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Como identificar e lidar com um

colega falso no trabalho


 Getulio Xavier, especial para a Gazeta do Povo

 [03/02/2017]
Ilustração: Benett
Um dos perfis que mais incomodam no ambiente de trabalho é o do “colega
falso”, aquele que na presença dos chefes é funcionário exemplar, com boas
conversas e entrega necessária, mas com os demais colegas age de forma
completamente oposta. Além de gerar inúmeras situações de desconforto,
especialistas ainda garantem que ter esse perfil na equipe pode causar queda
na produtividade e inúmeros impactos negativos nas operações da empresa.

Apesar de ser um perfil muito comum, ele nem sempre é fácil de ser
identificado e, depois de identificado, é ainda mais difícil lidar com a situação
de uma forma positiva. Reconhecer o quanto antes esse tipo de colega no
trabalho e contornar a situação de maneira adequada pode melhorar os níveis
de produtividade e influenciar positivamente o clima no trabalho. Para facilitar
esse processo, a principal dica é a observação.

“Uma pessoa falsa no trabalho não vai ser congruente com o que fala e faz,
então a principal dica é observar o comportamento das pessoas, para ver se o
que ela fala é compatível com a forma como ela age”, aconselha Fernanda
Chaud, partner da Sociedade Brasileira de Coaching.

Fernanda alerta, porém, que é preciso estar atento para o que chama de dados
e fatos, ou seja, é necessário que a observação do comportamento sempre
esteja ligada ao que de fato aconteceu. “A gente deve fugir da interpretação,
porque ela é algo particular, é preciso ver sempre dados e fatos que realmente
aconteceram”, completa.

A psicóloga e especialista em administração de empresas e recursos humanos,


Carolina Feltrin, também segue a linha de pensamento de Fernanda. Para
Carolina, que também é consultora e coaching empresarial, é possível
identificar o perfil de colega falso pelas conversas que ele tem.

“São pessoas que trazem sempre elementos emocionais para a fala, palavras
sedutoras, para te convencer de algo”, explica. “A dica é checar os dados de
realidade, ou seja, ver se de fato o que aquela pessoa está falando é realmente
verdadeiro. Se a história, a fofoca, que ela está contando realmente aconteceu.
Se forem falsos, é um indicativo desse perfil”, completa a coaching.

Outro ponto importante na hora de identificar se um colega está sendo falso ou


não são os assuntos que sobre os quais ele conversa. De acordo com
Fernanda, “se o nível dessa conversa é sempre de julgamento de outras
pessoas, provavelmente o perfil dela seja falso. Basta pensar que se a pessoa
fala de outras na sua presença, é bem provável que ela também julgue você
pelas suas costas”, explica.

Uma terceira dica para não ser “enganado” pelos colegas falsos é a pesquisa.
Fernanda e Carolina aconselham que, de forma discreta, as pessoas busquem
saber se só elas estão desconfortáveis com o relacionamento com um
determinado colega ou se outras pessoas também passam por esse tipo de
situação.

“No coaching de liderança a gente chama isso de Walk About, ou seja, é dar
algumas voltas entre a equipe, ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre o
trabalho e sobre as outras pessoas. É interessante ouvir outros departamentos
da empresa, ver o que eles têm a dizer sobre a sua equipe. Levantar esse tipo
de informação faz com que você identifique esse perfil”, detalha Fernanda.

Conversar é o primeiro passo


Identificado esse perfil negativo, um passo ainda mais difícil é sair dessa
situação incômoda. Apesar de complicado, as especialistas alertam que demitir
o colega falso ou pedir demissão por causa dele não são as únicas saídas.
Para elas, essas devem ser as últimas medidas tomadas.

Para lidar com a situação as alternativas variam. Primeiro é preciso entender


qual é o funcionamento e as políticas da empresa. Se os superiores é quem
normalmente tomam as rédeas da situação, um ponto importante é levar as
preocupações até eles. Caso eles sejam daqueles chefes que preferem
soluções a problemas, cabe ao funcionário dar um primeiro passo.

“De forma geral, o principal conselho é tentar criar mecanismos em que você
possa se posicionar com o colega falso. Sempre de maneira pacífica. Não
precisa nem ser uma conversa formal, pois elas podem gerar conflitos. Muitas
vezes o ideal é levar os dados e fatos levantados em uma conversa informal
para o colega e mostrar que talvez tenha algo errado naquele ambiente. Nesse
caso você mostra que formam uma equipe e que está disposto a mudar junto a
situação”, explica Carolina.

De acordo com a psicóloga, esse é um primeiro passo importante porque


muitos “colegas falsos” não sabem que possuem esse perfil. Na visão dela, é
comum que as pessoas sejam criadas assim na família ou que tenham vindo
de uma cultura corporativa em que esse tipo de comportamento falso é
estimulado. “Nesses casos, uma conversa amigável realmente pode fazer com
que a pessoa reflita e mude o comportamento”, completa Carolina.
Fernanda também acredita que a conversa é o primeiro passo. “Caso seja o
chefe quem identificou esse perfil em um dos funcionários. Um bom recurso é
fazer um feedback, expor os dados e fatos para que a pessoa possa refletir.
Um segundo passo é indicar ajuda para essa pessoa, muitas vezes um
processo de coach pode resolver esses comportamentos. Caso não mude, o
último recurso é, de fato, a demissão”, pontua.

Em todos os casos, manter uma conversa respeitosa e sem agressividade é


um elemento de extrema importância.

Para Fernanda o que pode ajudar também é uma mudança de foco. “Muitas
vezes focamos só nas características ruins dos colegas e esquecemos de
manter o foco nas nossas próprias tarefas. Voltar com esse foco na nossa
atividade pode também aliviar essa situação de desconforto”, afirma.

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