeu a eleição, apenas o Datafolha teve desempenho
próximo ao do Brasmarket, embora tenha apontado Cristovam Buarque (PT) como vencedor no Distrito Federal. Foi salvo
pela margem de erro. O Ibope errou no Distrito Federal, pois apontava na sua pesquisa do dia 23 uma vitória tranquila do
candidato do PT que teria sete pontos percentuais de vantagem sobre Joaquim Roriz, do PMDB. O governador eleito,
porém, foi o candidato Roriz, com quase três pontos percentuais a mais do que seu concorrente.

Desencontros como o ocorrido no Distrito Federal fizeram as pesquisas perderem Ibope nestas eleições. Tanto no primeiro
como no segundo turno, institutos tradicionais como o Datafolha, Vox Populi e Ibope foram acusados de favorecer
candidatos com manipulação de dados. Para os institutos, a grita dos políticos acontece principalmente pelo impacto das
pesquisas dentro das campanhas. "Uma pesquisa que mostra um candidato malposicionado pode levar os financiadores da
campanha a investir menos, ou levar as bases políticas, como prefeitos e correligionários, a reavaliar seus apoios", afirma o
pesquisador Kuntz. ...(e segue a matéria...)

Para refrescar a amnésia seletiva do senador e de sua equipe de áulicos, transcrevo


abaixo alguns comentários dele sobre os resultados da Brasmarket no passado, onde
realçamos em amarelo as matérias favoráveis que nossas pesquisas lhe abriram no
plano nacional e entrevistas que o governador dava quando a verdade que
apontávamos o beneficiava e ele confiava totalmente nos nossos resultados. Nos
jornais do estado qualquer pesquisador bem intencionado constatará o que eu digo.
Chamo a atenção da imprensa e do povo paraibano para ver se, na época havia
alguma acusação ou suspeita do seu ingrato e volúvel líder “Zé Maranhão” contra a
Brasmarket e convido o senador a usar sua prodigiosa imaginação para responder se
pagou por alguma delas, quanto pagou e onde contabilizou o pagamento:

Líderes do Nordeste
Primeira pesquisa para os nove governos estaduais da região mostra vantagem dos aliados de FHC

Candidatos que apóiam a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso saem na frente na
disputa pelos governos em seis dos nove Estados nordestinos. É o resultado da primeira pesquisa ISTOÉ/Brasmarket
para a eleição de 1998. O domínio dos aliados de FHC é total nos três mais importantes Estados do Nordeste. Lideram
com folga Luís Eduardo Magalhães (PFL), na Bahia, Jarbas Vasconcelos (PMDB), em Pernambuco, e Tasso Jereissati
(PSDB), no Ceará. Políticos governistas lideram ainda no Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba. A oposição está na
frente apenas em Alagoas, com Ronaldo Lessa (PSB) e em Sergipe, com Jackson Barreto, do PMDB, que busca o apoio
petista. A dúvida fica por conta do Maranhão, onde a favorita, a governadora Roseana Sarney (PFL), embora
identificada com o governo, não teria como abandonar a possível candidatura à Presidência de seu pai, o ex-presidente
José Sarney.

Paraíba
Briga de caciques

Na Paraíba, onde o PMDB mantém o comando político desde 1991, a disputa pelo primeiro lugar na preferência dos
eleitores está entre dois caciques do partido: o atual governador, José Maranhão, e o senador Ronaldo Cunha Lima. A
pesquisa, com 620 entrevistados, mostra que Maranhão sai na frente na corrida para as eleições de governador. Ele
obteve 28,5% das intenções de voto contra os 23,4% de Cunha Lima. Em reunião realizada em Brasília na quarta-feira
3, ficou acertado que o candidato será Maranhão com Ivandro Cunha Lima, irmão de Ronaldo, como vice.

P E S Q U I S A
A prova final
ISTOÉ/Brasmarket/SBT comprova que governadores reeleitos têm altos índices de aprovação

GILBERTO NASCIMENTO

Não foi à toa que o governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), venceu a eleição em seu Estado já no primeiro turno
com cerca de 80% dos votos válidos. Maranhão agora repete a mesma performance em pesquisa
ISTOÉ/Brasmarket/SBT, aparecendo como o governador brasileiro com maior índice de aprovação à sua administração –
88,3%. Estão incluídas aí as avaliações ótima, boa e regular. "Foi um julgamento ao trabalho que fizemos, ao estilo novo
de fazer política, com transparência e clareza", gaba-se Maranhão. "Assumimos o governo com 94% do orçamento
comprometido com a folha de pessoal e custeio. Ao final, aumentamos a arrecadação, extinguimos órgãos públicos e
empresas onerosas e levamos eletrificação rural para mais de 600 mil pessoas."

Maranhão não foi o único a repetir os altos índices de aprovação alcançados na última eleição. Os seis governadores com
maior índice de aceitação garantiram a vitória já no primeiro turno. Dos seis primeiros, o único que não estava se
candidatando à reeleição era César Borges, eleito vice-governador da Bahia, em 1994, mas que estava exercendo o cargo.
Novidades significativas foram observadas em relação à pesquisa anterior, em maio. Goiás era o Estado com maior
índice de aprovação, 86,6%. Caiu agora para o 13º lugar, com 69,3%. O governador na época era Maguito Vilela
(PMDB), agora eleito para o Senado. Ele se desincompatibilizou para disputar a eleição e deixou o vice, Naphtali Alves
de Souza, em seu lugar. De maneira geral, os governadores que conseguiram melhor resultado foram os do Nordeste,
Norte e Centro-Oeste. "Os Estados maiores sofrem mais com problemas como o desemprego e a segurança. No Norte e
Nordeste, também sobressai muito o culto à personalidade", observa o presidente da Brasmarket, Ronald Kuntz.

NORDESTE

Vitória antecipada
Em seis Estados, eleição deve ser definida no primeiro turno. José Maranhão, da Paraíba, desponta como o
campeão de votos

ANDREI MEIRELES E ISABELA ABDALA

Com o eleitor nordestino, não existe meio-termo. Pesquisa ISTOÉ/Brasmarket/SBT concluída na quinta-feira 27 mostra
que, se a eleição fosse hoje, os governadores que estão realizando administrações populares seriam reeleitos logo no
primeiro turno. Mas quem não está agradando à população não deve sequer chegar ao segundo turno. Todos os nove
governadores nordestinos estão disputando a reeleição e cinco deles devem ser premiados com uma vitória tranquila em 4
de outubro. O governador da Paraíba, José Maranhão, por exemplo, está tão disparado na frente de seus adversários que
deve ser o campeão de votos em todo o Nordeste. Depois que venceu a disputa interna no PMDB contra o senador
Ronaldo Cunha Lima, a campanha pela reeleição do Maranhão virou um passeio. Na mesma situação está a governadora
do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), que até agora teve na doença o seu principal adversário nestas eleições. Roseana
submeteu-se com êxito a quatro cirurgias em São Paulo, voltou ao Maranhão em companhia do presidente Fernando
Henrique Cardoso e disparou na preferência popular.

O governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), por exemplo, não consegue reduzir a vantagem do ex-
prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos, candidato do PMDB ao Palácio das Princesas. No tiroteio da campanha,
Jarbas vem levando a melhor tendo como munição o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito que apurou
as falcatruas feitas a pretexto de pagamento de dívidas judiciais vencidas, os famosos precatórios. Quem
também anda mal das pernas é o governador de Alagoas, Manoel Gomes de Barros (PTB). Depois de brigar
para ser candidato à reeleição, desistir da disputa e novamente voltar ao páreo, o governador continua
despencando. Seu adversário, o ex-prefeito socialista de Maceió Ronaldo Lessa, confirma seu favoristimo e só
faz aumentar a diferença. "Nós vamos reverter esse quadro eleitoral com muito trabalho e com a vinda no início
de setembro do presidente Fernando Henrique a Alagoas", aposta o presidente nacional do PSDB, senador
Teotônio Vilela Filho. Tanto como se aproximar de Lessa, outro desafio dos governistas alagoanos é evitar que
Manoel Barros seja ultrapassado pelo ex-deputado Euclydes Mello (PRN) na corrida pelo governo de Alagoas.
Euclydes tem como seu principal cabo eleitoral o ex-presidente Fernando Collor.
18 de março de 1998

Roriz lidera no DF
Também vinculados a FHC, governadores da Paraíba e de Tocantins saem na frente em seus Estados

LUIZA VILLAMÉA

A primeira pesquisa ISTOÉ/Brasmarket realizada após a tumultuada convenção do PMDB em Brasília revela que dois
integrantes da ala governista do partido lideram com folga a disputa para governador no Distrito Federal e na Paraíba. O
panorama político para Joaquim Roriz e para José Maranhão, no entanto, é bem diferente. Encerrada a série de reuniões
que promoveu em sua casa, em Brasília, para articular o apoio à reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso,
Roriz agora dedica-se exclusivamente à sua campanha para voltar ao governo do Distrito Federal. Neste domingo 15,
ele anuncia a candidatura em uma festa na cidade-satélite de Taguatinga. "Eleger é fácil. O difícil é reeleger, pois há o
julgamento do passado, mas estou convencido de que resolveremos a questão no primeiro turno", afirma Roriz, numa
referência ao seu principal adversário, o atual governador, Cristovam Buarque (PT)...

19 de agosto de 1998

A vitória no voto
Governador José Maranhão vence batalhas e deixa seu inimigo Ronaldo Cunha Lima isolado

GILBERTO NASCIMENTO

Não teria adversário na eleição para o governo do Estado. O partido conseguiu formar uma das maiores frentes
eleitorais no País ao trazer para o seu palanque o PSDB, o PPB, o PFL e o PDT, além de cinco outros partidos
menores. A guerra interna, porém, não foi fácil. O governador José Maranhão, hoje a maior liderança do
PMDB no Estado, e o senador Ronaldo Cunha Lima, que controlou o partido nos últimos anos, engalfinharam-
se numa ferrenha disputa. Antes aliados, os dois passaram a trocar acusações e processos na Justiça, um
apontando o outro como responsável por supostos aliciamentos de convencionais peemedebistas, na
convenção do partido, em junho. A briga foi dura, mas quem acabou levando a melhor foi o governador José
Maranhão. Dos 421 votos em disputa, ele ficou com 232, contra 185 de Cunha Lima. Em campanha,
Maranhão alcança agora 68% de preferência nos índices de pesquisa, contra apenas 7% do segundo colocado –
o deputado federal Gilvan Freire (PSB) –, de acordo com a pesquisa ISTOÉ/Brasmarket/SBT. O Ministério
Público pediu a impugnação da recandidatura do governador no Tribunal Regional Eleitoral (TSE) – após
denúncias de deputados ligados a Cunha Lima – alegando abuso de poder econômico. Mas o pedido foi
rejeitado por seis a zero. No total, seis ações foram encaminhadas contra Maranhão, mas não tiveram êxito.
Cunha Lima acusou o governador de "esconder" delegados do partido em um hotel de Natal (RN), às vésperas
da convenção, para que não pudessem ter contato com o grupo adversário. "Eu não paguei nada, nem fui o
responsável por isso. Os convencionais é que quiseram fugir do assédio deles", defende-se o governador.
13 de maio de 1998

A força da máquina
Governadores que tentam a reeleição começam a recuperar popularidade no rastro de inaugurações

ANGÉLICA WIEDERHECKER

Pesquisa ISTOÉ/Brasmarket mostra que praticamente todos os governadores cresceram em popularidade de agosto de
1997 até agora.

"Os números mostram que a onda de inaugurações de obras com recursos dos programas de privatização estaduais teve
um impacto muito positivo sobre a popularidade dos governadores e nossa projeção é de que, se o ritmo de
inaugurações for mantido, seus índices serão ainda mais favoráveis com o tempo, tornando os candidatos à reeleição
adversários difíceis de serem vencidos", assinala Ronald Kuntz, do Instituto Brasmarket. Um dos sinais das vantagens
trazidas pela utilização da máquina nas campanhas políticas é a diferença entre o resultado obtido por Maguito Vilela e
o segundo lugar, o governador José Maranhão (PMDB), da Paraíba. No ano passado o governador de Goiás tinha quase
oito pontos percentuais na frente do segundo colocado, vantagem que caiu a menos da metade este ano.

A avaliação de Kuntz é de que foram precisamente as inaugurações que colocaram os outros governadores nos
calcanhares de Vilela, que sempre ocupou posição privilegiada entre os demais. Bem situado, o governador potiguar
Garibaldi Alves Filho (PMDB) confirma a teoria. Reconhece que a construção de uma extensa rede de adutores de
águas espraiadas por todo o Rio Grande do Norte, dando alívio à seca que assola o Estado, contribuiu para alavancar
sua popularidade. "É um trabalho voltado para a resolução dos problemas de meu povo, que ainda inclui outras obras de
infra-estrutura, construção de casas e estradas e reforma de escolas. A tendência é de que minha posição fique ainda
melhor até outubro", comemora, confiante de que não vai amargar surpresas na disputa que trava com o senador José
Agripino Maia (PFL), sob o lastro de um movimentado calendário de inaugurações.

Seu vizinho da Paraíba, o governador José Maranhão, também tem razões para festejar. Sem demonstrar
constrangimentos com relação aos dividendos que a máquina do Estado coloca a seu dispor, ele considera que o sentido
doutrinário da emenda da reeleição foi mesmo o de dar continuidade às administrações aprovadas pelo eleitor. "Acabou
a época dos políticos mágicos que encantavam multidões ao tirar frases e discursos atraentes da cartola. A sociedade
hoje quer políticos que apresentem respostas objetivas aos problemas das pessoas e é natural que o povo queira manter o
que está dando certo", filosofa Maranhão, que tem como principal adversário um colega de partido, o senador Ronaldo Cunha
Lima. Os dois andam às turras, já que ainda vão disputar a convenção do partido que definirá qual deles vai se submeter às urnas
nas eleições de outubro.

POLÍTICA
CAPA
Pesquisa

ÍNDICE
Política do pé na rua - continuação
Governante popular é o que troca o gabinete pelo contato com o
eleitor, revela Brasmarket
Exclusivo Online
Adriana Souza Silva e Inês Garçoni
REPORTAGENS

O DESEMPENHO DOS GOVERNADORES


MULTIMÍDIA
FOTO DA SEMANA

A preferência do eleitorado nos 26 Estados


ENSAIOS
FOTOGRÁFICOS
MUNICÍPIO/ESTADO PREFEITO F.E.A
ISTOÉ CONFERE Maranhão Roseana Sarney/PFL 239,3
Bahia César Borges/PFL 167,7
ARTIGOS Tocantins Siqueira Campos/PFL 150,7
Acre Jorge Viana/PT 146,0
ESTAÇÃO DA LUZ Ceará Tasso Jereissati/PSDB 127,6
Paraíba José Maranhão/PMDB 127,3
BATE-PAPO ÍNTEGRAS Rio de Janeiro Anthony Garotinho/PDT 126,2
Amazonas Amazonino Mendes/PFL 118,9
Editorias
Rio Grande do Norte Garibaldi Alves Filho/PMDB 116,6
Santa Catarina Esperidião Amin/PPB 115,1
ARTES & ESPETÁCULOS
Distrito Federal Joaquim Roriz/PMDB 82,3
Mato Grosso do Sul Zeca do PT/PT 80,2
BRASIL
Goiás Marconi Perillo/PSDB 77,5

CIÊNCIA & TECNOLOGIA


Minas Gerais Itamar Franco/s/partido 61,8
Amapá João Capiberibe/PSB 57,6
COMPORTAMENTO Mato Grosso Dante de Oliveira/PSDB 46,3
Pará Almir Gabriel/PSDB 32,0
ECONOMIA & NEGÓCIOS Pernambuco Jarbas de Vasconcelos/PMDB 24,1
Roraima Neudo Campos/PPB -0,8
EDUCAÇÃO Alagoas Ronaldo Lessa/PSB -13,2
São Paulo Mário Covas/PSDB -16,7
ENTREVISTA Piauí Mão Santa/PMDB -28,6
Espírito Santo José Ignácio Ferreira/PSDB -37,1
INTERNACIONAL
Paraná Jaime Lerner/PFL -43,5
Sergipe Albano Franco/PSDB -47,2
MEDICINA & BEM-ESTAR
Rio Grande do Sul Olívio Dutra/PT -92,0
Rondônia José Bianco/PFL -130,3
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A SEMANA

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EDITORIAL

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GENTE

SÉCULO 21
VIVA BEM

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Informo ainda à Opinião Pública paraibana, que os “casos” cavoucados pela equipe
do ex-governador são resultado de denúncias infundadas de líderes tão “esquecidos”
quanto o seu ex-governador, com práticas iguaizinhas as empregadas por seu José
Maranhão: O seu vizinho do estado de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos também,
como ele, usou e abusou dos resultados da Brasmarket quando lhe convinham e está
sendo processado pela Brasmarket por suas calúnias contra o Instituto. O seu colega
do Paraná, Requião, que ganhou sua primeira eleição graças à fraudulenta criação
de um falso assassino de aluguel (o “pistoleiro” Ferreirinha, na verdade um pobre
motorista de caminhão desempregado, que foi usado nos programas eleitorais de
Requião para acusar o adversário de assassino) é ainda pior: Há registro, nos anais
do senado, com suas referências elogiosas à Brasmarket (quando os números lhe
foram favoráveis) e, quando lhes foram desfavoráveis, valeu-se da acusação (nunca
comprovada, pois falsa) referida pela “laboriosa” quadrilha, digo, assessoria de José
Maranhão.

O cidadão paraibano não precisa e não suporta mais manifestações eleitoreiras, de


péssimos políticos que anunciam como verdades, fofocas e mentiras de outros
estados. É uma traição à pouca confiança que a população ainda deposita neles, pois
sabem que poucos cidadãos têm meios para conferir estas afirmações levianas.

Lamento que um político que já contou com índice de aprovação tão invejável de seu
povo adote, agora, uma postura tão indigna contra empresa que tantos anos de bons
serviços vêm prestando à Opinião Pública da Paraíba, enquanto outros institutos,
talvez calejados e para evitar calúnias e atitudes indignas como a de agora, ignoram
a existência do estado em seus levantamentos.

As referências a falsos desacertos do nosso instituto ainda são mais escandalosas,


pois tomaram resultados ocorridos meses antes da data das eleições (manipularam o
povo) mesmo sabendo que o instituto acertou o resultado daquela eleição: um
estratagema covarde e lamentável para construir uma desavergonhada mentira.
Ainda este ano o ex-governador deu esta declaração. Transcrevo as palavras do
próprio senador José Maranhão, extraídas de matéria do colunista Edmilson Lucena
sobre discurso dele em Barra do Santa Rosa e convido o senador a ser coerente em
suas ações e declarações, para escapar do lugar comum do “façam o que eu digo,
mas não o que eu faço”, prática que tanto contribuiu para o descrédito que hoje sofre
toda a classe política:
terça-feira, 31 de janeiro de 2006

EDMILSON LUCENA
Ser honesto com a população e só falar a verdade são, segundo o senador, obrigação do homem público. "Quando o administrador
público mente uma vez, nunca mais ele poderá falar a verdade", afirma, acrescentando que tem confiança de olhar nos olhos dos
paraibanos e saber que não vai encontrar olhares de reprovação.

Para o bem do povo Paraibano, cuja voz a Brasmarket ouve e projeta no cenário nacional há mais de 14
anos, esperamos que a equipe do senador ouça as palavras de seu próprio candidato e não cumpram o
vaticínio dele, pois a sociedade de todo o País e a da Paraíba merece líderes que falem a verdade, e
somente a verdade.

Ronald Kuntz – Diretor Presidente

Outras considerações sobre usos e aplicações das pesquisas


Uma pesquisa efetivada por um instituto com credibilidade, pode representar a diferença entre o apoio
ou o repúdio e determinar comportamentos e posicionamentos políticos e financeiros que podem
beneficiar ou prejudicar o governo ou as oposições, dependendo dos índices e resultados da pesquisa.

Veiculadas pela imprensa, as pesquisas tem o poder de influenciar na formação da Opinião Pública
quanto ao assunto abordado, sensibilizar setores sociais e auxiliar na formação de movimentos e
mobilizações populares.

Uma pesquisa manipulada, dependendo da credibilidade do instituto e de quem a divulgue, pode abrir
ou fechar portas e oportunidades, dependendo dos interesses de quem manipula os dados.

E um questionário construído capciosamente, pode induzir a um resultado viciado e dissonante da


realidade, transformando a pesquisa em instrumento de desinformação, para induzir quem nela se
baseia, a cometer erros.

Os institutos de pesquisa, cientes de que sua credibilidade é fundamental para a sobrevivência do


negócio e, inclusive para valorizar o alto preço de seu produto, são bastante cuidadosos com a
preservação da imagem de suas marcas.

Teoricamente, é possível um instituto de pesquisa praticar uma fraude deliberada, assim como também
é possível a qualquer fabricante ou comerciante desonesto enganar o consumidor ou a um médico
irresponsável, causar dano à saúde de seu paciente. Mentir, enganar e fraudar são características que
fazem parte da natureza humana, assim como a honestidade, a sinceridade, o amor ou o ato de ser leal.
Não foram poucos os casos de pesquisas que despertaram minhas suspeitas e seus resultados sempre
foram catastróficos para as vítimas da suposta manipulação. Mas não há como provar. Mesmo que os
resultados de duas pesquisas realizadas muito próximas uma da outra podem ser diferentes entre si
sem que isto queira dizer que qualquer dos institutos penha cometido fraude. O intervalo de confiança
é um mecanismo estatístico que deixa claro: uma pesquisa, mesmo feita corretamente e com todo o
cuidado, sempre abriga uma probabilidade, que diminui à medida que se aumenta a amostra, de
oferecer um resultado que não represente a realidade.

100% DE ACERTO NOS RESULTADOS NO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES DE 1998: UMA
PROEZA E UM RECORDE JAMAIS IGUALADO POR NENHUM OUTRO INSTITUTO BRASILEIRO

Reproduzo abaixo a matéria de reconhecimento público do mérito da Brasmarket e de sua maior proeza,
façanha que se constitui no meu maior orgulho e prova irrefutável da nossa idoneidade profissional. Esta é
também a maior prova do serviço de utilidade pública e do quão confiável podem ser as pesquisas sérias neste
País.

A RECEITA SECRETA DA BRASMARKET PARA ACERTAR MAIS QUE SEUS CONCORRENTES

Bem, para evitar mais polêmica do tipo e gênero de que não confiávamos em nossos próprios levantamentos e
outras estultices afins, nós mantivemos o segredo de nossos acertos trancado a 7 chaves, até agora. O fato é
que nenhum outro instituto brasileiro conseguiu, até hoje, atingir a nossa marca de 100% de acerto. E não se
conseguem índices de acerto como os nossos devido à sorte e sim a cuidados que sempre tomamos quando
fazemos nossas pesquisas. Mas naquelas que efetuávamos para divulgação pelos veículos de comunicação
com quem mantínhamos parceria, o tratamento era ainda mais cuidadoso: nós usamos um expediente,
legítimo e evidente, para driblar o tal intervalo de confiança que pode levar um instituto ao erro involuntário,
mesmo quando ele observa com o máximo rigor todos os princípios metodológicos.

Na aérea eleitoral, temos vários estudos estatísticos comparativos sobre os nossos acertos e o dos nossos
principais concorrentes, onde nossos índices sempre foram superiores. Até hoje, me diverti muito atribuindo
estes índices à nossa extraordinária competência e ao nosso rigor metodológico, deixando no ar que nós
teríamos algum segredo do tipo fórmula da coca-cola, mas depois de 14 anos de silêncio profissional, decidi
revelar ao mercado a nossa receita para este excelente desempenho: 1- consciência profissional + 2-
responsabilidade + 3- o fato de colocarmos a reputação da Brasmarket e a dos seus parceiros acima da nossa
ganância, com sacrifício da nossa margem de lucro + 4 respeito à sociedade e percepção de que institutos só
sobrevivem se tiverem credibilidade.

Assim, para proteger a imagem do instituto e a de seus parceiros, sempre que uma disputa mostrava-se muito
acirrada ou indefinida, com dois ou mais candidatos muito próximos, ao invés de uma pesquisa, sempre
fizemos uma outra, com o dobro ou o triplo da amostragem, para nosso controle interno. Quando
declarávamos um resultado baseado em 400 ou 800 entrevistas, nós tínhamos uma outra para uso e controle
interno, com amostra muito maior, o que nos dava absoluta tranqüilidade do resultado que divulgávamos.

Nunca nos furtamos de investir em nossa imagem, e pagar o preço (custeando os trabalhos adicionais de
campo com sacrifício de nossa margem de lucro) que fosse para manter o bom conceito de nosso instituto e
de nossos parceiros na imprensa: ao lado da pesquisa divulgada com 400 entrevistas, tínhamos a nossa,
interna, com 800 ou 1.200 (amostra total de 1.200 a 1.600 entrevistas); quando a amostra declarada era de
800, realizávamos mais 800 (amostra total de 1.600 entrevistas). E quando nossos resultados apresentavam
grandes diferenças dos divulgados por nossos concorrentes, fato que ocorria com freqüência, nós refazíamos
o campo, para ter certeza que nossos números eram os corretos. Só para citar alguns exemplos, no caso da
eleição de 1998 que Roriz disputou contra Cristóvam Buarque no Distrito Federal, ou no Rio Grande do Sul,
naquele mesmo ano, a Brasmarket foi o único instituto nacional a acertar os resultados. Assim como, nas
eleições seguintes em Palmas, no estado de Tocantins. Naquela eleição de Brasília, só para controle, nossa
amostra foi de 2.000 entrevistas.

COMO A JUSTIÇA, OS PARTIDOS E OS GOVERNOS PODEM GARANTIR A VERACIDADE DAS


INFORMAÇÕES GERADAS POR PESQUISAS:

Para reduzir a influência e os eventuais efeitos negativos que podem trazer uma pesquisa manipulada, todo
governante deveria tomar providências para exercer algum tipo de auditoria sobre as informações derivadas
de pesquisas divulgadas nos meios de comunicação de massa.

A tarefa é simples, pois basta a contratação de mais um instituto, caso em que cada um acaba servindo para
auditar os dados dos outros, afastando o risco de que um levantamento possa conter distorções que possam
levar os líderes a comprometerem as decisões baseadas em dados oriundos de suas próprias fontes de
informação.

A própria justiça eleitoral poderia prestar mais um relevante serviço à democracia e à sociedade, cobrando dos
veículos de comunicação maior responsabilidade não só na divulgação, mas nas análises e interpretações que
dão aos resultados das pesquisas. Uma boa medida seria exigir que os institutos, ao entregar os relatórios de
pesquisa também entregassem sua interpretação técnica e estatística do que estes números representam, o que
poderia subsidiar as análises dos editores, jornalistas e colunistas dos veículos de comunicação contratantes.

Como uma das suspeições e alegações mais usadas pelos candidatos referem-se a supostos interesses escusos
dos contratantes das pesquisas e suas suspeitas de conluio entre os institutos e os contratantes, o TSE e os
TREs, que têm direito legal de solicitar os resultados de todas as pesquisas registradas, poderia abrir um
espaço institucional em seu site, onde constassem todas as pesquisas eleitorais realizadas e registradas no
País. Tal medida, sem custo e de fácil implementação a nível técnico e operacional, impediria a manipulação
ou adulteração dos números fornecidos pelas empresas de pesquisa por candidatos ou pessoas mal
intencionadas, pois qualquer cidadão, candidato ou jornalista poderia checar o site do tribunal para tirar
qualquer dúvida ou restabelecer a verdade.

Finalmente, para afastar de vez qualquer suspeita fantasiosa ou infundada, sobre complôs entre contratantes e
institutos, os tribunais eleitorais poderiam fazer concorrências públicas em cada estado da federação e
contratar pesquisas periódicas, divulgando-as em seu site, já que os tribunais seriam contratantes isentos de
dúvida e não tem candidatos disputando eleições. Além de prestar mais um relevante serviço a todos os
candidatos e à sociedade, como pesquisas divulgadas pelos tribunais estariam acima de suspeição, mas não
das margens de erro nem das leis de probabilidades estatísticas, ao final de cada eleição se poderia fazer um
balanço objetivo dos acertos e do desempenho de todos os institutos de pesquisa do País.

Estas duas medidas tornariam possível depurar o mercado e separar os bons dos maus institutos, pois os
próprios contratantes e o mercado se encarregariam de afastar aqueles que tenham más técnicas ou índices de
acerto desproporcionalmente maiores do que o aceitável pelas próprias médias estatísticas. E tudo isto, sem
coerção, sem penalidades, sem uso de força, sem traumas nem fantasias.

A legislação atual e a atenção da justiça recaem, hoje, apenas sobre os institutos, quando deveriam recair
também sobre os veículos de comunicação.

Embora todos os veículos atendam as disposições legais publicando o número do registro, a data, a amostra e
margem de erro determinados pela lei, muitas vezes ocorrem distorções analíticas feitas pelos veículos em
favor ou contra candidatos, dependendo do lado que desejam favorecer. Ou mesmo por equívocos não
intencionais e totalmente acidentais, que ocorrem por despreparo, desconhecimento técnico (estatística é uma
ciência complicada), falha ou descuido do redator da matéria. As distorções mais comuns são:
• A pesquisa tem uma margem de erro de 3 pontos e um dos candidatos está a apenas dois pontos à
frente do adversário. Este resultado representa rigoroso empate técnico, mas é divulgado como se
fosse prova de liderança de um dos candidatos em disputa.
• Certa revista, de circulação nacional, chegou às raias do absurdo: numa página, alardeava que o
candidato “a” liderava folgadamente a disputa (tinha vantagem de 2 pontos sobre o segundo
colocado, para uma margem de erro de 4%). No verso da mesma página, em outra disputa, a revista
anunciava que a eleição estava rigorosamente empatada (a diferença entre os candidatos era dos
mesmos 2 pontos e a margem de erro era igual...);
• A comparação de duas pesquisas revela a ocorrência de meras oscilações (dentro da margem de erro),
onde o candidato “a” oscilou um ponto para cima, e o candidato “b”, um ponto para baixo. Na prática,
esta oscilação quer dizer que não houve nenhuma mudança no quadro eleitoral, no período de tempo
decorrido entre a primeira e a segunda pesquisa. Mas é apresentada como se uma campanha estivesse
em ascensão e a outra, em queda.
• Também são comuns as análises e projeções artificiais, que aludem aos resultados das pesquisas
apenas para revestir de credibilidade as conclusões mais absurdas, do tipo as projeções baseadas nas
pesquisas de dois institutos diferentes que revelam que o candidato “b”, apesar de estar em segundo
ou terceiro lugar, vem crescendo, enquanto o candidato “a” está em queda. Tudo indica que a virada
se dará nos próximos “x” dias... Ou: A pesquisa revela que a situação do candidato “c” é complicada e
que o segundo turno deverá ser disputado entre o candidato “a” e o “b”... Ou quando, sem revelar a
data da pesquisa nem a margem de erro de pesquisa antiga, comparam-se os resultados com uma nova
e registrada e tiram conclusões diversas...
• Falha derivada de desconhecimento técnico na análise dos cruzamentos de uma pesquisa
(amadorismo do analista: a margem de erro de cada número expresso nas colunas de cada tabela é
diferente do resultado geral da amostra);
• Em meus 25 anos de experiência, eu já vi quase de tudo (só não afirmo que vi tudo porque sei que há
muito mais por ver ainda...)
EXEMPLOS DE AÇÕES & ESTRATÉGIAS ELEITORAIS BASEADAS EM
INFORMAÇÕES & PESQUISAS:
Fase da Convenção Partidária

1) Determinar, em cada região ou município do estado, quais os candidatos que podem carrear mais votos e
lideranças com melhor conceito, que deveriam ser convidadas a somar-se ao partido para aumentar as chances
do candidato majoritário de conquistar o governo e maioria nos legislativos estadual e federal;

EX. 1: SIMPATIZANTES DO DEPUTADO ESTADUAL ROMEU TUMA JR NA CAPITAL 2003

0
0
4,2
4 0 0
10,7 13

8,3 0 4
3,6 12,5
0 8 8,7
3,9 16 11,5 0 4
0 4 0
12,5
8,3 8,7
3,8 4,2
4,2 4 8 0 9,7
25 8,3 4 16,7 4,1
11,8
0 12,5 7,1 0 0 0
8 4 0 16,7 0
3,9 12,5 4 8 0 4 6,7 0

0 4 21,7
4 8 0
1,7 16
0 4
12,5
17,4
16 4 8
8,8 0
25
0

8,7
0 0
7,7 3,8

8 9,7

8,3

14,7
7,7

0 5 10
EX.: 2 - SIMPATIZANTES DO VERADOR JOSÉ ANÍBAL (PSDB) NA CAPITAL 2003

4
0
4,2
6 0 0
10,7 0

8,3 4 8
0 4 0
0 0 4,3
2 4 7,7 0 4
0 8 0 0
0
8,3 17,4
0 0
0 8 28 4 3,2
0 0 24 4,2 0 0
0
8 12,5 0 0 4,3 0
24 0 0 16 12,5
7,8 0 4 4 0 4
0 3,3 4,3
14,3 4,3
0 4 12
0 4 0
0 8,3 0
0 4
0
4,3
0 0 4
2,9 0
4,2
4

4,3
0 0
11,5 0

4 3,2

8,3

8,8
11,5

0 5 1
0

kilometre
s
ELEITORES QUE CONSIDERAM QUE O VEREADOR JOSÉ EDUARDO M. CARDOZO
MERECERIA SER REELEITO (2000)

3,8
2,3
1,3
4,6 1,2 1,4
0,5 3

4,2 1,4 3,7


0 0,9 0
3,9 1 2,8
1,7 3,2 2,9 3
2,9 5
5,2 3,3
5,6 3,8
0 1,5
6,2 5,1 3,5 4,9
4,2 1,1 1,3
1,9 1,6 2,4 6,5 5,7 5,2 1,1 7,8
1,4 2,2 0 5,5 0,5
0 0 1,5 2,8 0 2,3
2,9 8,3 4,3 4,1 6,7 0 0 0,8
2,3 3,3
9 2,3 2,5 2,5
0,8 3,5 1,7
1,4 3,1 4 1,1
7,1
1,1
1,3 0,6
1,6 0,5 0,3
3
2,5

1,1 1,2 3,8


2,7 0

2 2,6

1,1

1,7
0

2,5
EX. 3: VEREADORES MAIS CITADOS POR BOM DESEMPENHO EM SANTOS (2000)

VEREADORES
REDUTOS ELEITORAIS DE SUELY MORGADO
Adelino Pedro Rodrigues (1)
Antonio Carlos B. Joaquim (1)
Carlon Mantovani Calejon (4)
2,9
Cassandra Maroni Nunes (4) 1
1,5 6,5
0,7
Fausto Figueira de Mello Jr (9)
Fausto Lopes Filho 1,5 0,4
(1) 1,3
1,4 0,7
0
José Lascane0,4 (4)
0,9

Manoel Constantino (1) 3,1


1,4 1,1
Marivaldo Aggio 1,5 (1)
0 1,1

Martinho Mongon (1) 1,2

Sérgio Bonavides (1)


Suely Morgado (4)
0
0,4
2,4
0,4
3,1

4,5 2,4 1,3

0,3 2,8

1,8

0,7
2) Alem daquelas lideranças sociais descomprometidas politicamente e atraídas com o propósito “somar”
votos, é estrategicamente importante, primeiro, saber quais são, depois, até que ponto se sentem prestigiadas
ou estão satisfeitas com o tratamento que recebem para, a partir daí, seduzir as micro lideranças que podem
“tirar” votos dos principais adversários, rachando suas bases de apoio. Assim, depois de mapeados os
principais redutos eleitorais do estado (identificadas as lideranças comunitárias; os problemas, necessidades,
aspirações dos eleitores e a popularidade das lideranças políticas locais e estaduais), "costurar" alianças
políticas ou cooptar lideranças, de forma a retalhar os principais redutos dos adversários, aumentando as
chances de eleger os candidatos do seu grupo político e ocupando espaços nos redutos onde a pesquisa
detectou os maiores índices de indecisos.

3) Mesmo que o candidato majoritário não desponte como o favorito nas pesquisas, apresentar dados
inquestionáveis que demonstrem a viabilidade; evidenciar o seu potencial eleitoral e a consistência das
informações em que baseia suas estratégias eleitorais.

4) Medir, previamente, a força eleitoral e popularidade dos atuais dirigentes do partido no estado e
municípios, a tempo de interferir na reestruturação dos diretórios e nas convenções partidárias.

5) Com base em pesquisas, o diretório regional tem melhores condições de arbitragem onde houver conflito,
facilitando o trabalho de conciliar as correntes divergentes e unir o partido para o embate eleitoral.

6) Uma das formas mais justas e eficazes de resolver disputas internas sem recorrer às dispendiosas e por
vezes desgastantes prévias é a combinação, entre os postulantes internos, de decidir a vaga em disputa a favor
do aspirante que uma pesquisa revelar que goza de melhor conceito, tem menos rejeição ou tem maior
potencial para vencer a eleição. Esta fórmula é muito utilizada, por exemplo, pelo PSDB, evitando disputas
fratricidas e o desgaste geral das decisões contra um de seus líderes. A pesquisa transfere para o julgamento
legítimo, isento e implacável do eleitorado, o veredicto final sobre qual dos aspirantes disputará pela legenda.

Fase da campanha eleitoral

1) As pesquisas permitem acabar de vez, com as dissidências, cristianizações e as traições políticas; reduz o
nível de incompetência interno da campanha e auditora o desempenho dos coordenadores, "dobradinhas",
cabos eleitorais e aliados durante todo o período eleitoral, medindo objetivamente, os índices de transferência
de votos de cada um e em que medida os apoios e alianças resultam em crescimento efetivo da candidatura ou
se não passam de "média" eleitoral;

Como se faz:
1º passo: Medir o cacife inicial e pessoal do candidato - o percentual de intenção de votos que o candidato
dispõe, num dado momento, em cada município e região do estado.
2º passo: Medir qual é o cacife pessoal (prestígio ou reputação) de cada líder comunitário (prefeito, vereador,
secretário municipal, líder classista, etc.) ou o patamar de intenção de votos do candidato aliado (dobradinha)
no reduto ou região territorial;
3º passo: Cruzando as duas informações anteriores, é possível saber qual é o percentual de simpatizantes do
líder ou dobradinha que, na ocasião votam no candidato que costura a aliança.
4º passo: Medir, periodicamente, em cada município ou reduto, se durante a quinzena ou mês, o cacife dos
aliados e as intenções de voto nos candidatos do partido cresceram, diminuíram ou se permanecem iguais.
Saberia então, até que ponto a sua estratégia e a de seus concorrentes em cada reduto está dando certo e
avaliaria a competência de seu coordenador em cada reduto ou região;
5º passo: E ao cruzar aquelas informações, o candidato terá condições de medir novamente a transferência de
votos e verificar se o seu índice de intenção de votos entre os simpatizantes de cada aliado cresceu, ou se o
seu suposto aliado não o está traindo ou sendo displicente.
EXEMPLO: COMO PRETENDEM VOTAR, PARA PREFEITO, OS ELEITORES DE
CADA VEREADOR DA CIDADE DE SANTOS (2000)

Assim, antes de fechar cada acordo ou aliança, tanto o candidato como seu aliado saberão qual é o cacife
inicial de cada um e também que o resultado ou eficácia da aliança poderá ser medido ao longo de toda a
campanha.

2) As mesmas pesquisas citadas acima, permitem acompanhar a evolução de todos os demais candidatos,
aliados ou adversários, orientando a definição dos apoios, concentração de esforços nos candidatos viáveis e
articulação de composições que minimizem prejuízos ao seu grupo político, garantindo espaços, mesmo se ou
onde seus aliados tenham poucas chances de vencer.

EX.: BAIRROS DO MUNICÍPIO DE MANAUS

Santa Etelvina

Monte das Oliveiras


Tarumã
Colônia Terra Nova

Nova Israel Jorge Teixeira


Cidade Nova
Colônia Santo Antonio

Ponta Negra Flores Tancredo Neves Puraquequara


Redenção

Planalto Bairro da Paz


São José Operário
Lirio do Vale Parque 10 de Novembro
Alvorada
Zumbi dos Palmares
Nova Esperança Aleixo
Dom Pedro Adrianópolis Coroado Armando Mendes
Santo Agostinho Chapada
São Jorge Petrópolis Colônia Santo Aleixo
Compensa Nossa Senhora das Graças
Vila da PrataSão Geraldo
Japim
Sâo Francisco
Santo Antonio Mauazinho
Presidente Vargas
Glória Praça 14 de Janeiro
São Raimundo Raiz
Cachoeirinha
Aparecida
Betania
Centro Morro da Liberdade
Santa Luzia Crespo
São Lázaro Vila Buriti
Educandos

Colônia Oliveira Machado


INTENÇÃO DE VOTO ESPONTÂNEO (ABRIL 2000)
ALFREDO NASCIMENTO EDUARDO BRAGA

28,2 17,9
28,6 25,7

12,1 27,3
43,1 15,7

29,3 32,7 43,9 19,4 17,1


17,1
25,7 8,6

24,6 29,8 24,4 29,8 22


37,5 32,4 14,9 13,5
33,3 27,5 23,2
30 20
22,7 27,1 21,3 16,7
20,4 22,6
26,4 11,3
11,8 23,5
34 25 20
25 30,6
43,3 28 26,8 16,7 18,7 9,8
16,2 6,7
10,8
16,1 33,3 12,9 13,9
30,4 35,7 34,5 16,7 19,6 10,9
13,5 33 27 32
43,8 36 26,5 15,6 32 28,6
28,3 16,2 26,4 24,3
37,5 9,4
30 29,6 26,7 14,8
25 45,6 16,7
37,529,2 35,1 25 25 20,824,6

3218,9 32 27
32,4 29,7 25 24,3 16,2 20
30,9 37,8 16,4 18,9
19,6 33,9

COMPARATIVO
Alfredo Nascimento (26)
Eduardo Braga (4)
Empate (25)

EVOLUÇÃO DAS INTENÇÕES DE VOTO ESPONTÂNEOS EM ALFREDO


NASCIMENTO (JANEIRO A ABRIL DE 2000)

28,2
28,6
18,8 19,2

12,1 42,3
43,1 43,5

29,3 32,7 43,9 41,2 32,3 16


25,7
17,6
26,9
24,6 24,4 17,3 25,8
29,8 32,4 21,6 34
33,3 37,5 33,3
30 17,3
22,7 27,1
29,5
20,4 30,2 27 36
26,4 27,5
11,8
34 25 38,9
25 20
28 26,8 32 25,3 29,4
43,3 18,2 30
16,2
33,3
16,1 33,3 VOTARIA 19,4
30,4
13,5
35,7
43,8
34,5
36
33 EVOLUÇÃO DA INTENÇÃO
ALFREDO DE VOTO
NASCIMENTO
32
26,3
36 28,8
36,7 14,5
29,4
22,3
26,5 16,2 28 31,3
28,3
37,5 38 40 40
29,6 28
25
30
37,529,2 35,145,6 Aumentou 43 a(10)
46 48,4
28
28,4
40
32 a 43 27,3

30,9
3218,9
32,4 29,7 25 Diminuiu 28 a 32
(6) 21,2
12
18,2 30,3 17,6
21,9
37,8
19,6 Manteve 15 a(39)
28 36

11 a 15
Janeiro Abril
3) Caso o detentor das informações seja o candidato majoritário, ele terá, em suas mãos, a situação e o
controle de todos os demais companheiros de sua chapa; possibilitando que o seu "staff" de campanha seja
consultado e respeitado por todos os demais aliados, o que asseguraria maior unidade à sua campanha.

Se o dono das informações de um reduto ou região for um candidato proporcional ou um prefeito aliado, seu
status político cresce e ele se credencia para assumir papel mais relevante e influente na campanha dos
candidatos majoritários, tornando sua presença imprescindível e assumindo, de fato, a coordenação local da
campanha majoritária. O exemplo a seguir dá uma idéia de como uma entidade disposta a lançar candidatos,
por exemplo, passaria a ter maior espaço e influência nas decisões internas de um partido político a partir do
ponto em que seus representantes disponham de um projeto consistente de levantamento de informações e
estratégia de marketing.

4) Antes da implantação das misteriosas, inquestionáveis e imperscrutáveis urnas eletrônicas, amparada em


pesquisas realizadas às vésperas da eleição ou pesquisas de boca de urna, ficava mais fácil para a coordenação
jurídica acompanhar a apuração e detectar as áreas onde houver grande discrepância entre os resultados da
apuração e o das pesquisas, respaldando ações ou requerimentos para recontagem de votos. Hoje, pelo menos
aquelas pesquisas servem para que o candidato que as patrocinou, não tenha que esperar a apuração para saber
da sua situação e a de seus companheiros, ou para saber se foi ou não traído pelos cabos eleitorais.

5) Ao montar seu sistema de informações interno que se encarregaria de enviar “batedores” (um ou dois
entrevistadores) para saber, antes de cada visita aos municípios, quais os problemas de cada segmento da
população, orientando seus pronunciamentos de forma a conquistar o maior número de simpatizantes
possível, aos demonstrar interesse e conhecimento da situação, problemas e carências locais.

EX.: MAIOR PROBLEMA NO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO (2.000)

Taboão
Rudge Ramos
Paulicéia
Anchieta
Jordanópolis
Centro
Planalto
Baeta Neves
Independência
Nova Petrópolis

Assunção
Alves Dias Sta Terezinha

Ferrazópolis
Alvarenga / Casa Montanhão
Demarchi - Botujuru

Batistini

Rio Grande / Finco

Área de Manancial
MAIORES PROBLEMAS NOS BAIRROS DA CAPITAL DE SÃO PAULO - 2003

PROBLEMAS - BAIRRO
Desemprego (23)
Habitação (1)
Inflação (1)
Infra-estrutura (5)
Saúde (1)
Segurança (65)

0 5 1
0

kilometre
s

6) Com base em pesquisas prévias, além de saber o que falar para conquistar mais votos, é possível programar
os seus contatos com as lideranças mais populares e fortes, eleitoralmente, em cada cidade visitada, extraindo
o máximo rendimento de cada viagem;

7) Ao atender lideranças municipais, aliados e cabos eleitorais, o candidato já saberia qual é o status político e
social do seu interlocutor na base dele, e tudo o que precisaria saber sobre os eleitores, sua própria situação e
a dos concorrentes, etc. Seu poder de negociação e respeito como líder crescem e a chances de ser
“engambelado” pelos interlocutores passam a ser remota.
8) Ao deter informações privilegiadas sobre a imagem e capacidade de transferir votos dos prefeitos,
governador, presidente e lideranças em cada município, o candidato pode se valer delas, para articular novos
espaços e alianças, detectar problemas e oportunidades, a tempo de corrigir uns e aproveitar outras, ou
mesmo.

9) Os prefeitos, vereadores e demais lideranças do estado teriam interesse em saber de suas situações e a dos
seus adversários locais em suas bases eleitorais, pretexto privilegiado para aproximar-se dos líderes regionais
ou municipais;

10) O candidato que dispuser de um sistema eficaz de informações, será interlocutor respeitado pelas
lideranças e coordenadores nacionais do seu partido, pois ficará em situação privilegiada para opinar,
recomendar e influir decisivamente na adoção de estratégias diferenciadas para a campanha do candidato
presidencial no seu estado.

11) Via pequenas pesquisas diárias, conhecidas como “tracking”, é possível medir os resultados e
desdobramentos de cada programa no horário eleitoral gratuito ou de cada pronunciamento em comícios,
evitando a ocorrência de fenômenos conhecidos como "ondas" ou candidaturas da moda. Foi assim que Collor
venceu os adversários paulistas em seu próprio quintal-1989; Antonio Ermírio e Maluf polarizavam a
liderança, mas quem cresceu na hora certa e levou o troféu foi Quércia -1986; e Luiza Erundina, num único
fim de semana passou da modesta 3ª colocação e venceu e disputa, na carona do episódio da invasão da
siderúrgica de Volta Redonda, em 88, sem falar no Brizola, que na crista da terceira onda carioca, engoliu a
onda Miro Teixeira e a onda Sandra Cavalcanti e levou o governo em 82.

Exemplo de “Tracking”, realizado na Bolívia durante a campanha presidencial de 2.002


ESTUDIO TRACKING 22 MUESTRA DE 2749 CASOS PARA 2.0% DE ERROR A 95%
CONFIABILIDAD EN 9 DEPARTAMENTOS AMPLIADO A 54 POBLACIONES
MULTIESTRATIFICADA CON CONTROL DE CUOTAS POR EDAD Y SEXO
20 DE JUNIO DE 2002
PROPOSTA DE PESQUISAS DIÁRIAS (TRACKING) APRESENTADA AO ENTÃO CANDIDATO À
PRESIDÊNCIA CIRO GOMES EM 2.002 (SEU VICE ERA PAULINHO, DA FORÇA SINDICAL)
PROJETO NACIONAL DE PESQUISAS

OBJETIVOS:
1- Medir diariamente a evolução da campanha em todo o território nacional, avaliando o impacto dos fatos novos e todos
os fatores de desgaste sobre a imagem dos candidatos a presidência; através de “trackings” diários (entre 3.000 a 4.000
entrevistas/ dia).

Além dos resultados nacionais, os “trackings” avaliarão, também diariamente, a evolução da campanha e impactos sobre a
imagem dos presidenciáveis nas 27 capitais, na maior cidade do interior de cada estado e no geral das médias e pequenas
cidades do interior.

A cada semana, serão totalizados os dados obtidos em cada estado, permitindo avaliar, individualmente, a situação dos
candidatos a presidente por estado, por capital e nas segundas principais cidades de cada estado.
2- Serão levantados e avaliados os seguintes pontos:
a) Intenção de voto para presidente, governo e senado (e estudo dos indecisos);
b) Potencial de votos e a rejeição dos 4 principais concorrentes à presidência e 4 principais candidatos aos
governos;
c) A gestão do presidente, do governador e do prefeito da capital;
d) A percepção dos eleitores quanto aos seguintes atributos e defeitos dos candidatos a presidência e aos governos
estaduais: inteligência; honestidade; capacidade; experiência; qualidade das propostas e conhecimento dos
problemas; sensibilidade social; confiabilidade;
e) Qual foi o melhor e pior programa apresentado pelos candidatos ao governo e à presidência no horário eleitoral
gratuito da TV no dia anterior;

COMO VIABILIZAR O PROJETO:

CABERIA À FORÇA SINDICAL O SEGUINTE:


FORNECER UMA BASE (UM COMPUTADOR NA CAPITAL E UM NA SEGUNDA CIDADE DE CADA ESTADO)
ALÉM DA SEGUINTE MÃO DE OBRA:
3 ENTREVISTADORES EM CADA CAPITAL (X 27 = 81)
2 ENTREVISTADORES NA SEGUNDA CIDADE DE CADA ESTADO (X 26 = 52)

QUANTIDADE TOTAL DE ENTREVISTADORES 133

COM 133 ENTREVISTADORES, SERÁ POSSÍVEL EFETUAR 4.000 ENTREVISTAS DIÁRIAS (RESULTADOS
NACIONAIS) E 1.000 ENTREVISTAS SEMANAIS EM CADA UM DOS 27 ESTADOS BRASILEIROS

A BRASMARKET FORNECERIA OS 133 COLETORES DE DADOS, OS SOFTWARES DE TRANSMISSÃO DE DADOS E


EFETUARIA O PROCESSAMENTO DIÁRIO DOS DADOS COLETADOS PELOS ENTREVISTADORES.

CUSTO TOTAL (NACIONAL) PARA MESES AGOSTO E SETEMBRO: R$100.000,00 (COM EXCLUSIVIDADE DOS
DADOS NACIONAIS SOBRE A DISPUTA PARA PRESIDENTE E DA TRANSFERENCIA DE VOTOS ENTRE OS
CANDIDATOS A GOVERNADOR ALIADOS DA COLIGAÇÃO DE CIRO GOMES) OU DE R$10.000,00 (SEM
EXCLUSIVIDADE)

(CONSIDERAR CUSTO ADICIONAL DE MAIS R$43.000,00 SE OPTAREM PELA APRESENTAÇÃO GEOGRÁFICA


DIGITAL (EM MAPAS) DA EVOLUÇÃO DOS QUADROS)

PARA VIABILIZAR O MESMO PROJETO NO ESTADO DE SÃO PAULO, SERIAM NECESSÁRIOS UM COMPUTADOR
COM MODEM EM CADA CIDADE SEDE E O SEGUINTE NÚMERO DE ENTREVISTADORES:

CAPITAL: 8 ENTREVISTADORES = 250 ENTREVISTAS / DIA (1.500 ENTREVISTAS POR SEMANA);

GRANDE SÃO PAULO: 5 ENTREVISTADORES = 150 ENTREVISTAS / DIA (1.000 ENTREVISTAS POR SEMANA)

40 SEDES DE REGIÃO ADMINISTRATIVA: 2 ENTREVISTADORES CADA SEDE DE REGIÃO = 60 ENTREVISTAS / DIA


EM CADA CIDADE (420 POR SEMANA). TOTALIZANDO 80 ENTREVISTADORES = 2.400 ENTREVISTAS / DIA NAS 40
SEDES DE REGIÃO

EM TODO O ESTADO TRABALHARIAM 93 ENTREVISTADORES QUE EFETUARIAM 2.800 ENTREVISTAS


POR DIA E QUE, DEPOIS DE PONDERADAS PELO PESO ELEITORAL DE CADA REGIÃO ADMINISTRATIVA
DO ESTADO, FORNECERIAM OS RESULTADOS ESTADUAIS DIÁRIOS E SEMANAIS DE CADA CIDADE
SEDE DE REGIÃO

12) Aferir os estragos provocados ou detectar a dimensão dos efeitos, a penetração e credibilidade de ataques,
acusações, boatos desferidos por ou contra um candidato durante a campanha;

13) Testar o impacto de peças promocionais, slogans, recall ou memorização das campanhas, avaliação do
impacto de debates e das iniciativas de comunicação (matérias e reportagens);

14) Determinar a qualidade do atendimento prestado pelos atendentes nos comitês e como os eleitores
recebem a visita e argumentação desenvolvida pelos cabos eleitorais
PROJETO ESTADUAL DE PESQUISAS PARA GERAÇÃO DE TRACKINGS DIÁRIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO
PERÍODO: DE 15 DE JULHO A 30 DE SETEMBRO

OBJETIVOS:
1- Medir diariamente a evolução da campanha em todo o estado, avaliando o impacto dos fatos novos e todos os fatores de
desgaste sobre a imagem dos candidatos ao governo do estado e à presidência; através de “trackings” diários, com:
 1.680 entrevistas por dia no interior, totalizando 8.000 entrevistas por semana;
 800 entrevistas por dia na capital, totalizando 4.000 entrevistas por semana;
 400 entrevistas por dia na Grande São Paulo, totalizando 2.000 entrevistas por semana.
 2.880 entrevistas no total do estado, ponderadas segundo a densidade eleitoral de cada região para expressar o
resultado da disputa a nível estadual.

Além dos resultados globais do estado, os “trackings” avaliarão, também diariamente, a evolução da campanha e impactos
sobre a imagem dos candidatos ao governo e à presidência na Capital, Grande São Paulo e nos 42 redutos mais influentes
do interior do estado (municípios sede de região de governo).

A cada dia, serão atualizados os dados obtidos nos 4 dias anteriores em cada segmento territorial do estado, permitindo a
avaliação individual, da situação dos candidatos por estado, por capital e nas principais regiões do interior do estado.

2- Serão levantados e avaliados os seguintes pontos:


a) Intenção de voto para presidente e governo (e estudo dos indecisos);
b) Potencial de votos e a rejeição dos 5 principais candidatos ao governo: Quércia (PMDB), Serra (PSDB),
Mercadante (PT), Mário Guide (PSB) e Carlos Apolinário (PDT);
c) A gestão do prefeito municipal;
d) A percepção dos eleitores quanto aos seguintes atributos dos candidatos ao governo (QUAL LHE PARECE
QUE É O MAIS):
 Sinceridade; Confiabilidade;
 Honestidade e empenho no combate à corrupção;
 Capacidade de gerar desenvolvimento e empregos;
 Experiência e realizações passadas;
 Qualidade das propostas e conhecimento dos problemas;
 Sensibilidade social; fará mais pelos pobres;
e) Qual foi o melhor e pior programa apresentado pelos candidatos ao governo e à presidência no horário eleitoral
gratuito da TV no dia anterior;
OBS.: Caso a contratante queira o resultado das avaliações referentes ao horário eleitoral diariamente às
14:00h, serão aplicados 2 questionários e a amostra da propaganda no horário eleitoral será de 1.400
entrevistas/dia.
f) Uma questão diária em aberto, a ser definida pelo contratante segundo a sua necessidade de informações.

3- Os resultados das pesquisas serão geo-referenciados, semanalmente, oferecendo séries históricas comparativas, que
expressem as variações ocorridas ao longo da disputa.

4- Semanalmente, as pesquisas serão registradas no TRE como levantamentos institucionais, para assegurar a divulgação
dos resultados em caso de interesse da campanha;

5- Os resultados, análises e recomendações diárias serão feitas pelos especialistas serão enviadas à coordenação via
Internet ou apresentadas ao conselho da campanha pessoalmente.

6- Caso o contratante necessite de amostragem em qualquer município do estado fora das 42 cidades sedes de região, nosso
instituto tem condições de efetuá-las no dia seguinte ao da solicitação, com 400 entrevistas e questionário com até 10
questões fechadas (mais dados de qualificação), ao custo unitário de R$5.000,00 cada levantamento adicional.

7- Caso o contratante queira dobrar a amostra diária num dos 42 municípios sede de Região, que passaria para 80
entrevistas por dia e totalizando 400 entrevistas semanais, considerar um acréscimo de R$5.000,00 por mês em cada
município onde a amostra for ampliada.

Mais utilizações das pesquisas


No front internacional, a contratação de institutos de renome pode servir para a divulgação de
informações de interesse do País contratante, com finalidade de influenciar povos e líderes de países
estrangeiros ou para reforçar posições políticas de um governo no plano interno e externo, nas
negociações na área do comércio internacional ou nos tratados com outros Países. Nestes casos, as
pesquisas servem para dar respaldo social às propostas, reivindicações e eventuais posições do governo
que as patrocina.

Nos meses que antecedem a data prevista das eleições, a contratação de pesquisas com institutos de
renome ou divulgadas por veículos que gozem de bom conceito, servem como garantia de que nenhum
dos grupos políticos possa manipular seus oponentes, pois cada pesquisa serve para auditar a outra.

Candidatos que podem contratar pesquisas para seu consumo interno, têm vantagem sobre os
adversários, pois podem auditar os trabalhos realizados por outros institutos. A posse de pesquisas
próprias também serve para provocar uma guerra publicitária de índices caso isto se faça necessário,
tanto para confundir os opositores como para impedir que estes possam confundir os aliados do seu
detentor.

As pesquisas para fundamentar ataques a grupos rivais em diferentes bases regionais

Caso um titular de governo estadual tenha adversário forte em outro estado, as pesquisas permitem
que ele possa estender sua influência sobre os domínios dos seus oponentes.

De posse das informações, pode adotar estratégias de marketing de guerra, que combinem a coleta de
informações sobre o desempenho do rival, para sua posterior difusão, justamente onde as
vulnerabilidades detectadas possam provocar o máximo desgaste ao governante rival.

Ao deter informações sobre o oponente, o líder pode aliar-se a outros grupos que façam oposição ao
mesmo adversário, municiando-os nas suas ações e assim, mantendo o rival ocupado em salvar suas
próprias posições e estruturas internas de poder e enfraquecendo sua capacidade de influir ou prestar
apoio às oposições dentro dos seus próprios redutos.

Nesta estratégia, o conhecimento sobre a conjuntura e a sociedade na base ou reduto de um adversário,


é fundamental: como não foram contratadas por iniciativa do rival, as pesquisas não podem ser por ele
manipuladas e nem ter vetada a divulgação dos dados que lhes forem desfavoráveis, abrindo flancos
vulneráveis e atingindo a Opinião Pública, criando situações para que os adversários locais do líder
rival também possam contribuir para seu desgaste.

Como as pesquisas podem ser utilizadas:

Como base para tomada de decisões:

O principal objetivo que deve levar um candidato a contratar uma pesquisa é a necessidade de informações
confiáveis e estratégicas. A principal utilidade das pesquisas é mostrar ao candidato quais são as
oportunidades, onde estão os indecisos, qual é o seu perfil e o que querem ouvir. Comparando seus resultados
ao longo do tempo, é possível saber se as estratégias estão dando certo, e junto a que segmentos de eleitores,
além de possibilitar saber também os efeitos das estratégias empregadas nas campanhas de seus adversários.

Assim, é recomendável que o candidato realize diversas pesquisas no decorrer de sua campanha, a fim de
avaliar seu progresso e o de seus adversários, detectar as novas tendências e oportunidades eleitorais junto à
população, efetuando correções de rota estratégica ou mudando suas táticas em função das novas informações
disponíveis. Entretanto, uma pesquisa pode ser utilizada de diversas outras maneiras, sem prejuízo de sua
finalidade principal.

Como instrumento para alavancar a arrecadação de fundos eleitorais:

Assim, é comum a utilização de pesquisas como forte argumento para aumentar a arrecadação de fundos de
campanha junto a empresários e lideranças setoriais que estejam apoiando a candidatura, desde que o
candidato esteja bem posicionado entre os primeiros lugares ou possa demonstrar, através das pesquisas, que
sua candidatura vem crescendo e tem chances reais de vitória. É um fato incontestável que nenhum investidor
se sente confortável em apostar em candidatos sem perspectiva de vitória.

Como instrumento de avaliação e auditoria das alianças e coordenações:

Já nos referimos aqui quanto às vantagens que traz esta utilização das pesquisas, que inverte a posição do
candidato e seu coordenador político, passando a auferir os benefícios e ampliação de seu poder quando
passam a ser informantes ao invés de informados.

Como instrumento de Propaganda, para: Informar; Motivar; (e também confundir, desinformar e


desmotivar os adversários):

Persiste uma crença – desprovida de qualquer fundamento científico – de que o eleitor não gosta de
desperdiçar seu voto e que acaba por mudar sua intenção de voto num candidato quando sente que seu
preferido não tem chances de alcançar a vitória. Ledo engano, que tem levado muitos à perplexidade e a
conclusões equivocadas. Se assim fosse, muitos times populares já teriam, há muito tempo, encerado suas
atividades à míngua de torcedores; o PT jamais teria vencido as eleições para presidência e ainda estaríamos
sob regime militar.
Mas é bom salientar que pesquisa não ganha eleição, mas ajuda a ganhar. Essa visão permitirá que cada
candidato se posicione corretamente e sem ilusões face às pesquisas que vier a utilizar.

Uma pesquisa favorável serve também como propaganda, cujos efeitos são maiores à medida que tenham sido
feitas por institutos conhecidos e com boa reputação. Já foi dito ao longo deste capítulo, que é mais eficaz
comprar um número que lance confusão do que tentar desacreditar um instituto ou guerrear com o veículo de
comunicação. Para divulgar uma enquete, não se necessita de nenhuma formalidade legal e, se contratada a
um bom instituto, pode ser livremente utilizado como instrumento de propaganda, e quem assiste a
propaganda e vê todos aqueles números percentuais, não fará nenhuma diferença entre a enquete e uma
pesquisa com valor científico.

Como nenhum instituto se nega a fornecer o relatório a seu cliente em meio digital ou via e-mail, outro
recurso muito utilizado por candidatos é adulterar o número da pesquisa contratada a um grande instituto para
usar o resultado internamente, para motivar seus aliados, ou arrecadar fundos, ou usar o resultado para
negociar alianças. A rigor, como o Instituto forneceu uma pesquisa exclusiva e o cliente tem exclusividade
sobre o relatório, quando não usa o relatório nem o nome do instituto para fins publicitários, por razões
profissionais não pode dar nenhuma satisfação (nem confirmar nem desmentir) números que não são
públicos.

Eu mesmo já fui procurado por líderes querendo confirmação de resultados de pesquisas totalmente díspares
dos dados reais. Embora ficasse patente para mim o que havia ocorrido, não pude desmentir nem confirmar
nada, pois eu não tinha como saber se o interlocutor falava a verdade ou se não estaria jogando um verde para
colher, maduro, um número sigiloso e exclusivo do contratante. Tenho por regra recomendar, a quem me peça
números exclusivos de meus clientes, que o interessado contrate ele mesmo uma pesquisa para saber qual é a
situação real.

Mas também já houveram dois casos em que o nossos clientes concederam entrevistas e citaram números
falsos, ocasiões em que, solicitado pelo veículo a confirmar o dado, a contragosto e para evitar que meu
instituto incorresse em infração da lei eleitoral, me vi obrigado e desmentir o cliente e comunicar ao jornalista
ou editor que a pesquisa não foi contratada para fins de divulgação. Para evitar ocorrências daquela natureza,
quando um cliente contrata pesquisa para consumo interno (sem registro), nós lhe pedimos que assine um
termo de responsabilidade para que ele tome conhecimento da legislação e das conseqüências da divulgação
não autorizada.

Um alerta: Cuidado com os prazos de entrega

O único ponto fraco de qualquer pesquisa eleitoral é a sua efemeridade, pois ela retrata situações ou fornece
informações existentes no exato momento em que é realizada. Numa disputa eleitoral, o ambiente é sempre
dinâmico e passível de radicais transformações em curtíssimo espaço de tempo, enquanto a pesquisa é sempre
estática. Por isto, só contrate pesquisas de quem possa entregar os resultados com no máximo um dia após a
conclusão dos trabalhos de campo (questões fechadas) ou no máximo três dias para entrega das questões
abertas, para que você não trabalhe em cima de dados vencidos ou informações superadas.

DICA: AS PESQUISAS CASEIRAS PARA MEDIR AS EVOLUÇÕES NAS INTENÇOES DE VOTO

E aqui vai uma dica de grande utilidade para qualquer candidato dispor a trocar a emoção e adrenalina que
sente diante do desconhecido, por uma campanha aborrecida onde tudo pode ser medido e é previsível:
mesmo que você não disponha de gente qualificada para gerenciar e planejar pesquisas com fundamento
científico, recomendo que se utilize das enquetes.

Embora uma enquete não lhe dê com precisão a sua posição e a de seus adversários ao longo da disputa, se
você repetir as mesmas perguntas, nos mesmos dias da semana e horários, e nos mesmos locais (redutos
populosos) você saberá quem está crescendo ou caindo e se a sua estratégia (e as deles) está dando certo ou
não. Mesmo sem preocupar-se com detalhes como estratificação sócio-econômica, ou geográfica, você terá
um valioso instrumento para medir a evolução das intenções de voto dos eleitores.

INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE PESQUISAS

A importância da interpretação correta

Através da realização de pesquisas, o candidato detém inúmeras informações. A importância dessas


informações é determinada em razão direta da sua aplicabilidade imediata e dos resultados que com esta se
almeja obter.
Uma pesquisa profissional, feita com critério e seriedade, reúne todas as probabilidades de correção e
confiabilidade. Entretanto, esses fatores não asseguram por si mesmos a eficácia das diretrizes adotas em
função dela. A chave de ouro de uma pesquisa, capaz de assegurar a sua utilidade, é a interpretação correta
das informações recolhidas.
Uma grande pesquisa mal interpretada pode significar a derrota daquele que dela se utiliza para
determinar suas ações eleitorais, da mesma forma que a informação só adquire valor se devidamente
organizada e situada dentro de um contexto real. Estar bem informado não significa nada se não se tiver
capacidade analítica para converter a informação em estratégias de ação.
Um bom exemplo de erro de interpretação de dados contidos uma pesquisa ocorreu quando um dos
candidatos apurou que uma das principais causas da popularidade de seu principal adversário advinha do fato
de ele capitalizar o princípio da autoridade.
A interpretação foi correta, mas ao tentar agregar esta qualidade ao seu próprio composto de imagem,
o candidato acabou perdendo mais do que ganhou, pois havia espaço para apenas um autoritário, e este lugar
já estava ocupado e consolidado pelo concorrente dele.

Se, ao invés de diluir a força de sua imagem, imitando o adversário, o candidato procurasse identificar em
suas pesquisas uma imagem diferenciada e capaz de adaptar-se melhor às suas próprias características
pessoais, o resultado seria, sem dúvida, mais proveitoso.

Na mesma campanha, o candidato cometeu outro erro de interpretação das informações das pesquisas,
tentando explorar contra seu adversário seu gosto pela bebida. O atacante usou mal o argumento e acabou
numa posição antipática diante do eleitorado, pois grande parte deste não via o ato de beber socialmente como
algo inaceitável. O atacado foi mais hábil e transformou a pedra em vidraça, colocando-se no papel de vítima.

Por si sós tais erros não podem se apontados como determinantes do resultado final da campanha, mas, com
certeza, tiveram seu peso específico e relativa influência em prejuízo da campanha do candidato que
interpretou mal as informações das pesquisas ou formulou mal ou equivocadamente a sua estratégia.

A informação é uma arma poderosa, mas é preciso ter o máximo cuidado para que o tiro não saia pela culatra.
Assim, embora todo instituto de pesquisa ofereça um relatório analítico acompanhado dos dados obtidos, é
necessário que o candidato e sua assessoria analisem cada informação e cruzamento dos dados. Usar o bom
senso, e contar com analistas experientes para interpretar corretamente as informações deve preceder a
definição das estratégias. Outro bom conselho é que o candidato use e abuse da experiência e capacidade de
interpretação dos profissionais de pesquisa contratados, discutindo resultados, elucidando dúvidas, etc. Afinal,
numa campanha eleitoral, nenhuma colaboração inteligente é dispensável.

Contratar uma pesquisa profissional pode parecer caro, mas oferece inúmeras vantagens em relação a
pesquisas amadoras, a começar pela qualidade e confiabilidade das informações assim obtidas, possibilitando
ainda ao candidato, exigir relatórios detalhados e objetivos, capazes de facilitar o trabalho de análise e agilizar
aplicação das estratégias.

A teoria do equilíbrio e para que serve a margem de erro

Todo ponto forte de um candidato se constitui num forte indício ou a prova que existe um ponto fraco, uma
vulnerabilidade a ser fortificada. Uma candidatura forte, saudável e consolidada, a que eu consideraria ideal é
aquela cuja intenção de votos do candidato se distribui uniformemente em todos os segmentos do eleitorado.
Esta distribuição uniforme e generalizada lhe dá consistência e indica que não se deixou nenhuma frente
desguarnecida: sua comunicação está perfeita.

Isto não quer dizer que seja necessariamente ruim um candidato ter posição mais forte num segmento: o ruim
é que, necessariamente, estará mais fraco em outro e, caso se encontre a solução para melhorar sua posição na
“perna” frágil ou mais curta, a candidatura deixa de ser manca e o candidato sairá fortalecido: suas chances de
vitória serão maiores.

A estratégia nestes casos nunca é cortar a perna maior e sim apoiar-se nela para alongar a outra. Como numa
escalada, para subir o alpinista sempre usa como apoio um ponto logo acima e alavanca o corpo em sua
ascensão ao topo, numa campanha o reduto forte é o ponto de apoio da alavanca que buscará irradiar sua
mensagem aos outros segmentos onde ele ainda não tem a mesma força.
Para descobrir em quais segmentos o candidato tem maior ou menor penetração, ou rejeição ou onde existe
uma anormalidade factual, a chave ou a ferramenta é a margem de erro e a base de comparação é, sempre, o
resultado geral ou global da pesquisa. Se a pesquisa tem uma margem de erro de 5%, todo número de estiver
mais de 2,5% acima ou abaixo do resultado geral é um evento que merece atenção e estudo, pois revela uma
vantagem a ser aproveitada ou uma desvantagem a ser fortificada.

O analista busca, em cada tabela e cruzamento do relatório, tudo o que estiver fora da margem de erro. Os
demais resultados falam por si mesmos. Ex.: A pesquisa mostra que o candidato tem 20% das intenções de
voto. Se não houver nenhuma variação fora da margem de erro na distribuição de seus votos com relação ao
sexo, idade, renda, escolaridade ou atividade profissional do eleitorado representado na amostra, é sinal que
as preferência do candidato se distribuem normalmente pela sociedade. Mas aqueles mesmos 20% resultarem
dele ter 30% entre as mulheres e 10% entre os homens, significa que ele tem uma vantagem no eleitorado
feminino e uma desvantagem ou restrição a ser vencida no universo dos eleitores do sexo masculino. Se esta
diferença for devido a atributos físicos do candidato, como beleza, charme, etc., esta inserção maior no
público feminino é algo a ser comemorado. Mas se esta preferência se dá porque as mulheres o consideram,
por exemplo, delicado e sensível, pode indicar que os homens o vejam como efeminado demais, e aí se torna
recomendável reforçar a presença feminina na campanha ou usar alguma outra das inúmeras estratégias que
se pode utilizar para reforçar atributos valorizados pelo universo masculino.
A tabela abaixo mostra a afinidade eleitoral dos candidatos a deputado Estadual com o prefeito no
Município. A pesquisa revela que o candidato Nelson Fernandes è o que tem maior afinidade eleitoral
com o prefeito: 4 em cada 10 eleitores de Nelson acham que a gestão do Prefeito será melhor e 85,1%
dos eleitores dele acham a que gestão do prefeito será melhor ou igual à do prefeito anterior, contra
apenas 8,8% dos que acham que a atual gestão será pior. O Ex-prefeito é o que tem menor afinidade
eleitoral: apenas 20% dos eleitores dele acham que a gestão do prefeito será melhor, e 14,5% acham
que a gestão do atual prefeito será pior do que a do ex-prefeito.

PELO QUE TEM DITO E NESTE DISCO, ESTÃO OS NOMES DOS POSSÍVEIS CANDIDATOS A DEPUTADO
FEITO ATÉ AGORA, ESTADUAL DA REGIÃO QUE DISPUTARÃO UMA VAGA NA ASSEMBLÉIA NO ANO QUE
ACHA QUE A ATUAL VEM.
GESTÃO, INICIADA EM Nenhum
JANEIRO DESTE ANO deles /
SERÁ MELHOR, IGUAL Anulará o
OU PIOR À GESTÃO voto / Não sabe
ANTERIOR, ENCERRADA Nelson Vicente EX- Edmur Beto Votará em / Sem
EM 2.004? Fernandes Cassione PREFEITO Mesquita Mansur branco resposta Total
Melhor 39,9% 24,0% 20,5% 16,0% 32,0% 33,2% 19,0% 33,9%
Igual 45,2% 18,1% 62,0% 34,6% 41,8% 60,3% 41,2%
Pior 8,8% 14,1% 14,5% 11,0% 13,1% 11,0%
Não sabe 6,1% 43,8% 3,0% 84,0% 22,4% 11,9% 20,7% 13,8%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

O Prefeito exerce influência sobre pouco mais de 1/3 (35,7%) dos eleitores que se declararam indecisos
quanto à sua escolha para deputado estadual na próxima eleição. Isto prova que, se a eleição fosse hoje
ou se ele mantiver estes índices de aprovação até outubro de 2.006, o atual prefeito tem cacife pessoal
para eleger o seu candidato na próxima eleição. Ele influi também sobre a intenção de voto de 20% dos
eleitores que hoje afirmam que não votariam em ninguém ou anulariam seus votos para deputado
estadual.

Pela influência que exerce junto aos eleitores, os candidatos que poderiam ser mais afetados com a
interferência do prefeito na eleição seriam os candidatos Nelson Fernandes do PT (30% dos eleitores
ouvem o prefeito) e o ex-prefeito de São Vicente, Márcio França, do PSB (36% dos eleitores dele levam
em consideração um pedido do prefeito).

UM PEDIDO DO
PREFEITO FARID PARA NESTE DISCO, ESTÃO OS NOMES DOS POSSÍVEIS CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL
QUE VOTE EM DA REGIÃO QUE DISPUTARÃO UMA VAGA NA ASSEMBLÉIA NO ANO QUE VEM.
CANDIDATOS LIGADOS
A ELE NA PRÓXIMA
ELEIÇÃO, PESARIA Nenhum
MUITO, PESARIA UM deles /
POUCO, NÃO INFLUIRIA Anulará
NADA OU PESARIA o voto / Não
CONTRA O CANDIDATO Votará sabe /
DELE NA HORA DE SUA Nelson Candidato Vicente Ex- Marcio Edmur Beto em Sem
DECISÃO? Fernandes A Cassione Prefeito França Mesquita Mansur branco resposta Total
Pesaria muito 12,5% 4,1% 2,1% 6,4% 21,0% 6,3% 2,2% 9,6% 7,2%
Pesaria pouco 17,2% 18,8% 14,1% 16,1% 15,6% 84,0% 16,5% 19,5% 26,1% 18,1%
Não pesaria em nada 62,8% 63,3% 72,1% 65,3% 32,0% 16,0% 62,4% 45,8% 45,9% 57,7%
Pesaria contra 2,6% 5,4% 6,5% 19,3% 1,5% 20,3% 18,4% 8,2%
Não sabe / Sem resposta 4,9% 8,4% 11,7% 5,7% 12,1% 13,3% 12,1% 8,7%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

ÍDICES DE AFINIDADE ENTRE OS CANDIDATOS:

1- TRANSFERÊNCIA DE VOTOS ENTRE OS CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL E O


CANDIDATO AO GOVERNO DO PT, ALOIZIO MERCADANTE
Nelson Fernandes (PT) é o candidato a deputado estadual que tem maior afinidade com Mercadante
(PT): 43% dos seus eleitores também são eleitores de Mercadante.
O candidato a deputado Vicente Cascione é o que tem maior dissonância com relação a Aloizio
Mercadante: 48,5% dos seus eleitores não votariam de jeito nenhum ou dificilmente votariam no
candidato a governador.
NESTE DISCO, ESTÃO OS NOMES DOS POSSÍVEIS CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL DA
REGIÃO QUE DISPUTARÃO UMA VAGA NA ASSEMBLÉIA NO ANO QUE VEM.

Nenhum
deles /
Anulará o
voto / Não
Votará sabe /
O SENADOR ALOÍSIO Nelson Candidato Vicente Ex- Marcio Edmur Beto em Sem
MERCADANTE; Fernandes A Cassione Prefeito França Mesquita Mansur branco resposta Total
Votaria com certeza 23,7% 3,5% 22,7% 7,8% 29,5% 5,7% 8,2% 11,9%
Provavelmente votaria; 19,5% 9,6% 4,8% 17,0% 8,5% 84,0% 20,7% 2,4% 9,6% 13,2%
Depende / talvez votasse/ Não sabe 21,7% 19,4% 10,6% 38,7% 17,1% 16,3% 12,0% 15,0% 20,0%
Se dificilmente votaria 12,9% 25,1% 23,6% 14,2% 28,8% 16,0% 14,9% 35,0% 16,6% 21,0%
Se não votaria de jeito nenhum 17,9% 10,9% 24,9% 17,5% 16,0% 31,3% 29,2% 26,4% 21,7%
Não conhece nem ouviu falar 4,3% 31,5% 13,4% 4,7% 11,0% 13,1% 32,4% 12,3%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

2- TRANSFERÊNCIA DE VOTOS ENTRE OS CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL E O


CANDIDATO A GOVERNADOR DO PSDB, JOSÉ SERRA;
Edmur Mesquita, do PSDB é o candidato a deputado que tem maior afinidade eleitoral (84%) com o
candidato de seu partido, José Serra, mas o ex-prefeito de Santos, do PP também tem grande afinidade
eleitoral com Serra: 58% dos eleitores dele também votariam no tucano para governador.
Vicente Cassione (54%) e Nelson Fernandes (50%) são os candidatos a deputado Federal com menos
afinidade com o candidato tucano ao governo.

NESTE DISCO, ESTÃO OS NOMES DOS POSSÍVEIS CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL DA


REGIÃO QUE DISPUTARÃO UMA VAGA NA ASSEMBLÉIA NO ANO QUE VEM.

Nenhum
deles /
Anulará o
voto / Não
Votará sabe /
O PREFEITO DA CAPITAL, JOSÉ Nelson Candidato Vicente Ex Marcio Edmur Beto em Sem
SERRA Fernandes A Cassione Prefeito França Mesquita Mansur branco resposta Total
Votaria com certeza 21,1% 28,9% 27,8% 34,2% 16,0% 84,0% 37,9% 35,4% 2,7% 29,1%
Provavelmente votaria; 9,1% 20,1% 8,5% 27,3% 28,7% 19,7% 6,8% 15,2%
Depende / talvez votasse/ Não sabe 15,5% 22,6% 9,6% 21,0% 19,9% 16,0% 16,4% 6,2% 37,7% 16,6%
Se dificilmente votaria 25,0% 14,5% 37,6% 7,3% 29,2% 9,4% 28,0% 28,9% 20,0%
Se não votaria de jeito nenhum 25,8% 14,0% 16,4% 10,2% 6,1% 16,5% 21,0% 30,7% 17,9%
Não conhece nem ouviu falar 3,5% 2,6% 1,2%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

3- TRANSFERÊNCIA DE VOTOS ENTRE OS CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL E O OS


CANDIDATOS A DEPUTADO FEDERAL;
Nelson Fernandes é o candidato que tem mais fidelidade entre seus eleitores:
73% votariam nele tanto para deputado estadual como para federal. Nelson
perderia 27% dos eleitores que votam nele para deputado estadual caso
decidisse lançar-se candidato a deputado federal. Sua afinidade maior é com
a também petista ex-prefeita de Santos Telma de Souza. Mas as “dobradas”
que poderiam lhe dar mais votos, por sua penetração em redutos e eleitores
que não são de Nelson seriam com os candidatos Vicente Cassione e o ex-
prefeito de São Vicente, Márcio França. Já Vicente Cascione perderia nada
menos de 78% dos eleitores para a Assembléia caso decidisse tentar uma vaga
na Câmara Federal. Edmur Mesquita perderia 84% de seus eleitores para
Nelson Fernandes caso decidisse abandonar a disputa para deputado Federal
e enfrentar Nelson Fernandes por uma vaga de Câmara Federal.
NESTE DISCO, ESTÃO OS NOMES DOS POSSÍVEIS CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL DA
REGIÃO QUE DISPUTARÃO UMA VAGA NA ASSEMBLÉIA NO ANO QUE VEM.

Nenhum
deles /
E DESTES POSSÍVEIS Anulará o
CANDIDATOS DA REGIÃO PARA voto / Não
DEPUTADO FEDERAL, EM QUAL Votará sabe /
DELES VOTARIA SE A ELEIÇÃO Nelson Candidato Vicente Ex- Marcio Edmur Beto em Sem
FOSSE HOJE Fernandes A Cassione Prefeito França Mesquita Mansur branco resposta Total
Nelson Fernandes 72,7% 6,8% 6,3% 84,0% 3,7% 17,8%
Candidato A 3,4% 63,4% 9,6% 10,5% 1,5% 11,7%
Vicente Cassione 22,2% 2,8% 1,7%
Ex-Prefeito 8,6% 5,4% 8,6% 66,3% 3,8% 13,8%
Marcio França 70,5% 1,2% 4,2%
Edmur Mesquita 0,6% 3,4% 16,0% 0,8% 0,8%
Beto Mansur 4,6% 1,7% 30,0% 2,8% 6,1% 57,7% 1,5% 12,8%
Telma de Souza 10,0% 19,3% 15,5% 9,5% 17,2% 27,5% 37,7% 19,4%
Nenhum deles / Anulará o voto /
Votará em branco 14,1% 1,8% 6,1% 4,7% 57,0% 19,3% 13,8%
Não sabe / Sem resposta 3,0% 80,7% 4,0%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
O questionário

O primeiro passo a ser dado por quem pretenda contratar uma pesquisa eleitoral é definir exatamente o
que se quer saber, de quem se quer saber e qual é o nível de detalhamento ideal das respostas que se pretende
obter.
São esses os três principais elementos que irão determinar a formulação das perguntas dirigidas ao
eleitorado, a cujo conjunto se dá a denominação de questionário.
Um questionário exige na sua elaboração, uma série de cuidados, que vão desde o número de
perguntas incluídas até a ordem em que serão feitas pelos entrevistadores, passando pela escolha criteriosa até
das palavras que nele deverão constar.
Isso porque dele depende, em grande parte, a isenção, a objetividade e, até mesmo, a confiabilidade e validade
da pesquisa.
Entre as diversas formas de se perguntar, destacam-se dois tipos de questões – abertas e fechadas -,
cada qual oferecendo vantagens e desvantagens.

Questões abertas

São aquelas que permitem ao pesquisado responder livremente a questão formulada.


Vantagens: permite ao analista detectar observações e motivações do entrevistado com muito mais
riqueza de detalhes, por vezes chegando a conclusões surpreendentes e inéditas, motivações imprevisíveis,
tendências em gestação, que podem permitir ao candidato elaborar sua estratégia em cima de dados
extraordinários, decidindo a seu favor uma eventual situação adversa.
Desvantagens: por mais objetiva que seja uma questão, não se garante a mesma objetividade na
resposta. O grau de dispersão é maior e o trabalho de filtragem, análise e seleção das respostas é muitas vezes
maior, além de haver, ainda, o risco de e deixar escapar algum detalhe importante para o candidato durante
aquelas operações.
Essa desvantagem leva a outra: o tempo que o pesquisador gasta até a apresentação dos resultados
finais é muito maior, pois este tipo de questão anula as vantagens oferecidas pelo computador e todo o
trabalho é feito manualmente. Este fato aumenta o custo da pesquisa devido à necessidade da manutenção de
recursos humanos especializados para esse tipo de operação.
Finalmente, as perguntas abertas também trazem alto risco de embutirem distorções, pois primeiro passam
pela primeira interpretação que o entrevistador dá às respostas do entrevistados.

Depois, numa sala fechada, fora do contexto da entrevista e sem conhecimento de gestos, olhares e
características que podem mudar o sentido ou dar mais ênfase a expressão verbal, analistas terão que fazer a
uma segunda interpretação daquelas mesmas respostas, para classificá-las em grupos homogêneos.

Nesta segunda interpretação, devido ao fato de existirem muitas palavras e expressões com duplo significado
(as vezes antagônicos ou opostos) o analista não tem como saber se ser esperto, por exemplo, significa uma
qualidade ou defeito para o entrevistado, ou se a palavra desonesto define o ato de roubar ou o de mentir, e
assim por diante.

Assim, como tempo e dinheiro são fatores fundamentais para um candidato, normalmente ele opta
pelas questões fechadas.

O EMPREGO DOS COLETORES ELETRÔNICOS DE DADOS E PALM TOPS:


O sistema POP foi idealizado para atender, exclusivamente, às necessidades de pesquisas quantitativas. E
nesta área é, atualmente, o melhor, o mais ágil, o mais confiável, versátil e completo sistema de coleta do
mundo. Assim, em termos de hardware, equipamento é inadequado para levantamentos qualitativos, onde as
respostas são dissertativas e quase sempre, muito subjetivas, vagas ou abrangentes demais, quase sempre
combinadas à observação das reações e comportamento dos indivíduos que formam os grupos de discussão, a
ponto de exigirem que a interpretação dos resultados seja feita por profissionais da área de ciências sociais,
psicólogos, etc..

O sistema POP é o único que permite a execução “descomplicada” de perguntas abertas, desde que estas
conduzam a alternativas de respostas objetivas, como, por exemplo: Qual a marca...? Quais as principais
qualidades ou defeitos de...? Aonde..., que lugar freqüenta... ou em que bairro mora? Qual o nome do artista,
personalidade ou candidato preferido ? Qual emissora de rádio assiste? Em que horário...?; etc. As respostas a
este tipo de perguntas são codificadas à medida em que os nomes vão surgindo, bastando ao entrevistador
escrever, num formulário à parte, os nomes ou respostas dadas, obedecendo a mesma ordem em que elas vão
sendo digitadas no coletor, para que depois se possa emitir os relatórios finais com fidelidade ( nomes,
marcas, qualidades, etc. )

Perguntas como o porque de um “Sim” ou de um “Não”; razões de escolha ou preferência; etc.,


também podem ser utilizadas por sistemas digitais de coleta, mas exigem trabalho adicional: a pré-codificação
das respostas possíveis, via aplicação de um pré-teste ou, pelo menos, a pré-classificação em que serão
incluídas ou agrupadas as respostas semelhantes ou sinônimas. Este trabalho adicional também é exigido nas
pesquisas convencionais que incluem perguntas abertas, mas a diferença é que o sistema eletrônico de coleta
exige que o planejamento seja feito antes de aplicar o questionário e não depois de aplicado como ocorre nas
pesquisas convencionais.

O que é e para que serve o pré-teste

Um pré-teste é um instrumento utilizado pelos institutos de pesquisa para tornar menos imprecisas e dispersas
as respostas dos entrevistados e restringir distorções e a margem de interpretação das respostas por parte dos
entrevistadores, uma vez que cada resposta possível já foi previamente levantada após o agrupamento das
respostas por categoria ou significado, ou seja: todos os significados afins ou semelhantes já se encontram
previamente organizados e listados.

Como o pré-teste permite “fechar” questões abertas

Se a amostra total da pesquisa for de 1.000 entrevistas, aplicam-se as primeiras 100 ou 150 entrevistas com
questionários abertos, ou seja, com linhas em branco após cada pergunta aberta, onde o entrevistador anotará
as respostas dadas pelos entrevistados. Aí a pesquisa é interrompida e os analistas do instituto classificam as
repostas semelhantes em grupos (pré-codificação). Nesta etapa, ainda se procuram prever e acrescentar ao
questionário final (que será aplicado ao resto dos entrevistados) todas as outras opções possíveis de repostas,
para facilitar o trabalho do entrevistador que, ao invés de escrever uma a uma as respostas, apenas passa a ter
que assinalar cada resposta no seu grupo correspondente.

Exemplo: numa pesquisa, onde são entrevistados cidadãos de diferentes classes sócio-econômicas e culturais,
os entrevistados usam inúmeras formas diferentes de expressar a mesma idéia. Numa amostra com 1.200
entrevistas, se o objetivo de uma das perguntas é saber a razão da rejeição por um dos candidatos, se as
respostas não forem pré-codificadas, será enorme o número de vocábulos ou palavras diferentes, que querem
expressar exatamente a mesma coisa: algumas pessoas expressarão desonesto, outras, ladrão, outras, ainda,
adjetivam como canalha, gatuno, larápio, amigo do alheio, corrupto, etc.
Alguns entrevistados são sucintos e objetivos, outros, são dissertativos e tem dificuldade de expressar suas
idéias. Para responder a uma pergunta do tipo: Por que você decidiu votar no candidato “a”, algumas pessoas
vão responder: pelo que ele já fez no passado, enquanto outro entrevistado pode contar a história da casa onde
morava que vivia penalizada pelas enchentes e o candidato canalizou o córrego que transbordava. Um terceiro
entrevistado pode dizer que votará naquele candidato porque ele investiu na educação quando foi prefeito ou
porque defendeu melhor aposentadoria ou pagou melhor os funcionários públicos... Todos estão dizendo a
mesma coisa: escolheram o candidato pelas suas realizações passadas.

Se esta opção já estiver definida, ao invés de 200 respostas diferentes (no fundo dizem o mesmo),
desprezíveis estatisticamente, pois individualmente não querem dizer nada (uma resposta, num universo de
1.200 entrevistas não representa nem 0,01%), a pré-codificação das respostas permite um ganho
extraordinário no tempo gasto para tabulação dos resultados. Além de tornar mais útil e consistente o
conteúdo da pesquisa, a pré-codificação das respostas se refletirá em grande economia de tempo e no custo da
pesquisa para o contratante.

Embora pré-codificadas, as questões continuam abertas, no sentido de que as respostas são espontâneas e não
estimuladas por listas. Mas as diversas respostas possíveis já estão registradas em categorias objetivas e de
fácil interpretação. As respostas não previstas no script elaborado durante o processo de pré-análise, são
registradas à parte. Assim, quando são aplicadas questões abertas, o sistema de coleta digital, se comparado
aos sistemas convencionais, exige a mesma rotina, mas apresenta resultados finais melhores.

Benefícios da pré-codificação

Isto porque a pré-codificação facilita muito o trabalho dos entrevistadores, evita dispersão e conduz a
resultados muito mais consistentes, além de eliminar a intermediação dupla entre o que pensa um entrevistado
e o registro do conteúdo real e final de sua resposta: no sistema convencional, primeiro o entrevistador (que
pela sua própria formação, quase sempre não é a pessoa mais qualificada para fazê-lo) interpreta a resposta e
procura resumir o pensamento do entrevistado ao passá-lo para o papel. Mais tarde, longe da rua e sem saber
qual foi a expressão facial e gestual dos respondentes, o analista que faz a crítica do resultado, é obrigado a
interpretar respostas que não são as dos entrevistados, mas sim as que foram registradas pelo entrevistador
(acaba interpretando a interpretação de terceiros), para só então criar os grupos ou classes onde as respostas
semelhantes serão expressas. A possibilidade de distorções é, naturalmente, muito maior no sistema
convencional do que nos sistemas de coleta digital.

Após alguns milhões de entrevistas já realizadas em todo o País, institutos tradicionais e com vários anos de
atuação no mercado oferecem uma vantagem adicional aos seus clientes: A maioria das questões que um
instituto menor consideraria como abertas e recomendaria o pré-teste como solução já foram equacionadas
nos institutos maiores e experientes em pesquisas eleitorais. Graças ao know how que já acumularam, todos
os pré-testes já foram feitos e o contratante não terá que pagar o custo de pré-testes nem atrasar sua pesquisa
por esta razão.

Assim, graças ao custo, confiabilidade e velocidade que o sistema POP imprime às pesquisas quantitativas,
caso algum levantamento quantitativo contiver, obrigatoriamente questões que exijam respostas dissertativas,
é vantajoso combinar o sistema de coleta eletrônico com o manual, o que permitiria fazer o processamento
imediato das respostas fechadas e das questões semi-abertas ou pré-codificadas. Num processo à parte e sem
as vantagens de custo e da agilidade, pós codificar e processar as questões abertas de conteúdo dissertativo,
reagrupando-as depois para reconstituir o questionário original.
Questões fechadas

São aquelas que limitam ao consultado, a tarefa de apontar uma, entre as respostas previamente definidas pelo
pesquisador, conferir notas ou graus, etc., mantendo-se como característica constante a restrição a definições
extensas pelo consultado.
Vantagens: entre outras, permite ao analista classificar rapidamente e sem possibilidade de erro as
respostas. O tempo de processamento é consideravelmente reduzido devido ao uso de computadores,
garantindo a objetividade e significância das respostas.
Desvantagens: este tipo de questão não oferece as vantagens citadas da questão aberta e requer um
especial cuidado na elaboração das questões e da apresentação das respostas, sob penas de se influenciar o
pesquisado e induzi-lo a assinalar uma resposta que não corresponde à sua opinião real.
Entretanto, as desvantagens citadas neste capítulo não anulam as vantagens oferecidas por uma
empresa de pesquisa; limitam apenas as condições de utilização de seus serviços, recomendando-os nas
seguintes situações:
1)antes de elaborar a plataforma e o plano global da campanha;
2)durante a campanha, mensalmente, para medir tendências do eleitorado, penetração das diversas
campanhas, avaliar lideranças políticas, etc.

A AMOSTRA: QUANTO MAIOR, MELHOR

Qualquer estado ou município de grande porte, por sua abrangência territorial, contingente populacional e
pela composição de seus diferentes segmentos sociais, culturais profissionais e realidades econômicas
heterogêneas, representa um conglomerado muito diversificado e complexo, composto pela soma de
populações com diferentes aspirações, demandas e percepção de problemas e prioridades que diferem entre os
vários segmentos.

Bons exemplos destas diferenças: entre as camadas populacionais mais pobres, a demanda por transporte
coletivo será maior do que entre a população de alta renda, onde, em compensação, os problemas na área do
trânsito e do estado de conservação das rodovias terão índices maiores do que entre a população da periferia.
A questão do desemprego preocupará mais a população com escolaridade baixa do que a população com
instrução superior; e a solução dos problemas na área da saúde será mais demandada pelos mais idosos do que
pelos mais jovens.

Dominar o território, estabelecer estratégias de comunicação adequadas para conquistar cada segmento
populacional; manter-se informado sobre as evoluções nos quadros político-eleitorais e sócio-políticos; ou
acompanhar as evoluções dos movimentos eleitorais das lideranças políticas dentro dos limites territoriais,
exige que o todo seja avaliado pela soma das partes, como se cada região do estado ou zona do município
fosse uma unidade ou reduto eleitoral autônomo. Para facilitas a comunicação e ampliar a sua eficácia junto
ao eleitorado, o mesmo que é recomendável territorialmente também vale: é preciso aferir o que pensa, o que
quer e como decide e reage cada segmento eleitoral ou categoria profissional.

E para tornar territórios e sociedades complexas administráveis eleitoralmente, é recomendável reduzir os


níveis de complexidade e diversidade. Isto se obtém dividindo o estado ou município em setores geográficos
regionais menos diversificados ou mais homogêneos. Um candidato pode optar por adotar o modelo do IBGE
– Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que já traz o mapa de cada estado subdividido em micro e
meso-regiões, como pode ser verificado no modelo de projeto de pesquisa para o estado de Goiás.

Amostras suficientes para medir planos gerais perdem nitidez à medida que se segmenta a pesquisa
Uma pesquisa com 1.200 entrevistas seria mais que suficiente se o objetivo fosse monitorar a eleição em
âmbito geral do estado, com margem de erro de 3%.

Mas a mesma amostra seria insuficiente para estabelecer quais seriam os redutos dos candidatos a deputado
estadual e federal, ou para saber para quais candidatos cada candidato ou prefeito transfere seus votos
(afinidade eleitoral). Isto porque caso o estado tenha 100 municípios e supondo que a capital concentre
metade dos eleitores, sobrariam apenas 600 entrevistas para distribuir entre as 99 cidades restantes.

Supondo que as 99 cidades tivessem a mesma densidade eleitoral, mesmo que a critério do instituto fosse
sortear 20 cidades dentre as 99, a amostra por município seria de apenas 30 entrevistas cada um, e a margem
de erro, superior a 30%: Um candidato que aparecesse com 15% das intenções de voto poderia, na verdade ter
entre 0% e 30% dos votos o que tornaria inútil avaliar os cruzamentos por cidade interiorana, que
provavelmente mostraria situações de empate técnico entre os candidatos na quase totalidade de colégios
eleitorais.

COMPARATIVO ENTRE DISTRIBUIÇÃO DE AMOSTRAS PEQUENAS OU GRANDES:

Exemplo: consideremos uma pesquisa, com 400 entrevistas, para saber qual é a intenção de voto para prefeito
numa cidade. A amostra é suficiente para representar a média da opinião ou das intenções de voto na cidade,
com uma margem de erro de 5%.
(Se a amostra fosse de 2.000 entrevistas, a margem de erro seria bem menor, de 1,9%.)

Mas vejamos o que aconteceria, à medida que quiséssemos detalhar mais os resultados. A pesquisa apurou
que o candidato “a” tem 20% das intenções de voto (considerando a margem de erro de 5%, ele teria entre
17,5% e 22,5%) e o candidato “b”, tem 28% (entre 25,5% e 30,5%). A pesquisa indicaria, fora da margem de
erro, que o candidato “b” tem nítida vantagem sobre o “a” e lidera a disputa na cidade.
(Se a amostra fosse de 2.000 entrevistas, o candidato “a” teria entre 19% a 21% e o “b”, entre 27% a 29%)

Apenas para facilitar o cálculo, imaginemos que o município possa ser dividido em 4 partes ou zonas, com o
mesmo número aproximado de eleitores em cada zona, que resultaria numa amostra de 100 entrevistas por
zona. A margem de erro do resultado em cada zona já passaria dos 5%, para 10%. Numa zona, se o candidato
“a” tivesse os mesmos 20%, como a margem de erro passou a ser de 10% ele teria entre 15% a 25% dos votos
e o candidato “b”, com 28%, teria algo entre 23% a 33% dos votos. No limite da margem de erro, os dois
poderiam estar empatados, mas a vantagem do candidato “b” ainda é perceptível.
(Se a amostra fosse de 2.000 entrevistas, seriam 500 entrevistas por zona, a margem de erro seria de 4,6%
e se saberia que o candidato “a” teria entre 17,7% a 22,3% e o candidato “b”, entre 25,7% a 30,3% e a
vantagem do “b” sobre o “a”naquela zona da cidade continuaria nítida)

Mas suponhamos que agora queremos saber como votam as mulheres de uma das zonas. Supondo que 50%
do eleitorado é composto de mulheres, teríamos 50 entrevistadas, e a margem de erro já passaria de 10%, para
20%. Assim, o candidato “a” teria, entre as mulheres, entre 10% a 30 % dos votos, e o candidato “b”, entre
18% e 38% dos votos, ou seja, ambos estariam tecnicamente empatados e já seria impossível afirmar que “b”
tem vantagem sobre “a”.
(Se a amostra fosse de 2.000 entrevistas, seriam 250 as mulheres entrevistadas por zona, e a margem de
erro seria de 7,0%. O candidato “a” teria entre 16,5% a 23,5% e o candidato “b”, entre 24,5% a 31,5% e a
vantagem do “b” sobre o “a” continuaria nítida)
Se, ao invés das mulheres quiséssemos saber como votam os eleitores com idade superior a 50 anos naquela
mesma zona, se os eleitores naquela faixa etária fossem 20%, teríamos apenas 20 entrevistas. A margem de
erro passa a ser de 40% e o candidato “a” teria entre 0% e 40% (é isto, poderia ter apenas os 4 votos que
representam 20% de 20 entrevistas) e o candidato “b” teria entre 8% e 48% das intenções de voto. Ou seja, a
informação que é válida para medir a eleição a nível de município não significa absolutamente nada à medida
que a amostra é fracionada nos cruzamentos da pesquisa.
(Se a amostra fosse de 2.000 entrevistas, seriam 100 eleitores com mais de 50 anos entrevistadas por zona,
e a margem de erro seria de 10,0%. O candidato “a” teria entre 15% a 25% e o candidato “b”, entre 23% a
32%. No limite da margem de erro, os dois poderiam estar empatados, mas a vantagem do candidato “b”
ainda seria perceptível).

O projeto que apresento a seguir é um exemplo das informações que podem ser obtidas com pesquisas que
usam grandes amostragens. Foi apresentado a vários clientes que, sem exceção, ganharam as eleições. Não
quero aqui ter a pretensão de afirmar que se elegeram por causa das pesquisas e informações do projeto, pois
o que determinou suas vitórias foi a capacidade deles em se valerem das informações para corrigir rumos,
monitorarem os redutos e fiscalizarem o desempenho de seus aliados e adversários. O que vence eleições é,
sempre a estratégia, mas a informação ajuda, e muito, o comando da campanha a tomar as decisões certas. E
quem erra menos, geralmente é o que vence a eleição.
PROJETO RADAR (MONITORAMENTO ELEITORAL)

Fundamentos básicos

1- A situação de candidatos à reeleição pode ser vantajosa: ele pisa simultaneamente em dois terrenos - ele é
candidato e também é o governo. Sabendo todo o tempo quais os problemas e aspirações em cada reduto do
estado, cada secretário de governo pode exercer o papel de embaixador do candidato situacionista (por ex.;
um secretário pode visitar um reduto onde se constatou, previamente, problemas na sua área e anunciar
futuras obras, convênios, liberar recursos, etc.).

Considerando-se em termos eleitorais, antes de determinar-se o que, quando e como fazer para vencer uma
eleição estadual, há 5 classes de municípios a considerar isoladamente:
a- os municípios onde o candidato e seus aliados locais vão indo muito bem;
b- os municípios onde o candidato majoritário vai bem mas seus aliados locais vão mal;
c- os municípios onde o candidato vai mal mas seus aliados vão bem;
d- os municípios onde tanto candidato como seus aliados vão muito mal
e- os municípios onde há equilíbrio de forças e o quadro eleitoral está indefinido.

2- A partir deste levantamento, é possível trabalhar em dois níveis: a presença do governo e/ou a presença do
candidato (ambos anunciando obras, investimentos e soluções) o candidato - governador faz uma campanha e
seu governo (secretários de estado) faz outra paralela.

Esta classificação dos redutos permite que se economizem recursos e esforços do candidato: Nos casos “a” e
“b”, a necessidade de presença do candidato e de investimentos é menor; no caso “d”, o investimento em
dinheiro e em tempo do candidato é elevado e a relação de custo e benefício lhes serão desfavoráveis (aí seria
o caso de concentrar a máquina e lançar candidatos proporcionais que possam ao menos pulverizar mais os
votos locais e dificultar o trabalho dos rivais). Já no caso “e” e c”, onde a eleição está disputada e sem um
franco favorito, vale a pena concentrar presença, máquina e recursos. Em outras palavras, não se desperdiça
velas boas com defuntos ruins.

3- FISCALIZANDO A LEALDADE DO GRUPO POLÍTICO E ORIENTANDO SUA AÇÃO.

Toda candidatura majoritária depende, em maior ou menor grau, da articulação política e do grau de lealdade
dos aliados políticos em relação à parceria. É preciso evitar que a prática egoísta do “cada um por si e Deus
por todos” se instale entre os candidatos a deputado, até porque boa parte do gasto nas candidaturas
proporcionais sai dos cofres do candidato majoritário.

Os resultados da lealdade das parcerias (articulação política) contam muito, pois a transferência de votos dos
candidatos proporcionais, prefeitos e micro lideranças locais além da transferência de votos advinda do
candidato a senador da sua chapa pesam na composição do resultado final (votação conquistada para o cargo
de governador).

A estratégia:

Propomos à coordenação o levantamento de todos os municípios do estado; aferindo pormenorizadamente a


situação eleitoral em cada um deles (carências, problemas; delimitação geográfica dos redutos oposicionistas;
intenção de voto de cada candidato majoritário e proporcional; imagem da gestão estadual e dos governos
municipais e o federal; índice de transferência de voto entre candidatos aliados e dos prefeitos para o
candidato ao governo; etc. ).
PERÍODO PARA EFETIVAÇÃO DAS PESQUISAS: ( entre 15/8 e 05/9 )

Esta pesquisa levantaria os seguintes dados (vide modelo do questionário que será aplicado):
1- avaliação do desempenho do governo estadual, municipal e federal;
2- principais problemas de cada município e do estado;
3- Intenção de voto (espontânea e estimulada) dos candidatos majoritários e proporcionais;
4- razão de voto e de rejeição

Com base nestes dados, o governo e o candidato podem orientar seus aliados locais e direcionar sua
administração no sentido de quebrar resistências, fortalecer aliados e enfraquecer adversários, particularizar e
direcionar publicidade, verbas, posicionamentos e melhorar a imagem do governo.

OPÇÃO 1 – TODOS OS MUNICÍPIOS

2.500 entrevistas na capital; 1.111 em Campinas; 800 nos 5 colégios eleitorais do interior do estado com
300.000 a 500.000 eleitores; 400 entrevistas nos 28 municípios que tem entre 100.000 e 300.000 eleitores;
300 entrevistas nos 76 municípios com 30.000 a 100.000 eleitores; 200 entrevistas nos 156 municípios do
estado com 10.000 a 29.999 eleitores. Total 72.811 entrevistas nos 267 maiores colégios eleitorais do
estado de São Paulo.

PRAZO DE ENTREGA: 20 DIAS ( COM ENTREGA PARCELADA ENTRE 10 A 50 MUNICÍPIOS


POR DIA )

OPÇÃO 2 – AS 63 MICRO REGIÕES DO ESTADO


Esta pesquisa, totalizaria 34.402 entrevistas em 97 municípios do estado de São Paulo, amostra que é
composta nos maiores colégios eleitorais do estado. A amostra será distribuída da seguinte forma:

1- 1.200 entrevistas na capital;


2- 600 em Campinas;
3- 500 nos 5 colégios eleitorais do estado com 300.000 a 500.000 eleitores;
4- 400 entrevistas nos 28 municípios que tem entre 100.000 e 300.000 eleitores; e em cada uma das 62
sedes de micro regiões do estado (excluída a região metropolitana da capital) assim distribuídas:

PRAZO DE ENTREGA: 15 DIAS ( COM ENTREGA PARCELADA ENTRE 10 A 50 MUNICÍPIOS


POR DIA )

OPÇÃO 3 – OS 100 MAIORES COLÉGIOS ELEITORAIS DO ESTADO


Esta pesquisa, totalizaria 38.900 entrevistas nos 100 maiores municípios do estado de São Paulo. A
amostra seria distribuída da seguinte forma:

1- 4.000 entrevistas na capital;


2- 1.200 em Campinas;
3- 600 nos 5 colégios eleitorais do estado com 300.000 a 500.000 eleitores;
4- 400 entrevistas nos 28 municípios que tem entre 100.000 e 300.000 eleitores;
5- 300 entrevistas em cada um dos demais 65 municípios
PRAZO DE ENTREGA: 12 DIAS (COM ENTREGA PARCELADA ENTRE 1 A 10 MUNICÍPIOS
POR DIA)

1- AO GOVERNADOR DO ESTADO SERIAM OFERECIDOS, EM REGIME DE


EXCLUSIVIDADE OS SEGUINTES DADOS:

1- Avaliação do governo estadual município por município do estado;


Perfil do eleitorado de cada candidato ao governo (sexo; faixa etária; instrução e renda, incluindo quais os principais problemas
apontados pelo eleitorado de cada candidato nos municípios, regiões e do estado e ainda a determinação precisa dos redutos
eleitorais de cada candidato a governador, deputado estadual e federal no estado);
2- Principais problemas do município e do estado, apontados pelos eleitores de cada candidato ao governo;
3- Intenção de voto para governador, senador, deputados estaduais e deputados federais em cada município e região do estado;
4- Qualificação dos eleitores que não decidiram em quem votarão para governador em cada município e o discurso que eles
gostariam de ouvir ( qual o problema que gostariam que fosse resolvido no município e no estado, por faixa etária, grau de
instrução, renda, sexo );
5- Como votam para governador os eleitores que aprovam e os que desaprovam a administração estadual;
6- ( TRANSFERÊNCIA DE VOTO )Como votam para governador os eleitores que simpatizam e os que reprovam a gestão de
cada prefeito do estado;
7- ( TRANSFERÊNCIA DE VOTO ) Como votam para governador os eleitores dos candidatos ao senado;
8- (TRANSFERÊNCIA DE VOTO ) Como votam para governador os eleitores de cada candidatos a deputado estadual;
9- (TRANSFERÊNCIA DE VOTO ) Como votam para governador os eleitores de cada candidato a deputado federal;
10- Quais deputados tem maiores chances de eleger-se ( sem cruzamentos );
11- Grau de satisfação com a gestão do prefeito e a do governo estadual por parte dos eleitores de cada candidato a governador
12- Razões de voto, de indecisão e de rejeição

Para o candidato ao senado seriam oferecidos os seguintes dados:


1- Principais problemas de cada município, de cada região e geral do estado;
Perfil do eleitorado de cada candidato ao senado ( sexo; faixa etária; instrução e renda; incluindo quais os principais problemas
apontados pelos eleitores de cada candidato ao senado e ainda, a determinação precisa dos redutos eleitorais de cada candidato a
senador, deputado estadual e federal no estado );
2- Intenção de voto para senador, deputados estaduais e deputados federais em cada município e região do estado;
3- Qualificação dos eleitores que não decidiram em quem votarão para senador em cada município e o discurso que eles gostariam
de ouvir ( qual o problema que gostariam que fosse resolvido no município e no estado, por faixa etária, grau de instrução,
renda, sexo );
4- Como votam para senador os eleitores que aprovam e os que desaprovam a administração estadual;
5- ( TRANSFERÊNCIA DE VOTO ) Como votam para o senado os eleitores que simpatizam e os que reprovam a gestão de cada
prefeito do estado;
6- ( TRANSFERÊNCIA DE VOTO ) Como votam para senador os eleitores de cada candidato ao governo;
7- (TRANSFERÊNCIA DE VOTO ) Como votam para senador os eleitores de cada candidatos a deputado estadual;
8- (TRANSFERÊNCIA DE VOTO ) Como votam para senador os eleitores de cada candidato a deputado federal;

Para os candidatos a deputado federal:

RELATÓRIO 1: GERAL

1- Relatório geral do estado, contendo o “ranking” da votação obtida pelos deputados estaduais e federais em todo o estado,
incluindo resultado comparativo do perfil de voto de todos os candidatos a deputado estadual e a deputado federal (sexo; faixa
etária; instrução; renda e região do estado e ainda a determinação precisa dos redutos eleitorais de cada candidato a deputado
estadual e federal no estado) (atenção: não constarão nem as avaliações do governo e dos prefeitos e nem a intenção de voto
para o governo e para o senado)
2- Perfil dos eleitores que mencionaram que pretendem votar no candidato “x” para deputado federal em todo o estado (sexo; faixa
etária; instrução e renda; quais problemas apontam como prioritários; percentual de votação em todo o estado; em quem seus
eleitores votam para governador e senador; em quem os seus eleitores votarão para deputado estadual e se os seus eleitores
aprovam ou desaprovam a gestão dos prefeitos municipais e a do governo estadual)
RELATÓRIO 2: MUNICIPAL

1- Principais problemas do município;


2- Perfil do eleitorado de cada candidato a deputado federal e estadual no município (sexo; faixa etária; instrução e renda,
incluindo quais os principais problemas, do município e do estado, apontados pelos eleitores de cada candidato a deputado
federal);
3- Intenção de voto para deputados estaduais e deputados federais no município;
4- Qualificação dos eleitores que não decidiram em quem votarão para deputado federal em cada município e do discurso que eles
gostariam de ouvir (qual o problema que os eleitores indecisos gostariam que fosse resolvido no município e no estado, por
faixa etária, grau de instrução, renda, sexo);
5- (TRANSFERÊNCIA DE VOTO) Como votam para o deputado federal os eleitores que aprovam e os que reprovam a gestão do
prefeito;
6- (TRANSFERÊNCIA DE VOTO) Como votam para deputado federal os eleitores de cada candidato a deputado estadual;
7- Ranking dos deputados federais e estaduais que receberam indicações de voto no município;
8- Grau de satisfação com a gestão do prefeito por parte dos eleitores de cada candidato a deputado federal.

Para os candidatos a deputado estadual:

RELATÓRIO 1: GERAL

1- Relatório geral do estado, contendo o “ranking” da votação obtida pelos deputados estaduais e federais em todo o estado,
incluindo resultado comparativo do perfil de voto de todos os candidatos a deputado estadual e a deputado federal (sexo; faixa
etária; instrução; renda e região do estado e ainda a determinação precisa dos redutos eleitorais de cada candidato a deputado
estadual e federal no estado) (atenção: não constarão nem as avaliações do governo e dos prefeitos e nem a intenção de voto
para o governo e para o senado)
2- Perfil dos eleitores que mencionaram que pretendem votar no candidato “x” para deputado estadual em todo o estado (sexo; faixa
etária; instrução e renda; quais problemas apontam como prioritários; percentual de votação em todo o estado; em quem seus
eleitores votam para governador e senador; em quem os seus eleitores votarão para deputado federal e se os seus eleitores aprovam
ou desaprovam a gestão dos prefeitos municipais e a do governo estadual)

RELATÓRIO 2: MUNICIPAL

1- Principais problemas do município;


2- Perfil do eleitorado de cada candidato a deputado federal e estadual no município (sexo; faixa etária; instrução e renda,
incluindo quais os principais problemas, do município e do estado, apontados pelos eleitores de cada candidato a deputado
estadual);
3- Intenção de voto para deputados estaduais e deputados federais no município;
4- Qualificação dos eleitores que não decidiram em quem votarão para deputado estadual em cada município e do discurso que
eles gostariam de ouvir (qual o problema que os eleitores indecisos gostariam que fosse resolvido no município e no estado, por
faixa etária, grau de instrução, renda, sexo);
5- (TRANSFERÊNCIA DE VOTO) Como votam para o deputado estadual os eleitores que aprovam e os que reprovam a gestão
do prefeito;
6- (TRANSFERÊNCIA DE VOTO) Como votam para deputado estadual os eleitores de cada candidato a deputado federal;
7- Ranking dos deputados federais e estaduais que receberam indicações de voto no município;
8- Grau de satisfação com a gestão do prefeito por parte dos eleitores de cada candidato a deputado estadual.

QUESTIONÁRIO DE AUDITORIA ELEITORAL

1- MUNICÍPIO
2- “STATUS” DA MUNICÍPIO (GRANDE /MÉDIO /PEQUENO )
3- LOCAL DA ENTREVISTA ( RURAL/ PERIFERIA/ CENTRO )
4- REGIÃO DO ESTADO
5- SEXO
6- FAIXA ETÁRIA
7- GRAU DE INSTRUÇÃO
8- RENDA FAMILIAR

9- NA SUA OPINIÃO, O GOVERNO DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE TEM SIDO ÓTIMO, BOM,
REGULAR, RUIM OU PÉSSIMO? ( SE REGULAR, INSISTIR EM REGULAR MAIS PARA POSITIVO OU
MAIS PARA NEGATIVO? )

10- E A ADMINISTRAÇÃO DO GOVERNO ESTADUAL, DIRIA QUE TEM SIDO ÓTIMA, BOA, REGULAR, RUIM
OU PÉSSIMA? (SE REGULAR, REGULAR MAIS PARA POSITIVO OU MAIS PARA NEGATIVO? )

11- E A ADMINISTRAÇÃO DO PREFEITO, DIRIA QUE TEM SIDO ÓTIMA, BOA, REGULAR, RUIM OU PÉSSIMA?
(SE REGULAR, MAIS PARA POSITIVO OU NEGATIVO?)

12- NA SUA OPINIÃO, ATUALMENTE QUAL É O MAIOR PROBLEMA DO ESTADO?

13- QUE OBRA OU REALIZAÇÃO DO GOVERNO MELHORARIA A QUALIDADE DA SUA VIDA OU TRARIA MAIS
BENEFÍCIOS PARA VOCÊ E SUA FAMÍLIA?

14- JÁ DECIDIU EM QUEM VOTARÁ PARA DEPUTADO FEDERAL? (SE AFIRMATIVO, QUEM?)

15- E PARA DEPUTADO ESTADUAL? (SE AFIRMATIVO, QUEM?)

16- E PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JÁ TEM CANDIDATO? (SE AFIRMATIVO, QUEM?)

17- E PARA GOVERNADOR, JÁ DECIDIU EM QUEM VOTARÁ? (AFIRMATIVO, QUEM?)

18- ( PARA OS INDECISOS ) PORQUE NÃO DECIDIU AINDA EM QUEM VOTARÁ PARA GOVERNADOR?

19- E PARA SENADOR, JÁ DECIDIU O SEU VOTO? (SE AFIRMATIVO, QUEM?)

20- SE A ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE FOSSE HOJE E OS CANDIDATOS FOSSEM ESTES, (ENTREGAR O DISCO)
EM QUAL DELES O/A SR/A VOTARIA?

21- E PARA GOVERNADOR, SE OS CANDIDATOS FOSSEM ESTES? (ENTREGAR O DISCO)

22- PORQUE O/A SR/A VOTA NESTE CANDIDATO?

23- E PARA SENADOR, EM QUAL DELES VOTARIA SE A ELEIÇÃO FOSSE HOJE E OS CANDIDATOS FOSSEM
ESTES? (ENTREGAR O DISCO)

24- O/A SR/A TEM SIMPATIA POR ALGUM DOS ATUAIS PARTIDOS POLÍTICOS? SE AFIRMATIVO, QUAL?

25- EM QUAL DESTES CANDIDATOS AO GOVERNO ( ENTREGAR O DISCO) O/A SR/A NÃO VOTARIA DE JEITO
NENHUM?

26- POR QUE NÃO VOTARIA NESSE CANDIDATO?

A Brasmarket estabeleceria linhas de comunicação diretas e “on line” com a coordenação da campanha, para
que os resultados de todas as pesquisas constantes do nosso projeto estivessem acessíveis tão logo efetuado o
processamento de cada município, em tempo real.

Como qualquer prazo referente a pesquisa está sujeito às condições climáticas, de acesso viário ou
trafegabilidade, eventuais acidentes e convulsões sociais ou mesmo fatos novos, fica estabelecido que, em
caso de eventual atraso decorrente de fatos que estiverem fora do alcance e controle da Brasmarket, esta se
compromete a completar o levantamento assim que cessem os efeitos impeditivos oriundos daqueles fatos,
fornecendo os dados faltantes no menor prazo possível.
Analisando a proposta abaixo, o leitor perceberá que um candidato, ao ampliar a sua amostra, tem condições
de estabelecer, no caso de Goiás, 32 cenários de disputa diferentes, avaliando quais seriam suas melhores
alianças e piores adversários, e concentrar seus recursos aonde o retorno ou relação de custo X benefício for a
melhor possível, ou aonde vale a pena investir seu tempo.

Proposta para efetivação de uma série de pesquisas de avaliação político-eleitoral em âmbito estadual,
composta de resultados individuais de 72 dos 245 colégios eleitorais da Goiás e de cada uma de suas 18
micro-regiões.

OBJETIVOS:

1- Aferir a) quais as principais aspirações dos eleitores b) as intenções de voto espontâneo


conferidas aos candidatos a presidente, governador, deputado estadual e federal; c) intenção
de voto estimulada nos candidatos majoritários nas 32 micro regiões do estado;

2- Identificar geográfica e sócio-economicamente os redutos eleitorais e também o perfil dos


eleitores indecisos e o dos eleitores de cada candidato à presidência da república, ao governo,
senado, bem como dos candidatos a deputado estadual e federal nos 72 municípios da
amostra;

3- Verificar como votam para governador e para deputado os eleitores que aprovam e os que
desaprovam a gestão dos prefeitos dos 72 municípios pesquisados;

4- Verificar como votam para governador


a) os eleitores de cada candidato ao senado;
b) os eleitores de cada candidato à presidência;
c) os eleitores dos candidatos mais votados para deputado estadual e federal;
d) os eleitores que aprovam e os que desaprovam a atual gestão municipal, estadual e a
gestão federal;
e) os simpatizantes de cada partido político;

5- Verificar como votam para senador


a) os eleitores de cada candidato à presidência;
b) os eleitores dos candidatos mais votados para deputado estadual e federal;
c) os eleitores que aprovam e os que desaprovam a atual gestão municipal, estadual e a
gestão federal;
d) os simpatizantes de cada partido político;

6- Levantar as simpatias partidárias dos eleitores goianos

7- Aferir o índice de aprovação das administrações municipais, estadual, federal e os redutos


situacionistas e oposicionistas do estado;

8- Testar motivações de voto e fatores que influem na escolha de candidatos proporcionais;

9- Delimitar os redutos de indecisão e o perfil dos eleitores indecisos, quais são as suas
preferências e demandas em todos os municípios pesquisados.
Estado de Goiás
População por Micro Região-IBGE

POPULAÇÃO POR MICRO REGIÃO - IBGE


69.189 (7)
88.887 (9)
54.252 (7)
228.088 (17)
51.832 (8)
210.048 (19)
428.852 (19)
63.167 (10)
100.723 (13)
1.483.785 (16)
80.799 (12)
641.731 (16)
306.677 (18)
96.547 (13)
290.480 (20)
79.253 (9)
110.089 (11)
89.724 (8)
AMOSTRA
A pesquisa será efetuada junto aos eleitores goianos de todas as 18 micro regiões do estado. Em cada micro
região serão aplicadas 391 entrevistas, assim distribuídas:
200 entrevistas no principal colégio eleitoral;
111 entrevistas no segundo maior colégio eleitoral;
40 entrevistas em dois outros municípios da micro região, escolhidos por sorteio aleatório

Além dos 4 municípios em cada micro região, a Brasmarket efetuaria:


1.200 entrevistas na capital do estado, Goiânia;
800 entrevistas no segundo maior colégio eleitoral do estado;
1.200 entrevistas no terceiro e quarto maiores colégios eleitorais do estado (600 x 2)
1.600 entrevistas no 5º, 6º, 7º e 8º maiores colégios eleitorais (400 x 4)

DISTRIBUIÇÃO E QUANTIDADE DE ENTREVISTAS:

200 ENTREVISTAS X 18 MUNICÍPIOS SEDES DE


MICRO REGIÃO 3.600 ENTREV.
111 ENTREVISTAS X 18 SEGUNDOS COLÉGIOS
ELEITORAIS DE CADA MICRO REGIÃO 1.988 ENTREV.
40 ENTREVISTAS X 36 MUNICÍPIOS SORTEADOS
ALEATÓRIAMENTE (2 POR MICRO REGIÃO) 1.440 ENTREV.
1.000 ENTREVISTAS ADICIONAIS EM GOIÂNIA 1.000 ENTREV.
600 ENTREVISTAS ADICIONAIS EM ANÁPOLIS 600 ENTREV.
400 ENTREVISTAS ADICIONAIS EM APARECIDA DE
GOIANIA E RIO VERDE 800 ENTREV.
200 ENTREVISTAS ADICIONAIS EM ITUMBIARA, LUZIANIA
JATAÍ E FORMOSA 800 ENTREV.

AMOSTRA TOTAL: 10.228 ENTREVISTAS POR SÉRIE

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE:

Os resultados e cruzamentos de cada pesquisa serão digitalizados e, além dos relatórios e tabelas
convencionais, serão apresentados através de mapas (processo conhecido como geo-processamento ou
G.I.S.).
Como segmentar sócio-econômica, política e geograficamente um território

Um candidato poderia também adotar o critério de subdividir o território em razão do número de


coordenadores regionais que dispõe em sua equipe ou, ainda, seguir outros padrões. Para segmentar
geograficamente e, ao mesmo tempo, sócio-economicamente, um destes critérios poderia ser o seguinte:
Numa primeira etapa, o critério das divisões poderia ser de ordem econômica: Os bairros ou regiões mais
“ricas” seriam agrupados num distrito; os bairros ou regiões de classe média ou renda intermediária,
formariam um segundo distrito e os bairros ou regiões mais pobres, comporiam o terceiro distrito.

Numa segunda etapa, se adotarão critérios mais geográficos. Exemplo: cada grande reduto seria subdividido
em subdistritos observando 1º, a vizinhança ou localização regional e depois, que cada subdistrito tenha
densidade populacional semelhante, ou seja: redesenhar o mapa territorial do estado ou município,
estabelecendo, como limites de cada zona, não mais a fronteira legal, e sim as afinidades ou características
mais homogêneas. Cada nova região do estado ou cidade deve ser encarada como reduto ou unidade política
autônoma.

Pequenas amostras tornam impossível tomar decisões afetas a um determinado distrito eleitoral, comunidade
ou segmento populacional.

À medida em que se subdivide aquela amostra para se obter resultados por zona do estado ou cidade, e se
desdobra novamente para obter informações bairro a bairro ou município a município de uma zona, a
amostragem se torna insuficiente para dar respaldo analítico e subsidiar decisões essenciais para a formulação
estratégica e tática da campanha em cada “pedaço do território” ou reduto visado.

Exemplo: dividindo-se um estado com 12 milhões de eleitores, em 40 zonas eleitorais e considerando-se cada
distrito como um município autônomo, cada um deles seria um reduto com mais 300.000 eleitores e o
candidato teria que designar 40 coordenadores para administrar sua campanha e implementar suas
estratégias em cada reduto.

Se tomarmos como base apenas as 1.200 entrevistas que os levantamentos estatísticos convencionais
oferecem, em cada uma das 40 zonas eleitorais teríamos apenas 30 entrevistas (margem de erro superior a
20%). Se, dentro de um daquele reduto quiséssemos saber como pensam os eleitores com idade acima de 55
anos (20% da população), em cada distrito, teríamos 6 entrevistas (margem de erro absurda e superior a 45%).
Para se ter uma idéia do que significa uma margem de erro de tal grandeza, informo aos leitores que a
margem de erro máxima de uma pesquisa é de 50%, percentual que significaria que qualquer informação ou
decisão poderia estar totalmente certa ou totalmente errada.

É claro que, para viabilizar financeiramente a adoção de uma estratégia desta natureza, seria recomendável a
criação de uma unidade interna de pesquisa. O custo não assusta: com apenas um entrevistador em cada
reduto, (total: 40 entrevistadores), trabalhando em tempo integral e ganhando R$800,00 por mês e uma diária
de mais R$20,00 para sua alimentação e as despesas com transporte e supervisão, tudo custaria a um partido
ou candidato por volta de R$90.000,00 por mês. Se os candidatos majoritários (governo e senado) assumirem
a metade do custo, Cada um pagaria R$22.500,00 por mês e se a outra metade fosse dividida entre 25
candidatos a deputado estadual e 20 a federal, o valor individual do rateio seria de R$1.000,00 para cada um.
Cada entrevistador consegue fazer, em média (um questionário curto, com 15 perguntas) 60 entrevistas por
dia, ou 1.200 entrevistas mensais (5 dias úteis por semana). Com 40 entrevistadores, seria possível monitorar
cada reduto individualmente, com uma amostra em torno de 600 entrevistas por quinzena.

Além de permitir qualquer análise de cada segmento populacional, ao aumentar as amostras, seria possível
monitorar, além das campanhas majoritárias, as campanhas proporcionais, medindo a transferência de votos
que cada prefeito ou candidato proporcional é capaz de fazer. Com todos os redutos eleitorais do estado ou
município assim monitorados, o total quinzenal de entrevistas nos 40 redutos seria de formidáveis 24.000
entrevistas, e o custo por entrevista, de apenas R$1,90.

Quadro comparativo sobre as diferentes margens de erro entre uma pesquisa convencional, com 1.200
entrevistas e o número de entrevistas sugerido 24.000 ENTREVISTAS, considerando a subdivisão do estado
ou município em 40 zonas eleitorais e cada zona com 5 distritos ou bairros, totalizando 205 distritos/bairros
por quinzena.

PESQUISA CONVENCIONAL PROJETO RADAR


ABRANGÊNCIA Nº DE MARGEM DE ABRANGÊNCIA Nº DE MARGEM DE
TERRITORIAL ENTREVISTAS ERRO TERRITORIAL ENTREVISTAS ERRO
ESTADO 1.200 3% ESTADO 24.000 0,6%
POR ZONA 30 19% POR ZONA 600 4,0%
POR DISTRITO 6 45% POR DISTRITO 120 9,7%

O GEO PROCESSAMENTO

Além do preço, uma razão que impedia o levantamento de grandes amostras para obter maior precisão
e detalhamento das informações, era a limitada capacidade de absorção e análise do grande volume de
dados que levantamentos desta natureza geram. Imagine o leitor, quantos profissionais qualificados em
análise de pesquisas e quanto tempo seriam necessários para analisar uma montanha de dados que
seriam resultantes de 40 calhamaços de relatórios, com tabelas com mais de 40 colunas para comparar
os quadros em cada reduto: até pouco tempo, era uma missão impossível.

Orgulho-me pelo fato de que, no Brasil, a Brasmarket foi a empresa pioneira na aplicação da geografia
digital para análise a aplicações eleitorais e políticas, que são propostos a nossos clientes desde 1.988,
antes mesmo da empresa passar a dedicar-se exclusivamente à área das pesquisas de Opinião Pública e
de Mercado.

Hoje, eliminadas as restrições financeiras que impediam os candidatos de valerem-se das pesquisas –
qualquer candidato pode ter seu próprio departamento, mais os avanços tecnológicos na área do G.P.S.
(Geographic Position System) e do G.I.S. (Geographic Information System), já existe tecnologia para
facilitar a apresentação geográfica de grande volume de informações.

E tudo em simples lâminas de papel, inseridas em mapas coloridos, que permitem a qualquer pessoa de
média inteligência compreender, de imediato, qual é a situação do candidato e dos seus concorrentes;
ou saber, exatamente, onde estão os pontos críticos, ou em que lugares a campanha vem crescendo, está
estagnada ou vem caindo; ou em quais redutos e quantos são os indecisos, entre muitas outras
informações.

Hoje é possível, em questão de minutos, que os responsáveis pelas áreas estratégicas, como articulação
política ou comunicação, tomem conhecimento de tudo o que se passa agora e, através das séries
históricas, comparar as situações atuais com as conjunturas detectadas nos levantamentos anteriores,
monitorando as evoluções de todos os candidatos ao longo da eleição.
A matéria a seguir, sobre aplicações políticas do geo-processamento de informações foi reproduzida da
“news letter” lisboense GISmédia S.A (site: www. gismedia.pt/)

A geografia digital e uma nova forma de fazer política


Aplicação de metodologias e ferramentas de geomarketing numa campanha eleitoral

A NECESSIDADE DE INOVAR

Perante um previsivel cenário de eleiçoes disputadas ‘ao voto’, a necessidade de apostar tudo na campanha eleitoral, foi clara e
premente, para a candidatura da lista Lisboa Feliz, liderada pelo Dr. Pedro Santana Lopes, candidato à Presidência da Câmara
Municipal de Lisboa. É neste contexto que surge a inovação, e que é reconhecido ao Geomarketing a capacidade de ser parte do
todo que viria a fazer a diferença. Ocorre uma opção estratégica numa nova forma de fazer politica: - Optar pela quantificação dos
problemas da cidade, em vez da sua simples empolação; - escolher a demonstração, ao invés de especulação; -pensar a cidade
num todo, mas olhando para os micro-problemas dos indivíduos. Os problemas são claramente localizados, quantificaveis e, acima
de tudo, demonstráveis.

O GEOMARKETING POLÍTICO

Sendo o marketing um conjunto de técnicas e métodos para a definição de estratégias comerciais e, a geografia a ciência que
estuda a distribuição e relação de todo e qualquer fenómeno na superfície da terra, as metodologias do geomarketing assumem-se
como sendo a espacialização dos conceitos e análises do marketing, podendo esta ser realizada a uma escala nacional ou local.
Recorrendo a ferramentas SIG, especificamente o ArcView GIS 3.1 da ESRI associado a bases de dados Access, procedeu-se à
implementação de um projecto de geomarketing de cariz politico, podendo definir-se o geomarketing politico como sendo a
operacionalização de análises territoriais que visam o marketing político.

LINHAS DE ACÇÃO

1. Inventariar problemas e prioridades da cidade

"Quais os problemas?", "Onde ocorrem?", "Quantos indivíduos são afectados?" ou "Como


são esses indivíduos?", foram questões às quais se pretendeu responder. Os resultados
foram apresentados sob a forma de mapas com a localização de equipamentos, organizados
por áreas temáticas (cultura e lazer, segurança, ensino, saúde, etc.), suporte central da
campanha no terreno, quer para a equipa do candidato, quer para as equipas em campanha
para as 53 Juntas de Freguesia. A sobreposição topológica de plantas do PDM a fotografia
aérea corrigida, de Outubro de 2000, possibilitou demonstrar situações conhecidas mas
nunca provadas. Identificar carências, planear visitas em pontos de maior visibilidade e
adequar o discurso às questões 'de bairro', foram os resultados que se conseguiu obter.

2. Direccionar publicidade

Foi realizada a georeferenciação dos 100 outdoors atribuídos à candidatura, servindo de base
para a análise da cobertura da cidade , bem como para a identificação de locais óptimos para
a realização de acções específicas. Acções em que o resultado é extremamente influenciado
pela visibilidade da candidatura, devem ser planeadas com critérios que são claramente
geográficos: proximidade, vizinhança e visibilidade.

3. Optimização de rotas

Uma campanha é também uma corrida contra o tempo, em que este é limitado e sem
possibilidade de prazos adicionais: no dia marcado a população vai impreterivelmente votar.
Adicionalmente, existe a necessidade de não repetir temas em mais que um dia de campanha.
A conjugação destes dois factores resulta na necessidade de optimização de rotas, que foi
utilizada na programação de várias visitas, como por exemplo, aos bairros degradados.
4. Análise de tendências políticas

"Quantos eleitores existem por freguesia?", "Quais as suas tendências políticas?", "Quantos são os abstencionistas e onde estão?"
e "Quais as freguesias que decidiram eleições no passado?" Questões como estas são possíveis de responder através do
tratamento dos resultados de anteriores actos eleitorais. A representação espacial de votações e eleitores permitiu identificar
áreas chaves para o sucesso da campanha. Na fase final, a integração de uma análise de clusters políticos aplicada às freguesias
do concelho, possibilitou direccionar os esforços finais para onde foram entendidos como mais necessários.

5. Análise sócio-demográfica

Caracterizar a população em aspectos como o rendimento e a estrutura etária são indispensáveis para adequar o discurso ao
universo que se pretende atingir, possibilitando a identificação do eleitorado com o potencial eleito. É também indispensável
conhecer a estrutura sócio-demográfica para propor medidas que vão de encontro às aspirações de cada indivíduo. Numa cidade
divida, por razões históricas, em 53 freguesias, desfasadas da sua actual divisão funcional, a espacialização destes dados
possibilita identificar características e problemas comuns, e por inerência aspirações comuns. Os resultados, mapas e gráficos de
diversos tipos, serviram de base a acções de planeamento e à operacionalização da campanha.

6. Integração de estudos de opinião

A integração de estudos de opinião no sistema de geomarketing desenvolvido poderia possibilitar definir ou validar áreas
prioritárias para a campanha, bem como funcionar como meio de monitorização desta. Esta abordagem não foi, porém,
considerada prioritária.

GEOMARKETING POLíTICO: NECESSIDADE OU OPÇÃO

Não se pretende afirmar o geomarketing político como solução milagrosa para o sucesso de uma campanha eleitoral. Este é
somente mais um instrumento ao serviço desta, um instrumento que pode funcionar também para a mudança do modus operandi
das campanhas, aumentando o rigor da informação veiculada, e utilizando os conceitos da geografia como denominador comum
às diversas análises e acções realizadas. As eleições locais, pelas decisões políticas reservadas às autarquias, são um campo de
aplicação privilegiado para o geomarketing, mas no qual este não se extingue.

CONTEÚDOS UTILIZADOS
Alfanuméricos: Informação de acesso público do Instituto Nacional de Estatística e Comissão Nacional de Eleições; dados internos
da estrutura de campanha.

Cartográficos: Informação temática vectorial da GISmédia, S.A.; cartografia vectorial de base e orfotomapas da Geoglobal, Lda;
Plantas dos PMOT da Câmara Municipal de Lisboa; limites administrativos da Direcção Geral do Ambiente.

AGRADECIMENTOS

A realização deste projecto não teria sido possível sem a colaboração do Dr. Luís Monteiro, chefe de gabinete do director de
campanha na Associação Viva Lisboa, que acreditou no projecto tornando possível a sua operacionalização dentro da estrutura de
campanha.

BIBLIOGRAFIA

Dupoier, E.; Parodi, J.L. (1997) - Les indicateurs socio-politiques aujourd'hui, Paris, L'Harmattan
Gaspar, Jorge; André, Isabel (1990), - Geografia Eleitoral I: Colectânea de Artigos, Lisboa, INIC
Johnson, R.J. (1982) - Geography and State. An Essay in Political Geography, London, MacMillan

AS CIRCUNSTÂNCIAS EXCEPCIONAIS PODEM DISTORCER OS RESULTADOS


Uma pesquisa deve ser sempre realizada dentro de condições de normalidade social. Compreendam-se, por
normalidade social, os períodos que não estejam situados na fase imediatamente posterior a situações ou fatos
que produzam impacto anormal junto ao eleitorado. A recomendação é importante, pois sob impacto de fatos
novos a sociedade tende a reagir de maneira atípica, o que irá resultar na distorção dos resultados obtidos por
uma pesquisa realizada naquelas situações ou circunstâncias como: estouro de escândalos, catástrofes e
intempéries, anúncio de medidas que geram polêmica e acendem paixões, mas tendem a diluir-se em curto
espaço de tempo, etc.

Como exemplos de fatos causadores de impacto, tome-se uma pesquisa feita numa pequena cidade logo após
um acidente automobilístico com vítimas ou a atropelamento de uma criança: se você perguntar à população,
naquele momento, qual é o maior problema do município, com certeza o problema de segurança no trânsito
aparecerá com destaque despropositado. Se você perguntar qual é a avaliação da competência do prefeito no
dia seguinte ao que o time da cidade ganhou um campeonato regional, o estado de espírito da população
elevará as avaliações positivas do prefeito.

Estas são situações que não interessam ao candidato radiografar através de suas pesquisas. Depois de
assentada a poeira, se obtém uma visão muito mais esclarecedora da nova ordem dos posicionamentos
populares em função dos fatos geradores de mudança.

Uma pesquisa realizada imediatamente após um grande debate entre candidatos ao governo de um estado
certamente vai favorecer em especial àquele que tiver se saído melhor durante a transmissão, o que não
significa que este, passado algum tempo de sua “vitória”, ainda conte com os mesmos índices de
popularidade. Da mesma forma, uma pesquisa realizada sob o impacto de medidas governamentais
impopulares certamente apresentará resultados que apontam grande desgaste para candidatos oriundos dos
partidos que estejam dando sustentação política a esse governo. Passado o impacto inicial, é possível que se
avalie a situação com maior clareza e objetividade, e que se determinem melhor as estratégias que podem ser
adotadas para capitalizar vantagens ou corrigir situações desfavoráveis.
Mesmo realizada nesses momentos, a pesquisa é um preciosos meio de se avaliar com precisão o impacto de
acertos e erros de determinadas ações e efetuar a análise do comportamento do eleitorado face a diversas
situações, não servindo, entretanto, como base formadora de estratégias gerais ou linhas mestras da
campanha.

O voto enrustido ou envergonhado é outro fator causador de surpresas muitas vezes desagradáveis a
candidatos que aparecem em pesquisas como favoritos. Geralmente aparecem nas pesquisas sob o rótulo de
“não sei” ou de “nenhum deles”. São chamados de “voto envergonhado” quando conferidos por eleitores que,
por estarem sob fogo intenso por parte se segmentos poderosos e influentes da sociedade, notadamente os
detentores dos meios de comunicação, sentem desconforto ou temem desaprovação de sua opção pessoal,
preferindo, antes, engrossar a fileira dos indecisos, muito embora já tenham candidato. Alguns exemplos
desse tipo de voto podem ser encontrados entre os eleitores de Paulo Maluf ou do falecido Jânio Quadros, que
preferem declarar-se sem opção de candidato a se exporem ao terrorismo do patrulhamento ideológico ou
desaprovação social.

Entre a população indígena da vizinha Bolívia, é prática comum não declarar sua intenção de voto: o eleitor
se declara indeciso. Contudo, se ao invés de perguntar em quem ele votaria você usar as vias indiretas e
perguntar qual é o grau de simpatia e afinidade que ele tem por cada candidato, fica fácil saber para qual dos
candidatos irão os votos dos eleitores indígenas, que antes se declararam indecisos.

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A MECÂNICA DAS PESQUISAS

Alguns anos depois de escrever esta obra, de tanto contratar pesquisas e fascinado com suas inúmeras
aplicações, este autor investiu em novas tecnologias que reduzissem a principal desvantagem das
pesquisas: o tempo exagerado que os institutos levavam para entregar os resultados das pesquisas, que
era de alguns dias depois de terminado o trabalho de campo.

O grande problema que eu enfrentava com as pesquisas quando era consultor, é que o processo
eleitoral é de uma dinâmica vertiginosa e cansei-me de gastar pequenas fortunas para depois jogar
pesquisas no lixo, porque entre o fim dos trabalhos de campo e a entrega do relatório, tinha ocorrido
algum fato novo, que tornava obsoletos os resultados do levantamento.

Quando cheguei à tecnologia que me permitia superar este obstáculo e obter resultados em tempo real,
poucos minutos após a conclusão das entrevistas nas ruas, desativei a consultoria e montei meu próprio
instituto, o Brasmarket. Para atender a necessidade de explicar como funcionava uma pesquisa para os
supervisores e entrevistadores que contratávamos para efetuar nossas pesquisas, em linguagem prática
e “descomplicada”, desenvolvi um manual, que batizei de manual do supervisor.

Este manual, que é distribuído pela Brasmarket a cada entrevistador e supervisor que contratamos
para efetuar os trabalhos de campo servirá para esclarecer os leitores que, apesar de serem clientes
potenciais de pesquisas, precisam dispor de informações que lhes permitam discutir e supervisionar as
pesquisas que contratam. Seguem todos os passos e informações que lhes permitirão entender e
decifrar toda a terminologia ligada ao idioma “pesquisês”.

O manual servirá, ainda, para que o leitor tome conhecimento de como devem agir empresas sérias de
pesquisa, para qualificar suas equipes e que cuidados envolvem cada passo dos trabalhos de campo,
verificações de consistência, detecção de fraudes, etc. Qualquer candidato poderá montar sua própria
divisão interna de pesquisas se seguir as recomendações e tomar os cuidados que passamos a sugerir.
MANUAL DO ENTREVISTADOR E SUPERVISOR

Parabéns. Ao receber este manual, significa que você foi escolhido, por ter se destacado entre
centenas de outros candidatos. Isto porque nós acreditamos que você possui qualificação e
aptidão acima da média para lidar com pessoas.

Você é a pessoa em quem estamos depositando nossa confiança e delegando a principal tarefa
de nosso ramo de atividade: Ouvir a opinião da população composta de consumidores ou
eleitores, para conhecer seus sentimentos, aspirações, comportamento e tendências.

Antes de tudo, é preciso que você esteja consciente da importância do seu trabalho para a
população de uma cidade, de um estado ou do País. Para isto, é melhor que você conheça um
pouco mais sobre o nosso ramo.

O PRIMEIRO ENVOLVIDO NUMA PESQUISA: O CLIENTE

De um lado, está o contratante da pesquisa, que pode ser um governante, um executivo de


alto escalão de uma empresa pública ou privada, um empresário, um líder político, um
dirigente sindical ou ainda um veículo de comunicação.

Em todos os casos, os contratantes de pesquisas são gente que emprega trabalhadores; muitos
deles, principalmente os governos, têm o poder para facilitar ou complicar a vida da
população.

Se divulgada em veículos de comunicação, uma pesquisa provoca muitas conseqüências, pois


ao servir de base para tomada de decisões e atitudes, influi na formação da opinião pública
nacional, e esta influi sobre os governantes e os destinos da sociedade e País. No caso dos
clientes de menor porte, a informação que você traz das ruas pode significar o progresso ou a
falência de uma pequena empresa.

Ao contratar uma pesquisa, nosso cliente demonstra estar interessado em ouvir toda uma
sociedade ou parte dela, antes de tomar alguma decisão importante, que afetará a vida das
pessoas, das empresas, das populações e consumidores, via ações governamentais ou
estratégias empresariais.

Este tomador de decisões compra a nossa pesquisa porque quer acertar.

A decisão baseada numa informação errada poderá significar sérios e pesados prejuízos à
sociedade, às empresas ou aos governos.

É claro que o sucesso e o fracasso dos empreendimentos não depende apenas do resultado de
uma pesquisa, até porque elas retratam apenas a realidade do exato momento em que foram
realizadas. Contudo, o fracasso ou perda de dinheiro provocado por uma má decisão que foi
baseada numa pesquisa mal feita, pode levar à demissão do nosso contratante e até à quebra
de uma empresa que, se for grande, resultará demissões em massa. E nós esperamos que você,
entrevistador, não queira carregar em sua consciência a culpa por trazer o desemprego a tantas
famílias.

E se acontecer na área da administração pública, provoca o desperdício de um dinheiro que


também é seu, pois os governos gastam aquilo que arrecadam da sociedade através dos
impostos que todos nós pagamos. E o pior, é que sem este desperdício o investimento poderia
estar ajudando reduzir a miséria, a fome, ou ainda investido na educação, saúde, redução da
mortalidade infantil e por aí vai...

Além de tudo isto, o contratante de cada pesquisa que você irá fazer é a peça mais importante
para a sobrevivência de nossa empresa. Como você sabe, existem milhares de pequenos
institutos de pesquisa, centenas de médios e pelo menos 10 grandes institutos de pesquisa, de
porte nacional. O cliente do nosso instituto é alguém que, mesmo podendo contratar pesquisas
com outras empresas, nos honrou com a sua preferência e confiança.

Nenhum negócio sobrevive sem clientes, por isto preservá-los e retribuir à confiança que ele
depositou em nós, com relatórios finais de pesquisas dignos daquela confiança, é a nossa
principal razão de ser e primeiro objetivo de nossa empresa.

Trair a confiança de um cliente e depois perdê-lo é um ato vil e burro, pois, como já dissemos,
nós sobrevivemos à custa da nossa credibilidade. E pensar que um cliente perdido pode ser
substituído por um novo é tão estúpido como jogar uma escada fora e sair buscando outra para
substituí-la.

Nenhum cliente traído deixa de espalhar no mercado a sua justa decepção com o instituto que
não esteve à altura da confiança dele e isto é mortal para qualquer negócio.

Por isto, tanto nós, empresa, como você, entrevistador, temos que ser rigorosos com a
qualidade do nosso trabalho e impiedosos no combate e na punição a qualquer tipo de fraude,
displicência ou erros derivados de descaso, incompetência ou de irresponsabilidade.

É importante que você perceba que o fruto do seu trabalho sempre trará uma conseqüência,
que pode ser boa ou ruim, que pode trazer progresso ou prejuízo, para poucos ou para muitos.
E a diferença entre o que pode acontecer de bom ou de ruim dependerá do seu empenho e
honradez.

Nossa empresa, por exemplo, só contrata entrevistadores que assinam o termo de


responsabilidade, onde cada um declara que está consciente da importância do seu trabalho e
das graves conseqüências da irresponsabilidade ou fraude nas tarefas que vai desempenhar.
Com este documento o instituto não só deixa de pagar o mau entrevistador como também
pode processá-lo civil e criminalmente caso se comprove que ele fraudou ou falseou uma
entrevista.

É um incentivo e garantia para que você, que é honesto e responsável, não acabe sendo
prejudicado por maus colegas, pois este termo também lhe confere autoridade para não
permitir que nenhum colega de sua equipe, mesmo que ocupe posição mais alta que a sua
(como supervisão), lhe dê uma ordem desleal ou tente convencê-lo a fazer parte de esquemas
de fraude e nem possa obrigá-lo a aceitar nenhuma irregularidade ou patifaria.

E a omissão diante da fraude é falta grave, pois quem cala, consente. Se tiver ciência de
qualquer irregularidade cometida no seu grupo e não denunciá-la, você se torna cúmplice dos
bandidos.

Nossa empresa dá tanta importância à honestidade e credibilidade de nossas pesquisas que


abriu vários canais internos de comunicação, só para que você possa auxiliar-nos a combater a
fraude:

1) você pode falar com o nosso encarregado pela gerência de campo e contratação de
entrevistadores ou;
2) registrar seu relato no nosso livro de ocorrências de campo ou;
3) pode utilizar a caixa de sugestões (você nem precisa identificar-se) e;
4) pode até falar diretamente com a presidência da empresa.

Ao utilizar qualquer destes meios, exceto o 3º, que é anônimo, você também garante a sua
total isenção e jamais será responsabilizado pela fraude cometida por terceiros, além de
ganhar a nossa gratidão e o mérito que garante contratação preferencial para você nas nossas
pesquisas e, até uma possível promoção para o cargo de supervisor nas próximas pesquisas.

O SEGUNDO ENVOLVIDO NA PESQUISA: OS ENTREVISTADOS (A SOCIEDADE


OU OS CONSUMIDORES)

Do outro lado do cliente, está a sociedade, ou o povo, ou os consumidores. Antes de falar


sobre eles, gostaria que você refletisse sobre o relato da lenda que passamos a fazer:

“Um velho, que se julgava sábio, caminhava á beira do mar quando avistou, ao longe, uma pessoa
que vinha em sua direção.

Ficou intrigado, porque a figura que se aproximava estava saltitante e gesticulava, agachando-se
e levantando-se, avançando e recuando sobre a areia, de tal forma que parecia estar dançando um
estranho balé.
Ao aproximar-se, viu que era um jovem, que recolhia as estrelas do mar deixadas na areia da
praia pelas ondas e as atirava de volta ao mar.
Irônico e decidido a dar uma lição de lógica ao jovem, o velho dirigiu-se a ele e perguntou:_O que
você está fazendo?
O jovem respondeu:_Salvo estrelas do mar de morrerem na praia!
E o velho retrucou:_Mas você não vê que todos os dias, milhares de estrelas do mar são
condenadas à morte, em todas as praias do mundo? Não percebe que o seu trabalho, embora
nobre na intenção, é vão e não faz a menor diferença no curso na natureza?

O jovem recolheu outra estrela, devolveu-a ao mar e, sorridente, respondeu ao velho: _Para esta
estrela e todas as gerações futuras dela, eu fiz toda a diferença”.

Pois é, uma sociedade é composta por milhares, milhões de pessoas. Por causa da grande
quantidade, estas são pessoas cada vez mais anônimas, sem voz nem expressão.

Apesar de uma pesquisa ouvir apenas uma pequena parte delas, você verá mais adiante neste
manual que, se forem bem representadas, estas poucas pessoas ouvidas são capazes de
expressar a opinião de todo o conjunto de uma população.

Uma população de 10 milhões e 500 mil pessoas, como a da capital de São Paulo, pode ser
ouvida através de 500 ou 1.000 entrevistas. Cada pessoa que você ouvir estará representando a
voz de 20.000 cidadãos.

Por isto, cada entrevista que você fizer corretamente conta – e muito. Uma entrevista
inventada, distorcida ou influenciada (manipulada) por um canalha disfarçado de
entrevistador, representa uma traição a 5.000, 10.000, 20.000 ou mais pessoas (dependendo da
população daquela cidade ou estado), que terão suas opiniões falseadas e fraudadas.

Você tem poder de permitir que cada cidadão ou consumidor faça diferença. E também é uma
das poucas pessoas capazes de fazer diferença no futuro delas, pois através da pesquisa que
você ajuda a fazer, um governante, uma empresa, um líder político ou sindical terá condições
de atender melhor às expectativas e necessidades de cada segmento da sociedade. Com isto,
estará contribuindo com suas ações, obras e investimentos, para melhorar a qualidade de vida,
do atendimento ou dos produtos e serviços que esta população necessita.

Através das pesquisas e informações que você ajudou a coletar, estas empresas e governos
podem corresponder àquilo que o povo ou os consumidores esperam deles.

Cada entrevista que você fez, somada com as feitas pelos seus colegas, são como tijolos que,
embora individualmente pareçam insignificantes, agrupados corretamente, transformam-se em
sólido edifício e se juntados incorretamente, se transformam numa armadilha, prestes a
desmoronar.
O TERCEIRO ENVOLVIDO NUMA PESQUISA: O INSTITUTO DE PESQUISAS E
VOCÊ

Assim, o trabalho de campo se constitui no componente de maior importância numa pesquisa


e é o calcanhar de Aquiles de qualquer instituto.

Nenhuma pesquisa sobrevive a um campo mal feito ou fraudado e a maioria das falências de
institutos de pesquisa se deve ao desgaste provocado pela sua incapacidade de assegurar
correção aos trabalhos de coleta e auditoria das informações colhidas nas ruas.

Não adianta formular um bom questionário nem o dimensionamento correto ou a perfeita


distribuição geográfica e sócio-econômica de uma amostra se, ao aplicar aquele questionário,
não se puder assegurar que as equipes de entrevistadores cumpram à risca, nas ruas, o que foi
planejado no papel.

Por isto, saiba que você não é um trabalhador comum, cuja função se limita a uma rotina de
tarefas que se repete dia a dia, cuja responsabilidade se restringe à qualidade de uma
mercadoria manufaturada ou de um serviço que, se mal feito, não chega a produzir prejuízos
irrecuperáveis.

Uma pesquisa malfeita não traz prejuízos somente ao instituto que confiou em você e ao
contratante que pagou pela pesquisa fajuta. Prejudica também gente como você ou sua
família, que são chamados “consumidores” ou “sociedade”.

Um instituto só sobrevive se tiver credibilidade, se as pessoas e clientes acreditarem nas


informações que seus entrevistadores coletam. Caso contrário, ele é o primeiro a quebrar, e lá
se vão todos os empregos que o instituto mantém.

Assim, como no conto onde o ambicioso burro e afobado mata a sua galinha dos ovos de
ouro, um entrevistador canalha acaba matando não só a empresa que lhe deu uma
oportunidade, mas mata também as chances futuras de que esta mesma oportunidade possa
empregar e ajudar outras pessoas de bem que estejam precisando dela. E é por isto, pelo
menos em parte, que há tanto desemprego no nosso País.

E é para evitar que gente má intencionada e sem caráter possa destruir a sua imagem, que os
institutos conceituados mantêm vários e rigorosos sistemas de fiscalização para impedir as
fraudes e distorções nos seus trabalhos de campo, inclusive com troca de informações.

E é também por isto que nossa empresa elaborou este manual do entrevistador, para que você,
sabendo da importância social e econômica da sua função, se una a nós, no trabalho de
impedir que algum falso colega infiltrado na sua equipe possa colocar em risco seu emprego,
sua reputação e a sobrevivência de nosso instituto e de nossos clientes.
COMO SÃO DIMENSIONADAS E DISTRIBUÍDAS AS AMOSTRAS EM
PESQUISAS ELEITORIAS E DE OPINIÃO

Existem muitos tipos de levantamentos mercadológicos e, portanto, várias metodologias


específicas de pesquisa.

Agora vamos tentar transmitir-lhe uma noção básica de como são planejadas as pesquisas
mais comuns de opinião, para que você possa saber porque deve seguir à risca todas as
orientações que lhe são passadas pelos supervisores e gerentes da nossa empresa.

Para facilitar a compreensão, utilizamos o sistema de perguntas e respostas. Abaixo das


respostas, são feitos comentários sobre a relação entre a teoria e o trabalho que você
desenvolverá como entrevistador.

Porque e quando as entrevistas são realizadas em fluxo populacional ou em


domicílios?
R.: Cada sistema ou método apresenta vantagens e desvantagens. A pesquisa domiciliar é a mais
utilizada, até porque oferece mais segurança na distribuição, verificação e auditoria da amostra (a
norma é a checagem de 20% das entrevistas para verificar se foram realizadas e registradas
corretamente pelo entrevistador).

Uma das vantagens operacionais das pesquisas domiciliares é que fica mais fácil encontrar e
entrevistar donas de casa e os inativos (desempregados, estudantes e aposentados), bem como
trabalhadores noturnos (em alguns municípios, como Volta Redonda no Rio de Janeiro,
significativa parcela dos eleitores trabalham, na área de metalurgia e infra-estrutura, nos turnos
noturnos).

É o método mais recomendado para aplicação de questionários mais longos e abrangentes, mas
requer, muitas vezes, que as entrevistas sejam feitas também em horários extra-expediente,
inclusive em feriados e finais de semana (quando os chefes de família estão em suas residências).

A escolha dos domicílios a serem pesquisados é feita através de sucessivos sorteios; primeiro dos
bairros que representarão cada zona ou região da cidade, depois das ruas dentro de cada bairro e
ainda o sorteio dos quarteirões e, finalmente, dos domicílios, que podem ser escolhidos por sorteio
randômico da numeração (aleatório) ou por outra determinação específica (ex.: na quadra 1, só
números ímpares, domicílio sim outro não; quadra 2, só números pares, casa sim casa não; e
assim por diante).

A pesquisa domiciliar tem, contudo outro inconveniente, sobretudo quando os temas abordados
são de natureza político-eleitoral, quando pode ter seus resultados distorcidos.
Apesar disto ocorrer principalmente nos municípios de médio e pequeno porte do interior, também
acontece em algumas capitais como, por exemplo, Florianópolis, em Santa Catarina, onde o poder
público é o maior empregador.
Isto porque significativa parcela da população (os entrevistados), principalmente aqueles que tem
parentes no serviço público, querem evitar embaraços e sentem receio da possibilidade de serem
identificados posteriormente, uma vez que sabem que o instituto de pesquisas tem o endereço e o
nome do entrevistado.

Nas cidades pequenas, mesmo quem não tem parentes, amigos ou familiares a serviço dos
governos ou prefeituras, mantém relações pessoais com as autoridades e seus familiares e parte
expressiva da população não admite sequer pensar em correr o risco de que sua opinião caia no
conhecimento de algum dos avaliados e possa trazer constrangimentos futuros.

Por esta razão nossos consultores recomendam que estas pesquisas sejam feitas através de
entrevistas pessoais em pontos de maior circulação de transeuntes, ou mesmo que, em alguns
casos, seja adotada uma amostra mista, metade domiciliar e metade em pontos de fluxo
populacional.

Para chegar aos pontos onde serão feitas as abordagens, o método é o mesmo utilizado para as
pesquisas domiciliares, só que, ao invés de sortearem-se ruas, quadras e domicílios, o sorteio para
nos pontos dos bairros onde há maior afluência de moradores dos próprios bairros.

Todo bairro tem seu ponto de concentração de comércio, onde há ponto de ônibus, táxi,
supermercado, açougue, padaria, banca de jornal, agência bancária, escola etc., enfim, oferece
uma infra-estrutura urbana local, que leva os moradores das imediações a circularem por lá com
mais intensidade.

A vantagem das pesquisas de fluxo é que se torna muito mais fácil entrevistar a população ativa e
o principal inconveniente é que fica mais difícil controlar e fazer a auditoria do trabalho de
campo, abrindo margem maior para a fraude.

As abordagens de fluxo têm, ainda, a vantagem de deixar as pessoas entrevistadas totalmente à


vontade, pois elas têm absoluta garantia de anonimato quanto às opiniões e conceitos que emitem.

Contudo, o problema de controle e auditoria das entrevistas realizadas em regime de fluxo


populacional já foi equacionado pelas empresas de pesquisa que utilizam tecnologia da POP, que
desenvolveu e fabrica equipamento que facilitou e informatizou todo o trabalho de campo.

Esta tecnologia tornou possível combinar as vantagens do método de fluxo e o domiciliar,


eliminando todas as desvantagens de ambos. Você verá mais adiante quais são os sistemas de
controle de qualidade empregados pelos institutos para checar as entrevistas efetuadas.

Porque muitas vezes se adota o mesmo número de entrevistas para uma cidade com 1
milhão e outra com 25 mil habitantes?
R.: O cálculo de amostras é complexo e não cabe explicar, aqui, os conceitos estatísticos e
científicos que embasa estes cálculos. Trocando em miúdos, para facilitar a compreensão, o
conceito que determina o tamanho de uma amostra pode ser comparado à medida que permitiria
saber qual é o gosto de uma sopa, esteja ela num enorme caldeirão industrial ou num simples
prato sobre a mesa: embora seja imensa a desproporção entre o caldeirão e o prato, ninguém
precisa tomar uma tigela de sopa para saber se o conteúdo do caldeirão está no ponto.

A unidade que determina o tamanho da amostra é a mesma para o caldeirão e para o prato: uma
colher de sopa.

O conteúdo do caldeirão ou do prato, assim como a população de um estado ou cidade, é


chamada, estatisticamente, de “universo” e a colher de sopa ou quantidade de pessoas que
representa uma cidade ou estado é a chamada “amostra”.

Como ter a certeza que o resultado representa, de fato, a opinião geral do “universo”
pesquisado?
R.: Seguindo a mesma analogia da sopa, antes de provar para saber o seu gosto e se não está com
muito ou pouco sal é preciso que o conteúdo do caldeirão (universo) seja bem misturado e
representado na colher, pois se uma simples pedrinha de sal mal dissolvido for parar na colher, a
conclusão errônea será a de que toda a sopa do caldeirão está salgada.

Da mesma forma que uma amostra da colher tem que representar harmonicamente o conteúdo do
caldeirão ou do prato, uma amostra de pesquisa tem de estar igualmente bem distribuída, para
representar de forma proporcionalmente idêntica da população que está sendo investigada.

Assim, se houver homens demais e mulheres de menos, idosos de mais e jovens de menos, ou se
for desproporcional o número de entrevistas com a densidade eleitoral de cada região do
município ou do estado, uma amostra de pesquisa não representará a real opinião daquela
população ou universo.

E o que representa esta tal aleatoriedade no resultado de uma pesquisa?


R.: A não intencionalidade é outro cuidado importante: todos os ingredientes da sopa têm que ter a
mesma possibilidade de estarem representados na amostra.

Ao misturar a sopa para saber seu gosto real, o cozinheiro tem que ser totalmente imparcial, ou
seja, não pode escolher os ingredientes que estarão na colher, pois se ele rejeitar ou escolher
intencionalmente, catando um pedacinho a mais de carne ou legume na sua colher, o gosto da
sopa contida nela será diferente do conteúdo do caldeirão.

Esta total imparcialidade na coleta da “amostra”, somada à não intencionalidade na escolha dos
seus elementos é o que chamamos de aleatoriedade. Isto quer dizer que, além de representar
proporcionalmente a população ou universo que será pesquisado, o entrevistador não pode, em
nenhuma hipótese, discriminar ou escolher intencionalmente as pessoas que irá abordar.

Você tem que lembrar que o universo não é somente composto de gente bonita, bem educada, bem
vestida ou que mora em locais de fácil acesso.
Suas entrevistas têm que incluir pessoas de todas as raças, credos e condições, gente feia, mal
educada e você tem que estar disposto, se necessário, a enfiar o pé no barro, para poder acessar
moradias mais humildes.

Embora conseguir esta isenção pareça complicado, a tarefa é muito simples, desde que a amostra
tenha sido bem distribuída demográfica e geograficamente.

Você descobrirá também que quem vê cara não vê coração e que, muitas vezes, as pessoas mais
humildes ou mal encaradas, são as mais afáveis e fáceis de entrevistar.

É só ter caráter e disposição de realizar o seu trabalho com dignidade; não tentando, por exemplo,
influir nas opiniões dos entrevistados e nem aproveitar as abordagens que faz para conseguir
novos relacionamentos pessoais ou amorosos.

Aliás, influir na opinião do entrevistado é uma falta gravíssima, pois influenciar uma resposta é o
mesmo que distorcer uma verdade, fraudando um resultado.

Como entrevistador, você deve assumir a postura calculadamente tranqüila de um jogador


profissional de baralho: tem que deixar o entrevistado à vontade, e suas feições devem ser
impenetráveis para não expressar aprovação nem desaprovação para quem responde, mesmo que
uma resposta seja chocante ou contrarie frontalmente os seus valores e convicções.

Sua atitude também deve ser impessoal, imparcial e isenta como a de um juiz. Só assim o
entrevistado não se sentirá inibido e você obterá o que realmente interessa nas suas abordagens: a
verdade.

Se você tem dificuldade em abordar pessoas que pertençam a classes sociais diferentes da sua, há
2 opções: ou desiste de ser entrevistador ou deve relatar sua dificuldade ao seu supervisor ou ao
gerente de recursos humanos do instituto, pois assim ele poderá designá-lo(a) para trabalhar em
bairros onde você se sinta à vontade ou ainda para outros tipos de pesquisa onde este requisito não
seja tão essencial.

OS 10 MANDAMENTOS DE UM BOM ENTREVISTADOR

O Monsenhor Arnaldo Beltrami, líder do Vicariato de Comunicação da Igreja Católica na Capital


de São Paulo, descreveu o perfil do entrevistador ideal de maneira brilhante, e nós batizamos sua
descrição como os 10 mandamentos do bom entrevistador.

Veja quais são e considere honestamente se você se considera capaz de preencher os requisitos:
“ O bom entrevistador sabe perguntar bem e escutar melhor ainda, colocando-se no lugar do
entrevistado, sem manipular a resposta, nem acrescentar comentário.
(1) Não deve improvisar, porque 99% de seu sucesso, depende da sua preparação.
(2) Não pode ser nervoso, tímido e tenso para garantir a espontaneidade da conversa.
(3) Não seja estrela, dando sua opinião, falando mais que o entrevistado.
(4) Não seja surdo, para não repetir a pergunta e nem perguntar o que já foi respondido.
(5) Não seja confuso, fazendo três perguntas juntas.
(6) Não seja culto, usando palavras que ninguém entende.
(7) Não seja manipulador, fazendo o outro dizer o que deseja que ele responda.
(8) Não tenha voz de velório, falando baixo e triste, mas com um tom vivo e animado.
(9) Não seja metralhadora, que fuzila com perguntas, como interrogatório de polícia.
(10) Não seja bobo, deixando falar, sem saber controlar, conduzir e finalizar.”

E o que é ponderação?
R.: O ajuste ou procedimento estatístico que corrige uma eventual desigualdade na
proporcionalidade de uma amostra, é o que se chama de ponderação. Através da ponderação é
possível reduzir ou aumentar o peso de um determinado grupo populacional dentro da amostra,
corrigindo eventual distorção.

Ex.: Uma pesquisa em que se realizem 400 entrevistas em cada estado, permite a avaliação
individual de cada estado com a mesma margem de erro, contudo, se quisermos saber qual é o
resultado nacional, não podemos igualar o estado do Acre (400 entrevistas) que tem menos de 1%
do eleitorado nacional com o estado de São Paulo (400 entrevistas) que tem mais de 25% do
eleitorado nacional.

Para corrigir distorções como esta, pondera-se os resultados e obtém-se assim a média da opinião
nacional.

E o que é essa tal “margem de erro” e o que é “intervalo de confiança”?


R.: A margem de erro é o intervalo para cima ou para baixo de um determinado número onde se
situa o resultado real naquele momento. Quanto maior a amostra, menor é a margem de erro.

Quando se diz que o desemprego foi apontado por 50% da população como sendo o maior
problema do estado e a margem de erro da pesquisa é de 2%, quer-se dizer que o número real está
entre 48% e 52%.

Quando se diz que o intervalo de confiança daquela pesquisa é de 95%, quer-se dizer que, se
forem realizadas simultaneamente 100 pesquisas nos mesmos locais e condições, 95 vezes em 100
os resultados obtidos estariam dentro da margem de erro estabelecida.

Mas isto também quer dizer que, 5 vezes em cada 100, os resultados poderiam estar fora da
margem de erro. Quanto maior é o número de entrevistas, menor é a margem de erro e maior é o
intervalo de confiança, mas não existe pesquisa com intervalo de 100% nem com margem de erro
zero.

Por isto as pesquisas não substituem a realidade, onde a margem de erro é sempre zero. E todo
instituto corre o risco, remoto, de apontar um resultado que não represente a realidade sem com
isto usar de má fé.

É um fato indiscutível que as pesquisas se constituem na única forma científica de representar o


que pensa a sociedade num determinado momento e de medir as evoluções da opinião pública ao
longo do tempo.
O que são as chamadas quotas e porque é tão importante cumpri-las?
Como já vimos, uma boa pesquisa deve representar proporcionalmente todos os segmentos sociais
do universo que se quer conhecer. Assim, cada entrevistador recebe o cálculo de quantas
entrevistas deve fazer junto a cada parte ou pedaço deste universo e este cálculo é conhecido como
quota.

Ex.: Suponha que sua tarefa seja realizar 10 entrevistas. Mas não qualquer 10. Tem que
entrevistar 5 homens e 5 mulheres. Esta divisão se chama quota.

Mas suponha ainda que não servem quaisquer 5 pessoas de cada sexo. Uma mulher e um homem
têm que estar na faixa de idade entre 18 e 25 anos; outro par na faixa dos 25 ao 35; o terceiro par
na faixa entre 35 e 45 anos, o quarto par na faixa dos 46 aos 55 anos e o quinto par na faixa
acima dos 55 anos.

Quando se faz mais de uma divisão, como no exemplo acima, a quota simples passa a ser chamada
de quota cruzada. Às vezes você nem sabe, mas além destas divisões, os supervisores receberam
outras quotas, geográficas, estabelecendo quantas entrevistas deverão ser feitas em cada região da
cidade ou estado a fim de assegurar as proporcionalidades geográfica e demográfica.

Quanto mais subdivididas as quotas, mais complicado se torna o trabalho de encontrar


entrevistados que preencham aquelas características desejadas, mas este não é um problema só
seu, pois o instituto sabe que a qualidade maior da informação que coleta exigirá mais trabalho,
tempo e dinheiro para a conclusão dos trabalhos de campo.

Em nenhuma hipótese o número de entrevistas contido em sua quota pode ser substituído ou
compensado. Até porque é muito provável que um jovem de 18 anos pense diferente de um adulto
de 50 anos. Assim, se você tentar compensar uma entrevista por outra fora da quota, o seu
trabalho será perdido, pois aquela entrevista terá que ser cancelada.

Pior ainda, se você entrevistar alguém de característica diferente e registrar como se fosse da
categoria que está lhe faltando preencher, você estará cometendo uma fraude grave, que coloca
em risco toda a pesquisa.

Por isto, caso tenha dificuldade de preencher a sua quota, recorra ao supervisor, que buscará ele
próprio e solicitará aos outros entrevistadores que também o ajudem a encontrar alguém com as
características certas.
Saiba ainda que, depois de um dia inteiro nas ruas, debaixo de sol ou frio, você não vê a hora de
terminar sua quota para poder voltar para casa - e aí é que mora o perigo.

A tentação de falsear uma entrevista que falta ou de registrar como tendo mais de 55 anos um
entrevistado que tem só 35 é muito grande e o que prova que você tem caráter e é um bom
profissional é a sua capacidade de resistir àquela tentação.

Você agora já sabe que cada entrevista é preciosa e que uma entrevista mal feita ou inventada é
um veneno que pode matar o seu emprego, a sua empresa e prejudicar de forma irreparável nosso
cliente e a população pesquisada.
Qual é o critério utilizado para a distribuição geográfica das amostras

R.:Existem vários critérios para distribuição física das amostras, dependendo do tipo de pesquisa
ou do universo a ser pesquisado. Porém, em todos eles o número de entrevistas deve ser
proporcional à distribuição dos diversos segmentos que compõem cada universo a ser pesquisado.

No caso de uma pesquisa de opinião geral numa cidade como São Paulo, que tem mais de 500
bairros, uma amostra de 1.000 casos, que tentasse cobrir todos os bairros seria custosa e
desnecessária.

Assim, poderíamos utilizar o critério de dividir a amostra na mesma proporção da densidade


populacional dos 96 distritos em que foi subdividida a capital, ou mesmo distribuí-la
proporcionalmente por região da cidade, que varia de um instituto para outro.

Caso se opte por fazer a distribuição da amostra por zona da capital, e supondo-se que cada zona
contenha em média 6 bairros, uma boa amostra deverá cobrir pelo menos dois pontos (ou bairros)
de cada zona, que deverão ser sorteados aleatoriamente para assegurar a representatividade.

Se a pesquisa for domiciliar, o critério adotado é o sorteio sucessivo dos bairros, das ruas e das
quadras ou quarteirões onde serão efetuadas as entrevistas. Se o critério for fluxo populacional,
sorteiam-se os pontos de maior fluxo dentro dos bairros sorteados.

Em qualquer localidade, desde que se saiba a densidade populacional das zonas ou regiões sejam
de uma cidade, de um estado ou do País, é possível dividir uma amostra em quantas partes quanto
forem necessárias, basta que se obedeça à proporcionalidade, distribuindo a amostra segundo a
densidade populacional de cada região.

Ex.: caso a metade de uma população resida na região norte, metade das entrevistas da amostra
deverá ser realizada naquela região. Cada pedaço desta subdivisão geográfica é chamado de
“cluster”.

Os tipos de questões, e os cuidados que cada um requer.


(abertas, semi-abertas ou fechadas, ou estimuladas e espontâneas).
São várias as técnicas para aferição da opinião pública ou do comportamento social. Cada
questionário pode incluir vários tipos de perguntas e cada tipo requer técnica específica de
aplicação.

Além do que já dissemos sobre a isenção e imparcialidade, você deve seguir as seguintes diretrizes
ao efetuar suas entrevistas:

Questões fechadas. São chamadas de “fechadas” as perguntas que tem todas as respostas
pré-codificadas e relacionadas no seu roteiro ou questionário. As questões fechadas podem
ser espontâneas ou estimuladas.
Espontânea é uma resposta obtida de um entrevistado sem nenhum tipo de estímulo.
Estimulada é a resposta obtida do entrevistado após serem lidas para ele as opções de
escolha ou apresentadas a ele lista ou disco, onde estão relacionadas quase todas as
respostas possíveis para aquela pergunta.

Dizemos quase todas, primeiro porque é impossível antecipar-se a todas as respostas


possíveis, depois porque uma pessoa entrevistada sempre pode responder que não sabe ou
pode recusar-se a dar sua opinião sobre um determinado assunto, geralmente por:

a) por sentir-se desconfortável com a pergunta ou por inibição (ex.: questões sobre
intimidade, orientação sexual ou temas polêmicos);

b) porque não tem opinião formada (ex.: não conhece o tema ou assunto abordado);

c) temor ou porque considera a sua resposta para aquela questão como sendo
privativa demais e se recusa a dá-la (ex.: renda ou bens possuídos, avaliação de
empregador ou superior hierárquico, etc.);,

d) porque a opinião do entrevistado não corresponde a nenhuma resposta


previamente relacionada na lista ou no disco, caso em que você deverá anotar em
formulário à parte aquela resposta.

É lógico que você tentará obter uma resposta dentro das opções por nós apresentadas na
lista ou disco, mas algumas vezes, você não conseguirá que o entrevistado o atenda.

Sobre as questões fechadas e estimuladas, é importante destacar o seguinte:

a) embora sempre existam as opções correspondentes ao item “não sabe”; ao item “não
respondeu” e algumas vezes ao item “outras respostas”, estas três opções nunca constarão
da lista ou disco apresentado aos entrevistados e nunca serão lidas para eles, pois estas três
alternativas de resposta são as mais cômodas para que os entrevistados se furtem de dar
suas opiniões pessoais sobre o que queremos saber deles.

Pela esta razão e mais as que estão descritas no item 14 a seguir, jamais deixe que os
respondentes leiam o questionário-roteiro que você utiliza em suas entrevistas. Quando
estiver indicado no questionário, você deve entregar a lista ou disco, mas nunca entregue e
nem permita que o seu entrevistado leia o seu formulário-roteiro da pesquisa.

b) Outro fator que exige cuidado especial nas questões estimuladas é o fato de que você não
precisa entregar lista nem disco e terá que ler as opções de resposta para os analfabetos.

Inclusive você descobrirá que muitos entrevistados que não se declararam como tais, na
questão relacionada à escolaridade, ficarão embaraçados se você lhes der uma lista ou
disco. Se você não for hábil nesta hora, poderá até perder alguns entrevistados. Outros
alegarão vista cansada ou terem esquecido os óculos e lhe pedirão que leia as alternativas
de resposta.
Contudo, tanto para os analfabetos declarados como para os que disfarçam sua condição,
no caso de listas muito longas (que excedam 7 ou 8 opções), não adiantará nada ler as
alternativas de resposta, pois além de gastar um tempo excessivo, ao chegar na décima
opção de resposta, o respondente já terá esquecido as outras nove primeiras.

Assim, tente obter uma resposta espontânea para aquela pergunta, ou terá que digitar a
opção “analfabeto” na sua lista, nos casos onde este recurso for tecnicamente admissível
(tire a dúvida assim que o questionário lhe seja entregue, na base, ou consulte seu
supervisor, no campo).

As chamadas questões abertas são aquelas que não tem resposta pré-definida, fato que
exige que você anote as respostas dadas pelos entrevistados num formulário à parte. Toda
questão aberta ou semi-aberta é espontânea, ou seja, exige que o entrevistado não sofra
nenhum estímulo ao respondê-la.

As respostas dadas às questões abertas precisam ser registradas num formulário à parte, se
possível em letras de forma e, sempre, o mais legível possível (lembre-se de que alguém vai
ter que ler e entender o que você escreveu depois de encerrado o trabalho de levantamento
das informações, e você não vai estar lá para decifrar o que foi anotado em campo). Caso
sua caligrafia seja ilegível, você não poderá ser contratado para pesquisas onde o
questionário inclua questões abertas.

Anote sempre a opinião real do entrevistado, sem abreviações. Pois além de legível, seu
texto deverá exprimir a verdade. Evite substituir palavras do entrevistado por outras suas,
que você acha que significam a mesma coisa e ficam mais bonitas. Nós sabemos que nem
sempre as opiniões são objetivas, e as pessoas nem sempre tem raciocínio claro e límpido.
Aliás, as perguntas abertas têm, justamente, o mérito de captar estas imprecisões, dúvidas
dos entrevistados em relação aos temas que lhe são apresentados.

QUESTÕES SEMI-ABERTAS

E quais são os demais cuidados que o entrevistador deve tomar para que o trabalho
de campo seja o melhor possível?
R.: São vários os cuidados:

1 - EDUCAÇÃO SIMPATIA E CORTESIA: Você tem que ser educado e cortês com os entrevistados, mas
evite ser prolixo. Afinal não pode ser seco com alguém que lhe faz o favor de emprestar-lhe
seu tempo para responder as questões. A abordagem é o momento mais importante da entrevista, o
momento em que você tem que ser hábil, criativo, envolvente e simpático para evitar um “não”.
Lembre-se sempre de que você está ganhando para perguntar mas o entrevistado não está
ganhando nada para responder.

Assim, sempre que possível, procure salientar qual é a vantagem direta ou indireta dele(a) ao
responder às sua questões. Previna-se também para que o respondente não abandone a entrevista
pela metade fazendo você perder um tempo precioso: seja sincero e antecipe para ele(a), durante a
abordagem inicial, qual é o tempo médio de duração daquele questionário, para que ele(a) não se
sinta enganado depois e não lhe deixe pendurado, com a brocha na mão...

2 - PRESERVAR A PRIVACIDADE DOS RESPONDENTES: Você precisa


saber também que, a menos que receba instruções expressas (por escrito) do supervisor,
nunca poderá entrevistar alguém no meio de uma roda de amigos ou mesmo em companhia de
uma segunda pessoa.

Caso um(a) escolhido(a) esteja acompanhado, você deve pedir licença ao acompanhante e
chamá-lo(a) de lado para efetuar a entrevista de forma reservada. Isto, para evitar que o(a)
acompanhante dele(a) dê palpites, constranja ou influencie o(a) seu entrevistado(a) e acabe
distorcendo a sua entrevista.

Além do mais, toda pesquisa tem temas em que o respondente pode sentir-se inibido em
expressar sua real opinião na frente de terceiros.

3 - EVITAR ENTREVISTAS EM FILAS: Pela mesma razão, você não pode


entrevistar seqüencialmente pessoas que estejam numa fila, mas pode faze-lo de forma
intercalada ou quando o supervisor coloque toda a equipe para entrevistar, ao mesmo tempo,
várias pessoas numa determinada fila, sempre garantindo que nenhum entrevistado seja
influenciado ou constrangido pelas respostas do outro.

Nas pesquisas eleitorais, é proibida a abordagem e entrevista com pessoas que usem camisetas
de candidatos a cargos públicos ou partidos políticos e, em qualquer pesquisa, também é
rigorosamente vetada a entrevista de pessoas que se ofereçam para serem entrevistadas.

4 - FAZER COM QUE OS RESPONDENTES SE SINTAM À VONTADE: Outro cuidado


importante para que os respondentes sintam-se à vontade e assim falem a verdade, é
conseguir que eles sintam-se seguros, assegurando-lhes o total anonimato sobre a identidade
dele(a).

Aliás, assegurar o anonimato dos respondentes é uma norma de ética profissional


internacionalmente obedecida por todos os institutos sérios.

Se o instituto solicitar que você anote o pré-nome, telefone ou endereço das pessoas que você
entrevista, é importante que você assegure a elas que esta informação servirá apenas e tão
somente para que o instituto possa cumprir outra norma internacional, que é a auditoria ou
rechecagem de parte das entrevistas (geralmente 20%), e assim conferir o trabalho de cada
entrevistador e verificar se os dados de qualificação dos entrevistados foram corretamente
registrados.

Se a entrevista for domiciliar, esta tarefa é automática, e nem precisa ser citada, mas quando é
efetuada em pontos de fluxo populacional, você tem que explicar ao seu respondente porque
precisa anotar o endereço ou telefone de contato dele(a).
E se ele(a) não quiser fornecer estes dados, você não deve forçar a barra e nem perderá a
entrevista já feita, mas tem que validá-la (a entrevista) com o supervisor de sua equipe.

Para isto, basta chamá-lo, para que ele confirme os dados de classificação da pessoa que você
está entrevistando (sexo, faixa etária, grau de instrução, etc.) e mais a resposta dele(a) para
uma das perguntas que você já lhe tenha feito, conferindo se os dados e a resposta foram
registrados corretamente no seu coletor.

5 - CUMPRIR AS QUOTAS GEOGRÁFICAS QUE LHE FOREM DESIGNADAS: Todos os


bairros estão interligados e fazem fronteiras uns com os outros. A linha que separa o bairro
“a” do bairro “b”, é uma rua. Já vimos que uma boa amostra exige que a distribuição
geográfica das entrevistas seja a maior e melhor possível.

Assim, caso uma pesquisa inclua entrevistas em bairros vizinhos, é totalmente inadmissível que
você entreviste pessoas do bairro “a” numa calçada e, na calçada em frente, entreviste outras
considerando como cumpridas as quotas dos bairros “a” e “b”. Esta atitude é considerada
como fraude.

6 - SEGUIR AS INSTRUÇÕES SELETIVAS: Também frauda a pesquisa o entrevistador


que desconsidera as instruções ou restrições das perguntas “filtro”, como, por exemplo: O/a
Sr/a mora aqui neste bairro? (Se afirmativo, prosseguir; se negativo, agradeça e encerre a
entrevista).

Ao entrevistar pessoas que não moram naquele bairro, por achar que ganharão tempo ou
adiantarão a pesquisa ao preencher antecipadamente a quota de outros bairros que terão ainda
que fazer é errado, pois pode trazer distorções aos resultados.

Assim como é fraude substituir uma cidade, bairro ou rua sorteada por outra só porque o
acesso é mais fácil ou porque choveu e há lama na rua que tinha sido designada, a menos que o
supervisor ligue para o escritório-base e receba autorização para faze-lo.

7 - DIFICULDADES DE PREENCHER AS QÜOTAS DESIGNADAS: Você não terá muita


dificuldade em realizar entrevistas domiciliares na maioria dos locais indicados pelo instituto,
contudo, nas grandes cidades do país, o grau de dificuldade aumente, parte por causa do problema
da segurança pública, que torna as pessoas mais arredias e inacessíveis, parte em razão da
verticalização das moradias em alguns bairros da cidade, onde os porteiros dos edifícios são
barreiras quase instransponíveis, o que os torna os inimigos número “1” dos pesquisadores.

Assim, as entrevistas domiciliares, nestes casos, podem ser feitas via telemarketing ou exigem o
mesmo cuidado e trabalho das pesquisas restritas a amostra (público) pré-qualificada, com o
agendamento telefônico prévio de data e horário com os moradores para a posterior visita pessoal.

Em alguns casos, onde isto for possível, também pode ser feita a substituição das entrevistas
domiciliares por entrevistas feitas em fluxo populacional (pontos freqüentados pelos moradores da
região ou bairro a ser pesquisado), tais como os supermercados, estacionamentos ou
estabelecimentos bancários, comerciais, prestadores de serviço e de lazer local.

A dificuldade de encontrar respondentes disponíveis ocorre também quando há necessidade de


entrevistar população residente nas áreas rurais, principalmente quando esta população é
pulverizada em sítios e fazendas que circundam a cidade e não está concentrada em distritos.

Nestes casos, uma das saídas pode ser fazer as abordagens nos pontos terminais dos ônibus que
circulam pela área rural; ou nas feiras livres ou, ainda, à saída das missas ou cultos religiosos ou
nas vendas e armazéns situados na zona rural.

Em todos os casos de dificuldades ou imprevistos, o supervisor, que mantém contato


permanente com a base do instituto, é quem determinará qual alternativa a ser seguida pela
sua equipe.

Lembre-se que, nas entrevistas domiciliares, você poderá entrevistar apenas um só morador
por residência visitada e jamais pode entrevistar domicílios vizinhos. Os critérios de escolha de
domicílio são variados, mas no mínimo, para cada casa visitada pule pelo menos uma casa
antes da próxima entrevista ou siga as instruções do seu supervisor.

8 - NÃO INFLUENCIAR A RESPOSTA DOS ENTREVISTADOS: Já falamos sobre a


importância de você evitar, a qualquer custo, influenciar a opinião do entrevistado. Caso o
respondente lhe pergunte qual a sua opinião ou tente sondá-lo sobre qualquer assunto da
pesquisa, você deve ter a habilidade de sair pela tangente, mesmo que tenha que alegar que não
tem opinião formada sobre o assunto. Também pode explicar ao entrevistado que você, por
razões profissionais, não pode falar sobre os temas da entrevista, até porque a opinião
importante para o nosso cliente é a da população ou dos consumidores e não a opinião dos
nossos entrevistadores.

9 - SEPARE SEUS INTERESSES PESSOAIS DOS PROFISSIONAIS: Cuidado também para


não misturar seus interesses pessoais com os profissionais, lembre-se que você é pago para
saber a opinião das pessoas. Paqueras e bate papos com respondentes, prejudicam você e também
a toda sua equipe, pois atrasam o trabalho de todos. Por isso, o supervisor tem instruções de
anotar e relatar as infrações cometidas pelos membros de sua equipe.

E como livrar-se das “cantadas”, paqueradores(as) e entrevistados “carentes” ou conversadores


demais?
R.- É simples, com simpatia e humildade, diga sa entrevistado que sua situação é difícil e que você
precisa muito deste emprego e, caso não consiga preencher a quota de entrevistas de cada dia,
você será suspenso e pode até perder o emprego. Peça-lhe que o ajude a sobreviver.

Dentro da equipe, é natural que os laços de amizade entre os colegas se estreitem com o passar do
tempo de convívio. Isto é muito positivo desde que você não misture esta amizade com o lado
profissional.
Jamais permita que o espírito de equipe se transforme em ato de formação de quadrilha, usando a
união e amizade do grupo como pretexto para encobrir faltas e erros uns dos outros e tenha
sempre presente que ajudar, colaborar, somar e conjugar esforços com os companheiros de equipe
é positivo e não tem nada a ver com conspirar, compactuar, encobrir e mentir.

10 -COMO AGIR SE DETECTAR ERRO OU OMISSÃO NO QUESTIONÁRIO QUE VOCÊ


APLICA: Por mais cuidado que o instituto tenha na elaboração de um questionário e na
preparação do questionário que você usará nas entrevistas, é possível que passe desapercebido
algum erro na digitação ou tenha sido esquecida uma alternativa de resposta, ou algum nome ou
outros detalhes que, no campo, você perceberá imediatamente.

Caso perceba que há algum erro ou omissão no questionário, que dificulte ou impeça você de
registrar com precisão as respostas dos entrevistados, não tente seguir adiante, pois toda a
pesquisa pode ficar comprometida e terá que ser descartada. Interrompa a pesquisa.

Sempre que surjam problemas por causa do questionário ou em caso de qualquer dúvida,
comunique imediatamente ao seu supervisor e solicite suas instruções sobre como resolver o
problema verificado. Se, por qualquer razão, uma questão importante tiver que ser anulada e o
supervisor não souber ou não puder resolver o problema de forma imediata, o trabalho deverá ser
suspenso e só reiniciado após a retificação do erro.

11 - SOBRE A PONTUALIDADE E COMO TRAJAR-SE: O(a) entrevistador(a) deve se


apresentar adequadamente trajado (roupas simples, confortáveis e discretas. Cuidado
especial com o calçado e evitar o uso de bolsas e acessórios. Lembre-se que você terá que carregá-
los, junto com a prancheta, coletor de dados e formulários durante o dia inteiro...).

Deve cumprir rigorosamente o horário estipulado para chegar ao escritório do instituto (base). É
claro que você sabe que o atraso de um entrevistador prejudica e atrasa toda a sua equipe e traz
prejuízos à empresa. Quando em viagem, igualmente você deverá cumprir o horário de encontro
fixado pelo supervisor na recepção do hotel.

Deve ainda respeitar sem questionamento as ordens do Supervisor, que é a autoridade máxima
dentro do grupo e o responsável toda e qualquer ocorrência.

12 - COMO REAGIR SE INCITADO A FRAUDAR: O entrevistador só não deverá aceitar, a


menos que as receba por escrito e assinadas pelo mandante, instruções superiores que o
induzam a cometer fraude ou ações ilícitas, tais como: simular ou inventar entrevistas; registrar
como de uma localidade entrevistas que na verdade foram efetuadas em outro local, ou ainda
registrar entrevistas feitas de fato, mas falseando qualquer dos dados de classificação dos
entrevistados, que no geral são os seguintes:

1- Sexo; 2- Faixa Etária; 3- Grau de Instrução; 4- Bairro, Região, Município ou Zona da cidade
ou Estado; 5- Faixa de Renda; 6- Profissão ou Ocupação 7- Tipo de entrevista (se domiciliar ou
em fluxo populacional).
Caso seja convidado ou sinta-se pressionado a fraudar entrevistas por orientação do supervisor, o
entrevistador deve, imediatamente, ligar para o escritório central do instituto e comunicar a
ocorrência para o gerente de campo e para a secretária do presidente do instituto (tenha sempre o
nosso número de telefone com você).

O mesmo procedimento deverá ser adotado se, convidado a cometer fraude por qualquer outro
entrevistador do seu grupo, você comunicar o fato ao supervisor e ele não tomar imediata
providência no sentido de desligar sumariamente o entrevistador marginal e corrupto da equipe.

13 - ZELAR PELO MATERIAL QUE RECEBE : Todo material fornecido pelo instituto ao
entrevistador para trabalho em campo, deverá ser devolvido nas mesmas condições nas
quais lhe foi confiado, devendo ele zelar pelo uso correto dos coletores, pranchetas, formulários,
uniformes, etc.

Sabemos que acidentes acontecem, mas caso sejam detectados quaisquer danos ocorridos por
razão de descaso, irresponsabilidade, desleixo ou vandalismo, o custo de reparo do equipamento
ou material danificado deverá ser pago pelo entrevistador responsável pelo material e/ou pelo
causador dos danos.

14 - NÃO DAR ACESSO AO SEU ROTEIRO DE ENTREVISTAS: Mesmo que lhe pareça
mais fácil ou mais rápido fazer suas entrevistas permitindo aos respondentes acompanhá-
lo na leitura das perguntas que estão relacionadas no questionário-roteiro, saiba que esta atitude
se constitui em falta gravíssima, pois ela distorce toda a pesquisa e torna induzidas todas as
respostas que você obtém.

Isto porque nos casos das perguntas espontâneas semi-abertas ou fechadas, o respondente estará
lendo previamente, antes mesmo de pensar, quais são as alternativas previstas de resposta, o que
transforma aquelas questões, que deveriam ser espontâneas, em perguntas estimuladas.

Pior ainda: para que uma pesquisa siga seus preceitos estatísticos, todas as perguntas são
estruturadas numa ordem ou seqüência calculada, fruto de técnica que visa, algumas vezes,
estimular e acompanhar a evolução do raciocínio do respondente, ou testar sua reação diante de
situações imprevisíveis para ele. Se o entrevistador permite que o entrevistado saiba
antecipadamente não só a questão que responde agora, mas também qual a pergunta que lhe será
feita depois, desvirtua-se completamente o resultado de toda a pesquisa.

Portanto, o único material em poder do entrevistador que pode ser entregue em mãos, ou lido por
um entrevistado, são as listas ou discos empregados quando nosso objetivo é, justamente, o de
obter respostas estimuladas.

15 - TAREFAS DE SUPERVISÃO: Uma pesquisa só será perfeita se cada entrevistador do


seu grupo fizer um bom trabalho.

Daí vem a necessidade de cooperação mútua entre os elementos de cada equipe, pois se um dos
entrevistadores não conseguir cumprir a sua quota, os demais só poderão partir para outra
localidade após preenchida as quotas de toda a equipe.
Assim, cabe ao supervisor a tarefa de coordenar os trabalhos individuais e, diante de qualquer
imprevisto, pode decidir remanejar quotas ou responsabilidades de cada membro da sua equipe,
para que o resultado do trabalho daquela equipe como um todo seja de boa qualidade.

É o supervisor quem determina os horários de almoço, deslocamentos, viagens, início e término de


cada jornada de trabalho diária, hospedagem e distribuição das equipes nos alojamentos durante
as viagens, inclusive a escala de ocupação compartilhada dos quartos nos hotéis onde houver
pernoite.

O supervisor também é responsável pela guarda dos coletores eletrônicos de dados, pranchetas e
questionários durante todos os períodos em que a equipe não estiver em campo, mesmo nos
intervalos destinados às refeições ou mesmo utilização de banheiros.

Seguindo seus critérios, um supervisor tem a autoridade para desligar imediatamente do grupo,
qualquer entrevistador que ele julgue estar fraudando entrevistas, ou que sejam relapsos ou,
ainda, que não tenha condições de executar as tarefas que lhe forem confiadas.

Se um entrevistador for flagrado cometendo fraude, de posse das provas ou testemunhos, o


supervisor está instruído para registrar a ocorrência em delegacia e autorizado a expulsar
sumariamente da equipe o canalha disfarçado de entrevistador, que deverá voltar para a casa
dele às suas próprias custas.

16 - TAREFAS DE SUPERVISÃO NAS VIAGENS : Durante as viagens, é importante que


fique claro, que a responsabilidade e autoridade do supervisor de uma equipe não se limita
ao período em que se realizam as entrevistas, se estendendo durante todo o tempo em que sua
equipe permanecer em viagem.

Assim, ele e toda a sua equipe, têm que respeitar as diretrizes básicas fixadas pelo instituto, como
as que determinam a proibição de bebidas alcoólicas mesmo após a jornada de trabalho e
estabelece horário para recolhimento dos entrevistadores.

Afinal, as viagens de trabalho não têm finalidade turística e é preciso que toda a equipe esteja bem
disposta e descansada ao início de cada dia ou jornada de trabalho.

Também é norma a não admissão para formação de casais durante as viagens de trabalho: se a
intenção de um(a) entrevistador(a) é unir o útil ao agradável, aproveitando as viagens de trabalho
para namorar nas horas de folga, é melhor ele(a) procurar outra atividade ou outra empresa mais
flexível neste particular.

17 - CUIDADOS NAS PESQUISAS ELEITORAIS: Nos períodos eleitorais, é humanamente


impossível satisfazer a classe política, pois uma pesquisa séria não conseguirá satisfazer às
partes que disputam acirradamente o poder. Quando as eleições são municipais, todo o cuidado é
pouco e há uma série de outras providências a serem observadas:
a) Jamais entrevistar em domicílios que tiverem propaganda política em suas
fachadas nem em quadras onde estiverem funcionando comitês de candidatos;
b) Caso a pesquisa seja em pontos de fluxo, manter uma distância mínima de 100
metros dos pontos onde existam escritórios políticos, comitês, prefeitura, câmara
municipal ou repartições públicas municipais;
c) O método a ser empregado é o chamado de arrastão, ou seja, toda a equipe
trabalha junta em cada ponto a ser pesquisado, objetivando concluir as quotas antes
de qualquer candidato local poder reunir condições para tentar interferir no
resultado do campo;
d) Mais do que nunca, cuidado para não entrevistar pessoas que você note que estão
disponíveis demais, tentem puxar conversa, ou que o(a) abordem para saber o que
você está fazendo ou fiquem perambulando ao seu redor na tentativa de serem
convidadas a responder o questionário;
f) Caso note movimentação fora do normal que possa ter sido promovida por
políticos locais, toda a equipe deve deslocar-se para outro ponto, mesmo que tenham
que voltar mais tarde ao mesmo local para concluir as quotas.
g) Não aceitar intimidação de nenhuma autoridade no sentido de entregar o material
de pesquisa ou tentativa de impedir ou cercear o trabalho de pesquisa (se não
resolver ele próprio, basta que o supervisor acione a base, que colocará os advogados
do instituto a par dos fatos).
h) Se a autoridade insistir na abordagem ou na linha interrogativa, limite-se a dar o
telefone da base para que ela esclareça qualquer dúvida com o departamento jurídico
da sua empresa.
i) Caso recebam ordem policial ou de autoridade do poder judiciário, só entregue o
material diante do registro oficial da ocorrência e recibo da autoridade em relação ao
material que ela está apreendendo e confiscando arbitrariamente.
j) Não entrevistar cabos eleitorais ou candidatos e seus familiares, que podem
também ser identificados por usarem propaganda ostensiva de candidatos;
k) Obviamente, não aceitar nenhum brinde, dinheiro, convite ou facilidade oferecida
por quem quer que seja.
l) Usar obrigatoriamente o jaleco, camiseta ou crachá de identificação de
entrevistador Brasmarket durante todo o tempo em que estiver trabalhando, a menos
que receba instruções contrárias.
m) Todas as entrevistas efetuadas deverão ser relacionadas no impresso próprio onde
deverá constar o primeiro nome do entrevistado, endereço e telefone (se tiver) para
posterior checagem. Caso o entrevistado não queira fornecer seus dados, a entrevista
deverá ser validada pelo seu supervisor.

SE A FUNÇÃO DE ENTREVISTADOR(A) É IMPORTANTE, POR QUE SÃO


CONTRATADOS EM REGIME TEMPORÁRIO (FREE LANCERS) E NÃO EM
REGIME INTEGRAL?
R.: Já dissemos que há vários tipos de pesquisa e cada um exige entrevistadores com qualificações
profissionais e faixas salariais diferentes. Por exemplo: nas pesquisas de clima organizacional, os
entrevistadores são psicólogos e é inviável economicamente utilizar este tipo de mão de obra numa
pesquisa de opinião.
Uma determinada pesquisa junto a médicos pode exigir, por exemplo, a contratação de estudantes
de medicina como entrevistadores, e assim por diante.
Depois, os institutos de pesquisa, em sua maior parte, são prestadores de serviços diferenciados.
Nunca uma pesquisa é exatamente igual à outra.

Salvo 3 ou 4 institutos, que tem pesquisas fixas ou painéis mensais, como aferição de audiência
feita pelo IBOPE ou painéis de consumo da Nielsen, os demais institutos tem trabalhos sazonais e
isto significa que seus faturamentos são irregulares: em alguns períodos estão sobrecarregados e
tem que contratar milhares de entrevistadores, e em outros, tem ociosidade alta e empregam uma
ou duas dezenas de profissionais de campo.

No ano de 2.000, por conta das eleições, a Brasmarket chegou a ter espalhados por todo o país,
mais de 2.000 entrevistadores, mas com o término daquele período, teve que reduzir drasticamente
os seus quadros.

Imagine a complicação trabalhista que seria contratar 1.000 pessoas num mês e ter que demitir
950 no outro, para logo depois contratar mais 300 e, no mês subseqüente demitir 320 e assim por
diante.

Você não acha que seria prejudicial para um entrevistador o fato dele ter, em sua carteira
profissional, registros com apenas 5, 15 ou 25 dias de trabalho? E o mais complexo é que a
demissão do entrevistador não se dá porque ele foi incompetente ou relapso, mas por não haver
outra pesquisa na seqüência para ser feita, podendo ser readmitido uma semana após ser
afastado...

Por causa das diferentes exigências de qualificação para atender a diferentes projetos de pesquisa
e destas variações características com bruscas reduções do volume de trabalho e de contratos ao
longo do ano, que as contratações de pessoal de campo, geralmente, são feitas por tarefa.

Por isto é tão importante que você procure assegurar o máximo de qualidade ao seu trabalho de
campo, pois este cuidado garante a satisfação e manutenção de clientes. Assegura também o
crescimento da empresa que o contratou, permitindo assim que aumente a capacidade dela na
contratação e até mesmo a efetivação de quadros fixos de entrevistadores, dos quais farão parte,
obviamente, os entrevistadores que mais se destacaram pelo seu bom desempenho.

TÉCNICAS EMPREGADAS PELOS BONS INSTITUTOS PARA DETECTAR


FRAUDES E ASSEGURAR A QUALIDADE DAS SUAS PESQUISAS

Ao longo de todo este manual você deve ter percebido que a possibilidade de ocorrência de
fraude é um fantasma nefasto que aterroriza todo instituto de pesquisa que mereça a
qualificação de sério.

Até porque a sua sobrevivência como empresa depende diretamente da sua capacidade de
assegurar dados e informações absolutamente confiáveis para seus clientes.
Assim, não há como deixarem de utilizar todos os meios ao seu alcance para detectar,
combater, inibir e punir com todo rigor qualquer tipo de fraude. E esta iniciativa dos institutos
é muito positiva pra os entrevistadores honestos, pois avaliza a sua competência profissional e
diferencia o entrevistador correto dos aventureiros e picaretas. Antes de discorrer sobre estes
meios, vamos rever as fraudes mais graves e comuns, que já foram descritas anteriormente.

Em síntese, as fraudes mais comuns são as seguintes:

FRAUDE 1- Clonagem das entrevistas, que ocorre quando um entrevistador cumpre


parte de sua quota e depois duplica ou triplica os resultados;

FRAUDE 2- Invenção de entrevistas, que ocorre quando ele(a) nem se dá ao trabalho


de copiar para depois multiplicar entrevistas reais, e simplesmente as inventa.

FRAUDE 3- Falseamento dos registros, que ocorre quando o(a) entrevistador(a), por
qualquer motivo, se confunde na aplicação do questionário e pula uma linha no gabarito
ou esquece de fazer uma ou mais perguntas, e só descobre que está assinalando as
respostas erradamente quando chega ao fim da entrevista.

Aí, ao invés de cancelar a entrevista ou tentar refazê-la com o entrevistado, para não
perder o trabalho, ele simplesmente “arranja” um jeito ilegal de remendar o gabarito.
Também ocorre quando um respondente interrompe a entrevista pela metade e o
entrevistador termina de responder as questões faltantes, para não ter que cancelar
aquela e ter que buscar outra pessoa para entrevistar.

FRAUDE 4- Falseamento da localidade pesquisada, que ocorre quando o entrevistador


realiza a aplica o questionário num local, mas registra a pesquisa como tendo sido feita
em outro;

FRAUDE 5- Falseamento da qualificação do entrevistado; em geral ocorre quando, por


preguiça ou dificuldade de preencher sua quota de entrevistas, o entrevistador falseia os
dados de um entrevistado, registrando, por exemplo, respostas de uma pessoa com o
primeiro grau como se ela tivesse concluído o segundo, ou as de um jovem com 18 anos
como se ele tivesse 40, ou o morador de uma rua como se fosse de outra e assim por
diante.

FRAUDE 6- O entrevistador influi de forma voluntária ou involuntária nas respostas


dos seus entrevistados, distorcendo os dados coletados.

FRAUDE 7- O entrevistador aceita suborno ou pressão e entrevista pessoas sem o


critério da aleatoriedade.
FRAUDE 8- Displicência, comprovada e derivada pela verificação de excesso (acima
da média geral) de erros de digitação e inconsistências verificadas na quota de um
entrevistador.
Agora, vamos discorrer um pouco sobre algumas das técnicas utilizadas pelos melhores
institutos de pesquisa para comprovar e detectar fraudes. Em síntese, as mais comuns são as
seguintes:

AUDITORIA 1- Refazer 20% das entrevistas efetuadas, retornando aos domicílios


relacionados. Não é necessária a aplicação de todo o questionário e, dependendo da
pesquisa, parte desta conferência pode até ser feita por telefone, pois é só conferir a
veracidade das respostas quanto a alguma questão mais importante do questionário
aplicado junto à pessoa que o entrevistador indicou como tendo concedido entrevista a
ele.

AUDITORIA 2- É o conhecido como teste de consistência das respostas coletadas e é


feito cruzando-se as respostas dadas numa determinada pergunta em relação à resposta
dada a outra(s) questão(ões) para verificar se não há nenhum conflito, contradição ou
incoerência nestas respostas. Este teste permite medir a coerência entre as respostas de
cada entrevistado.

Por exemplo; um entrevistado que disse não ter carro, não pode, depois, declarar que
costuma abastecer nos postos “Esso”; um que pretenda comprar imóvel no litoral, não
pode, depois, declarar que a distância do imóvel ideal é de 30Km da capital; um que se
declare na faixa etária de 14 anos não pode ter curso superior completo, e assim por
diante.

Todo questionário tem várias perguntas, dispostas em ordem aleatória, que permitem,
depois de cruzadas com outras, saber se há coerência nas respostas.

Quando as incoerências aparecem, a entrevista tem que ser cancelada e a conclusão é


que:

a) o entrevistado brincou com o entrevistador e o fez de bobo (e este estava tão


indiferente ou desatento que nem percebeu) ou;
b) o entrevistador inventou a entrevista e chutou as respostas sem o menor
cuidado com a consistência delas ou;
c) o entrevistador é relapso e estava tão desligado ou desatento que digitou errado
uma ou várias opções de resposta.

AUDITORIA 3- É uma segunda verificação de consistência, só que desta vez,


comparando os resultados obtidos por um entrevistador com os dados coletados por
outros membros, de todas as equipes, para ver se há ocorrência de discrepância.

Caso a discrepância seja encontrada e não houver outras inconsistências que


comprovem fraude, a prática é a de refazer o campo e a quota daquele entrevistador por
um supervisor de outra equipe, para checar se o segundo levantamento confirma o
primeiro.

AUDITORIA 4- É a supervisão invisível, que consiste no uso de supervisores


desconhecidos até pelos supervisores das equipes, que circulam nos locais onde estão
sendo realizados os trabalhos de campo e observam à distância o desempenho de cada
membro da equipe, às vezes se fazendo passar até por cidadão comum e concedendo
entrevista.

AUDITORIA 5- É o estudo comparativo entre uma pesquisa atual e outras realizadas


anteriormente (séries históricas), verificando se houve alguma evolução significativa
nos quadros ou se há qualquer alteração digna de atenção e revisão. Esta comparação
pode ser feita também através de dados publicados por outros institutos de pesquisa ou
de outros estudos e publicações (desk research)

A partir de agora, vamos discorrer sobre os sistemas de controle adicionais e exclusivos de


institutos de pesquisa que informatizaram seus trabalhos de campo, introduzindo a coleta
eletrônica e os programas desenvolvidos pela empresa “POP - Pesquisas de Opinião Pública
por Controle Remoto”, que a POP batizou como sistema Flash e que é utilizado há 10 anos.

É preciso enfatizar que, embora as técnicas de auditoria utilizadas por todos os institutos
sejam suficientes para detectar fraudes em pesquisas domiciliares, as técnicas de auditoria
descritas a seguir são as únicas que podem ser consideradas como eficazes para assegurar a
qualidade de pesquisas efetuadas em pontos de fluxo.

AUDITORIA POP 1- Coleta eletrônica de dados, com vários mecanismos de auditoria


do trabalho de campo, que reduzem tanto a possibilidade de fraude como a ocorrência
de erros.
Entre eles, está um relógio interno, que monitora o tempo gasto entre as entrevistas,
registrando a hora, minuto e segundo em que cada entrevista é iniciada e concluída, e o
exato intervalo de tempo entre uma e outra. Registra ainda o tempo exato dos intervalos
de deslocamento de cada entrevistador entre dois bairros ou pontos geográficos, tempo
gasto no almoço e em qualquer interrupção ocorrida durante os trabalhos.

O sistema inova a detecção de fraudes como inventar entrevistas, por exemplo, porque é
mais simples sair às ruas e fazer as entrevistas do que fraudá-las:
Como se sabe qual é o tempo de duração aproximada de cada entrevista, um
entrevistador mal intencionado não poderia registrar as entrevistas de forma
seqüencial, rápida ou automática, pois seria fácil constatar que ele as realizou
num tempo impossível.
Como também se sabe o intervalo de tempo que é necessário gastar entre o
término de uma entrevista e o início de outra, (na vida real é necessário encontrar
alguém que aceite dar a entrevista e ainda gastar o tempo da abordagem, e da
apresentação), também teria que tomar um cuidado especial para não dar na vista:
como não pode entrevistar pessoas numa fila e nem acompanhadas, não teria
como justificar intervalos muito curtos e nem muito longos.
Um fraudador safado não teria, assim, tempo livre para fazer outra coisa que não
fosse cuidar de responder o questionário nos tempos certos.

Este recurso torna possível constatar e inibir de fraudes difíceis de serem detectadas
pelos métodos mais obsoletos de coleta convencional. E facilita a constatação imediata
das fraudes descritas como 1, 2, 3 e 4.

AUDITORIA POP 2- Ao serem e transformados em planilhas eletrônicas, os


questionários programados e inseridos nos coletores reduzem em cerca de até 80% a
incidência de erros comuns nas coletas convencionais.
Quando a resposta a uma pergunta exige um salto para outra questão não sucessiva, ao
invés de ter que contar linhas e colunas (processo que é usado nos obsoletos e
convencionais gabaritos de papel), o coletor passa, automaticamente, à questão certa.
Isto evita que você, entrevistador, possa, inadvertidamente, enganar-se, “saltar” ou
“suprimir” uma linha, o que é comum nos gabaritos e provoca erro capaz de anular uma
entrevista ou, ainda, estimula entrevistadores menos honestos a cometerem a fraude nº.
3 (falseamento de registros para não cancelar entrevistas).
Este recurso de auditoria também ressalta as ocorrências descritas como fraude nº 8
(erros em excesso e displicência).

Isto porque ao utilizar um coletor eletrônico e questionário programado, o entrevistador


não tem que procurar colunas ou linhas para registrar uma opção de resposta, bastando-
lhe digitar o número correspondente àquela opção: além de evitar erros, este recurso
agiliza o trabalho de campo, reduz o desgaste físico dos entrevistadores e promove
substancial ganho de produtividade.

AUDITORIA POP 3- Nem entrevistadores, supervisor ou coordenador tem acesso aos


dados que, depois de coletados, só serão conhecidos e totalizados pelos profissionais da
área de processamento, após serem descarregados nos computadores do escritório
central.
Isto impede a clonagem de registros mencionada na fraude nº 1, além de impedir que
qualquer pessoa alheia ao instituto e que venha, por qualquer razão, a ter acesso aos
coletores possa totalizar os dados coletados e assim saber qual é o resultado das
informações neles contidas.
Este recurso impossibilita ainda a adulteração, subtração ou adição de entrevistas aos
arquivos originais (a simples tentativa seria detectada pela divisão de processamento),
afastando a hipótese de manipulação de resultados após o campo e garantindo o sigilo
das informações.

AUDITORIA POP 4- Tem a mesma função descrita na auditoria 2. A diferença está na


velocidade, pois assim que os entrevistadores retornam ao escritório, os dados coletados
passam por testes automáticos de consistência, onde as “falhas” ou incoerências
encontradas (erros de digitação ou fraudes) são instantaneamente verificadas e,
portanto, podem ser imediatamente tomadas as providência para recompor a amostra.

AUDITORIA POP 5- Além de registrar os intervalos de tempo, já estão em testes novos


coletores eletrônicos, aos quais foram embutidos os mesmos e sofisticados
equipamentos de rastreamento geográfico por satélite que foram utilizados pelos
Estados Unidos na Guerra do Golfo e do Iraque para balizamento de seus mísseis e já é
utilizado para localização de carros e cargas roubadas, sistema conhecido como G.P.S.
Este equipamento permite a emissão de coordenadas geográficas associadas ao tempo.
Assim, já é possível saber, com precisão de 10 metros, as coordenadas geográficas
(latitude e longitude) de cada deslocamento e cada entrevista realizada pelas equipes
que utilizarem o sistema da POP em qualquer localidade brasileira ou do planeta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Agora você já sabe que um dos instrumentos de auditoria de campo é o tempo. Esperamos que
você jamais dê margem para que o seu trabalho ou o de sua equipe fique comprometido e
tenhamos que considerá-lo perdido. Lembre-se de que você e seu supervisor assinaram um
termo de responsabilidade e os dois terão que arcar não só com a responsabilidade civil ou
criminal, mas também com os custos da empresa para refazer o que foi mal feito.

Em campo, não se distraia nem se desconcentre. Até por respeito à pessoa que responde suas
questões, preste atenção nas respostas dela e no que você está registrando em seu coletor.

Não cometa erros como esquecer de confirmar no coletor o encerramento de uma entrevista e
nem o de iniciar uma entrevista antes de abordar e obter a anuência do entrevistado em
responder-lhe o questionário. Aliás, esta atitude será considerada como tentativa de fraudar o
nosso controle de tempo, e as entrevistas que tiverem este problema não serão aceitas. Por
isto, caso você cometa algum destes erros sem querer, deve validar a entrevista, pegando um
“visto” ou “ciente” do supervisor da sua equipe para aquela ocorrência.

Você também não pode aceitar que alguém seja incoerente a ponto de lhe dizer que pretende
votar no candidato “a” e, logo depois, numa outra resposta, lhe diga que não votaria nele de
forma nenhuma. É só prestar atenção, pois estas contradições e conflitos entre respostas é que
são as tais inconsistências.
Saiba que todos os resultados levantados por nossos entrevistadores passam pelo teste de
consistência. Se a checagem interna dos dados constatar mais do que 3% de inconsistências
e/ou erros de digitação, o trabalho daquele entrevistador será considerado como relapso e por
isto não receberá pelo dia trabalhado e será desligado do nosso quadro.

Se os erros e/ou inconsistência constatados chegarem próximos dos 6%, estes serão
considerados como prova de que ele cometeu fraude intencional e sabotou o instituto. Neste
caso além das penalidades mencionadas para os desleixados ou relapsos, o instituto se reserva
o direito de optar pelo registro de ocorrência policial e o entrevistador poderá responder civil
e criminalmente pelos prejuízos causados.

Bem. Você já conhece um pouco mais sobre o ramo de pesquisas e sobre a nossa filosofia e
linha de trabalho.

Ao mostrar-lhe inclusive quais são os instrumentos de auditoria de campo empregados por


nosso instituto, nossa intenção foi a de fornecer-lhe motivos para acreditar que nosso interesse
não é apanhar ninguém em flagrante, mas sim dar-lhe razões pelas quais vale a pena trabalhar
direito, com honestidade.

Daqui você tira também todos argumentos que você possa precisar para repudiar qualquer
tentativa de cooptação ou proposta mal intencionada que algum colega venha a lhe fazer.

Lembre-se, ainda, de que são vários os canais e as instâncias que você tem para denunciar as
fraudes (supervisor da equipe; gerente de campo; presidente da empresa, livro de ocorrências
e caixa de sugestões, sendo que, nesta última, você pode colaborar mesmo sem identificar-se).

Esperamos ter deixado clara a nossa postura em favor da transparência e da verdade,


passando-lhe todas as informações úteis para que possa desempenhar sua função com
tranqüilidade e consciência da sua e da nossa responsabilidade perante a opinião pública, o
mercado e os nossos clientes.

Este manual tem a finalidade de promover um trabalho profícuo, com maior qualidade, afim
de que os resultados obtidos no campo tenham confiabilidade, clareza, evitando dúvidas
quanto aos dados colhidos.

Nenhum entrevistador iniciará o trabalho sem que tenha assinado o termo de responsabilidade
pelos dados colhidos em campo, que ficará arquivado em nosso departamento de recursos
humanos, até o desligamento do entrevistador de nosso quadro de pesquisadores. Este termo é
a garantia dos seus direitos e dos nossos. Seja bem vindo à nossa empresa.

Um candidato proporcional sem pesquisa é um descamisado, um sem teto da política: monte seu
instituto
Não importa qual é o tamanho do seu orçamento. Se você quiser aumentar as suas chances de vitória, invista
parte dele na montagem de um sistema permanente de coleta de informações (pesquisas). Convença suas
dobradas da importância de fazê-lo e proponha quotizar com eles os custos. Não fazê-lo é empreender um vôo
cego e tornar-se um dependente das informações de terceiros, que não hesitarão em manipular você quando
lhes convier. Se o orçamento for muito curto, passo aos leitores um sistema que lhes permitirá montar seus
departamentos de pesquisa com o menor investimento possível, inclusive sem a necessidade de adquirir
softwares (caríssimos) de processamento de dados. Basta utilizar o Excel (programa integrante do Microsoft
Office), que lhes permitirá tabular e, se seguirem direito as instruções que lhes dou a seguir e as de
contratação e supervisão dos trabalhos de campo (preconizadas no manual que incluí nesta obra), vocês
poderão fazer pesquisas com razoável qualidade e próximas das profissionais.

1º. PASSO: UTILIZE APENAS QUESTÕES FECHADAS


Se o seu departamento de pesquisas é provisório e você não dispõe de gente treinada e
especializada na tabulação de respostas abertas, recomendo a utilização das questões
“fechadas”, já descritas neste capítulo.

2º. PASSO: TRANSFORMAR O QUESTIONÁRIO NUM GABARITO:

• Ao invés de permitir aos entrevistadores usarem os próprios questionários ou roteiros de entrevistas


para assinalarem as respostas dos entrevistados, o que vai gerar uma montanha de papéis e um enorme
trabalho interno de digitação das respostas, utilize os gabaritos, como os utilizados nas provas de
vestibular.
• No formulário/gabarito, cada linha representa uma entrevista e cada coluna representa uma das
questões do questionário.
• Assim, o questionário acima, com 48 perguntas mais a localidade ou bairro, teria 49 colunas (mais
uma correspondente ao número de cada entrevista). Se a amostra pretendida for de 400 casos e forem
utilizados 20 entrevistadores, com a meta de 20 entrevistas cada um, o gabarito de cada entrevistador
teria 49 colunas (mais a coluna correspondente ao número do entrevistado) com 20 linhas. Ex.:
ENTREVISTA P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34 P35 P...
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20

• Durante o trabalho de campo, cada linha seria preenchida pelo número correspondente à opção de
resposta escolhida por cada entrevistado a cada pergunta que lhe foi feita pelo entrevistador, gerando
um banco de dados parcial. Ex.:
ENT P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 P08 P09 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 ......
1 1 1 5 4 1 14 8 10 10 20 19 3 3 5 3 5 5 35
2 1 2 3 3 1 14 3 8 12 7 26 3 3 2 3 2 5 2
3 1 2 2 3 3 14 11 10 11 3 1 5 2 1 2 27 5 58
4 1 2 2 3 2 14 10 9 9 15 31 3 2 1 3 6 1 61
5 1 2 3 3 3 14 5 5 11 19 15 3 3 3 2 27 5 58
6 1 2 4 2 2 14 5 5 6 5 49 3 3 1 3 27 2 18
7 1 2 6 2 4 14 5 6 2 29 49 5 4 4 3 21 6 0
8 1 2 4 3 2 14 11 5 11 31 15 5 2 2 3 27 1 16
9 2 1 4 2 3 14 5 5 11 3 49 5 3 3 3 27 5 3
10 2 2 4 3 2 14 7 8 8 3 49 3 3 3 3 27 4 2
11 2 2 6 3 2 14 9 4 11 15 15 5 3 3 3 27 7 0
12 2 1 5 3 1 14 3 2 11 3 7 2 2 3 2 5 5 18
13 2 2 5 4 2 14 5 7 2 5 29 5 5 2 3 2 2 16
14 2 1 3 2 1 14 5 6 11 35 19 5 2 2 2 27 1 1
15 2 1 2 4 2 14 6 4 4 15 15 5 3 4 2 27 5 2
16 2 2 6 4 1 14 10 5 11 3 26 3 3 3 2 27 6 0
17 3 2 6 3 2 14 7 9 6 3 26 3 3 3 2 27 5 61
18 3 1 2 3 2 14 5 7 8 1 1 2 2 2 2 5 5 18
19 3 1 3 4 3 14 8 7 7 3 15 3 3 3 2 27 7 0
20 3 1 3 4 3 14 8 7 7 3 15 3 3 3 2 27 7 0

• Após o campo, é só preencher as colunas do aplicativo Excel, copiando os dados de cada gabarito para
a planilha e reordenando cada entrevista adicionada. As segundas 20 entrevistas, abaixo das 20
primeiras, seriam reordenadas (de 21 a 40), o terceiro bloco, de 41 a 60, e assim até totalizar os 20
blocos, totalizando 400 linhas (400 entrevistas). Ao terminar o processo, você já será dono do que se
chama de Banco de Dados, que nada mais é do que a soma de todas as entrevistas efetuadas pelos seus
entrevistadores.
• Antes de concluir e processar os dados coletados é salutar fazer um teste de consistência dos
resultados, para ver se não existem incoerências que comprometeriam a validade de cada entrevista.

3º PASSO: COMO É FEITO O TESTE DE CONSISTÊNCIA?

Utilizar as respostas a uma pergunta para cruzar com as respostas de outra pergunta (que denominamos
tecnicamente de questão de controle) para ver se as respostas não são conflituosas.
No questionário dado como exemplo, consideraremos que a resposta dada à questão número 36 (que mede o
potencial eleitoral do André) o número da opção de resposta dada aos que responderam que com certeza
votariam nele é a opção 1.
A inconsistência seria o entrevistado responder, na pergunta de voto estimulado para deputado (questão 40),
que pretende anular seu voto ou que não sabe em quem votaria...

1ºs. PASSOS DO PROCESSAMENTO:


• No comando “dados”, localizado na régua principal do Excel, selecionar, no menu que aparece, o item
“filtrar” e, no sub-menu, escolha a opção “auto filtro”.
• Aparecerão botões com setas no cabeçalho de cada uma das 49 colunas. Selecionar então o botão
correspondente à pergunta 36 e marcar a opção “1” e o programa selecionará automaticamente as
respostas correspondentes àquela opção.
• Clicando depois no botão da pergunta 40, selecionar o número equivalente à opção nenhum deles ou
anulará o voto, se forem 6 candidatos, deve ser a opção “7”. E o resultado vai mostrar quais dos
entrevistados se contradisseram na resposta (inconsistência) ou, então, se o entrevistador assinalou
errado aquelas respostas.
• Aí, o melhor a fazer é cancelá-las, selecionando aquelas linhas e apagando aqueles registros.

DICA: Como sempre podem ocorrer erros ou fraudes, todo instituto calcula em pelo menos 10% a mais a
quantidade de entrevistas que cada entrevistador realizará, para não ser obrigado a refazer o campo ou enviar
outro entrevistador para fazer apenas meia dúzia de entrevistas no local onde foram detectadas as
inconsistências.

2º. PASSO: Selecione o banco de dados integral ou a coluna da pergunta desejada:

Clique na opção: “ DADOS ”


Clique: “ RELATÓRIOS DE TABELA E GRÁFICO DINÂMICO”

Clique em concluir:
Depois que aparecer a nova tela, arraste o ícone da coluna que está na lista de campos para o campo de
linhas:
E faça o mesmo com o campos de coluna:

PARABÉNS. VOCÊ JÁ PODE SER O DONO DE SEU PRÓPRIO MINI INSTITUTO DE PESQUISAS.
Pronto: você já tem quantos entrevistados mencionaram cada opção de resposta da pergunta número 1 e é só
refazer o processo para obter os dados referentes a todas as perguntas.

Para transformar os números absolutos de entrevistas em valores percentuais, basta multiplicar o número por
100 e dividir pelo total de entrevistas válidas (é só inserir a fórmula na coluna da frente) . É um processo
extremamente fácil e qualquer pessoa que entenda de Excel poderá fazê-lo para você. Voilá! Você já tem seu
próprio CPD e pode processar todas as pesquisas que realizar, sem depender de ninguém.

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